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SESACRE

Agente Administrativo

conhecimentos específicos
conhecimentos específicos
1. Noções de administração: 1.1. Almoxarifado ................................................................... 1
1.2 Redação oficial ............................................................................................................ 20
1.3 Relações humanas, comunicação e expressão, desenvolvimento organizacional,
atendimento público, guarda e conservação de materiais sob sua responsabilidade ............. 47
2. Rotinas de envio e recebimentos de ofícios, memorandos ............................................ 84
3. Gestão eletrônica de documentos .................................................................................. 95
4. Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos
............................................................................................................................................. 104
4.1. Classificação de documentos de arquivo. ................................................................ 109
4.2. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo............................................. 116
4.3. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo ................................................ 120
4.4. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivo............................. 126
4.5. Preservação e conservação de documentos de arquivo ........................................... 130
5. Noções de Direito Administrativo ................................................................................. 136
5.1. Administração direta e indireta. 5.2. Administração centralizada e descentralizada .. 147
5.3. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies .............. 170
6. Agentes públicos. 6.1. Espécies e classificação. 6.2. Cargo, emprego e função públicos
............................................................................................................................................. 188
7. Os Poderes constitucionais na administração pública .................................................. 196

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1
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
1. Noções de administração: 1.1. Almoxarifado

Prezado(a) Candidato(a), para entendermos o assunto de “Noções de Administração”, o conceito de


“Organizações” é essencial de se compreender previamente, tendo em vista que a Administração se
relaciona com a maneira de gestão das organizações.

Conceito de Organização1

Organização é uma palavra originada do Grego "organon" que significa instrumento, utensílio, órgão
ou aquilo com que se trabalha. Palavra que também pode ser entendida, como a forma que se dispõe um
sistema (conjunto de elementos), em relação ao modo como eles estão organizados, ou seja, como os
diversos elementos que o compõe estão coordenados e dispostos em um espaço.
No entanto, o conceito que queremos destacar se traduz à forma como ela é aplicada, seja na
organização escolar, na organização empresarial, na organização pessoal, na organização de eventos,
na organização doméstica, etc.
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se
inter-relacionam e na disposição e distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e
materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo objetivo.

Organização Empresarial

Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo
controlado e coordenado, por meio da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo
objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho.
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma
pessoa que exerce um papel fundamental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos
recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa.
Quanto a estrutura de uma organização, esta pode ser formal ou informal. Uma organização formal é
planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Já uma organização informal são as relações
geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução de uma
empresa.
Alguns elementos estão diretamente associados a uma organização, como por exemplo, clientes,
fornecedores, concorrentes, comunicação social, etc. Por isso, também merecem a atenção das
empresas.

Tipos e Importância das Organizações

A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo,
que podem ser vinculados ao desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação
das necessidades humanas.
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
permanentes ou temporárias. Vejamos algumas definições:

Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo
federal, estadual ou municipal.
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização.
Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados.

Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela
desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios.
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar
os necessitados, desenvolver atividades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro
não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, no entanto o lucro
dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários.

1
http://www.significados.com.br/organizacao/.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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Organização Permanente: é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre,
sem que isso impeça seu desaparecimento.
Organização Temporária: é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer logo que
a atividade tenha sido concluída.

Observe alguns exemplos para a melhor compreensão do assunto:


- A Petrobras é uma organização mista, permanente, com finalidade lucrativa.
- Um consórcio de empresas de engenharia constituído para construir uma estrada é uma organização
privada, temporária, com finalidade lucrativa.
- Um hospital municipal e uma associação de moradores são organizações permanentes, sem fins
lucrativos, o primeiro público e a segunda privada.

Já a respeito de sua importância podemos citar que:


Servem à Sociedade: são instituições sociais que refletem alguns valores e necessidades
culturalmente aceitos.
Realizam Objetivos: coordenam os esforços de diferentes indivíduos, permitindo-nos alcançar metas
que, de outra forma, seriam muito mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas.
Preservam o Conhecimento: como as universidades, museus e corporações são essenciais porque
guardam e protegem a maior parte do conhecimento que nossa civilização juntou e registrou.
Proporcionam Carreiras: proporcionam aos seus empregados uma fonte de sobrevivência.

Componentes de uma Organização

A figura abaixo apresenta um diagrama mostrando os principais componentes de uma organização,


vejamos:

Fonte: Adaptado de Maximiano, 1995.

Com isso podemos observar que toda organização é composta pelo que chamamos de inputs e
outputs, ou seja, entrada e saída, respectivamente, que ao passarem pelo processo de transformação,
são convergidos em objetivos, e claro, nos produtos ou serviços que serão ofertados aos clientes.
Maximiano2 reforça que toda organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo
de objetivo, e se utiliza de dois componentes importantes: processo de transformação e divisão do
trabalho, como apresentado na figura acima.
Posto isso, para sua melhor compreensão, estudaremos a seguir cada um destes componentes.

Recursos
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.3
Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e
resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no alcance de seus objetivos.
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a
organização administrativa procura a máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção
dos objetivos.
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes:
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos,
instalações, ferramentas, matérias-primas etc.
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos,
créditos, investimentos, contas a receber etc.

2
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004.
3
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/

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2
3. Recursos Humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o
presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e
inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais.
Os recursos humanos estão distribuídos em todos os níveis de uma organização, desde o nível
estratégico até o nível operacional, e este é o recurso mais importante que uma organização pode ter
atualmente.

Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles,
a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o
capital e o trabalho.
Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos.
Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço
prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos.

Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos
de uma empresa, sendo estes os recursos mercadológicos e os administrativos.
Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus
produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição
de preços etc.
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar,
organizar, dirigir e controlar suas atividades.

A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços
no mercado. Assim, todos os recursos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os
recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimento, competência e
tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por
sua vez são inerentes, estáticos e sem vida própria.

Processos de Transformação
É por meio dos processos que as organizações transformam os recursos em resultados, e alguns
processos que se encontram nas organizações são:
Processo de Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas ou da atividade
humana, em produtos e serviços.
Processo de Administração de Encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de
um serviço.
Processo de Administração de Recursos Humanos: transformação de necessidades de mão-de-
obra em disponibilização de pessoas.

Divisão do Trabalho
Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas, e todas contribuem para a realização
dos objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações
individuais e a especialização é o elemento que agrega mais eficiência e eficácia a este processo.

Objetivos
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos (bens), ou serviços (educação, saúde
segurança...). As empresas que produzem bens são chamadas de empresas industriais, enquanto que
as que prestam serviços são chamadas de empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as
empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a comercialização.

A Organização Administrativa4

O papel da Organização Administrativa é exatamente alocar, arranjar, agrupar, reunir, dividir o


trabalho, especializar, para que as atividades sejam executadas da melhor maneira possível.
Vale lembrar que cada organização possui uma identidade pessoal que é peculiar à sua gestão, ou
seja, possui seus objetivos, seu ramo de atividade, um ou mais produtos ou serviços que oferta, uma
missão, visão e valores que cabe à sua cultura organizacional, seus pontos fortes e fracos, ameaças e

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MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015.

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oportunidades inerentes ao negócio, sua política empresarial, sua situação tecnológica e financeira, entre
outros. Fatos que só confirmam que cada organização é única, mas que todas necessitam de uma
administração eficiente e eficaz para conseguir agregar bons resultados ao negócio.
O papel da organização administrativa incumbe o agrupamento das atividades necessárias para atingir
os objetivos da empresa, esse agrupamento envolve a reunião de pessoas e recursos empresariais sob
a autorização de um chefe, tendo em vista que a organização precisa lidar com pessoas, órgãos e
relações de autoridade e responsabilidade.
Por fim o que devemos considerar é que a organização administrativa, serve para agrupar e estruturar
todos os recursos da empresa, permitindo assim o alcance dos objetivos almejados da melhor forma
possível.
A organização administrativa existe porque são muitas as tarefas do trabalho empresarial, e seria
impossível uma só pessoa realizar todas com o máximo de qualidade, daí a necessidade de muitas
pessoas em conjunto executando atividades diferentes, o que conduz a departamentalização da empresa
(criação de áreas funcionais) e a um novo problema: o da coordenação entre as pessoas envolvidas.

Funções Organizacionais e as Pessoas que as Exercem

As funções organizacionais condizem as tarefas especializadas que serão realizadas por um grupo de
pessoas ou por uma pessoa específica, para que a organização realize seus objetivos. A partir destas
funções é que surgem as áreas funcionais da empresa, áreas que tem a função de determinar o conjunto
de processos que será aplicado aos recursos da empresa.
A Administração Geral é que se responsabiliza pela coordenação das áreas funcionais e das pessoas
envolvidas no processo do trabalho. Posto isso, Maximiano5 afirma que as áreas funcionais mais
importantes para qualquer organização são: produção (ou operações), marketing, finanças, recursos
humanos e pesquisa e desenvolvimento.

Produção (ou Operações)


Se trata de um sistema de operação produtivo, que transforma os recursos em bens ou serviços, para
que sejam oferecidos pela empresa a seus clientes.
O papel das pessoas do Departamento de Produção, de modo geral, é se ater às operações e à
qualidade dos produtos que são produzidos, os colaboradores desse setor devem buscar atender, as
necessidades e desejos dos clientes buscando uma valorização profissional e humana, trabalhando
motivados desenvolvem melhor seus trabalhos.
Na produção de bens, com o fim de comercialização do produto final, a transformação dos recursos
pode ser realizada por pessoas e/ou por maquinas, por exemplo, quando se trata de algum trabalho
manual, como os artesanatos, apenas as pessoas são necessárias para a sua fabricação, na fabricação
de pães são necessárias as pessoas para produzir e as máquinas, ou seja, o forno, para assar os pães,
já na fabricação de automóveis as máquinas são primordiais para fabrica-los.
Contudo, na produção das empresas prestadores de serviços, os clientes são processados e
transformados, por exemplo, na área da saúde, os pacientes chegam doentes nos hospitais, são tratados,
e saem de lá saudáveis, os alunos entram na escola sem saber ler e escrever, os professores os

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MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

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alfabetizam e eles saem de lá educados, e no caso das universidades e escolas profissionalizantes, eles
saem com uma profissão, e assim por diante.
Vale destacar que o processo produtivo pode ser divido em três tipos de processos:
1. Produção em Massa: fornecimento de grande número de produtos e serviços, podem ser simples
ou complexos, ou seja, é uma produção em larga escala de produtos padronizados através de linhas de
montagem.
2. Produção por Processo Contínuo: um processo contínuo é visto como um método usado em
indústrias e fábricas a fim de garantir maior quantidade fabricada de um determinado produto durante o
menor espaço de tempo possível, temos como exemplo o fornecimento ininterrupto de um único produto
ou serviço, como gasolina, corantes, açúcar ou transmissão de programas de televisão.
3. Produção Unitária e em Pequenos Lotes: a produção é feita por unidades ou pequenas
quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida que é feito, por exemplo, o
fornecimento de produtos e serviços sob encomenda.

O processo de produção envolve:


• Fabricação: processo produtivo, programação, controle;
• Qualidade: programação, controle;
• Manutenção: preventiva, corretiva;

Marketing
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,
consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de:
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado).
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus
nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem.
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se
será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados).
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de
pagamento e prazos.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos
pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis.
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou serviços vendidos em um determinado
período de tempo.
As pessoas que trabalham no departamento de marketing precisam usar de seus conhecimentos para
aumentar as vendas de uma determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável por
criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais atraente para seus clientes, além disso, fica
como responsabilidade do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, levando seu nome
diretamente para pessoas que precisam de seus produtos/serviços.
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser criativo, antenado, comunicativo e
estrategista, além disso, ele precisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, ser
ético.

Finanças
A função financeira cuida do dinheiro da organização e abrange também as decisões de:
Planejamento de Recursos Financeiros: realização de orçamentos, programação das necessidades
de recursos financeiros, projeções financeiras e análise do mercado de capitais.
Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos em prol de maiores
retornos.
Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos (como títulos,
empréstimos e financiamentos).
Controle e Gestão dos Recursos Disponíveis: acompanhamento e avaliação dos resultados
financeiros da organização (como realização de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo
de caixa e acompanhamento do orçamento financeiro).
Destinação dos Resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da
organização.
Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apólices, administração de apólices -
liquidação de sinistros.

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Contabilidade6: a função contábil também é realizada juntamente com as finanças, e tem objetivo
controlar a evolução do patrimônio da empresa. Através da contabilidade é possível calcular e registrar
todas as operações comerciais e financeiras realizadas em um respectivo período, bem como, produzir
relatórios a usuários (internos e externos), com informações úteis e relevantes para a análise da situação
econômica e patrimonial da empresa.
As pessoas que trabalham no Departamento de Finanças de uma determinada organização possuem
grandes e importantes responsabilidades, pois é nesse departamento que o planejamento de todas as
finanças da organização é feito.
As principais funções que o profissional atuante desse setor possui são7: registrar, organizar,
demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou
social que a empresa exerce.
Posto isso, acompanhe as definições:
- Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
- Organizar um sistema de controle adequado à empresa;
- Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente - por meio de demonstrativos -
a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
- Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa;
- Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem
realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas.

Recursos Humanos ou Departamento Pessoal


O objetivo dos recursos humanos é encontrar, atrair e manter os colaboradores de uma organização.
Processo que se inicia antes da pessoa ser empregada na organização, e que se estende até após o seu
desligamento.
As pessoas designadas a trabalharem nessa área da empresa, precisam desenvolver funções como:
Planejamento de Mão de Obra: definição da quantidade de pessoas necessárias para trabalhar na
organização e das competências que elas devem ter. Envolve: programação de necessidades de pessoal,
análise de mercado de trabalho, pesquisa de recursos humanos e orçamento de pessoal.
Recrutamento e Seleção: localização e aquisição de pessoas para a organização. Envolve a
divulgação de vagas externas, cadastramento de candidatos a emprego, técnicas de seleção como
análise de currículo, dinâmicas em grupo e aplicação de testes e entrevistas.
Treinamento e Desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em competências.
Avaliação de Desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de ações que
permitam o aprimoramento do desempenho. Deve-se acompanhar e controlar as atividades das pessoas
e averiguar resultados.
Remuneração ou Compensação: definição de mecanismo de recompensas para as pessoas por seu
trabalho, considerando seus cargos e salários e o mercado de trabalho.
Higiene, Saúde e Segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização, considerando
condições ambientais e psicológicas satisfatórias para a qualidade de vida, além de relações com
sindicatos.
Administração de Pessoal: realização de atividades burocráticas, com registro de pessoal,
manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço, preparação de folhas de
pagamento e acompanhamento de carreiras.
Funções Pós-Emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para o ex-
funcionário.

Pesquisa e Desenvolvimento
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em
produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas
tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos.
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre ser compostos por pessoas
capacitadas de alto nível técnico, capazes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer
benefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes podem ser variadas, inclusive até
mesmo com participações externas.
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D, e essas
pessoas são técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para
idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.
6
http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
7
http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html

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6
As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos casos, as ideias
e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras.

Funções Organizacionais Não Tradicionais


Além das funções organizacionais já expostas, existem outras funções menos recorrentes como:

Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços especializados dentro das organizações.
Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um
público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de
assistência técnica, etc.
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes ainda é
necessário um setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato
operacionalizam a segurança local), este setor ocorre como um departamento autônomo, e muitas
empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada.
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela trabalham, auxiliam o funcionamento
diário de uma organização, por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela facilita a
comunicação e a organização da empresa, bem como o gerenciamento das diversas atividades
administrativas.

Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções
organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças,
recursos humanos, atendimento aos clientes, etc.

Objetivo das Organizações

Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e comercialização de produtos, ou com
o objetivo de prestar algum tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objetivos e
características particulares, em relação a seus recursos, estratégias, público alvo, etc.
As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita, e é através da venda de seus
produtos ou serviços que se obtêm lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem
autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o retorno financeiro seja positivo.

Objetivos e metas organizacionais

Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está diretamente relacionada com o planejamento
estratégico, no qual definições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos da
organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas também têm a finalidade de propor
desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais
desafiador será o planejamento.
Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os objetivos mais específicos, com uma
previsão de ser cumprida, as organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na
medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição dos recursos
humanos nas diversas tarefas, de acordo com Drucker8.
Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à base da relação entre a organização
o ambiente externo e os participantes e, portanto, estão em contínua evolução, alterando essas relações,
devendo ser reavaliados e modificados em função das mudanças no ambiente externo e interno da
organização
Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de políticas, diretrizes, metas, programas,
procedimentos e normas; possibilitando que se identifique o papel que a organização desempenha na
sociedade em geral.
A administração possui dois objetivos principais:

Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre
como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados.
Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos;

8
DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991.

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7
Alcançar a Eficácia: se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa,
significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos
resultados.

A Importância da Administração nas Empresas

Segundo Stoner9: “A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços


realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para
alcançar os objetivos estabelecidos.", Chiavenato ainda complementa o conceito de Administração
dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira
eficiente e eficaz”.
Nos dias atuais, a Administração nas empresas desempenha um papel fundamental para o bom
desempenho organizacional, levando em consideração o atual cenário do mercado, que é extremamente
volátil e vive em constante mudança.
Sendo assim, a administração representa um fator substancial para qualquer negócio, pois oferece
ferramentas que servem de apoio ao administrador e faz com que o processo decisório se torne mais
rápido, mais seguro, mais otimizado, menos custoso, etc.

Os Administradores
Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração,
ou seja, em algumas pessoas que chamamos genericamente de administradores, este profissional, no
entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que se planeja
na empresa, portanto ele é responsável por definir os programas e métodos de trabalho que serão
aplicados, bem como pela avaliação de resultados e correção dos setores e procedimentos que estiverem
com problemas.
O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissionais de outras
áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar.
É função do administrador acompanhar a produtividade e os lucros da organização, por isso sua função
envolve a fiscalizando dos processos de produção, o controle dos equipamentos e materiais envolvidos
na produção e o controle de desperdícios e prejuízos das etapas de produção.
Para que tudo isso seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão
de obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelecendo por este ato as
relações da empresa com o contratado.
O administrador moderno é o profissional que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve
buscar motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para iniciativa, de
maneira que possa estar sempre acreditando no que faz.
Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando
levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o
entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado.
Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles
que conseguem tirá-las de suas maiores crises.
O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico
de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em
diferentes frentes como a Administração da Produção, Administração Financeira, Administração de
Recursos Humanos, Administração de Materiais, Administração de Estoques, Administração
Mercadológica e Administração Geral.
Em cada nível ou em cada frente da Administração de empresas há uma dinâmica diferente, pois há
um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis, até mesmo porque não existem duas organizações
iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas.

Os Gerentes

O gerente tem um papel administrativo e estratégico dentro das organizações, no qual está focado
no gerenciamento sistêmico das áreas funcionais da empresa e suas principais funções compreendem:
- Tomar decisões.
- Processar informações.

9
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 eds. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


8
- Relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização. Ação que corresponde ao papel
Interpessoal e Intrapessoal do gerente.

Papel Interpessoal: são aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da
organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e
ligação.
Imagem do Chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e
representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com
autoridades em nome de sua empresa).
Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada.
Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus
pares.

Papel Intrapessoal: compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito
dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de
organização pessoal e administração do próprio tempo.
O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do
administrador cirurgião.
Administrador Maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço.
Administrador Cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o
objetivo proposto.

Competências Gerenciais (Habilidades necessárias ao Administrador)

Stoner10 destaca que administradores devem ter as seguintes atribuições:


- Trabalham com outras pessoas e por meio delas;
- São responsáveis e têm que prestar contas de seus atos;
- Chegam a um equilíbrio entre objetivos concorrentes e estabelecem prioridades;
- Tem que pensar analítica (subdividir um problema, analisar seus elementos e propor uma solução
viável) e conceitualmente (ver toda a tarefa em abstrato e relacioná-la com outras tarefas);
- São mediadores, eles têm que acertar as discordâncias entre as pessoas antes que elas escapem
ao controle;
- São políticos, recorrem à persuasão e às soluções de meio-termo para alcançar os objetivos da
organização;
- São diplomatas, podem atuar como representantes oficiais de suas unidades em reuniões
organizacionais;
- Tomam decisões difíceis, cabe aos administradores propor soluções para problemas difíceis e fazer
acompanhamento de suas decisões.

O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas
habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função),
mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais,
psicológicos e emocionais do indivíduo).
Neste sentido, o profissional da Administração não é apenas avaliado pelos seus conhecimentos
tecnológicos da Administração, mas por seu modo de agir, pensar e tomar decisões, por suas habilidades,
competências, atitudes, comportamentos, personalidade e filosofia de trabalho.
Podemos definir então que os administradores necessitam ter as seguintes habilidades:

Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas,
procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São
as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um
cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras.

Habilidades Humanas: dizem respeito à capacidade do administrador para se relacionar com as


outras pessoas ou grupos, saber se comunicar com outras pessoas, entendendo-as, motivando-as e
liderando-as, o que torna essas habilidades cruciais para o seu desempenho, já que o administrador faz
uso de pessoas para conseguir resultados. Para um administrador de topo, as habilidades humanas

10
STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985.

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também são importantes para estabelecer relações com grupos de interesse externo ao da organização
e para conseguir agregar os membros internos da empresa em torno de sua visão estratégica.

Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão
sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias.
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e
atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça
abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais
sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras.

Para Katz11, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o
administrador ocupa. Assim, os administradores no nível estratégico preponderam as habilidades
conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades
técnicas.

Habilidades necessárias a cada nível organizacional

Figura: Modelo de habilidades gerenciais de Katz

Princípios da Administração

Para a aplicação da organização administrativa os gestores contam com técnicas, ferramentas e


truques que auxiliam no alcance de seus objetivos, entretanto estes meios e instrumentos não são tão
importantes quanto os princípios essenciais sob o qual se alicerçam a ciência da Administração
(Drucker12).
Para Chiavenato13, princípio é uma afirmação, uma proposição geral válida e aplicável para
determinados fenômenos, é uma previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela
determinada situação, como um guia de ação.
Os princípios são a base sob a qual se sustentam as teorias, não devem ser abordados de forma
rígida, mas sim, considerados relativamente e flexivelmente. Vejamos a seguir os 16 princípios mais
mencionados na literatura:

Em relação aos objetivos:


1. Os objetivos da empresa devem ser claramente definidos e estabelecidos por escrito. Toda
organização tem que ter um compromisso com metas comuns e valores compartilhados, tem de ter
objetivos simples, claros e unificantes, simples e flexíveis.

Em relação às atividades e agrupamento de atividades:


2. As responsabilidades designadas para uma posição devem pertencer tanto quanto possível ao
desempenho de uma simples função.
3. As funções devem ser designadas para os departamentos de modo homogêneo para que se alcance
a operação mais eficiente e econômica.

11
KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997.
12
DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001.
13
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.

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10
Em relação à autoridade:
4. Deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde
o topo da organização até cada indivíduo da base.
5. A autoridade, a responsabilidade, os deveres de cada pessoa ou órgão, bem como suas relações
com outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos, estarem documentados e comunicados a todos.
6. O desempenho das funções deve ser acompanhado da respectiva responsabilidade, que deve andar
junto com a respectiva autoridade. Ambas devem sempre estar equilibradas entre si.
7. A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delegada o mais próximo possível da cena
da ação.
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível.

Quanto as relações:
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior.
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens.
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta.

12. Princípio da especialização: a organização deve fundamentar-se na divisão do trabalho que


provoca a especialização das pessoas em determinadas atividades. A especialização produz o
incremento da quantidade e qualidade do trabalho executado.

13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as
relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito.
As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para
atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou
órgão na estrutura organizacional da empresa.

14. Princípio da paridade da autoridade e responsabilidade: a autoridade é o poder de dar ordens


e de se exigir obediência dos subordinados, já a responsabilidade é o dever de prestar contas ao superior,
ou seja, a autoridade maior. O princípio da Paridade salienta que deve existir uma interdependência entre
o volume de autoridade e o volume de responsabilidade atribuído a cada pessoa ou órgão.
Essa equivalência é necessária para evitar que certas pessoas ou órgãos tenham excessiva
responsabilidade sem a necessária autoridade. Ou, até mesmo, demasiada autoridade para pouca
responsabilidade. Assim, cada responsabilidade deve ser correspondente a sua autoridade, bem como,
a autoridade deve ser compatível com sua responsabilidade, pois ambas devem sempre ser equivalentes.
Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade, outro aspecto discutido
pelos autores neoclássicos é a amplitude administrativa. A amplitude administrativa (ou amplitude de
comando ou ainda amplitude de controle) significa o número de subordinados que um administrador pode
supervisionar.
Quando um administrador tem muitos subordinados sua amplitude de comando é grande e ampla, na
prática, a amplitude média adotada por uma organização determina a configuração geral de sua estrutura
organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma
estrutura organizacional alta e alongada, e ao contrário disso, uma amplitude média larga com poucos
níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente. A
tendência atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura organizacional no sentido de
aproximar a base da cúpula e melhorar as comunicações.

15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada pessoa deve saber exatamente a quem
prestar contas, e sobre quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações diretas de
autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde
geralmente está o chefe principal como autoridade máxima

16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se definir, da maneira mais clara possível,
não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa
autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa.
As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto
as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério
da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de
importância de uma atividade sobre outra.

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11
Mudança Organizacional e a Administração

As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas
precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas
mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o
processo decisório ainda mais difícil.
Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas
necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto
por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno que faz com que as empresas se
tornem cada vez mais complexas.

Questões

01. (CEMIG/ TELECOM - Analista Administrativo Jr. - FRAMINAS) Os administradores, para exercer
as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com
eficiência e eficácia.

A habilidade relacionada ao entendimento da organização como um todo e que permite o administrador


compreender as dificuldades enfrentadas tanto pelo seu departamento quanto pelos outros é a
(A) conceitual.
(B) humana.
(C) técnica.
(D) comportamental.

02. (UNIRIO - Administrador - UNIRIO) As três habilidades básicas do administrador, são,


necessariamente,
(A) técnicas, humanas e conceituais.
(B) conceituais, filosóficas e estruturais.
(C) estruturais, humanas e institucionais.
(D) institucionais, filosóficas e psicossociais.
(E) psicossociais, técnicas e estruturais.

03. (MAPA - Administrador - CONSULPLAN) Segundo Chiavenato (2000), os recursos empresariais


são os componentes ou meios pelos quais as organizações sociais utilizam para realizar suas atividades
e, assim, atingir seus objetivos. Constituem-se recursos empresariais, EXCETO:
(A) Recursos materiais.
(B) Recursos humanos.
(C) Recursos da natureza.
(D) Recursos mercadológicos.

04. (Pref. de Santana do Jacaré/MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS) A organização
administrativa deve basear-se em princípios de organização.

“Refere-se a cada cadeia de relações diretas de autoridade de um superior para um subordinado em


toda a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o chefe principal como autoridade
máxima”.

Qual princípio foi definido acima?


(A) Função de linha e de Staff;
(B) Definição funcional;
(C) Escalar;
(D) Especialização.

05. (EBSERH - Assistente Administrativo/HU-FURG - IBFC) Funções organizacionais são tarefas


especializadas que contribuem para a empresa realizar seus objetivos. Todas as empresas têm
praticamente as mesmas funções, mesmo que às vezes elas estejam acumuladas em um só
departamento. Abaixo estão descritas essas funções. Assinale a alternativa que não condiz com uma
dessas funções.
(A) Produção.

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(B) Marketing.
(C) Finanças.
(D) Recursos Humanos.
(E) Redes de internet.

06. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP) Uma das noções básicas em administração
refere-se à utilização adequada dos meios disponíveis (materiais, equipamentos, processos etc.) para
que se atinjam os fins propostos. O conceito ao qual essa ação se refere é o de
(A) eficácia.
(B) qualidade.
(C) economia.
(D) eficiência.
(E) correção.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.C / 04.C / 05.E / 06.D

Comentários

01. Resposta: A
As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que
fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o
raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma
visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada,
organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si.

02. Resposta: A
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do
conhecimento específico para executar seu trabalho operacional.
Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento.
Habilidades Conceituais são as habilidades que mantêm a visão da organização como um todo,
influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa.

03. Resposta: C
Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir:
1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais.
Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.;
2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa;
3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades.
Ex.: Diretores, supervisores etc.;
4) Recursos Mercadológicos: meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo,
abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, etc.;
5) Recursos Administrativos: é a gestão utilizada pela empresa, abrange o planejamento, organização,
direção e controle Integrando ainda, os outros recursos empresariais.

04. Resposta: C
Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma
organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada
indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a
definição formal do sentido da comunicação e responsabilidade de cada indivíduo da organização.

05. Resposta: E
As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para
que a organização operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade,
administração de materiais, logística e recursos humanos.

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13
06. Resposta: D
A eficiência se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas
devem ser feitas na organização a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados, uma
organização considerada eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos, para alcançar os
objetivos da organização.

ALMOXARIFADO

O termo Almoxarifado é derivado de um vocábulo árabe que significa "depositar" e se constituía em


um depósito, quase sempre o pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram
acumulados de qualquer forma, utilizando mão de obra desqualificada.
No entanto com o passar do tempo tal conceito evoluiu, fazendo surgir assim sistemas de manuseio e
de armazenagem bastante sofisticados, que contribuíram significativamente para o aumento da
produtividade, maior segurança nas operações de controle e para uma maior rapidez quanto a obtenção
das informações.

Conceito de Almoxarifado14

Atualmente o almoxarifado pode ser conceituado como sendo o local destinado à guarda e à
conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de
destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua
localização, equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.
O responsável pelo Almoxarifado, denominado também como Almoxarife, deve possuir alto grau de
honestidade, lealdade, confiança e disciplina.

Objetivos do Almoxarifado
- Assegurar que o material esteja armazenado em local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
- Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
- Preservar a qualidade e as quantidades exatas;
- Possuir instalações adequadas, recursos de movimentação e distribuição suficientes para um
atendimento rápido e eficiente.

A Eficiência de um Almoxarifado
A eficiência de um Almoxarifado depende fundamentalmente de:
- Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do consequente aumento do número
das viagens de ida e volta;
- Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas;
- Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.

Princípios e Valores do Almoxarifado


Para que todos os esforços da equipe sejam traduzidos em uma gestão eficiente e eficaz dos bens da
instituição, alguns valores e princípios devem nortear as ações, necessariamente dos envolvidos do setor,
e desejavelmente por todos os utilizadores de recursos públicos.
São eles:
• Compromisso com as normas institucionais;
• Desburocratização das atividades;
• Manutenção das relações intersetoriais;
• Compromisso com a ética profissional;
• Zelo e evitação de desperdícios.
• Otimização física dos materiais em estoque ou em uso, através da simplificação de variedades,
reutilização, recuperação e movimentação daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como a
alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis

Principais atribuições para Organização de um Almoxarifado

- O recebimento, guarda e proteção dos materiais adquiridos;

14
CHIAVENATO. I. Administração de Materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
SOUZA JÚNIOR, S. L. Noções básicas de Almoxarifado, Estoques, Transporte de Materiais. 2009.
UTFPR. Manual do Almoxarifado. Medianeira, 2012.

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14
- A entrega dos materiais aos seus usuários mediante requisições autorizadas;
- A atualização dos registros necessários.

Controle
O controle deve fazer parte do conjunto de atribuições de cada setor funcional envolvido, sendo:
recebimento, armazenagem e distribuição. O controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades
que se encontram à disposição em processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor e as compras
recebidas e aceitas.

Recebimento
É a atividade intermediária entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa. As atribuições básicas do
recebimento são:
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra foi autorizada;
- Controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a
serem efetivamente recebidos;
- Proceder a conferência visual, verificando as condições da embalagem quanto a possíveis avarias
na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas nos respectivos documentos;
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor;
- Liberar o material desembaraçado para estoque no Almoxarifado.

Armazenagem
A armazenagem15 dos materiais no Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem ser
definidos no sistema de instalação e no layout (arranjo físico) adotado, proporcionando condições físicas
que preservem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do edifício e a ordenação da
arrumação.
Compreende as fases da armazenagem dos materiais:
- Verificação das condições de recebimento do material;
- Identificação do material;
- Guarda na localização adotada;
- Informação da localização física de guarda;
- Verificação periódica das condições de proteção e armazenamento;
- Separação para distribuição.

Distribuição
A distribuição dos materiais estocados deve ser realizada mediante programação ou necessidade dos
demais departamentos da instituição, normalmente, se faz por meio de requisição específica.
Os materiais devem ser distribuídos aos interessados mediante programação de pleno conhecimento
entre as partes envolvidas.

Documentos Utilizados

Os seguintes documentos são utilizados no Almoxarifado para atendimento das diversas rotinas de
trabalho:
Ficha de controle de estoque (para empresas ainda não informatizadas): documento destinado a
controlar manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de entradas e saídas, visando
o seu ressuprimento;
Ficha de Localização (também para empresas ainda não informatizadas): documento utilizado
para indicar as localizações, através de códigos, onde o material está guardado;
Comunicação de Irregularidades: documento utilizado para esclarecer ao fornecedor os motivos da
devolução;
Relatório técnico de inspeção: documento utilizado para definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite
ou a recusa do material comprado do fornecedor;
Requisição de material: documento utilizado para a retirada de materiais do almoxarifado;

15
SOUZA JÚNIOR, S. L. Noções básicas de Almoxarifado, Estoques, Transporte de Materiais. 2009.

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15
Devolução de material: documento utilizado para devolver ao estoque do almoxarifado as
quantidades de material requisitadas além do necessário.

Conservação e Recuperação

É obrigação do almoxarife a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar pela sua
boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação do que se avariar.
Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de bens móveis do acervo, deve-se planejar
e operacionalizar a manutenção e recuperação para todos os equipamentos e materiais permanentes em
uso no órgão ou entidade, objetivando o melhor desempenho possível e uma maior longevidade desses.
A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos de cada equipamento ou
material permanente, de forma mais racional e econômica possível.
A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida com o bem móvel orçar no
máximo a 50% (cinquenta por cento) do seu valor estimado no mercado; se considerado antieconômico
ou irrecuperável,

Layout

Almoxarifado é um local de grande circulação de pessoas e dos mais variados tipos de produtos, assim,
ao programar o LAYOUT de um Almoxarifado não se esqueça:
a) A carga e a descarga de materiais devem ser sempre feitas de forma segura e ágil, por isso é
necessário que os veículos transportadores (empilhadeiras, guindastes, carregadores etc.) e os
responsáveis pelo armazenamento estejam sempre disponíveis;
b) As entradas e as saídas dos materiais não devem possuir bloqueios e devem ser suficientemente
compatíveis com a dimensão dos produtos em circulação;
c) A altura do Almoxarifado deve ser compatível com o tipo de produto a ser estocado, assim como as
portas de entrada e saída;
d) Os pavimentos devem ser projetados de maneira a suportar empilhamentos e/ou o peso dos
materiais estocados;
e) A largura, o comprimento, a altura, o volume etc. dos materiais que serão transportados em veículos
são importantes fatores que deverão compor o planejamento do LAYOUT do Almoxarifado;
f) Estruturar o trânsito interno dos veículos dentro do Almoxarifado, levando-se em conta suas
dimensões, tamanho dos produtos e circulação interna.

Utilização de Espaço no Almoxarifado


Um dos maiores problemas de quem cuida de um Almoxarifado é como melhor aproveitar seu espaço
para manter a organização e os níveis de segurança. Uma correta distribuição do espaço dentro do
Almoxarifado consiste em verificar e determinar:
• As quantidades dos materiais A, B, C, D etc.;
• O espaço (em metros quadrados) que os materiais irão ocupar no Almoxarifado;
• A metragem dos suportes, prateleiras, estrados etc., onde os materiais serão armazenados;
• A área de entrada e recebimento dos materiais;
• A área de expedição dos materiais;
• Os corredores internos;
• A área ocupada pelos sistemas de manutenção interna;
• A área necessária para os serviços de controle de materiais;
• Área para possível expansão.

Em relação ao espaço total disponível do Almoxarifado, é possível se determinar o espaço necessário


para cada grupo de materiais, através do cálculo da área ocupada para cada um dos itens acima. Por
exemplo: se um Almoxarifado possuir 500 metros quadrados, os espaços deverão ser subdivididos de tal
forma que dentro dessa área caibam pelo menos os itens acima relacionados.

Segurança no Almoxarifado

A movimentação de materiais tem sido uma das causas mais frequentes dos acidentes, razão pela
qual é muito importante a segurança nesse tipo de trabalho. Por isso, devem ser observadas as seguintes
regras:
• Manter limpo e em bom estado o piso dos locais onde se manipulam e transportam os materiais.

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16
• Usar os equipamentos necessários para proteção pessoal, como luvas, ao manusear material
cortante, óculos, luvas, botas e avental para o transporte de ácidos, sapatos com bicos de aço no manejo
de materiais pesados.
• Não manipular materiais se as mãos ou materiais estiverem sujos de óleo ou substâncias
escorregadias.
• Não levantar sozinho materiais de peso excessivo, ou além de sua capacidade.
• Evitar brincadeiras e competições para verificar quem consegue levantar maior peso.
• Não carregar material em demasia, isso dificulta os passos e a visão.
• Manter em boas condições todos os equipamentos destinados à movimentação dos materiais, tais
como: empilhadeiras, elevadores, esteiras etc.
• Não carregar em demasia os carretos e empilhadeira evitando que o material possa cair.
• Não andar em velocidade excessiva dentro do Almoxarifado com os veículos destinados à
movimentação de cargas.
• Não passar ou permanecer sob cargas que estão sendo movimentadas por guindastes ou pontes
rolantes.

Uso de Cores como Fator de Segurança nos Almoxarifados


Esse item trata da NB nº76, da ABNT, cujo objetivo primordial é determinar as cores que deverão ser
usadas nos Almoxarifados, a fim de identificar máquinas e equipamentos de segurança, delimitar áreas,
advertir contra perigos iminentes ou eventuais.
Sua adoção no Almoxarifado possibilita ao pessoal que nele trabalha identificar, facilmente, os perigos
naturais por intermédio das cores, quando já familiarizado com a simbologia adotada. Isto não dispensa,
em absoluto, o emprego de outras formas de prevenção de acidentes, tais como cartazes, painéis, dentro
do Almoxarifado. O uso das cores deve ser estudado de modo a manter o equilíbrio visual necessário.
Quanto ao significado das cores indicadas para uso nos Almoxarifados e Armazéns, observe a tabela
a seguir:

Para melhor entendimento veremos o emprego individual das cores:

Vermelho: é a cor usada para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a
incêndios, significando perigo. Por exemplo: caixas de alarme de incêndio, sirenes de alarme, caixas com
cobertores para abafar chamas, extintores e sua localização, localização de mangueiras, baldes de areia
ou água, saídas de emergência.
Alaranjado: é a cor que indica alerta, deve ser usado nas faces internas de caixas protetoras de
dispositivos elétricos, partes móveis e perigosas das máquinas e equipamentos de empilhamento, carga
e descarga de materiais, com a finalidade de alertar o operador na execução do seu trabalho.
Amarelo: é empregada para chamar a atenção, deve ser usada em corrimões, parapeitos, pisos de
escadas que apresentem perigo; bordas desguarnecidas de abertura no solo; faixas no piso de entrada
de elevadores e plataformas de carregamento; parede de fundo de corredores sem saída; cabines,
caçambas, guindastes, empilhadeiras, pontes rolantes, esteiras, vagonetas, reboques etc.; comando e
equipamentos suspensos que oferecem perigo.
Verde: é a cor que caracteriza a segurança no trabalho e é empregada para identificar os seguintes
materiais: caixa de equipamentos de socorros de urgência; caixas contendo máscaras contra gás; macas;
quadros para exposição de cartazes; boletins de avisos de segurança.
Azul: é a cor empregada para indicar cuidado, fica limitada a avisos contra uso e movimentação de
equipamentos que devem permanecer fora de serviço. Devem possuir sinais de advertência: elevadores;

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17
caixas de controles elétricos; estufas; válvulas; andaimes; escadas. Púrpura: é a cor usada para indicar
os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
Branco: é a cor que indica limpeza, é empregada para assinalar: localização de coletores de resíduos;
localização de bebedouros; áreas destinadas à armazenagem.
Preto: é a cor usada para identificar os coletores de resíduos ou detritos. Poderá ser utilizada em
substituição ao branco ou combinado com este, quando as condições do local assim o aconselharem ou
permitirem.

Para complementar as normas de cores dentro do Almoxarifado, é importante que sejam afixados
cartazes de segurança, com a finalidade de combinar os esforços de todo o pessoal na tarefa de evitar
acidentes.
Os cartazes devem ser colocados em pontos estratégicos onde os trabalhadores parem normalmente,
nunca naqueles usados comumente para os avisos normais. Os corredores devem ser evitados.
Os cartazes não devem ser exibidos por mais de 30 dias consecutivos no mesmo local, sendo
conveniente usá-los em rodízio. Quando se colocar um cartaz novo, deve-se reunir os empregados do
Almoxarifado e desenvolver uma pequena preleção, explicando seu significado.

Termos Relacionados ao Almoxarifado

Embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não,


destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter especificamente ou não os produtos.
Estocagem: conservação racional e segura de matérias-primas e produtos acabado.
Inspeção de qualidade: conjunto de medidas destinadas a garantir, a qualquer momento, durante o
processo de recebimento, estocagem e distribuição, as características originais do produto.
Rótulo: identificação impressa ou litografada, bem como dizeres pintados ou gravados a fogo,
pressão, ou decalco, aplicada diretamente sobre recipiente, vasilhames, invólucros, envoltórios ou
qualquer outro protetor de embalagem.
AMP – Almoxarifado de Matérias-Primas,
AME – Almoxarifado de Material de Embalagem,
DML – Depósito de Material de Limpeza e
APA – Almoxarifado de Produtos Acabados.

Questões

01. (AFPR - Assistente Administrativo - COPS/UEL) Nas instituições, o almoxarifado desempenha


diversas funções vinculadas à boa gestão organizacional. Sobre os objetivos do almoxarifado, considere
as afirmativas a seguir.

I. Identificação dos itens de estoque que devem ter tratamento prioritário.


II. Determinação da política da quantidade de estoque armazenado.
III. Guarda dos materiais das empresas até seu consumo final.
IV. Abastecimento da linha de produção da empresa.

Assinale a alternativa correta.


(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

02. (LIQUIGÁS - Assistente Administrativo I - CESGRANRIO) Uma empresa, em função de seu


recente crescimento e ampliação de negócios, está estruturando seu almoxarifado para que possa
guardar e conservar os seus materiais adequadamente.
Para ajudar o gestor da área nesta função, um estagiário está realizando uma pesquisa sobre as
funções de um almoxarifado na empresa.

São funções do almoxarifado, EXCETO


(A) assegurar que o material adequado esteja na quantidade devida e no local certo, quando
necessário.

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(B) impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza.
(C) preservar a qualidade e as quantidades exatas dos materiais.
(D) possibilitar recursos de movimentação e distribuição suficientes a um atendimento rápido e
eficiente.
(E) transformar matéria-prima, energia e informação em bens e/ou produto.

03. (TRE/GO - Técnico Judiciário na Área administrativa - CESPE) O procedimento sequencial


correto de um almoxarifado consiste em: armazenagem, distribuição e recebimento.
( ) Certo ( ) Errado

04. (CREF 13ª Região - Assistente Administrativo - CEFET/BA) O conceito de administração de


materiais é o mais amplo de todos dentro da administração, pois envolve o fluxo de materiais, desde a
programação de produtos, compras, armazenamento e, principalmente, sua movimentação.
Uma boa administração significa coordenar a movimentação de materiais, de acordo com as
exigências de cada operação e de cada setor, para que se tenham à disposição os materiais necessários
na quantidade, no local e no tempo certo.

O nome que se dá ao local destinado à guarda e à conservação de materiais, tendo a função de


destinar espaços em que permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua
localização, equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa
é
(A) almoxarifado.
(B) protocolo central.
(C) armazém principal.
(D) centro de regulação.
(E) recepção e expedição.

05. (CRM/SC - Assistente Administrativo - IESES) Almoxarifado é o local destinado à guarda,


localização, segurança e preservação do material adquirido, a fim de suprir as necessidades operacionais
dos setores integrantes da estrutura organizacional. É função do almoxarifado:
(A) Desenvolver novos canais de distribuição.
(B) Negociar preços e condições de pagamento com fornecedores.
(C) Receber, conferir, armazenar e registrar os materiais em estoque.
(D) Promover a aquisição dos materiais sob sua guarda, com itens iguais ou equivalentes, sempre que
seu estoque chegar ao nível zero.

06. (AL/MT - Almoxarife - FGV) As alternativas a seguir apresentam os principais objetivos de um


Almoxarifado, à exceção de uma. Assinale‐a.
(A) Assegurar que o material esteja armazenado em local seguro e na quantidade ideal de suprimento.
(B) Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza.
(C) Preservar a qualidade e as quantidades exatas.
(D) Obter o menor preço de compra para os materiais de ressuprimento do estoque.
(E) Possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição suficientes.

07. (UNIOESTE - Técnico Administrativo - UNIOESTE) O Almoxarifado é definido como o


(A) local para negociar preços com fornecedores.
(B) local onde são tratados os dados e as informações referentes ao processo logístico, elaborados os
procedimentos de manutenção da infraestrutura da Instituição.
(C) local para identificar a proposta mais vantajosa para a administração.
(D) local para a guarda da documentação da Instituição.
(E) local destinado à guarda e conservação de materiais.

Gabarito

01.C / 02.E / 03.Errado / 04.A / 05.C / 06.D / 07.E

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Comentários

01. Resposta C
O almoxarifado tem como objetivo:
- Assegurar que o material esteja armazenado em local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
- Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
- Preservar a qualidade e as quantidades exatas;
- Possuir instalações adequadas, recursos de movimentação e distribuição suficientes para um
atendimento rápido e eficiente.

02. Resposta: E
O almoxarifado deverá: assegurar que o material adequado esteja, na quantidade e no local certo,
quando necessário; impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza; preservar
a qualidade e as quantidades exatas; possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e
distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente;

03. Resposta: ERRADO


A sequência correta é: recebimento, armazenagem e distribuição.

04. Resposta: A
Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de materiais, assim como a descrição
realizada no enunciado da questão.

05. Resposta: C
O almoxarifado é o responsável pela guarda física dos materiais em estoque. É o local onde ficam
armazenados os produtos, para atender a produção e os materiais entregues pelos fornecedores. Sendo
assim, o almoxarifado tem como funções: Receber, conferir, armazenar e registrar os materiais em
estoque.

06. Resposta: D
Obter o menor preço de compra para os materiais não é função do setor de almoxarifado, e sim do
setor de compras que cuida da aquisição de materiais. Os demais itens tratam de atividades do
almoxarifado.

07. Resposta: E
O Almoxarifado pode ser conceituado como sendo o local destinado à guarda e conservação de
materiais, em recinto coberto ou não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde
permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e
disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.

1.2 Redação oficial

REDAÇÃO OFICIAL

Caro(a) Candidato(a), o Manual de Redação da Presidência16 possui 6 capítulos. Em nossa apostila,


abordaremos apenas os Capítulos I e II, sendo os mais cobrados nas provas.

CAPÍTULO I - ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL

Comunicação Oficial

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
necessários:

16
Manual de Redação da Presidência - 3° edição: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-
republica/manual-de-redacao.pdf

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a) Alguém que comunique;
b) Algo a ser comunicado;
c) Alguém que receba essa comunicação.

No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público,
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto
esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se,
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.

Redação Oficial

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da
administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
básica - comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise
pormenorizada de cada um de seus atributos.

Atributos da Redação Oficial


A redação oficial deve caracterizar-se por:
- Clareza e precisão;
- Objetividade;
- Concisão;
- Coesão e coerência;
- Impessoalidade;
- Formalidade e padronização;
- Uso da norma padrão da língua portuguesa.

Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A administração
pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a
administração pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais.

Clareza e Precisão

Clareza: deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão.
A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato
normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na
mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.

Para a obtenção de clareza, sugere-se:


- Utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar sobre
assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
- Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar intercalações

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excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da
oração;
- Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
- Não utilizar regionalismos e neologismos;
- Pontuar adequadamente o texto;
- Explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela;
- Utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de serem
designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as
em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 deste Manual.

Precisão: complementa a clareza e caracteriza-se por:


- Articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no texto;
- Manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia
com propósito meramente estilístico;
- Escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de


trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua correção. Na
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos
assuntos, em decorrência de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das abreviações
e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
demais características da redação oficial, apresentadas a seguir.

Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as
secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las,
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também
proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a
delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis,
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído,
prolixo:

Exemplo: Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele
distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no
11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso,
a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
cinco horas a menos que em Greenwich.

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Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos
(impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afetiva
injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos,
o período ganha concisão, harmonia e unidade:

Exemplo: Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da


população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita com
a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.

Coesão e Coerência
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação,
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue.

Exemplo: O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.

A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração.

Exemplo: O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as
alíquotas. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. Os governadores decidiram
acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.

A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto.

Exemplo: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração,
houve a omissão do verbo “regulamenta”).

Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
ligação entre orações, períodos ou parágrafos.

Exemplo: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo
assunto.

Impessoalidade
Decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou
prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio
de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
comunicações oficiais decorre:

a) da Ausência de Impressões Individuais de quem Comunica: embora se trate, por exemplo, de


um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que as comunicações
elaboradas em diferentes setores da administração pública guardem entre si certa uniformidade;

b) da Impessoalidade de quem Recebe a Comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre

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concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e

c) do Caráter Impessoal do Próprio Assunto Tratado: se o universo temático das comunicações


oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não caber qualquer tom
particular ou pessoal.

Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a
objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda,
para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

Formalidade e Padronização
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-
mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os eventuais documentos
impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto emprego deste
ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora,
se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que expeça sigam o mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas
as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.
Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo de
expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais
requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um
léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas,
regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas.

Recomendações:
- A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
- O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
linguagem próprias do estilo literário;
- A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

CAPÍTULO II - COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados
anteriormente e além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas
em detalhe.

Pronomes de Tratamento
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no
vocativo e no corpo do texto.
No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se

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empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o
texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial.

O Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019, dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento


nas comunicações com agentes públicos da administração pública federal, alterando a forma de
tratamento destes agentes.
De acordo com o decreto não há mais o vocativo Excelentíssimo, nem o tratamento Vossa Excelência
nas correspondências oficiais. A partir de então, o tratamento entre agentes públicos é “Senhor”.
Veja um trecho deste decreto:
(...)
Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento,
ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.

§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput ,
mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do
mesmo modo.

§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do


expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
(...)

ATENÇÃO:
Este decreto cabe somente para as formas de tratamento aos Agentes
Públicos Federais, os demais agentes continuam com o tratamento de acordo
com o Manual de Redação da Presidência da República.

Concordância com os Pronomes de Tratamento


Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala),
levam a concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são
utilizados para se comunicar diretamente com o receptor.

Exemplo: Vossa Senhoria designará o assessor.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da


terceira pessoa.

Exemplo: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”)

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Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

Exemplo: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado. Se o interlocutor
for mulher: Vossa Excelência está atarefada.

O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente).

Exemplo: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento
do expediente)

Signatário
Cargos Interino e Substituto: na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar
os termos interino e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as
atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamentares
do titular.
Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo.

Exemplo: Diretor-Geral interino Secretário-Executivo substituto

Signatárias do Sexo Feminino: na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo
feminino deve ser flexionado no gênero feminino.

