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AS EMPRESAS
Não há duas empresas semelhantes, pois a principal característica das empresas é sua enorme
diversidade. As empresas podem assumir diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. As
empresas apresentam uma incrível complexidade, pois, como se não bastasse serem diferentes entre
si, elas enfrentam uma variedade de impactos e influências em seu contexto de atuação.
A nossa sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma sociedade composta de
organizações. O homem moderno passa a maior parte do tempo dentro de organizações das quais
depende para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar seu salário, curar suas doenças, obter os
produtos e serviços de que necessita, entre outras coisas.
Razões Sociais;
À medida que a organização é bem-sucedida, isto é, consegue atingir seus objetivos, ela tende a
ampliá-los ou a crescer seja em tamanho, seja em participação no mercado. As organizações não
colocam seus objetivos em si mesmas, pois nenhuma organização existe apenas por existir, mas
para atingir certos objetivos para os quais foi constituída. Um dos principais objetivos das
organizações é produzir algo necessário à sociedade. Se a sociedade absorve e aceita o que é
produzido porque dele necessita, então a organização está prestando uma função social.
Organizações formais são caracterizadas por regras e regulamentos formalizados por escrito e por
estruturas de posições e hierarquia que ordenam as relações entre os indivíduos ou órgãos
componentes; e são geralmente altamente burocratizadas.
Organizações lucrativas visam o lucro, enquanto, as não-lucrativas são voltadas para o bem-estar
social, para comunidade, etc; como por exemplo, empresa pública, clubes desportivos, ONGs, etc.
- Fase da globalização, após 1980 (3ª Rev. Ind. A revolução do computador e o surgimento da
internet. Era da Informação).
Era industrial modelo shareholder (focado no acionista). Era da informação modelo stakeholder
(focado nos grupos de interesses envolvidos no negócio). A Era industrial e da agricultura não
deixaram de existir porém foram absorvidas pela vitalidade da era da informação.
Características da empresa: são orientadas para o lucro, assumem riscos, são dirigidas pela
filosófica de negócios (princípios e valores fundamentais para as empresas), geralmente são
avaliadas sob um ponto de vista contábil, geralmente são avaliadas sob um ponto de vista social,
devem ser reconhecidas como negócios, constituem propriedade privada.
2- Operação ou Processamento;
Tipos de sistema: Aberto (tem muitas entradas e saídas que permitem intensas transações com o
ambiente externo, pouca previsibilidade de comportamento) e Fechado (tem poucas e limitadas
entradas e saídas, previsibilidade, ex: orçamentos).
Uma empresa é racional se os meios mais eficientes são escolhidos para alcançar os objetivos
desejados. Assim, para Weber, a racionalidade baseia-se no conhecimento científico e é atingida
pela elaboração de regras e regulamentos que servem para dirigir todo comportamento dos
participantes rumo à eficiência. Esta é também é a concepção da racionalidade que fundamenta a
Administração Científica de Taylor, a qual almeja a descoberta e a aplicação da melhor maneira
(the Best way) de desempenho e de trabalho industrial.
Níveis organizacionais:
Nível Institucional: é o nível estratégico, corresponde ao mais elevado nível da empresa, composto
por diretores, proprietários ou acionista e os altos executivos (assim como as pessoas proporcionam
suporte direto para o pessoal do topo). Envolve tanto as pessoas e os órgãos que definem os
objetivos empresariais quanto as estratégias globais necessárias para atingi-los adequadamente. Este
nível é o responsável pela definição dos objetivos e das estratégias da empresa e pelas principais
decisões empresariais (funciona como um sistema aberto, abordagens das modernas teorias da
administração fundamentadas na teoria de sistemas [teoria estruturalista, comportamental e da
contingência]).
Nível Intermediário: É também chamado mediador ou gerencial; está colocado entre o institucional
e o operacional. Cuida da articulação interna entre os dois níveis e também da escolha e da captação
de recursos necessários, bem como da distribuição e da colocação do que foi produzido pela
empresa nos diversos segmentos do mercado. É o nível que lida com os problemas de adequação
das decisões tomadas no nível institucional com as operações realizadas no nível operacional. O
nível intermediário geralmente é composto por pessoas ou órgãos que transformam as estratégias
elaboradas para atingir os objetivos empresariais em programas de ação.
