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Sumário

1. Conceito de organização.

2. Do que são Formadas as Organizações.

3. Negócio, Missão, Visão e Objetivos Globais da Organização.

4. As Funções da Empresa.

5. Os Parceiros das Organizações.

6. Organizações Como Sistemas Abertos.

7. Ética nas Organizações.

8. Responabilidade Social.

1- CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO

Organizações são instituições sociais, cuja ação desenvolvida por seus membros é dirigida por objetivos,
sendo projetadas como sistemas de atividades e autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados,
atuando de forma interativa com o ambiente que as cerca.
Organização é um conjunto de pessoas que atuam juntas em uma criteriosa divisão de trabalho para alcançar
um propósito comum. As organizações são um sistema cooperativo racional. As pessoas se dispõem a
cooperar entre si de maneira racional e intencional para alcançar objetivos e proporcionar resultados que
individualmente não teriam nenhuma condição de realizar.
As organizações são sistemas formados, administrados, projetados e operados por pessoas para atingir
determinado conjunto de objetivos.
As organizações constituem a alavanca do desenvolvimento econômico e social. Vivemos em uma
sociedade organizacional na qual as organizações são as principais realizadoras e impulsionadoras da
inovação e progresso. São elas que produzem bens e serviços. O grau de desenvolvimento de uma nação e a
qualidade de vida de seu povo depende fundamentalmente da qualidade e superioridade de suas
organizações.

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Justificativa para a proliferação de organizações

1. As organizações perseguem metas e objetivos que somente podem ser alcançados de modo mais
eficiente e eficaz pela ação conjunta de indivíduos. Elas são instrumentos vitais para a sociedade,
onde suas realizações nos campos da indústria, educação, saúde, entretenimento, resultam em
enormes aumentos d padrão de vida da sociedade.
2. As organizações criam o ambiente em que a maioria das pessoas passa a vida, e nesse sentido, tem
uma grande influência sobre o comportamento humano.
3. As organizações funcionam como sistemas abertos, ou seja, em continua interação com seu ambiente

externo e com o qual faz trocas e intercâmbios. A complexidade organizacional deve ser explicada por uma
visão sistêmica e holística.
As organizações não são estáticas e inertes, e não são simplesmente prédios ou conjunto de salas e
maquinários. As organizações são organismos vivos e inteligentes que se ajustam e se adaptam continua e
incessantemente ao contexto ambiental em que vivem. Todavia, não são as organizações que são
inteligentes, mas as pessoas que nelas trabalham e cooperam.

Porque as organizações são necessárias?


- Servem à sociedade
- Realizam objetivos
- Preservam o conhecimento
- Proporcionam carreiras
- Influenciam um ambiente em rápida mudança
- Criam valor para seus proprietários, clientes e empregados
- Lutam com os atuais desafios da diversidade da força de trabalho
- Promovem sinergia

O estudo das organizações

Uma organização é uma coleção de pessoas trabalhando juntas em uma divisão de trabalho para alcançar um
propósito comum. Essa integração de esforços conjugados e coordenados que permite a construção de
edifícios, produção de automóveis, prestação de serviços, atendimento hospitalar, comercialização de bens e
serviços, etc., além de um infinito número de produtos e atividades especializadas. As organizações
constituem a invenção mais complexa e sofisticada do ser humano.

O fundamento das organizações é a colaboração e a cooperação das pessoas envolvidas no sentido de


alcançar objetivos comuns. Na verdade, o resultado desse esforço coletivo não é uma soma, mas a
multiplicação dos esforços individuais. Por essa razão, o instrumento de controle das organizações deixou de
ser o comando hierárquico e regras burocráticas para chegar ao compromisso pessoal e à responsabilidade
solidária através do trabalho em equipe.

Dentro dessa colocação, a gestão de pessoas se faz necessárias em toda organização hoje. As unidades de
RH funcionam como consultores internos, gerando e oferecendo recursos e condições para um efetivo
gerenciamento do talento, conhecimento e do capital humano por meio dos gerentes que trabalham como
gestores de pessoas.

2- DO QUE SÃO FORMADAS AS ORGANIZAÇÕES ?

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As organizações necessitam de recursos para funcionar (ciclos: importam recursos - insumos, energia ou
informação – processam tais recursos e exportam recursos – produtos, serviços ou informação).
Elas são formadas por prédios, instalações, equipamentos, tecnologias, sistemas, processos de trabalho,
recursos como capital e matérias-primas, etc. Todas essas coisas constituem a infra-estrutura das
organizações. A essência das organizações está nas pessoas. As pessoas são a alma das organizações, aquilo
que lhes dá vida e vigor.
As organizações são formadas por uma integração de recursos:

-Físicos os materiais: caracterizam-se como sistemas fechados, inertes e sujeitos a decomposição,


degradação, perdas e depreciação. Matéria-prima, espaço físico, processo produtivo,
máquinas/equipamentos.
-Financeiros: garantem a aquisição dos demais recursos e investimentos, definindo boa parte da eficácia
organizacional, expressa em linguagem contábil-financeira, universalmente usada para traduzir o
desempenho global da empresa. Os recursos materiais e financeiros constituem a base da contabilidade
tradicional, sendo avaliados quantitativamente e em moeda corrente, correspondendo aos ativos tangíveis da
organização. (valor de mercado). Capital, fluxo monetário, crédito, receita.
-Humanos: único recurso vivo e dinâmico que tem a capacidade de manipular os demais recursos. Pessoas
-Mercadológicos: envolvem atividades de pesquisa e análise de mercado, promoção, propaganda,
distribuição, desenvolvimento de novos produtos, definição de preços. Mercado de clientes, consumidores,
usuários.
-Administrativos: planejamento, organização, direção e controle, incluindo processos de tomada de
decisões e distribuição de informações.

As empresas, como sistemas abertos, justificam seu comportamento e a ação organizacional pelos objetivos
que estabelecem, em consonância com a missão que determinam.

TAMANHO DE CICLO DE VIDA

O desenho organizacional é afetado pelo tamanho da organização. O tamanho organizacional representa o


volume de pessoas, recursos, arquitetura e operações de uma organização, que podem ser classificados em
grandes, médias, pequenas e microorganizações. O tamanho depende da evolução da organização. A
evolução ou ciclo de vida das organizações representa os diferentes estágios de seu crescimento ao longo do
tempo.
Assim, os principais estágios do ciclo de vida das organizações são:

1.Estágio do nascimento: estrutura simples. Quando a organização é criada ou fundada.

2.Estágio da infância: a especialização vertical e horizontal aumenta. Quando a organização começa a


crescer rapidamente, a estrutura começa a expandir-se e as responsabilidades são distribuídas entre as
pessoas.
3.Estágio da juventude: surgem vários níveis administrativos na cadeia de comando e o fundador passa a ter
dificuldades em manter o controle total do negócio. Quando a organização se torna gradativamente mais
complexa e sua estrutura fica mais fortalecida.