Exemplo: Ministra de Estado Secretária-Executiva interina Técnica Administrativa Coordenadora


Administrativa

Grafia de Cargos Compostos: escrevem-se com hífen:


a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;
d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
chefe, editor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo;
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama;
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador.

Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra;

O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presidente
francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter
a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-
presidente”, mas não “Vice-presidente”.

Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será sempre
seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão
Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.

Exemplo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do


Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor
ou Senhora seguido do cargo respectivo.

Exemplo: Senhora Senadora, Senhor Juiz, Senhora Ministra

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Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.

Exemplo: Senhora Beneficiária, Senhor Contribuinte

Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.

Exemplo: Senhora [Nome], Prezado Senhor

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). Evite-se o
uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.

O Padrão Ofício

Havia apenas três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
a) O ofício;
b) O aviso
c) Memorando.

Importante: Ficou abolida esta distinção e passou-se a utilizar o termo Padrão Ofício nas três
hipóteses.

Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o
que chamamos de padrão ofício. A distinção básica anterior entre os três eram:

- Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
- Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
- Memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada
elemento aparece no documento oficial.

Partes do Documento no Padrão Ofício


Cabeçalho: é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada
pela formatação. No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
a) Brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores.
O uso de marca da instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não se sobrepor ao Brasão
de Armas da República;
b) Nome do órgão principal;
c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia;
d) Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Exemplo:

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico
oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.

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Identificação do Expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) Nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) Indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) Informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede
o d) Documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/);
e) Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT

Local e Data do Documento


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma:
- Composição: local e data do documento;
- Informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se
deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;
- Dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os
demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
- Nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
- Alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

Endereçamento
É a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

- Vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver subitem “4.1
Pronomes de tratamento”);
- Nome: nome do destinatário do expediente;

- Cargo: cargo do destinatário do expediente;

- Endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:


a) primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
órgão, informação do setor;
b) segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação
entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação
da cidade/unidade da federação; e

- Alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por


Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou
“A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplo:
A Sua Excelência o Senhor
[Nome]
Ministro de Estado da Justiça
Esplanada dos Ministérios Bloco T
70064-900 Brasília/DF

À Senhora
[Nome]
Diretora de Gestão de Pessoas

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SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I
70070-030 Brasília. DF

Ao Senhor
[Nome]
Chefe da Seção de Compras
Diretoria de Material, Seção
Brasília — DF

Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado
da seguinte maneira:
- Título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de
dois-pontos;
- Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial
maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
- Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
- Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018. Assunto: Aquisição de


computadores.

Texto do Documentos
Deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I - Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter
a seguinte estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito,
Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II - Quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada:


a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a
remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação,
que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem
ou signatário e assunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado;

b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do


documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para encaminhamento de documentos.

III - tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte
maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
- Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
- Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
- Corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- Citações recuadas: tamanho 11 pontos;
- Notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;

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Exemplo:
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de
abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano
de Tal.
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do
Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste.

Fecho para Comunicações


Objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário. Os modelos para fecho
anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que
estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, é estabelecido o emprego de somente dois fechos
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

- Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República:


Exemplo: Respeitosamente

- Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos.


Exemplo: Atenciosamente

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
rito e tradição próprios. O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.

Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:

- Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa
linha acima do nome do signatário;
- Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.
As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
- Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente.
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Exemplo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República

(espaço para assinatura) NOME


Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

Numeração de Páginas
É obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centralizada na página
e obedecer à seguinte formatação:
-Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
- Fonte: Calibri ou Carlito.

Formatação e Apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
- Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
- Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
- Margem lateral direita: 1,5 cm;

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- Margens superior e inferior: 2 cm;
- Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
- Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
- Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
- Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário,
a impressão colorida para gráficos e ilustrações;
- Destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso
de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de
formatação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
- Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
- Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado,
preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto
utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
- Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves
do conteúdo.

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Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Exemplos de Ofício

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Tipos de Documentos

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.

b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o


mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,

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conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes
constarão na epígrafe.

Exemplos: OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ.


OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé
as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

Exposição de Motivos
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para:
- Propor alguma medida;
- Submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
- Informá-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos
os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência
numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano
civil.

Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

- Apontar, na Introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo


proposto; ou informar ao Presidente da República algum assunto;

- Indicar, no Desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais
detalhes sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e

- Na Conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para
solucionar o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no


Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico
e parecer de mérito que permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que
proponham a edição de ato normativo, tem como propósito:

- Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


- Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida
ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de
proposições normativas no âmbito do Poder Executivo;
- Conferir transparência aos atos propostos;
- Resumir os principais aspectos da proposta;
- Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República


pelos ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou
ao Poder Judiciário.

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Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (SIDOF)

É a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação,


a administração e a gerência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do item
6.2.2, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
administração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para
submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar
veto; enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

a) Encaminhamento de Proposta de Emenda Constitucional, de Projeto de Lei Ordinária, de


Projeto de Lei Complementar e os que Compreendem Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias,
Orçamentos Anuais e Créditos Adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados

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em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de
urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro-Secretário
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros do Congresso
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão
é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual em sessão conjunta, mais
precisamente, “na forma do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está o
Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.

b)) Encaminhamento de Medida Provisória: para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da


Constituição, o Presidente da República encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros,
com ofício para o Primeiro- Secretário do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória.

c) Indicação de Autoridades: as mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de


pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do Tribunal
de Contas da União, presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes de
missão diplomática, diretores e conselheiros de agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos
III e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar
a indicação.
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
acompanha a mensagem.

d) Pedido de Autorização para o Presidente ou O Vice-Presidente da República se Ausentarem


do País por mais de 15 dias: trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, caput, inciso III
e art. 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da República,
tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a
cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.

e) Encaminhamento de Atos de Concessão e de Renovação de Concessão de Emissoras de


Rádio e TV: a obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
do caput do art. 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou a renovação da
concessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na
mensagem a urgência prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já define o prazo
da tramitação. Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente
processo administrativo.

f) Encaminhamento das Contas Referentes ao Exercício Anterior: o Presidente da República tem


o prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame e parecer da
Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166,
§ 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, caput,
inciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.

g) Mensagem de Abertura da Sessão Legislativa: deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e a solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais, porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.

h) Comunicação de Sanção (com Restituição de Autógrafos): esta mensagem é dirigida aos


Membros do Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde se
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.

i) Comunicação de Veto: dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as

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razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

j) Outras Mensagens Remetidas do Legislativo:


- Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
- Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos
(Constituição, art. 49, caput, inciso I);
- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
- Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
caput, inciso VI);
- Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
- Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
- Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso
XI, e art. 128, § 2o);
- Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84,
inciso XIX);
- Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
- Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, §
4o);
- Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,
parágrafo único);
- Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, §
8o);
- Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha
(Constituição, art. 188, § 1o).

Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
- Brasão: timbre em relevo branco
- Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
- Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, com o recuo de parágrafo dado ao texto;
- Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
- Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de
seu signatário.

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Correio Eletrônico (e-mail)

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas
também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem
eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício.
Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.

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Valor Documental
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor
documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâmetros de integridade, autenticidade e
validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP- Brasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio
documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não
atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações quanto à
sua estrutura.

Campo “Assunto”
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”.

Local e Data
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta essa
informação.

Saudação Inicial/Vocativo
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras
instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Senhor”, “Prezada Senhora”.

Exemplo: Senhor Coordenador, Prezada Senhora.

Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de
amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-mails
profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos formais.
No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em
qualquer outro documento oficial.

Bloco de Texto da Assinatura


Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de
assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone
do remetente.

Exemplo:
Maria da Silva Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61)XXXX-XXXX

Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo
do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível

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colocá-lo no corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento de anexos nas mensagens de resposta.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de
segurança. Quando se tratar de documento ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente,
ser enviados, em formato que possa ser editado.

Recomendações
- Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
- Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo
de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
- Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
- A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam
outros documentos oficiais;
- O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem
ser utilizados;
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois
denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil
e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor
do destinatário.

Questões

01. (FUB - Assistente em Administração - CESPE/2018). Com base no Manual de Redação da


Presidência da República (MRPR), julgue o item que se segue.

A redação oficial constitui atos normativos e comunicações do poder público necessariamente


uniformes e destinados exclusivamente para órgão do serviço público.
( ) Certo ( ) Errado

02. (Câmara de Serrana/SP - Analista Legislativo – VUNESP/2019). De acordo com o Manual de


Redação da Presidência da República, os textos oficiais “por seu caráter impessoal, por sua finalidade de
informar com o máximo de clareza e concisão, requerem o uso do padrão culto da língua”. Tal preceito
está corretamente preservado em:

(A) Encaminhamos a Vossa Senhoria todos os documentos relativos ao processo, para vossa análise
das principais questões ali presente.
(B) A maioria dos documentos encaminhado já foram protocoladas na semana passada, mas ainda
existem alguns que fogem a essa condição.
(C). Em relação às cópias anexas, cumpre frisar que se trata de uma amostra representativa, adequada
para esse primeiro momento de análise.
(D) Todos os documentos solicitados foram encaminhados, embora tenha faltado dois que seriam
básicos para consolidar o relatório do departamento.
(E) Por haverem questões ainda controversas quanto aos documentos, deixamos eles sob os
cuidados dos advogados do setor para que sejam melhor analisados.

03. (UFSC - Assistente em Administração – UFSC/2019). Acerca dos aspectos gerais da redação
oficial, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que implica o emprego de
linguagem rebuscada.
II. Os textos oficiais devem ser isentos de interferências pessoais em sua elaboração.
III. A concisão é uma qualidade dos textos oficiais e um texto conciso é aquele que transmite o máximo
de informações com o mínimo de palavras.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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(A) somente as afirmativas I e III estão corretas.
(B) somente as afirmativas II e III estão corretas.
(C) somente as afirmativas I e II estão corretas.
(D) somente a afirmativa III está correta.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

05. Prefeitura de Sapucaia do Sul/ RS - Secretário de Escola – FUNDATEC/2019). Segundo o


Manual de Redação, clareza e precisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua portuguesa são características do(a):

(A) Redação Oficial.


(B) Memorando Oficial.
(C) Documento Oficial.
(D) Redação Extraoficial.
(E) Ofício Circular.

04. (Prefeitura de Porto de Moz/PA - Agente Administrativo – FUNRIO/2019). Em uma frase, pode-
se dizer que Redação Oficial é:

(A) A maneira pela qual o Poder Jurídico redige atos jurisprudências e comunicações interpessoais.
(B) A maneira pela qual o Poder Autônomo redige atos públicos e comunicações contemporâneas.
(C) A maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
(D) A maneira pela qual o Poder Complementar redige jurisprudências privadas e comunicações
interpessoais.
(E) A maneira pela qual o Poder Privado redige atos públicos e comunicações interpessoais.

06 (UFT - Assistente em Administração – UFMT/2019). Na coluna da esquerda, estão apresentados


elementos que demarcam a redação de um texto oficial, conforme o Manual de Redação da Presidência
da República, e na da direita, a caracterização de cada um. Numere a coluna da direita de acordo com a
da esquerda.

1. Objetividade
2. Impessoalidade
3. Clareza
4. Concisão
5. Coesão

( ) Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de quem elabora.
( ) Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.
( ) Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
( ) Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia transmitida
num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
( ) Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.

Assinale a sequência correta.

(A) 1, 3, 2, 5, 4
(B) 2, 4, 1, 3, 5
(C) 4, 5, 3, 2, 1
(D) 5, 2, 4, 1, 3

07. (AL/GO - Policial Legislativo - IADES/2019). Na correspondência oficial, no que se refere à


adequação do formato do texto ao gênero, assinale a alternativa correspondente aos documentos que
seguem o padrão ofício.
(A) Aviso, mensagem e ofício.
(B) Telegrama, correio eletrônico e ofício.
(C) Memorando, ofício e aviso.

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(D) Ofício, correio eletrônico e aviso.
(E) Mensagem, telegrama e memorando.

08. (Petrobrás - Técnico em Administração e Controle Júnior - CESGRANRIO/2018) O Manual de


Redação Oficial da Presidência da República define objetivamente o memorando como uma modalidade
de comunicação que se estabelece entre unidades administrativas
(A) de órgãos internos ou externos de uma mesma área de atuação.
(B) de um mesmo órgão de uma instituição.
(C) que atuam em órgãos diferentes de uma mesma empresa.
(D) que não podem estar hierarquicamente em níveis diferentes.
(E) que não podem estar hierarquicamente no mesmo nível.

09. (CORE/BA - Auxiliar Administrativo - Dedalus Concursos/2018) Em uma comunicação oficial,


o fecho de uma correspondência expedida por um Senador a um Deputado Federal deverá ser:
(A) atenciosamente.
(B) cordialmente.
(C) gentilmente.
(D) respeitosamente.

10 (UFU-MG - Assistente em Administração - Banca: UFU-MG/2019). O correio eletrônico (e-mail)


é, sem dúvida, atualmente um dos mecanismos mais utilizados para a troca de mensagens entre órgãos
e instituições e para o envio de documentos oficiais.

Considerando-se as regras da redação oficial para este gênero, é correto afirmar que:
(A) o correio eletrônico oficial deve seguir uma estrutura padrão que o diferencia fundamentalmente
daquele utilizado nas trocas pessoais e cotidianas.
(B) pelo fato de apresentar uma estrutura mais flexível, é possível ignorar os pronomes de tratamento
característicos da comunicação oficial e utilizar, em sua escrita, as variantes não cultas da língua
portuguesa.
(C)em função de sua ampla utilização, a legislação vigente permite considerar como documento oficial
os correios eletrônicos sem certificação digital.
(D) apesar de sua flexibilidade estrutural, o correio eletrônico oficial deve respeitar algumas
características próprias da comunicação oficial, como os pronomes de tratamento e a norma culta da
língua portuguesa.

11 (UFES - Assistente em Administração – UFES/2019). Um diretor da Universidade Federal do


Espírito Santo precisa redigir um expediente oficial cujo destinatário é o reitor da Universidade.
Considerando essa informação, e com base no Manual de Redação da Presidência da República (2018),
é CORRETO afirmar:

(A) O nome da cidade onde foi expedido o documento não precisa ser redigido, somente a data, por
se tratar de uma comunicação interna.
(B) O tipo de documento a ser redigido é o memorando.
(C) A logomarca da Universidade deve constar, obrigatoriamente, no cabeçalho do expediente.
(D) O termo “doutor” deve ser usado indiscriminadamente, já que o texto é dirigido a uma autoridade
acadêmica.
(E) O texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira: alinhamento justificado, fonte
Calibri ou Carlito e corpo do texto com tamanho 12.

Gabarito

01.Errado / 02.C / 03.B / 04.A / 05.C / 06.B / 07.C / 08.B / 09.A / 10.D / 11. E

Comentários

01. Resposta: Errado


Na Redação Oficial quem comunica é sempre o serviço público e o destinatário dessa comunicação é
o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública.

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02.Reposta: C
Alternativa A - Errado: ''Para vossa análise ...'' no caso a concordância deveria ter sido feita na 3ª
Pessoa, ou seja '' sua análise ...'' , pois pronomes de tratamento levam a concordância para a 3ª Pessoa.
Alternativa B - Errado: Erro no uso do padrão culto , pois '' encaminhado'' deveria concordar com seu
referente '' documentos''.
Alternativa C - Correto.
Alternativa D - Errado: Erro de concordância de '' tenha faltado'' com seu sujeito '' dois que seriam ...''
Alternativa E - Errado: Erro de concordância do verbo ''haver'', que no sentido de existir é impessoal,
ficando na 3ª Pessoa do singular.

03.Resposta: B
As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que NÃO implica o emprego de
linguagem rebuscada. Deve -se preocupar com as palavras do texto ( mais simples possível). Não
podemos usar linguagem rebuscada com muitos termos técnicos, que demonstra um vocabulário refinado
e amplo. O texto deve ser simples, completo e entendido por todos.

04.Resposta A
A redação oficial tem por sua finalidade básica comunicar com objetividade e máxima clareza, impondo
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular etc.
A redação oficial deve caracterizar-se por: clareza e precisão; objetividade; concisão; coesão e
coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da norma padrão da língua portuguesa.

05. Resposta C
É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

06. Resposta B
2. Impessoalidade: Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de
quem elabora.
4. Concisão: Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de
palavras.
1. Objetividade: Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as
informações, sem subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
3. Clareza: Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia
transmitida num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
5. Coesão: Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.

07. Resposta: C
Os documentos que seguem o padrão oficio são:
a) o ofício
b) o aviso
c) memorando

08. Resposta: B
O Memorando é utilizado para comunicação entre órgãos de uma mesma instituição.

09. Resposta: A
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais, já no uso do e-mail, popularizou-se o uso
de abreviações como “Att.”

10. Resposta: D
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações
quanto à sua estrutura evitando o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. É preciso
respeitar as regras gramaticais

11. Resposta: E
A distinção básica anterior entre aviso, ofício e memorando era:

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a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
Na edição de 2018 ficou abolida a distinção e passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
Assim o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
I espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
II recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
III numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
I corpo do texto: tamanho 12 pontos;
II citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
III notas de Rodapé: tamanho 10 pontos.

1.3 Relações humanas, comunicação e expressão, desenvolvimento


organizacional, atendimento público, guarda e conservação de materiais sob sua
responsabilidade

RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO

A expressão "Relações Humanas" significa, literalmente, o estabelecimento e/ou a manutenção de


contatos entre seres humanos. Annibal Bonfim17 afirma que essas relações ocorrem, diariamente na vida
de todas as pessoas, e sendo assim, no sentido estritamente literal, a expressão "relações humanas"
quer dizer todos aqueles contatos entre os seres humanos que se processam em todas as situações.
De acordo com Sampaio18, “Relações Humanas” é a interação entre duas, ou mais pessoas, essas
relações apresentam um aspecto muito peculiar, que ultrapassa as características de seus componentes
e se manifesta não só na relação de um grupo com o outro, mas também, e principalmente, nas relações
que os membros de um grupo mantêm entre si.
A expressão Relações Humanas têm sido empregada com frequência, para referir-se a Relações
Interpessoais, que podem ocorrer entre uma e outra pessoa, entre membros de um grupo e entre grupos
numa organização.19
Segundo Lima20 as relações humanas se estendem a todos os campos de atividades:
- No comércio;
- Na indústria;
- Na administração pública ou privada;
- Nos esportes;
- Nas escolas;
- Nos lares, e etc.

Quando falamos em Relações Humanas no Trabalho falamos de algo que vai muito além da
hierarquia ou dos processos organizacionais, pois estamos falando das relações entre colegas de
trabalho, entre gestores, e entre gestores e colaboradores.
Neste sentido são as relações humanas no trabalho que ditam o grau de motivação dos colaboradores,
por exemplo: quando há um clima organizacional que favorece e estimula boas relações, as pessoas
tendem a se manterem mais motivadas e envolvidas com os processos da organização.
Analisando do ponto de vista teórico, as relações humanas resultam da mútua interação interindividual
e coletiva, interação que gera uma dinâmica entre as áreas da ciência social, em particular a da sociologia
e da psicologia, chamada de dinâmica de grupos, que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos
fenômenos grupais.
Já do ponto de vista aplicado ou técnico, as relações humanas são medidas e direcionadas pela
dinâmica de grupos, ou seja, pelo método de trabalho baseado na teoria do relacionamento interpessoal,

17
BONFIM, A. Relações Humanas, em Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, 1954.
18
SAMPAIO, G. P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
19
MINICUCCI, A.; Relações Humanas: Psicologia das relações interpessoais, São Paulo. Atlas, 1992.
20
LIMA, L. de O. Treinamento em dinâmica de grupo: no lar, na empresa, na escola. 2. ed. Rio de Janeiro, Vozes, 1970.

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sendo assim vale dizer que as Relações Humanas se referem às Relações Interpessoais, Intrapessoais
e Intergrupais. Vejamos a seguir o conceito de cada uma dessas expressões:

Relações Interpessoais: relacionamento interpessoal ou relações interpessoais, significa uma


relação entre duas ou mais pessoas, isto é, a ligação, conexão ou vínculo entre elas, que ocorre em um
determinado contexto, podendo ser o ambiente de trabalho, familiar, social, religioso, amoroso,
educacional e etc.

Relações Intrapessoais: é a aptidão que uma pessoa tem de se relacionar com ela mesma, ou seja,
com os seus próprios sentimentos e emoções, esse tipo de relacionamento é de elevada importância
porque vai determinar como cada pessoa age quando é confrontada com situações do dia a dia. Para
ter um relacionamento intrapessoal saudável, um indivíduo deve exercitar áreas como a autoafirmação,
automotivação, autodomínio e autoconhecimento.

Relações Intergrupais: é a aptidão de um grupo se relacionar com o outro em um determinado


contexto, isto é, o relacionamento entre grupos. Relação desenvolvida entre distintos grupos (diferentes
departamentos, diferentes empresas, etc.).

Objetivo e Importância das Relações Humanas21

O principal objetivo das relações humanas é o aumento do respeito e da valorização do ser humano,
todas as relações que são “sadias” proporcionam um crescimento, seja pessoal ou profissional, enquanto
as relações “doentias” causam enfraquecimento pessoal e grupal.
As relações humanas são importantes em todos os lugares (família, trabalho, e etc.) além disso elas
buscam evitar conflitos e solucionar problemas, facilitando assim o processo de interação entre as
pessoas e proporcionam condições agradáveis de integração social.

Mas, em que se baseiam as relações humanas? Ainda de acordo com Sampaio22, as relações
humanas se alicerçam em “tratarmos” bem as pessoas, se importando com elas, dialogando, sorrindo, e
as atendendo. Essas atitudes vão demonstrar nosso compromisso com o seu bem-estar e, assim,
evidenciar que nos preocupamos com a qualidade da nossa relação. Porém, nossas atitudes geram
determinados comportamentos que são diferentes uns dos outros e, por isso, muitas vezes, geram atritos,
julgamentos precipitados e infundados.

Como solucionar ou minimizar esses comportamentos e atitudes desfavoráveis ao “bom”


relacionamento? Uma maneira de evitar problemas de relacionamento é conhecer melhor as pessoas
com quem nos relacionamos, sua infância, sua família, suas qualidades, seus gostos. Também, perceber
como são as pessoas com quem estamos nos relacionando, se elas são educadas, compreensíveis ou
grosseiras, alegres ou aborrecidas, verdadeiras ou falsas, desconfiadas, revoltadas, em suma, as
características gerais que poderão ser relevantes para o bom relacionamento.

Classificação das Relações Humanas23

Quando nos propomos a estabelecer uma relação com nossos semelhantes, estamos sujeitos a
melhorar a nossa condição inicial, seja por meio da aquisição de novos saberes através de uma relação
de conhecimento, ou pelos frutos resultantes de relações de valorização, intra grupais, intergrupais e
afetivas. Sendo assim, as relações humanas visam ao crescimento mútuo de seus participantes,
estabeleçam-se elas no trabalho, na família ou nos diversos grupos sociais.
A seguir, vejamos alguns tipos de relações:

Relações de Acontece quando alguém se relaciona com outra pessoa com objetivo de
Conhecimento adquirir conhecimento sobre algum assunto.
Ocorre quando uma pessoa se comunica com a outra com objetivo de
Relações de
absorver novos valores e valorizar a pessoa com quem está se relacionando,
Valorização
ser simpático.

21
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
22
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
23
Idem

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É a relação que ocorre quando há um grupo de pessoas que dialogam
mutuamente, para acontecer essa interação, os membros do grupo devem
observar algumas coisas: respeitar o outro; esperar sua vez de se manifestar;
Relações
evitar indelicadeza, agressões; respeitar a hierarquia ou se manifestar
Intragrupais
adequadamente; procurar conhecer as pessoas do grupo; não assumir o que
não lhe pertence; encontrar as causas de sua antipatia; ser claro, objetivo; não
agir como se sempre tivesse a razão.
Relações Acontece quando há dois grupos ou mais e seus membros se comunicam
Intergrupais entre si.
Relações É a relação que acontece geralmente entre membros de uma família,
Afetivas namorados, noivos.

Existem mais elementos nessa classificação de relações humanas, como: relação consigo mesmo,
com os outros, diretas, ativas, intelectuais, indiretas, pessoais, contra pessoais, informais, entre outras
que se podem ir descobrindo ao relacionar-se com o outro no dia a dia de sua existência.

Conceitos que Auxiliam na Boa Relação entre as Pessoas

A forma de nos expressarmos e de nos comunicarmos está sujeita a interpretações diversas. Se elas
não forem claras, podem nos indispor com nossos semelhantes, voluntária ou involuntariamente,
especialmente quando os temas são polêmicos, como: política, religião, sexo, etc. Dependendo de como
são tratados, podem levar à baixa autoestima e ao desestímulo do trabalho individual e em grupo.
- Autoestima: é como o indivíduo se vê, sua autoavaliação, quando gostamos de nós mesmos e nos
aceitamos, tratamos melhor os outros. Quando não se tem autoestima, perde-se a autoconfiança, o
entusiasmo, a dignidade. A autoestima não vem dos outros, somente de nós mesmos.
- Boas maneiras: quando nos comportamos de modo a não desrespeitar os direitos alheios e as
normas de convivência peculiares a cada ambiente, por exemplo, evitar fazer perguntas indiscretas e
comentários maldosos, falar alto, ouvir som alto demais, cantarolar em ambientes que exigem
concentração ou nos quais podemos atrapalhar as pessoas ao nosso redor, etc.
- Assuntos controvertidos: ser prudente quando for falar em certos assuntos que podem causar
atritos conforme o local em que nos encontramos ou com quem falamos, por exemplo, política, esporte,
religião, sexo, etc.
- Contraindicação: alguns comportamentos são totalmente contraindicados para que tenhamos uma
boa relação com outras pessoas, como mentir, prejulgar, odiar, etc.
- Linguagem corporal: o corpo “fala”, pois, conforme minha atitude e minha postura, meus
interlocutores são capazes de saber de minhas intenções com eles, se estou de bom humor, zangado,
aberto ao diálogo ou tenho uma postura intransigente. Sendo assim, temos que tomar cuidado com nossa
linguagem corporal, uma vez que ela é capaz de enriquecer ou empobrecer nosso relacionamento.

Os problemas de relacionamento se encontram, em sua maior parte, onde pessoas diferentes


trabalham diariamente juntas. A boa comunicação e a utilização da cooperação são fatores essenciais
para a realização das Relações Humanas de modo satisfatório.24
Segundo Andrade25 as diretrizes técnicas e atividades que visam melhorar os contatos pessoais entre
os funcionários de uma instituição, e o público em geral constituem aquilo que se chama de atendimentos
do público ou relações com o público, ou ainda relações com o público em geral.
Esses contatos pessoais podem ser divididos em diretos e indiretos. Os diretos são caracterizados
pela presença física, enquanto os indiretos são feitos por meio de telefone e correspondência, e se
caracteriza pela quantidade de pessoas. No contato direto, as expressões faciais ou corporais, as
palavras, os gestos, que transmitem desejos, experiências, intenções e sentimentos e são extremamente
importantes.

Indicadores de Boas Relações Humanas na Empresa


Uma empresa que pretende ter sucesso, ser bem “vista”, necessita que se estabeleça uma boa
relação, tanto entre seus funcionários quanto entre eles e a própria empresa. Quando o relacionamento
interno da empresa anda bem, ela tem muito mais força e capacidade para superar os problemas externos

24
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
25
ANDRADE, T. Para entender relações Públicas. 4. Ed. São Paulo: Loyola, 1993.

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relativos ao mercado no qual ela se insere. Alguns frutos do bom relacionamento humano dentro da
empresa são:
- Conquista de novos clientes.
- Maior divulgação da empresa.
- Maior eficácia do trabalho.
- Maior satisfação do pessoal.
- Melhor qualidade dos produtos e serviços.

Indicadores das Péssimas Relações Humanas na Empresa


As relações delicadas e improvisadas entre grupos de trabalho de uma empresa e a falta de
cooperação e interação entre seus membros resultam, na maioria das vezes, em prejuízo à corporação
da qual fazem parte. Vejamos alguns elementos indicadores de uma péssima relação humana na
empresa:
- Atraso na produção.
- Atritos.
- Degradação da imagem da empresa.
- Desinteresse pelo emprego.
- Fofocas.
- Insatisfação geral do pessoal.
- Maior rotatividade de pessoal.
- Menor eficácia e perda de clientes.

O Respeito e as Relações humanas

As relações humanas devem ser vinculadas ao respeito pessoal, no qual se compreende promover o
relacionamento profissional baseado na ética, no respeito e no reconhecimento das diferenças de cada
indivíduo. Assim se obtém como resultado:
- A melhoria, no desempenho das pessoas;
- O aumento do orgulho pessoal em pertencer à empresa;
- O crescimento da satisfação dos colaboradores;
- A maior retenção de talentos;
- O aumento na participação no mercado;
- O progresso na qualidade dos serviços e atendimento;
- A melhoria da imagem institucional;
- A expansão dos negócios da empresa;
- O aumento da eficácia organizacional;
- Equipes mais inspiradas para superação de metas; e
- Maior motivação das pessoas em busca de objetivos.

O relacionamento sadio dentro da organização é o principal fator nos dias atuais, por que todo
funcionário objetiva um ambiente de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizado e crescimento.
Para um ambiente mais saudável com boas relações humanas no trabalho, existem aspectos que podem
ser trabalhados nos treinamentos comportamentais da empresa, mas que, ainda que não haja tais
treinamentos, existem regras de uma boa convivência funcional que devem ser trabalhadas (exercidas)
com superiores, subordinados e colegas de trabalho.

Dicas para ter um bom Relacionamento Humano

- Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e clientes: quem respeita, sempre será
respeitado.
- Não cortar a palavra de quem fala: falar pouco e com segurança agrada mais aos clientes e colegas.
- Ser claro na comunicação: falar somente o necessário. Saber ouvir é uma arte!
- Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas: controlar emoções é fundamental.
- Procurar a causa das antipatias para vencê-las: conhecer a si mesmo e procurar ser compatível
com colegas e chefia são básicos para o trabalho harmonioso e rentável.
- Nunca dizer categoricamente: “Não concordo! Você está errado”: dizer a mesma coisa com
outros termos. A maneira como você diz é mais importante do que aquilo que você diz.
- Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pessoas, através do elogio: esta é a melhor
arma para quem quer conquistar e cativar amigos.

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- Usar normas de etiqueta social, aplicando-as corretamente: como dizer obrigado, por favor, com
licença, etc. Isso ajuda a conseguir o que se quer, respeitando e valorizando os outros.
- Ter sempre um semblante alegre e sorridente: o sorriso contagia favoravelmente o ambiente. A
simpatia atrai amizades e alegra as outras pessoas que não estão bem.
- Mostrar interesse pelos outros: as pessoas gostam de receber atenção. Amigos sim; íntimos não!
- Dar importância ao outro, por mais humilde que seja: valorizar cada pessoa é uma questão de
respeito. E isso é importante independente da função ou cargo que a pessoa exerça, sem qualquer
distinção.
- Lembrar sempre que ninguém nasce sabendo: aprender também significa descobrir suas próprias
ignorâncias. Por isso, deve-se ter paciência com quem não aprendeu determinados pontos que outros já
aprenderam.
- Gostar do que faz é gostar de si: gostar do outro e amar seu trabalho são ingredientes de sucesso
nas relações humanas.

Questões

01. (Prefeitura de Acaraú/CE - Auxiliar Administrativo - CETREDE/2019) Considerando as relações


humanas no trabalho, leia as afirmativas a seguir e marque (V) para as VERDADEIRAS e (F) para as
FALSAS.

(__) Os problemas que os membros de uma instituição vivenciam devem ser resolvidos por cada um
deles, sem a necessidade de auxílio mútuo.
(__) Ressentimentos num grupo de trabalho podem ser ocasionados pela maneira ríspida com que um
determinado funcionário trata os colegas.
(__) Relações harmoniosas entre os funcionários de uma instituição podem ser alcançadas com
atitudes de respeito pela maneira de sentir e de entender as situações de cada indivíduo.
(__) O convívio regular entre os membros da instituição caracteriza uma relação humana.

Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.


(A) V - V - V - V.
(B) V - F - V - F.
(C) F - V - V - V.
(D) F - V - F - V.
(E) F - V - V - F.

02. (Prefeitura de Bombinhas/SC - Secretário de Estabelecimento Escolar - FEPESE/2019)


Assinale a alternativa que apresenta comportamento profissional no que tange a relações humanas no
ambiente de trabalho.
(A) Isolar-se sempre de seus colegas para não perder o foco no trabalho.
(B) Criar apelidos para todos seus colegas para descontrair o ambiente de trabalho.
(C) Contar muitas piadas para descontrair o ambiente de trabalho.
(D) Saudar os colegas diariamente com expressões como “bom-dia” e “boa-tarde”
(E) Criar apelidos para seus colegas e contar muitas piadas para descontrair o ambiente de trabalho.

03. (IF/PB - Assistente de Aluno - IDECAN/2019) Sobre relações humanas, Annibal Bomfim adota
os seguintes conceitos: "relações” correspondem à ideia de estabelecimento ou manutenção de contatos
e "humanas” se aplica a tudo o que se refere ao homem, como ser humano. Nessas condições, é correto
afirmar que
(A) relações humanas referem-se a aspecto aplicável a todos os casos em que haja necessidade de
se estabelecer ou manter contato comercial ou de trabalho.
(B) as relações poderão ser consideradas humanas levando em consideração o fato de que a pessoa
é um ser humano com personalidade própria, quando desenvolvidas em ambiente familiar.
(C) as relações poderão ser ditas humanas quando consideram o ser humano com qualidade, passível
de cometer erros somente por deficiência fisiológica.
(D) praticar relações humanas implica em atitude a qual deve estar baseada no princípio do
reconhecimento e respeito à personalidade dos seres humanos e na comunicação formal.
(E) relações humanas têm a ver com necessidade e com atitude que deve prevalecer no
estabelecimento e na manutenção de contato social, comercial ou de trabalho.

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04. (Prefeitura de Barretos/SP - Agente de Segurança - VUNESP/2018) Assinale a alternativa que
possui uma regra básica de relações humanas no ambiente de trabalho.
(A) Não aceitar elogios pelo trabalho de outra pessoa, dar crédito a quem merece.
(B) Não ser humilde e tolerante, pois, assim agindo, demonstra-se ser uma pessoa fraca.
(C) Ser honesto sempre que possível, entretanto cada situação deve ser analisada isoladamente.
(D) Procurar sempre impor a própria opinião, assim se angaria o respeito dos colegas.
(E) Se tiver de corrigir ou repreender alguém, fazê-lo em público, demonstrando a própria autoridade
e a transparência da instituição.

Gabarito

01.C / 02.D / 03.E / 04.A

Comentários

01. Resposta: C
(FALSA) Os problemas que os membros de uma instituição vivenciam devem ser resolvidos por cada
um deles, sem a necessidade de auxílio mútuo.
(VERDADEIRA) Ressentimentos num grupo de trabalho podem ser ocasionados pela maneira ríspida
com que um determinado funcionário trata os colegas.
(VERDADEIRA) Relações harmoniosas entre os funcionários de uma instituição podem ser alcançadas
com atitudes de respeito pela maneira de sentir e de entender as situações de cada indivíduo.
(VERDADEIRA) O convívio regular entre os membros da instituição caracteriza uma relação humana.

02. Resposta: D
Saudar os colegas de trabalho diariamente com expressões como “bom-dia” e “boa-tarde” é uma
maneira de obter um relacionamento saudável no ambiente de trabalho, pois isso mostra que você é uma
pessoa educada e harmoniosa.

03. Resposta: E
As relações humanas têm a ver com necessidade e com atitude que deve prevalecer no
estabelecimento e na manutenção de contato social, comercial ou de trabalho.

04. Resposta: A
Não aceitar elogios pelo trabalho de outra pessoa, dar crédito a quem merece, é uma regra básica da
honestidade, e além disso evita conflitos com os colegas de trabalho.

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Vários tipos de competências são essenciais no ambiente empresarial, habilidades como liderança,
automotivação, facilidade em trabalhar em equipe, criatividade, entre outras, são o que as organizações
buscam em seus colaboradores. Entretanto a excelência na Comunicação Interpessoal, é uma habilidade
fundamental, tanto para líderes e gestores, quanto para os demais colaboradores, pois ela contribui para
o sucesso de toda a organização.
Como já dito, possuir habilidades de comunicação é uma qualidade que as organizações têm buscado
cada vez mais em profissionais no mercado atualmente, pois essas pessoas têm maior facilidade em
passar ideias de uma maneira que todos possam entender sem causar desentendimentos providos da
falha de comunicação. Além do mais, um profissional que não tenha dificuldades com esse tipo de
comunicação consegue, sem problemas, conversar com sua equipe de uma maneira clara e passar
feedbacks que serão facilmente entendidos pelas demais pessoas envolvidas.

A comunicação interpessoal é a troca de informações que existe entre dois ou mais


indivíduos, ela é baseada em passar e receber mensagens de uma pessoa para outra, seja por
meio da fala, da escrita, da mímica, dos gestos e até mesmo dos meios mais modernos que
temos atualmente graças à tecnologia. Esse tipo de comunicação é uma necessidade em todos
os contextos do convívio humano e, por isso, desenvolve-la pode oferecer inúmeras vantagens
em relacionamentos e até resultados.

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Essa competência é essencial para estabelecer diálogos coerentes, que transmitam a mensagem que
os interlocutores (participantes de uma determinada interação de comunicação) desejam externalizar de
forma autêntica e precisa. A boa comunicação interpessoal consiste no domínio tanto da fala, escrita e
expressão corporal, quanto da escuta, leitura e observação. Não basta saber se expressar, é preciso ser
capaz de aprender e interpretar o que os outros têm a dizer.

Comunicação Interpessoal no Ambiente de Trabalho

Comunicação Organizacional
Segundo Kunsch26 a comunicação organizacional, é a disciplina que estuda como se processa o
fenômeno comunicacional dentro das organizações no âmbito da sociedade global. A autora analisa o
sistema, o funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos
atendidos.
Podemos considerar então que a comunicação interpessoal no ambiente de trabalho, é a comunicação
organizacional, um fenômeno inerente aos agrupamentos de pessoas que integram dentro de uma
empresa. Sendo assim, a comunicação organizacional é composta por todas as formas de comunicação
dentro de uma organização:
- Comunicação Institucional;
- Comunicação Interna;
- Comunicação Administrativa; e
- Comunicação Mercadológica.

- Comunicação Institucional: a comunicação institucional tem o intuito de melhorar a imagem da


organização diante da sociedade, dos consumidores e dos investidores. Ela é a responsável, por meio da
gestão estratégica e das relações públicas, pela construção da uma imagem e da identidade da empresa.
- Comunicação Interna: de acordo com Kunsch27, a comunicação interna é um setor planejado, com
objetivos bem definidos, para viabilizar toda a interação entre a organização e seus colaboradores, em
todos os níveis organizacionais. Para isto utiliza-se ferramentas da comunicação institucional e até da
comunicação mercadológica (endomarketing).
- Comunicação Administrativa: essa é a responsável por transmitir os dados do âmbito
administrativos de uma organização para todos os setores nos quais estes dados se mostram pertinentes.
Segundo Kunsch28, a comunicação administrativa é aquela que permite viabilizar todo o sistema
organizacional, por meio de uma confluência de fluxos e redes.

- Comunicação Mercadológica: essa forma de comunicação tem o objetivo de vender ou melhorar a


imagem dos produtos ou serviços da corporação. O departamento de marketing e venda são os principais
responsáveis por esse processo dentro de uma empresa.

Estilos de Comunicação Interpessoal no Âmbito Organizacional

Mark Murphy29, autor de best-sellers e CEO da empresa de consultoria e pesquisa Leadership IQ


passou décadas pesquisando a comunicação interpessoal, e suas descobertas dão conta de que existem
quatro estilos fundamentais de comunicadores, de acordo com as preferências que cada um tem na hora
de se expressar. Para o autor, a compreensão de onde os interlocutores estão nesse espectro auxilia a
desenvolver uma comunicação mais eficiente. Os quatro estilos, segundo Murphy, são:

1. Pessoal: é o perfil de quem valoriza a linguagem emocional e conexão e busca avaliar não apenas
como as pessoas pensam, mas como elas se sentem em relação aos assuntos.
2. Analítica: esse estilo é para quem gosta de apontar (e ouvir) dados e números e tende a ter uma
forte aversão à ambiguidade. Bastante receptivo a pessoas que estão no comando de fatos e dados e,
ao contrário do estilo pessoal de comunicação, não se identifica muito com palavras emocionais.
3. Intuitiva: é o estilo que representa quem valoriza mais uma visão ampla da situação do que dos
detalhes, por isso, prefere ir direto ao ponto. A comunicação neste perfil costuma ser rápida e direta.

26
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 1986.
27
Idem
28
Idem
29
MURPHY, Mark. Metas que desafiam: a ciência dos feitos extraordinários; tradução: Henrique Monteiro. – São Paulo: Clio Editora, 2012.

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3. Funcional: quem gosta de comunicar processos, detalhes, cronogramas, passo a passos e planos
bem pensados. Na contramão da comunicação intuitiva, a funcional demonstra grande atenção e apreço
aos aspectos mais minuciosamente.

Processo de Comunicação Interpessoal

A comunicação não abrange somente a verbalização, mas qualquer forma de transmissão de


informação, como: a escrita, o silêncio, a música, a arte, a pintura, os gestos, a postura, entre outros. Sob
um ponto de vista racional e mecânico, o processo de comunicação interpessoal pode ser representado
do seguinte modo:

Ou seja, A diz alguma coisa e B ouve, porém raramente as comunicações são assim, tão simples, elas
são muito mais do que palavras que correm entre as pessoas. Todo o comportamento transmite uma
mensagem, e isso é uma forma de comunicação. Quando estudamos o conceito de comunicação
interpessoal, temos de examinar a relação interpessoal de um modo geral.
No exemplo representado na figura acima, A traz para a interação com B muito mais do que o conteúdo
da mensagem que deseja transmitir. A tem uma imagem de si próprio como pessoa e tem também,
embora em vários graus de especificidade e intensidade, um conjunto de atitudes e de sentimentos em
relação a B.
A presença de uma pessoa na situação pode ter um impacto na natureza da interação. Falar com uma
rocha é um processo estático, pois a rocha não reage, por outro lado, falar com outra pessoa é um
processo dinâmico, pois a outra pessoa reage e a sua reação influencia as nossas reações futuras.
O sucesso na comunicação não depende só da forma como a mensagem é transmitida, a
compreensão dela é fator fundamental, é sempre bom lembrar que nós vivemos em sociedade de cultura
diversificada, e o que às vezes parece óbvio para alguns para os outros interlocutores pode não ser.
Devido a isso. É necessário sempre ser objetivos e transparentes na comunicação, nunca presumindo
que "ele já sabe, e não preciso ficar explicando, porque isso é obvio." A comunicação depois de
transmitida de forma correta ao seu interlocutor, deve ter um acompanhamento para ele saber se está
agindo de forma correta, ou se precisa corrigir ou melhorar, e esse processo é chamado de feedback.
Para melhorar a capacidade de comunicar com os outros é essencial compreender as lacunas de uma
comunicação com os demais e o modo mais eficaz de fazer isso é: os outros darem-nos feedback sobre
o que nos ouviram dizer (tanto ao nível das palavras como dos sentimentos) e sobre o modo como a
nossa mensagem os afetou (o impacto que teve).

Feedback

Feedback é uma palavra originada do inglês, e significa realimentar ou dar resposta a um determinado
pedido ou acontecimento. No âmbito da comunicação interpessoal, seja ela profissional ou pessoal,
entende-se como a resposta ou reação do receptor à mensagem enviada. O feedback pode ser positivo
ou negativo, abaixo temos 2 exemplos desses tipos:
Positivo: Apresentei o projeto para os chefes e o feedback foi muito positivo.
Negativo: Pedi adiantamento de férias ao meu superior e o feedback foi negativo.

Podemos então comparar as consequências "pretendidas" com as "reais" e estarmos, assim, numa
melhor posição para alterarmos o nosso comportamento de comunicação. O problema crucial não é o de
um estilo correto de comunicar, mas sim o da coerência:
- Será que eu estou a transmitir aquilo que queria transmitir?
- Será que as minhas palavras e ações estão de acordo com os meus sentimentos?
- Será que estou a controlar inconscientemente a minha transmissão?

O feedback, portanto, auxilia muito a comunicação, pois funciona como um mecanismo corretivo para
o indivíduo que quer aprender a ver se o seu comportamento condiz com as suas intenções, ou seja,
compreender melhor as lacunas na sua comunicação com os outros. Sendo assim, devemos definir com
clareza as premissas básicas e a abrangência, necessárias à compreensão da comunicação interpessoal
nas organizações.

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Barreiras da Comunicação Interpessoal

1) Barreiras mecânicas ou físicas: o aparelho de transmissão, como o barulho, ambiente e


equipamentos inadequados, aqui a comunicação é bloqueada por fatores físicos.
2) Barreiras fisiológicas: são as que dizem respeito aos problemas genéticos ou de malformação dos
órgãos vitais da fala.
3) Barreiras semânticas: são as que decorrem do uso inadequado de uma linguagem não comum ao
receptor ou a grupos visados.
4) Barreiras psicológicas: são os preconceitos e estereótipos que fazem com que a comunicação
fique prejudicada.
5) Barreiras pessoais: as pessoas podem facilitar ou dificultar as comunicações. Tudo irá depender
da personalidade de cada um, do estado de espírito, das emoções, dos valores, etc...
6) Barreiras administrativas burocráticas: decorrem das formas como as organizações atuam e
processam suas informações.

Como desenvolver a Comunicação Interpessoal

Desenvolver a comunicação interpessoal é muito importante tanto para crescimento profissional, como
o pessoal, pois assim as pessoas são capazes de se destacarem em suas carreiras, e nos seus
relacionamentos pessoais, como já foi explicado durante esse conteúdo, possuir essa competência é
muito relevante, pois todos precisam se relacionar, seja com colegas, lideres, clientes e fornecedores, e
saber se comunicar bem, faz toda a diferença nas diversas situações.
Quando os profissionais são totalmente habilidosos em suas comunicações, eles conseguem construir
ótimas relações interpessoais na organização, ou seja, eles conseguem se comunicar de maneira clara
e serem bem mais assertivos na apresentação de suas ideias. Além disso, eles possuem mais facilidade
em fazer um bom atendimento aos clientes, mediar situações de conflitos organizacionais, e liderar
equipes.

Dicas para melhorar cada vez mais a Comunicação Interpessoal


- Aprenda a ouvir: muito mais importante do saber falar, se expressar é saber ouvir o que o outro tem
a dizer, compreender as diferentes visões, e depois colocar a sua opinião expressamente. Seja um bom
ouvinte.

- Ter empatia: mesmo sendo um indivíduo tímido, e tendo dificuldade em falar em público, as pessoas
devem ser abertas uma com as outras, sorrir, estar sempre disposto a ajudar, colaborar com as suas
ideias, e buscar se relacionar sempre de forma positiva com os colegas e líderes, faz com que você seja
uma pessoa empática, e isso traz inúmeros benefícios tanto na comunicação quanto no relacionamento.

- Olhe nos olhos enquanto fala e enquanto ouve: olhar diretamente para a pessoa que está falando
por você gera empatia e facilita o entendimento.

- Aprenda a ser comunicativo: cada pessoa é única, e cada uma tem um modo de se comunicar e
de se expressar, sendo assim observe e veja como as demais pessoas (colegas, lideres) se comunicam.
E adeque sua forma de comunicar de um modo que consiga expor suas ideias de forma clara, para assim
ser entendido perfeitamente pelas demais pessoas.

- Seja claro: a comunicação está diretamente relacionada ao modo como cada se manifesta, seja por
meio de e-mails, conversas casuais e apresentações, dessa maneira é essencial que os indivíduos sejam
o mais claro possível, evite gírias, vícios de linguagem, expressões chulas e erros de português.

- Respeite os outros: a comunicação é um tipo de relacionamento, e por isso, mesmo em


determinados momentos onde as opiniões e ideias das pessoas são divergentes, se elas trabalham juntas
ou possuem algum tipo de relacionamento, é necessário que tenham respeito uma com as outras em
relação as opiniões, isso ajuda a evitar discussões e conflitos.

- Amplie seu vocabulário: mantenha-se sempre em constante ampliação de vocabulário. O


vocabulário está diretamente ligado a capacidade de se expressar de se fazer entender, sendo assim, se
um indivíduo não tiver um bom domínio da língua portuguesa e do significado por trás das palavras,
poderá enfrentar problemas como ambiguidade.

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Toda a comunicação interpessoal é interativa, ou seja, sempre há o retorno, a uma mensagem emitida,
seja ela, na mesma forma e canal, ou através de gestos ou expressões, ou ainda o próprio silêncio, que
pode também ser considerado, uma resposta.
Questões

01. (FMS - Auxiliar de Administração - NUCEPE/2019) A comunicação interpessoal é muito


importante no processo de atendimento ao público, seja interno ou externo, porque, para que possamos
atingir nosso objetivo no repasse de informações, se faz necessário observarmos a reação do receptor
na mensagem. A garantia de que o que comunicamos foi compreendido de maneira adequada se dá
(A) através do ruído horizontal.
(B) através da emissão.
(C) pelo ruído vertical.
(D) pelo feedback.
(E) pelo canal de comunicação.

02. (UFAC - Assistente em Administração - UFAC/2019) A comunicação interpessoal no ambiente


de trabalho se desenvolve na constante interação mantida entre duas ou mais pessoas, seja por meio de
comunicação face a face ou em contextos de grupos. Dentre as barreiras que interferem no processo de
comunicação e a dificultam, destaca-se:
(A) construtiva.
(B) proativa.
(C) empática.
(D) mecânicas ou físicas.
(E) positivas.

03. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr Psicologia - NC/UFPR/2019) O


processo de feedback nas organizações está relacionado aos temas da comunicação, do relacionamento
interpessoal e do trabalho em equipe. Sobre a comunicação e o feedback, identifique como verdadeiras
(V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:

(__) A comunicação é um processo de troca de mensagens entre pelo menos duas pessoas e envolve
uma série de elementos para a transferência e a compreensão de significados.
(__) Nas organizações contemporâneas, a comunicação já não é mais o principal entrave dos
relacionamentos humanos, isso porque ela acontece majoritariamente de forma virtual, o que diminui
ruídos e dificuldades de comunicação.
(__) A comunicação no contexto do trabalho é um dos fatores que interferem na motivação, na
satisfação com o trabalho e no desempenho no trabalho.
(__) O feedback é um dos elementos do processo de comunicação e visa a verificação da
compreensão da mensagem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.


(A) F – V – F – V.
(B) V – F – V – F.
(C) V – F – V – V.
(D) V – V – F – V.
(E) F – V – F – F.

04. (EBSERH - Jornalista - CESPE/2018) Acerca da comunicação como produto do processo social,
julgue o item subsequente.

A comunicação interpessoal reforça a ação da mídia na sociedade.

( ) Certo ( ) Errado

05. (TRE/CE - Analista Judiciário - FCC) Oferecer feedback é:


(A) utilizar comunicação unidirecional para informar sobre suas experiências positivas e negativas com
a outra pessoa, com o objetivo de melhorar o relacionamento interpessoal.

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(B) julgar o desempenho e expressar sua opinião em relação às metas que foram acordadas, com o
objetivo de criticar comportamentos inadequados.
(C) disponibilizar informações sobre um comportamento passado que pode vir a influenciar um
comportamento futuro, com o objetivo de melhorar o desempenho e desenvolver capacidades.
(D) utilizar comunicação unidirecional para interpretar as condutas da outra pessoa e indicar aquelas
que dificultam o cumprimento dos objetivos e adequação aos valores da empresa.
(E) utilizar comunicação unidirecional para identificar padrões de conduta, com o objetivo de elevar o
autoconhecimento e a autoestima.