Nível Operacional: É também denominado nível técnico ou núcleo técnico; é o nível no qual as
tarefas são executadas e as operações realizadas, envolve o trabalho básico relacionado diretamente
com a produção dos produtos ou serviços da empresa. (funciona como um sistema fechado,
abordagem da administração científica, teoria clássica e teoria da burocracia).
Não bastam somente os níveis organizacionais em termos de estrutura. As empresas requerem uma
cojunção de crenças, ideias, princípios e valores que lhes dão consistência e identidade própria.
Todo negócio deve ter uma missão a cumprir; deve ter uma visão do futuro que norteie e deve
definir os valores que pretende consagrar. Tudo isso precisa ser muito claro para todos os parceiros
saberem exatamente o que fazer, como, quando e onde. Conceitos como missão, visão, valores e
objetivos globais são fundamentais para nortear os rumos do negócio.
A missão significa a razão de ser do próprio negócio. Porque foi criado e para que e para quem ele
existe (o que fazer, como fazer e para quem fazer).
Enquanto a missão trata da filosofia básica da organização, a visão serve para vislumbrar o futuro
que deseja alcançar, o que ela pretende vir a ser. Do conceito de visão organizacional decorrem os
objetivos globais da empresa.
Muitas empresas definem hierarquias de objetivos de acordo com suas prioridades e importâncias
relativas. Normalmente, as empresas definem três tipos de objetivos: globais ou estratégicos (são os
objetivos mais importantes da empresa); táticos ou departamentais (são objetivos de cada divisão ou
departamento da empresa) e objetivos operacionais (são os objetivos de cada tarefa ou atividade da
empresa).
Toda empresa precisa de recursos para poder funcionar e alcançar objetivos, são eles: recursos
físicos ou materiais; financeiros; humanos; mercadológicos e administrativos .
As empresas são organizações sociais onde ocorre o fenômeno da produção de bens ou serviços.
As empresas são organizações sociais que visam o lucro. Elas funcionam como sistemas abertos,
importando insumos do ambiente externo e que são convertidos em saídas ou resultados que
retornam ao ambiente e que proporcionam a retroação necessária capaz de fornecer a indicação de
como a empresa precisa adaptar-se adequadamente ao seu ambiente. As empresas perseguem uma
multiplicidade de objetivos e utilizam recursos físicos ou materiais, financeiros, humanos,
mercadológicos e administrativos, que são administrados por diferentes áreas de especialidade da
empresa (respectivamente, administração da produção ou de operações, administração financeira,
administração de recursos humanos, administração mercadológica e administração geral). Além
disso, a empresa pode ser desdobrada em três diferentes níveis de atuação: nível institucional
(no nível mais alto da empresa, atuando como um sistema aberto e caracterizado por uma
racionalidade empresarial); nível operacional (no nível mais baixo da empresa, atuando como um
sistema fechado e caracterizado por racionalidade técnica), tendo o nível intermediário como
intermediador ou como um “sanduíche” entre ambos.
O ADMINISTRADOR
- Julgamento: é saber analisar cada situação. Obter dados e informação a respeito e ter espírito
crítico suficiente para ponderar com equilíbrio, definir prioridades e tomar decisões a respeito.
- Atitude: é o saber fazer acontecer. Envolve uma atitude empreendedora no sentido de sair da
zona de conforto, assumir riscos e lutar para atingir um determinado objetivo ou resultado. É o
que faz um administrador defender seus pontos de vista, argumentar e fazer a cabeça dos outros
e impor seu estilo pessoal. Por ela, o administrador torna-se um formador de opinião e um
agente de mudança na organização.