4.Estágio da maturidade: quando a organização se estabiliza em um certo tamanho, geralmente adotando


uma estrutura mecanicista. Neste estágio é necessário que as organizações tomem cuidado para que o seu
gigantismo não torne sua estrutura pesada, rígida e hierarquizada, diminuindo sua produtividade e sua
rapidez nas respostas às mudanças do ambiente.

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3- NEGÓCIO, MISSÃO, VISÃO E OBJETIVOS GLOBAIS DA ORGANIZAÇÃO

O Negócio da Organização
O primeiro passo é a definição do negócio da organização. Três questões são essenciais:

1.Qual é o negócio da organização?


2.Quem é o seu cliente?
3.O que é de valor para o cliente?

A tendência natural é que a resposta fique restrita ao produto ou serviço da organização. Na verdade, essa é
uma abordagem míope e imediatista. As organizações estão ampliando seu foco no negócio com conceitos
estratégicos e ampliados.
O desenho organizacional precisa ser compatível com o negócio da organização.

Missão Organizacional

Para compreender o desenho organizacional torna-se necessário antes conhecer o seu papel na organização,
isto é, é importante conhecer a missão, visão, os objetivos organizacionais e os fatores críticos para o
sucesso. No fundo, o desenho organizacional é um instrumento para cumprir a missão e alcançar os
objetivos estratégicos da organização.
A missão não deve ser restrita apenas aos produtos, serviços ou processos da organização. A missão
representa a razão da existência de uma organização.
A missão deve traduzir a filosofia da organização, seus valores e as crenças centrais que representam os
princípios básicos da organização e que balizam sua conduta ética, sua responsabilidade social e suas
respostas às necessidades do ambiente.
É a missão que agrega identidade à organização.
A missão precisa ser cultivada pelos dirigentes e deve ser difundida intensamente entre todos os membros
para que haja conscientização e comprometimento pessoa em relação ao seu alcance.

Visão Organizacional

A visão representa a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. A visão está
geralmente mais voltada para aquilo que a organização pretende ser do que para aquilo que ela realmente é.
As características básicas da visão:

-Deve motivas as pessoas;


-Deve fornecer uma direção de onde a empresa quer chegar;
-Deve transmitir confiança;
-Deve estar dentro da realidade;
-Deve conseguir avaliar o progresso da empresa e comparar os resultados.

A falta de uma visão dos negócios é profundamente prejudicial, pois desorienta a organização e seus
membros quanto às suas prioridades em um ambiente altamente mutável e fortemente competitivo.

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“Visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Visão com ação pode mudar
o mundo”. Joel Arthur Barker.

Objetivos Globais

Um objetivo é um estado futuro desejado que se tenta tornar realidade. Na prática, os objetivos são
resultados específicos que se pretende alcançar dentro de um certo período de tempo.
Os objetivos da organização nem sempre são congruentes com os objetivos individuais que trabalham na
organização. Porém é importante que a organização defina uma estratégia em que ambas as partes ganhem,
onde o alcance de um objetivo organizacional proporcione benefícios às pessoas para que elas também
alcancem seus próprios objetivos.

4- AS FUNÇÕES DA EMPRESA

A maioria das empresas está estruturada por áreas funcionais, dentre as quais se destacam: a função
produção, a financeira, a mercadológica (marketing) e a recursos humanos.

Função Produção:

O subsistema de produção fornece as saídas de produtos e/ou serviços, estando aí agrupadas as atividades de
transformação básica. Este subsistema é constituído pelas unidades organizacionais encarregadas de suprir a
empresa com os recursos necessários para que a produção mantenha um fluxo contínuo. Decide-se então:

-Onde produzir;
-Quais os equipamentos e instalações necessários
-Qual a quantidade e o tipo de matéria-prima e mão-de-obra utilizados
-Discriminação dos métodos e das etapas de produção
-Coordenação e operação do processo produtivo para a obtenção da eficiência máxima e da qualidade total
-Desenvolvimento tecnológico e pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos.
A função produção existem em todas as empresas independentes de produzirem produtos ou serviços.

A maioria das empresas possui uma diretoria de produção ligada à presidência para facilitar e tornar mais
rápido o processo decisório.

Função Financeira:

Essa função tem como objetivo a obtenção de recursos financeiros para manter o negócio em operação,
usando da melhor forma o capital obtido. As principais áreas de decisão financeira são: investimentos,
distribuição de lucros e financiamento.

-Investimento: consiste na alocação do capital aos diversos projetos que a empresa pretende desenvolver,
sem esquecer os benefícios que eles devem gerar no futuro. Essa decisão envolve riscos, pois benefícios
futuros não podem ser determinados com certeza, podem ser apenas estimados. Além de selecionar novos
investimentos, a empresa precisa administrar eficientemente os recursos financeiros existentes, alocando a
cada unidade organizacional o capital necessário para suas operações.
-Distribuição de Lucros: consiste na determinação da porcentagem dos lucros a ser distribuída entre os
sócios (ou acionistas), em forma de dinheiro ou na compra de cotas (ou ações). A decisão sobre o percentual
de lucro a ser distribuído está diretamente (e é inversamente proporcional) relacionada à necessidade de
financiamento das atividades da empresa.

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-Financiamento: determinará qual a melhor forma de conseguir recursos financeiros para manter as
operações e os investimentos da empresa, ou seja, estabelecer a estrutura de capital mais adequada para a
empresa. Deve-se ser levado em conta o retorno desejado pelos sócios (acionistas) e o custo do capital
(juros).

Função Mercadológica (Marketing):

As atividades de marketing contribuem para determinar as necessidades e desejos do consumidor e as


formas de atende-lo por meio de produtos e/ou serviços que o satisfaçam. O objetivo maior da função de
marketing é levar o consumidor à repetição da compra do produto e/ou do serviço.
O núcleo central da função de marketing compreende:

-O planejamento do produto: envolve um grande número de pesquisas para determinar as oportunidades


que o mercado oferece e o comportamento do consumidor, a fim de definir suas preferências e necessidades.
-A criação da demanda: para gerar a procura pelo produto ou serviço, a empresa utiliza diversas técnicas
de propaganda, publicidade e promoção de vendas. O cliente deve ser levado a desejar aquele produto ou
serviço que a empresa oferece.
-A distribuição: deve-se considerar também a distribuição física dos produtos, pois de nada serve criar
eficientemente a demanda, se o produto não estiver no local certo, na hora certa. A determinação do melhor
canal de distribuição, do estoque a ser mantido e do transporte adequado envolve uma decisão importante da
função mercadológica.
-A venda: é uma das operações mais importantes da função mercadológica. Em algumas empresas, ela é
realizada por iniciativa do consumidor, como nos supermercados ou nas vendas por catálogos; em outras,
por intermédio de vendedores.
-O acompanhamento do cliente (da venda): verificar a satisfação do cliente para que ele volte a comprar o
produto ou a utilizar o serviço oferecido.