06. (TRF 5ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC) Os processos de comunicação englobam


(A) todo o fluxo de informação, estruturado ou não, entre a organização e as pessoas e vice-versa.
(B) as relações sindicais, que são processos que tratam da relação entre organização, pessoas e
sindicatos representativos dos trabalhadores.
(C) as relações com a comunidade, que compreendem o conjunto de políticas que balizam as relações
entre organização, pessoas e comunidade.
(D) os canais e os veículos de comunicação entre organização e pessoas, entre as pessoas que
mantêm relação de trabalho com a organização e entre pessoas, organização e comunidade.
(E) todo fluxo de informação que permitir ao gestor mapear as alternativas decisórias sobre as pessoas
e os riscos de cada alternativa para a organização.

07. (DETRAN/RO - Auxiliar Administrativo - FEC) É a troca de informações entre indivíduos e


constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social.” Pode-se
afirmar que é o conceito de:
(A) liderança;
(B) hierarquia;
(C) ética;
(D) comunicação;
(E) motivação.

08. (Transpetro - Administrador Júnior - CESGRANRIO) Uma determinada empresa desenvolveu,


ao longo dos últimos anos, um programa de relações com empregados que contava com o ‘gerenciamento
por caminhadas’ e uma ‘política de portas abertas’. No primeiro, os gerentes e supervisores devem
sempre ir às pessoas em seus locais de trabalho, para verificar como se sentem a respeito das atividades
e seus desempenhos pessoais. No segundo, os gerentes e supervisores devem promover no local de
trabalho um ambiente favorável a explicitar a filosofia de trabalho e permitir a livre expressão de ideias e
sugestões.
O programa de relações com empregados tem como eixo central a
(A) assistência
(B) comunicação
(C) cooperação
(D) disciplina
(E) proteção

09. (TSE - Analista Judiciário - CONSULPLAN) A comunicação interpessoal é um processo de enviar


e receber símbolos aos quais são agregados significados de uma pessoa a outra. Qual fator pode dificultar
a comunicação interpessoal?
(A) Articular-se de forma clara e objetiva.
(B) Solicitar feedback.
(C) Ter homogeneidade de padrões culturais entre a fonte e o destino.
(D) Desenvolver o processo de comunicação espontânea, mesmo que com ruídos.

Gabarito

01.D / 02.D / 03.C / 04.Errado / 05.C / 06.D / 07.D / 08.B / 09.D

Comentários

01. Resposta: D

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O Feedback, é a resposta do nosso interlocutor, em relação ao que foi comunicado, ele pode ser
negativo ou positivo.

02. Resposta: D
As barreiras que dificultam/atrapalham a comunicação interpessoal são:
1) Barreiras mecânicas ou físicas
2) Barreiras fisiológicas
3) Barreiras semânticas
4) Barreiras psicológicas
5) Barreiras pessoais
6) Barreiras administrativas burocráticas

03. Resposta: C
(V) A comunicação é um processo de troca de mensagens entre pelo menos duas pessoas e envolve
uma série de elementos para a transferência e a compreensão de significados.
(F) Nas organizações contemporâneas, a comunicação já não é mais o principal entrave dos
relacionamentos humanos, isso porque ela acontece majoritariamente de forma virtual, o que diminui
ruídos e dificuldades de comunicação. (As partes destacadas são falsa, pois a comunicação é sim o
principal entrave nos relacionamento humano, pois sem ela não existe relacionamento. É ela não
acontece somente no meio virtual, ela pode acorrer por qualquer meio, seja ele virtual ou não)
(V) A comunicação no contexto do trabalho é um dos fatores que interferem na motivação, na
satisfação com o trabalho e no desempenho no trabalho.
(V) O feedback é um dos elementos do processo de comunicação e visa a verificação da compreensão
da mensagem.

04. Resposta: Errado


O que reforça a ação da mídia na sociedade não é a comunicação interpessoal (relação entre as
pessoas), mas a comunicação grupal (extensão maior do que a interpessoal), a comunicação coletiva
(entre grupos) ou a comunicação social (grande público ou sociedade).

05. Resposta: C
O feedback, ao contrário da crítica, é utilizado para melhorar o comportamento futuro, por meio da
disponibilização de informações sobre determinados comportamentos. “Utilizar comunicação
unidirecional” é o principal erro de dos itens "a”, “d” e “e", pois o feedback (ou retroalimentação) é
multidirecional, pressupõe ida e retorno! Portanto, gabarito “C”.

06. Resposta: D
As demais alternativas também mostram aspectos da comunicação, entretanto a alternativa D abrange
tais aspectos mais amplamente.

07. Resposta: D
A comunicação é um processo pelo qual as pessoas transmitem a outras, informações a respeito de
ideias, sentimentos e emoções. Ela faz parte de todas as interações sociais. Na interação social, é
necessária, além da transferência, a compreensão do significado para evitar falhas de comunicação que
podem ter consequências sérias para os envolvidos no processo.

08. Resposta: B
Em ambos os casos o foco central está na informação. No primeiro há um processo comunicacional
entre o gerente e seus colaboradores. No segundo caso, existe uma abertura para que os funcionários
da empresa possam comunicar a empresa suas ideias e sugestões.

09. Resposta: D
"Mesmo com ruídos" foi o que tornou a assertiva D um fator que dificulta a comunicação. Outro fator
importante para que a questão D esteja errada é que nem sempre ser espontâneo significa que o receptor
entenda a mensagem emitida corretamente; daí a necessidade de sempre controlar cada palavra e
expressão a ser dita, principalmente de acordo com a ocasião.

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

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O Desenvolvimento Organizacional (DO)30, nada mais é do que um esforço planejado, que abrange
toda a organização, porém ele é administrado do alto, ou seja, pelo nível estratégico, ele tem o objetivo
de aumentar a eficiência e a saúde da organização através de intervenções planejadas nos
procedimentos da organização, usando os conhecimentos fornecidos pelas ciências do comportamento.
A maioria dos autores concordam que DO é uma mudança organizacional planejada, ou seja, um
esforço educacional complexo proposto a mudar os comportamentos e a estrutura organizacional, para
que a organização possa se adaptar melhor às exigências de novos mercados, tecnologias e toda ordem
de desafios impostos pelo seu funcionamento interno e pelo ambiente externo.
Portanto, o Desenvolvimento Organizacional é qualquer coisa que aumenta a participação dos
colaboradores nos assuntos da organização, na melhor das hipóteses, o DO pode também constituir
apenas um modelo normativo que prescreve um certo tipo de comportamento que se considera
apropriado e efetivo para todas as organizações em todo tipo de situações.

French e Bell, por sua vez, afirmam que:


“Desenvolvimento Organizacional é um programa educacional de longo prazo, orientado no sentido de
melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação de uma organização, em particular,
através de uma administração mais colaborativa e efetiva da cultura desta organização (e de seus grupos
internos), com a assistência de um agente de mudança, ou catalizador, e o uso da teoria e da tecnologia
pertinente à ciência do comportamento organizacional - incluindo pesquisa ativa (active research).” 31

Características do Desenvolvimento Organizacional

Em primeiro lugar, entende-se que um DO é, como um processo planejado para mudar a maneira em
que organizações funcionam, tentando descongelar padrões de comportamento, implantar as mudanças
e voltar a congelar os novos padrões, um programa de DO é caracterizado em termos de processo, ou
seja, um fluxo identificável de acontecimentos inter-relacionados, orientados para a consecução de um
certo objetivo, propósito ou fim.
Em segundo lugar, o conceito de Mudança Organizacional já tem sido definido por outros autores
como, um conjunto de alterações no ambiente de trabalho de uma organização, que podem ser de dois
tipos: Estruturais e Comportamentais.
Apesar de que ambos tipos de mudança podem ser facilmente reconhecidos como interdependentes,
entende-se que o processo de DO está fundamentalmente orientado a atuar sobre o comportamento mais
que sobre a estrutura, acontecendo assim as mudanças nesta segunda variável somente em decorrência
das mudanças já decididas no caso da primeira.
O processo de DO, percebido já assim por K. Lewin há 30 anos, inclui qualquer das seguintes
atividades:
- Coleta de informações sobre o comportamento dos grupos e das pessoas;
- Diagnóstico dos problemas prioritários entre o consultor e o "cliente";
- Definição conjunta dos problemas prioritários;
- Determinação dos recursos internos e externos orientados para a solução do problema;
- Estabelecimento de plano de ação; e
- Estabelecimento de métodos para avaliar a medida em que os planos são implantados e/ou os
problemas são resolvidos.

Esse processo, ou as atividades mais importantes que o compõem, supõe-se que deva ser iterativo,
no sentido de repetir-se de forma contínua, independentemente de períodos de crise com que a empresa
eventualmente se confronte.

Responsabilidades

A implantação e manutenção do processo de DO é de responsabilidade conjunta do pessoal do nível


estratégico da organização, e de um agente de mudança. É imprescindível que o pessoal mencionado,
em primeiro lugar, perceba pelo menos que "nem tudo vai tão bem como deveria na organização".
A seguir, é também necessário que este pessoal-chave acredite na aplicabilidade da ciência do
comportamento organizacional aos problemas gerais ou específicos identificados.

30
Texto adaptado de Julio Lobos, disponível em http://www.scielo.br/
31
FRENCH, W. & BELL, C. Organization development. New Jersey, Prentice-Hall, 1973.

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Esta crença pode estar baseada em argumentos cognitivos ou em experiências, de qualquer forma, é
importante que este pessoal-chave participe e apoie as definições iniciais do programa de DO, tais como
a localização das intervenções, o tipo das intervenções, etc.
Mencionado em segundo lugar, o agente de mudança (o qual supõe-se deva trabalhar em conjunto
com os executivos máximos da organização ou da unidade organizacional onde se localiza o esforço de
mudança) deve ser um consultor externo especializado, ao menos durante as etapas iniciais do programa.
Existe também a possibilidade de um colaborador pertencente à organização atuar como agente de
mudança, porém é pouco provável que um elemento interno tenha o suficiente treinamento e status e/ou
permaneça alheio a um eventual conflito de papéis.
De fato, o agente de mudança externo está livre das restrições culturais características à organização,
pode aceitar maiores riscos à sua própria carreira profissional e, provavelmente, possui maior treinamento
e experiência.

Pressupostos sobre os participantes do DO

O processo de DO apoia-se em um modelo normativo de funcionamento organizacional que supõe


que o comportamento dos empregados se baseia em fatores tais como:
- Confiança;
- Apoio Moral;
- Entrega e Recebimento de Informações Relevantes (feedback mútuo); e
- Administração de Conflito.

Neste ponto, é necessário especificar mais claramente os pressupostos e valores que se acham
implícitos no conceito de desenvolvimento organizacional. Definidos por French & Bell como sendo
congruentes com as teorias de McGregor, Likert, Argyris, Bennis, Schein, Maslow e Herzberg, alguns
destes pressupostos e valores são os seguintes:

a) O Indivíduo
- Qualquer indivíduo se orienta para o desenvolvimento e realização pessoal, sempre que localizado
dentro de um ambiente que ofereça condições para isso.
- Mais ainda, a maioria das pessoas deseja ser mais do que é capaz de ser. As pessoas desejam e
são capazes de aumentar sua contribuição para alcançar os objetivos organizacionais, inclusive além das
possibilidades permitidas pelo ambiente da organização.

b) Os Grupos
- Um dos grupos de referência que possui maior relevância para o indivíduo é o de trabalho, incluindo
seus pares e seu supervisor.
- A maioria das pessoas deseja ser aceita e interagir cooperativamente, pelo menos com um grupo de
referência e, usualmente, com mais de um grupo.
- Se um grupo deseja otimizar sua efetividade, o líder formal não pode desempenhar sua tarefa
exclusivamente e em todas as circunstâncias; por isso, os membros do grupo devem cooperar entre si
através de seu próprio comportamento.
- Os sentimentos reprimidos em um indivíduo devido às normas estabelecidas pelo seu grupo de
referência chegam a neutralizar a sua potencialidade.
- As soluções para maior parte dos problemas motivacionais ou de atitudes nas organizações envolvem
uma transação social. Isto é, tais problemas têm uma melhor chance de serem solucionados
construtivamente se todas as partes envolvidas alteram as suas relações mútuas. O objetivo, então, não
é tanto "como A pode fazer com que B atinja um bom desempenho", mas "como A e B podem trabalhar
em conjunto, modificando assim suas interações para chegarem ambos a ter maior efetividade".

c) Os Participantes de um Sistema Organizacional


- Todo gerente ou supervisor é membro de pelo menos duas equipes de trabalho - como superior em
uma delas e como subordinado na outra. Os comportamentos de indivíduos em ambas equipes de
trabalho não são independentes entre si.
- Estratégias de resolução de conflito do tipo "ganha ou perde" entre pessoas ou grupos, segundo as
quais a parte ganhadora fica satisfeita enquanto a parte perdedora adota uma atitude defensiva, não são
efetivas a longo prazo. A maioria dos problemas organizacionais são atacados de uma forma melhor
começando com a pergunta: "Como é que todos podemos ganhar?"

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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Pressupostos sobre a aprendizagem

O processo de DO baseia-se na ideia de que é possível aprender através da experiência, seja no


trabalho diário, seja mediante as próprias intervenções de DO.
Supõe-se que os indivíduos devam ser inicialmente testados quanto à efetividade destas mudanças
de comportamento em situações simuladas, receber um feedback objetivo a tal respeito, e tirar conclusões
da experiência.

Meios Disponíveis

Uma grande variedade de intervenções é utilizada para implantar um processo de DO. Uma
intervenção define-se como um conjunto de atividades estruturadas nas quais participa um grupo
selecionado de unidades organizacionais ou equipes de trabalho, através do desempenho de uma tarefa
ou sequência de tarefas, cujos objetivos se relacionam direta ou indiretamente com o aperfeiçoamento
da organização. Comumente uma intervenção é praticada, já que ela é uma técnica ou método de
aprendizagem, pelo agente de mudança. De qualquer forma, a lista de atividades, técnicas e métodos
educacionais aplicáveis num programa de DO é extensa e acha-se disponível para ser utilizada, tanto
pelo cliente como pelo consultor externo. Segundo French & Bell, qualquer intervenção de DO inclui o
planejamento, execução e avaliação das consequências de um determinado tipo de ação.

As Características de uma Intervenção típica de DO são as seguintes:


1. Buscam-se dois tipos de objetivos: Educacional e Operacional;
2. Procura-se mais atingir os problemas realmente confrontados pela organização do que os problemas
hipotéticos e/ou abstratos que podem ou não se acomodar às necessidades dos participantes; e
3. Utilizam-se diversos modelos de aprendizagem.

Tipologia de Intervenções baseada nos Grupos Atingidos

a) Intervenções destinadas a melhorar a efetividade dos indivíduos


Plano de carreira: atividades que capacitam os indivíduos a concentrar-se na análise dos seus
objetivos profissionais e vitais e nas formas como estes podem ser atingidos. Incluem-se: balanço de vida
e carreira, discussão de objetivos, avaliação de potencial, especificação de necessidades de treinamento
e detecção de áreas fortes e fracas da personalidade.

Técnicas de análise de papéis: atividades que conduzem os indivíduos a definir seus diferentes
papéis organizacionais, identificando possíveis conflitos entre eles e/ou com os papéis de terceiros.

Assessoria individual: atividades que ajudam o consultor (ou outros membros da organização) a
trabalhar em conjunto com um indivíduo, orientando-o sobre
1. A definição de seus objetivos de aprendizagem;
2. A forma como seu comportamento é percebido por terceiros;
3. O desempenho de novas formas de comportamento que podem ajudá-lo a atingir seus objetivos
mais eficientemente.

Treinamento de sensibilidade (T-Group): atividades orientadas à melhoria das habilidades


interpessoais e do conhecimento psicossocial do indivíduo, situando-o temporariamente dentro de um
grupo de estranhos sem agenda preestabelecida.
O T-Group é um grupo relativamente não estruturado, no qual os indivíduos participam como
aprendizes. Os dados para cada aprendizagem estão dentro dos indivíduos e decorrem da sua
experiência imediata no T-Group: são as transações entre os participantes, seu próprio comportamento
no grupo, à medida que se esforçam para criar uma organização produtiva e viável, uma sociedade em
miniatura, e à medida que eles procuram estimular e apoiar a aprendizagem recíproca dentro dessa
sociedade. Os membros do T-Group precisam estabelecer um processo de investigação no qual os dados
acerca de seu próprio comportamento sejam coletados e analisados, simultaneamente com sua
experiência geradora. A aprendizagem assim conseguida é testada e generalizada para uso contínuo.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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Outras atividades educacionais e de treinamento: diferem do caso anterior apenas porque o
indivíduo situa-se num grupo de trabalho. Neste caso, as atividades do indivíduo são orientadas pelo
consultor no exercício das habilidades técnicas necessárias para um melhor desempenho de uma tarefa
específica ou ao aprimoramento da competência interpessoal (por exemplo, liderança, análise das
responsabilidades e funções dos membros do grupo, tomada de decisões, estabelecimento de objetivos
etc).

Desenvolvimento Organizacional do tipo grid, fase I: durante uma semana, os indivíduos aprendem
os conceitos do grid, avaliam seus próprios estilos de management utilizando o questionário grid e o
esquema grid das duas dimensões de liderança, desenvolvem habilidades para motivar a ação de grupo,
aprendem habilidades para resolução de problemas e de crítica, trabalham na melhor das suas
habilidades de comunicação, e aprendem a analisar a cultura da equipe e da organização.

b) Intervenções destinadas a melhorar a efetividade de grupos limitados de dois ou três


participantes
Consultoria de processos: atividades que o consultor executa com a intenção de ajudar o cliente a
perceber, entender e atuar sobre uma ou mais etapas do(s) processo(s) que tomam lugar no ambiente
organizacional. Neste enfoque de consultoria, o cliente é orientado sobre os processos sociais que
dinamizam uma organização e informado sobre a(s) forma(s) de diagnosticá-los e manejá-los. A ênfase
concentra-se nos aspectos de comunicações, definição dos papéis de líder e seguidores de um grupo,
técnicas para solução de problemas e tomada de decisões, normas de grupo, autoridade e influência
intraorganizacional, e cooperação e competição entre grupos. Dão-se também indicações sobre como
desenvolver as habilidades necessárias para atuar efetivamente nestes processos.

Moderação induzida: atividades conduzidas pelo consultor (o "moderador") designadas para "ajudar
dois membros de uma organização a administrar seu conflito interpessoal". Estas atividades baseiam-se
em táticas de confronto e na compreensão, por parte dos membros conflitantes, dos processos envolvidos
tanto no conflito como na resolução deste.

Desenvolvimento organizacional de tipo grid, fase II: nesta etapa, a ênfase é dada ao trabalho em
grupo. O objetivo é aperfeiçoar o trabalho em grupo na organização por meio da análise da cultura e das
tradições dos diversos grupos, conjuntamente com o desenvolvimento de habilidades de planejamento,
estabelecimento de objetivos e resolução de problemas. Aspectos adicionais desta etapa incluem
feedback entregue pelo consultor a cada manager acerca de seu comportamento individual e como
membro do grupo. Todo o trabalho em grupo, em qualquer caso, é feito dentro do contexto de problemas
reais de trabalho.

c) Intervenções destinadas a melhorar a efetividade de grupos e equipes de trabalho


Construção de equipeis de trabalho: atividades orientadas à melhoria da efetividade operacional
das equipes de trabalho pertencentes à organização. Estas atividades podem dizer respeito a tarefas
específicas, apontando as habilidades necessárias para desempenhá-las, os recursos disponíveis, etc;
ou podem focalizar-se na natureza e qualidade das relações entre os membros da equipe de trabalho e
entre estes e o líder. É dada especial consideração aos diferentes tipos de equipes de trabalho possíveis,
isto é, equipes formais, equipes temporárias ou task forces, e equipes de recente constituição.

Diagnóstico e/ou survey-feedback: compreendem a coleta de dados destinada, em primeiro lugar,


a avaliar o estado do sistema organizacional: "como é que as coisas estão". Os métodos disponíveis
variam entre técnicas projetivas aplicadas a membros-chave do sistema e técnicas tradicionais de coleta
de dados, tais como: entrevistas, questionários, pesquisas, etc.

As atividades do tipo survey-feedback são similares às anteriores e se diferenciam delas apenas


porque procuram trabalhar com dados já coletados para uma determinada pesquisa e elaborar planos de
ação baseados em tais dados. Treinamento de sensibilidade, consultoria de procedimentos, técnica de
análise de papéis.

d) Intervenções destinadas a melhorar a efetividade das relações intergrupais


Relacionamento intergrupal: são atividades orientadas para melhorar a efetividade de grupos
interdependentes. Elas se concentram em tarefas desenvolvidas em conjunto e visam apresentar o

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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resultado dessas tarefas como produto de um sistema único, em vez de dois ou mais sistemas
componentes em separado.

Espelho organizacional: é um tipo de intervenção que se pratica com três ou mais grupos. Neste
caso, um grupo organizacional em particular decide solicitar feedback da parte de representantes de
outros grupos organizacionais sobre como seu desempenho é percebido e considerado por estes.

Tecnoestrutura: este tipo de atividade está orientado a melhorar a efetividade dos recursos e
limitações técnicas e estruturais que afetam os indivíduos ou os grupos. Elas podem referir-se a
1. Experimentação com novas estruturas organizacionais e avaliação da sua efetividade em termos de
objetivos específicos; e
2. Desenho de novas formas, para dirigir os recursos técnicos para a solução de problemas
organizacionais de ordem psicossocial.

Desenvolvimento organizacional de tipo grid, fase III: nesta etapa, a ênfase se fixa nas relações
intergrupais, sendo o objetivo transferir os grupos desde seu inefetivo estilo de relacionamento do tipo
"ganho ou perda" para um modelo colaborativo de relações intergrupais. Cada grupo analisa
separadamente o que seria um relacionamento ideal, compartilhando finalmente a sua opinião com outros
grupos pares. A fase III também inclui o desenvolvimento de planos operacionais e a designação de
papéis individuais, com o propósito de possibilitar a transferência mencionada. Consultoria de processos,
moderação induzida e survey-feedback.

e) Intervenções destinadas a melhorar a efetividade da organização como um todo


Confrontação: projetada pelo Prof. R. Beckard, esta intervenção consiste em uma reunião de apenas
um a dois dias, nos quais todo o pessoal executivo de uma organização analisa a sua própria "saúde"
organizacional. A reunião é composta de várias etapas. Em resumo, trata-se de
1. Gerar motivação pelo próprio esforço de participar da reunião;
2. Gerar informação sobre os principais problemas contingentes;
3. Analisar as causas prováveis;
4. Desenvolver planos de ação para corrigir esses problemas; e
5. Estabelecer um cronograma incluindo os passos que devem ser dados até atingir soluções
satisfatórias.

Desenvolvimento organizacional tipo grid, fases IV, V e VI: a fase IV do grid consiste em
desenvolver um "modelo estratégico ideal de desenvolvimento da corporação". Agora, o centro de
atenção é o planejamento estratégico a nível de corporação, sendo o objetivo aprender os conceitos e as
habilidades básicas da lógica multi organizacional. O pessoal de cúpula da empresa inicia as atividades
de planejamento estratégico, ainda que seus planos e ideias sejam testados, avaliados e criticados
conjuntamente com outros membros da organização. Obtenção de dados, informações técnicas, etc, são
contribuições que qualquer executivo pode dar. Supõe-se que estas atividades devam resultar em um
modelo estratégico ideal de desenvolvimento especialmente desenhado para a organização como um
todo.
A fase V, por sua vez, visa a implementação do modelo desenvolvido na fase anterior. Isto implica uma
reorganização simulada da situação atual, baseada na identificação de componentes lógicos do sistema,
como centros de lucro, localidades geográficas, linhas de produção, etc. Cada componente nomeia uma
equipe de planejamento cujo trabalho é examinar a melhor forma de contribuir para implantação do
modelo estratégico ideal. Uma equipe adicional é encarregada do planejamento de uma direção central
da corporação. A partir deste ponto, o modelo é implementado.
A fase VI compreende uma avaliação crítica das fases prévias. O seu objetivo é conhecer o grau de
progresso alcançado, particularmente no que se refere ao andamento do modelo ideal.

Questões

01 (PRODAM/AM - Analista Administrativo - FUNCAB) O desenvolvimento organizacional é uma


técnica desenvolvida:
(A) com o objetivo de implantar mudanças de forma eficaz; é uma complexa estratégia educacional,
com base na experiência, que emprega os meios mais amplos possíveis do processo educacional, e que
tem por finalidade fortalecer as crenças, atitudes e valores já existentes.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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(B) com o objetivo de implantar mudanças de forma eficaz; é uma complexa estratégia educacional,
com base na experiência, que emprega os meios mais amplos possíveis de comportamento, e que tem
por finalidade mudar crenças, atitudes, valores e a estrutura das organizações.
(C) com o objetivo de implantar mudanças de forma eficaz; é uma complexa estratégia
comportamental, com base na tecnologia, que emprega os meios mais amplos possíveis de
comportamento, e que tem por finalidade mudar crenças, atitudes, valores e a estrutura das organizações.
(D) com o objetivo de implantar mudanças de forma eficaz; é uma estratégia comportamental pouco
complexa, com base na experiência, que emprega os meios mais amplos possíveis do processo
educacional, e que tem por finalidade fortalecer as crenças, atitudes e valores já existentes.
(E) com o objetivo de implantar mudanças de forma eficaz; é uma estratégia comportamental pouco
complexa, com base na experiência, que emprega os meios mais amplos possíveis do processo
educacional, e que tem por finalidade mudar crenças, atitudes, valores e a estrutura das organizações.

02. (CEFET/MG - Administrador – CEFET/MG) Sobre o desenvolvimento organizacional, é correto


afirmar que
(A) consiste em uma abordagem de mudança na qual os consultores externos formulam alterações
necessárias.
(B) utiliza os conhecimentos das ciências comportamentais para melhorar a eficácia da organização.
(C) é de fácil avaliação a sua eficiência e seus programas demandam pouco tempo de execução.
(D) adota processo dinâmico composto pelas fases de diagnóstico, intervenção, reforço e apoio.
(E) emprega técnicas de reunião de dados em nível de intervenção entre grupos.

03. (SEAP/DF Analista - Administração - IADES) Assinale a alternativa que apresenta exemplos de
características do desenvolvimento organizacional.
(A) Procedimentos lineares e restrição a orientações contingenciais.
(B) Ação de intervenção composta por diagnóstico inicial, procedimentos lineares e avaliação e
acompanhamento.
(C) Orientação sistêmica, foco na organização como um todo e utilização de agentes de mudanças.
(D) Criação de laboratórios de sensitividade, nos quais os gerentes conduzem e comandam as ações
dos seus subordinados para a identificação de problemas e necessidades de melhorias.
(E) Criação dos denominados T-groups ou learning groups, com a finalidade de realizar a primeira fase
do desenvolvimento organizacional, que é o levantamento de dados.

04. (SERPRO - Técnico de Suporte Administrativo - CESPE) Com relação ao desenvolvimento


organizacional, julgue os itens subsequentes.
A cultura e o clima organizacional são fatores irrelevantes no desenvolvimento organizacional.
( ) Certo ( ) Errado

05. (CPTM - Analista Administrativo Júnior - Makiyama) Dentre os conceitos que caracterizam o
Desenvolvimento Organizacional, assinale a alternativa que explicita aquele que representa as interações
entre as partes da organização, que se influenciam reciprocamente no âmbito das relações de trabalho
bem como a estrutura e os processos organizacionais, objetivando que todas trabalhem juntas.
(A) Agente de mudança.
(B) Retroação.
(C) Orientação sistêmica.
(D) Orientação contingencial
(E) Aprendizagem experiencial.

06. (ANS - Técnico em Regulação - FCC) Processo estratégico de mudança planejada, de longo
prazo, que objetiva alavancar a organização a estágios cada vez mais avançados e que integra metas
individuais, grupais e empresariais é denominado de
(A) cultura organizacional.
(B) avaliação de desempenho.
(C) clima organizacional.
(D) desenvolvimento organizacional.
(E) ética empresarial.

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07. (UFRPE - Administrador - SUGEP) O Desenvolvimento Organizacional é um desdobramento
prático e operacional da Teoria Comportamental a caminho da abordagem sistêmica. Sobre essa teoria,
é correto afirmar que ela:
(A) mostra que a organização deve ser administrada como um todo complexo, em oposição a uma
análise das partes em separado. Ela é composta de um conjunto de elementos interdependentes e
interagentes; um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado e cujo resultado é
maior do que as unidades poderiam ter, se funcionassem independentemente.
(B) visa à clara percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno e externo da organização, a
análise e decisão do que precisa ser mudado e a intervenção necessária para provocar a mudança,
tornando a organização mais eficaz, perfeitamente adaptável às mudanças e conciliando as necessidades
humanas fundamentais com seus objetivos e metas.
(C) enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações; tudo é relativo, tudo depende. Esta teoria
explica que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas
apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização.
(D) enfoca o comportamento, por meio do estudo e análise das observações e verificações do
comportamento humano a partir de processo científico; envolve o indivíduo e seu comportamento, o grupo
e a organização.
(E) dá ênfase ao processo decisório no seu aspecto quantitativo e programável, na medida em que
muitas decisões administrativas podem ser tomadas sob a ótica de equações matemáticas, que mantêm
inflexíveis determinados padrões.

Gabarito

01.B / 02.B / 03.C / 04.Errado / 05.C / 06.D / 07.B

Comentários

01. Resposta: B
"O desenvolvimento organizacional é um esforço planejado, que abrange toda a organização, e
administrado do alto, para aumentar a eficiência e a saúde da organização através de intervenções
planejadas nos 'procedimentos' da organização e usando os conhecimentos fornecidos pelas ciências do
comportamento."

02. Resposta: B
Conforme a teoria, alternativa B.

03. Resposta: C
Segundo French e Bell, o DO pode ser definido como um "esforço de longo prazo, apoiado pela alta
direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas de renovação organizacional,
particularmente por meio de um eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura
organizacional - com ênfase especial nas equipes formais de trabalho, equipes temporárias e cultura
intergrupal - com a assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e da tecnologia das
ciências comportamentais, incluindo ação e pesquisa".
Tem como Características: Focaliza a organização como um todo; Processos grupais; Orientação
sistêmica e abrangente; Orientação contingencial; Agentes de mudança; Retroação dos dados; Ênfase
na solução de problemas; Aprendizagem através de experiências; Desenvolvimentos de equipes;
Enfoque interativo.

04. Resposta: Errado


A cultura e o clima organizacional são fatores extremamente relevantes no desenvolvimento
organizacional.

05. Resposta: C
Orientação sistêmica: O DO está voltado para as interações entre as partes da organização que se
influenciaram reciprocamente, para as relações de trabalho entre as pessoas, bem como para a estrutura
e os processos organizacionais. O objetivo do DO é fazer todas as partes trabalharem juntas com eficácia.
A ênfase é em como as partes se relacionam entre si e não em cada uma dessas partes tomada
isoladamente. O conceito do enunciado refere-se a sinergia onde o todo e maior que o mero somatório
das partes.

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06. Resposta: D
Segundo RIBAS (2014): A mudança é um aspecto essencial da criatividade e inovação nas
organizações de hoje. A mudança está em toda parte: nas organizações, nas pessoas, nos clientes, nos
produtos e serviços, na tecnologia, no tempo e no clima. A mudança representa a principal característica
dos tempos modernos.
O mundo atual caracteriza-se por um constante ambiente de mudança. O ambiente geral que envolve
as organizações é mutável e dinâmico, exigindo delas uma elevada capacidade de adaptação como
condição básica de sobrevivência. O desenvolvimento organizacional é uma resposta às mudanças.
Os elementos essenciais de qualquer esforço de DO:
- A orientação para o longo prazo;
- O envolvimento de esforços para a eficácia global da organização total e não simplesmente de parte
dela;
- Os passos de diagnóstico e de intervenção desenvolvidas conjuntamente entre os gerentes de linha
e o consultor.

07. Resposta: B
O desenvolvimento organizacional (DO) é a mudança planejada da organização, seja da sua cultura,
seja da sua dinâmica, seja da sua estrutura organizacional. O DO parte de uma visão macroscópica e
sistêmica da organização empresarial para melhorar a eficiência e a eficácia da empresa por meio de
intervenções construtivas na estrutura e nos processos organizacionais. Muitas vezes o DO privilegia a
mudança no comportamento organizacional em relação à mudança estrutural da organização, outras
vezes procura compatibilizar mudanças comportamentais com mudanças estruturais.
No fundo, o DO visa a modificar o ambiente organizacional - a estrutura e a cultura organizacionais -
dentro do qual as pessoas trabalham. O desenvolvimento de pessoal é um programa de longo prazo para
prover o crescimento profissional das pessoas por meio de condições externas capazes de realizar
gradativamente as potencialidades humanas.

ATENDIMENTO AO PÚBLICO

As organizações buscam, constantemente, adequar suas atividades para chegar o mais próximo
possível de seus objetivos e da satisfação de seus clientes. Conduto, para se alcançar a satisfação de
um cliente também se faz necessário, um bom atendimento, no qual exige dela a capacidade de conhecer
seu perfil, definir seus desejos e necessidades, e definir como os recursos da empresa serão empregados
para que se alcance tais perspectivas.
Posto isso, com a evolução da gestão tradicional para gestão da qualidade, o atendimento ao cliente
passou a fazer parte do planejamento estratégico das organizações, que passaram a integrar em suas
atividades um canal de relacionamento para a efetiva comunicação com seus clientes. Canal que tem
como objetivo promover a interação entre a organização e o consumidor, o auxiliando assim na resolução
de seus interesses diante dos produtos ou serviços que utilizam.
Atualmente, pode-se dizer, que o atendimento ao cliente é visto como um dos principais serviços de
uma organização que busca pela satisfação, criação de valor e fidelização de seus clientes.

Atender as Expectativas dos Clientes

Podemos considerar que atender significa:


- Receber;
- Ouvir atentamente;
- Acolher com atenção;
- Tomar em consideração, deferir;
- Atentar, ter a atenção despertada para;

Sendo assim, o atender está associado a acolher, receber, ouvir o cliente, de forma com que seus
desejos sejam resolvidos, assim o atendimento é dispor de todos os recursos que se fizerem necessários,
para atender ao desejo e necessidade do cliente. Esses clientes podem ser internos ou externos, e se
caracterizam por ser o público-alvo em questão.

Clientes Internos: os clientes internos são aqueles de dentro da organização, ou seja, são os
colegas de trabalho, os executivos. São as pessoas que atuam internamente na empresa.

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Clientes Externos: já os clientes externos, são as pessoas de fora que adquirem produtos ou
serviços da empresa.

O comprometimento e profissionalismo são importantes para um bom atendimento, atualmente, mais


importante do que se ter um cliente, é o relacionamento que se cria com ele, no qual é alcançado por
meio do atendimento.
Todo cliente possui expectativas ao procurar um atendimento, e neste sentido o ideal para se construir
um relacionamento sólido e duradouro, não é apenas atender as suas expectativas, mas sim, superá-las,
pois aqueles clientes que têm suas expectativas superadas acabam se tornando fiéis a organização.
O início do processo de atendimento que busca a satisfação dos clientes ocorre com o mapeamento
das necessidades do cliente e isso é possível por meio de uma comunicação clara e objetiva. A
comunicação deve dirigir-se para o oferecimento de soluções e respostas na qual o cliente busca e isso
não significa falar muito, mas sim ser um excelente ouvinte e estar atento aquilo que o cliente fala.
Em razão disso um relacionamento entre uma organização e um cliente é construído por meio de bons
atendimentos. Analisar o comportamento e os interesses do cliente pode ajudar na estratégia de retê-lo,
criando relacionamentos consistentes, com qualidade e fidelização, a atenção, a cortesia e o interesse
também são os três pontos iniciais para se atentar na preparação de um bom atendimento.

Ninguém procura uma empresa que oferece produtos ou serviços, sem ter uma necessidade
por alguma coisa, em vista disso toda a atenção deve ser concentrada em ouvir e atender
prontamente o cliente sem desviar-se para outras atividades naquele momento, pois o cliente
pode interpretar esta ação como uma falta de profissionalismo.

Lembre-se de utilizar uma linguagem clara e compreensível, nem sempre os clientes compreendem
termos muito técnicos e científicos que para uma organização pode soar normal ou comum. Esteja atento
aquilo que irá perguntar para que não repita a mesma pergunta demonstrando falta de interesse ou
atenção, seja educado e cortês, mas isso não significa que se possa invadir a privacidade/intimidade do
cliente, evite perguntas ou situações que possam causar qualquer tipo de constrangimento ou
inconveniência.
Utilize um tom de voz agradável ao dirigir-se a um cliente, tenha percepção sobre suas limitações,
fique atento a sua faixa etária e adeque a forma de tratamento a senhores(as).
Com a grande competitividade entre as empresas, a velocidade em que se atende as necessidades
de um cliente, pode ser um fator determinante para que estes retornem a empresa, entretanto não é um
ponto positivo ter que refazer uma atividade/ação para corrigir algo que foi feito de forma rápida e com
pouca qualidade.
Um ambiente de trabalho organizado também pode contribuir para um atendimento mais rápido, ágil e
eficiente.
A empresa deve ser leal ao cumprimento dos prazos, sendo assim, não prometa prazos que não seja
capaz de cumprir. Envolva outros setores ao processo de atendimento para que possa responder mais
prontamente as questões que possam surgir.
Nas reações e percepções do cliente é possível identificar sua aprovação ou reprovação em relação
as negociações ou atendimento, busque oportunidades para agir.
Seja sempre objetivo ao realizar um atendimento, busque rapidamente soluções para as necessidades
do cliente que se encontra em atendimento.
Os colaboradores de uma organização devem buscar conhecimento dos negócios da empresa, das
decisões que ela toma e da situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma comunicação
entre empresários e funcionários acaba gerando desmotivação, falta de comprometimento e dificuldades
para se argumentar e demonstrar confiança aos clientes no momento do atendimento.
Assim torna-se fundamental comunicar a missão da empresa, seus valores, metas e objetivos ao
público interno, pois quanto maior for seu envolvimento com a organização, maior será o seu
comprometimento.

A Importância da Comunicação Interna para o Atendimento

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A Comunicação Interna compreende os procedimentos comunicacionais que ocorrem na organização
e que segundo Scroferneker32 “Visa proporcionar meios de promover maior integração dentro da
organização mediante o diálogo, troca de informações, experiências e a participação de todos os níveis”.
Com isso, observamos, que a mesma forma que um bom atendimento pode cativar, conquistar, e reter
um cliente, um mal atendimento pode facilmente trazer prejuízos e colocar uma empresa em uma situação
difícil.
A satisfação do cliente deve ser uma das grandes prioridades de uma empresa que busca
competitividade e permanência no mercado. E por isso toda empresa deve estabelecer princípios, normas
e a maneira adequada de transmitir essas informações aos seus colaboradores, que devem estar sujeitos
a constantes treinamentos.
A comunicação interna, em um nível adequado, oferece um atendimento eficiente, rápido e objetivo,
com isso podemos perceber que a empresa adota estratégias que satisfaçam o consumidor, tendo em
vista que há uma preocupação em qualificar as pessoas de modo a obterem conhecimentos, habilidades,
atitudes específicas de acordo com o ramo de atividade da empresa e domínio sobre os produtos que
serão promovidos.
O treinamento pode ensinar, corrigir, melhorar, adequar o comportamento das pessoas em relação as
mudanças ou mesmo exigências de um mercado extremamente disputado e concorrido.
O atendente deve sempre responder ao cliente com entusiasmo e com uma saudação positiva, e
mesmo que o cliente perca a paciência, o profissional, deve se manter calmo de acordo com a conduta
esperada pela empresa.
E lembre-se que um atendimento de sucesso ocorrerá se o atendente priorizar e estiver preparado
para:
1. Fazer uma boa recepção;
2. Ouvir as necessidades do cliente;
3. Fazer perguntas de esclarecimento;
4. Orientar o cliente;
5. Demonstrar interesse e empatia;
6. Dar uma solução ao atendimento;
7. Fazer o fechamento;
8. Resolver pendências quando houver.

Princípios para o Bom Atendimento

1. Foco no Cliente: as organizações buscam reduzir os custos dos produtos, aumentar os lucros, mas
não podem perder de vista a qualidade e satisfação dos clientes.

2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade do usuário: um serviço ou produto
deve ser exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita que ele seja.

3. Manutenção da qualidade: o padrão de qualidade mantido ao longo do tempo é que leva à


conquista da confiabilidade.

A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por algumas ações que imprimem a
qualidade ao atendimento, tais como:
- Atenuar a burocracia;
- Fazer uso da empatia;
- Analisar as reclamações;
- Acatar as boas sugestões.
- Cumprir prazos e horários;
- Evitar informações conflitantes;
- Divulgar os diferenciais da organização;
- Identificar as necessidades dos usuários;
- Cuidar da comunicação (verbal e escrita);
- Imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
- Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade.

32
SCROFERNEKER, C. M. A. Trajetórias teórico conceituais da Comunicação Organizacional, 2006.

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Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser percebidos e avaliados de forma positiva
pelos usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, paciência, respeito.
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, desrespeito, imposição de normas ou exibição
de poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos usuários.
Atender o cliente significa identificar as suas necessidades e solucioná-las, ao passo de não deixar o
telefone tocar por muito tempo para atendê-lo e assim que receber a ligação já transferi-la para o setor
correspondente.
Afinal o profissional de qualquer área ou formação tem capacidade de atender o telefone, visto que é
um procedimento técnico, enquanto que para atender o cliente são necessárias capacidades humanas e
analíticas, é necessário entender o comportamento das pessoas, ou seja, entender de gente, além de ter
visão sistêmica do negócio e dos seus processos.
Muitos profissionais chegam a ter pânico do telefone porque ele não para de tocar e porque ele
atrapalha a realização de outras atividades, que erroneamente são consideradas mais importantes.

Mas será que existe algo mais importante do que o cliente que se encontra do outro lado da
linha, aguardando pelo atendimento? É claro que não existe, ocorre que nem sempre se tem a
consciência de que é o cliente que será atendido e não o telefone. Não se tem a consciência que cada
ligação recebida significa uma oportunidade de negociar, de vender, de divulgar a empresa, de manter
laços amistosos com o cliente.

O cliente sempre espera um tratamento individualizado, considerando que cada situação de


atendimento é única, e deve levar em conta as pessoas envolvidas e suas necessidades, além do
contexto da situação. Como as pessoas são diferentes, agem de maneira diferenciada, a condução do
atendimento também necessita ser personalizada, apropriada para cada perfil de cliente e situação.
Assim, o cliente poderá se apresentar: bem-humorado, tímido, apressado, paciente, inseguro, nervoso,
entre outras características. O mais importante é identificar no início da interação como o cliente se
encontra, pois assim o atendimento ocorrerá de maneira assertiva.

A chave para o sucesso do bom atendimento depende muito da boa comunicação, isto é, de
como é realizada a transmissão e recepção de informação.

Atender às necessidades dos clientes é a parte essencial da excelência do atendimento ao cliente,


certamente tudo gira em torno desse fator: somente irá existir interação se estiver fornecendo algo de que
o cliente precise.

Exemplificando: O cliente vai ao banco porque precisa receber e/ou pagar contas; toma o trem porque
precisa ir do ponto A ao B; procura o médico porque precisa ficar com boa saúde. Entretanto, será tudo
tão simples? O que diferencia as interações que o cliente descreveria como excelentes ou satisfatórias
ou péssimas? Quais são suas necessidades básicas ou mínimas e o que mais pode ser importante para
ele?

É difícil saber se o comportamento humano é intencional ou não, mesmo que, segundo a psicanálise,
existem as intenções inconscientes. Por isso é preciso classificar tudo o que o homem faz em sociedade.
Até mesmo o silêncio, é comunicação, ele pode significar concordância, indiferença, desprezo, etc.
Assim, a comunicação, tanto interna quanto externa das organizações, é uma ferramenta de extrema
importância para qualquer organização e determinante no que se refere ao sucesso, independente do
porte e da área de atuação.
É uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser atribuídos às falhas de comunicação.
Portanto, um sistema de comunicação eficaz é fundamental para as organizações que buscam o
crescimento e cultura organizacional.
Na era da informação, a rapidez e o valor das informações faz com que as organizações se vejam no
imperativo de reestruturarem sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um padrão moderno
aproximando suas ações e o discurso empresarial.
Diante disso, emergem os problemas de comunicação. Os problemas de comunicação surgem por
uma situação de fala distorcida em que os participantes do ato comunicativo encontram-se em posições
desiguais de poder e conhecimento de informações.
O principal problema da comunicação organizacional a sobrecarga de input de informação, podendo
este estar relacionado a má seleção de informações por parte do indivíduo ou a uma cultura
organizacional valorizadora de grande quantidade de informações.

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Dimensões de um Atendimento de Qualidade

Comunicabilidade
É a qualidade do ato comunicativo, no qual a mensagem é transmitida de maneira integral, correta,
rápida e economicamente. A transmissão integral supõe que não há ruídos supressivos, deformantes ou
concorrentes. A transmissão correta implica em identidade entre a mensagem mentada pelo emissor e
pelo receptor.

Apresentação
O responsável pelo primeiro atendimento representa a primeira impressão da organização, que o
cliente irá formar, como a imagem dela como um todo. E por isso, a apresentação inicial de quem faz o
atendimento deve transmitir confiabilidade, segurança, técnica e ter uma apresentação ímpar.
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao ambiente de trabalho.
Se a organização adotar uniforme, é indispensável que o use sempre, e que o apresente sempre de
forma impecável. Unhas e cabelos limpos e hálito agradável também compreendem os elementos que
constituem a imagem que o cliente irá fazer da empresa, por meio do atendente.
A expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam fatores que irão compor o julgamento
do cliente e a satisfação do atendimento começa a ser formado na apresentação, assim a saudação inicial
deve ser firme, profissional, clara e de forma que transmita compromisso, interesse e prontidão. O tom de
voz deve ser sempre agradável.

Lembre-se!! O que prejudica o relacionamento das empresas com os clientes, é a forma de


tratamento na apresentação, pois é fundamental que no ato da apresentação, o atendente mostre ao
cliente que ele é bem-vindo e que sua presença na empresa é importante.

Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial para um bom atendimento. Com
por exemplo: O que dizer antes de iniciar o atendimento? O nome do atendente; O nome da empresa;
Bom dia; Boa tarde; Boa noite; Pois não, em que posso ajudá-lo?; entre outros.

A sequência não importa, o que deve ser pensado na hora, é que essas frases realmente devem ser
ditas de forma positiva de acordo com seu contexto. E o atendente também deve se lembrar que os
clientes não aguentam mais ser atendimentos com apresentações mecânicas, pois o que eles esperam
é uma apresentação receptiva.

Por isso, saudar com “bom dia, boa tarde, ou, boa noite” é ótimo! Mas, diga isso, com sinceridade,
assim o cliente perceberá a veracidade em suas palavras.

Dizer o nome da empresa se o atendimento for por meio do telefone também faz parte, porém, faça de
forma clara e devagar. Não dê margem, ou fale de forma que ele tenha que perguntar de onde é logo
após o atendente ter falado. Dizer o nome, também é importante. Mas, isso pode ser dito de uma forma
melhor como, perguntar o nome do cliente primeiro, e depois o atendente diz o seu. Exemplo: Qual seu
nome, por favor? Oi Maria, eu sou a Madalena, hoje posso ajuda-la em quê?
O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também, irá perceber que essa empresa trabalha
pautada na qualidade do atendimento.
Segundo a sabedoria popular, leva-se de 5 a 10 segundos para formarmos a primeira impressão de
algo. Por isso, o atendente deve trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais para o
atendimento, fazendo com que o cliente tenha uma boa imagem da organização.
O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para o atendimento, ou seja, o excesso de
intimidade na apresentação é repudiável, o cliente não está procurando amigos de infância, mas sim,
soluções aos seus problemas.
Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser abolidos do atendimento. Tampouco, os
nomes e adjetivos no diminutivo.
Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora no atendimento, principalmente quando
ele observa que o atendente está conversando com outros seus assuntos particulares em paralelo, ou,
fazendo ações que são particulares e não condizem com seu trabalho.
A instantaneidade na apresentação do atendimento configura seriedade e transmite confiança ao
cliente, portanto, o atendente deve tratar a apresentação no atendimento como ponto inicial, de sucesso,
para um bom relacionamento com o cliente.

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Atenção, Cortesia e Interesse
O atendimento é mais importante que preço, produto ou serviço para o cliente, quando ele procura a
organização é porquê tem necessidade de algo. O atendente deve desprender toda a atenção para ele,
por isso deve interromper tudo o que está fazendo, e prestar atenção única e exclusivamente no cliente.
Assuntos particulares e distrações são encarados pelos clientes como falta de profissionalismo, por
isso, atentar-se ao que ele diz, questiona ou traduz em forma de gestos e movimentos, devem ser
compreendidos e transformados em conhecimento ao atendente.
Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo que já foi dito antes, são decodificados
pelo cliente como desprezo. É importante ter atenção a tudo o que o cliente faz e diz, para que o
atendimento seja personalizado e os interesses e necessidades dele sejam trabalhados e atendidos.
É indispensável que se use do formalismo e da cortesia, pois o excesso de intimidade pode constranger
o cliente, ser educado e cortês é fundamental, porém, o excesso de amabilidade, se torna tão
inconveniente quanto a falta de educação.
Por isso, é necessário que o cliente se sinta importante, envolto por um ambiente agradável e favorável
para que seus desejos e necessidades sejam atendidos. O atendente deve estar voltado completamente
para a interação com o cliente, estando sempre atento para perceber constantemente as suas
necessidades. Logo, deve-se demonstrar interesse em relação às necessidades dos clientes e atendê-
las prontamente e da melhor forma possível.
Gentileza é o ponto inicial para a construção do relacionamento com o cliente, a educação deve
permear em todo processo de atendimento. Desde a apresentação até a despedida. Saudar o cliente,
utilizar de: obrigado, por favor, desculpas por imprevistos, são fundamentais em todo o processo.
Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o tom de voz e a forma com que se dirige ao
cliente, o tom de voz deve ser agradável, mas, precisa ser audível, ou seja, que dê para compreender. É
vale ressaltar que apenas o cliente deve escutar, e não todo mundo que se encontra no estabelecimento.

Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Algumas palavras e tratamentos podem ser ofensivos
a eles, portanto, deve-se utilizar sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora.
Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por telefone, quem o faz, está oferecendo a
sua imagem (vendendo sua imagem) e a da organização que representa. Pois todas as ações
representam o que a empresa pretende.
É importante lembrar que não se deve ficar pensando na resposta na hora em que o interlocutor estiver
falando. Concentre-se em ouvir. Outro item que deve ser levado em conta no atendimento é não
interromper o interlocutor, pois, quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve
corretamente o que a outra está dizendo. E assim, não há a comunicação.
O atendente também não deve se sentir como se estivesse sendo atacado, pois alguns clientes dão
um tom mais agressivo à sua fala, porém, isso deve ser combatido por meio da atitude do atendente, que
deve responder de forma calma, tranquila e sensata, sem elevar o tom da voz, ou seja, sem se alterar.