4- O administrador lida com pessoas (o administrador não executa tarefas, nem realiza
diretamente o trabalho. Ele o faz por intermédio de pessoas que dirige, comunica, lidera,
motiva, orienta e impulsiona);
Um estudo feito por Mintzberg sobre a natureza do trabalho do administrador salienta os seguintes
aspectos:
4- A informação é seu principal insumo para a tomada de decisão, principalmente a que recebe
verbalmente.
6- Sensibilidade, atenção e prontidão são aspectos importantes. Pois, para Mintzberg o trabalho
administrativo se baseia muitas vezes em processos intuitivos e não explícitos.
7- O trabalho administrativo é cada vez mais complexo e cheio de paradoxos. Ele precisa ser
estrategista sem deixar de cuidar do cotidiano operacional; precisa enfatizar processos sem
deixar de ser humano e humanista; precisa focar externamente no cliente e internamente nas
pessoas com quem trabalhar; precisa mirar a longo prazo sem deixar de preocupar com o
curto prazo.
O administrador desempenha vários papéis na empresa. Esses papéis podem ser divididos dentre de
três categorias:
Empreendedores: são criadores de negócios, pessoas que quebram barreiras para criar algo
inteiramente novo e excitante, por serem dotados de criatividade, engenhosidade, perseverança e
firme determinação. Elas quebram regras, assumem riscos e botam a imaginação para jambrar.
Para conhecer uma empresa, é preciso compreender também o contexto no qual ela está inserida. O
ambiente representa todo o universo que envolve externamente a empresa; é tudo aquilo situado
fora dela. O ambiente é a própria sociedade que, por sua vez, é constituída de outras empresas e
organizações, clientes, fornecedores, concorrentes, agências reguladoras, etc. As empresas não
vivem no vácuo, não estão isoladas nem são totalmente autossuficientes, mas funcionam dentro de
um contexto do qual dependem para sobreviver e crescer. Do ambiente as empresas obtêm recursos
e informações necessários para subsistência e funcionamento e no ambiente elas colocam os
resultados de suas operações. Conforme o ambiente muda todo o quadro habitual das operações das
empresas é tremendamente influenciado, haja vista as condições ambientais externas às empresas
contribuírem fortemente para o que sucede dentro delas.
As empresas precisam tatear, explorar e discernir o ambiente ao seu redor para reduzir a incerteza a
seu respeito. Em outros termos, a empresa precisa mapear seu espaço ambiental com frequência. O
mapeamento ambiental, porém, esbarra em três dificuldades:
1- Seleção Ambiental: Apenas uma pequena porção de todas as inúmeras variáveis ambientais
possíveis participa realmente do conhecimento, da compreensão e da experiência da
empresa. Em razão, das empresas não serem capazes de absorver e compreender todas as
condições mutáveis e variáveis do ambiente de uma só vez.
2- Variáveis Políticas: decorrentes de políticas e dos critérios de decisão adotados pelo governo
federal, estadual e municipal, bem como pelos governos estrangeiros quando as decisões
destes exercem influência relevante sobre as atividades da empresa.
4- Variáveis Legais: referem-se ao contexto das leis e normas legais que regulam, controlam,
incentivam ou restringem determinados tipos de comportamento empresarial.
5- Variáveis Sociais: como a empresa é ao mesmo tempo uma organização social e uma
unidade econômica, ela está sujeita a pressões sociais e a influências do meio social e
cultural onde está situada.
3- Concorrentes;
Restrição: é uma limitação causada pelo ambiente, que reduz o grau de liberdade da
empresa.
Coação: é a imposição coercitiva do ambiente, à qual a empresa não se pode furtar. (ex.
falência)
Contingência: é um evento futuro provável (mas não certo) que pode afetar seriamente o
trabalho de uma empresa. (ex. greve, guerra, etc)
O rastreamento feito pela empresa em seu ambiente tarefa lhe proporciona uma ideia do existente
fora dela, do que ela pode aproveitar positivamente e do que ela deve neutralizar ou evitar. Isso faz
parte da visão periférica do negócio.