Função Recursos Humanos:

O fator humano é o melhor recurso de que a empresa pode dispor, razão pela qual deveria ser o mais bem
administrado.
A função recursos humanos visa promover oportunidades que maximizem a contribuição individual,
proporcionando condições de trabalho favoráveis ao desenvolvimento profissional e estimulando confiança,
respeito e compreensão recíproca entre empregado e empregador.

As atividades que compõem essa função são:

-Estabelecimento da política de recursos humanos;


-Determinação das necessidades de mão-de-obra, constituindo o planejamento de recursos humanos;
-Recrutamento interno ou externo, visando à promoção ou à renovação da força de trabalho,
respectivamente;
-Seleção do pessoal necessário para atender aos requisitos dos cargos vagos ou das novas atividades
desenvolvidas;
-Educação continuada a fim de aumentar a capacitação ou as habilidades do pessoal, contribuindo para a
atualização e desenvolvimento da mão-de-obra administrativa ou técnica;
-Avaliação do desempenho, utilizando medidas de eficiência ou eficácia estabelecidas de acordo com os
resultados esperados;
-Promoção ou transferência do pessoal com resultado efetivo da avaliação do desempenho;

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-Elaboração de planos de carreira, com base em estudos de cargos e salários, que estimulem a colaboração e
a participação dos funcionários.

5- OS PARCEIROS DAS ORGANIZAÇÕES

Antigamente, somente os acionistas ou proprietários, os administradores (diretores e gerentes) e os


funcionários eram considerados como participantes da organização.
Os acionistas ou proprietários contribuíam com o capital financeiro Os administradores se incumbiam de
dirigi-la.
Os funcionários executavam as tarefas e operações por meio do seu trabalho.
Essa antiga e restrita visão foi substituída por uma visão mais moderna e abrangente (stakeholders). Para
poderem funcionar e alcançar sucesso em suas operações, as organizações precisam da contribuição
conjugada e simultânea de vários parceiros. Para obter e incrementar essa contribuição, as organizações
precisam fazer com que ela valha a pena: a organização precisa recompensar adequadamente cada
contribuição com moeda igual ou maior, como veremos adiante. Esses parceiros podem estar dentro ou fora
da organização. Todos mantêm relações de reciprocidade com a organização: proporcionam contribuições
em troca de incentivos, enquanto a organização proporciona incentivos em troca de contribuições.

PARCEIROS CONTRIBUIÇÕES INCENTIVOS


(Participantes) (Investimentos feitos) (Retornos esperados)
Empregados Contribuem com o trabalho, esforço, São motivados por salários, benefícios,
dedicação pessoal, desempenho, prêmios, elogios, reconhecimento,
conhecimento, habilidades, oportunidades, permanência no emprego.
competências.
Investidores ou Contribuem com dinheiro na forma de São motivadospor rentabilidade,
Proprietários ações, empréstimos, financiamentos, lucratividade, liquidez, retorno do
créditos. investimento, dividendos.
Fornecedores Contribuem com materiais, matérias- São motivados por negócios, preço,
primas, tecnologias, serviços condições de pagamento, faturamento,
especializados. lucratividade, retorno do investimento.
Clientes Contribuem com dinheiro pela aquisição São motivados por preços, condições de
dos produtos ou serviços oferecidos pela pagamento, satisfação de necessidades,
organização e pelo seu consumo ou alcance de expectativas.
utilização
Figura: Os parceiros da Organização.
Fonte: CHIAVENATO, 2005, p. 28.

RELAÇÕES DE RECIPROCIDADE

Entre os parceiros e a organização existe uma forte relação de reciprocidade: a organização espera que os
parceiros tragam contribuições e concede-lhes incentivos e recompensas para incentiva-los a aumentar suas

contribuições. Da mesma forma os parceiros proporcionam contribuições e esperam incentivos e


recompensas em troca.
Cada parte faz investimentos na outra com a expectativa de obter retornos, mediatos ou imediatos, tomando
decisões sobre a continuidade ou não de seus investimentos em função do retorno alcançado.
Essa reciprocidade é importante para a compreensão dos intercâmbios que ocorrem dentro e fora da
organização. Daí a chamada teoria do equilíbrio organizacional que pode ser explicada da seguinte maneira:
1. Incentivos: são “pagamentos” feitos pela organização aos seus parceiros.
2. Contribuição: são os “pagamentos” que cada parceiro efetua à organização a que está ligado.
3. A organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de numerosas pessoas e
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outras organizações que são parceiros da organização.
4. Todo parceiro somente manterá sua participação na organização enquanto os incentivos ou
recompensas que lhe são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhes são
exigidas.
5. As contribuições trazidas pelos parceiros constituem a fonte da qual a organização se supre e se
alimenta para proporcionar os incentivos aos parceiros.
6. A organização será “solvente” somente enquanto as contribuições forem suficientes para
proporcionar incentivos ou recompensas em quantidade e qualidade suficiente de modo a induzir os
parceiros à prestação de contribuições.
As relações de intercâmbio entre organizações e pessoas devem ser relativamente equilibradas, o que
significa que ambas as partes devem ter algum retorno significativo nesse relacionamento. O equilíbrio
organizacional de corre exatamente disso.
Assim, pessoas e organizações então envolvidas em um íntimo e prolongado inter-relacionamento (uma
simbiose). As pessoas precisam das organizações para trabalhar, colaborar participar e ganhar a vida ou para
obter produtos, serviços, entretenimento e conveniências. Por outro lado, as organizações dependem das
pessoas para poderem operar e funcionar satisfatoriamente e Vander seus produtos e serviços. Existe uma
expectativa recíproca que realimenta seus relacionamentos e interações.