Presteza, Eficiência e Tolerância


Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta que a instituição tem um foco totalmente nele
e que esta prima por solucionar as dúvidas, problemas e necessidades dos clientes, ser ágil, sim, mas, a
qualidade não pode ser deixada de lado.
De nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito novamente, a presteza deve ser acompanhada de
qualidade, para isso, é importante que o ambiente de trabalho esteja organizado, para que tudo seja
encontrado facilmente.
Estar bem informado sobre os produtos e serviços da organização, também tornam o atendimento
mais ágil. Em um mundo em que o tempo está relacionado ao dinheiro, o cliente não se sente bem em
lugares que tenha que perder muito tempo para solucionar algum problema.
Instantaneidade é a palavra de ordem, por mais que o processo de atendimento demore, o que o
cliente precisa detectar, é que está sendo feito na velocidade máxima permitida.
A demora também pode afetar no processo do próximo atendimento, porém, é importante atender
completamente um cliente para depois começar a atender o próximo.
Ser ágil não está ligado a fazer as coisas com rapidez, mas sim, fazer de maneira otimizada. Neste
sentido o comportamento do atendente deve ser eficiente para cumprir com o prometido, e solucionar o
problema do cliente, assim ser eficiente é realizar tarefas, resolvendo os problemas inerentes a ela, para
que se atinja a meta estabelecida.

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Posto isso, o atendimento eficiente é aquele que não se perde tempo com coisas que são irrelevantes,
e sim, agiliza o processo para que o desejado pelo cliente seja cumprido em menor tempo. Eficiência está
ligada a rendimento. Por isso, atendimento eficiente é aquele que rende o suficiente para ser útil.
O atendente precisa compreender que o cliente está ali para ser atendido, e por isso, não deve perder
tempo com assuntos ou ações que desviem do pretendido.

Há alguns pontos que levam a um atendimento eficiente, como:


- Todos fazem parte do atendimento.
- Saber o que todos os colaboradores da organização exercem evita que o cliente tenha que repetir
mais de uma vez o que deseja e que fique esperando mais tempo que o necessário.
- Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra eficiência e profissionalismo.
- Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental ao cliente, se ele precisa de um tempo a
mais para elaborar e processar o que está sendo feito, dê esse tempo auxiliando-o com informações e
questões que o auxilie no processo de compreensão.
- Ser positivo e otimista e ao mesmo tempo ágil fará com que o cliente tenha a mesma conduta.
- Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de forma a não se tornar desagradável ou
inconveniente, facilita no atendimento.
- Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando interpretar o que dizem e o que deixaram de dizer,
exercitando o "ouvir com a inteligência e não só com o ouvido".
- Interpretar cada cliente, procurando identificar a real importância de cada "fala" e os valores do que
foi dito.
- Saber falar a linguagem de cada cliente procurando identificar o que é especial, importante e ou
essencial em cada solicitação, procurando ajudá-lo a conseguir o que deseja, otimiza o processo.
- O atendente deve saber que fazer um atendimento eficiente é ser breve sem tornar-se desagradável.
- Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com que o cliente não tenha dúvida sobre a
organização e, sendo assim, não desperdice tempo fazendo questionamentos sobre a conduta da
empresa.
- O atendente deve saber que sempre há uma solução para tudo e para todos, buscando sempre os
entendimentos e os acordos em todas as situações, por mais difíceis que elas se apresentem.
- O atendente deve saber utilizar a comunicação e as informações.
- O todo é composto de partes, e para os clientes "as ações sempre falaram mais que as palavras".

Outro aspecto que deve ser observado é que em todos os níveis de atendimento será inevitável
deparar-se com clientes ofensivos e agressivos, para tanto, o atendente deve ter tolerância para acalmar
o cliente e mostrar que ele está ali para auxiliá-lo e resolver o problema.
Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na empresa é a palavra de ordem, o acalma e
tranquiliza, por isso, a tolerância é importante para que não se perca a linha e comprometa a imagem da
empresa e a qualidade no atendimento.
Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente deve demonstrar interesse, presteza
e tolerância, para que o cliente insista em construir uma situação de discussão, o atendente deve-se
manter firme, tolerante e profissional. Portanto, a presteza, eficiência e a tolerância, formam uma tríplice
que sustentam os atendimentos pautados na qualidade, tendo em vista que a agilidade e profissionalismo
permeiam os relacionamentos.

Discrição
Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente e da relação com o interlocutor. No trabalho, a
pessoa deve ter acima de tudo discrição em seus atos, pois certas brincadeiras ou comentários podem
ofender as pessoas que estão sendo atendidas e gerar situações constrangedoras. Nestes casos, a
melhor maneira de contornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não ocorram novamente.
Todas as atitudes que incomodam as pessoas são consideradas falta de respeito e por isso deve haver
uma série de cuidados, como por exemplo: não bater o telefone, não falar alto, importunar seu colega
com conversas e perguntas o tempo todo, entre outros.
Ser elegante em um ambiente de trabalho e não expor o visitante/usuário, sendo bem-educado, não
significa bajular o atendido e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente facilitará a comunicação
e tornará o convívio mais agradável e saudável.

Conduta e Objetividade

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A conduta do atendente deve ser proativa, passando confiança e credibilidade, sendo ao mesmo tempo
profissional e possuindo simpatia, ser comprometido e ter bom senso, atendendo de forma gentil e
educada, sorrindo e tendo iniciativa.
O sigilo é importante, e por isso, o atendimento deve ser exclusivo e impessoal, ou seja, o assunto que
está sendo tratado no momento, deve ser dirigido apenas ao cliente, como já dito antes, as demais
pessoas que estão no local não podem e nem devem escutar o que está sendo tratado no momento.
A conduta de impessoalidade e personalização transformam o atendimento, e dão um tom formal à
situação, por outro lado a objetividade está ligada à eficiência e presteza, e por isso, tem como foco, como
já vimos, eliminar desperdiçadores de tempo, que são aquelas atitudes que destoam do foco.
Possui objetividade é pensar fundamentalmente apenas no que o cliente precisa, e para que ele está
ali, ou seja, solucionar o seu problema e atender às suas necessidades devem ser tratados como
prioridade, pois na maioria das vezes os clientes têm pressa e necessita de uma solução rapidamente.
Afirmamos que o atendimento com qualidade deve ser pautado na brevidade, porém, isso não exclui
outros fatores tão importantes quanto, como: clareza, presteza, atenção, interesse e comunicabilidade.

Princípios Fundamentais do Atendimento de Qualidade

Reforçando as afirmações anteriores, temos ainda, alguns princípios fundamentais para imprimir mais
qualidade ao atendimento, sendo estes:

1. Princípio da Competência: o cliente espera que cada pessoa que o atenda detenha informações
detalhadas sobre o funcionamento da organização e do setor que ele procurou. Ele tem a expectativa de
encontrar pessoas capacitadas a fornecer informações detalhadas sobre o assunto do seu interesse, por
isso identifique as necessidades do cliente, ouça atentamente a descrição do serviço solicitado.

2. Princípio da Legitimidade: o cliente deve ser atendido com ética, respeito, imparcialidade, sem
discriminações, com justiça e colaboração:
- Preferencialmente, trate-o pelo nome;
- Não escreva ou faça qualquer outra atividade enquanto estiver falando com ele;
- Esteja atento à condição física do usuário (ofereça ajuda aos idosos e as pessoas com necessidades
especiais).

3. Princípio da Disponibilidade: o atendente representa, para o cliente, a imagem da organização,


devido a isso deve haver empenho para que o cliente não se sinta abandonado, desamparado, sem
assistência. Ele deve receber assistência personalizada desde o momento de sua chegada até à
despedida:
- Demonstre estar disponível para realizar sua tarefa de atendente;
- Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
- Mantenha a atenção à necessidade do usuário até sua partida.

4. Princípio da Flexibilidade: o atendente deve procurar identificar claramente as necessidades do


usuário e esforçar-se para ajuda-lo, orienta-lo, ou conduzi-lo a quem possa ajuda-lo adequadamente:
- Preste atenção à comunicação não verbal;
- Não deixe nenhuma indagação sem resposta;
- Demonstre que sabe lidar com situações não previstas.

Existem também as estratégias verbais, não verbais e ambientais:

Estratégias Verbais
- Reconheça, o mais breve possível, a presença das pessoas;
- Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
- Se possível, trate o usuário pelo nome;
- Demonstre que quer identificar e entender as necessidades do usuário;
- Escute atentamente, analise bem a informação, apresente questões;

Estratégias Não Verbais


- Olhe para a pessoa diretamente e demonstre atenção;
- Prenda a atenção do receptor;
- Preste atenção à comunicação não-verbal;

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Estratégias Ambientais
- Mantenha o ambiente de trabalho organizado e limpo;
- Assegure acomodações adequadas para o usuário;
- Evite deixar pilhas de papel, processos e documentos desorganizados sobre a mesa;
- Solicite, se for possível, uma decoração de bom gosto.

Questões

01. (IADES - Policial Legislativo - IADES/2019) Um dos requisitos da qualidade no atendimento ao


público interno e externo é a qualidade da comunicação e informação. Acerca do exposto, assinale a
alternativa que indica atributos da informação que contribuem para a qualidade dos serviços prestados
ao público interno e externo.
(A) A informação deve ser ampla, genérica e abrangente.
(B) A informação deve ser precisa, útil e confiável.
(C) A informação de se primar pela rapidez e agilidade, a despeito da precisão e da validade.
(D) A informação deve ser relevante, isto é, quanto mais informação fornecida a respeito de um tema
ou assunto, melhor.
(E) A informação deve ser fornecida em linguagem especializada, com detalhes técnicos que superem
as expectativas e a capacidade de compreensão de um leigo.

02. (CRP/CE 11ª Região - Técnico Financeiro - INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO/2019) Para se


alcançar a Qualidade no Atendimento ao Público, é necessário seguir algumas etapas para a geração de
satisfação do cliente, pelo sucesso do serviço prestado. Diante dessa afirmação, analise os itens abaixo:
I. É necessário definir os objetivos a serem alcançados.
II. É necessário diagnosticar a situação.
III. O planejamento estratégico deve ser realizado.
IV. É preciso controlar o processo.

A opção que possui os itens que correspondem às etapas para se obter a excelência no atendimento
é:
(A) Somente I e II estão corretos;
(B) Somente I, II e III estão corretos;
(C) Os itens I, II, III e IV estão corretos;
(D) Somente II e IV estão corretos.

03. (CRA/PR - Auxiliar Administrativo I - Quadrix/2019) A respeito da organização interna das


organizações e de seu relacionamento com o público externo, julgue o item

A qualidade do produto é um fator mais determinante para a manutenção da fidelidade dos clientes
que a qualidade do atendimento.

( ) Certo ( ) Errado

04. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP/2019) Uma das características mais


importantes do perfil de pessoas que atendem ao público é se colocar verdadeiramente no lugar da
pessoa que está sendo atendida e fazer com que ela saiba que isso é real, verdadeiro. Esse sentimento
é chamado de
(A) proatividade.
(B) carinho.
(C) simpatia.
(D) empatia.
(E) respeito.

05. (Prefeitura de Várzea Grande/PI - Auxiliar Administrativo - Crescer Consultorias/2019) A


qualidade do atendimento prestado depende da capacidade de se comunicar com o público e da
mensagem transmitida. Representa uma atitude negativa e que não contribui para um atendimento de
qualidade:
(A) Disponibilidade (predisposição para ajudar e servir).

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(B) Apatia (automatismo e frieza).
(C) Cortesia (educação, respeito e cordialidade).
(D) Competência (conhecimento, experiência e segurança).

06. (CFM - Assistente Administrativo - IADES/2018) Boa vontade, profissionalismo e respeito ao


público são requisitos para um atendimento de qualidade. Igualmente importante é o conhecimento da
estrutura organizacional na qual a pessoa trabalha e as atividades realizadas pelos funcionários. Com
base no exposto, assinale a alternativa que apresenta posturas relacionadas a um eficiente atendimento
de recepção de pessoal.
(A) Ao atender pessoas menos educadas, se necessário, interrompa-as, discuta ou seja agressivo com
elas.
(B) Tenha paciência ao ouvir a pessoa e não a interrompa bruscamente.
(C) Atenda telefonemas ou o próprio celular durante o atendimento.
(D) Utilize diminutivos como “ele deu uma saidinha” ou “quer deixar um recadinho”, de forma a tornar
o diálogo menos formal.
(E) Não cumprimente e evite frases como “bom dia!” ou “como vai?”.

07. (MTE - Agente Administrativo - CESPE) Acerca da qualidade no atendimento ao público, julgue
os itens a seguir.
A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na prestação da informação correta, na cortesia
do atendimento, na brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a realização do atendimento.
( ) Certo ( ) Errado

08. (CRM/SC - Assistente Administrativo - IASES) A respeito do atendimento ao público, assinale a


opção correta:
(A) Visando a otimização do tempo, sempre que possível, o atendente, enquanto escuta as demandas
do usuário, deve aproveitar para realizar outras atividades, desde que inerentes ao cargo que ocupa.
(B) Ao atender o público por telefone, deve-se substituir o tradicional “alô" pela informação do nome
do setor acompanhado do seu nome e de um cumprimento: bom dia, boa tarde ou boa noite.
(C) Não há necessidade do atendente se inteirar das informações atuais acerca do serviço que presta,
tendo em vista a existência de manuais de consulta que poderão ser consultados no momento que a
informação lhe for demandada pelo cliente.
(D) A observação do comportamento do cliente deve ser evitada no atendimento ao público, pois pode
afetar a objetividade das ações do atendente.

09. (IFN/MG - Assistente em Administração - FUNDEP) Com relação à comunicação interpessoal e


atendimento ao público, é INCORRETO afirmar que
(A) o funcionário que tem capacidade de trabalhar com outras pessoas é mais feliz e mais produtivo.
(B) o funcionário do setor de serviços frequentemente interage com o público.
(C) a satisfação do funcionário está diretamente relacionada com a avaliação positiva do público.
(D) o treinamento não é uma das estratégias para a melhoria contínua do nível de satisfação do público.

10. (IF/AP - Assistente de Alunos - FUNIVERSA) Assinale a alternativa correta no que se refere a
atendimento ao público.
(A) Às pessoas que atendam o público restringe-se a responsabilidade social da corporação.
(B) O perfil adequado do atendente, o bom estado de saúde e a competência profissional tornam o
serviço de atendimento mais eficiente e contribuem para aumentar a satisfação dos usuários dos produtos
ou serviços da instituição.
(C) Para obter eficiência no atendimento ao público, é necessário que o atendente seja
preponderantemente um executor de rotinas, o que envolve identificar situações e seguir instruções.
(D) Uma ação que pode ser efetiva para o melhor atendimento do usuário/consumidor é a centralização
da autoridade, visto que possibilita garantia de qualidade no processo decisório.
(E) O atendimento ao público pode ser visto como uma atividade rotineira simples de tratamento de
informações, marcada por procedimentos administrativos habituais.

Gabarito

01.B / 02.C / 03.Errado / 04.D / 05.B / 06.B / 07.Certo / 08.B / 09.D / 10.B

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Comentários

01. Resposta: B
As informações devem serem precisas, úteis e confiáveis quando passadas aos clientes da
organização, e isso nada mais é do que a comunicabilidade, pois o receptor deve receber e compreender
claramente a mensagem que o emissor desejou passar.

02. Resposta: C
I. É necessário definir os objetivos a serem alcançados: (Verdadeiro, pois para se realizar qualquer
tipo de atividade, ou atendimento se deve saber previamente onde quer chegar.)
II. É necessário diagnosticar a situação. (Verdadeiro, pois para se resolver qualquer tipo de problema,
é necessária avaliar o que está acontecendo e entender totalmente, para assim facilitar o processo de
resolução.)
III. O planejamento estratégico deve ser realizado. (Assim como a primeira afirmação, é necessário ter
um plano, com objetivos e metas.)
IV. É preciso controlar o processo. (Para que os objetivos saiam como o planejado, e necessário
controlar todo o processo, para que não haja nenhum tipo de equívoco.)

03. Resposta: Errado


A qualidade do produto é um fator mais determinante para a manutenção da fidelidade dos clientes
que a qualidade do atendimento. Essa afirmação está totalmente errada, pois os clientes buscam
determinados produtos? Sim busca, mas o produto em si não é o fator principal, a empresa pode possuir
o melhor produto, com a qualidade mais alta, mas se o cliente não for bem atendido nessa empresa, ele
não voltará lá, atualmente os consumidores estão cada vez mia exigente e é por esse motivo que buscam
organizações que prezam pelo atendimento de qualidade.

04. Resposta: D
A empatia se destaca como uma competência fundamental para o convívio social, e organizacional,
pois é uma das funções mais nobres da inteligência. Se colocar no lugar do outro é essencial na hora de
realizar um atendimento de qualidade, pois assim o atendente tem a capacidade de sentir como o cliente
está se sentindo naquele momento, e faz com que ele atenda da maneira que gostaria de ser atendido.

05. Resposta: B
A apatia é uma característica negativa, pois frieza, automatismo, ou seja, um atendimento mecânico,
não é o que os clientes procuram, mas sim simpatia e receptividade.

06. Resposta: B
Ser paciente, para ouvir o que o cliente necessita é extremamente necessário, o atendente deve ouvir
com total atenção, para depois buscar a solução, se ele interromper o cliente de uma forma brusca acaba
passando uma imagem ruim, e a empresa pode ser taxada como mal-educada e possuir profissionais
incapacitados para realizar atendimento ao público, por isso que escutar para depois responder faz com
que a comunicação flua e o problema seja resolvido de uma maneira mais eficaz.

07. Resposta: Certo


O servidor deve ser eficaz no atendimento ao público, ou seja, fazer a coisa certa e fornecer a
informação correta. Além disso, deve ser eficiente, sendo ágil na prestação da informação. Ademais, o
colaborador necessita ser cortês (polido). É fundamental também a flexibilidade para que as adaptações
necessárias sejam feitas, com a finalidade de realizar o atendimento nas circunstâncias requeridas.

08. Resposta: B
a) Imagina você fazendo sua reclamação ou solicitação e o atendente digitando ou falando no telefone?
c) É péssimo quando se vai comprar algo e o vendedor não conhece quase nada do produto ou não
sabe que o serviço tem certas opções que o cliente pode escolher.
d) Deve-se observar o comportamento do cliente para melhor atendê-lo, assim ele pode verificar
necessidades implícitas nesse comportamento.

09. Resposta: D
O treinamento é sim uma das estratégias para a melhoria contínua do nível de satisfação do público.
Esta é a única assertiva incorreta.

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10. Resposta: B
O perfil adequado do atendente, o bom estado de saúde e a competência profissional tornam o serviço
de atendimento mais eficiente e contribuem para aumentar a satisfação dos usuários. Estes aspectos
contribuem para que haja maior qualidade no atendimento ao público.

ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

Segundo Srour33, Organização é uma palavra originada do Grego “organon” que significa instrumento,
utensílio, órgão ou aquilo com que se trabalha. De um modo geral, organização é a forma como se dispõe
um sistema para atingir os resultados pretendidos.
Podemos falar de organização escolar, organização empresarial, organização pessoal, organização
de eventos, organização doméstica, etc. Em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia
na forma como as pessoas se inter-relacionam entre si e na ordenação e distribuição dos diversos
elementos envolvidos, com vista a uma mesma finalidade.

Elementos que Envolvem a Organização do Trabalho

Sala de Recepção
Quem recebe é o anfitrião da instituição e, por isso mesmo, é de se esperar que cuide do setor onde
trabalha como se fosse a sua própria casa. Contudo, muitos profissionais falham na realização desse
importante serviço, porque implica no cumprimento de algumas tarefas aparentemente desnecessárias.
A(o) recepcionista/secretária/cargo administrativo que mantém a sala de recepção limpa, em ordem e
eficientemente organizada estará apenas demonstrando uma atitude correta com o serviço.
Muitas vezes o ambiente de trabalho a que você se acostumou a trabalhar está contra você. Pense
que você passa, pelo menos, oito horas do seu dia no trabalho e certamente o que estiver errado no seu
ambiente de trabalho vai diminuir sua produtividade e causar danos a sua saúde!

O Mobiliário
Uma mesa muito baixa acaba com a coluna de qualquer um. O tampo da mesa deve estar em média
a 80 cm do chão. A cadeira deve ter sempre encosto para toda a área das costas e deve ser acolchoada.
Seus pés devem estar sempre apoiados. Se a cadeira é alta demais, providencie uma caixinha para
apoiar os pés. O teclado do computados deve estar a uma distância que faça o cotovelo estar a 90º em
relação ao corpo. O topo do monitor deve estar à altura da linha dos olhos de modo que a cabeça fique
levemente inclinada para baixo. Uma cadeira de escritório deve ter apoio para o antebraço. Apoie seu
braço nele para usar o mouse.

A Iluminação
Se você puder fazer algo para melhorar a iluminação da sua sala, faça. Danos na visão decorrentes
de uma iluminação inadequada podem gerar problemas irreversíveis em médio prazo. Quando perceber
que está inclinando a cabeça para conseguir ler alguma coisa, procure seu oculista e providencie uma
iluminação melhor.

Utilização dos Materiais de Escritório

Pastas: a quantidade de papéis que se circulam por sua mesa pode fazer com que você perca tempo
somente tentando tirar tudo aquilo da sua frente, para achar algo em sua mesa. O remédio para esta
papelada toda se chama arquivo. Existem pastas de plástico transparente que não precisam sequer ser
abertas para se ver o que há dentro delas. Outras destas pastas são arquivos com dezenas de divisórias.
Nestes arquivos podem ficar os papéis que estavam em pastas com um número menor de folhas ou se
fazer um “pré-arquivo” para as folhas que devem ser estudadas mais tarde.

Papéis de rascunho: se os tempos estão para economia, colabore. Transforme as folhas que iriam
para o lixo e que estavam com o verso em branco, em papel de recados.

Cola: prefira as de bastão, pois não fazem sujeira desnecessária.

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SROUR, Robert H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

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Furador de papéis: são usados para arquivar papéis em pastas tipo fichário. Eles podem ter quatro,
três ou dois furos.

Grampeador: prefira os com grampos maiores, que conseguem grampear mais de vinte folhas. Para
menos que isso você pode usar um clipe. Alguns grampeadores vêm com um tirador de grampos na parte
de trás. Caso o seu não tenha, providencie aqueles longos de metal ou os pequeninos com dois dentinhos.
Se tiver que grampear folhas que deverão ser muito manuseadas, passe uma fita adesiva em volta do
canto do papel e grampeie em cima da fita. Isto evitará que as folhas rasguem e também protege o papel
contra a ferrugem do grampo.

Fita adesiva: hoje em dia existem fitas quase invisíveis. Se a fita não vem dentro de um suporte que
separa a extremidade do rolo, faça uma aba (dobre 1 cm da fita para baixo de modo que este 1 cm de
parte não adesiva fique virada para o rolo) para poder pegar a fita da próxima vez, sem ficar arranhando
o rolo e rasgando a fia em que se vai perder muito mais tempo.

Clipes: eles servem para manter papéis juntos temporariamente e sem furar o papel. Para consumar
a união entre dois papéis, use o grampeador. Além do mais, clipes enferrujam com o tempo e entortam.
Porém existem outros clipes, feitos para grande quantidade de folhas. Alguns são coloridos bastante
bonitos e práticos. Recomenda-se utilizá-los à vontade a fim de manter a ordem.

Tesoura/Estilete: o uso descuidado do estilete pode acabar com o tampo de sua mesa. Para evitar o
uso da tesoura ou do estilete algumas pessoas dobram o papel para um lado, para o outro, apoiam na
quina da mesa, procuram a régua para romper o papel na dobra. Tudo isso é tempo desperdiçado. O
estilete ou a tesoura à mão são um caminho mais curto, mas cuidado com o estilete. Mantenha-o sempre
retraído, com lâmina para dentro. Quando a lâmina é mantida retraída, o estilete é até mais seguro que a
tesoura. Para abrir cartas é melhor usar um cortador de papéis mesmo. O estilete é afiado demais e pode
estragar o conteúdo do envelope.

Régua: além de seu uso primário, ela é bastante útil no uso de estilete, mas tenha cuidado de passar
o estilete pela parte mais grossa. O estilete deforma a régua e as linhas traçadas pela parte marcada pelo
estilete não ficam tão retas.

Lápis/Lapiseira: para diminuir a tralha do escritório, prefira as lapiseiras com borrachinha na ponta.
As lapiseiras aposentam também o apontador, que causa tanta sujeira. Por via das dúvidas, deixe os
materiais em extinção (lápis, borracha e apontador) na gaveta, só por segurança. Mantenha também
caixinhas de grafite extra e preste atenção se são do número certo para sua lapiseira.

Canetas: tenha sempre um maço de canetas de pelo menos quatro cores diferentes. Hoje em dia
existem canetas de todas as cores, incluindo prata e ouro, mas prefira canetas que sejam visíveis em
papel branco. Quanto ao porta-lápis, o seu uso é questionável. Se você optar por manter um na sua mesa,
lembre-se de deixar nele apenas canetas que você não se importa em perder.

Destaca-texto: são canetas com uma cor bem berrante e transparente. Um texto marcado é a primeira
coisa que se vê numa folha e não se perde tempo procurando onde está a passagem para a qual você
queria chamar atenção.

Fichário: existem os rotativos e os horizontais. Os horizontais não precisam ser furados e são mais
práticos. Eles devem ter uma tampa para proteger as fichas da poeira. Tenha sempre divisória e fichas
pautadas e lisas de reserva. Se seu fichário for organizado e atualizado constantemente, 50% de sua
organização já está resolvida.

Caderninho de notas: para você levar toda vez que tiver que fazer uma atividade fora da sua mesa.
Este deve ter folhas resistentes, pois será bastante manuseado. Deixe a caneta sempre presa nas espirais
ou na capa, para nem pensar em esquecer.

Agendas: plural! Você tem, pelo menos, uma agenda pessoal e uma de trabalho. Se misturar as duas
vai se complicar. Procure uma agenda que seja pequena e fácil de guardar na bolsa. Tenha dentro dela
as informações mais pertinentes ao seu trabalho, principalmente, as sobre o seu chefe. Importante anotar
afazeres do dia, da semana e do mês. Deve-se também consultá-las sempre. Não adianta ter a agenda

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e esquecer de fazer algumas anotações, ou deixar para depois ou ainda não consultá-la diariamente.
Procure agendas que contenham as diferenças de fusos horários e códigos de área de todos os países.

Dicionário: Provavelmente existe um à disposição de todos os empregados e é por isso que ele some.
Mantenha um dicionário de bolso dentro de sua gaveta para não sair da sua mesa sem necessidade, nem
interromper o colega. Lembrar dos dicionários on line e do Guia de RUAS e CEPS. Porém, os endereços
errados podem fazer você perder muito tempo.

Controle e Tramitação de Documentos

O controle do fluxo diário de correspondência é muito importante. Em organizações de grande e médio


porte existem departamentos responsáveis unicamente pela recepção, distribuição e expedições de
correspondências internas e externas da instituição (Setor de Protocolo).
Nesses locais, todos os volumes recebidos são protocolados, classificados e posteriormente
encaminhados aos departamentos e pessoas competentes ou são tomadas as providências para que os
materiais sejam devidamente despachados.
Existem organizações nas quais a triagem e o envio de toda a correspondência costuma se concentrar
nas mãos de uma única pessoa, geralmente, a recepcionista, que é quem faz uma primeira seleção e
encaminha os volumes. Normalmente, apenas a recepcionista tem autorização para abrir
correspondência sem especificação clara do destinatário. Sendo assim, ela deve tomar conhecimento do
assunto e, só então proceder à distribuição adequada. Devemos nos lembrar que a quebra do sigilo
de correspondência pessoal é crime.
A expedição de documentos inclui tarefas como pesar, fechar e selar embrulhos, cartas, preparar
protocolos, recibos e, principalmente, tomar todas as providências para que a correspondência seja
enviada em tempo hábil.
Qualquer que seja a sua situação específica é fundamental que você tenha pleno conhecimento das
precauções e procedimentos básicos que envolvem o manejo da correspondência.
Reserve uma parcela de seu tempo para o manuseio da correspondência. Primeiramente, separe os
volumes destinados ao seu departamento e redistribua, o mais rápido possível, as cartas endereçadas a
outras seções; estas não devem ser abertas em hipótese alguma. Providencie a devolução do material
recebido por engano e anote no envelope uma informação que você possa fornecer: pessoa
desconhecida, mudou-se, endereço incompleto etc.

Recepção de Documentos
As normas para abertura de correspondências podem variar e você deve agir de acordo com os hábitos
do escritório e as instruções recebidas de antemão; em alguns casos, caberá a você apenas organizar a
remessa, separando os vários tipos de correspondência: telegramas e envelopes com a anotação
"urgente", correspondência pessoal, correspondência comum ou "de rotina", comunicados internos e
circulares, material de publicidade, catálogos, revistas etc. feito isto, passe todo material às pessoas
especificadas.
É conveniente registrar (em sua agenda ou outro local apropriado) as informações contidas em
documentos com frases como "mandaremos um relatório detalhado dentro de duas semanas", "aguarde
mostruário atualizado no fim do mês" etc. Decorrido o prazo estipulado, você poderá tomar as
providências para que se cumpra o prometido.
Tome nota de todas as datas de expedição e recebimento dos documentos e correspondências; é
muito importante o controle ou registro de toda a correspondência recebida.
Uma folha de registro deve conter os seguintes itens: datas de recebimento e arquivamento da
correspondência, data e código de referência citados no texto da carta, o nome do remetente, assunto
tratado e o departamento ou pessoa a que foi dirigida. Faça uma folha de registro como modelo e tire
cópias de acordo com as suas necessidades. Uma vez que as folhas estejam preenchidas, arquive-as
numa pasta em ordem cronológica. É possível fazer isso em um caderno próprio também, em que tais
informações sejam referentes aos documentos de cada ano.

Expedição e Formulários
Toda comunicação escrita, além de ser um atestado de eficácia da instituição, é um documento que
representa quem o assina. Por esses motivos, é importante tomar uma série de precauções antes de
expedir qualquer correspondência, tais como:
- Quando conter na sua redação siglas e abreviações, deve-se explicar seu significado;

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- Em formulários de uso interno, o nome da organização é dispensável, bastando a utilização do
logotipo, suficiente para a identificação. Porém, para uso externo, é essencial o nome da instituiç no
cabeçalho do documento;
- A redação do formulário deve ser clara, objetiva e acessível a quem responde, e não a quem
pergunta;
- O uso de jargões técnicos devem ser evitados, principalmente em excesso, pois pode dificultar a
comunicação (sobretudo, a comunicação externa);
- A permanente dificuldade na compreensão e preenchimento do formulário, bem como a demora na
sua utilização são indicadores de problemas à serem analisados quanto ao seu desenho.

Principais Formulários Utilizados


- Cadastro de fornecedores;
- Formulários de cotação de preços;
- Pedido de compra;
- Previsão de compras;
- Orçamento de compras;
- Ficha individual de controle de estoques;
- Mapa financeiro de controle de estoques;
- Nota fiscal;
- Fatura;
- Duplicata;
- Formulários de crédito;
- Boletim de caixa;
- Controle de caixa;
- Proposta de emprego;
- Registro de empregado;
- Relação de empregados;
- Folha de pagamento;
- Aviso e recibo de férias;
- Cartão de ponto etc.

Instrumentos para Controle do Trabalho

Materiais Necessários para Operacionalizar o Trabalho


Da Instituição:
– Convenção, regulamento, definições de funções;
– Lista de funcionários e de veículos (atualizadas);
– Lista de telefones úteis e de emergência;
– Lista do patrimônio.

Do Prédio (manutenção e conserto):


– Plantas do prédio (estrutura, hidráulica, elétrica);
– Lista de assistência técnica;
– Lista de fornecedores e prestadores de serviços;
– Equipamentos para manutenção e consertos.

Dos Funcionários:
– Cadastro dos funcionários, (RG, cargo, horário de trabalho, endereço, telefone de emergência etc).

Da Organização de seu Próprio Trabalho:


– Agenda de compromisso;
– Relatório diário (só os fatos mais importantes que quebrem a rotina).

Do Serviço (tanto operacional quanto administrativo):


– Escala de tarefas para cada funcionário;
– Controle das datas de manutenção dos equipamentos.

Regras Práticas para Organizar o Trabalho

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Em primeiro lugar, são atribuídas prioridades: o que deve ser realizado imediatamente e o que pode
ter um prazo maior? Assim, as urgências devem ser conhecidas e devidamente priorizadas.
Para tanto, é importante listar tarefas diárias estabelecendo prazos e grau de prioridade. Isso possibilita
mensurar o acompanhamento da rotina de trabalho.

ATENÇÃO!!!
Procure melhorar o aspecto do escritório, pois ele exerce influência sobre o desempenho das
atividades. Verificar, sobretudo o que pode ser melhorado, que procedimentos podem ser eliminados ou
simplificados.
O trabalho toma-se mais agradável e simples, quando dispomos de conhecimentos profissionais sobre:
arquivística, redação, gramática, informática e, se temos à mão: guia com os telefones mais usados,
código de endereçamento postal, lista telefônica, dicionário da língua portuguesa, lista de assuntos
pendentes, em ordem de importância, uma Gramática da Língua Portuguesa e, finalmente, o
estabelecimento de metas para alcançar.
De todo modo, delegar tarefas a outros integrantes da organização, providos de habilidades para
executá-las, contribui para evitar sobrecargas diárias.

Conhecimento do Ambiente de Trabalho

O primeiro passo para a adaptação ao local de trabalho é o conhecimento do ambiente físico. O


domínio do prédio e de suas instalações permite a desenvoltura dos funcionários. Saber como se localizar,
a quem se dirigir, encontrar com precisão aquilo que se procura são fatores de economia de tempo e
segurança.
Uma empresa não se limita ao ambiente físico já que apenas congrega um grupo social engajado na
conquista do bem comum; daí a importância fundamental do conhecimento da filosofia de trabalho
adotada pela instituição; é dela que emanam os regulamentos e normas, direitos e deveres do
funcionário. Este não poderá justificar um crime alegando desconhecer os princípios básicos que norteiam
o sistema ao qual pertence.
O ramo de atuação da empresa, seus objetivos e abrangências no mercado, sua situação dentro da
organização maior, também no caso de órgãos e autarquias, são apenas aspectos importantes a serem
considerados e do domínio de todos os funcionários que constituem a engrenagem empresarial. O
trabalho individual só pode ser realizado com eficiência, se dirigido ao todo. Ninguém é proprietário da
função que exerce, mas responsável por ela.
As chefias são consideradas como lideranças são responsáveis pelas atribuições que lhes são
conferidas e, também, por responsabilidades maiores que os cargos lhes conferem.
O tipo de liderança exercida, no entanto, varia de acordo com as características pessoais do ser
humano que ocupa determinado cargo. Nem sempre o funcionário concorda com o tipo de orientação
dada ao trabalho, mas pode adaptar-se a ela sem se violentar, desde que identifique o tipo de liderança
e se disponha a conviver com ela.
O conhecimento dos colegas e a identificação de seus cargos e/ou funções também são
necessários, não só para o entrosamento, como também para que o fluxo de trabalho se desenvolva
rápida e objetivamente.
Os requisitos dos serviços devem ser explicitamente definidos como características observáveis e
sujeitas à avaliação. Quanto mais claro e preciso for o processo de prestação de serviços e o nível de
treinamento recebido pelas pessoas nele envolvidas, maior a oportunidade para se adotarem princípios
estruturados de qualidade.
A ideia central destas informações é identificar e documentar todas as atividades que colaboram
para a melhoria da qualidade dos serviços e, entender algumas regras importantes que auxiliam no
convívio entre pessoas e ambiente de trabalho para que o mesmo resulte em sucesso.

A Área de Trabalho
A área de trabalho do profissional administrativo ou secretária ou recepcionista é o escritório, mas os
demais espaços destinados aos seus serviços também o são. Lembrando-se que isto varia de instituição
para instituição. A área ocupada pela recepção, por exemplo, varia de acordo com a categoria do
estabelecimento, com o número de colaboradores que nela trabalha, com o movimento de usuários etc.

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Da mesma forma, variam os equipamentos e mobiliários existentes nas organizações. Um Assistente
Administrativo precisa conhecer os equipamentos e instrumentos de controle mais utilizados em uma
recepção:
- Computador;
- Impressora;
- Máquina Registradora Elétrica;
- Calculadora;
- Máquinas de Cartões de Crédito;
- Quadro de Chaves;
- Central Telefônica;
- Fax e Telefones;
- Fichários;
- Arquivos;
- Livros de Ocorrências e de Registros;
- Mesas, Gavetas e Prateleiras;
- Alarmes.

Observações:

Local de Trabalho: é onde o funcionário passa a maior parte produtiva do dia.

Escritório: é o local de encontro da administração, de toda a tecnologia e o principal local de trabalho


do profissional administrativo ou secretária ou recepcionista. É considerado como a fábrica de
informações e sua matéria prima é a comunicação. Nos escritórios são geradas as informações que serão
utilizadas nas tomadas de decisões que, por sua vez, afetarão toda a organização.

Escritório Tradicional: valoriza mobiliários, documentos de controle de tempo e hora de trabalho,


equipamentos mecânicos que exigem maior esforço físico.

Escritório Moderno: valoriza o ser humano, o mobiliário é anatômico e os recursos tecnológicos são
utilizados para diminuir o esforço físico. Diminui a utilização de papéis, o que torna a informação mais
dinâmica.

Cuidados com os Materiais no Ambiente de Trabalho


- Manter blocos, papéis ou impressos para recado em sua mesa de trabalho;
- Manter clipes, apontadores, borrachas, corretivos em gavetas com divisórias;
- Manter porta-lápis limpo e em ordem;
- Manter os móveis limpos;
- Utilizar capas nos equipamentos;
- Ligar tomadas, luzes e equipamentos quando forem utilizados e desligá-los ao sair;
- Deixar listas telefônicas, guias e agendas organizadas e ao alcance de todos;
- Organizar a mesa de trabalho;
- Zelar pelos objetos decorativos e manter a sala arejada;
- Verificar, diariamente, se os equipamentos estão funcionando adequadamente;
- Arquivar cartões de visitantes.

Questões

01. (ANVISA - Técnico Administrativo - CESPE) A organização do local de trabalho deve ser
realizada apenas quando o ambiente de trabalho estiver trazendo prejuízo à execução das tarefas
cotidianas.
( ) Certo ( ) Errado

02. (CASAN - Secretária - INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa correta em relação às práticas
que auxiliam na organização do ambiente de trabalho.
(A) Para praticar a organização do ambiente de trabalho, não é necessário possuir conhecimento
profundo do que a empresa produz.
(B) É comum as interrupções durante a execução de uma tarefa, não necessitando realizar marcas
quando for interrompida.

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(C) Não perder a calma diante de situações difíceis, esgotando-se diante de uma única tarefa.
(D) A Secretária precisa estar atualizada e adquirir sempre mais conhecimento sobre a organização
de eventos.
(E) Procurar melhorar o aspecto do escritório, pois ele exerce influência sobre o desempenho das
atividades.

03. (Prefeitura de Amontada/CE - Agente Administrativo - CEV) O trabalho tem maior produtividade
quando as pessoas que o realizam adotam práticas de qualidade e agilidade na realização de suas
tarefas. Esse ambiente produtivo é obtido quando o profissional
(A) ajusta suas tarefas ao horário do seu transporte diário, identifica o que pode ser eliminado ou
simplificado e prioriza tarefas.
(B) prioriza tarefas, utiliza seus recursos privados de mídia digital (Whatsapp, Facebook, Snapchat)
durante o horário de trabalho e cuida da organização física do local de trabalho.
(C) utiliza seus recursos privados de mídia digital (Whatsapp, Facebook, Snapchat) durante o horário
de trabalho, prioriza tarefas e ajusta suas tarefas ao horário do seu transporte diário.
(D) identifica o que pode ser eliminado ou simplificado, prioriza tarefas e cuida da organização física
do local de trabalho.

04. (IF/MT - Assistente em Administração - IF/MT) Infere-se do texto que ser organizado facilita o
trabalho do cérebro, pois permite que ele tenha previsibilidade para executar tarefas. Sobre a postura
profissional que contribui para organizar o ambiente de trabalho, assinale a afirmativa INCORRETA.
(A) Usar agenda física ou digital compreende ferramenta dispensável para anotar afazeres do dia, da
semana e do mês.
(B) Listar tarefas diárias estabelecendo prazos e grau de prioridade possibilita mensurar o
acompanhamento da rotina de trabalho.
(C) Possuir objetivos claros e definidos compreende ações relevantes para o alcance dos resultados
estabelecidos.
(D) Delegar tarefas a outros integrantes da organização, providos de habilidades para executá-las,
contribui para evitar sobrecargas diárias.

05. (BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - IESES) O formulário transporta dados


e informações nos processos empresariais, tanto em meio físico quanto em eletrônico. Sobre o tema,
escolha a opção INCORRETA:
(A) Quando contiver na sua redação siglas e abreviações, deve-se explicar seu significado.
(b) Em formulários de uso interno, o nome da empresa é dispensável, bastando a utilização do logotipo,
suficiente para a identificação.
(C) São alguns dos princípios que devem ser seguidos quando da elaboração do formulário: empregar
em sua redação os jargões específicos da área do saber a que o formulário se refere e utilizar linhas
pontilhadas para o campo de resposta.
(D) A redação do formulário deve ser clara, objetiva e acessível a quem responde, e não a quem
pergunta.
(E) A permanente dificuldade na compreensão e preenchimento do formulário, bem como a demora
na sua utilização são indicadores de problemas a serem analisados quanto ao seu desenho.

Gabarito

01.Errado / 02.E / 03.D / 04.A / 05.C

Comentários

01. Resposta: Errado


Ajuda no andamento do trabalho se o local de trabalho estiver sempre limpo e organizado. O intuito é
mantê-lo assim. Podemos ainda ver o decreto 1171/94 que afirma o seguinte:
Seção II -Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição.

02. Resposta: E

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A última afirmativa está correta, pois a partir de uma organização melhor no ambiente de trabalho que
resulte em um aspecto positivo deste ambiente é possível reduzir desperdícios de tempo, de espaço, de
custo, enfim, favorecerá o exercício das atividades de maneira mais organizada.

03. Resposta: D
Identificar o que pode ser eliminado ou simplificado, priorizar tarefas e cuidar da organização física do
local de trabalho resulta em melhoria na produtividade do funcionário, agilizando a realização de tarefas.

04. Resposta: A
É indispensável planejar e organizar em agendas ou correlatos o que será feito ao longo dos dias, até
para gerir melhor o tempo e os recursos.

05. Resposta: C
Em se tratando elaboração de formulários, um princípio a NÃO se seguir é o do emprego dos jargões,
por dificultar o entendimento e comunicação, sobretudo quando se tratar de comunicação externa (com
outras empresas/órgãos).

2. Rotinas de envio e recebimentos de ofícios, memorandos

RECEBIMENTO, CONTROLE E DISTRIBUIÇÃO

Recebimento

No recebimento ou recepção de correspondências e documentos deverá ser verificado:


- Se estão dirigidos à autoridade competente;
- Se contém assinatura, data, nome e endereço do remetente. Tratando-se de servidor público, deve
conter o cargo ou função, a lotação e a matrícula;
- Havendo anexos e apensos, se eles correspondem ao declarado;
- Tratando-se de petições ou requerimentos, se indicam, de modo expresso, se é pedido inicial, de
reconsideração, de recurso, pedido de certidão;
- Quando referente a pedido de certidão, deve especificar o fim a que se destina e o endereço completo
do interessado.

Importante: Não será recebido o documento que desatenta a qualquer dos requisitos enumerados
anteriormente. Aquele que indevidamente o for, será devolvido ao remetente.

A seguir, há um modelo de envelope padrão, que possui todas as informações necessárias à sua
completa identificação quanto à origem e destino.
No caso de não localização do destinatário, o envelope receberá o carimbo "devolução de
correspondência”, devendo ser devolvido ao remetente.

Figura: Modelo padronizado de envelope

Atenção: Toda documentação que der entrada no protocolo deve ser registrada no relógio-datador

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antes de sua inserção no Sistema para comprovar o momento de seu recebimento e possibilitar uma
posterior conferência.

É importante ressaltar que documentos oficiais estão destinados ao cargo do destinatário e não à
pessoa que o ocupa. Portanto, quando um documento oficial for encaminhado a um destinatário que não
ocupe mais o cargo, deverá ser aberto para as providências cabíveis.

Recibo

O recibo é o documento que comprova entrega e o recebimento de um documento ou correspondência.


Deve-se identificar o servidor que recebe (pelo nome e cargo escritos de forma legível, digitados ou
carimbados), a data e hora e assinar o recibo. Essa forma de recebimento – por meio de recibo físico -
deve ser adotada somente para envio a unidades externas.
Em se tratando de documentos ou processos cadastrados e tramitados no Sistema deve-se efetuar o
recebimento eletrônico tempestivamente, ou seja, assim que forem conferidos os documentos ou
processos recebidos.
O recebimento eletrônico é a única forma de garantir com segurança a localização de documentos e
processos. Por isso, sempre que receber documentos e processos, deve ser dado a baixa no Sistema de
forma a possibilitar o seu resgate físico quando for preciso.

Atenção: O não recebimento eletrônico acarreta a carga de responsabilidade sobre a localização de


documentos e processos para a unidade que consta no Sistema e dificulta sua localização quando
necessário. A localização no Sistema deve corresponder SEMPRE à localização física.

As correspondências, documentos e processos ser recebidos no Protocolo de diversas formas.

Formas de Recebimento de Documentos, Processos e Correspondências

- Guichê de Protocolo: Quando as correspondências, os documentos e processos são entregues


diretamente no balcão por pessoal interno ou externo.
- Malote: Quando os documentos, processos e correspondências são enviados ao Protocolo por meio
de malotes;
- Outros serviços dos Correios: Quando as correspondências, os documentos e processos são
recebidos e enviados por meio de Sedex, carta, telegrama, encomenda etc. no guichê do Protocolo.

Rotinas para Recebimento via Guichê de Protocolo


1. Recebe os documentos, processos e correspondências, juntamente com a guia de remessa - para
malote; ou com recibo - para correspondências e processos entregues no guichê.
2. Confere os documentos e processos comparando com a descrição contida na guia de remessa ou
recibo.
3. Verifica se os documentos e processos estão dirigidos à autoridade competente.
4. Se confere, atesta o recebimento. Caso contrário, devolve. Atenção no ato do recebimento. Não
deixar essa conferência para depois!
5. Quando se tratar de recebimento de documentação externa, assina o recibo e identifica o servidor
com carimbo ou nome e matrícula legíveis.
6. Devolve o recibo ao entregador.
7. Registra no documento a hora do recebimento por meio do relógio-datador.
8. Encaminha a documentação para triagem.

Rotinas para Recebimento via Malote


A diferença no tratamento da correspondência e documentação recebida via malote é somente relativa
às sacolas de malote. Todos os procedimentos de triagem e cadastramento são idênticos após a abertura
de envelopes ou do malote.
1. Recebe o Malote.
2. Abre o Malote, retira a Guia de Remessa de Malote (GRM) em duas vias.
3. Confere a documentação contida no Malote Se correto, atesta o recebimento.
4. Se faltar algum documento relacionado, grifa o item e faz a observação no verso das duas vias da
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Guia, data, assina e se identifica com carimbo ou nome e matrícula legíveis.
5. Se não foi registrado o documento na Guia, acrescenta nas duas vias da mesma.
6. Após a conferência e assinada as Guias, arquiva a 1ª via e devolve a 2ª via para a unidade de
origem no Malote.
7. Encaminha os documentos ao Serviço de Triagem.

Triagem

A triagem consiste na verificação prévia de toda documentação que será protocolada (já registrada no
relógio-datador, conforme orientação anterior), separada e cadastrada.

Abertura de Documentos e Correspondências

Após verificação das informações nos envelopes, verifica-se a possibilidade de abertura dos
mesmos.
Lembre-se que NÃO podem ser abertos:
Correspondência particular;
Correspondência, processo ou documento confidencial;
Correspondência, processo ou documento de caráter licitatório.

Prazos
Verificar os documentos e processos que possuem prazos e são urgentes. Os documentos e
processos de caráter urgente terão tratamento preferencial, com encaminhamento imediato.
No caso de Protocolo Central Unificado – PCU, separar os documentos e processos por Unidade
Protocolizadora – (NUP).
Por medida de segurança e para fins comprobatórios, os envelopes devem ser guardados agrupados
por data de recebimento e guardados por um período de trinta dias.

Rotina de Triagem de Documentos


1. Recebida a documentação entregue pelos Correios, verifica se o envelope pode ser aberto.
2. Compara a documentação com a Guia dos Correios a ser atestada. Caso encontre documentação
com destinatário não identificado ou que não pertença à Unidade, apõe o carimbo de “DEVOLUÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIA” e devolve aos Correios
3. Atesta o recebimento na Guia da ECT e devolve.
4. Se o envelope não pode ser aberto, tira cópia do envelope para recibo e envia para expedição.
5. Se pode ser aberto, verifica se está dirigido a autoridade competente, se contém assinatura e,
havendo anexos e apensos, se eles correspondem ao declarado no documento.
6. Registra a hora do recebimento no relógio-datador do documento contido no envelope. A mesma
orientação vale para os documentos de procedência interna e que são entregues diretamente no guichê
do Protocolo.
7. Verifica se há documentação urgente.
8. Se houver documentação urgente, envia imediatamente para cadastramento e expedição.
9. No caso de PCU faz a separação por unidade Protocolizadora.
10. Encaminha os documentos e processos para cadastramento. Aqueles já cadastrados, encaminha
para tramitação e/ou expedição.
11. Mantém os envelopes por, no mínimo, 30 dias para comprovação do recebimento, caso necessário.

Cadastramento

Após o recebimento da documentação, independente da forma de entrega, deve ser feito o registro de
seu conteúdo no Sistema, caso exista um. O cadastramento consiste na inserção dos dados do
documento, com o objetivo de controlar a movimentação de documentos e processos, fornecer dados de
suas características fundamentais aos interessados e permitir sua localização quando necessário.

O cadastramento é primordial para viabilizar todas as ações e decisões que deverão ser tomadas a
partir das informações contidas no documento. Por isso, deve ser feito com atenção de maneira a extrair,
de forma clara e precisa, os elementos necessários à sua identificação inequívoca. Deve ser dada espe-
cial atenção aos documentos recebidos que não contenham NUP, realizando pesquisa de antecedentes
antes de proceder ao registro no Sistema, para evitar a duplicidade de informações e transtornos advindos
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
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de tramitações equivocadas.

Número Único de Processo e Documento - NUP

De acordo com a Portaria Normativa nº 3/2003 do MPOG, deve ser atribuída numeração única de
processos aos órgãos da Presidência da República, Ministérios, autarquias e fundações federais.
O NUP visa à integridade do número conferido ao documento ou processo, sendo atribuído aos
documentos e processos na unidade protocolizadora de origem. O NUP é constituído de quinze dígitos,
acrescidos mais dois dígitos de verificação (DV). Todos os documentos e processos recebidos e
expedidos pelas unidades protocolizadoras devem receber uma numeração.

0 0 0 0 0 . 0 0 0 0 0 0 / 0 0 0 0 - 0 0
1º grupo 2º grupo 3º grupo 4º grupo
Refere-se ao código Determina o registro Indica o ano de Digito
numérico atribuído a cada sequencial dos processos formação do verificador que
unidade protocolizadora; e documentos processo ou garante unicidade
identifica o órgão de origem do cadastrados. É reiniciado documento. ao número
processo. a cada ano. gerado.
Quadro: Estrutura do número único de processo e documento.

Tabela de Unidades
Para utilização da sistemática de numeração única de processo, os órgãos integrantes do Sistema de
Serviços Gerais (SISG) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG devem obedecer
às faixas numéricas de codificação de unidades protocolizadoras definidas pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do MPOG. As unidades da AGU receberão numeração entre as faixas
numéricas de 00400 a 00599.

Cadastramento de Unidades
Quando uma nova unidade inicia suas atividades, é necessário atribuir um código de unidade
protocolizadora (cinco dígitos iniciais da NUP). A solicitação de criação de NUP, bem como a inserção da
nova unidade no Sistema deve ser feita formalmente pelo chefe da unidade à Coordenação-Geral de
Documentação e Informação. A atribuição é feita pelo SISG do MPOG.