Ambiente de tarefa mutável e dinâmico: impõe reações diferentes, novas e criativas da empresa, já
que o seu comportamento é dinâmico, mutável, imprevisível e turbulento. Desse modo, a empresa
precisa utilizar o modelo adhocrático (também chamado orgânico) de organização, capaz de
proporcionar reações adequadas às coações ambientais que a empresa precisa enfrentar e às
contingências que ela não consegue prever. Predomina a inovação.
Análise ambiental é o estudo das diversas forças do ambiente, as relações entre elas no tempo e seus
efeitos e potenciais efeitos sobre a organização. A atividade principal nos níveis mais elevados
(nível institucional) é estudar e mapear as oportunidades e ameaças que o ambiente impõe à
empresa. Portanto, o conhecimento objetivo acerca do ambiente é fundamental para o processo
estratégico, no sentido de obter uma adequada compatibilização entre a empresa e as forças externas
que afetam, direta ou indiretamente, seus objetivos, estratégias, estrutura, recursos, planos,
procedimentos, operações, entradas, saídas, etc.
Se é relativamente fácil para uma empresa estabelecer seu domínio, não é fácil para ela conhecer o
seu ambiente de tarefa, pois o domínio é uma opção dela, enquanto o ambiente de tarefa é uma
consequência dessa opção.
Cenários são estudos do futuro para se construir diferentes imagens e visões alternativas favoráveis
ou desforáveis do ambiente futuro de negócios e suas interligações. Os cenários também ajudam o
administrador a aprender a construir imagens alternativas de futuro e não constituem simples
extrapolação de tendências atuais. Além disso, existem cenários de primeira e segunda geração:
As empresas precisam ser constante e sistematicamente ajustadas às metas coletivas, aos objetivos
individuais e ao ambiente que as envolve.
O ambiente representa o contexto, isto é, o meio no qual as empresas existem e operam. Para
viver em seu meio ambiente, as empresas selecionam e percebem diferentemente as variáveis
ambientais mais relevantes para os seus interesses e procuram manter certa coerência e consonância
em relação ao que percebem em seus ambientes. O ambiente geral ou macroambiente é
constituído de todo o complexo de condições e fatores externos que envolvem e influenciam
difusamente todas as empresas em conjunto (englobando variáveis tecnológicas, políticas,
econômicas, legais, sociais, demográficas e ecológicas), enquanto o ambiente de tarefa constitui o
meio específico de cada empresa tomada individualmente e que lhe é mais imediato e relevante
(englobando os consumidores ou usuários, fornecedores de recursos, concorrentes quanto a
consumidores e a fornecedores, além de grupos regulamentadores). É neste ambiente de tarefa que
a empresa localiza seu “nicho ecológico” e estabelece o seu domínio (relações de poder e
dependência). Ao mudar seus produtos ou serviços, a empresa muda o seu domínio e,
consequentemente, o seu ambiente de tarefa. Todavia, além dos recursos que oferece, o ambiente
impõe restrições, coações, contingências, problemas, ameaças e oportunidades às empresas e
se manifesta em uma dinâmica ambiental que pode variar da placidez (estática e previsibilidade)
à turbulência (dinâmica e incerteza), ao mesmo tempo em que também pode variar da
homogeneidade (simplicidade) à heterogeneidade (complexidade e diferenciação). Daí a
necessidade de análise ambiental por meio de fontes primárias ou secundárias para melhor mapear
o ambiente de tarefa. Para alguns autores, existe um “imperativo ambiental”: se o ambiente é
complexo, ele impõe diferenciação e integração à estrutura e ao comportamento da empresa. Daí a
Teoria da Contingência: não existe uma única melhor maneira de estruturar e organizar as
empresas. Tudo depende da situação ambiental. As organizações mecanísticas (burocratizadas)
são mais adequadas para um ambiente estável, enquanto as organizações orgânicas (adhocráticas)
são mais adequadas para um ambiente instável.
A TECNOLOGIA E A SUA ADMINISTRAÇÃO
As Empresas precisam utilizar uma certa tecnologia para executar suas operações e realizar sua
tarefa. A tecnologia pode ser rudimentar ou sofisticada . Todavia, uma coisa é certa: todas as
empresas dependem de algum tipo de tecnologia ou conjunto de tecnologias para funcionar e
alcançar seus objetivos.