O que as pessoas esperam das organizações


As pessoas se sentem impelidas a ingressar em uma organização, aplicar seus talentos e competências,
trabalhar, assumir riscos e nela permanecer em função de algumas expectativas. Embora as expectativas
mudem de pessoas para pessoa, em geral, podemos dizer que elas buscam:
1. Um excelente lugar para trabalhar: onde as pessoas tenham bem-estar físico e psicológico para
trabalhar, sentindo-se importantes, valiosas e que seu trabalho é imprescindível para o sucesso da
organização.
2. Reconhecimento e recompensas: salário, benefícios e incentivos que traduzam o reconhecimento
pelo bom trabalho, servindo de reforço positivo para que elas aprimorem cada vez mais o desempenho
e a satisfação.
3. Oportunidade de crescimento: educação e carreira que assegurem condições para o desempenho
pessoal e profissional – o que dependerá exclusivamente do seu esforço e dedicação pessoal.
4. Participação nas decisões: envolvimento e inclusão das pessoas nas decisões principais da
organização.
5. Liberdade e autonomia: responsabilidade pessoal pelo trabalho é indispensável.
6. Apoio e suporte: por meio de uma liderança renovadora, coaching e que proporcione retaguarda
quanto a orientação, aconselhamento, preparação, capacitação, direcionamento e impulso às pessoas.
7. Empregabilidade e ocupabilidade: empregabilidade é a capacidade de conquistar e manter um
emprego em uma organização, e a ocupabilidade é a capacidade de manter uma atualização
profissional intensiva e constante que assegure a flexibilidade, oportunidades de carreira, projetos,
tarefas, dentro ou fora da organização.
8. Camaradagem e coleguismo: as pessoas buscam um relacionamento humano caracterizado pelo
respeito mutuo, confiança recíproca e amizade autêntica.
9. Divertimento, alegria e satisfação: traduzidos em um clima organizacional agradável, descontraído e
informal de trabalho em que as pessoas se sentem bem e desejam permanecer e colaborar.
10. Qualidade de vida no trabalho: traduzida em termos de satisfação no trabalho, adequação da tarefa,
cultura e clima organizacional, espírito de equipe e de coleguismo, salários e benefícios percebidos,
etc.

O que as organizações esperam das pessoas


O trabalho organizacional depende fundamentalmente de pessoas. Embora as organizações possuam
recursos (financeiros, materiais e mercadológicos) e uma infra-estrutura tecnológica (máquinas,

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equipamentos e tecnologia), elas necessitam de pessoas para utilizar esses recursos e operar a tecnologia
eficiente e eficazmente. Os recursos e a tecnologia não são auto-suficientes, eles funcionam como
ferramentas ou instrumentos de trabalho das pessoas. Por isso a necessidade de capacitar as pessoas para que
elas acompanhem o rápido desenvolvimento da tecnologia. Em geral, o que as organizações buscam nas
pessoas são aspectos como:
1. Foco na missão organizacional: é importante que as pessoas conheçam o papel da organização na
sociedade e no ambiente e que possam contribuir para a realização da missão organizacional. A missão
organizacional precisa estar sempre na cabeça e no coração das pessoas.
2. Foco na visão de futuro: é importante que as pessoas conheçam os objetivos organizacionais e a
visão organizacional desejada para que possam contribuir para o futuro da organização.
3. Foco no cliente: quando as pessoas estão focadas no cliente podem melhor servir as interesses deste e
contribuir para a sua satisfação.
4. Foco em metas e resultados: mais importante que focar os meios é focar os fins. O caminho é
importante, entretanto mais importante é aonde se pretende chegar.
5. Foco em melhoria e desenvolvimento contínuos: isso significa uma atitude crítica quanto ao
presente e uma preocupação constante de melhorar e melhorar sempre rumo a perfeição. As
organizações estão precisando de pessoas preocupadas em melhorar e desenvolver métodos e
processos, produtos e serviços, agregar valor e criar riqueza.
6. Foco no trabalho participativo em equipe: o trabalho em equipe – com participação e envolvimento
– tem um efeito multiplicador de talentos e competências. Por essa razão, o trabalho em equipe está
em evidencia nas organizações, seja como células de produção, equipes autogerenciadas, forças-
tarefas, grupos de envolvimento, etc.
7. Comprometimento e dedicação: cada pessoa está sendo entendida como uma fornecedora de talentos
e competências para as organizações e não mais um funcionário burocrata como antigamente.
8. Talentos, habilidade e competências: cada pessoa contribui com talento, habilidades e competências
pessoas para a organização.
9. Aprendizado e crescimento profissional: a capacidade de aprender e de crescer profissionalmente é
indispensável para que as pessoas mantenham sua empregabilidade e ocupabilidade no longo prazo em
um mundo de negócios em constante mudança e transformação.
10. Ética e responsabilidade: as pessoas precisam ter uma conduta dentro de um código de ética e de
responsabilidade solidária.

Contrato psicológico
Essas expectativas mútuas entre pessoas e organizações geram as condições para a definição do contrato
psicológico. Embora nem sempre haja um acordo formal ou algo claramente dito e acordado, o contrato
psicológico é um entendimento tácito entre individuo e organização, no sentido de que uma vasta gama de
direitos, privilégios e obrigações consagrados pelo uso serão respeitados e observados pelas partes
envolvidas.
A interação entre ambas as partes depende de como as expectativas mútuas estão sendo alcançadas e
satisfeitas. O contrato psicológico funciona como uma norma de reciprocidade entre as partes envolvidas.

O AMBIENTE EXTERNO
Tudo o que vimos até aqui faz parte do ambiente interno das organizações, ou ambiente organizacional.
Porém iremos tratar o ambiente externo das organizações: tudo o que ocorre fora da organização, mas que a
influencia de maneira constante e poderosa.
Para se compreender a dinâmica organizacional é preciso entender o contexto em que as organizações
vivem e proliferam. O meio ambiente ou contexto ambiental representa todas as forças externas que
influenciam as organizações e o seu comportamento.
O ambiente é algo vasto, imenso, complexo, mutável e desafiador, e trás incertezas à organização. O
ambiente não é somente composto por outras organizações, mas também de um complexo de forças e

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variáveis interagentes (econômicas, tecnológicas, culturais, legais, políticas e demográficas) que são
fenômenos ambientais que formam um campo dinâmico de forças e apresentam um efeito sistêmico e
resultante que nem sempre podem ser previstas.

Mapeamento do Ambiente
O ambiente é extremamente vasto e complexo, logo as organizações precisam sondar, explorar e discernir o
ambiente para reduzir as incertezas. Para isso, é necessário mapear o espaço ambiental.
Entretanto, o mapeamento ambiental apresenta quatro dificuldades:
- Seleção ambiental: é impossível conhecer todas as variáveis ambientais de uma organização de uma
só vez. Logo, é necessário selecionar seu ambiente, ou seja, escolher apenas aquelas partes que
dizem respeito à atuação ou ao objetivo da organização.
- Percepção do ambiente: é subjetiva e depende das expectativas, experiências, problemas,
convicções e motivações de cada organização. O mesmo ambiente pode ser percebido de maneira
distinta por duas organizações. A percepção ambiental envolve um conjunto de informações
selecionadas e estruturadas em razão da experiência, das necessidades e das intenções da
organização em uma certa situação.
- Consonância e dissonância: existe consonância quando as pressuposições da organização a respeito
do ambiente são confirmadas. Caso isso não ocorra, a ação organizacional será incoerente em relação
ao ambiente, devendo a organização procurar estabelecer o equilíbrio perdido, modificando suas
crenças anteriores ou buscando novas informações no ambiente.
- Limites ou fronteiras: são linhas imaginárias que definem o que é a organização e o que é o
ambiente. É difícil delimitar organização e ambiente, pois eles não são facilmente separáveis. A ação
organizacional influencia o ambiente por meio de seus produtos/serviços, e é influenciada por eles na
medida em que esses produtos e/ou serviços são determinados em virtude das necessidades e gostos
desses consumidores. Aspectos legais e fiscais também delimitam fronteiras geográficas de atuação
organizacional.