NUP Externo
Os processos oriundos de órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações, manterão
em seu cadastramento e sua tramitação, o mesmo número recebido no órgão de origem, vedada assim,
atribuição de nova numeração. No caso de retorno de documentos ou processos já cadastrados, será
atribuída numeração ao novo documento que encaminha o documento ou processo (Portaria Normativa
nº 03/ 2003, do MPOG), fazendo a referência a qual documento anterior se refere a resposta ou
consideração.

NUP Interno
O NUP gerado pelo Sistema no ato do cadastramento deve ser transcrito na parte superior direita da
primeira folha de cada documento ou peça de processo, por meio de carimbo ou transcrição manual com
letra legível. Cada unidade deve providenciar a confecção de carimbo próprio, identificando sua Unidade.
Exemplo de carimbo:

Figura: Exemplo de carimbo de NUP

Os espaços reservados para o NUP, data e hora deverão ser preenchidos à caneta esferográfica, com
letra legível.

Expedição

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Expedição é a remessa de correspondências, documentos e processos aos órgãos, unidades e
autoridades a que se destinam, localizados interna ou externamente.
Estão entre as modalidades de expedição:
Mensageria interna: Entrega de documentos ou processos no âmbito da Unidade.
Mensageria externa: Entrega de documentos ou processos com destinação externa, que são
relacionados e entregues diariamente nos órgãos ou entidades a que se destinam.
Malote: Entrega de documentos ou processos por meio do Serviço de Correspondência Agrupada,
entre o Protocolo Central Unificado de Brasília (PCU) e as Unidades nos Estados e entre Unidades nas
Capitais e suas seccionais.
Outros serviços dos Correios: Entrega de documentos ou processos por meio de serviços prestados
pelos Correios (ECT).

Mensageria Interna
A distribuição de documentos e processos no âmbito das Unidades é de responsabilidade de cada
apoio dos setores.
Os documentos e processos a serem expedidos via mensageria interna não necessitam estar
envelopados, apenas encaminhados com a identificação da unidade, setor ou autoridade a que se
destinam.

Atenção: O uso de envelopes para distribuição interna de documentos e processos não é obrigatório.
Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de documentos e
processos.

Ao entregar documentos, processos e correspondências, o mensageiro deve solicitar o recebimento


eletrônico. O servidor terá um prazo de 72 horas para confirmar no Sistema o recebimento físico.

Rotinas de expedição via mensageria interna:


Recolhe a documentação interna nos escaninhos destinados à distribuição.
Verifica o destinatário e a Papeleta de encaminhamento no caso de tratar-se de documento.
Agrupa os documentos, processos e correspondências por unidade setor de destino.
Entrega o documento, processo ou correspondência.
Solicita o recebimento eletrônico ao recebedor e informa que deve ser feito em até 72 horas.

Mensageria Externa
Os documentos a serem expedidos via mensageria externa necessitam estar envelopados, e
encaminhados com o respectivo recibo para identificação da unidade, setor ou órgão a que se destinam.
No caso de processos, caso sejam sigilosos devem estar envelopados.

Os documentos, processos e correspondências recebidos no setor de expedição dos protocolos até


as 9hs serão distribuídos pelos mensageiros na parte da manhã. Após este horário, serão entregues no
período da tarde. Os documentos, processos e correspondências recebidos após as 14hs serão
entregues no dia seguinte.
Ao entregar documentos, processos e correspondências em unidades externas, o mensageiro deve
coletar o recibo assinado com identificação clara e legível do recebedor (nome e cargo do servidor
digitados ou manuscritos em letra de forma legível ou por meio de carimbo).
Os recibos recolhidos diariamente pelo setor de expedição dos protocolos nas entregas externas
devem ser organizados por data e arquivados.
Os Tribunais devem ter prioridade na entrega dos documentos, processos e petições pelo serviço de
mensageria.

Rotinas de expedição via mensageria externa


Recolhe a documentação nos escaninhos destinados à distribuição externa.
Verifica o destinatário e o recibo.
Agrupa as correspondências, os documentos e processos por unidade/órgão de destino.
Lista o roteiro de entrega (locais a serem visitados).
Entrega as correspondências, os documentos e processo ou correspondência.
Recolhe assinatura e identificação do recebedor no recibo que acompanha o documento, processo ou
correspondência.

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Se houver documento ou processo do órgão o mensageiro deve recebê-lo, assinando o recibo a ele
apresentado com letra legível.
Entrega no Protocolo os documentos e processos recebidos.
Separa os recibos assinados por data.
Arquiva os recibos.

Malote

Tal como no serviço de mensageria, os documentos e processos a serem expedidos via malote não
necessitam estar envelopados.

Atenção: O uso de envelopes para expedição de documentos e processos via malote não é
obrigatório. Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de
documentos e processos.

Os documentos e processos, ao serem encaminhados para expedição via Malote, deverão informar
(no próprio documento ou em lista a parte):
Identificação da unidade/setor e Estado a que se destina;
Espécie e número do documento;
Assunto do documento;
Remetente e destinatário do documento;
Os documentos, processos e correspondências a serem expedidos por Malote, deverão ser entregues
ao Setor de Expedição até 14hs do dia da coleta, para que sejam encaminhados no mesmo dia. A coleta
de malotes pelos Correios é realizada a partir das 15hs. Os documentos e processos que forem
encaminhados após este horário serão expedidos na remessa seguinte.

Expedição de malotes
Os malotes deverão ser expedidos SEMPRE, mesmo vazios, evitando-se, dessa forma, que a troca
de malotes sofra solução de continuidade.

Atenção: Com o objetivo de se evitar a falta de malote quando do seu envio, deve-se enviá-lo sempre,
mesmo que vazio.

Guia de remessa de malote


Na preparação do malote, devem ser impressas e assinadas três vias da Guia de Remessa do Malote,
listando os documentos e processos a ser enviados. A primeira via ficará na unidade expedidora.
No ato do envio, dentro do malote deverão seguir duas vias devidamente assinadas, da Guia de
Remessa de Malote. Uma das vias da Guia ficará retida no PCU Brasília e a outra será devolvida assinada
pelo PCU Brasília à unidade expedidora do malote.
No ato do recebimento do malote, o recebedor deve conferir seu conteúdo listado na Guia e arquivar
a sua via devolvida pelo PCU Brasília para controle e conferência.
Caso haja alguma inconsistência na listagem (diferença entre a lista e o conteúdo), a ressalva deve
ser feita no verso da Guia e devolvida no próximo malote.
A primeira via emitida na preparação do malote poderá ser substituída pela via assinada e devolvida
pelo PCU para evitar acúmulo desnecessário de papel.

A Guia de Remessa de Malote deve listar:


Espécie e número dos documentos (NUP);
Assunto dos documentos;
Remetente e destinatário de cada documento;
Número do lacre;
Número do malote.

Itens que podem ser expedidos via Malote:


Podem ser enviados por Malote somente os documentos, processos e pacotes que são possíveis de
serem acondicionados dentro da sacola de Malote.
O conteúdo no malote não pode exceder 10 kg para o malote pequeno e 30kg para o grande.

Atenção: O conteúdo no malote não pode exceder 10 Kg para o malote pequeno e 30 Kg para o

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grande.

Caso seja necessário o envio de objetos que excedam a capacidade do malote, deve-se utilizar a
modalidade encomenda PAC ou Sedex, tomando-se o cuidado de embalar e identificar devidamente a
encomenda para evitar danos ou extravios.
As unidades emitentes devem informar ao setor de expedição qual a modalidade de encaminhamento,
pelo serviço dos Correios, para correspondências, documentos ou processos. Caso não seja informado,
o serviço de expedição definirá qual a modalidade de envio.

Rotina de Expedição via Malote


1. Recolhe a documentação interna destinadas ao malote.
2. Verifica os destinatários.
3. Agrupa as correspondências, os documentos e processos correspondências por unidade de
destino.
4. Separa lacre numerado.
5. Preenche a guia de remessa de malote, informando os documentos e processos encaminhados, o
número do lacre, o número do malote, imprimindo três vias.
6. Guarda uma das vias para si e coloca duas vias dentro do malote, juntamente com a
documentação a ser expedida.
7. Inverte o cartão de destinatário, existente na parte externa do malote, para a correta identificação
do destinatário.
8. Fecha o malote e lacra.
9. Agrupa os malotes.
10. Lista os malotes a serem enviados.
11. Entrega os malotes aos correios.

Questões

01. (Câmara de Santa Rosa/RS - Agente de Secretaria Prova - Instituto Excelência/2017). O


Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. Número Único de Protocolo (NUP) tem a função de:
(A) Viabilizar a padronização na gestão documental, desde a produção ao arquivamento dos
documentos, assim como facilita as comunicações entre as unidades administrativas dos órgãos e
entidades ou destas com a sociedade, promovendo a simplificação do acesso às informações sobre os
documentos públicos federais.
(B) Definir procedimentos para a utilização do número único de processos e documentos, também
conhecido como NUP pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.
(C) Possibilitar que órgãos e entidades disponham de um prazo maior para o replanejamento das
ações necessárias ao atendimento do normativo.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. (CRQ 18° Região/PI - Auxiliar Administrativo - Quadrix) O envio ou recebimento de


correspondências e encomendas está entre as atividades corriqueiras da área administrativa. Constitui
serviço postal o recebimento, a expedição, o transporte e a entrega de objetos de correspondência,
valores e encomendas. São objetos de correspondência: a) carta; b) cartão-postal; c) impresso; d)
cecograma; e) pequena encomenda. Entende-se por pequena encomenda:
(A) reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas, quando pelo menos um deles
for sujeito ao monopólio postal, remetidos a pessoas jurídicas de direito público ou privado e/ou suas
agências, filiais ou representantes.
(B) objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso limitado, remetido sem fins
comerciais.
(C) título ou documento de valor postal permutável em todo país membro da União Postal Universal
por um ou mais selos postais, destinados a permitir ao expedidor pagar o recebimento.
(D) objeto com ou sem valor mercantil, para encaminhamento por via postal.
(E) qualquer objeto de correspondência, valor ou encomenda encaminhado por via postal.

03.(CRMV/AM - Auxiliar Administrativo - Quadrix/2020). Julgue o item, relativo à expedição de


correspondência: registro e encaminhamento.
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Para o recebimento de correspondências a serem expedidas exclusivamente via malote, o servidor da
unidade de recebimento e expedição (URE) deve seguir os procedimentos estabelecidos no fluxo do
processo de negócio, denominado “Recebimento de Correspondências das Unidades Remetentes para
Expedição via Malote ou via Serviço Postal”.
(...) Certo ( ) O Errado

Gabarito
01. A / 02. B / 03. Errado
Comentários

01. Resposta: A
O Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. O NUP tem uma função de grande relevância, pois viabiliza a padronização na gestão
documental, desde a produção ao arquivamento dos documentos, assim como facilita as comunicações
entre as unidades administrativas dos órgãos e entidades ou destas com a sociedade, promovendo a
simplificação do acesso às informações sobre os documentos públicos federais.

02. Resposta: B
L6538 Art. 47 - Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
CARTA - objeto de correspondência, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de
natureza administrativa, social, comercial, ou qualquer outra, que contenha informação de interesse
específico do destinatário.
CARTÃO-POSTAL - objeto de correspondência, de material consistente, sem envoltório, contendo
mensagem e endereço.
IMPRESSO - reprodução obtida sobre material de uso corrente na imprensa, editado em vários
exemplares idênticos.
CECOGRAMA - objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se
também cecograma o material impresso para uso dos cegos.
PEQUENA ENCOMENDA - objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso
limitado, remetido sem fins comerciais.

03. Resposta: Errado


O erro da questão foi utilizar a palavra “exclusivamente” por MALOTE, sendo que o recebimento pode
ser por via postal (tanto que o nome do processo contém a via postal).

EXPEDIÇÃO, REGISTRO E ENCAMINHAMENTO

Registo das Entradas

Nas grandes empresas, esta fase da correspondência concentra-se num só departamento.


Tiram-se cópias dos originais recebidos, para um exemplar ficar no departamento e o outro seguir para
o respectivo destino. Mas a tiragem das cópias não pode ser feita sem antes ser colocado o respectivo
carimbo da entrada contendo a data e o número da entrada.
Nos serviços públicos e nas empresas mais tradicionalistas, utiliza-se o Livro de Registo para a
correspondência recebida.
É comum haver um livro só para a entrada de correspondência e outro apenas para a saída de
correspondência
Veja um exemplo das colunas a serem colocadas no livro de registro de correspondência recebida.

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Distribuição

A distribuição da correspondência pode ser feita de diversas formas, mas sempre de forma a poder
ser controlada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado livro de protocolo. Muitas vezes é utilizada uma
guia de remessa de documentos que os descreve e agrupa por destinos, acompanhando-os até à
recepção. Então, é assinado um duplicado que comprova a entrega.
Depois de ser lida, a correspondência deve ser convenientemente tratada. O que significa que:
- Se não for necessário dar sequência ao assunto, a correspondência vai imediatamente para o
arquivo, com a devida indicação no canto superior esquerdo e a assinatura do ordenante;
- Se é necessária uma resposta, devem ser feitas as anotações necessárias para a sua execução ou,
então, se for o caso, o próprio destinatário encarregar-se-á de a escrever.

Não esquecer que:


- Toda a correspondência urgente deve ter uma resposta imediata;
- Não se deve adiar a resolução de assuntos pendentes, tornando-os eternamente esquecidos.

A execução de uma carta resposta implica disponibilidade de tempo e disponibilidade mental.


Portanto, a redação da carta deve ser executada por uma pessoa experiente, de forma a minimizar as
perdas de tempo e conseguir uma boa qualidade de comunicação. A resposta pode ser executada de
diversas formas:
- Ditado direto, em que o datilógrafo ou processador de texto executa diretamente o texto que lhe é
transmitido;
- Ditado indireto, onde o datilógrafo ou o processador de texto executa o texto através de uma minuta,
um registo que estenografou;

Assinatura
Depois de finalizada a correspondência deve ser de novo lida e em seguida assinada. A organização
das grandes empresas implica que o correio e expedir esteja pronto até determinada hora, de forma a ser
levado a despacho.

Registo de Saída

O registo das saídas também é normalmente feito em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos
originais e encaminhadas devidamente.
Veja um exemplo das colunas a serem colocadas no livro de registro de correspondência
enviada/expedida.

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Expedição

Estão entre as modalidades de expedição:


Mensageria Interna: Entrega de documentos ou processos no âmbito da Unidade.
Mensageria Externa: Entrega de documentos ou processos com destinação externa, que são
relacionados e entregues diariamente nos órgãos ou entidades a que se destinam.
Malote: Entrega de documentos ou processos por meio do Serviço de Correspondência Agrupada,
entre o Protocolo.
Outros serviços dos Correios: Entrega de documentos ou processos por meio de serviços prestados
pelos Correios (ECT) ou outra empresa prestadora de serviços de postagem e entrega de
correspondências.

Rotinas de Expedição Via Mensageria Interna


- Recolhe a documentação interna nos escaninhos destinados à distribuição.
- Verifica o destinatário e a Papeleta de encaminhamento no caso de tratar-se de documento.
- Agrupa os documentos, processos e correspondências por unidade setor de destino.
- Entrega o documento, processo ou correspondência.
- Solicitar a confirmação do recebimento.

Rotinas de Expedição Via Mensageria Externa


- Recolhe a documentação nos escaninhos destinados à distribuição externa.
- Verifica o destinatário e o recibo.
- Agrupa as correspondências, os documentos e processos por unidade/órgão de destino.
- Lista o roteiro de entrega (locais a serem visitados).
- Entrega as correspondências, os documentos e processo ou correspondência.
- Recolhe assinatura e identificação do recebedor no recibo que acompanha o documento, processo
ou correspondência.
- Se houver documento externo, o mensageiro deve recebê-lo, assinando o recibo a ele apresentado
com letra legível.
- Entrega ao Protocolo os documentos e processos recebidos.
- Separa os recibos assinados por data.
- Arquivar os recibos.

Rotina de Expedição Via Malote


- Recolhe a documentação interna destinadas ao malote.
- Verifica os destinatários.
- Agrupa as correspondências, os documentos e processos correspondências por unidade de destino.
- Separa lacre numerado.

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- Preenche a Guia de Remessa de Malote, informando os documentos e processos encaminhados, o
número do lacre, o número do malote, imprimindo três vias.
- Guarda uma das vias para si e coloca duas vias dentro do malote, juntamente com a documentação
a ser expedida.
- Inverte o cartão de destinatário, existente na parte externa do malote, para a correta identificação do
destinatário.
- Fecha o malote e lacra.
- Agrupa os malotes.
- Lista os malotes a serem enviados.
- Entrega os malotes aos Correios.

E por fim...
- Toda a correspondência que é expedida da empresa deve possuir em arquivo a respectiva cópia;
- Quando a correspondência for registada, juntamente com a cópia, deve ser arquivado um exemplar
do talão de aceitação;
- No caso do registo ser com aviso de recepção, este, após ser devolvido pelo destinatário com a
respectiva assinatura, deve também ser arquivado com a cópia da correspondência.

Questões

01. (TJ/ES - Analista Judiciário Arquivologia - CESPE) Julgue os itens sequentes, referentes ao
protocolo e à tramitação de documentos.
A expedição de documentos é uma atividade típica do setor de arquivos intermediários, que se
responsabiliza pela saída dos documentos após o encerramento de seu trâmite interno.
( ) Certo ( ) Errado

02. (Correios - Analista de Correios Arquivologia - CESPE) Acerca do setor de protocolo, em órgãos
públicos ou empresas, julgue os itens que se seguem.
A expedição dos documentos é de responsabilidade do arquivo geral e conta com o auxílio do arquivo
intermediário para a realização dessa atividade.
( ) Certo ( ) Errado

03. (IF/PA - Técnico em Arquivo - FUNRIO) A atividade que consiste em enviar o documento ao seu
destinatário quando é interna e quando é direcionada a outra instituição, é chamada respectivamente de:
(A) distribuição e expedição.
(B) registro e despacho.
(C) expedição e distribuição.
(D) despacho e protocolo.
(E) correspondência e ofício.

Gabarito

01.Errado / 02.Errado / 03.A

Comentários
01. Resposta: Errado
Expedir um documento significa encaminhá-lo do setor de protocolo para outras instituições. É muito
comum confundir com distribuição que nada mais é do que encaminhar documentos para
setores/unidades da mesma instituição.

02. Resposta: Errado


A expedição dos documentos é de responsabilidade do PROTOCOLO e conta com o auxílio do arquivo
CORRENTE para a realização dessa atividade.

03. Resposta: A
Distribuição: é o primeiro destino dado ao documento.
Expedição: é a saída do documento, de um setor para outro ou de uma instituição para outra.

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Observação: Movimentação: é a passagem do documento por vários setores, ou seja, são as várias
redistribuições do documento (fluxo do documento). Todas essas atividades citadas são atividades de
controle.

3. Gestão eletrônica de documentos

A sigla GED significa Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos.


O GED é um sistema que converte informações em voz, texto ou imagem para a forma digital. Funciona
com softwares e hardwares específicos que permitem a captação, o armazenamento, a localização e o
gerenciamento das versões digitais das informações.
Todos os documentos são digitalizados em scanners especiais, depois conferidos e gravados em
meios magnéticos ou discos ópticos.
O GED aumenta a produtividade, qualidade e agilidade nos processos de tráfego de informações e
armazenamento de documentos digitais e eletrônicos em mídias de alta capacidade. Este processo é feito
com a mais alta segurança e eficiência.
Usar o GED não obriga que as informações estejam em meio eletrônico. Um documento em papel
pode cumprir toda a sua função em qualquer processo, mesmo em papel e ser arquivado neste mesmo
meio, ou de forma heterogênea. Iniciar em papel e fluir pelos processos e ser arquivado em meio
eletrônico.

Principais Vantagens34

- segurança do acervo;
- redução dos custos de área utilizada, de cópias e custos com pessoal;
- controle da localização dos documentos;
- proteção contra perda de documentos;
- controle de acesso aos documentos;
- conservação dos "originais";
- menos recursos de distribuição;
- múltipla indexação;
- padronização dos formatos, dos processos e da localização;
- acesso à informação por múltiplos usuários simultaneamente.

Em linhas gerais, podemos descrever GED como um conjunto de tecnologias que permite a uma
empresa gerenciar seus documentos em forma digital. Esses documentos podem ser das mais diversas
origens, tais como papel, microfilme, imagem, som, planilhas eletrônicas, arquivos de texto etc.

Principais Tecnologias Relacionadas ao GED35

- Capture: Acelera processos de negócio através da captação de documentos e formulários,


transformando em informações confiáveis e recuperáveis, passíveis de serem integradas a todas as
aplicações de negócios.

- Document Imaging (DI): É a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos do meio
físico para o digital.
Trata-se da tecnologia mais difundida do GED, muito utilizada para conversão de papel em imagem,
através de processo de digitalização com aparelhos scanners.

- Document Management (DM) ou (Gerenciamento de Documentos): É a tecnologia que permite


gerenciar com mais eficácia a criação, revisão, aprovação e descarte de documentos eletrônicos.
Dentre as suas principais funcionalidades estão o controle de informações (autoria, revisão, versão,
datas etc.), segurança, busca, check-in / check-out e versionamento.

34
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
35
SILVA, et.al. GED - Gerenciamento eletrônico de documentos a tecnologia que está mudando o mundo. FAI – Faculdades de Administração e Informática.
Disponível em: http://www.iterasolucoes.com.br/Site/images/stories/Itera/SalaLeitura/ged_gerenciamento_eletronico_de_docume
ntos.pdf.

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- Workflow / BPM: Controla e gerencia processos dentro de uma organização, garantindo que as
tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido.
Organiza tarefas, prazos, trâmites, documentos e sincroniza a ação das pessoas.

- COLD/ERM: Tecnologia que trata páginas de relatórios, incluindo a captura, indexação,


armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados.
Esta tecnologia permite que relatórios sejam armazenados de forma otimizada, em meios de baixo
custo, mantendo-se sua forma original.

- Forms Processing (processamento de formulários): tecnologia que possibilita reconhecer as


informações e relacioná-las com campos em bancos de dados, automatizando o processo de digitação.
Neste sistema são utilizados o ICR (Intelligent Character Recognition) e OCR (Optical Character
Recognition) para o reconhecimento automático de caracteres.

- Records and Information Management (RIM): É o gerenciamento do ciclo de vida de um


documento, independente da mídia em que se encontre.
Através de um sistema RIM gerencia-se a criação, armazenamento, processamento, manutenção,
disponibilização e descarte dos documentos, sob controle de categorização e tabelas de temporalidade.

Diferença Entre ECM x GED?

Na realidade não há nenhuma diferença, mas primeiro é preciso entender que ECM e GED não são
siglas estabelecidas por entidades oficiais para designar algum tipo de produto ou serviço. Ambas as
siglas, assim como tantas outras no mercado de TI, foram criadas e são difundidas principalmente pelas
empresas que desenvolvem soluções nesta área (individualmente ou em associações). E cada uma se
apresenta como quer, pois não existem regras que, na prática, diferenciem GED de ECM.

Teorias existentes36
- ECM é a evolução do GED.
- GED é direcionado apenas à gestão de documentos, enquanto ECM engloba ferramentas de
workflow / BPM / RM.
- ECM é o GED que se utiliza das potencialidades da Web.
- GED é voltado à gestão de documentos de departamentos, enquanto ECM trata a empresa como um
todo.
Estas teorias estão erradas? Se vistas sob a ótica das empresas que se apresentam como
fornecedoras de soluções ECM, não. Mas se olhadas sob a ótica de fornecedores GED, sim. Isto porque
o setor que desenvolve produtos e serviços denominados GED utiliza-se dos mesmos conceitos e
ferramentas que as empresas que se apresentam como fornecedoras de soluções ECM.
Um exemplo que demonstra o quanto esta “discussão” é imprecisa e infrutífera vem da internet. No
início, as empresas desenvolviam “páginas”. Depois passaram a utilizar o termo “website” ou “site”. E, na
sequência, foi criado o “portal”, como sendo um “site” mais abrangente e completo. O fato é que, como
não há regras, atualmente existem muitos “portais” totalmente inexpressivos e outros tantos “sites”
absolutamente completos.
Resumindo: se você procura uma solução para gerenciar as informações não estruturadas de sua
empresa, preocupe-se com a “qualidade” do fornecedor que irá escolher, independente da forma pela
qual ele se apresente.
Importante: sigla ECM (Enterprise Content Management) foi criada em 2000 pela AIIM (Association
for Information and Image Management), organização sediada nos Estados Unidos.

Ao longo dos anos, o termo ECM foi reinterpretado em diversos momentos, sendo atualmente definido
como:
- ECM é um conjunto de estratégias, métodos e ferramentas para capturar, armazenar, gerir, preservar
e disponibilizar conteúdo corporativo.

36
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.

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96
Benefícios do GED

Um bom projeto de GED leva benefícios significativos a uma empresa, que são perceptíveis em
praticamente todos os seus departamentos.

Relacionamos aqui alguns benefícios genéricos, embora seja nas particularidades de um negócio que
o GED se mostre mais vantajoso.37

- Extrema velocidade e precisão na localização de documentos.


- Total controle no processo de negócio.
- Ilimitadas possibilidades de indexação e localização de documentos.
- Melhor qualidade no atendimento ao cliente. O GED proporciona respostas rápidas e precisas.
- Mais agilidade em transações entre empresas.
- Gerenciamento automatizado de processos, minimizando recursos humanos e aumentando a
produtividade.
- Melhoria no processo de tomada de decisões.
- Maior velocidade na implementação de mudanças em processos.
- Obtenção de vantagem competitiva sustentável.
- Possibilidade de implementação de trabalho virtual, com redução de despesas.
- Redução de custos com cópias, já que há disponibilização de documentos em rede.
- Melhor aproveitamento de espaço físico.
- Disponibilização instantânea de documentos (sem limitações físicas).
- Evita extravio ou falsificação de documentos.
- Agilidade em processos legais, nos quais é fundamental o cumprimento de prazos.
- Aproveitamento da base de informática já instalada na empresa.
- Integração com outros sistemas e tecnologias.
- Tecnologia viabilizadora de outras, como ERP, SCM, CRM e BI.
- Continuidade de negócios: o GED é de grande auxílio para políticas de recuperação de documentos
e manutenção das atividades da empresa em casos de acidentes.
- Facilitação às atividades que envolvem colaboração entre pessoas e equipes.

Aplicações do GED

O GED pode ter utilização em diversos contextos, sendo assim citaremos:38


- necessidade de rápida visualização dos documentos, através de pesquisas por índices ou por acesso
a palavras do documento;
- eliminar espaço físico ocupado por arquivos com documentação interna e até mesmo externa da
empresa;
- garantia de integração com sistemas já existentes na empresa. Atualmente, a tecnologia permite a
integração com diversas bases de dados, além de proporcionar a compatibilidade, por exemplo, com
servidores de correio eletrônico, FAX e aplicações cliente/servidor;
- necessidade de distribuição de documentação para diversos órgãos. Hoje, as mídias eletrônicas
armazenam grandes quantidades de documentos, permitindo seu gerenciamento de forma remota;
- segurança da informação contidas nos documentos. A tecnologia garante a integridade das
informações; e,
- qualidade da documentação a ser pesquisada. A tendência do papel é de deteriorar, o que não
acontece com as mídias atuais como o CD-ROM e disco óptico que possuem vida útil de até 30 anos.

Vale ressaltar também as aplicações que o GED tem disponível. Existem diversas outras, para as mais
variadas finalidades. E o mais importante é que GED é, antes de tudo, um conceito que pode ser aplicado
em todos os segmentos de negócios.39
- Ações de apoio ao gerenciamento do conhecimento, ERP, CRM, comércio eletrônico e outras
tecnologias;
- Ações de apoio aos processos de fiscalização;
- Atendimento às obrigações impostas pela Lei de Acesso à Informação (organizações públicas);
- Apoio documental a sistemas de GIS;

37
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
38
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
39
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.

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97
- Atendimento a clientes de bancos: extratos de conta corrente, aplicações etc;
- Atendimento a clientes de serviços utilitários: telefonia, energia elétrica e outros;
- Automação de cartórios;
- Bibliotecas digitais;
- Cartões de assinatura;
- Catálogos de produtos;
- Clipping - Arquivos de recortes de jornais e revistas;
- Contratos de câmbio;
- Contratos de financiamento e leasing;
- Controle de bilhetes de companhias aéreas;
- Controle de depósitos e pagamentos em retaguarda de agências bancárias;
- Controle de documentos arrecadatórios de tributos, impostos, taxas e multas em organismos
governamentais;
- Controle do processo de compras;
- Conversão de acervo histórico;
- Conversão de bibliotecas físicas para digitais;
- Conversão de sistema micrográfico;
- Desenho de engenharia e relatório técnico;
- Disponibilização de documentos oficiais, tais como diário oficial;
- Documentação cadastral e societária de empresas;
- Documentação de administração hospitalar;
- Documentação de auditoria (fiscal, contábil, operacional etc.);
- Documentação de contratação de consórcios;
- Documentação de logística de transportes;
- Documentação dos sistemas de qualidade - ISO 9001, Excelência em Serviços, Inmetro etc;
- Documentação e acompanhamento de ciclo de vida de produtos;
- Documentação e processos jurídicos;
- Documentação e relatórios diversos, incluindo contábeis e financeiros;
- Documentação eletrônica de escritórios (exemplo: arquivos Word, Excel, Power Point etc.);
- Documentação em instituições de ensino;
- Documentos das polícias civis, militares, detrans e outros;
- Forms Processing - Processamento de Formulários;
- Gerenciamento de documentação em benefícios, incluindo áreas de Recursos Humanos e fundos
de Pensão;
- Gerenciamento de ordens de serviço;
- Gerenciamento de processos de concessão;
- Gestão de contratos em geral;
- Gestão de correspondências em geral (fax, e-mail e outros veículos);
- Gestão e processamento de pagamentos por cheques e cartão de crédito, da consulta ao
recebimento;
- Processamento de importação e exportação;
- Processamento de prontuário das áreas de recursos humanos, incluindo recrutamento e seleção;
- Processamento de Prontuário de pacientes em hospitais;
- Processamento de resultados de exames laboratoriais, incluindo serviço de mensageria;
- Processos de crédito imobiliário;
- Serviços de Seguradoras: apólice, sinistro, indenização etc.

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98
Figura: Ambiente típico do GED.

Documento: pode estar em papel ou ser nativamente digital.


Scanner: mecanismo de digitalização que transforma um documento em imagem eletrônica. As
imagens também podem ser inseridas no sistema vindo de um bureau de processamento. Software: de
digitalização de imagens que acompanha o scanner.
Processador: os sistemas GED são instalados em um ou mais computadores, normalmente
servidores, em rede para facilitar a distribuição de informação.
Armazenamento: periféricos de armazenamento que armazenam e disponibilizam permanentemente
as imagens e respectivas informações complementares, que podem ser discos rígidos ou unidades de
CD.
Rede: meio de comunicação entre os diversos componentes do sistema. Impressora: sempre usada
quando da necessidade de obter uma cópia física do documento.
Estação de trabalho: computador para acesso ao servidor que pode permitir consultar, criar novos
documentos, cadastrar documentos existentes, etc.

Formatos de Arquivos mais Aplicáveis

Os formatos mais comuns utilizados para a produção de documentos ou objetos em GED. Podemos
destacar:40

TIFF (Tagged Image File Format) – é o padrão de fato usado na indústria de GED. Embora existam
dezenas (para não dizer centenas) de tipos de TIFF é o realmente adotado na grande maioria das
aplicações. Permite alto nível de compactação e arquivos multipaginados.

JPEG (Joint Photographic Experts Group) – é mais utilizado para imagens em tons de cinza e coloridas.
Não permite arquivos multipaginados.

PDF (Portable Document Format) – formato originalmente desenvolvido pelo Adobe, permite arquivos
multipaginados, possibilitando combinar diferentes tipos de compressão de dados, diferentes fontes de
imagens, possibilidade de adicionar índices ao documento, além de uma série de outras interessantes
características. Muito utilizado na Internet, tem sido amplamente usado em aplicações de GED.

40
ILVA, et.al. GED - Gerenciamento eletrônico de documentos a tecnologia que está mudando o mundo. FAI – Faculdades de Administração e Informática.
Disponível em: http://www.iterasolucoes.com.br/Site/images/stories/Itera/SalaLeitura/ged_gerenciamento_eletronico_de_docume
ntos.pdf.

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99
BITMAP (Binary Mapping Photographic) e GIF (Graphics Interchange Format) – são outros formatos
nativamente digitais, também muito utilizados na produção de documentos em gerenciamento eletrônico
de documentos.

Armazenando o GED

O GED pode ser armazenado usando alguns meios, como:


- CD-ROM: os CDs são universais e largamente utilizados. A capacidade de cada CD é de 650 MB, e
pode ser utilizado individualmente, em torres de CD ou Jukebox;

- Discos Óticos: são largamente utilizados para o arquivamento de documentos, imagens e relatórios.
A capacidade atual de cada mídia é de 5.2 GB e é mais utilizada em Jukebox a um baixo custo;

- DVD: são também mídias com alto poder de armazenamento. O DVD é uma evolução do formato de
CD-ROM com alta capacidade;

- Jukebox: são equipamentos que permitem armazenar “near-line” muitos discos em seus slots e
quando uma informação é solicitada, o disco é conduzido por um braço mecânico para um drive para a
leitura ou gravação. As jukebox podem ser utilizadas com Discos Ópticos, DVDs ou CDs;

- Fitas: ainda são o meio mais barato e mais utilizado para armazenamento da informação, sendo
largamente utilizadas como backup de segurança. Suas informações não estão à disposição “On-Line”
do software de gerenciamento de imagens e documentos, podendo ser recuperadas através da utilização
de software auxiliar.

Então, de forma resumida podemos dizer que o GED tem como foco principal gerenciar informações
contidas em documentos. Dependendo de algumas características particulares dos documentos em
questão, tais como: tipo físico apresentação, tipo ou uso desejado, etc.

Gerenciamento de Documentos Arquivísticos Digitais41

A preservação e o gerenciamento eletrônico de documentos digitais envolvem diversos processos e


por isso, se faz necessária a compreensão de alguns conceitos e terminologias que são utilizados no
gerenciamento de documentos arquivísticos digitais.

Arquivo Digital: conjunto de bits que formam uma unidade lógica interpretável por um programa de
computador e armazenada em suporte apropriado.

Assinatura Digital: modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática, que
utiliza algoritmos de criptografia e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.
Os atributos da assinatura digital são: a) ser única para cada documento, mesmo que o signatário seja o
mesmo; b) comprovar a autoria do documento digital; c) possibilitar a verificação da integridade; d)
assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento digital, uma vez que, a princípio, o emitente é a
única pessoa que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura.

Assinatura Eletrônica: geração, por computador, de qualquer símbolo ou série de símbolos


executados, adotados ou autorizados por um indivíduo para ser o laço legalmente equivalente à
assinatura manual do indivíduo.

Banco de Dados (Ambiente Computacional): ambiente computacional composto por: a) dados


estruturados em bases de dados relacionadas entre si, segundo um modelo de dados; b) regras que
definem as operações válidas sobre os dados e garantem sua integridade.

Cadeia de Preservação: sistema de controles que se estende por todo o ciclo de vida dos
documentos, a fim de assegurar sua autenticidade ao longo do tempo.

41
http://conarq.arquivonacional.gov.br/images/ctde/Glossario/2016-CTDE-Glossario_V7_public.pdf

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100
Certificação Digital: atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se caracteriza pelo
estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intransferível entre uma chave de criptografia e uma
pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação. Esse 12 Base de Dados reconhecimento é inserido em um
certificado digital por uma autoridade certificadora.

Confiabilidade: credibilidade de um documento arquivístico enquanto uma afirmação do fato. Existe


quando um documento arquivístico pode sustentar o fato ao qual se refere, e é estabelecida pelo exame
da completeza, da forma do documento e do grau de controle exercido no processo de sua produção.

Conversão (Dados): conversão de um formato para outro motivada, principalmente, pela


normalização de formatos e para contornar a obsolescência tecnológica.

Cópia de Segurança: cópia feita com vistas a restaurar as informações no caso de perda ou
destruição do original.

Descrição: conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos
documentos arquivísticos para elaboração de instrumentos de pesquisa.

Destinação: decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento dos documentos para a
guarda permanente ou eliminação.

Eliminação: destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor para a
guarda permanente.

Emulação: estratégia de preservação digital que se baseia na utilização de recursos computacionais,


programas de softwares que simulam o ambiente operacional do documento original, de forma a permitir
o uso do programa original no sistema de computador corrente, preservando o formato de dados original
do documento) O emulador faz uma tecnologia atual funcionar com as características de uma obsoleta,
aceitando as mesmas entradas e produzindo as mesmas saídas.

Forma Documental: regras de representação de acordo com as quais o conteúdo de um documento


arquivístico, seu contexto administrativo e documental, e sua autoridade são comunicados. A forma
documental possui elementos intrínsecos e extrínsecos.

Gestão Arquivística de Documentos: conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à


produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos arquivísticos em fase corrente e
intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

Metadados: dados estruturados que descrevem e permitem encontrar, gerenciar, compreender e/ou
preservar documentos arquivísticos ao longo do tempo.

Migração: conjunto de procedimentos e técnicas para assegurar a capacidade de os documentos


digitais serem acessados face às mudanças tecnológicas. A migração consiste na transferência de um
objeto digital: a) de um suporte que está se tornando obsoleto, fisicamente deteriorado ou instável para
um suporte mais novo; b) de um formato obsoleto para um formato mais atual ou padronizado; c) de uma
plataforma computacional em vias de descontinuidade para uma outra mais moderna.

Patrimônio Digital: conjunto de objetos digitais que possuem valor suficiente para serem
conservados, a fim de que possam ser consultados e utilizados no futuro.

Plano de Classificação: esquema de distribuição de documentos em classes, de acordo com métodos


de arquivamento específicos, elaborado a partir do estudo das estruturas e funções de uma instituição e
da análise do arquivo por ela produzido. Expressão geralmente adotada em arquivos correntes.

Preservação Digital: conjunto de ações gerenciais e técnicas exigidas para superar as mudanças
tecnológicas e a fragilidade dos suportes, garantindo o acesso e a interpretação de documentos digitais
pelo tempo que for necessário.

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101
Recuperação da Informação: processo de pesquisa, localização e apresentação do documento em
sistemas de informação. A pesquisa é feita por meio da formulação de estratégias de busca para
identificação e localização de documentos e/ou seus metadados. A apresentação pode ser feita por meio
de visualização em tela, impressão, leitura de dados de áudio e/ou vídeo.

Reformatação (Migração): técnica de migração que consiste na mudança da forma de apresentação


de um documento para fins de acesso ou manutenção dos dados. Impressão ou transformação de
documentos digitais em microfilme (tecnologia COM), ou ainda, a captura Exemplo: de um documento
para o meio digital por meio da digitalização.

Sistema Gerenciador de Banco de Dados: software que implementa o banco de dados e permite a
realização de operações de manipulação de dados (inclusão, alteração, exclusão, consulta) e
administrativas (gestão de usuários, cópia e restauração de dados, alterações no modelo de dados).

Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos: conjunto de procedimentos e


operações técnicas característico do sistema de gestão arquivística de documentos, processado
eletronicamente e aplicável em ambientes digitais ou em ambientes híbridos, isto é, em que existem
documentos digitais e não digitais ao mesmo tempo.

Questões

01. (TRT - Analista Judiciário - FCC) Em GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos), a


tecnologia, também conhecida como Gerenciamento Corporativo de Relatórios, que possibilita que os
relatórios sejam gerados e gerenciados na forma digital, na qual também é possível efetuar anotações
sobre estes relatórios sem afetar o documento original, é chamada de:
(A) Document Imaging.
(B) RIM.
(C) Workflow.
(D) COLD/ERM.
(E) Forms Processing.

02. (DNIT - Analista Administrativo - ESAF) O GED (Sistema de Gerência Eletrônica de


Documentos):
(A) Incorpora funcionalidades de rateamento de informações e automação de fluxos de monitoramento.
(B) Incorpora funcionalidades de roteamento de informações e automação de fluxos de trabalho.
(C) Seleciona funcionalidades de roteamento de demandas e automação de procedimentos de
produção.
(D) Incorpora estruturas de inferência de informações e concepção de fluxos de enquadramento.
(E) Incorpora funcionalidades de rateamento de ações e inferência de trabalho vinculado.

03. (ANP - Analista Administrativo - CESPE) Com relação à preservação e ao gerenciamento


eletrônico de documentos digitais, julgue os itens a seguir.
A conversão utiliza um software que simula o ambiente operacional do documento original, de forma a
permitir o uso do programa original no sistema de computador corrente, preservando o formato de
dados original do documento.
( ) Certo ( ) Errado

04. (ANP - Analista Administrativo - CESPE) Com relação à preservação e ao gerenciamento


eletrônico de documentos digitais, julgue os itens a seguir.
A migração pode ser feita por meio da alteração do suporte, da atualização ou da alteração do
programa ou pela conjugação dos dois anteriores. Na segunda opção, não há alteração do documento.
( ) Certo ( ) Errado

05. (POLITEC/MT - Papiloscopista - UFMT/2017) Responsável pelo controle do ciclo de vida dos
documentos, cujo foco é o domínio das versões destes, abrange todos os estágios de evolução dos
documentos. Esse conceito refere-se a:
(A) Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED).
(B) Digital Imaging (Digitalização).
(C) Workflow (Fluxo de trabalho).

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102
(D) Document Management (Gerenciamento de Documentos).

06. (Fundação Hemocentro de Brasília/DF - Arquivologia - IADES/2017) A tecnologia de


gerenciamento eletrônico de documentos, que tem como fundamento a digitalização de documentos
originais para o controle da versão digital por meio de sistemas, é denominada
(A) Document Management.
(B) Computer Out Laser Disk.
(C) Media Asset Management.
(D) Business Process Management.
(E) Document Imaging.
Gabarito

01.D / 02.B / 03.Errado / 04.Errado / 05.D / 06.E

Comentários

01. Resposta: D
- Capture - Acelera processos de negócio através da captação de documentos e formulários,
transformando em informações confiáveis e recuperáveis, passíveis de serem integradas a todas as
aplicações de negócios.
- Document Imaging (DI) – É a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos do meio
físico para o digital.
- Document Management (DM) ou (Gerenciamento de Documentos) - É a tecnologia que permite
gerenciar com mais eficácia a criação, revisão, aprovação e descarte de documentos eletrônicos.
- Workflow / BPM – Controla e gerencia processos dentro de uma organização, garantindo que as
tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido.
- COLD/ERM – Tecnologia que trata páginas de relatórios, incluindo a captura, indexação,
armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados.
Esta tecnologia permite que relatórios sejam armazenados de forma otimizada, em meios de baixo
custo, mantendo-se sua forma original.
- Forms Processing (processamento de formulários) - tecnologia que possibilita reconhecer as
informações e relacioná-las com campos em bancos de dados, automatizando o processo de digitação.
- Records and Information Management (RIM) - É o gerenciamento do ciclo de vida de um documento,
independente da mídia em que se encontre.

02. Resposta: B
"A necessidade de um gerenciamento proativo de documentos eletrônicos levou a uma evolução
desses sistemas, que hoje incorporam funcionalidades de roteamento de informações e automação de
fluxos de trabalho. Alguns desses sistemas hoje possuem sistemas de workflow acoplados."

03. Resposta: Errado


A EMULAÇÃO utiliza um software que simula o ambiente operacional do documento original, de forma
a permitir o uso do programa original no sistema de computador corrente, preservando o formato de
dados original do documento.

04. Resposta: Errado


Migração é o conjunto de procedimentos e técnicas para assegurar a capacidade dos documentos
digitais serem acessados face às mudanças tecnológicas, que consiste na transferência de um
documento digital.

05. Resposta: D
A questão aponta as características do DM, que são: gerenciar com mais eficácia a criação, revisão,
aprovação e descarte de documentos eletrônicos. Dentre as suas principais funcionalidades estão o
controle de informações e versionamento, cujo foco é o domínio das versões e os estágios de evolução
dos documentos.

06. Resposta: E
Como visto, Document Imaging (DI) é a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos
do meio físico para o digital.

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103
4. Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de
documentos

Antes de qualquer coisa, apresentaremos os conceitos de gestão documental e protocolo, que serão
de grande importância para uma melhor compreensão do tema proposto.
“Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para a guarda permanente” (Lei Federal nº 8.159, de 8-1-1991).
A gestão de arquivos é um processo essencial no andamento da organização. É necessário
estabelecer uma série de práticas que garanta a organização e preservação de arquivos, para que a
empresa possa tomar decisões, recuperar informações e preservar a memória dos arquivos.
O gerenciamento de documentos arquivísticos assegura à empresa ter um maior controle sobre as
informações que produzem e/ou recebem, racionalizar o layout onde os documentos são guardados,
desenvolver as atividades com maior rapidez e eficiência e melhorar o atendimento aos clientes.

Protocolo42 é a denominação geralmente atribuída a setores encarregados do recebimento, registro,


distribuição e movimentação dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio número de
registro dado ao documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos.

Segundo Manual de Procedimentos de Protocolo, Expedição e Arquivo43, o Protocolo é responsável


pelo recebimento e distribuição de correspondências, documentos e processos, assim como pelo controle
do seu fluxo na instituição. Por meio de suas atividades, apoiadas num sistema operacional eletrônico, é
que se tornam possíveis a consulta e a localização de processos ou documentos que tenham sido
entregues ao Protocolo.
É de conhecimento comum o grande avanço que a humanidade teve nos últimos anos. Dentre tais
avanços, incluem-se as áreas que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para
o aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área
da arquivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arquivos. Entretanto, seja
por descaso ou mesmo por falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessárias
foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram suas
funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um
sistema de protocolo.
Durante a sua tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo (recebimento,
registro, distribuição, movimentação e expedição de documentos), daí a denominação comum de alguns
órgãos como Protocolo e Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início.
Geralmente, as pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou mesmo não
foram orientadas sobre como proceder para o documento cumpra a sua função na instituição. Para que
este problema inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência
simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às instituições, os documentos fossem
registrados, pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal ação
diminuiria o montante de documentos que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer
tiveram sua tramitação ou destinação registrada.

O estudo dos protocolos, em Arquivologia, pode ser dividido em duas partes:


Uma refere-se a estrutura e funcionamento do setor institucional de protocolo.
E a outra se refere ao tratamento e a classificação dos documentos arquivísticos em ostensivos e
sigilosos.

Com relação a primeira parte, serão apresentadas quais as funções e a importância do setor de
protocolo e a segunda parte serão abordadas as diversas situações em que podem ser classificados os
documentos no setor de protocolo, de acordo com a legislação brasileira vigente para essa finalidade. O
respeito a classificação definida pela legislação é importante visando o perfeito cumprimento das funções
do protocolo de forma responsável, legal e eficaz.

42
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004. p. 27
43
BRASIL. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. Coordenação-Geral de Documentação e Informação. Manual de Procedimentos de Protocolo, Expedição e Arquivo.
Brasília: AGU, 2010. 157 p. , il.

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104
O Setor de Protocolo44

Várias instituições possuem um setor que é destinado a recepção das correspondências e demais
documentos. No Brasil, em toda organização pública é possível encontrar um setor responsável pelo
registro e distribuição das correspondências produzidas e recebidas, e pela protocolização dos processos
e sua tramitação. Na área administrativa, esse setor é conhecido como Protocolo ou Protocolo e Arquivo,
ou Protocolo e Expedição.
A atividade de protocolo é típica da fase corrente, pois é nessa idade em que os documentos tramitam
bastante.
Assim, pode-se dizer que o protocolo executa sinteticamente as seguintes ações: recebimento da
correspondência (malotes, balcões, entre outros), separação da correspondência oficial da particular,
colocação do carimbo ou etiqueta de protocolo (contendo dados como data, hora de recebimento),
elaboração de resumo do assunto, e encaminhamento ao indivíduo ou órgão destinatário. O protocolo
visa também o controle dos documentos que ainda tramitam no órgão, assegurando a sua imediata
localização, e também é responsável pelas correspondências a outras instituições.

Protocolo está intimamente relacionado às atividades de controle. Dentre as atividades de controle,


podem ser consideradas:
• Recebimento;
• Classificação;
• Registro;
• Autuação;
• Distribuição;
• Movimentação (trâmite, fluxo);
• Expedição.

Processo
O processo de Protocolo começa com a entrada de correspondências, documentos e processos. Em
seguida, os documentos são verificados, analisados, registrados, autuados (quando for o caso) tramitados
e expedidos.

Fonte: Manual de Procedimentos de Protocolo, Expedição e Arquivo

• Recebimento: recepção/entrada de documentos de origem interna ou externa.


• Classificação: Os documentos são anteriormente identificados e analisados atendendo ao plano de
classificação do órgão. Nesta etapa realiza-se também a juntada dos documentos recebidos. A juntada
de documentos constitui-se no ato de incluir formalmente no processo de protocolo originais ou cópias de
documentos, ou folhas contendo instruções, registro de decisões e informações; relevantes para o
assunto de que trata o processo ou protocolado. A juntada deverá ser efetuada em ordem cronológica de
apresentação de documentos, ou seja, na sequência em que os documentos, informações e decisões se
apresentarem como relevantes para o assunto em questão.
• Autuação e Registro: atribuição de número ao documento/conjunto documental e registro no
sistema de controle de protocolo, mediante processo manual, mecanizado ou informatizado. Além da
numeração dos documentos, as páginas também devem ser numeradas (paginação). A paginação é uma
numeração ordinal das páginas, que geralmente está localizada na parte superior ou inferior das páginas
de um documento.
• Distribuição e Expedição: saída/encaminhamento de documentos do protocolo para outro
setor/instituição. Distribuição (encaminhamento de documentos para setores internos/unidades da
mesma instituição). Expedição (encaminhamento de documentos para outras instituições).

44
TIAGO, J. REIS, L. Arquivologia facilitada: teoria e mais de 500 questões comentadas. Rio de janeiro: Elsevier, 2013.

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105
• Controle e Movimentação (tramitação): mediante processo que pode ser: manual, mecanizado ou
informatizado, faz-se o controle do fluxo documental desde a entrada/criação do documento na instituição.
Os sistemas informatizados atendem com precisão esta trajetória documental traçando/registrando todo
o percurso do documento. A Tramitação de um documento dentro de uma instituição depende
diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio
do protocolo, saber sua exata localização, seus dados principais, como data de entrada, setores por que
já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações
dentro da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente encontravam dificuldades, como a
não localização de documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por
exemplo.
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este
a sua eliminação ou recolhimento.
É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio dela, fica mais fácil
fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino do
documento.
Durante a tramitação, o processo recebe despachos das autoridades administrativas responsáveis
pelos setores que ele circula. Os despachos são pronunciamentos administrativos das autoridades
administrativas, que determinam as providencias que devem ser tomadas em cada caso específico ou
ainda que encaminham o processo para outros setores.
• Expedição: trata-se da saída da correspondência e demais documentos de uma instituição, a qual
envolve procedimentos inerentes às rotinas da expedição de documentos
Dentre as recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se:
- Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e completando dados;
- Separar as cópias, expedindo o original;
- Encaminhar as cópias ao Arquivo.

Documentos Sigilosos e Ostensivos: quanto a natureza dos assuntos, os documentos podem ser
classificados como ostensivos e sigilosos. Os documentos classificados como ostensivos são os
documentos cuja divulgação não prejudica a administração. Os documentos classificados como sigilosos
são aqueles que devem ser de conhecimento restrito, necessitando de medidas especiais de salvaguarda
para a sua custódia e divulgação.