A tecnologia é, simultaneamente, uma força externa e ambiental que impõe desafios e problemas à
empresa, e uma força interna que também lhe impõe desafios e problemas, mas permite maior
eficiência na utilização de seus recursos disponíveis para efetivo alcance de seus objetivos quando
dominada.
Mão de obra intensiva: baseia-se na utilização intensiva de pessoas com habilidades manuais
ou físicas e com forte ênfase em manufatura.
Todas as empresas utilizam alguma forma de tecnologia para produzir seus produtos ou prestar
seus serviços. A tecnologia representa todo o conjunto de conhecimentos utilizáveis para alcançar
determinados objetivos e se compõe tanto de aspectos físicos e concretos (hardware) como de
aspectos conceituais e abstratos (software), podendo estar ou não incorporada em máquinas,
equipamentos ou produtos. É basicamente o conhecimento de como fazer as coisas para alcançar
objetivos humanos. Se ela presta serviços ao homem, também traz consequências profundas sobre o
seu comportamento e sobre as empresas. A tecnologia precisa ser administrada por meio de
critérios de racionalidade técnica para produzir eficiência. A tecnologia pode ser classificada
conforme seu arranjo na empresa (em elos em sequência, mediadora e intensiva), podendo ser fixa
ou flexível para produzir um produto concreto e abstrato. Alguns autores professam o chamado
“imperativo tecnológico”, ou seja, é a tecnologia que determina a estrutura e o comportamento da
empresa. Do ponto de vista da maneira de produzir, a tecnologia pode ser classificada em
produção unitária ou oficina, produção em massa ou mecanizada e produção em processo
contínuo ou automatizada. Cada um desses tipos de tecnologia provoca profundas influências não
só na estrutura e no comportamento da empresa, como também no próprio estilo de administração
da empresa.
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
Como o contexto ambiental muda dinamicamente a cada instante, cada empresa procura
desenvolver seus negócios e operações de um modo coerente e consistente por meio de padrões
distintos e personalizados de estratégia.
A noção de estratégia surgiu da atividade militar desde os tempos de Sun Tzu, 2500 anos atrás.
Lodi define a estratégia como “a mobilização de todos os recursos da empresa em âmbito global,
visando atingir objetivos a longo prazo. A tática é um esquema específico de emprego de alguns
recursos a partir de uma estratégia geral. No plano militar, uma mobilização de tropa é uma tática
dentro de uma estratégia mais ampla, no plano gerencial, o orçamento anual ou o plano anual de
investimentos é um plano tático dentro de uma estratégia global a longo prazo. Uma guerra requer
uma ou mais estratégias: cada estratégia leva à proliferação de táticas. O planejamento para cinco
anos na empresa requer uma estratégia, à qual se ligam os planos táticos de cada ano compreendido
nesse período”. Assim, a estratégia é um conjunto de objetivos e de políticas capazes de guiar e
orientar o comportamento da empresa a longo prazo.
A estratégia consiste em selecionar entre várias alternativas existentes a hipótese aceitável (teoria)
sobre aspectos internos e externos da empresa e tomar decisões com base nessa hipótese escolhida.
A maneira como se escolhe uma hipótese de trabalho varia enormemente de acordo com cada
estrategista. Cada escola de administração tende a visualizar a estratégia sob um prisma diferente.
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel apresentam uma classificação das escolas sobre estratégia
empresarial, a saber:
8- Escola Cultural – estratégia como um processo coletivo e social que se baseia na cultura e
nos valores internos da organização. Mudanças na estratégia devem ser respostas a
mudanças na cultura organizacional. As empresas bem-sucedidas são as que se baseiam em
uma forte cultura corporativa responsável por definir sua estratégia.
9- Escola Ambiental – estratégia como processo reativo e contingente em função das demandas
ambientais. A estratégia representa uma gradativa adequação aos eventos ambientais.