Ambiente geral ou macroambiente


As organizações atuam em um mundo humano, social, político e econômico em constante mudança.
Para melhor definir e compreender o que constitui o ambiente externo de uma organização, deve-se
decompô-lo em dois segmentos:
 Ambiente geral ou macroambiente, que é comum a todas as organizações;
 Ambiente específico ou ambiente tarefa, próprio de cada organização.
O ambiente geral é constituído por um conjunto amplo, complexo e difuso de fatores que influenciam as
organizações. Não é algo concreto que as organizações possam interagir diretamente, mas influencia suas
decisões e as estratégias adotadas.
O ambiente geral é constituído das seguintes variáveis:
- Variáveis tecnológicas: constituem um dos aspectos ambientais mais críticos em virtude da grande
influencia e do forte impacto que a tecnologia exerce sobre as organizações. Tecnologia deve ser
entendida como todo conhecimento utilizado pela empresa na realização das tarefas organizacionais.
É uma variável ambiental e organizacional, pois pode ser desenvolvida pela própria organização.
- Variáveis políticas: envolvem as decisões tomadas pelos governos. Incluem o cima político e
ideológico e ainda refletem a estabilidade política e institucional. Tendências ideológicas definem os
rumos das políticas econômica, fiscal ou tributária, de saúde, de educação, etc.
- Variáveis econômicas: dependem do contexto econômico geral, podendo determinar, muitas vezes, o
volume de operações da organização, o nível de preços e de lucratividade potencial, a facilidade ou
dificuldade na obtenção de recursos básicos, os mecanismos de oferta e de procura do mercado em
geral, entre outros elementos.
- Variáveis legais: constituídas pelo conjunto de leis e normas legais que regulam, controlam,
incentivam ou restringem determinado comportamento organizacional. Depende do contexto

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político, econômico e social.
- Variáveis sociais: a organização é uma unidade social e econômica, portanto, está sujeita a variáveis
sociais. Essas variáveis representam as características da sociedade em que a organização opera.
Assim, a opinião pública pode facilitar ou dificultar a aceitação de produtos, sendo a imagem da
empresa um fator puramente social que representa a visão da sociedade sobre a empresa.
- Variáveis demográficas: dizem respeito a determinadas características da população, tais como
crescimento populacional, raça, religião, distribuição geográfica, distribuição por sexo e/ou por
idade. Essas variáveis penetram nas organizações por meio das pessoas, tornando-se também uma
variável interna.
- Variáveis ecológicas: são determinadas pelo quadro físico e natural que rodeia a organização. As
organizações, hoje, e a própria sociedade consideram a preocupação com o meio ambiente e sua
preservação como objetivo organizacional e social.
- Variáveis culturais: Refletem os valores, pressupostos básicos e hábitos que prevalecem em uma
sociedade e são levados para as organizações pelas pessoas. Com a globalização da economia, esses
aspectos são importantes para as organizações em face das diferentes culturas com as quais precisam
lidar em virtude dos negócios internacionais que empreendem.

Ambiente específico ou ambiente de tarefa


É o meio ambiente externo de cada empresa. Nele se situam outras organizações, instituições, grupos e
indivíduos com que a empresa entra em interação direta para operar. Constitui o contexto ambiental mais
próximo que fornece as entradas (insumos) e absorve as saídas (produtos e/ou serviços) das organizações.
O ambiente específico é o ambiente de ação direta, composto por stakeholders, que seriam indivíduos ou
grupos, direta ou indiretamente, afetados pela organização na busca de seus objetivos.
O ambiente específico ou de tarefa é constituído por:
- Clientes: constituem o mercado consumidor da organização. Eles trocam recursos, geralmente sob a
forma de capital financeiro, pelos produtos ou serviços de uma organização. Um cliente pode ser
uma instituição ou um indivíduo. Os administradores devem se preocupar em manter os clientes
antigos e atrair novos, por meio de preços, da qualidade, dos serviços e das disponibilidades do
produto e/ou serviço que oferecem, lembrando que os valores, preferências ou necessidades dos
clientes tendem a mudar com o tempo, e as organizações precisam estar atentas a esses fatores para
sobreviver.
- Fornecedores: suprem as necessidades de recursos produtivos, matéria-prima e/ou serviços da
organização. Os insumos que a organização traz do ambiente – e o que faz com eles – irão
determinar a qualidade e o preço de seu produto ou serviço final. Assim, as organizações tentam
aproveitar-se da competição entre fornecedores para obter preços menores, trabalhos de melhor
qualidade e entregas mais rápidas. Hoje, a terceirização fez com que o trabalho que não é essencial e
nem compatível com a vocação da organização fosse transferido para os fornecedores,
transformando custos fixos em custos variáveis, com significativas vantagens para as organizações.
- Concorrentes: disputam tanto o mercado consumidor quanto o mercado fornecedor de recursos. Para
aumentar sua participação no mercado, uma organização deve se aproveitar de uma dessas duas
oportunidades: conseguir mais clientes ou vencer seus competidores. Existem os oligopólios, onde a
concorrência é limitada, e os monopólios, os produtos e serviços são fornecidos por uma única
organização, estes últimos estão sujeitos à regulamentação por parte do governo.
- Grupos reguladores: são instituições como governo, os sindicatos, as associações de empresas, de
empregados entre outros que impõem controles, limitações ou restrições sobre as organizações, uma
vez que regulam, normatizam, monitoram, avaliam ou fiscalizam a ação organizacional.
Neste contexto, as organizações buscam o seu domínio, estabelecendo relações de poder ou de dependência
com outros elementos do ambiente. Por meio das estratégias, as organizações buscam maximizar o poder e
minimizar a dependência em relação ao seu ambiente especifico.