Considerações Adicionais sobre Recebimento: Algumas rotinas devem ser adotadas no registro
documental, afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente poderiam
ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das
vezes é feito de forma errônea).
Principais atividades: recebe o documento; separa os documentos (oficial do particular, ostensivo do
sigiloso); encaminha os documentos de natureza sigilosa e particular aos determinados destinatários;
interpreta e classifica os documentos ostensivos; encaminha os documentos ao setor de registro e
movimentação.
Dentre as recomendações de recebimento e registro, destaca-se:
- Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de caráter particular, distribuindo
as de caráter particular a seus destinatários. Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso,
a fim de cumprirem suas funções, e para que isto ocorra, devem ser distribuídos e classificados da forma
correta, ou seja, chegar ao seu destinatário. Para isto, recomenda-se:
- Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter
sigiloso aos seus respectivos destinatários;
- Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por meio da leitura, requisitando a
existência de antecedentes, se existirem;
- Classificar o documento de acordo com o método da instituição; carimbando-o em seguida;
- Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo.
- Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via da ficha ao documento;
- Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados das fichas de protocolo;
- Arquivar as fichas de protocolo.

É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como regras, visto que cada instituição
possui suas tipologias documentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas.
Servem apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição.

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Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de protocolo, cabe avaliar as
desvantagens do uso deste sistema, se feito de forma errônea.
Em um primeiro momento, deve-se pensar num sistema simples de inserção de dados, que venha a
atender as necessidades da empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente
com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento adequado, para que possam
executar essa tarefa da forma correta, visto que, se feito da forma errada, todo o trâmite do documento
pode ser comprometido. Deve-se esquecer a ideia de que basta inserir dados e números num sistema,
que todos os problemas serão resolvidos.
A própria conscientização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devidamente
registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se tornarão mais fáceis para todos que
venham a executá-las, proporcionado assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro
que o protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramitação documental, desde
que utilizado da forma correta. Do contrário, a implantação deste sistema pode ocasionar outros
problemas, talvez de cunho ainda maior.
Diante do quadro exposto, fica mais fácil entender porque as grandes instituições optam por um
sistema de protocolo. Independentemente do tamanho da instituição, a ideia da implantação de um
sistema de protocolo é válida, desde que algumas ações sejam tomadas no sentido de colaborar para
que este sistema atenda às necessidades para que foi criado. Esperamos que tenha ficado claro que de
nada adianta apenas idealizar e implantar um sistema de protocolo se não houver uma colaboração
instituição / funcionários.
É um procedimento relativamente simples, se comparado as facilidades que pode trazer. Fica ainda a
ideia que não se deve parar os estudos sobre tal assunto, visto que os suportes estão sempre em
transformação, necessitando assim de melhores condições na manutenção destes.

Desentranhamento
Consiste no ato de retirar/extrair do processo de protocolo qualquer documento anteriormente juntado
aos autos. (Ex. folhas, cópias, certidões, etc.).
O desentranhamento de documentos pode ocorrer por diversas razões: utilização das cópias em outro
processo; eliminação de cópias ou documentos juntados em duplicidade; necessidade de utilizar o original
de um documento junto a terceiros; retirada de documentos juntados indevidamente, etc.
O desentranhamento de documentos deverá ser formalmente solicitado pelo Órgão ou pessoa
interessada, através de requerimento.

Questões

01. (TRE/SP - Técnico Judiciário da Área Administrativa - FCC) Receber, registrar e distribuir
documentos, cuidando de sua tramitação, são atividades rotineiras do setor de
(A) embalagens.
(B) compras.
(C) transporte.
(D) reprografia.
(E) protocolo.

02. (IF/BA - Arquivista - FUNRIO) O conjunto de operações visando ao controle dos documentos que
ainda tramitam no órgão, de modo a assegurar sua imediata localização e recuperação, são atividades
de
(A) arquivo intermediário.
(B) arquivo permanente.
(C) arquivo setorial.
(D) arquivo especial.
(E) protocolo.

03. (SEPLAG/MG - Agente Governamental - IESES) “É a denominação geralmente atribuída a


setores encarregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso;
denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao documento; livro de registro de documentos
recebidos e/ou expedidos. (PAES, Marilena Leite. Arquivos: teoria e prática. 3.ed. Rio de Janeiro: FGV,
2004. p.27).”
O texto apresentado é referente ao conceito de:
(A) Expedição.

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(B) Almoxarifado.
(C) Patrimônio.
(D) Protocolo.

04. (Polícia Científica/PE - Auxiliar de Perito - CESPE) A movimentação de um documento de um


setor para outro para que decisões sejam tomadas é uma atividade de protocolo denominada
(A) tramitação.
(B) registro.
(C) expedição.
(D) distribuição.
(E) classificação.

05. (Prefeitura de São Paulo/SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I - CESPE) Na


administração de documentos, entre as rotinas do protocolo, a identificação dos metadados para controle
e recuperação de dados faz parte da rotina de
(A) movimentação.
(B) registro.
(C) classificação.
(D) tramitação.
(E) expedição.

06. (ANS - Técnico Administrativo - FUNCAB) Quando o protocolo movimenta o processo, enviando
o documento ao seu destinatário, localizado nas unidades internas da instituição, ele está executando a
atividade de:
(A) despacho.
(B) expedição.
(C) tramitação.
(D) diligência.
(E) distribuição.

07. (TRE/AL - Técnico Judiciário da Área Administrativa - FCC) Aos serviços de protocolo cabe,
entre outras atividades,
(A) acondicionar documentos de valor histórico.
(B) cuidar da tramitação dos documentos.
(C) armazenar documentos em fase intermediária.
(D) estabelecer regras de acesso aos documentos.
(E) aprovar tabelas de temporalidade de documentos.

Gabarito

01.E / 02. E / 03. D / 04.A / 05. B / 06. E / 07. B

Comentários

01. Resposta: E
O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes: recebimento, registro,
distribuição e movimentação dos documentos em curso.

02. Resposta: E
Idem ao 01. O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes:
recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.

03. Resposta: D
Idem ao 01. O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes:
recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.

04. Resposta: A
Atividades de Controle:
• recebimento;

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• classificação;
• registro;
• autuação;
• distribuição;
• movimentação (trâmite, fluxo);
• expedição.

05. Resposta: B
Metadados são informações. Logo, a identificação dessas informações para uma posterior
recuperação é denominada registro.

06. Resposta: E
Distribuição: é a ação e o efeito de dividir algo entre destinatários, dar a algo o destino conveniente.
Enviar documento ao seu destinatário, localizado nas unidades internas da instituição.

07. Resposta: B
Várias instituições possuem um setor que é destinado a recepção das correspondências e demais
documentos. No Brasil, em toda organização pública é possível encontrar um setor responsável pelo
registro e distribuição das correspondências produzidas e recebidas, e pela protocolização dos processos
e sua tramitação. Na área administrativa, esse setor é conhecido como protocolo ou Protocolo e
Arquivo, ou Protocolo e Expedição.

4.1. Classificação de documentos de arquivo

A Classificação de Arquivos é o esquema elaborado a partir do estudo das estruturas e funções da


instituição e análise do arquivo por ela produzido, pelo qual se distribuem os documentos em classes, de
acordo com métodos de arquivamento específicos.
Com base na obra da professora Marilena Leite Paes45, podemos classificá-los de acordo com:
- As entidades mantenedoras;
- Os estágios de sua evolução;
- A extensão de sua atuação; e
- A natureza dos documentos.

Entidades Mantenedoras

a) Públicos: federal, estadual e municipal.


b) Institucionais: instituições educacionais, igrejas, corporações não lucrativas, sociedades e
associações.
c) Comerciais: empresas, corporações e companhias.
d) Famílias ou pessoais.

Extensão De Sua Atuação


a) Setoriais: quando existem arquivos espalhados nos mais diversos setores da organização.
b) Gerais ou centrais: quando todos os documentos gerados estão reunidos em um único arquivo.

Os documentos de arquivos são classificados da seguinte forma:


• o gênero;
• a espécie;
• a natureza do assunto.

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109
Sobre o Gênero

O gênero dos documentos está ligado à maneira de representá-los, de acordo com os seus diversos
suportes. São eles:

Textuais: manuscritos, datilografados ou impressos.


São documentos cuja informação esteja em modo escrito ou textual. Os documentos textuais se
apresentam, basicamente, manuscritos, datilografados ou impressos. Esses tipos de documentos
constituem a grande parte dos acervos arquivísticos administrativos, principalmente no âmbito da
Administração Pública.
Figuram como exemplos contratos, atas, relatórios, certidões etc. devidamente redigidos e
apresentados em texto.

Cartográficos: aqueles que representam, de forma reduzida, uma área maior. Apresentam-se em
formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia
(mapas, plantas, perfis, layouts etc.). Essa denominação para tais tipos de documentos deve-se à
Cartografia, ciência que se dedica, inclusive, ao estudo de áreas e confecção de mapas.

Iconográficos: são os que têm suas informações em forma de imagem estática. Recebem essa
denominação porque apresentam ícones, figuras e imagens que não estejam em movimento. Como
exemplos podem-se citar as fotografias (que mais especificamente podem ser chamadas de documentos
fotográficos), negativos, diapositivos, slides, desenhos e demais gravuras, em modo estático. O arquivo
fotográfico de um Jornal, a título de ilustração, é considerado um arquivo iconográfico.

Filmográficos: documentos com imagens em movimento. Exemplos: filmes, fitas videomagnéticas.


Lembre-se do cinema antigo, em que não havia ainda a tecnologia sonora inserida nos filmes daquela
época. Há instituições arquivistas dedicadas apenas ao tratamento de tal tipo de documento.

Sonoros: documentos com registros fonográficos, ou seja, aqueles cuja informação esteja em forma
de som. Um arquivo de fitas K7, de discos de vinil, de CDs musicais, por exemplo, são arquivos sonoros.

Micrográficos: são arquivos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de documentos. Eles


se apresentam como microformas, tais como os microfilmes e as microfichas. A microfilmagem, por
exemplo, é a técnica de reprodução de documentos aplicada para a geração desse tipo documental

Informático: São documentos que necessitam do computador para que sejam lidos. Essa leitura se
dá através de um software, que tem a capacidade de decifrar as informações em linguagem de máquina
(bits e bytes) contidas num hardware e traduzi-las para a linguagem humana. Esse hardware (ou suporte)
que comporta as informações pode ser um HD (disco rígido), um CD-ROM, um CD-R, um CD-RW etc.
Eles são também denominados documentos digitais, uma vez que são constituídos por dígitos binários
(Zeros e Uns – 0 e 1). Ex.: um arquivo do processador de texto MSWord, da planilha MSExcel, um arquivo
de áudio do formato MP3 etc.). Na literatura arquivística, alguns autores também os denominam
“documentos eletrônicos”.

Audiovisuais: são documentos que têm suas informações em forma de som e imagem em movimento.
Observe que a junção da ideia de documentos sonoros com a de documentos filmográficos resulta na
classificação dos documentos audiovisuais. Nesse sentido, pode-se exemplificar esse tipo documental
citando os arquivos de emissoras de televisão, a título de ilustração, os quais são constituídos por fitas
de vídeo VHS, DVDs etc., decorrentes da acumulação de registros próprios de sua produção televisiva.

Formato Documental: está relacionado com as características “físicas” de um suporte (material físico
onde se registra a informação).
Exemplos: caderno, códice (livro de registro), livro.

Os termos gênero, espécie e tipo documental possuem as seguintes definições:


Gênero: “configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos de que seus
executores se serviram para registrar a mensagem”.
Espécie: “configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das
informações nele contidas”.

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Tipo: “configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou”.

Assim sendo, um relatório é exemplo de “espécie documental”. Quando especificamos a espécie


(relatório financeiro, relatório de recursos humanos), temos a caracterização de “tipos documentais”.
Logo, podemos exemplificar:
Contrato, Edital e Certidão são espécies documentais.
Contrato de Prestação de Serviços, Edital de Concurso Público e Certidão de Nascimento são tipos
documentais.
Portanto, podemos concluir que o tipo documental é a espécie mais a sua atividade ou razão funcional.

Estas categorias classificatórias podem ocorrer simultaneamente em alguns casos quando, em um


determinado documento, existirem características peculiares tanto a um gênero quanto a outro.

Sobre a Espécie46

A espécie dos documentos está ligada ao seu aspecto formal. Existem vários atos que dão origem às
espécies, além da maneira de se registrar as informações nos documentos (como estão dispostas). De
acordo com Heloísa Bellotto, são eles:

- Atos normativos – ditam regras e normas expedidas por autoridades administrativas (de
cumprimento obrigatório). Exemplos: leis, decretos, medidas provisórias, regulamentos, portarias.

- Atos enunciativos – emitem uma opinião, esclarecendo sobre certo assunto. São aqueles de caráter
opinativo, que esclarecem os assuntos, visando fundamentar uma solução. Exemplos: pareceres, votos,
relatórios.

- Atos de assentamento – São os configurados por registros, consubstanciando assentamento sobre


fatos ou ocorrências. Exemplos: apostilas, atas, termos e autos de infração,

- Atos comprobatórios – São documentos que comprovam assentamentos, decisões etc. Como o
próprio nome sugere, são direcionados a certificar ou atestar determinadas situações. Temos como
exemplo: traslados, certidões, atestados, cópias autênticas ou idênticas.

- Atos de ajuste – representam acordos firmados (entre duas ou mais partes). São representados
pelos documentos pactuais, sendo acordos em que a Administração Pública Federal, Estadual ou
Municipal é parte. Exemplos desta espécie de documentos: tratados, convênios, contratos, termos
aditivos

- Atos de correspondência – Objetivam a execução dos atos normativos em sentido amplo. Temos
como exemplos: avisos, cartas, ofícios, memorando, mensagem, edital, intimação, notificação, telegrama,
telex, telefax, alvará e circular.

Fonte: Santos e Reis, 2013.

Deve-se destacar aqui que espécie documental é diferente de tipo documental.

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De acordo com Bellotto, enquanto a espécie documental é a configuração que assume um documento
de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas, o tipo documental é a
configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou.
Observe-se o exemplo a seguir, que tem a finalidade de distinguir tais categorias teóricas:

Espécie Tipo
Contrato Contrato de Aluguel
Relatório Relatório de Viagem
Termo Termo de Posse

Natureza dos documentos

a) Arquivos especiais – custodiam documentos de formas físicas distintas, que merecem tratamento
especial no seu armazenamento, acondicionamento, registro, controle, conservação, entre outros
procedimentos técnicos.
Exemplos: slides (diapositivos), filmes, fotografias, discos, mapas, cd-rom etc.;
b) Especializados – custodiam documentos procedentes da experiência do homem em um campo
específico, não importando a forma física apresentada por eles. Tais arquivos são conhecidos,
indevidamente, como “arquivos técnicos”.
Exemplos: de engenharia, contábeis, de imprensa, médicos ou hospitalares, etc.

Sobre a Natureza do assunto47

Quanto à natureza do assunto, os documentos podem ser caracterizados como:

- Ostensivos ou Ordinários – Qualquer pessoa pode consultar o documento (a sua divulgação não
prejudica a instituição).

- Sigilosos – Tais documentos são limitados a um número restrito de pessoas. Por essa razão, devem
ser adotadas medidas especiais de salvaguarda (segurança, proteção) na sua custódia e disseminação.

Quanto ao grau de sigilo, os documentos públicos podem ser: Ultrassecreto, secreto e reservado (não
existe mais o grau confidencial).

Ultrassecreto - Esta classificação é dada aos assuntos que requeiram excepcional grau de segurança
e cujo teor ou características só devam ser do conhecimento de pessoas intimamente ligadas ao seu
estudo ou manuseio. São assuntos normalmente classificados como ultrassecretos aqueles da política
governamental de alto nível e segredos de Estado, tais como: negociações para alianças políticas e
militares, planos de guerra, descobertas e experimentos científicos de valor excepcional, informações
sobre política estrangeira de alto nível.

Secreto - Consideram-se secretos os assuntos que requeiram alto grau de segurança e cujo teor ou
características podem ser do conhecimento de pessoas que, sem estarem intimamente ligadas ao seu
estudo ou manuseio, sejam autorizadas a deles tomar conhecimento, funcionalmente. São documentos
considerados secretos os referentes a planos, programas e medidas governamentais, os assuntos
extraídos de matéria ultrassecreta que, sem comprometer o excepcional grau de sigilo da matéria original,
necessitam de maior difusão, tais como: planos ou detalhes de operações militares, planos ou detalhes
de operações econômicas ou financeiras, aperfeiçoamento em técnicas ou materiais já existentes, dados
de elevado interesse sob aspectos físicos, políticos, econômicos, psicossociais e militares de países
estrangeiros e meios de processos pelos quais foram obtidos, materiais criptográficos importantes que
não tenham recebido classificação inferior (PAES, 2005, p. 30).

Reservado - Esta classificação diz respeito aos assuntos que não devem ser do conhecimento do
público em geral. Recebem essa classificação, entre outros, partes de planos, programas e projetos e
suas respectivas ordens de execução; cartas, fotografias aéreas e negativos que indiquem instalações
importantes.

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Prazos máximos de classificação (restrição) de acesso à informação:
- No grau Ultrassecreto - 25 anos;
- No grau Secreto - 15 anos; e
- No grau Reservado - 5 anos.

Observação Importante48: De acordo com o Decreto Federal nº 7.724, de 16 de maio de 2012 (que
regulamenta a Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 – inerente à Lei de Acesso à Informação
Pública), diz o artigo 47, inciso IV: Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Informações “prorrogar
por uma única vez, e por período determinado não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de
informação classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar
ameaça externa à soberania nacional, à integridade do território nacional ou grave risco às relações
internacionais do País, limitado ao máximo de cinquenta anos o prazo total da classificação.”

Portanto, somente no maior grau de sigilo – o “ultrassecreto” –, pode ocorrer a prorrogação (uma vez,
por igual período). Nos demais graus de sigilo (secreto e reservado) não existe a possibilidade de
prorrogação do prazo de restrição do documento.

Questões

01. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PE - Perito Papiloscopista - CESPE) O instrumento técnico utilizado para
a classificação de documentos em arquivos é o(a)
(A) catálogo seletivo.
(B) quadro de arranjo.
(C) plano de destinação.
(D) tabela de temporalidade.
(E) inventário.

02. (DPU - Agente Administrativo - CESPE) A respeito da gestão da informação e de documentos e


dos tipos documentais, julgue o item que se segue.
Os documentos de arquivo, quanto à natureza do assunto, podem ser ostensivos ou sigilosos.
( ) Certo ( ) Errado.

03. (UFF - Auxiliar em Administração - COSEAC) Quanto ao gênero, como ensina Paes no livro
“Arquivo: teoria e prática”, os documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de
imagens, mediante utilização de técnicas específicas, são classificados como:
(A) cartográficos.
(B) sonoros.
(C) micrográficos.
(D) iconográficos.
(E) textuais.

04. (UFF - Auxiliar Administrativo - COSEAC) No que se refere à classificação dos documentos,
segundo Marilena Leite Paes, os documentos podem ser:
(A) iconográficos: documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações
geográficas, arquitetônicas ou de engenharia.
(B) sonoros: documentos manuscritos, datilografados ou impressos.
(C) micrográficos: documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de imagens,
mediante utilização de técnicas específicas.
(D) cartográficos: documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registro fonográficos.
(E) filmográficos: documentos em suportes sintéticos, em papel emulsionado ou não, contendo
imagens estáticas.

05. (MPU - UNB/CESPE) Quanto às tipologias documentais e aos suportes físicos, julgue o próximo
item.
Os documentos do gênero iconográfico têm suporte sintético, em papel emulsionado ou não, e contêm
imagens estáticas, tais como ampliações fotográficas, slides, diapositivos e gravuras.

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06. (Consulplan/TSE - Técnico Judiciário) “Boletim de ocorrência e certidão de nascimento
configuram-se como exemplos de ____________ documental.” Assinale a alternativa que completa
corretamente a afirmativa anterior.
(A) forma;
(B) espécie;
(C) formato;
(D) tipo

07. (FCC/TRE/SP - Técnico Judiciário) De acordo com o gênero, os documentos de arquivo podem
ser identificados como:
(A) técnicos, administrativos, culturais e históricos;
(B) masculinos, femininos e neutros;
(C) pessoais, institucionais, públicos e privados;
(D) textuais, iconográficos, sonoros e audiovisuais;
(E) correntes, centrais, intermediários e permanentes

08. (DPE/TO - Assistente de Defensoria Pública - COPESE) Relativamente ao tema documentação


assinale a alternativa CORRETA:

I. Do ponto de vista bibliográfico, documento é qualquer obra manuscrita ou impressa;


II. Com o surgimento da informática a documentação perdeu importância no processo de tomada de
decisão;
III. No passado a documentação era estática, funcionava como um simples arquivo;
IV. A documentação, juridicamente falando, representa uma prova em favor de fato ou informação;

(A) Todas as assertivas são verdadeiras


(B) Todas as assertivas são falsas
(C) As assertivas I, II e III são verdadeiras
(D) Somente a assertiva II é falsa

09. (DPE/TO - Analista em Gestão Especializado - COPESE - UFT) Dados ou informações referentes
a sistemas, instalações, programas, projetos, planos de operações de interesse da defesa nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicas,
cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado.
Esta definição, que consta do Decreto Presidencial n. 4553, de 27 de dezembro de 2002, se refere aos
documentos classificados como:
(A) Reservados
(B) Confidenciais
(C) Secretos
(D) Ultrassecretos

10. (FCC/TRE/AL - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Relatório, relatório de viagem,


rascunho, filme e livro são, respectivamente, exemplos de:

(A) gênero, formato, suporte, espécie e tipo;


(B) forma, formato, gênero, tipo e espécie;
(C) suporte, formato, espécie, gênero e tipo;
(D) espécie, tipo, forma, suporte e formato;
(E) tipo, espécie, formato, suporte e gênero.

11. (Ministério da Saúde - UnB/CESPE) Para a arquivística, os vocábulos forma e formato possuem
significados bem distintos. Denomina-se formato a configuração física do material sobre o qual as
informações são registradas, de acordo com a natureza e o modo como foi confeccionado; por exemplo:
cartaz, caderno, livro, mapa, rolo de filme, entre outros. Já a forma refere-se ao estágio de preparação e
de transmissão de documentos; por exemplo: original, cópia, minuta, rascunho.

12. (TRE/PI - FCC) Papel, caderno, relatório e relatório de viagem são, respectivamente, exemplos de:
(A) gênero, suporte, tipo e espécie.
(B) suporte, formato, espécie e tipo.

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(C) espécie, forma, formato e suporte.
(D) tipo, espécie, suporte e técnica de registro.
(E) formato, técnica de registro, gênero e forma.

13. (Fiocruz) Quanto ao gênero, os documentos de arquivo podem ser:


(A) manuscritos – datilografados – impressos – informáticos;
(B) textuais – cartográficos – gráficos – impressos;
(C) escritos ou textuais – cartográficos – iconográficos – filmográficos – sonoros – micrográficos –
informáticos;
(D) públicos e privados;
(E) particular – oficial – público – coletivo.
Gabarito

01.B / 02.Certo / 03. C / 04. C / 05.CERTO / 06. D


07. D / 08. D / 09. C / 10. D / 11. CERTO / 12. B / 13. C

Comentários

01. Resposta: B.
a) catálogo seletivo - errada. Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionado,
pertencente a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério temático.
b) quadro de arranjo - certa. Esquema estabelecido para o arranjo dos documentos de um arquivo
a partir do estudo das estruturas, funções ou atividades da entidade produtora e da análise do acervo.
Expressão adotada em arquivos permanentes.
c) plano de destinação - errada. É o conjunto de instrumentos que permite que, em decorrência da
avaliação, se encaminhe os documentos à guarda temporária ou permanente, à eliminação e/ou à
reprodução. Esquema no qual se fixa a destinação dos documentos.
d) tabela de temporalidade - errada. Instrumento de destinação aprovado por autoridade competente,
que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte ou
eliminação de documentos.
e) inventário - errada. Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades
de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que
poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.

02. Resposta; Certo.


Quanto à natureza do assunto, os documentos são classificados em ostensivos (documentos sem
restrição de acesso) e sigilosos (documentos de acesso restrito, que exigem cuidados especiais, no que
se refere à custódia e divulgação).

03. Resposta: C
Documentos micrográficos são documentos em suporte fílmico resultante da microrreprodução de
imagens, mediante utilização de técnicas específicas. Ex.: rolo, microficha, jaqueta e cartão-janela.

04. Resposta: C
A mesma explicação dada na questão 6 que inclusive é da mesma banca a respeito do mesmo
concurso com a única mudança do ano da realização. Perceba que muitas vezes as bancas costumam
repetir os assuntos e a mesma lógica de estruturação de suas questões.

05. Resposta: CERTO.


Gênero iconográfico (ícone, imagem). As características referentes aos documentos do gênero
iconográfico estão corretas. Os documentos inseridos neste contexto possuem imagens fixas, paradas,
estáticas, como uma fotografia, uma gravura, entre outros.

06. Resposta: D.
Esta questão versa sobre o estudo da tipologia documental. Observe que, como estudamos, o tipo
documental se constitui a partir da espécie documental. Portanto, “boletim” e “certidão” são exemplos de
espécie documental, sendo que “boletim de ocorrência” e “certidão de nascimento” são considerados
tipos documentais, objeto da letra d, visto que há a junção da função geradora do documento à espécie
documental. Assim, a letra d está correta. Nunca é demais lembrarmos que cópia, original, minuta,

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rascunho e esboço são exemplos da alternativa a, que se refere à forma dos documentos arquivísticos,
diferentemente do formato – objeto da letra c –, que possui como exemplos: livro, caderno, códice e
microficha.

07. Resposta: D.
O gênero refere-se ao modo pelo qual os dados e informações estão registrados no suporte
documental. Quanto ao gênero, os documentos podem ser textuais, iconográficos, sonoros, filmográficos,
audiovisuais, cartográficos, micrográficos e informáticos. Nesse sentido, a letra d é a alternativa que
representa a resposta correta.

08. Resposta: D
Com o surgimento da informática a documentação não perdeu a sua importância no processo de
tomada de decisão, pois, pois o papel de um arquivo de guardar a documentação e fornecer as
informações, que estão contidas em seu acervo, aos interessados de maneira rápida e segura não é
substituído com o advento da informática.

09. Resposta: C
Os documentos secretos são os que requerem rigorosas medidas de segurança e cujo teor ou
característica possam ser do conhecimento de servidores que, embora sem ligação íntima com seu
estudo e manuseio, sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade
funcional.

10. Resposta: D.
A questão apresenta uma relação de exemplos e pergunta ao candidato qual é a alternativa que
corresponde corretamente a esses itens, em termos respectivos. De acordo com a classificação dos
arquivos, sabemos que relatório é exemplo de espécie, relatório de viagem é exemplo de tipo documental,
rascunho é forma, filme é suporte e livro, por fim, é exemplo de formato. Portanto a alternativa correta é
a contida na letra d.

11. Resposta: CERTO.


Formato é a configuração física de um suporte (material onde se registra a informação). A forma é o
preparo do documento e a maneira pela qual ele é transmitido (passado) a quem de direito.
Quanto aos exemplos de formato e forma documentais, estão corretos.

12. Resposta: B
Suporte é o carregador físico do documento (papel). Formato é a configuração física de um suporte
(caderno). Espécie tem ligação com o “aspecto formal” de um documento. O tipo é a configuração que
assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou.
Portanto, quando se especifica a espécie, é o tipo. Relatório é espécie e relatório de viagem é o tipo.
A letra B é a correta.

13. Resposta: C
Gênero é a designação dos documentos em relação aos seus diversos suportes.

4.2. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo

Consiste na guarda do documento no local devido (pasta suspensa, prateleira, caixa), de acordo com
a classificação dada. Nesta fase deve-se ter muita atenção, pois um documento arquivado erroneamente
poderá ficar perdido, sem possibilidades de recuperação quando solicitado posteriormente.
Nesse sentido, denomina-se acautelamento a preservação ou guarda adequada de documentos ou
arquivos, de forma que possam ser utilizados em momento posterior ou ainda para que a empresa possa
tomar decisões, recuperar informações e preservar a memória dos arquivos.

Rotinas Correspondentes às Operações de Arquivamento

1. Verificar a existência de antecedentes (documentos que tratam do mesmo assunto);


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2. Reunir os antecedentes, colocando-os em ordem cronológica decrescente, sendo o documento com
data mais recente em primeiro lugar e assim sucessivamente;
3. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes, de acordo com a ordem estabelecida
(cronológica, alfabética, geográfica ou outra), formando dossiês. Verificar a existência de cópias,
eliminando-as. Caso o original não exista, manter uma única cópia;
4. Fixar cuidadosamente os documentos às capas apropriadas com prendedores plásticos, com
exceção dos processos e volumes que, embora inseridos nas pastas suspensas, permanecem soltos para
facilitar o manuseio;
5. Arquivar os documentos nos locais devidos, identificando de maneira visível as pastas suspensas,
gavetas e caixas;
6. Manter reunida a documentação seriada, como por exemplo boletins e atas, em caixas apropriadas,
procedendo o registro em uma única folha de referência, arquivada em pasta suspensa, no assunto
correspondente, repetindo a operação sempre que chegar um novo número.

Etapas dos Arquivamentos:


1) Inspeção - verificar se é um documento para arquivamento
2) Estudos - leitura cuidadosa do documento para Verificar a entrada dela
3) Classificação - Determinação da entrada
4) Codificação - colocar no documento o código que irá identifica-lo
5) Ordenação - como será disposto o documento
6) Guarda - é a ação de guardar no lugar adequado e definido nas etapas anteriores.

A Inspeção e Ordenação são as operações que possibilitam o arquivamento correto dos documentos.

Inspeção
Consiste no exame do(s) documento(s) para verificar se o(s) mesmo(s) se destina(m) realmente ao
arquivamento, se possui(em) anexo(s) e se a classificação atribuída será mantida ou alterada.

Ordenação
Consiste na reunião dos documentos classificados sob um mesmo assunto. A ordenação tem por
objetivo agilizar o arquivamento, minimizando a possibilidade de erros. Além disso, estando ordenados
adequadamente, será possível manter reunidos todos os documentos referentes a um mesmo assunto,
organizando-os previamente para o arquivamento. Neste sentido, podemos definir a Ordenação como a
forma de disposição dos documentos.
Após a ordenação, os documentos classificados sob o mesmo código formarão dossiês
acondicionados em capas apropriadas com prendedores plásticos, com exceção dos processos e
volumes. Os dados referentes ao seu conteúdo (código, assunto e, se for o caso, nome de pessoa, órgão,
firma ou lugar) serão registrados na capa de forma a facilitar sua identificação. Os dossiês, processos e
volumes serão arquivados em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas dimensões. Esta
operação possibilita:
– Racionalizar o arquivamento, uma vez que numa mesma pasta poderão ser arquivados vários
dossiês correspondentes ao mesmo grupo ou subclasse, diminuindo, assim, o número de pastas.

Exemplo:
Pasta: 061 – PRODUÇÃO EDITORIAL
Dossiês: 061.1 – EDITORAÇÃO. PROGRAMAÇÃO VISUAL
061.2 – DISTRIBUIÇÃO. PROMOÇÃO. DIVULGAÇÃO

– Organizar internamente cada pasta, separando os documentos referentes a cada pessoa, órgão,
firma ou lugar, sempre que a quantidade de documentos justificar e desde que relativos a um mesmo
assunto.
Exemplo:
Pasta: 021.2 – EXAMES DE SELEÇÃO
Dossiês: Será criado um dossiê para cada tipo de exame e título de concurso, ordenados
alfabeticamente.

A Retirada e Controle (empréstimo): esta operação ocorre quando processos, dossiês ou outros
documentos são retirados do arquivo para:
– Emprestar aos usuários;

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– Prestar informações;
– Efetuar uma juntada.

Nesta fase é importante o controle de retirada, efetuado por meio do recibo de empréstimo, no qual
são registradas informações sobre processos, dossiês ou outros documentos retirados, além do setor,
nome, assinatura do servidor responsável pela solicitação e, posteriormente, a data da devolução do
documento. O recibo de empréstimo tem como finalidade controlar o prazo para devolução do documento
e servir como indicador de sua frequência de uso, fator determinante para o estabelecimento dos prazos
para sua transferência e recolhimento.
Por meio desse controle é possível informar com precisão e segurança a localização do(s)
documento(s) retirado(s).
O recibo de empréstimo é preenchido em duas vias, sendo:
– 1ª via: tal como guia-fora substitui o documento na pasta de onde foi retirado, devendo ser eliminada
quando da devolução do documento;
– 2ª via: arquivada em fichário à parte, em ordem cronológica, para controle e cobrança, quando
vencido o prazo de devolução.

Reativação
Um processo ou documento arquivado poderá ter sua tramitação reativada por motivo superveniente,
mediante despacho de autoridade administrativa competente. A reativação é a retomada da tramitação
de um processo ou expediente, para acolher novas instruções, manifestações ou decisões, quando
surgirem novos fatos ou documentos.

Questões

01. (TCE/ES - Analista Administrativo - Arquivologia - CESPE) Assinale a opção que apresenta a
ordem cronológica correta das operações realizadas na organização dos documentos de arquivo.
(A) classificação, arquivamento e ordenação
(B) ordenação, classificação e arquivamento
(C) classificação, ordenação e arquivamento
(D) arquivamento, ordenação e classificação
(E) ordenação, arquivamento e classificação

02. (CNMP - Técnico do CNMP - FCC) A operação de reunir os documentos classificados sob um
mesmo assunto corresponde a:
(A) Ordenação.
(B) Arquivamento.
(C) Estudo.
(D) Codificação.
(E) Inspeção.

03. (DPE/TO - Assistente de Defensoria Pública - UFT) A ordenação corresponde à disposição dos
documentos em pastas e destas dentro de arquivos. A escolha da forma de ordenação depende muito da
natureza dos documentos. São métodos básicos de ordenação, EXCETO:
(A) Ordenação alfabética
(B) Ordenação cronológica
(C) Ordenação aleatória
(D) Ordenação geográfica

04. (MEC - Agente Administrativo - CESPE) Arquivamento é o conjunto das operações de


acondicionamento e armazenamento de documentos.
( ) Certo ( ) Errado

05. (UFPA - Técnico em Arquivo - UFPA/2017) A classificação é uma das atividades do processo de
gestão de documentos arquivísticos, o qual inclui procedimentos e rotinas específicas que possibilitam
maior eficiência e agilidade no gerenciamento e controle das informações. Com base nesta definição,
analise a questão
Uma vez classificado e tramitado, o documento deverá ser arquivado, obedecendo às seguintes
operações:

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(A) Inspeção, higienização e arquivamento.
(B) Higienização, ordenação e arquivamento.
(C) Indexação, inspeção e arquivamento.
(D) Organização, ordenação e arquivamento.
(E) Inspeção, ordenação e arquivamento.

06. Uma das principais importâncias do arquivamento é a facilidade de localização dos documentos
quando necessários. Caso haja arquivamento errôneo, será muito difícil recuperá-lo posteriormente e,
para evitar esse problema, são estabelecidas rotinas correspondentes à operação de arquivamento.
Analise as rotinas seguintes com vistas a identificar sua correspondência com as de arquivamento.
I Verificar a existência de antecedentes (documentos que tratam do mesmo assunto).
II Preencher a(s) folha(s) de referência para os assuntos secundários.
III Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo.
IV Fixar, cuidadosamente, os documentos às capas apropriadas com prendedores plásticos, com
exceção dos processos e volumes que, embora inseridos nas pastas suspensas, permanecem soltos para
facilitar o manuseio.

As rotinas consideradas de arquivamento estão presentes nos itens


(A) I e IV.
(B) III e IV.
(C) II e III.
(D) I e II.

07. Com relação às técnicas de arquivo e ao controle de documentos, existe um procedimento utilizado
cuja orientação é a de que, a partir da análise do organismo produtor de documentos de arquivo, devem
ser criadas categorias relativas às funções e atividades detectadas, estejam elas configuradas ou não em
estruturas específicas, como departamentos, divisões, etc. Esse procedimento realizado na organização
de um arquivo é denominado
(A) ordenação.
(B) classificação
(C) análise documental.
(D) identificação documental.

08. A codificação dos documentos é realizada para facilitar a organização do arquivo, que passa a ter
códigos específicos indicativos de localização, categoria, número, local de procedência, objeto ou tema,
entre outros elementos. A partir dessa codificação, o procedimento responsável por estabelecer um ou
mais critérios que determinam a disposição física de um dado conjunto de documentos é denominado
(A) identificação documental.
(B) classificação.
(C) análise documental.
(D) ordenação.

Gabarito

01 C / 02. A / 03. C / 04. Certo / 05. E / 06. A / 07. B / 08. D

Comentários

01. Resposta: C
A classificação é a ação intelectual de elaboração de esquemas para o agrupamento de documentos;
a ordenação é a forma de disposição dos documentos dentro desses esquemas; e o arquivamento é a
ação física de armazenar e acondicionar os documentos conforme as atividades anteriores.

02. Resposta: A
Ordenação quanto à sua classificação intelectual. Ou seja, ordenando, organizando os arquivos sob o
mesmo tema, mesmo assunto, mesma data, mesmo nome, logo mesmo atributo. Quando se fala em
reunir fisicamente, pense em ordenação.

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03. Resposta: C
Podem ser ordenados os documentos por meio dos seguintes métodos:
- Alfabético
- Geográfico;
- Cronológico;
- Ideográfico (por assuntos).

04. Resposta: Certo


Arquivamento: conjunto das operações de acondicionamento e armazenamento de documentos.
Segundo o Dicionário de Termo de Arquivologia (Arquivo Nacional) o Arquivamento é:
1. Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à guarda ordenada de documentos.
2. Ação pela qual uma autoridade determina a guarda de um documento, cessada a sua tramitação.

05. Resposta: E
Uma vez classificado e tramitado, o documento deverá ser arquivado, obedecendo às seguintes
operações: Inspeção, ordenação e arquivamento.

06. Resposta: A
1. Verificar a existência de antecedentes (documentos que tratam do mesmo assunto);
2. Reunir os antecedentes, colocando-os em ordem cronológica decrescente, sendo o documento com
data mais recente em primeiro lugar e assim sucessivamente;
3. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes, de acordo com a ordem estabelecida
(cronológica, alfabética, geográfica ou outra), formando dossiês. Verificar a existência de cópias,
eliminando-as. Caso o original não exista, manter uma única cópia;
4. Fixar cuidadosamente os documentos às capas apropriadas com prendedores plásticos, com
exceção dos processos e volumes que, embora inseridos nas pastas suspensas, permanecem soltos para
facilitar o manuseio;
5. Arquivar os documentos nos locais devidos, identificando de maneira visível as pastas suspensas,
gavetas e caixas;
6. Manter reunida a documentação seriada, como por exemplo boletins e atas, em caixas apropriadas,
procedendo o registro em uma única folha de referência, arquivada em pasta suspensa, no assunto
correspondente, repetindo a operação sempre que chegar um novo número.

07. Resposta: B
A Classificação Documental é o esquema elaborado a partir do estudo das estruturas e funções da
instituição e análise do arquivo por ela produzido, pelo qual se distribuem os documentos em classes, de
acordo com métodos de arquivamento específicos.

08. Resposta: D
Ordenação: consiste na reunião dos documentos classificados sob um mesmo assunto. A ordenação
tem por objetivo agilizar o arquivamento, minimizando a possibilidade de erros. Além disso, estando
ordenados adequadamente, será possível manter reunidos todos os documentos referentes a um mesmo
assunto, organizando-os previamente para o arquivamento. Neste sentido, podemos definir a Ordenação
como a forma de disposição dos documentos.

4.3. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo

Os arquivos possuem um ciclo vital composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Como
saber quando um arquivo cumpriu uma fase de seu ciclo de vida e passou para outra fase? A resposta
está na Tabela de Temporalidade, que é o instrumento que define os prazos de guarda e destinação final
dos documentos.
A tabela de temporalidade é criada pela comissão de avaliação de documentos formada por
funcionários que conheçam bem a organização, devendo ser aprovada pela autoridade competente da
instituição.
O Prazo de Guarda dos Documentos é um termo técnico da arquivologia que trata do tempo que cada
arquivo deverá permanecer nas fases correntes e intermediárias. As fases do ciclo de vida de um
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documento são definas a partir do seu valor documental e de sua frequência de uso, que estão expressas
na Tabela de Temporalidade de Documentos - TTD.
A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se prevista na tabela de
temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado o
disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de 1991.

A Tabela de Temporalidade é definida como “Instrumento de destinação, aprovado pela autoridade


competente, que determina prazos de transferência, recolhimento, eliminação e mudança de suporte de
documentos.”

Assim sendo, pode-se definir a Tabela de Temporalidade como o instrumento resultante da etapa de
avaliação do valor dos documentos para a organização e que determina o seu prazo de guarda nas fases
corrente e intermediária, bem como sua destinação final, com vista a garantir o acesso à informação a
todos que dela necessitem. Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos
documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de
guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente, além
de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Observe o exemplo da tabela de temporalidade abaixo:

Assunto Prazo de Guarda (anos) Destinação final


Corrente Intermediária
Associações 03 03 Guarda Permanente
Cursos internos 04 - Guarda Permanente
Folha de Pagamento 05 95 Eliminação
Escala de férias 05 - Eliminação

Prazo de Guarda

O prazo de guarda representa o tempo em que um documento ficará arquivado, nas fases corrente e
intermediária. Esse prazo é estipulado pensando, também, nas necessidades de quem elaborou os
documentos. O prazo definido foi em anos.
Para tanto, deve ser definida uma ação concreta para especificar uma data para o conjunto de
documentos. Uma ação concreta poderá ser “até aprovação das contas ou até a quitação da dívida”.
Assim, esse prazo é definido em duas fases:

1ª) Fase Corrente


Fase em que o documento é frequentemente utilizado e deve estar próximo ao departamento que irá
utilizá-lo.

2ª) Fase Intermediária


Fase em que o documento ainda será utilizado pela administração, mas com menor frequência,
podendo ser levado para o depósito.

Segundo a realidade arquivística no Brasil, os prazos de guarda, nessas fases seguem as seguintes
variáveis:

1. Para os órgãos que possuem um local de armazenamento de documentos, mas necessitam de


serviços de arquivamento intermediário é preciso redefinir os prazos de acordo com as características de
cada fase, sem alterar o prazo total de guarda. Esses órgãos devem possuir um seguintes setores para
armazenamento:
- Arquivo Setorial: aquele que está dentro da organização;
- Arquivo Central: (fase intermediária I) que está no depósito dentro do órgão e pode ser requerido a
qualquer momento;
- Arquivo Intermediário: (fase intermediária II) a gestão será feita por uma instituição arquivística
pública nas esferas federal, estadual e municipal.

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2. Por sua vez, para os órgãos com local para armazenamento (arquivo central), mas sem serviços de
arquivamento intermediário, deve-se utilizar o arquivamento corrente e o arquivo central funcionará como
arquivo intermediário. Para isso deverá obedecer os prazos e recolher o arquivo permanente.

3. Para os órgãos sem local para armazenamento, mas com serviços de arquivamento intermediário.
Os próprios órgãos poderão armazenar os documentos e estarão na fase de arquivamento corrente
(transferindo documentos), após o prazo de guarda, levar para o arquivo intermediário que recolherá o
arquivo permanente.

4. Já para os órgãos sem local para armazenamento e sem serviços de arquivamento intermediário,
os próprios órgãos farão o armazenamento dos documentos próximo ao local de trabalho
(armazenamento corrente) e a guarda intermediária pelo próprio órgão ou pelo arquivo público.

Destinação Final

Momento em que o documento já poderá ser eliminado, caso não represente valor secundário
(probatório ou informativo) ou a guarda permanente, quando os documentos são guardados para prova,
informação ou pesquisa.
A guarda permanente dos documentos será sempre feita por uma instituição arquivística pública, como
o Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais e municipais. Um exemplo disso é o Arquivo Público do
Distrito Federal, que guarda informações sobre a história da capital em diversos formatos multimídia.
Existem instituições que guardam os seus próprios arquivos permanentes, sob orientação técnicas dos
arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de informações sobre os respectivos acervos.

Observações
Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e
aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos
documentais avaliados.

A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação da sociedade humana, o homem, talvez
na ânsia de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pensamento,
para deixar como legado às gerações futuras.
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do que registrar e guardar. Por sua vez,
no seu sentido mais simples, guardar é arquivar.
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e
arquivo. Indiscutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo objetivo.
Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resultado do trabalho
intelectual e espiritual do homem.
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita repetição desnecessária de experiências,
diminui a duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os resultados
obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador a
tomada de decisões.

Questões

01. (TRE/CE - Técnico Judiciário - FCC) A tabela de temporalidade é instrumento utilizado


(A) no controle da expedição de documentos.
(B) na organização dos documentos em estantes e prateleiras.
(C) na restauração de documentos deteriorados.
(D) no processo de destinação dos documentos.
(E) na distribuição dos documentos por assunto.

02. (IF/MT - Auxiliar em Administração - UFMT) ___________ é o instrumento utilizado para


determinar os prazos em que os documentos devem ser mantidos nos arquivos correntes e ou
intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes, estabelecendo critérios para microfilmagem ou
eliminação. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
(A) Catálogo
(B) Tabela de equivalência

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(C) Tabela de temporalidade
(D) Inventário analítico

03. (MPU - Analista de Documentação - FCC) Em uma tabela de temporalidade é importante indicar
prazos de
(A) retenção, isto é, sequência de diligências e ações prescritas para o andamento de documentos de
natureza administrativa, até seu julgamento ou solução.
(B) segurança, isto é, esquema preestabelecido para armazenamento, ordenação e classificação de
documentos de valor primário.
(C) vigência, isto é, qualidade pela qual permanecem efetivos e válidos os encargos e disposições
contidos nos documentos.
(D) jurisdição, isto é, competência legalmente atribuída a determinados documentos relacionados com
o patrimônio público.
(E) prescrição, isto é, condição pela qual se renovam os dispositivos que asseguram aquisição ou
perda de direitos contidos em documentos.

04. (ISSBLU/SC - Agente Administrativo - FURB) Quando falamos de tabela de temporalidade, nos
referimos ao documento que:
(A) Determina os documentos que ficam no arquivo corrente, no intermediário ou no permanente.
(B) Define prazos de guarda e destinação dos documentos.
(C) Define o tempo que cada documento permanece no arquivo corrente.
(D) Determina se os arquivos são franqueados, restritos ou confidenciais.
(E) Classifica os documentos como de valor primário ou secundário.

05. (CNMP - Analista do CNMP - FCC) A tabela de temporalidade de documentos de arquivo é um


instrumento de
(A) transferência.
(B) busca.
(C) destinação.
(D) tombamento.
(E) periodização.

06. (BNDES - Técnico de Arquivo - CESGRANRIO)

Assunto Prazo de Guarda (anos) Destinação final Observação


Corrente Intermediária

O formulário acima é a representação da tabela de


(A) classificação.
(B) avaliação.
(C) temporalidade.
(D) arquivamento.
(E) eliminação.

07. (DPE/MT - Assistente Administrativo - FGV) A seguir temos a representação de uma pequena
parte de uma Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos sem os títulos de cada coluna:

I II III
Serviço telefônico 074 2 anos Eliminação
Listas telefônicas internas 074.2 Enquanto vigora Eliminação

Ações judiciais 091 De 5 a 95 anos Guarda permanente


Solenidades 910 1 ano Eliminação

As colunas I, II e III correspondem respectivamente, a:


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(A) espécie documental, prazos de guarda e observação.
(B) assunto, código de classificação e prazos de guarda.
(C) plano de classificação, observação e prazos de guarda.
(D) código de classificação, prazos de guarda e destinação final.
(E) número do documento, ciclo documental e controle.

08. (IF/AP- Técnico em Arquivo - FUNIVERSA) A destinação final dos documentos em uma tabela
de temporalidade é o(a)
(A) transferência ao arquivo intermediário.
(B) transferência ao arquivo corrente.
(C) recolhimento ao arquivo setorial.
(D) recolhimento ao arquivo permanente.
(E) reformatação do suporte.

09. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - FUNCAB) A Tabela de Temporalidade de Documentos de


Arquivo resulta da atividade de:
(A) classificação, que recupera o contexto de produção dos documentos de arquivo agrupando-os de
acordo com o órgão produtor, a função, a subfunção e a atividade responsável por sua produção ou
acumulação.
(B) avaliação, que recupera o contexto de produção dos documentos de arquivo agrupando-os de
acordo com o órgão produtor, a função, a subfunção e a atividade responsável por sua produção ou
acumulação.
(C) avaliação, que define prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores
administrativo, fiscal, jurídico-legal, técnico, histórico, autoriza a sua eliminação ou determina a sua
guarda permanente.
(D) avaliação, que define prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores
administrativo, fiscal, jurídico-legal, técnico, histórico, que não permite a sua eliminação, determinando a
sua guarda permanente.
(E) classificação, que define prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores
administrativo, fiscal, jurídico-legal, técnico, histórico, autoriza a sua eliminação ou determina a sua
guarda permanente.

10. (IF/PE - Arquivista - IF-PE/2017) Acerca da Tabela de Temporalidade, é INCORRETO afirmar que
se trata de um instrumento que:

(A) Auxilia no processo de avaliação com a finalidade de reduzir massa documental acumulada.
(B) Define os prazos de guarda e a destinação dos documentos.
(C) Autoriza a eliminação criteriosa de documentos.
(D) Dá visibilidade à hierarquia e reflete as funções, subfunções e atividades do organismo produtor.
(E) Em se tratando de documentos públicos, deve ser encaminhada para aprovação de instituição
arquivística competente de acordo com o que determina a lei.

Gabarito

01.D / 02. C / 03. C / 04. B / 05. C / 06. C / 07. D / 08. D / 09. C / 10. D

Comentários

01. Resposta: D
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante de avaliação, que tem por objetivos
definir prazos de guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso à informação a
quantos dela necessitem.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e
recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e
intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo para
observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

02. Resposta: C

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A tabela de temporalidade é um instrumento da avaliação de documentos, estabelece os prazos em
que os documentos ficarão em cada fase (corrente, intermediária e permanente).

03. Resposta: C
A Tabela de Temporalidade é um instrumento arquivísitico de análise documental que tem como
objetivo:
- Eliminar documentos que não tenham valor secundário; ou
- Guardar permamentemente os documentos com valor secundário.
Para que tais objetivos sejam exercidos, é necessário observar na Tabela de Temporalidade os Prazos
de Guarda dos documentos.
Muitos bons concurseiros caíram nessa questão porque olharam na retenção o sinônimo de guarda,
estaria certo, se não fosse a definição em seguida:
a) Retenção, isto é, sequência de diligências e ações prescritas para o andamento de documentos de
natureza administrativa, até seu julgamento ou solução.
Tal definição não se compactua com o Prazo de Guarda que esta expressamente contida na alternativa
C:
c) Vigência, isto é, qualidade pela qual permanecem efetivos e válidos os encargos e disposições
contidos nos documentos.
Nessa alternativa vigência é sinônimo de Atualidade, usado para expressar que numa Tabela de
Temporalidade o Prazo de Vigência (Prazo de Atualidade) é a qualidade pelo qual um documento
permanece atual, e por isso é mantido no Arquivo Corrente, e dependendo o sua vigência, será
encaminhado para a Guarda Permamente por ter valor secundário. Nesse caso, ele não é atual no seu
uso, mas, é atual no sentido de comprovar ou informar fatos.