Cada escola administrativa trata a estratégia segundo uma abordagem própria e que privilegia
certos aspectos considerados vitais em detrimento de outros. A razão disso é a complexidade do
conceito. Estratégia representa um dos conceitos mais sofisticados na literatura administrativa.
Na verdade, cada escola citada mostra uma ponta do iceberg e privilegia um aspecto específico
e particular da estratégia. Contudo, estratégia é muito mais do que um planejamento global, uma
tentativa de compatibilização, uma decisão global sobre posicionamento e portfólio, um
processo visionário, empreendedor, cognitivo ou cultural, ou mesmo um processo de
aprendizagem ou de disputa pelo poder ou de ciclos de estabilidade, crise e renovação. Ela é
muito mais do que todos esses aspectos em seu conjunto. Essa é a dificuldade de se lidar com a
estratégia empresarial em função de sua complexidade, conectibilidade, mutabilidade,
prontidão, ação-reação, proação e criatividade. O importante é que uma empresa sem uma
estratégia definida é um barco perdido ao acaso no meio do imenso oceano.
2- Empresa: a organização, sua missão e visão de futuro, os recursos de que ela dispõe ou pode
utilizar como vantagem, suas competências e habilidades, bem como seus pontos fortes (que
precisam ser utilizados) e fracos (que devem ser corrigidos ou melhorados), compromissos e
objetivos.
3- Adequação ente ambos: que postura a empresa deverá adotar para compatibilizar seus
objetivos, recursos, competências, potencialidades e limitações com as condições ambientais
no sentido de extrair ao máximo das oportunidades externas e expor-se o mínimo às
ameaças, coações e contingências ambientais. Esta adequação deve necessariamente
produzir alguma vantagem competitiva diante dos concorrentes.
Como se trata de uma atividade integrada, a estratégia deve incluir um arranjo interno, um
mapeamento externo do ambiente, uma formulação estratégica, uma execução primorosa e uma
constante avaliação de resultados por intermédio de intensa retroação. Isso tudo envolve produtos,
serviços, processos, estrutura organizacional, cultura corporativa, valores e, obviamente, conceitos
como missão, visão de futuro e princípios básicos de atuação para orientar a ação global e integrada
da empresa.
Como compatibilizar todas Objetivos Globais
as variáveis envolvidas? da Empresa
O que há no
Análise Análise O que temos na
ambiente? Ambiental Organizacional empresa?
Estratégia
Empresarial
O que fazer?
A essência da estratégia reside na criação de uma posição única e valiosa, que envolve a escolha de
um arranjo interno nas atividades. Tal arranjo permitirá à empresa diferenciar-se de seus
concorrentes para oferecer algo que eles não conseguem fazer. Para Porter, a estratégia competitiva
significa escolher um diferente arranjo de atividades para entregar um composto de valor único,
marcando uma posição estratégica competitiva. Assim, o posicionamento estratégico deve ser feito
com base em três fontes distintas que não são mutuamente excludentes:
Logo, o posicionamento – que é a escolha de uma posição adequada no ambiente de tarefa – deve
buscar uma definição de quais atividades a empresa deve executar, como também quais não deve
executar.
Porter alega que a busca de sinergia precisa ser feita em Três níveis de compatibilização:
1- Consciência entre a estratégia empresarial e cada atividade no âmbito funcional. Isso serve
para criar uma visão única da estratégia, que facilita sua implementação, sua comunicação
para todas as pessoas envolvidas e transmissão para os clientes e acionistas.
2- Reforço mútuo das atividades. Fazer com que cada atividade dê impulso às demais para o
resultado não ser uma simples soma de atividades, mas um resultado alavancado e
sinergístico.
Porter salienta que é o conjunto das atividades – e não cada atividade em si – o mais importante
para o estabelecimento e a manutenção da vantagem competitiva. A eficiência em atividades
individuais (eficiência operacional) pode ser facilmente copiada pelos concorrentes, enquanto a
integração dessas atividades da empresa dificilmente poderia ser imitada.