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Dinâmica Ambiental
A dinâmica ambiental tenta mostras um pouco mais do comportamento ambiental. O ambiente não é uma
massa homogênea e estável, mas um campo dinâmico em que atuam inúmeras forças com naturezas,
dimensões, sentidos e direções diferentes, mudando a cada momento e fazendo com que a organização reaja
ou aja para adaptar-se a elas.
Há influências positivas e negativas ou restritivas, que facilitam ou dificultas as operações da organização,
tais como;
- Restrições: são limitações que reduzem o grau de liberdade da empresa.
- Coações: são imposições do ambiente às quais a organizações não podem deixar de atender.
- Contingências: são eventos prováveis que afetam muito a organizações.
- Problemas: são eventos correntes.
- Oportunidade: são situações favoráveis à organização.
O ambiente específico ou ambiente tarefa pode ser analisado segundo o grau de diversidade ou grau de
estabilidade que apresenta.
Segundo o grau de diversidade:

- Ambiente de Tarefa Homogêneo: aquele em que os fornecedores, clientes, concorrentes e agentes


reguladores são pouco diferenciados.
- Ambiente de Tarefa Heterogêneo: aquele em que os fornecedores, clientes, concorrentes e agentes
reguladores são altamente diferenciados.
Segundo o grau de estabilidade:
- Ambiente de Tarefa Estável: os fornecedores, clientes, concorrentes e agentes reguladores não
apresentam mudanças relevantes. O ambiente é conservador, previsível e rotineiro.
- Ambiente de Tarefa Mutável: os fornecedores, clientes, concorrentes e agentes reguladores
apresentam comportamento instável, dinâmico, imprevisível e turbulento provocando muita
incertezas.

6- ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS ABERTOS

O conceito de sistema aberto adapta-se a todas as coisas vivas que mantêm relações com o meio ambiente.
Um sistema é um conjunto de elementos ou subsistemas, dinamicamente inter-relacionados, desenvolvendo
uma atividade ou funções para atingir um ou mais objetivo/propósitos.
Um sistema funciona com um todo organizado logicamente, o que demonstra o aspecto da totalidade que
possui.
As organizações funcionam como sistemas abertos, já que elas estão em um processo contínuo e incessante
de trocas e intercâmbio com o ambiente. As organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas.
Todo sistema apresenta:
- Entradas (inputs): são constituídas por recursos humanos, financeiros e materiais necessários ao
funcionamento do sistema.
- Operações ou processamentos: representa a etapa de transformação dos recursos em produtos ou
serviços, por meio da tecnologia e do conhecimento.
- Saídas (outputs): compreendem as mercadorias, serviços e realizações que contribuirão para alcançar
os objetivos ou propósitos do sistema.
- Retroação (feedback): é o mecanismo responsável pela promoção do equilíbrio e da estabilidade do
sistema, possibilitando a homeostasia (equilíbrio dinâmico do sistema).
- Subsistemas: são as partes do sistema em que se desenvolvem as atividades interdependentes e
interatuantes. Nas organizações, essas partes são especializadas e interligadas por uma rede de
comunicação.
As organizações são sistemas abertos que se relacionam com o ambiente externo: elas retiram daí insumos,
que, uma vez processados, são devolvidos ao ambiente na forma de produtos e/ou serviços.

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Enquanto os sistemas fechados – como máquinas e equipamentos - se conectam com o ambiente de maneira
previsível e mecânica por meio de entradas e saídas perfeitamente conhecidas e que tem um comportamento
previsível e predeterminado. Os sistemas abertos interagem dinamicamente com o ambiente através de uma
multiplicidade de entradas e saídas que não são exatamente conhecidas e nem obedecem às relações diretas
de causa e efeito.
As organizações como sistemas abertos apresentam as seguintes características:
- Importação e exportação: a organização importa continuamente do ambiente os recursos, materiais e
energias necessários para abastecer suas operações e exporta continuamente para o ambiente os
produtos ou serviços que produz.
- Homeostasia: é a tendência de o sistema aberto permanecer em um equilíbrio dinâmico. A
homeostasia garante a estabilidade e o estado firme do sistema apesar de todas as variações que
ocorrem no ambiente.
- Adaptabilidade: é a mudança na organização do sistema, na sua interação ou nos padrões requeridos
para conseguir um novo e diferente estado de equilíbrio com o sistema externo, mas por meio do seu
status quo interno.
- Morfogênese: é a capacidade que os sistemas abertos têm de modificar a si próprios de maneiras
estruturais. É uma decorrência da adaptabilidade do sistema aberto ao seu ambiente. A organização
pode modificar continuamente a sua constituição e estrutura para melhorar o alcance de seus
objetivos.
- Entropia negativa ou Negentropia: a entropia é um processo pelo qual todas as formas organizadas
tendem a exaustão, à desorganização, à desintegração e, por fim, à morte. Para sobreviver os
sistemas abertos se reabastecem de insumos e energia além de suas necessidades básicas no sentido
de manter indefinidamente sua estrutura organizacional por meio da entropia negativa.

- Sinergia: representa um esforço simultâneo de várias partes ou subsistemas da organização em


benefício da mesma função. A sinergia é um efeito multiplicador das partes fazendo com que o
resultado de uma organização seja diferente da soma de suas partes ou de seus insumos. O resultado
do todo pode ser maior do que o de suas partes.

ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS SOCIAIS


As organizações são sistemas sociais, isto é, sistemas compostos de pessoas em contínua e incessante
interação. Elas representam a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a
finalidade precípua de efetuar transações planejadas com o ambiente.
Na sociedade moderna, o processo produtivo é realizado nas organizações, pois o ser humano depende
delas. O propósito de qualquer organização é produzir bem ou serviço que seja útil para a sociedade.
As organizações podem ser:
a) Com finalidade lucrativa (empresa): produzem e vendem produtos e serviços visando um retorno
financeiro de suas operações. Distinguem-se das demais organizações devido:
- São orientadas para o lucro;
- Assumem riscos que são o ingrediente do negócio;
- São dirigidas por uma filosofia de negócio;
- São avaliadas, geralmente, sob um ponto de vista contábil, onde expressa sua situação
econômico-financeira;
- Constituem propriedade privada.
b) Sem finalidade lucrativa (organizações não empresariais): produzem serviços visando ao benefício
público, como assistência às saúde, educação, sistema judiciário, segurança, manutenção de ruas e
estradas. Na sua grande maioria, as organizações não-lucrativas são repartições públicas,
organizações municipais, estaduais e federais, presídios, abastecimento de água e esgotos, etc.
Existem organizações de todos os tipos, características e funcionamento, sendo constituídas por subsistemas

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em que as funções específicas necessárias à sua sobrevivência são desempenhadas.
Os subsistemas organizacionais podem ser identificados segundo diversos parâmetros, dependendo da
análise que se deseja fazer. Porém destacaremos os subsistemas funcionais e hierárquicos.
c) Subsistemas Hierárquicos: Nível institucional ou estratégico; Nível intermediário ou gerencial; e
Nível operacional ou técnico.
d) Subsistemas Funcionais: Subsistemas de produção; Subsistemas financeiros; Subsistemas de
marketing; e Subsistemas de recursos humanos.
As organizações nascem, crescem, vivem e morrem, passando por ciclos vitais de crescimento, maturação,
expansão, consolidação e declínio como qualquer organismo vivo.

7- ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Etimologicamente “ética” (origem grega “ethos”) e “moral” (origem do latim “morale”) são palavras
sinônimas. O Dicionário Aurélio traz a seguinte definição para o termo: “Ética é o estudo dos juízos de
apreciação referentes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,
seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
Ética é o conjunto de princípios morais ou valores que definem o que é certo ou errado para uma pessoa ou
grupo ou organização.
A questão ética é fundamental no mundo coorporativo porque a partir dela pode-se julgar a correção moral
de uma decisão. A preocupação com certos padrões éticos de comportamento não é nova. Entretanto, até
pouco tempo esta era uma cobrança que se limitava apenas à esfera individual, ou seja, ao empresário, e não
se aplicava à organização.
Ética coorporativa refere-se a como a companhia incorpora valores essenciais, como honestidade, confiança,
respeito e justiça, às suas políticas, práticas e processos decisórios em todos os níveis da organização.
A ética nas organizações constitui um elemento catalisador de ações socialmente responsáveis da
organização por meio de seus parceiros e dirigentes. Sem serem éticas as organizações não podem ser
competitivas, já que ética e competitividade são inseparáveis. A utilização de práticas éticas não está
necessariamente ligada à lucratividade, mas é inevitável o conflito entre práticas éticas e a ênfase no lucro.

O importante é que a utilização de práticas éticas nos negócios melhora a saúde organizacional em
quatro aspectos:

- Na produtividade: quando a administração enfatiza a ética em suas ações diante de seus parceiros, os
funcionários são afetados direta e positivamente. Quando uma organização assegura a saúde e o
bem-estar dos funcionários, tal ação se reveste na melhora da produtividade.
- Na prática administrativa ética: afetando positivamente os parceiros externos, como fornecedores e
clientes. Uma imagem pública positiva pode atrair consumidores que visualizam a imagem da
organização como favorável ou desejável.
- Na uniformização dos critérios, sobretudo de tomada de decisão na instituição, o estabelecimento de
parâmetros para solução de conflitos, a integração entre funcionários e o estímulo ao
comprometimento.
- Minimização da regulamentação pelas agencias governamentais: quando as organizações são
confiáveis quanto à ação ética, a sociedade deixa de pressionar por um reforço nas exigências legais

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ou por uma legislação que regule mais intensamente os negócios.
As empresas estão formulando programas de ética baseados na definição de valores que proporcionam
diretrizes para os processos decisórios. Os processos têm levado a institucionalizar iniciativas éticas
que incluem, mas não limitam, a declaração de missão, o comitê de ética, as ouvidorias, as estratégias
de comunicação de ética, os cursos e treinamentos em ética, avaliação contínua e prêmios e sanções.

Fatores que influenciam as decisões éticas


A ética influencia todas as decisões dentro da organização. Existem três fatores que influenciam as decisões
éticas em uma organização:
- Intensidade ética: é o grau de preocupação que as pessoas têm a respeito de algum assunto ético.
Cada decisão está sujeita a uma intensidade ética. Muitas decisões coorporativas são encaradas como
decisões éticas, pois se preocupam em fazer as coisas certas.
- Desenvolvimento moral: as decisões éticas dependem do nível de desenvolvimento moral alcançado
pela organização ou pessoa.
- Definição de princípios éticos: muitas organizações definem princípios éticos para guiar e orientar o
comportamento de seus parceiros.
Os três fatores são indispensáveis para a compreensão da conduta ética das organizações.

Código de ética
O código de ética é um instrumento de realização dos princípios, visão e missão das empresas. Orienta as
ações dos empregados e deixa clara a postura social da empresa em relação ao público com o qual se
relaciona.
Para definir sua ética e sua forma de atuar, cada empresa precisa saber o que deseja e espera de cada um dos
seus empregados. Desta forma, cada código de ética é único e formado por um conjunto de políticas e
práticas específicas que abrangem os campos mais vulneráveis e criam parâmetros de comportamento para
tornar claras as responsabilidades.
Muitas organizações têm o seu código de ética para orientar e guiar o comportamento de seus parceiros.
Duas coisas devem acontecer para que o código de ética encoraje as decisões e comportamento éticos das
pessoas.
1. As companhias devem comunicar o seu código de ética a todos os seus parceiros, isto é, às pessoas
dentro e fora da organização.
2. As companhias devem cobrar continuamente comportamento ético de seus parceiros seja por meio
do respeito aos seus valores básicos, seja por meio de práticas específicas de negócios.
Dentre vários tópicos abordados num código de ética, predominam alguns relativos às leis do país, conflitos
de interesse, proteção ao patrimônio da instituição, transparência nas comunicações internas e com os
STAKEHOLDERS, denúncia, prática de suborno e também encontramos freqüentemente tópicos relativos às
relações com os empregados, passando por contratação, desenvolvimento profissional, lealdade, respeito
entre chefes e subordinados, saúde e segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual,
alcoolismo e uso de drogas, entre outros.
As organizações bem-sucedidas definem seus valores e estão continuamente preocupadas em treinar seu
pessoal para que este possa tomar decisões éticas. Os principais objetivos do treinamento em ética
organizacional são:
- Desenvolver a atenção das pessoas quanto à ética: ajudar as pessoas a reconhecer quais os assuntos
que são éticos.

- Alcançar credibilidade com as pessoas: em vez de ensinar conceitos, muitas organizações criam
situações do mundo real par ensinar comportamentos.
- Ensinar às pessoas um modelo ético de tomada de decisão: um modelo simples que ajude as pessoas

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a pensar sobre as conseqüências de suas escolhas.


A prática ética apresenta desafios e o que é exigido das corporações socialmente responsáveis são práticas
condizentes com normas de caráter. Há casos em que agir em conformidade apenas com as leis vigentes em
um determinado país pode levar organizações a atitudes empresariais internacionalmente inaceitáveis.
Temos que lembrar que a ética não deve estar associada a convicções perenes, que a consciência e o bom
senso das pessoas é fundamental, que crenças e valores são mutáveis no decorrer do tempo, que o
comportamento ético nem sempre traz resultados financeiros e que a confiança diminui custos de controle.