04. Resposta: B
Tabela de temporalidade é o instrumento/meio com o qual se determina o prazo de permanência de
um documento em um arquivo e sua destinação após este prazo, pois existem documentos que devem
ser guardados por mais tempo como os relacionados às áreas contábil, fiscal, financeira e pessoal. Ela é
muito utilizada pelos órgãos públicos, é importante frisar que a eliminação de documentos de arquivos,
devem obedecer às normas do CONARQ, em destaque os documentos produzidos por todos os órgãos
integrantes do poder público.

05. Respostas: C
Como visto, a tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante da avaliação dos
documentos. Ela tem por objetivos definir os prazos de guarda (tempo necessário para o arquivamento
dos documentos nas fases CORRENTE E INTERMEDIÁRIO, visando atender exclusivamente às
necessidades da administração que os gerou) e a destinação de documentos (encaminhamento de
documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação), com vista a garantir o acesso à
informação aos que dela necessitarem, seja a própria instituição ou o público externo.

06. Resposta: C
Refere-se à tabela de Temporalidade.

07. Resposta: D
A Tabela de Temporalidade de Documentos de Arquivo resulta da atividade de avaliação, que define
prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores administrativo, fiscal, jurídico-legal,
técnico, histórico, autoriza a sua eliminação ou determina a sua guarda permanente.

08. Resposta: D
No campo da destinação final é registrada a destinação estabelecida que pode ser a eliminação,
quando o documento não apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a guarda permanente,
quando as informações contidas no documento são consideradas importantes para fins de prova,
informação e pesquisa.

09. Resposta: C
A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividades-meio e atividades-fim de cada órgão
público. Desta forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos relativos
às suas atividades específicas. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística
pública para aprovação e divulgação, por meio de ato legal que lhe confira legitimidade.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


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10. Resposta: D
Dentre as alternativas expostas, a que não se enquadra na finalidade da tabela de temporalidade é a
questão D, as demais tem conceitos chaves que definem a tabela.
Questão A: Auxilia no processo de avaliação.
Questão B: Define os prazos de guarda e a destinação dos documentos
Questão C: Eliminação de documentos
Questão E: Encaminhamento para aprovação.

4.4. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivo

O acondicionamento49 tem por objetivo a proteção dos documentos que não se encontram em boas
condições ou a proteção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma segura.
Para cumprir sua função, que é a de proteger contra danos, o acondicionamento deve ser
confeccionado com material de qualidade arquivística e necessita ser projetado apropriadamente para o
fim a que se destina.
A qualidade arquivística é uma exigência necessária para o acondicionamento, pois esse material está
em contato direto com os documentos.

Os principais e mais utilizados materiais de acondicionamento são:


- papéis e cartões neutros ou alcalinos das mais variadas gramaturas;
- papelões de diversas gramaturas;
- filmes de poliéster (marca Melinex ou marca Therfane/ Rodhia);
- fita adesiva dupla neutra;
- tiras ou cadarços de algodão;
- tubos de PVC;
- tecido de linho etc.

Os acondicionamentos mais usados em acervos de bibliotecas e arquivos são: caixas, envelopes,


pastas, porta-fólios.
Os papelões são empregados na construção de caixas, enquanto que os papéis e os cartões especiais
são bastante utilizados para a confecção de folders e pastas.
Os poliésteres servem para a guarda de documentos planos (cartazes), porém em certas condições
especiais seu uso deve ser restrito. O poliéster é um material muito útil pela transparência, estabilidade e
resistência, porém tem uma propriedade física (a força eletrostática) que impede o seu contato direto com
documentos que possuam suporte ou agregados (pigmentos, tintas, etc.) em estado precário de
conservação.
Os livros em mau estado de conservação podem ser protegidos, conforme o caso, em caixas ou
envoltos em papéis ou ainda em jaquetas de poliéster. Cada situação requer uma análise e depende
diretamente das condições em que se apresenta o documento.
Há documentos que, dependendo do estado de conservação e da natureza do suporte, podem ser
acondicionados entre papéis, envelopes, folders, poliéster e caixas.
Numa medida adequada, deve-se realizar o seguinte processo: avaliar a natureza do documento, o
tipo de suporte, o estado de conservação, as condições de uso, manuseio e o armazenamento ao qual
deve ser submetido para, em seguida, definir o acondicionamento.

Podemos concluir que o acondicionamento deve ser planejado com muito critério. Ele não consiste em
apenas uma embalagem do documento: é parte do processo de conservação e preservação dos acervos.

Armazenamento

49
Martins, N.R. Noções básicas para organização de arquivos ativos e semiativados. Rio de Janiero: 1998. Disponível em:
http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/biblioteconomia-e-arquivologia

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126
O armazenamento é o sistema que recebe o documento, acondicionado ou não, para ser guardado.
As considerações e as ações relativas ao armazenamento dos documentos arquivísticos
convencionais e digitais permeiam todo o seu ciclo de vida. Esse armazenamento deve garantir a
autenticidade e o acesso aos documentos pelo tempo estipulado na tabela de temporalidade e
destinação.

Documentos que possuem valor permanente, independente do formato, requerem um armazenamento


criterioso desde o momento da sua criação para garantir sua preservação de longo prazo.
Num cenário híbrido, isto é, que envolve ao mesmo tempo documentos arquivísticos convencionais e
digitais, deve-se considerar requisitos de armazenamento que atendam igualmente às necessidades
desses dois tipos de documentos.
As condições de armazenamento devem levar em conta o volume e as propriedades físicas dos
documentos. Devem ser projetadas considerando também a proteção contra acesso não autorizado e
perdas por destruição, furto e sinistro. No caso dos documentos arquivísticos digitais, os órgãos e
entidades devem dispor de políticas e diretrizes para conversão ou migração desses documentos de
maneira a garantir sua autenticidade, acessibilidade e utilização.
Os procedimentos de conversão e migração devem detalhar as mudanças ocorridas nos sistemas e
nos formatos dos documentos.
Sendo assim, o armazenamento consiste no mobiliário das salas destinadas à guarda do acervo:
estantes, arquivos e armários. Móveis impróprios para o armazenamento são amplamente encontrados
nos arquivos e bibliotecas: armários, estantes, mapotecas e arquivos confeccionados em madeira,
fórmica ou metal sem tratamento. Os móveis mais adequados são os de metal esmaltado. A madeira não
revestida ou de fórmica não é recomendada, pois em ambos os casos há emissão de produtos voláteis
ácidos. O mesmo tratamento se aplica aos móveis de madeira ou ferro.
Assim, móveis ou estruturas em madeira são evitadas devido à possibilidade de propagação das
pragas típicas deste material (cupins e outros...). Documentos em papel devem, preferencialmente, ser
guardados em estantes e arquivos de metal revestidos de pintura (para evitar ferrugem).

Os fatores importantes na seleção das opções de armazenamento são:


-Volume e estimativa de crescimento dos documentos: esse fator deve ser levado em conta para se
avaliar a capacidade de armazenamento, isto é, áreas de depósito, tipos e quantidade de estante e, no
caso de documentos digitais, capacidade dos dispositivos de armazenamento;
-Segurança dos documentos: as instalações de armazenamento (depósitos, arquivos, computadores)
deverão prever limitação de acesso aos documentos, como, por exemplo, controle das áreas de
armazenamento e sistemas de detecção de entradas não autorizadas. O depósito deve estar localizado
em área que não seja de risco.
No caso de documentos digitais, devem ser previstos procedimentos que previnam a perda de
documentos; características físicas do suporte e do ambiente: fatores como tipo de suporte, peso, grau
de contaminação do documento e do ambiente, temperatura e umidade influenciarão na adequação das
condições de armazenamento.
Nesse sentido, deverão ser adotados procedimentos - como o controle e verificação do tempo de vida
útil e da estabilidade dos suportes - para prevenir quaisquer danos aos documentos. É importante que os
meios de acondicionamento sejam robustos e adequados ao formato e à quantidade de documentos. As
áreas de depósito devem ter amplitude adequada, estabilidade de temperatura e de níveis de umidade,
proteção contra sinistro, contaminação (tal como isótopos radioativos, toxinas e mofo) e infestação de
insetos ou micro-organismos.
Os documentos digitais devem passar periodicamente pela troca de suporte, isto é, transferir as
informações contidas num suporte para outro. Essa técnica é conhecida por rejuvenescimento.
Frequência de uso: o uso mais ou menos frequente dos documentos deve ser levado em conta na seleção
das opções de armazenamento.
No caso dos documentos convencionais, as opções envolverão acondicionamento (pastas suspensas,
caixas entre outros) e localização dos depósitos (próximos ou distantes da área de trabalho).
Já em relação aos documentos digitais, as opções podem envolver armazenamento on-line (disco
rígido, disk arrays, entre outros) ou off-line, nas chamadas “mídias” de armazenamento (disco óptico, fita
magnética e outros), guardadas em depósitos; custo relativo das opções de armazenamento dos
documentos: além do custo dos dispositivos de armazenamento, deve ser considerado o dos
equipamentos para sua manipulação e dos softwares de controle.
Pelo previsível alto volume de custo, pode ser considerada a opção de terceirização do
armazenamento.

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127
Nesse caso, porém, surgem outros problemas, como garantias legais sobre a custódia, restrições de
acesso e capacidade tecnológica. Medidas tecnológicas, como o uso de criptografia, podem impedir
acessos não autorizados. Do mesmo modo, a utilização de técnicas como checksum permitem rastrear
eventuais comprometimentos de conteúdo.

Os documentos digitais são armazenados em dispositivos de armazenamento eletrônicos, magnéticos


e ópticos. É interessante notar que do ponto de vista tecnológico, distinguem-se três tipos de memória,
em ordem decrescente de preço e velocidade de acesso:

Memória Primária: é de funcionamento essencial, necessária a qualquer sistema computacional. É


nela que os softwares e os dados são armazenados durante a execução. Representantes típicas dessa
classe são as memórias RAM (Random Access Memory). São memórias extremamente rápidas. Seu
conteúdo é de natureza dinâmica, volátil, permanecendo válido apenas durante a execução dos
softwares, e não sobrevivendo a paradas do computador.

Memória Secundária: apresenta volume maior de armazenamento que a primária, sendo por outro
lado mais lenta. Não é volátil. São exemplos os discos rígidos magnéticos (hard disk – HD), que podem
ser usados isolados ou combinados em disk arrays. Diversas tecnologias permitem através do uso de
disk arrays, obter maior desempenho e confiabilidade do que seria conseguido com discos isolados.

Memória Terciária: compreende fitas magnéticas, discos ópticos e outros. Usos típicos incluem
armazenamento do acervo digital e cópias de segurança. Outra nomenclatura corrente para essa classe
de memória é "mídias de armazenamento". A memória terciária tem característica não volátil na
preservação de dados. Seu preço unitário é tão pequeno que requisitos de confiabilidade devem
prevalecer. Em caso de desastre, o prejuízo da perda de dados é superior ao preço das mídias que
fisicamente os contêm. As memórias secundária e terciária são adequadas para armazenamento.

Questões

01. (ANVISA - Técnico Administrativo - CESPE) Julgue o item que se segue, referentes a
arquivologia.
É possível verificar que um documento de arquivo foi bem acondicionado quando ele está embalado
adequadamente, de acordo com o seu suporte físico.
( ) Certo ( ) Errado

02. (Polícia Científica/PE - Auxiliar de Perito - CESPE) O acondicionamento adequado de plantas


arquitetônicas deve ser feito em
(A) pastas suspensas.
(B) tubos de PVC.
(C) caixas de papelão.
(D) gavetas de mapotecas.
(E) armários de aço.

03. (IF/MT - Auxiliar em Administração - UFMT) A guarda de documentos em mobiliários ou


equipamentos próprios em área a que devem ser destinados é denominada
(A) Armazenamento.
(B) Indexação.
(C) Arranjo.
(D) Acondicionamento.

04. (SeMAE - Agente Administrativo - FAPERP) O processo relacionado à guarda de documentos


em mobiliário ou equipamentos próprios em áreas que lhe são destinadas, denomina-se:
(A) acervo.
(B) arquivo.
(C) armazenamento.
(D) acondicionamento.

05. (FUB - Técnico em Arquivo - CESPE) Em relação à sistemática de arranjo de arquivos


documentais, julgue o item seguinte.

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128
Se o fundo for constituído de documentos de gêneros diversos, como filmes, fotografias, fitas
magnéticas ou papel, eles poderão ser fisicamente armazenados em locais diferentes.
( )Certo ( ) Errado.

06. (FUB - Técnico em Arquivo - CESPE) Com relação ao armazenamento de documentos de


arquivo, julgue o item a seguir.
Os locais de armazenamento de documentos de arquivo devem ser distantes de indústrias pesadas.
( )Certo ( ) Errado.

07. (INFRAERO - Arquivista - FCC) Nas áreas de armazenamento de documentos de arquivo, deve-
se
(A) diminuir a estanqueidade das paredes externas.
(B) agrupar documentos de gêneros diferentes.
(C) prever condições estruturais de resistência a cargas.
(D) evitar os invólucros de papel alcalino.
(E) colocar os documentos mais pesados no chão.

08. (ANEEL - Técnico Administrativo - CESPE) É aconselhável o uso de arquivos e estantes de aço
para o armazenamento dos documentos.
( )Certo ( ) Errado.

Gabarito

01.Certo / 02. D / 03. A / 04. C / 05. Certo / 06. Certo / 07. C / 08. Certo

Comentários

01. Resposta: Certo


O acondicionamento se refere a guarda e embalagem do documento visando a conservação e
preservação do documento, portanto, a afirmativa está correta.

02. Resposta: D
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos, como mapas, plantas e
cartazes, devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas. Ou seja,
Documentos que não podem ser dobrados DEVERÃO permanecer esticados. Pense assim. Planta,
mapas, etc. As mapotecas organizam papéis de grande extensão sem amassar.

03. Resposta: A
Arquivamento = acondicionamento + armazenamento.
Acondicionamento se refere a embalagem em que o documento foi inserido. Armazenamento se refere
ao mobiliário em que o documento, já acondicionado (ou não) em que será guardado.
Exemplos de unidades de Armazenamento:
-Estantes-Armários-Prateleiras-Arquivos de gavetas etc.

04. Resposta: C
A) Acervo - Documentos de uma entidade produtora ou de uma entidade custodiadora.
B) Arquivo - Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou
privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do
suporte.
Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o custódia processamento técnico, a
processamento técnico conservação e o acesso a documentos.
Instalações onde funcionam arquivos.
Móvel destinado à guarda de documentos.
C) Armazenamento - Armazenamento se refere ao mobiliário em que o documento (guarda de
documentos em depósitos).
d) Acondicionamento “Ato ou efeito de guardar e embalar documentos de forma apropriada à sua
preservação [acesso] e manuseio.” - embalagem ou guarda de documentos visando à sua preservação e
acesso.
05. Resposta: Certo

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129
Quando o fundo é constituído de documentos de gêneros diversos como filmes, fotografias, fitas
magnéticas, videoteipes, desenhos, material bibliográfico e outros, estes podem ser fisicamente
armazenados em local diverso, desde que sejam feitos as referências correspondente ao fundo ao qual
pertencem.

06. Resposta: Certo


Em se tratando de conservação de documentos, deve-se evitar situações climáticas que venham a
prejudicar a vida útil documento, como por exemplo, a poluição e outros agentes nocivos.

07. Resposta: C
-volume e estimativa de crescimento dos documentos: esse fator deve ser levado em conta para se
avaliar a capacidade de armazenamento, isto é, áreas de depósito, tipos e quantidade de estante e, no
caso de documentos digitais, capacidade dos dispositivos de armazenamento; isto é, prever condições
estruturais de resistência a cargas.

08. Resposta: Certo


Torna-se importante não confundir acondicionamento com armazenamento. Este busca apenas a
guarda de documentos acondicionados ou não; aquele, procura embalar, ou seja, conceder uma proteção
aos documentos. Assim, móveis ou estruturas em madeira são evitadas devido à possibilidade de
propagação das pragas típicas deste material (cupins e outros...). Documentos em papel devem,
preferencialmente, ser guardados em estantes e arquivos de metal revestidos de pintura (para evitar
ferrugem).

4.5. Preservação e conservação de documentos de arquivo

Os acervos bibliográficos possuem um ciclo de vida e desde o momento da sua criação inicia-se o
processo de envelhecimento. Dessa forma, deduz-se a difícil tarefa das bibliotecas que possuem
materiais passíveis de alterações em decorrência de agentes como microrganismos, roedores, insetos e
outras pragas que encontram no próprio acervo sua fonte de alimentação.
Fatores naturais também podem influir na vida útil do acervo, tal como, a poluição atmosférica que
provoca a oxidação da celulose, até mesmo a umidade e luminosidade inadequadas são capazes de
provocar mudanças químicas no papel resultando em sua degeneração.
Um documento deve ser conservado em local apropriado, com temperatura e umidade baixas, em um
local elevado, e acondicionado de maneira adequada.
A identificação da natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos
fatores aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de
conservação para minimizá-los. Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos de livros,
mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos, que utilizam, em grande parte, o papel como
suporte da informação, além de tintas das mais diversas composições.

Principais Operações de Conservação

a) Desinfestação: combate ou inibe as atividades dos insetos. O método mais eficiente para combatê-
los é a fumigação.
b) Limpeza: fase posterior à fumigação. Os documentos devem ser limpos com um pano macio, um
aspirador de pó, uma escova adequada.
c) Alisamento: documentos são passados a ferro.
d) Restauração: são utilizados determinados procedimentos para recuperar documentos em mau
estado físico de conservação. É feita por especialistas dessa área (requer muito conhecimento desses
profissionais).

Moi50 define preservação, conservação e restauração da seguinte forma:


Tratamento químico realizado com produtos voláteis (gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação de materiais que não podem ser submetidos à
outras formas de tratamento.
50
MOI, C. Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. São Paulo: 2000

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130
Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional
que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais.

Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de


degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos
(higienização, reparos e acondicionamento).

Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos


ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não
comprometer sua integridade e seu caráter histórico.

Técnicas de Conservação

No processo de conservação, a primeira etapa a ser realizada é o diagnóstico das condições físicas
do documento e os fatores que influenciam na conservação e preservação.

Fatores de Deterioração em Arquivos e Bibliotecas


Temperatura e Umidade Relativa: o calor e a umidade relativa do ar influenciam diretamente na
conservação dos documentos, principalmente quando for em papel. O calor acelera a deterioração do
documento, e a umidade proporciona as condições necessárias para desencadear reações químicas nos
materiais. A temperatura recomendada é o mais próximo de 20ºC e a umidade entre 45% e 50%. A
circulação do vento também é importante para a amenizar os efeitos da temperatura e umidade do ar. O
monitoramento desses dois fatores é feito através do termo-higrômetro ou termohigrógrafo (aparelho
medidor de temperatura e umidade).

Radiação da Luz: toda fonte de luz (natural e artificial) emitem radiação nociva aos documentos,
principalmente a oxidação, tornando os papeis amarelados, quebradiços, escurecidos, e as tintas podem
desbotar ou mudar de cor, alterando a legibilidade dos documentos.

Qualidade do Ar: o controle da qualidade do ar é essencial para conservação dos documentos, e os


poluentes contribuem para a deterioração dos documentos e acervos. Há dois tipos de poluentes, os
gases e as partículas sólidas, que podem vir do ambiente externo ou podem ser gerados no próprio
ambiente.

Agentes Biológicos: os agentes biológicos que deterioram os acervos são, entre outros, insetos
(baratas, brocas, cupins), roedores e os fungos, e a presença destes dependem das condições ambientais
onde se encontram os documentos. As características ambientais que proporciona o aparecimento
desses agentes são a temperatura e umidade elevadas, pouca circulação do ar, falta de higiene, etc.

Conservação

Principais critérios para boa conservação dos arquivos:


Higienização: A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os documentos, portanto, a
higienização do ambiente deve ser um hábito de rotina, tornando-se uma ação preventiva para a
conservação. Cada item deve ser avaliado para receber a higienização adequada, exceto nos casos em
que o objeto apresenta condições como fragilidade física (rasgos, objetos com áreas finas), e papéis de
textura muito porosa (papel japonês, papel de textura fragilizada).
Os materiais utilizados para a limpeza superficial é realizada com pincéis, flanela macia, aspirador de
pó, e outros materiais (pinça, bisturi, cotonete, agulha).

Para uma melhor preservação de documentos51, veja algumas dicas relevantes:

1) A luz do dia (natural) deve ser abolida na área de armazenamento, porque enfraquece o papel.
A própria luz artificial deve ser usada com cuidado.

2) O ar seco e a umidade enfraquecem o papel, e esta provoca mofo.


51
Arquivo Nacional. VALENTINI, 2013.

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131
3) A temperatura deve ser baixa. O calor constante destrói as fibras do papel. A umidade também
deve ser baixa. Tentar mantê-las estáveis sempre, sem oscilações.

4) As mãos devem estar sempre limpas e livres de sujeira e gorduras. Sempre que possível, utilize
luvas de algodão para manipular documentos, fotografias e gravuras.

5) Tintas e grafites podem causar danos à documentação, manchando, causando riscos,


perfurações ou rasgos.

6) Não dobre o canto da folha para marcar páginas. Esta dobra, no futuro, poderão causar o
rompimento do papel. Utilize marcadores de livros em papel livre de acidez.

7) Não umedeça o dedo com a saliva para virar as folhas de um livro. Ela afeta a sua saúde e
pode provocar o desenvolvimento de micro-organismos na documentação.

8) Não use clipes e grampos metálicos. Utilize clipes plásticos ou proteja os documentos com um
pequeno pedaço de papel na área de contato.

9) Evite cópias xerox de documentos. A luz ultravioleta causa danos cumulativos irreversíveis e o
manuseio provoca dobras e rasgos nas lombadas.

10) Cuidado ao retirar um documento de uma estante ou caixa. Evite rasgos, danos nas capas e
lombadas, segurando-o corretamente na parte mediana da encadernação.

11) Os poluentes são os principais agentes de deterioração dos acervos, catalisando reações
químicas danosas (levando à formação de ácidos; e sujam, arranham e desfiguram os materiais).

12) Utilizar aparelhos de ar condicionado somente se puderem ficar ligados durante o dia e à
noite; caso contrário, os danos são muito maiores.

13) Fitas de vídeo devem ser rebobinadas periodicamente e mantidas na posição vertical com
a bitola cheia voltada para baixo.

14) Disquetes e outros meios eletrônicos devem ser mantidos longe de campos
eletromagnéticos (computadores, aparelhos de som e TV etc.) e livres de poeira, umidade e
temperaturas altas.

Restauração

A restauração só é feita mediante diversos testes. O material de que a obra é feita tem de ser estudado,
para se desenvolver o melhor tratamento.
Mas se não há outro jeito e o livro está prestes a rasgar e/ou desmontar, é preciso levá-lo aos cuidados
de técnicos especialistas em restauração.
É importante mencionar que o reparo não faz com que os livros fiquem como se tivessem acabado de
sair da loja. A ética dos restauradores é respeitar a história de vida das obras, o interesse não é que
pareçam novas, mas que vivam um pouco mais.

O trato correto aos suportes de informação viabiliza a pesquisa, a construção da história e do


conhecimento de forma sólida. No âmbito da biblioteconomia, quando se fala de preservação e
conservação de documentos, o bibliotecário deve assumir uma posição de gestor da informação, ou seja,
deve assumir, deve ter uma postura de um profissional bem informado com noções mínimas dos agentes
que podem deteriorar o acervo.

Questões

01. (Polícia Científica/PE - Auxiliar de Perito - CESPE) No tratamento de uma massa documental
acumulada, o primeiro procedimento a ser realizado com foco na conservação e preservação deve ser
o(a)

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(A) transferência.
(B) recolhimento.
(C) emulação.
(D) transcrição.
(E) higienização.

02. (ANS - Técnico Administrativo - FUNCAB) A preservação de documentos visa à manutenção da


integridade dos suportes documentais e do teor informacional dos documentos ao longo das épocas.
No que se refere à preservação e conservação de documentos, assinale a opção que contém uma
medida preventiva correta acerca dos procedimentos adotados nos arquivos.
(A) É indicado o uso de cola plástica comum para pequenas restaurações dos documentos em suporte
papel.
(B) O uso de luvas de borracha é recomendável para o manuseio das fotografias e dos negativos
existentes no acervo arquivístico.
(C) As embalagens devem ser de tamanho maior que os documentos em suporte papel a fim de se
evitar dobras e demais danos.
(D) A higienização dos documentos deve ser realizada somente nas fases corrente e intermediária.
(E) Para o registro de código de classificação nos documentos, deve ser utilizada caneta esferográfica
de cor preta.

03. (ANP - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) Os documentos de arquivo exigem cuidados


específicos para não se deteriorarem. A luz direta, o ar seco, a umidade e a oscilação de temperatura são
fatores prejudiciais aos documentos.
Considerando-se que a umidade relativa do ar, no interior de um arquivo, encontra-se entre 70% e
90%, o que pode acontecer com os documentos?
(A) Surgimento de gelatina
(B) Desenvolvimento de laminação
(C) Oxidação da celulose
(D) Ressecamento do papel
(E) Desenvolvimento de fungos

04. (ANP - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) Muitos arquivos têm grande parte de seus
acervos danificados, pois os cuidados restringem-se ao controle de insetos, por meio de inseticidas que
são tóxicos e que agridem o papel. Para evitar problemas futuros nos arquivos, recomenda-se
desenvolver um programa de preservação que deve ser iniciado pelo controle preventivo de agentes
patogênicos.

Para isso, o programa de preservação deverá ser desenvolvido com a adoção do seguinte
procedimento:
(A) profusão de enxofre
(B) higienização sistemática
(C) desestabilização de temperatura
(D) compactação periódica
(E) encapsulação sistêmica

05. (FUB - Técnico em Arquivo - CESPE) Em relação à preservação e à conservação de documentos,


julgue o item a seguir.
O documento de arquivo pode sofrer danos caso haja flutuações de temperatura e de umidade relativa
do ar no local onde esteja armazenado.
( ) Certo ( ) Errado

06. (IF/RN - Técnico em Arquivo - FUNCERN) Define-se conservação documental como um conjunto
de
(A) medidas de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente
para a preservação da integridade dos materiais.
(B) medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo
documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu
caráter histórico.

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(C) ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou
objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos.
(D) ações de prevenção continuada e de recuperação de danos advindos da degradação de
documentos ou objetos, causadas, ao longo do tempo e do uso, por fatores ambientais por meio de
tratamentos específicos.

07. (UFRJ - Auxiliar em Administração - PR-4Concursos) O termohigrógrafo é um instrumento muito


utilizado no que diz respeito às técnicas de conservação preventiva. Assim, podemos afirmar que sua
função é fornecer a:
(A) leitura momentânea da umidade relativa do ar ambiente
(B) medição de luz, umidade e temperatura relativa.
(C) medição e registro da temperatura e umidade relativa do ar ambiente.
(D) leitura da umidade e de partículas do ar ambiente.
(E) temperatura e a incidência de luz do ambiente.

08. (FUB - Técnico em Arquivo - CESPE) Em relação à preservação e à conservação de documentos,


julgue o item a seguir.
Uma alternativa para proteger documentos da poluição presente no ar é acondicioná-los em invólucros
que absorvam os poluentes.
( ) Certo ( ) Errado

09. (IF/PR - Arquivista - CETRO) Com relação à preservação, à conservação e à restauração, marque
V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A preservação pode ser definida como um conjunto de medidas e estratégicas em âmbito
administrativo, operacional e político que contribuem, direta ou indiretamente, para preservar a
integridade dos materiais.
( ) A conservação busca manter o documento o mais próximo possível do estado físico que possuía
na ocasião em que foi criado.
( ) O dano causado aos documentos em função da exposição à luz não é cumulativo.
(A) V/ V/ F
(B) F/ F/ V
(C) F/ V/ F
(D) F/ V/ V
(E) V/ V/ V

Gabarito

01.E. / 02. C / 03. E / 04. B / 05.CERTA / 06. C / 07. C / 08.Certa / 09. A.

Comentários

01. Resposta: E
a) Transferência: O documento passa da 1ª idade para a 2ª idade (arquivo corrente para arquivo
intermediário)
b) Recolhimento: O documento passa da 1ª ou 2ª idade para a 3ª idade (arquivo corrente ou
intermediário para arquivo permanente)
c) Emulação: Tem a ver com a padronização para a produção de documentos eletrônicos
d) Transcrição: Transcrever algo já documentado
e) Higienização: Técnica de conservação de documento, também chamada de Limpeza, consiste na
retirada de poeira.

02. Resposta: C
a) Errada. Usos recomendáveis da cola plástica: "Nivelar ou corrigir imperfeições em repintura
automotiva, peças metálicas, mármores, granitos."
b) Errada. As luvas que são recomendadas para manuseio de negativos são de algodão e não de
borracha.
c) Correta. As medidas de caixa, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados e
devem ser SEMPRE SUPERIORES às dos documentos que irão abrigar.

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d) Errada. São atividades do arquivo permanente: arranjo, descrição, publicação, conservação e
referência. Higienização faz parte da conservação e é atividade de arquivo permanente.
e) Errada. Autuação de documentos que é atividade de protocolo, não tem relação com conservação
e preservação.

03. Resposta: E
Os fungos são microrganismos que se alimentam das substâncias orgânicas do papel. De modo geral,
se desenvolvem em condições de umidade e temperatura elevadas. Os fungos possuem uns filamentos
que podem promover alguns tipos de rasgos nos papéis. Porém, o pior dano são as manchas deixadas
como resultado de sua atividade de metabolização das substâncias que os alimentam. Esta ação gera a
ruptura da cadeia molecular da celulose, ocasionando sua fragilidade. Os ataques mais graves podem
acarretar o apodrecimento e a perda total do papel. A disseminação dos fungos se dá através dos esporos
(células reprodutoras), que são carregados por meio de diversos veículos, p.ex. correntes aéreas, gotas
d’água, insetos, vestuários, etc.

04. Resposta: B
Higienização Trata da eliminação mecânica de todas as sujidades que se encontram nos documentos
e dos agentes considerados agressores, tais como: os clipes oxidados ou não, os excrementos de insetos,
os grampos metálicos, os itens generalizados utilizados como marcadores de páginas, as poeiras e, todos
os elementos espúrios à estrutura física dos documentos.

05. Resposta: Certa


O ar seco e a umidade enfraquecem o papel, e esta provoca mofo, e a temperatura deve ser baixa. O
calor constante destrói as fibras do papel. A umidade também deve ser baixa. Tentar mantê-las estáveis
sempre, sem oscilações.

06. Resposta: C
A Conservação é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de
degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos
(higienização, reparos e acondicionamento).

07. Resposta: C
O termo-higrômetro ou termohigrógrafo é utilizado para realizar o monitoramento da umidade relativa
do ar e da temperatura.

08. Resposta: Certa


Invólucros absorverão os poluentes com o intuito de proteger os documentos, pois se os documentos
absorvessem (diretamente) poluentes, sua "vida útil" estaria comprometida.

09. Resposta: A
A Preservação é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional
que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. A Conservação
é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos
ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e
acondicionamento). E Toda fonte de luz (natural e artificial) emitem radiação nociva aos documentos,
principalmente a oxidação, tornando os papeis amarelados, quebradiços, escurecidos, e as tintas podem
desbotar ou mudar de cor, alterando a legibilidade dos documentos.

5. Noções de Direito Administrativo

A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade do surgimento
do Direito, criadas por meio de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz social.
O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a regulação dos
interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam disciplinar as relações jurídicas.
Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas individuais de forma indireta ou reflexa.
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
135
São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Penal,
o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros.
O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações existentes entre os
particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com fruição harmoniosa e utilização de
seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as pessoas tratadas nas relações regidas.
O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege a organização e o
exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade.
O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a Administração e os
administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como Conselho de Estado. Este órgão é
alheio ao Poder Judiciário.
Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia Absoluta, não
existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do Estado com relação aos
administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência de um novo direito, pois as
normas do direito eram precárias.
Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no espaço, de acordo com
o Estado adotado. O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social, em
que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o desenvolvimento de inúmeras
atividades na área da saúde, assistência, previdência social, saúde e cultura, de maneira a desenvolver
o bem-estar coletivo. Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo
Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando novo
aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa privada, com
embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade econômica, diretamente, na
qualidade de empresário.

Conceito

Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da
Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira
de se atingir as finalidades do Estado. Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação
entre ela e os administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo.
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior ao
particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições.
Celso Antônio Bandeira de Mello52 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a
exercem”
Hely Lopes Meirelles53, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos:
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Evolução

O direito administrativo é um ramo recente, pertence ao sub-ramo do direito público, já que seus
princípios e normas regulam as relações jurídicas em que predomina o interesse do Poder Público.
Nasceu no século XVIII no momento em que se consolidou o Princípio da Tripartição dos Poderes de
Montesquieu.
Os Estados eram governados por um soberano e a ideia de poder surgiu porque diziam que os
soberanos representavam a divindade - v.g. Luis XIV com a máxima “o Estado sou eu”.
A partir dos séculos XVI e XVII, surgem pensamentos visando à limitação desse poder (sobretudo com
John Locke em seus dois Tratados sobre o Governo, e em Montesquieu no “espírito das leis”: “só o poder
limita o poder”).
Assim, atribuiu-se as funções do Estado a diversos órgãos, objetivando o combate ao poder por meio
da imposição de limites àqueles que o exercem.
O direito administrativo aparece com o objetivo de estudar qual a função administrativa do Estado e os
órgãos que a desempenham.54

52 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014.
53 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002.
54 ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo, 4ª Edição, São Paulo: Saraiva, 2018

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136
Objeto Mediato e Imediato do Direito Administrativo55

O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das normas componentes do
ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício da função administrativa. Assim, o
objeto imediato do Direito Administrativo são os princípios e normas que regulam a função administrativa.
Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina das atividades, agentes,
pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto mediato do Direito Administrativo.

Questões

01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa - CESPE/2017) O direito administrativo é


(A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.
(B) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces com os
direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.
(C) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.
(D) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser considerado de
maneira dissociada das demais regras e princípios.
(E) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas entre agentes
públicos e órgãos do Estado.

02. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE) Assinale a opção correta a respeito de direito
administrativo.
(A) A administração exerce atividade política e discricionária.
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da
territorialidade.
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a execução
de leis, decretos e regulamentos.
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.

03. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE) Acerca de conceitos inerentes ao direito administrativo e
à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos
entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as obrigações
mútuas da administração e dos administrados.

04. (STJ - Técnico Judiciário - Administrativa - CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito
administrativo e da prática dos atos administrativos.
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas
jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos
direitos fundamentais da coletividade.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.B / 02.B/ 03.C/ 04.Certo

Comentários

01. Resposta: B
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho

55 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.

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137
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo jurídico.
Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente natureza. Assim, embora
de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito Administrativo se tangencia com
outras disciplinas jurídicas"

02. Resposta: B
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e se
encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser considerada,
funcional ou organizacional

03. Resposta: C
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF,
art. 2º).

04. Resposta: Certo


Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Fontes

Segundo Alexandre Mazza56, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as fontes são fatos
jurídicos de onde as normas emanam.”
Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas de Direito
Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias.
A fonte primária é a lei.
De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, ou seja, somente a lei
pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei?
Maria Helena Diniz57 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que engloba um conjunto
de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do Estado. A elaboração da lei é
disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade compulsória garantida pelo Estado.
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato primário, pois encontra seu
fundamento na Constituição Federal, bem como possui por características a generalidade (a lei é válida
para todos) e a abstração (a lei não regula situação concreta).
Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória,
decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto, constituem fonte primária do Direito
Administrativo. Não se deve esquecer das normas constitucionais que estão no ápice do ordenamento
jurídico brasileiro.

56 Idem
57 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva.

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138
Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem seguir um
procedimento.
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o Presidente da República
celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso Nacional, utilizando de sua competência
exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por meio de Decreto Legislativo.
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, após, promulgado
por meio de Decreto Presidencial.
Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento pátrio e, em regra, terá
força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados que versem sobre direitos humanos,
o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º da Constituição:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja votado em dois
turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum qualificado de três quintos.
Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional.
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do Direito
Administrativo.
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a jurisprudência e os
costumes.
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que determinam o
sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador.
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina porque se
trata de uma interpretação da legislação.
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem aceitação
social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, porém as pessoas
respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está intrínseco no seio social.
Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas administrativas reiteradas.
Alexandre Mazza58 define: “os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes
de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos constantemente, criam o
hábito de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social sua
repentina alteração. É nesse sentido que os costumes constituem fontes secundárias do Direito
Administrativo. Importante relembrar que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela
qual só podem ser considerados vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou
princípio estabelecido na legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”.
Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, inciso
II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores expedem
normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus subordinados com relação a
determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço.
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas.
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou da
capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores,
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os
colegiados.
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, devendo
seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis Complementares, Leis
Ordinárias ou Leis Delegadas.

58 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.

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139
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da Constituição
Federal.

Questões

01. (TRT 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária - CESPE) Julgue os itens a
seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo.
Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito
administrativo.
(...) Certo ( ) Errado

02. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017) Com relação às fontes


do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta.
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário.
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo.
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de
obrigatoriedade.
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito.

03. (PC/PE - Agente de Polícia - CESPE) Considerando as fontes do direito administrativo como
sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta,
assinale a opção correta.
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive
os regulamentos administrativos.
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a
convivência mediante a harmonização de pensamentos.
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito
administrativo.
(D) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas
pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

04. (Prefeitura de Sobral/CE - Técnico Legislativo - Área Legislativa - CIDADES) O Direito


Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale a
alternativa que não representa um desses objetos:
(A) A lei.
(B) A jurisprudência.
(C) A doutrina.
(D) Os poderes constituídos

05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa - CESPE) Com relação ao conceito, ao objeto
e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades desenvolvidas
para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém excluindo as atividades
legislativas.
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a
administração pública.
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis existentes
e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais administrativos.
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos infra legais
e os costumes.
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado como o conjunto
de normas que regem as relações entre a administração e os administrados.

06. (Prefeitura de São Paulo/SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação - CETRO)
Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes.
Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta.

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140
(A) A doutrina, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Ela influi na elaboração
da lei e nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.
(B) A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao
caso concreto.
(C) Os costumes distinguem as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado. Assim como
a doutrina, influi na elaboração da lei.
(D) A lei possui um caráter mais prático, mais objetivo, que a doutrina e os costumes, mas nem por
isso se aparta de princípios teóricos.
(E) A doutrina, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influência em razão da deficiência da
legislação.

07. (Câmara de Belo Horizonte/MG - Redator - CONSULPLAN/2018) Ao tratar dos princípios que
regem a administração pública, a doutrina se refere a dois princípios, chamando-os de pedras de toque
ou supraprincípios, pois, a partir destes dois, se extraem inúmeros outros. São eles:
(A) Da legalidade e da finalidade.
(B) Da publicidade e da eficiência.
(C) Da legalidade e da moralidade.
(D) Da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.

08. (AL/RS - Procurador - FUNDATEC/2018) A evolução do Direito Administrativo no Estado


Democrático de Direito permite afirmar ter ocorrido certa relativização do princípio da supremacia do
interesse público. Sendo assim, é correto afirmar que um dos elementos inovadores que representa essa
relativização é:
(A) O princípio constitucional da legalidade.
(B) A rescisão unilateral de contratos administrativos.
(C) A intervenção na propriedade privada quando atendidos requisitos prévios previstos em lei.
(D) As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
(E) O princípio da dignidade da pessoa humana.

Gabarito

01.Certo / 02.B / 03.A / 04.D / 05.C / 06.B / 07.D / 08.E

Comentários

01. Resposta: Certo


Como fonte do Direito Administrativo, a lei é a mais importante. Porém, entre os princípios, não há
hierarquia. Quer dizer, o Princípio da Legalidade não é superior, nem mais importante que os demais
princípios.

02. Resposta: B
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência.
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração Pública.

03. Resposta: A
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais
importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias; os regulamentos,
os tratados internacionais, etc.

04. Resposta: D
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito Administrativo:
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume.

05. Resposta: C
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os doutrinadores
limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurisprudência

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141
dos Tribunais Administrativos, formando a chamada Escola Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica,
"para a qual o Direito Administrativo era compreendido como sinônimo de Direito Positivo".

06. Resposta: B
A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao
caso concreto. Realmente, pois, pela lógica, a jurisprudência é produzida a partir da utilização de leis
nacionais, e, ao contrário, a doutrina pode espelhar-se em interpretações de várias legislações, seguir
outros pensadores, não vejo limitação para a doutrina.

07. Resposta: D
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. É pelo princípio da
supremacia do interesse público que o interesse da sociedade deve prevalecer.

08. Resposta: E
A Relativização veio com a Constituição Federal, acompanhada com os princípios sociais e da
moralidade, a fim de valorizar a dignidade da pessoa humana.

Princípios do Direito Administrativo

Os princípios constituem fundamento do Direito Administrativo. São diversas as suas classificações,


por isso adotar-se-á no presente a classificação de Diogo de Figueiredo Neto59.
Para esse autor existem os princípios fundamentais que são os previstos de forma explícita ou
implícita no Título I da Constituição, dos quais destaca-se os mais relevantes para o Direito Administrativo
que são o princípio republicano, o princípio democrático, o princípio da dignidade da pessoa humana, o
princípio da cidadania e o princípio da segurança jurídica.
Alguns princípios são classificados como gerais posto que aplicados para todos os ramos do direito,
como o princípio da legalidade, da igualdade, da publicidade, da sindicalidade, da legitimidade, entre
outros.
Especificamente em Direito Administrativo, os princípios são divididos em princípios gerais de Direito
Administrativo e princípios setoriais de Direito Administrativo.
Os primeiros trazem as normas e os valores que regem a Administração Pública de maneira geral
como os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, entre outros.
Por sua vez, os princípios informativos do Direito Administrativo, dizem respeito a um conjunto de
proposições monovalentes setoriais, que serve como base do Direito Administrativo, comunicando o
campo de jurisprudência, garantindo autonomia e elaboração de institutos específicos.
Princípio da Supremacia Do Interesse Público Este princípio consiste na sobreposição do interesse
público em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse público e o interesse particular,
aquele prevalecerá.
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde que
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade.
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um
todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de
direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do povo (interesse público
PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não se confundem.
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público
PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção.
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis.
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos e fins e
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da Supremacia do

59 FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006.

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142
Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes especiais para obtenção
dos fins estabelecidos na lei.
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala,
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. Vejamos alguns
exemplos práticos:
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade,
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade.
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar
ou rescindir unilateralmente tal contrato.
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo,
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o
objetivo de diminuir a violência.
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através da Teoria da
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração,
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve
ser provocado para corrigi-lo.
Princípio Democrático O caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, adotou em seu
parágrafo único, o denominado princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
O Estado Democrático de Direito, que significa a exigência de reger-se pelo Direito e por normas
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo bem como o respeito das autoridades públicas
aos direitos e garantias fundamentais, proclamado
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana A dignidade da pessoa humana é o princípio permeante
do ordenamento jurídico, sendo, assim, indissociável dos direitos fundamentais. É o que se pode
denominar aspecto pragmático-constitucional - relação entre os direitos fundamentais e a dignidade da
pessoa humana na ordem constitucional.
A tríade Dignidade, Direitos Fundamentais e Constituição é a diretriz da conduta estatal e particular,
porquanto se trata do conjunto fundante da ordem jurídica como um todo. Conclui-se que os direitos
fundamentais são a concretização da dignidade humana dentro da ordem constitucional; concretização
esta que é evidenciada sob o aspecto de informadora de todo o ordenamento jurídico.
O direitos fundamentais foram alçados à condição de princípios constitucionais devido ao
reconhecimento da importância dos valores que encerram. A compreensão dessa posição principiológica
é relevante para o estabelecimento oportuno da conexão entre os direitos fundamentais e a missão a eles
delegada de transmutar-se em sustento da condição digna.
A relação entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana é das mais íntimas. É certo que
a vida digna se consagra com tais garantias provedoras. A vivência digna vai além da simples relação
com os direitos humanos relativos às liberdades individuais ou aos direitos sociais. É óbvio que a ausência
de direitos dessa natureza importa em constatação mais perceptível de violação e usurpação da condição
intrínseca de ser humano. Contudo, não se pode olvidar que todos e não apenas alguns dos direitos
fundamentais configuram-se em instrumentos assecuratórios da dignidade do ser humano.
Princípio da Cidadania Segundo Dalmo Dallari:
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente
da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.
Ao contrário dos direitos humanos - que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua
dignidade -, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um
caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.
Princípio da Igualdade Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a
Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente as partes no processo administrativo, sem
que haja discriminações não permitidas.
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência.
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente os
iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades.

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143
Princípio da Executoriedade Trata-se de atributo do ato administrativo que permite ao Poder Público
sua imediata aplicação, sem ter que recorrer ao Poder Judiciário.
Princípio da Consensualidade Muito usado nos casos de mediação, em que não se pode impor uma
decisão às partes, porém o resultado do que for debatido entre elas deve ser levado em consideração.
Para que a mediação tenha bons resultados, é necessário que exista um consenso entre as partes.
Princípio Republicano É a forma de relacionamento das autoridades públicas com os seus cidadãos
e traz como características a eletividade, temporariedade e necessidade de prestação de contas pela
administração pública.
Princípio da Sindicabilidade Diz respeito ao controle dos atos administrativos, seja pela própria
Administração, seja pelo Poder Judiciário. Desde a segunda metade do século XX, como consequência
dos conflitos mundiais, dos atentados aos direitos fundamentais, vem se defendendo a ampliação do
controle (sindicabilidade) da Administração Pública pelo poder Judiciário. Seria esta a forma de se
conterem abusos que geralmente isentam-se de controle sob a alegação da “intangibilidade jurisdicional”
dos atos discricionários".
Princípio da Legitimidade Está voltado aos atos administrativos, mais conhecido como presunção de
legitimidade.
É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que se demonstre
o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não significa que os atos
administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
Princípio da Especialidade Este princípio está presente em algumas atividades das pessoas jurídicas
não territoriais, limitando, assim, a capacidade e a atividade, sendo-lhes interdito praticar atos que não
tenham relação com o objeto particular que é inerente.
Com isso, fica proibido às pessoas, aceitarem doações e legados, que impunham a elas, aceitarem
atividades diversas à sua especialidade. Ex: uma escola, que aceitaria doação para que ali funcionasse
um hospital.
A partir do momento em que se confere personalidade jurídica a um agrupamento, já se concede o fim
para o qual se tornou personalidade jurídica, não devendo atuar em sentido diverso do que fora
incumbido.
Princípio da hierarquia. Compreende-se como hierarquia, a relação de coordenação e subordinação
dos órgãos do poder executivo.
Na organização por instâncias, cada uma vai funcionar em esfera diferente da outra, não havendo
comunicação entre essas. Há atos que só podem ser feitos pelo juiz de primeira instância, não sendo de
competência do Tribunal.
Basta pensar no caso do legislador, que quando entende que é caso de reexame, manda que haja
recurso por parte do juiz.
No legislativo, também não existe hierarquia, ainda que se tenha um sistema bicameral. O que pode
haver no judiciário e no legislativo é a hierarquia, naquilo que tais poderes têm de administrativo.
Pelo princípio da hierarquia, no que diz respeito especificamente ao direito administrativo, temos
consequências, como a unidade de direção, revisão dos atos dos subordinados. Tais institutos são
informados pelo princípio da hierarquia, pois há um respeito nas suas áreas de atribuição e competências.
Princípio da continuidade. O serviço público diz respeito as atividades do Estado, de modo que não
pode haver interrupção desses serviços, por isso que é vedada a greve do funcionário público, já que
pode ocasionar a quebra da continuidade dos serviços, que causarão inúmeros transtornos para o Estado,
além da coletividade.

Questões

01. (PC/ES - Escrivão de Polícia - INSTITUTO AOCP/2019) Ao tratarmos de Regras de Direito


Administrativo, é importante considerar que o Direito Administrativo, por ser um ramo do Direito Público,
não se adequa a todos os princípios da hermenêutica do Direito Privado. Assim, para interpretá-lo, é
indispensável observar alguns pressupostos diretamente ligados a esse ramo do Direito. Dentre esses
pressupostos, está a
(A) igualdade jurídica entre a Administração Pública e os administrados, sem prevalência de interesses
de um ou de outro.
(B) presunção absoluta de legitimidade dos atos da Administração Pública.
(C) inviabilidade de discricionariedade na prática rotineira das atividades da Administração Pública.
(D) necessidade de poderes discricionários para a Administração atender ao interesse público.
(E) sobreposição do interesse privado, ou seja, dos administrados, sobre o interesse público.

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02. (Prefeitura de Londrina/PR - Procurador do Município - COPS/UEL/2019) Em decorrência do
princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular, assinale a alternativa correta.
(A) O Município poderá, em favor do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, sem
necessariamente efetuar o depósito do valor da indenização.
(B) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, cabendo nulidade
do ato caso não faça o pagamento da justa e prévia indenização.
(C) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, mediante
pagamento com título da dívida pública federal.
(D) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, mediante
pagamento com título da dívida pública municipal.
(E) O Município poderá, em qualquer situação, realizar a desapropriação de imóveis urbanos, inclusive
sem prévia e justa indenização.

Gabarito

01.D / 02.B

Comentários

01. Resposta: D
A Supremacia Do Interesse Público é a sobreposição do interesse público em face do interesse
particular. Se houver conflito entre o interesse público e o interesse particular, o público prevalecerá.

02. Resposta: B
Aqui precisamos conhecer sobre o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado. Caso
o interesse da coletividade seja de maior relevância ao do particular, há a possibilidade de desapropriação
de imóveis urbanos, porém, a Administração Pública não pode fazer isso sem arcar com os devidos custos
ao particular.

Codificação60

Preliminarmente, o direito administrativo, que rege a administração pública, é um dos ramos do direito
público, vez que é composto predominantemente de normas imperativas e inafastáveis.
Esse ramo do direito é uma conquista dos regimes republicanos e democratas, com a sujeição não só
do povo, mas também dos governos, a certas regras gerais, ao contrário do que acontecia no caráter
absolutista de governo, ou seja, os soberanos não se submetiam a nenhuma regra.
Codificar é reunir um conjunto metódico, sistemático e harmônico às normas que disciplinam uma dada
matéria, como o Direito ou parte dele. Exemplo dessa reunião de normas positivas é o Código.
O Direito Administrativo Brasileiro não é codificado no sentido clássico de lei única. Em vez disto,
espraia-se em estatutos ou códigos parciais. Sua originalidade é que ele resulta de uma construção
doutrinária e puramente teórica.
A questão da codificação tem colocado os doutrinados em três posições:

Os que negam as suas vantagens (não codificação)


Sustentam que o Direito Administrativo é um ramo jurídico novo e em constante elaboração, e uma
vez codificado permanecerá inerte em sua evolução.

Os que admitem a codificação parcial


Defendem a codificação em parte, pois propugnam pela reunião de normas que disciplinam algumas
das matérias reguladas do Direito Administrativo.

Os que propugnam pela codificação total


Entendem que com a codificação, facilitará a compreensão e a aplicação das normas assim reunidas,
tanto para a Administração Pública quanto aos administrados.
A reunião dos textos administrativos num só corpo de lei, como ocorre com os demais ramos do Direito,
já codificados, propiciará à Administração e aos administrado maior segurança e facilidade na
observância e aplicação das normas, oferecendo melhores possibilidades de controle e evolução.

60 http://www.sedep.com.br/artigos/codificacao-do-direito-administrativo/.