8- RESPONSABILIDADE SOCIAL
“Os lucros econômicos investidos sabiamente podem produzir benefícios sociais não apenas para poucos,
mas para todos.” Kofi Annan/2002
A citação de Kofi Annan ilustra a posição das organizações atuais a respeito da responsabilidade social.
Apesar de muito atual, a preocupação com esse tema pode ser observada já nas primeiras empresas na Idade
Moderna. Em alguns momentos ao longo da história exigia-se que as empresas e os indivíduos mais ricos
ajudassem e zelassem pelos menos afortunados. Entretanto, o caráter dessas atitudes era paternalista e a
filantropia empresarial era uma exceção. O auxílio à comunidade ocorria no âmbito dos proprietários e não
como uma política corporativa.
Idade Média
Marcos históricos Início da formação do comércio.
Valores sociais O comércio é considerado algo sujo.
preponderantes
Definição sintética de A empresa não tem direitos, tem apenas deveres para com a Igreja.
Responsabilidade Social
Idade Moderna
Marcos históricos Reforma Protestante.
Valores sociais O enriquecimento passa a ser algo legítimo. Presença marcante do
preponderantes Estado.
Definição sintética de Não há responsabilidade social. O enriquecimento dá legitimidade a
Responsabilidade Social qualquer ação empresarial.
Idade Contemporânea até a Globalização da Economia
Marcos históricos Teses liberalizantes de Adam Smith.
Valores sociais O indivíduo é o cerne das atividades econômicas, mas deve zelar pelas
preponderantes pessoas menos favorecidas.
Definição sintética de A responsabilidade social das empresas é enriquecer seus proprietários,
Responsabilidade Social desde que estejam perante a lei. De maneira paternalista, os empresários
devem, individualmente, auxiliar os menos afortunados.
Fonte: Estratégia Empresarial e Responsabilidade Social Corporativa – Um Estudo Correlacional – Dissertação de
Mestrado - Edson Ricardo Barbero - 2003 – Universidade de São Paulo

O surgimento do terceiro setor fez com que as empresas se envolvessem na resolução de problemas sociais
decorrentes da falta de ação dos Estados, e, com a globalização, essas ações também ganharam âmbito
mundial.
Neste contexto, a Responsabilidade Social passou a ser um processo que envolve diversos segmentos da
sociedade e no qual todos têm responsabilidade pelo bem estar coletivo.
A responsabilidade social significa o grau de obrigações que uma organização assume por meio de ações
que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à medida que procura atingir seus próprios interesses.
A definição de responsabilidade social elaborada pelo Conselho Empresarial Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável é a seguinte:
“Responsabilidade social corporativa é o comprometimento permanente dos empresários de adotar o
comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico simultaneamente à qualidade
de vida de seus empregados e de seus familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo”.

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Na esteira do termo Responsabilidade Social surge um outro conceito que é o de empresa-cidadã, um tipo
de organização comprometida com a qualidade de vida da sociedade. No quadro abaixo estão listadas

características de três diferentes tipos de empresa: uma voltada para o negócio, outra para a satisfação dos
grupos de interesse (stakeholders) ou para a organização social e a empresa-cidadã:

Negócio Organização Social EMPRESA-CIDADÃ


 Interesse financeiro  satisfação dos stakeholders  Compromisso ético
 Visão imediatista  Respeito aos parceiros
 Contribuição para a elevação
 Retorno do capital do
 Orientação econômica meio social

Modelo de Responsabilidade Social Corporativa


Davis (CHIAVENATO: 2005, p. 49) oferece um modelo de responsabilidade social corporativa, a partir de
cinco proposições – porque e como à obrigação de tomar ações que protejam e melhorem o bem-estar da
sociedade e da organização:
1. A responsabilidade social emerge do poder social
2. As organizações devem operar em um sistema aberto de duas vias, com recepção aberta de insumos da
sociedade e expedição aberta de suas operações para o público.
3. Os custos e benefícios sociais de uma atividade, produto ou serviço devem ser calculados e considerados
nas decisões prévias sobre elas.
4. Os custos sociais relacionados a cada atividade, produto ou serviço devem ser repassados ao
consumidor.
5. Como cidadãs, as organizações de negócios devem ser envolvidas na responsabilidade por certos
problemas sociais que estão fora de suas áreas normais de operação.

Abordagens quanto à responsabilidade social


Toda organização produz alguma repercussão no seu ambiente. Essa repercussão pode ser:
- Positiva: quando a organização beneficia o ambiente por meio de suas decisões e ações.
- Ou negativa: quando a organização traz problemas ou prejuízos ao ambiente.
Apenas recentemente as organizações passaram a preocupar-se mais com suas obrigações sociais.
Afinal, a quem a organização deve prestar contas? Aos seus proprietários e acionistas exclusivamente? Ou a
todos os seus parceiros (Stakeholders)? Assim existem duas perspectivas antagônicas sobre esse aspecto:
- A posição contrária à responsabilidade social: é o modelo que se preocupa basicamente em maximizar
lucros, ou seja, satisfazer os proprietários ou acionistas da organização. Ao maximizar os lucros, a
organização maximiza a riqueza e a satisfação dos proprietários e acionistas, que são pessoas ou grupos
com legítimos interesses na organização. A organização não deve assumir responsabilidade social direta.
Ela beneficia a sociedade ao criar novos empregos, pagar salários justos, além de contribuir para o bem-
estar público pagando impostos e oferecendo produtos e serviços aos clientes. Essa tese é profundamente
criticada pelo fato de omitir a justiça social.
- A posição favorável à responsabilidade social: a maior responsabilidade está na sobrevivência ao longo
prazo por meio da satisfação dos interesses dos múltiplos parceiros. Como a empresa é a maior potência
do mundo contemporâneo, ela tem a obrigação de assumir uma responsabilidade social correspondente.
Ser socialmente responsável tem seu preço, mas as organizações podem repassar com legitimidade aos
consumidores na forma de aumento nos preços. Quando a sociedade melhora, a organização se
beneficia.

Balanço Social
Para mostrar o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, uma instituição

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pode utilizar uma importante ferramenta, que é o Balanço Social. Sua função principal é tornar pública a
responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio-
ambiente.
O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente que reúne um conjunto de informações sobre
projetos, benefícios e ações sociais. Este balanço é dirigido aos empregados, investidores, analistas de
mercado, acionistas e à comunidade. Nele, as empresas informam o que investem em educação, saúde,
cultura, esporte e meio ambiente.
O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase lançou em 1998 o selo Balanço Social
Ibase/Betinho, numa referência ao sociólogo Herbert de Souza, que muito se empenhou para a divulgação
dos balanços sociais das empresas brasileiras. O selo prevê a realização do balanço de acordo com seu
próprio modelo visando à obtenção de um formato simples e passível de ser utilizado por empresas de
qualquer porte ou setor. As demandas sociais exigem mudanças nas estratégias e nos padrões gerenciais.

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