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As leis esparsas, tornam-se de difícil conhecimento e obtenção pelos interessados, sobre não
permitirem uma visão panorâmica do Direito a que pertencem.
O código representa o último estágio da codificação do Direito, sendo precedido, geralmente, de
coletâneas e consolidações das leis pertinentes à matéria.
Os estágios que antecedem à codificação administrativa já foram atingidos, ultrapassando, o da
codificação parcial, eis que foi superado pela existência de vários códigos parciais, tais como, Código de
Caça, Código da Contabilidade Pública; Código de Águas; Código da Mineração; Código Florestal, Código
Brasileiro de Aeronáutica, etc.
Esses argumentos demonstram que os códigos não impedem a evolução do direito nem estacam sua
formação, como sustentavam Savigny e seus seguidores, pelo contrário concorrem para a reunião
ordenada das fontes e princípios do direito.
Essas vantagens refletirão também nas jurisprudências, na doutrina, nas jurisdições administrativas,
bem como em todo ensino jurídico, portanto necessária é a codificação.
Contudo, a exemplo de Portugal, devem nossas autoridades competentes promover medidas que
permitem a instituição do Código Administrativo Brasileiro.

Interpretação das Normas de Direito Administrativo

A interpretação do Direito Administrativo serve-se de alguns princípios próprios e apresenta


especificidades e complexidades que lhe são peculiares. Todavia isso não exclui a técnica da
interpretação geral do direito, conforme passamos à expor:
Gramatical: De acordo com a técnica gramatical (literal, semântica ou filológica) o hermeneuta
procurará o sentido literal do texto normativo, buscando as regras da gramática e da linguística, examinará
o aplicador ou intérprete cada termo do texto normativo, isolada ou sistematicamente, atendendo à
pontuação, colocação dos vocábulos, origem etimológica etc., para, ao final, formular os significados que
possa ter o preceito analisado.
Lógico: No que pertine ao processo lógico, o que se pretende é desvendar o sentido e o alcance da
norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre
si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade.
Histórica: A técnica interpretativa histórica funda-se na análise dos antecedentes da norma,
pesquisando todo o seu itinerário legislativo, às circunstâncias fáticas que a precederam e lhe deram
origem, as causas ou necessidades que induziram o órgão a elaborá-la. Essa investigação é bastante útil
a fim de captar o exato significado das normas e os resultados que tencionam alcançar.
Sistemático: O intérprete, partindo do pressuposto que o sistema jurídico não se compõe de um único
sistema normativo, mas de vários, que constituem um conjunto harmônico e interdependente, considerará
o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras normas concernentes ao mesmo objeto.
Deve-se, por conseguinte, cotejar o texto normativo, em análise, com outros do mesmo diploma legal ou
de leis diversas, mas referentes ao mesmo objeto, pois por umas normas pode-se desvendar o sentido
de outras. Examinando o conjunto das normas é possível desvendar o sentido de cada uma delas.
Teleológico: Por fim, o processo teleológico objetiva adaptar a finalidade da norma às novas
exigências sociais. A técnica teleológica conduz à compreensão de que o fim prático da norma coincide
com o fim apontado pelas exigências sociais (fim social, tendo em vista o bem comum).

5.1. Administração direta e indireta. 5.2. Administração centralizada e


descentralizada

A Organização Administrativa é a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e pessoas


jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”.
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas
formas distintas: a descentralização e a desconcentração.
A análise desses dois institutos é basilar para considerar a organização interna da Administração
Pública.
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras,

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administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos,
sendo dividida em administração direta e indireta.

Administração Pública Direta

A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da


esfera governamental que a integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e
autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente por meio do orçamento da referida
esfera.
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura.
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis.
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e
Municípios).
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor ou
réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide.

Administração Pública Indireta

São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as


sociedades de economia mista.
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do
serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente.
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações
previstas na CF/88, no seu art. 173:
- Para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo;
- Para fazer frente à uma situação de segurança nacional.
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência.

Dica de Estudo: FASE


Fazem parte da Administração Pública Indireta:
F - FUNDAÇÕES PÚBLICAS
A - AUTARQUIAS
S - SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
E - EMPRESA PÚBLICA

Questões

01. (Prefeitura de Crato/CE - Analista de Gestão - CEV-URCA/2021) Segundo a Constituição


Federal, a administração pública é classificada como direta e indireta. Qual alternativa abaixo apresenta
APENAS entidades da administração indireta?
(A) Autarquia, Fundação Pública e Sociedade de Economia Mista.
(B) Autarquia, Ministério Público e Tribunais de Conta.

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(C) Ministério Público, Prefeituras e Tribunais de Justiça.
(D) Empresa Pública, Sociedade Anônima e Empresa Privada.
(E) Empresa Pública, Sociedade Limitada e Tribunais de Justiça.

02. (Prefeitura de Jaguaribe/CE - Assistente de Recursos Humanos - IDIB/2020) Sobre a


Administração Pública analise as assertivas a seguir: I. A Administração Direta corresponde à prestação
dos serviços públicos diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos. II. A Administração Indireta é o
serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para exercer tal atividade, como nos casos
das autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas. III. Na administração
Indireta ocorre a descentralização do poder público que repassa seus serviços a outras pessoas jurídicas,
exclusivamente de direito público. Assinale o item verdadeiro:
(A) Estão corretos os itens I e II.
(B) Estão corretos os itens I e III.
(C) Estão corretos os itens I, II e III.
(D) Nenhum item está correto.

03. (CREF - 20ª Região/SE - Assistente Administrativo - Quadrix/2019) No que diz respeito à
redação oficial de documentos oficiais e às noções de administração pública, julgue o item a seguir.
A administração pública indireta é composta pelas autarquias, pelas fundações públicas, pelas
empresas públicas, pelas sociedades de economia mista e pelos serviços sociais.
( ) Certo ( ) Errado

04. (SEPLAG/SE - Guarda de Segurança do Sistema Prisional - IBADE) Fazem parte da


Administração Pública Direta:
(A) fundações públicas.
(B) órgãos públicos.
(C) sociedades de economia mista.
(D) empresas públicas.
(E) autarquias.

05. (UNICAMP - Profissional para Assuntos Administrativos - VUNESP) Assinale a alternativa


correta.
(A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a
administração pública direta.
(B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração
pública direta e indireta.
(C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta.

(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram
exclusivamente a administração pública direta.
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública
indireta.

Gabarito

01.A /02.A / 03.Errado / 04.B / 05.E

Comentários

01. Resposta: A 02.A


São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do
serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente.

02. Resposta: A
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A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da
esfera governamental que a integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e
autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente por meio do orçamento da referida
esfera.

Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do
serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente.

03. Resposta: Errado


Serviços sociais não integram a Administração Pública Indireta, logo, a assertiva está errada.

04. Resposta: B
Integra, a Administração Pública indireta as fundações públicas, as sociedades de economia mista, as
empresas públicas e as autarquias.

05. Resposta: E
(A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a
administração pública direta. Indireta.
(B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração
pública direta e indireta. (apenas indireta)
(C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta.
(indireta)
(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram
exclusivamente a administração pública direta. (indireta)
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração
pública indireta.

Centralização e Descentralização

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A execução do serviço público poderá ser por:
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade.
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública
(são sujeitos de direito distinto e autônomo). Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista (Administração indireta do
Estado). Se estiverem fora da Administração, serão particulares e poderão ser concessionários,
permissionários ou autorizados.
Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para
outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços
relativos à seguridade social à autarquia INSS.
Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à
Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do
Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União.

Dica de DescEntralização: Distribuição


Externa
Cria ENtidades

Concentração e Desconcentração

Desconcentração (cria órgãos): consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em


âmbito interno a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro
de uma mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. A desconcentração não cria nova
entidade, apenas órgãos, repartindo funções entre eles, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação
dos serviços. Existe relação de hierarquia entre os órgãos.
Concentração (extingue órgãos): ao contrário da desconcentração, a concentração consiste em
técnica administrativa que promove a extinção de órgãos. Ou seja, ocorre quando a pessoa jurídica
integrante da Administração Pública extingue determinados órgãos de sua estrutura e os reúne em um
órgão central. As competências administrativas são realizadas pelo órgão central, sem distribuição interna
entre vários órgãos. Ex.: Secretaria de um Município que tinha em sua estrutura superintendências,
delegacias, agências ou postos de atendimento e os extingue por restrições orçamentárias, reunindo as
competências desempenhadas por cada um dentro da própria Secretaria, sem divisões internas.

Diferença entre Descentralização e Desconcentração

As duas figuras dizem respeito à forma de prestação do serviço público. Descentralização, entretanto,
significa transferir a execução de um serviço público para terceiros que não se confundem com a
Administração Direta e, cria-se NOVAS ENTIDADES. Já a desconcentração significa transferir a
execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, permanecendo
está no centro.

Questões

01. (DPE/RO - Analista da Defensoria Pública - CESPE-CEBRASPE/2022) No que tange à


organização administrativa e aos institutos da centralização, da descentralização e da desconcentração,
julgue os itens a seguir.
I A diferença preponderante entre os institutos da descentralização e da desconcentração decorre do
número de pessoas envolvidas.
II A descentralização ocorre no âmbito de uma única pessoa jurídica.
III A desconcentração administrativa acontece quando a administração reparte as atribuições e
competências dentro de um mesmo órgão.

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Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.

02. (Prefeitura de Cláudio/MG - Advogado do CREAS - Unilavras/2021) Considerando a forma de


organização administrativa da administração pública, assinale a alternativa incorreta:
(A) São entidades pertencentes à Administração Pública Indireta as autarquias, as fundações públicas,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
(B) A Administração Pública Indireta compõe-se de entidades dotadas de personalidade jurídica para
exercer as funções a elas descentralizadas.
(C) A Administração Pública Direta caracteriza-se pela prestação de serviços públicos diretamente pelo
Estado.
(D) Na Administração Pública Indireta, há centralização administrativa, considerando que os serviços
públicos são prestados pelos próprios órgãos.

03. (Câmara de Mangaratiba/RJ - Consultor Jurídico - ACCES/2020) Quanto à centralização e à


descentralização administrativa, assinale a afirmativa incorreta.
(A) O hierarca tem, perante seus subordinados, poderes de comando, fiscalização, revisão, punição,
decisão sobre controvérsias de competência, delegação ou avocação de competências, os quais exercita
nos termos da lei, sendo certo que, quando há a descentralização do poder, o vínculo hierárquico
permanece, uma vez que os poderes do hierarca não sucumbem à descentralização, posto que
permanecem vinculados ao cargo.
(B) Na descentralização, as competências administrativas são distribuídas a pessoas jurídicas
autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade, como: autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista.
(C) A desconcentração compreende a distribuição interna de plexos de competências decisórias,
agrupadas em unidades individualizadas, sendo as atribuições repartidas entre órgãos públicos
pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica.
(D) Hierarquia compreende o vínculo de autoridade, que une órgãos e agentes, através de escalões
sucessivos, em uma relação de autoridade de superior a inferior, de hierarca a subalterno.
(E) Centralização é a técnica de cumprimento de competências administrativas por uma única pessoa
jurídica governamental. Compreende, por exemplo, atribuições exercidas diretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

Gabarito

01.C / 02.D / 03.A


Comentários

01. Resposta: C
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade.
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública
(são sujeitos de direito distinto e autônomo).

02. Resposta: D
Na centralização encontramos a execução do serviço sendo feita pela Administração direta do Estado
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade.

03. Resposta: A
Descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para outra,
não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços relativos à
seguridade social à autarquia INSS.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


151
Autarquias

As autarquias são para executar as atividades típicas da Administração Pública. São pessoas jurídicas
de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando com capital
exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo,
tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração Direta
(ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).

Características: Temos como principais características das autarquias:


- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº
200/67 e no artigo 37, XIX, da Constituição;
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público,
quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições;
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a
capacidade de autoadministração não existiria.
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios.
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins
institucionais.
- Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou.
- Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as
criou.

Classificação: há entendimentos doutrinários que apontam três fatores que de fato demarcam
diferenças entre as autarquias. São eles:
- O nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios;
- Quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e
- As autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.:
SUDENE).

Porém, há também os que classificam de acordo com os critérios abaixo:


- Tipo de atividade: econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência, profissionais
ou corporativas;
- Capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional;
- Estrutura: fundações e corporativas; e
- Âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais.
Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação:
- Econômicas: são destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo
do Instituto do Açúcar e do Álcool;
- De crédito e industriais: para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica
Federal;
- De previdência e assistência: para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o
IPESP;
- As profissionais ou corporativas: para fiscalizar as profissões;
- As culturais ou de ensino: universidades federais.

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152
Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos, conforme dispõe o artigo 98, CC. Têm
as seguintes características:
a) São inalienáveis
b) impenhoráveis;
c) imprescritíveis
d) não oneráveis.

Pessoal: com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União,
Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime
jurídico único para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas.

Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público,
podem praticar atos administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último,
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os
atos jurídicos normais praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas
características especiais, pois eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas
especiais, como é o caso do mandado e da ação popular.
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos
seus agentes administrativos.

Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de acordo com o nível federativo da
autarquia, por exemplo, os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés,
assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro
apropriado para processar e julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos.
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da
lei estadual de divisão e organização judiciárias.
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal.

Responsabilidade civil: prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo
elas:
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza
condicionada.
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo
da penhora como garantia do credor.
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles
adquiridos por terceiros através de usucapião.
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5
anos.
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e
podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
- Presunção de legitimidade de seus atos administrativos.
- Principais situações processuais específicas

As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte,
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A

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153
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.

Chamamos a atenção com relação aos prazos:


A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e
o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer.
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos
autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para
esses entes.
Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério
Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
público. (art. 183, §2º, NCPC)

Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de caráter administrativo e possuem as


cláusulas exorbitantes, que garantem à administração prerrogativas que o contratado comum não tem,
assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade e precisam
respeitar os trâmites da lei 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade licitatória do
pregão para os entes públicos.
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas jurídicas de direito público, as entidades
autárquicas relacionam-se com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as
prerrogativas estatais.

Autarquia de regime especial: é toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos
e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de
regime especial são as regalias que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas
finalidades específicas. 61
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de
transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação,
o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências
especiais destinadas a esse fim.
OBS: havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de
regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade
da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”.

Agências executivas: trata-se de uma entidade já preexistente (autarquia ou fundação) que quando
cumprido os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva. Estes requisitos estão previstos
na Lei 9.649/1998, conforme artigos 51 e 52, vejamos:
a) possuir um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
b) tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor.
Podemos mencionar também duas características importantes tiradas dos artigos 51 e 52 da lei acima
mencionada, vejamos:
a) a formalização da qualificação da autarquia ou da fundação como agência executiva será feita por
decreto do Presidente da República; e
b) a entidade, qualificada como agência executiva, deverá implementar as metas definidas no contrato
de gestão, de acordo com os prazos e critérios de desempenho definidos no ajuste, e, em contrapartida,
receberá maior autonomia de gestão gerencial, orçamentária e financeira.

61
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial

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As agências executivas foram criadas por meio dos Decretos 2.487/98 e 2.488/98. Em síntese, prevê
que a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva poderá ser conferida mediante
iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado, que verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos requisitos “a” e “b”
supramencionados.
Por visar a melhor eficiência das entidades autárquicas e fundacionais, as agencias executivas devem
passar por uma avaliação com base nos critérios de excelência do Prêmio Nacional de Qualidade, de
forma a terem a terem subsídios para elaborar um plano de reestruturação e de desenvolvimento
institucional.
Se for aprovado esse plano, a entidade celebrará um contrato de gestão com o Ministério encarregado
de exercer o controle administrativo sobre ela: nesse contrato, são definidas, entre outras coisas, as metas
a serem atingidas, a compatibilidade dos planos anuais com o orçamento da entidade, os meios
necessários à consecução, as medidas legais e administrativas a serem adotadas para assegurar maior
autonomia de gestão orçamentária, financeira e administrativa, as penalidades aplicáveis em caso de
descumprimento das metas, as condições para revisão, renovação e rescisão, a vigência62.
Com o contrato firmado, será qualificada por decreto a agência executiva. Importante esclarecer que,
caso haja descumprimento do plano estratégico, a entidade perderá a qualificação de agência executiva.
Acrescenta-se que, os dois decretos que se referem a agências executivas somente se aplicam à
esfera federal. Se Estados e Municípios quiserem adotar medida semelhante, deverão baixar as suas
próprias normas, observando o disposto no artigo 37, § 8o, da Constituição63.

Agências Reguladoras: as agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar
fiscalizar as atividades das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem
as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo
principal é a regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao
setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.
Algumas características que se destacam das Agências Reguladoras são:
- a sua relativa autonomia e independência;
* a investidura especial de seus dirigentes (“caput” do artigo 5° da Lei 9.986/2000)
* o mandato por prazo determinado; (parágrafo único do Artigo 5° da Lei 9.986/2000)
* e o período de quarentena após o término do mandato diretivo. (“caput do artigo 8° da Lei 9.986/2000)
As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além dos próprios
dispositivos das leis especificas).
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário.
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem
prestados por concessionárias ou permissionárias.
Exemplos de Agências Reguladoras:
ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações);
ANP (Agência Nacional de Petróleo);
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica);
ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil);
ANTT (Agência Nacional de Transportes terrestres);
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);
ANA (Agência Nacional de Águas);
ANCINE (Agência Nacional de Cinema);
Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários);
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Agências executivas Agências reguladoras


Denominação atribuída por decreto a Denominação atribuída por lei a uma
autarquias ou fundações públicas no correr autarquia, quando da e criação desta última;
da existência delas;

62
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª Edição, 2018
63 Idem

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Característica: contrato de gestão Característica: exercício do poder
temporária com órgão da administração regulador típico do Estado;
direta;
Pode haver desqualificação, a autarquia Não existe desqualificação;
ou fundação pública pode deixar de ser
agência executiva;
O contrato de gestão é opcional, serve
Contrato de gestão é obrigatório à apenas se a agência reguladora desejar a
qualificação; qualificação de agência executiva, e não
influencia no exercício do poder regulador;
Qualquer autarquia (inclusive aquelas Uma agência reguladora é uma autarquia
classificadas como agência reguladora) ou assim instituída por lei - nenhuma autarquia
fundação de apoio pode optar por ser e muito menos fundação pública tem a opção
qualificada como agência executiva. de querer ser agência reguladora.

Questões

01. (CRF/GO - Agente Administrativo - Quadrix/2022) De acordo com a Constituição Federal de


1988, são objetivamente responsáveis as pessoas componentes da Federação, enquanto as autarquias
e as fundações públicas de natureza autárquica são subjetivamente responsáveis.

( ) Certo ( ) Errado

02. (Prefeitura de Landri Sales/PI - Auditor Fiscal de Tributos - AV MOREIRA/2021) Dentro da


organização da Administração Pública do Brasil, o serviço autônomo, criado por lei específica, com
personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receitas próprios, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada, denomina-se:
(A) Administração direta.
(B) Administração Indireta.
(C) Autarquia.
(D) Empresa Pública.
(E) Fundação Pública.

03. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP - Técnico Legislativo - VUNESP/2022) A
Câmara Municipal recebeu projeto de lei do poder executivo que tem por finalidade criar uma entidade
que será responsável por fiscalizar os serviços públicos concedidos do Município. A proposição estipula
que essa pessoa jurídica será criada por lei, dotada de personalidade jurídica de direito público e se
submeterá a um regime jurídico especial, pois o termo do mandato de seus dirigentes não coincidirão
com os do Chefe do Poder Executivo, bem como que a entidade gozará de autonomia funcional, decisória,
administrativa e financeira. Caso um Vereador consulte um Técnico Legislativo para saber de que tipo de
entidade integrante da administração indireta a proposta está se referindo, é correto afirmar que se trata
de uma
(A) agência reguladora.
(B) fundação pública.
(C) empresa pública.
(D) agência executiva.
(E) sociedade de economia mista.

Gabarito

01.errado / 02.C / 03.A

Comentários

01. Resposta: errado


Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

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A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.

02. Resposta: C
São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando
com capital exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público,
podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração
Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).

03. Resposta: A
As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar fiscalizar as atividades
das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem as mesmas
características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo principal é a
regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.

Fundações Públicas

Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado. São criadas por meio de por lei específica cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico
Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina;
Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).

Características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade
para qual foi criado.

Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um
controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado,
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público.

Diferença entre Autarquia e Fundações Públicas


Autarquia Fundação

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Criação: ocorre por lei ordinária e Criação: ocorre por autorização legislativa e lei
específica complementar, o que permite definir a área de atuação.
Personificação: serviço público. Personificação: patrimônio.
Pessoa Jurídica: de direito público. Pessoa Jurídica: de direito público ou privado.
Funções: exerce função típica do
Funções: exerce funções atípicas do Estado.
Estado.
Natureza: administrativa Natureza: social

Questões

01. (HORTOPREV/SP - Assessor Jurídico - VUNESP/2022) A expressão “entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa,
para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes” define:
(A) Fundação pública.
(B) Autarquia especial.
(C) Autarquia.
(D) Agência executiva.
(E) Agência reguladora.

02. (Prefeitura de Morro Agudo/SP - Fiscal de Tributos - VUNESP/2020) A respeito das entidades
que podem compor a Administração Pública, é correto afirmar que as
(A) autarquias são órgãos públicos criados por lei.
(B) autarquias estão sujeitas ao controle hierárquico do ente que as criou.
(C) fundações públicas poderão ter natureza de direito privado.
(D) empresas públicas deverão ser constituídas pela forma de sociedade anônima.
(E) empresas estatais são criadas por meio de lei específica, sendo desnecessário o registro dos atos
constitutivos.

03. (TJ/DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – CESPE/2019) Na hipótese de um ente


federado pretender instituir uma fundação pública de direito público, a criação dessa entidade deverá ser
formalizada por meio de
(A) lei ordinária, cabendo a decreto regulamentar definir as áreas de sua atuação.
(B) lei complementar, cabendo a lei ordinária definir as áreas de sua atuação.
(C) autorização em lei ordinária específica, cabendo a decreto regulamentar definir as áreas de sua
atuação.
(D) autorização em lei ordinária específica, cabendo a lei complementar definir as áreas de sua
atuação.
(E) autorização em lei complementar específica, cabendo a lei ordinária definir as áreas de sua
atuação.
Gabarito

01.A / 02.C / 03.D

Comentários

01. Resposta: A
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado. São criadas por meio de por lei específica cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.

01. Resposta: C
As fundações públicas porem ser de direito público ou privado.

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02. Resposta: D
Art. 37, XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação

Empresas Públicas

Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e tem sua criação por meio de autorização
legal.

Atenção: são autorizadas por lei e não são criadas por lei.

As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital é integralmente detido pela União,
Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da administração indireta de qualquer das três
esferas de governo, porém, a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados, Municípios
ou do Distrito Federal.

Foro Competente
A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto a Justiça Estadual julga as empresas
públicas estaduais, distritais e municipais.

Objetivo
É a exploração de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou preste
serviço público.

Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por consequência está submetida a regime
jurídico público. Se a empresa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida a regime
jurídico igual ao da iniciativa privada.

Alguns exemplos de empresas públicas:


- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco,
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa
pública prestadora de serviços públicos.
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da
CF/88).
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica.
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público.
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características:
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas
orçamentárias;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras
da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação.

Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta,


independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível,
portanto, controle de legalidade finalístico.
A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A
CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações
(art. 173 da CF/88):
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional;
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve obedecer aos
princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o Estado explora,

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portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela
vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre concorrência).
Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo Ministério Público, a fim de saber se
está sendo cumprido o acordado.

Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que:

Empresas públicas exploradoras de Empresas públicas prestadoras de serviço


atividade econômica público
A responsabilidade do Estado não existe, pois,
se essas empresas públicas contassem com
alguém que respondesse por suas obrigações,
Como o regime não é o da livre concorrência,
elas estariam em vantagem sobre as empresas
elas respondem pelas suas obrigações e a
privadas. Só respondem na forma do § 6.º do art.
Administração Direta responde de forma
37 da CF/88 as empresas privadas prestadoras
subsidiária. A responsabilidade será objetiva, nos
de serviço público, logo, se a empresa pública
termos do art. 37, § 6.º, da CF/88.
exerce atividade econômica, será ela a
responsável pelos prejuízos causados a terceiros
(art. 15 do CC);
Submetem-se a regime falimentar,
Não se submetem a regime falimentar, visto
fundamentando-se no princípio da livre
não estão em regime de concorrência.
concorrência.

Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados por alguns
doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime falimentar. Vejamos:

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro64, “As empresas públicas e sociedades de economia mista não
estão sujeitas à falência, conforme está expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-2- 2005 (Lei de
Falências). Essa lei deu tratamento diferente às empresas concessionárias e às empresas estatais
(sociedades de economia mista e empresas públicas). Estas últimas foram excluídas da abrangência da
lei (art. 2º, I). A diferença de tratamento tem sua razão de ser: é que as empresas estatais fazem parte
da Administração Pública indireta, administram patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de
receitas orçamentárias ou têm receita própria, conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa
de descentralização: enquanto as concessionárias exercem serviço público delegado por meio de
contrato, as empresas estatais são criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas
por lei, o Estado provê os recursos orçamentários necessários à execução de suas atividades, além de
responder subsidiariamente por suas obrigações.
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas estatais, sem
distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da Constituição) e as que
exercem Administração Indireta atividade econômica a título de intervenção (com base no artigo 1 73 da
Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento privilegiado em relação às empresas do setor
privado, porque o referido dispositivo constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo
regime das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.”
Também ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:
“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso absolutamente
normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a Constituição, no art. 173, §1º,
II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais (...).”

Para Jose dos Santos Carvalho Filho


“De plano, o dispositivo da Lei de Falências não parece mesmo consentâneo com a ratio inspiradora
do art. 173, § 1º, da Constituição Federal. De fato, se esse último mandamento equiparou sociedades de
economia mista e empresas públicas de natureza empresarial às demais empresas privadas, aludindo
expressamente ao direito comercial, dentro do qual se situa obviamente a nova Lei de Falências, parece
incongruente admitir a falência para estas últimas e não admitir para aquelas. Seria uma discriminação
não autorizada pelo dispositivo constitucional. Na verdade, ficaram as entidades paraestatais com
64
DIREITO ADMINISTRATIVO, 27ª edição, editora ATLAS, 2014.

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evidente vantagem em relação às demais sociedades empresárias, apesar de ser idêntico o objeto de
sua atividade. Além disso, se o Estado se despiu de sua potestade para atuar no campo econômico, não
deveria ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou para esse fim excluídas do processo
falimentar.”

Para Hely Lopes Meirelles, o entendimento é o mesmo:


“A nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 9.2.2005, que `regula a recuperação judicial, extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária’) dispõe expressamente, no art. 2º, I, que ela não se
aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista. Não obstante, a situação continuará a
mesma. Tal dispositivo só incidirá sobre as empresas governamentais que prestem serviço público; as
que exploram atividade econômica ficam sujeitas às mesmas regras do setor privado, nos termos do art.
173, §1º, II, da CF [...].”

Questões

01. (Câmara de Cuiabá/MT - Analista Legislativo - SELECON/2021) A entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental,
criação autorizada por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial, que o governo seja
levado a exercer por contingência ou conveniência administrativa, é a denominada:
(A) empresa pública
(B) fundação
(C) sociedade de economia mista
(D) autarquia

02. (MPC/PA - Assistente Ministerial de Controle Externo – CESPE/2019) Determinado governador


pretende que sejam criadas uma nova autarquia e uma nova empresa pública em seu estado.
Nessa situação, serão necessárias
(A) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia e outra para a criação da empresa pública.
(B) uma lei específica para a criação da autarquia e outra para a autorização da instituição da empresa
pública.
(C) uma lei específica para a criação da empresa pública e outra para a autorização da instituição da
autarquia.
(D) autorizações legais na norma geral acerca da nova organização da administração pública estadual,
não havendo necessidade de a criação de nenhuma das entidades ser feita por lei.
(E) duas leis específicas: uma para a autorização da criação da empresa pública e outra para a
autorização da criação da autarquia.

03. (Prefeitura de Boa Vista/RR - Procurador Municipal – CESPE/2019) A respeito de improbidade


administrativa, processo administrativo e organização administrativa, julgue o item seguinte.
A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por meio de atos
de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de autorização legislativa.
( ) Certo ( ) Errado

04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr - NC-UFPR/2019) Com relação à


organização da Administração Pública brasileira, assinale a alternativa correta.
(A) A sociedade de economia mista será criada por lei específica e será constituída como sociedade
limitada ou como sociedade anônima.
(B) A autarquia poderá ser criada com personalidade jurídica de direito público ou com personalidade
jurídica de direito privado, no interesse da Administração.
(C) Toda empresa pública estará sujeita a supervisão ministerial.
(D) A sociedade de economia mista poderá ser criada com personalidade jurídica de direito público.
(E) A empresa pública será criada por lei específica e será constituída, obrigatoriamente, como
sociedade anônima.

Gabarito

01.A / 02.B / 03.Certo / 04.C

Comentários

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01. Resposta: A
As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital é integralmente detido pela União,
Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da administração indireta de qualquer das três
esferas de governo, porém, a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados, Municípios
ou do Distrito Federal.

02. Resposta: B
As autarquias são CRIADAS por lei específica. Já as Empresas Públicas não são criadas por lei, elas
são AUTORIZADAS POR LEI específica.

03. Resposta: Certo


As empresas públicas são um exemplo de descentralização do poder; podem ser realizadas por meio
de atos de direito privado, sendo que, em regra, as empresas públicas são de direito privado; e, por fim,
são autorizadas por lei.

04. Resposta: C
Diz respeito ao Controle Finalístico ou Supervisão Ministerial. É o controle que a Administração Direta
faz sobre a indireta, na finalidade de verificar se está sendo cumprido o que foi proposto.

Sociedade de Economia Mista

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, integrante da


Administração Pública Indireta, sua criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituídas somente
sob a forma empresarial de S/A (Sociedade Anônima).

As sociedades de economia mista são:


- Pessoas jurídicas de Direito Privado.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos.
- Empresas de capital misto.
- Constituídas sob forma empresarial de S/A.
Veja alguns exemplos de sociedade mista:
a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
b. Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa responsável pelo
gerenciamento da execução de contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado de São
Paulo).

Características
As sociedades de economia mista têm as seguintes características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio.

Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a Administração


Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de legalidade.
Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão subordinadas à Administração Direta,
mas sim à lei que as autorizou.
As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a
integram precisam de lei para autorizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do registro
de seus estatutos.
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia mista, ou seja,
independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das sociedades
de economia mista.
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora atividade

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econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público
não se submete ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre concorrência.

Para maior complemento de seus estudos, trouxemos o que tem em comum e as diferenças
entre a empresa pública e a sociedade de economia mista

O que ambas te em comum:

a) criação e extinção autorizadas por lei;


b) personalidade jurídica de direito privado;
c) sujeição ao controle estatal;
d) derrogação parcial do regime de direito privado
por normas de direito público;
e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora;
f) desempenho de atividade de natureza
econômica.

Diferenças:

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Forma Jurídica: As sociedades de
Forma jurídica: As empresas públicas podem
economia mista utilizam-se da forma de
revestir-se de qualquer das formas previstas em
Sociedade Anônima (S/A), sendo regidas,
direito (sociedades civis, sociedades comerciais,
basicamente, pela Lei das Sociedades por
Ltda, S/A, etc).
Ações (Lei n° 6.404/1976).
Composição do capital: o capital é composto por Composição do Capital: o capital é
integrantes da Administração Pública, portanto é composto por recursos públicos e privados,
integralmente público. Dessa forma, não se permite a sendo, portanto as ações divididas entre a
participação de recursos particulares na formação de entidade governamental e a iniciativa
capital das empresas públicas. privada.
Foro processual: Será competente para
julgamento das empresas públicas federais, quando Foro processual: Será competentes para
estas se encontrarem nas condições de autoras, rés, julgamento das sociedades de economia
assistentes ou opoentes, exceto as de falência, as de federal a Justiça Estadual, não usufrui de
acidente do trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e privilégios da Justiça Federal.
à Justiça do Trabalho, à Justiça Federal.

Questões

01. (DPE/PI - Defensor Público - CESPE-CEBRASPE/2022) Assinale a opção correta, a respeito da


administração indireta.
(A) É permitida a criação de autarquias por medida provisória, se houver urgência em descentralizar o
poder estatal e formalizar atividades administrativas em caráter emergencial.
(B) Os bens de fundação pública que sejam advindos de entes privados são considerados bens
privados.
(C) Agências reguladoras só podem ser criadas na esfera federal.
(D) Sociedades de economia mista são, obrigatoriamente, organizadas sob a forma de sociedade
anônima.
(E) A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são exemplos de empresas públicas.

02. (DPE/TO - Defensor Público Substituto - CESPE-CEBRASPE/2022) Submetem-se ao regime


jurídico próprio das empresas privadas, inclusive no que tange aos direitos e às obrigações de natureza
civil, comercial, tributária e trabalhista,

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(A) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
(B) sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos.
(C) fundações públicas.
(D) autarquias.
(E) agências reguladoras.

03. (Prefeitura de Boa Vista/RR - Procurador Municipal - CESPE/2019) Julgue o item a seguir,
acerca das disposições constitucionais a respeito de direito administrativo.
A investidura em empregos públicos em sociedades de economia mista depende de prévia aprovação
em concurso público, mas não se estende a esse tipo de emprego a proibição constitucional de
acumulação remunerada de funções e cargos públicos.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.D / 02.A / 03.Errado

Comentários

01. Resposta: D
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, integrante da
Administração Pública Indireta, sua criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituídas somente
sob a forma empresarial de S/A (Sociedade Anônima).

02. Resposta: A
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais.

03. Resposta: Errado


Constituição Federal - Artigo 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

Empresas Privadas

São aquelas empresas pertencentes de forma exclusiva aos seus fundadores ou a um grupo de
investidores, ou seja, que não dependem do poder do Estado. Vale destacar que, o fato de não
dependerem do Estado não desobriga a pessoa jurídica criadora da empresa a pagar impostos ao Estado.
Uma empresa privada é uma empresa comercial de propriedade de organizações não-governamentais
ou um número relativamente pequeno de acionistas ou membros da empresa, que não oferecem ou
negociam suas ações ao público em geral nas bolsas de valores. As empresas privadas podem emitir
ações e ter acionistas, mas suas ações não estão listadas em bolsas públicas e não são emitidas por
meio de uma oferta pública inicial.
Neste formato de empresa, o empresário tem como objetivo principal obter lucros para os proprietários
e acionistas e para tanto possui liberdade de negociação, venda e de agir, ainda que se submeta a
algumas limitações relacionadas a natureza do produto, condições de trabalho, entre outros.

Subsidiárias

As subsidiárias são empresas que são controladas ou pertencem a outra empresa, ainda que cada
uma delas tenha seu próprio nome, posicionamento no mercado e CNPJ. Em geral, esta relação envolve
uma empresa de grande porte e uma de médio ou pequeno porte, na qual a maior controla a menor. A
empresa que controla a subsidiária é conhecida como empresa mãe (holding).

ENTIDADES DE COOPERAÇÃO

Entidades Paraestatais e o Terceiro Setor

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164
As Entidades Paraestatais possuem conceituação bastante confusa, os doutrinadores entram, em
diversas matérias, em contradição uns com os outros.
Celso Antônio Bandeira de Mello acredita que as sociedades de economia mista e as empresas
públicas não são paraestatais; sendo acompanhado por Marçal Justen Filho que acredita serem apenas
entidades paraestatais os serviços sociais autônomos.
Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirelles defende que as empresas públicas e as
sociedades de economia mista são paraestatais, juntamente com os serviços sociais autônomos. Hely
Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais podem ser lucrativas por serem empresariais. Já Ana
Patrícia Aguiar, Celso Antônio Bandeira de Mello e Marçal Justen Filho discordam dizendo que elas não
devem ser lucrativas.
As entidades paraestatais são fomentadas pelo Estado através de contrato social, quando são de
interesse coletivo. Não se submetem ao Estado porque são autônomas financeiramente e
administrativamente, porém, por terem relevância social e se tratar de capital público, integral ou misto,
sofrem fiscalização, para não fugirem dos seus fins.
Tem como objetivo a formação de instituições que contribuam com os interesses sociais através da
realização de atividades, obras ou serviços.
Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas variam de doutrinador para doutrinador. Hely
Lopes Meirelles acredita que elas se dividem em empresas públicas, sociedades de economia mista e os
serviços sociais autônomos, diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello, pois esse diz que as pessoas
privadas exercem função típica (não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipossuficientes, de
assistência social, de formação profissional.
Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço social autônomo, voltadas à satisfação de
necessidades coletivas e supra individuais, relacionadas com questões assistenciais e educacionais.
Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na categoria de entidades paraestatais, por serem
pessoas privadas que atuam em colaboração com o Estado, "desempenhando atividade não lucrativa e
às quais o Poder Público dispensa especial proteção", recebendo, para isso, dotação orçamentária por
parte do Estado.
As Entidades Paraestatais prescinde de licitação, esse é o entendimento atual do STF. Como se tratam
de entidades sem fins lucrativos, que recebem recursos da União, não são obrigadas a licitarem, de
acordo com a Lei 8.666/1993, por não serem integrantes da Administração Pública, mas sim do terceiro
setor.
Essas entidades são muito parecidas com as organizações sociais e as OCISP (não precisam licitar),
esse é o entendimento do STF e TCU.
O fato de não precisarem licitarem não quer dizer que não serão fiscalizadas e responsabilizadas. A
fiscalização competirá ao TCU, respeitando os princípios da impessoalidade, moralidade e
economicidade. Contudo, não há impedimentos jurídicos para que o convênio ou contrato de repasse
observe a Lei 8.666/1993.
Seus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT. Têm que ser contratados através de
concurso público de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão.
A administração varia segundo a modalidade, civil ou comercial, que a lei determinar. Seus dirigentes
são estabelecidos na forma da lei ou do estatuto. Podendo ser unipessoal ou colegiada. Eles estão
sujeitos a mandado de segurança e ação popular.

Terceiro Setor

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado,
responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas
questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o
terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como
objetivo gerar serviços de caráter público. Os principais personagens do terceiro setor são:
A) Fundações: São as instituições que financiam o terceiro setor, fazendo doações às entidades
beneficentes. No Brasil, temos também as fundações mistas que doam para terceiros e ao mesmo tempo
executam projetos próprios.
B) Entidades Beneficentes: São as operadoras de fato, cuidam dos carentes, idosos, meninos de
rua, drogados e alcoólatras, órfãos e mães solteiras; protegem testemunhas; ajudam a preservar o meio
ambiente; educam jovens, velhos e adultos; profissionalizam; doam sangue, merenda, livros, sopão; dão
suporte aos desamparados; cuidam de filhos de mães que trabalham; ensinam esportes; combatem a

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violência; promovem os direitos humanos e a cidadania; cuidam de cegos, surdos-mudos; enfim, fazem
tudo.
C) Fundos Comunitários: As empresas doam para o Fundo Comunitário, sendo que os empresários
avaliam, estabelecem prioridades, e administram efetivamente a distribuição do dinheiro. Um dos poucos
fundos existente no Brasil, com resultados comprovados, é a FEAC, de Campinas.
D) Entidades Sem Fins Lucrativos: Infelizmente, muitas entidades sem fins lucrativos são, na
realidade, lucrativas ou atendem aos interesses dos próprios usuários. Um clube esportivo, por exemplo,
é sem fins lucrativos, mas beneficia somente os seus respectivos sócios.
E) ONGs Organizações Não Governamentais: Nem toda entidade beneficente ajuda prestando
serviços a pessoas diretamente. Uma ONG que defenda os direitos da mulher, fazendo pressão sobre
nossos deputados, está ajudando indiretamente todas as mulheres.

Serviços Sociais Autônomos

São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermédio de autorização legislativa. Tratam-se
de entes paraestatais de cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patrimônio
próprios.
Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema “S”, cujo o qual resulta do fato destas
entidades ligarem-se à estrutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S” – SERVIÇO.
Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR e SEBRAE.
Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algumas categorias sociais ou grupos
profissionais, sem fins lucrativos. São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por
contribuições parafiscais.
Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes integrantes da Administração direta ou
indireta, porém trabalham ao lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as atividades e
serviços que lhes são repassados.

Organizações Sociais

Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualificação especial outorgada pelo governo
federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens
peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem
como empréstimo temporário de servidores governamentais. 65
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto,
atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como serviços públicos stricto sensu, razão
pela qual é incorreto afirmar que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualificação constitui decisão discricionária, pois,
além da entidade preencher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido dispositivo condiciona a
atribuição do título a “haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como
organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do
Estado”. Assim, as entidades que preencherem os requisitos legais possuem simples expectativa de
direito à obtenção da qualificação, nunca direito adquirido.
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permitindo outorgar a qualificação a uma
entidade e negar a outro que igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da isonomia,
devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei n. 9.637/98.
Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie de parceria entre a Administração e a
iniciativa privada, exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas por
entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está relacionado com um processo de
privatização lato sensu realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa privada.
O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social é o contrato
de gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade supervisora da
área de atuação da entidade.
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e
da organização social, devendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:

65
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. Ed. Saraiva. 2014.

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I – especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas
a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios
objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e
produtividade;
II – a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer
natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de
suas funções;
III – os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir
as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou entidade supervisora da área de
atuação correspondente à atividade fomentada, devendo a organização social apresentar, ao término de
cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no contrato de gestão.
Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o Poder Executivo poderá proceder à
desqualificação da entidade como organização social, desde que precedida de processo administrativo
com garantia de contraditório e ampla defesa.
Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93 prevê hipótese de dispensa de
licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão. Excessivamente abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, tem a sua constitucionalidade
questionada perante o Supremo Tribunal Federal na ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a
medida cautelar que suspendia a eficácia da norma, de modo que o dispositivo voltou a ser aplicável.

Entidades de Apoio

As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pessoas jurídicas de direito privado, criados
por servidores públicos para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, possuindo vínculo
jurídico com a Administração direta e indireta.
Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de limpeza, conservação, concursos
vestibulares, assistência técnica de equipamentos, administração em restaurantes e hospitais
universitários.
O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência na utilização desses entes. Através
delas, convênios são firmados com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a
celebração de um contrato

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o
aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal,
estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no
imposto de renda. OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido
pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles
derivados de normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder
público os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter
maior agilidade e razoabilidade em prestar contas.
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente é uma OSCIP, no sentido
representativo da sociedade, OSCIP é uma qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790, de 23 março de 1999. Esta lei traz a possibilidade das pessoas
jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas,
pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs e poderem
com ele relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias
atendam os requisitos da lei.
Um grupo recebe a qualificação de OSCIP depois que o estatuto da instituição, que se pretende formar,
tenha sido analisado e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário que o estatuto atenda
a certos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos:
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas
estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.

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§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que
não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores,
eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social.
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos
instituídos por esta Lei.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras na forma
de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias. (Incluído
pela Lei nº 13.999, de 2020)

Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos
uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste
artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de
tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.

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Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se
mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de
recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a
outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos
cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de
forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no
respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre
os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo
pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o
mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o
respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que
perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,
preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente
na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os
casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no
mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de
atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos
junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação
dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho ou
diretoria de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que modernamente
se entende por ONG, especialmente porque são marcadas por uma extrema transparência administrativa.
Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação.
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar com esse tipo de instituição,
porque divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias. A
OSCIP é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também
recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação
de contas.

Associações Públicas

Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio da celebração de um consórcio
público com entidades federativas.
Quando as entidades federativas fazem um consórcio público, elas terão a faculdade de decidir se
essa nova pessoa criada será de direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito público,
caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito privado, não se tem um nome específico.
A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades de interesse comum entre as entidades
federativas, estabelecendo uma meta a ser atingida.
Faz parte da administração indireta de todas as entidades federativas consorciadas.

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Conselhos Profissionais

Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscalização de algumas profissões


regulamentadas. Eis que tem-se uma grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.
O STF considera que como se trata de função típica do Estado, o controle e fiscalização do exercício
de atividades profissionais não poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso, chegou-
se ao entendimento que os conselhos profissionais possuem natureza autárquica.
Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim de pessoas jurídicas de direito público.
Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite que esses conselhos tenham
personalidade jurídica de direito privado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os
conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de descentralizar a atividade administrativa
que não pode mais ser delegada a associações profissionais de caráter privado.

5.3. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies

Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos
atos.

Questões

01. (CRF/GO - Agente Administrativo - Quadrix/2022) No que se refere aos atos administrativos,
julgue o item.
Pode-se conceituar o ato administrativo como sendo a exteriorização da vontade de agentes da
Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise
à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público

( ) Certo ( ) Errado

02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é:


(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.
(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos
administrados.
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(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.

Gabarito

certo / 02.E

Comentários

01. Resposta: certo


Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.

02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.

Requisitos / Elementos

São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco:
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua
atuação e fazer as atribuições de cada agente.
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou
vínculo de natureza permanente.
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece
com jurados e mesários, por exemplo.
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição
para o exercício da atividade.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação.
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A

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exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade,
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com
essa ação.
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal.
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato.
Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou desvio de poder.

Questão

01. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE) São elementos do ato administrativo:


(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação.
(B) competência, forma e vinculação.
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade.
(D) competência, forma, objeto, finalidade e motivo
(E) vinculação e discricionariedade.

Gabarito

01.D

Comentário

01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.

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Atributos ou Características

São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos.
Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova
é de quem alega.
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial.
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui
para impor determinado comportamento a terceiros.
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos:
a) Quando a lei expressamente previr;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade66: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para
tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei, presente nos
atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da
Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação
da parte contrária.

Questão

01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.

Gabarito

01.A

Comentário

01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.

66
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf

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173
Elementos

O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente
ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.
Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não sendo
iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica, enuncia e altera
na ordem jurídica.
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não previsão em
lei.

Pressupostos

Existência, validade e eficácia67


A aceitação da divisão ternária dos planos lógicos do ato jurídico foi difundida no Brasil por Pontes de
Miranda, razão pela qual tem sido denominada de teoria tripartite ou pontesiana. Como todo ato jurídico,
o ato administrativo está sujeito a três planos lógicos distintos:
a) Plano da existência ou da perfeição: consiste no cumprimento do ciclo de formação do ato.
b) Plano da validade: envolve a conformidade com os requisitos estabelecidos pelo ordenamento
jurídico para a correta prática do ato administrativo.
O ato válido é aquele que foi criado em conformidade com as regras previamente estabelecidas na
legislação pertinente. Para que um ato seja avaliado como válido é necessário que ele exista, quer dizer,
seja perfeito.
A validade é a compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma. Assim, de acordo com o
silêncio da lei, não há atuação administrativa, tendo em vista a aplicação da estrita legalidade em matéria
de Direito Administrativo, não sendo permitido ao agente público atuar sempre que não haja vedação por
lei.68
No entanto, somente pode ser avaliada a validade de um ato, se ele for ao menos existente (perfeito),
tratando-se de segundo plano de análise dos atos administrativos. ·
c) Plano da eficácia: está relacionado com a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos.
A interação do ato administrativo com cada um dos três planos lógicos não repercute nos demais.
Constituem searas sistêmicas distintas e relativamente independentes.
A única exceção a tal independência reside na hipótese dos atos juridicamente inexistentes, caso em
que não se cogita de sua validade ou eficácia. Ato inexistente é necessariamente inválido e não produz
qualquer efeito.
A existência ou perfeição é o primeiro plano lógico do ato administrativo. Nesse plano é necessário a
verificação dos elementos e pressupostos que compõem seu ciclo de formação. Após isso e, se presentes
os requisitos, o ato passa a ser válido.
O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei para a constituição,
quando se esgota toda as etapas do processo constitutivo desse ato.
Quando o ato estiver perfeito, ele não pode ser retratável, porém pode ser revisado e até anulado, em
virtude do princípio administrativo da autotutela, previsto nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal
Federal.

OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído as
etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico.

O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar,
preservar e extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios.
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público
pelo particular.
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico.

67
MAZZA, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014.
68
CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.

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Vinculação e discricionariedade

No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto; não
podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do
ato.
Celso Antônio Bandeira de Mello dispõe que os atos vinculados seriam aqueles em que, por existir
prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração em face de situação
igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere
com apreciação subjetiva alguma. 69
O ato discricionário é aquele que, editado sob o manto da lei, confere ao administrador a liberdade
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato vinculado e o ato
discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. Tanto o ato vinculado quanto o ato
discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante à sua legalidade, pois o judiciário
não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da Administração Pública.

Questões

01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Sobre atos administrativos, considere:
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.
III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em


(A) III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) Diz-se que os atos administrativos
são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma
determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente.
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria
fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente.

Gabarito

01.A / 02.B

Comentários

01. Resposta: A
I. Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados, devem ser anulados quando
eivados de vícios. A revogação apenas é possível nos atos discricionários.
II. Errado. Os atos que INTEGRAM UM PROCEDIMENTO são atos vinculados, pois devem obedecer
a aquilo que está previsto em Lei. Logo, não podem ser revogados. Veja, cada ato novo ocorre a preclusão
do ato anterior.
Vou exemplificar:
Um procedimento administrativo é uma sequência de atos com objetivo de um ato final (Ex. as fases
da Licitação, é uma sequência de atos, com o objetivo de licitar compras ou execução de serviços
públicos).

69
MELLO, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009.

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Cada ato praticado passa para uma nova etapa do procedimento, o que ocorre a preclusão
administrativa do ato (ou da etapa) anterior.
Preclusão administrativa quer dizer que é impossível voltar a etapa anterior de um procedimento com
a finalidade de “rediscutir” as decisões lá tomadas.
III – Certo. Quando se trata de competência privativa da Administração Pública, a revogação implica
no juízo de conveniência e oportunidade. Para que a revogação seja feita por outro pessoal precisa de
expresso provimento legal.

02. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala­-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).”

Classificação

Quanto ao regramento
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

Quanto aos destinatários


a) Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer sobre a
vontade individual.
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e será
aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local.
b) Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata ao caso
concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral restringindo seu
âmbito de atuação.
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se submeter
às disposições da conduta.
Exemplo: promoção de servidor público

Quanto à abrangência dos efeitos (Alcance)


a) Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres.
Via de regra, não dependem de publicação oficial, tendo em vista sua destinação interna aqueles que
estão vinculados à estrutura das entidades.
Exemplo: circular que exige que os servidores usem sapatos pretos fechados.
b) Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam
de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos.
Exemplos: a fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração
Pública.

Quanto à supremacia do poder público (Objeto)

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a) Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados,
impondo-lhes obrigações.
Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades.
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do
interesse público sobre o privado. Aqui, o poder público impõe obrigações, aplica penalidades, sem que
se tenha que recorrer aos meios judiciais, em razão da aplicação das regras que exorbitam o direito
privado, em prol do interesse da coletividade.
Se os atos praticados contrariarem às normas vigentes, eles poderão ser anulados pela Administração
ou pelo Judiciário, podendo ainda ocorrer a sua revogação por motivos de interesse público, se forem
justificadas devidamente.
Exemplo: autos de infração, por descumprimento das normas de trânsito.
b) Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem as prerrogativas do Estado, sendo
que a Administração irá atuar em situação de igualdade com o particular. Nesses casos, a atividade será
regulada pelo direito privado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que tenham relação
com a supremacia do interesse público.
Trata-se de condutas que não restringem ou ainda que não admitem que o ente estatal possa se valer
dos meios coercitivos para que haja uma execução.
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível.
c) Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado).
Exemplo: contratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos administrativos, mas
são atos da Administração. Para os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla
(qualquer ato que seja da administração como sendo administrativo), os atos de gestão são atos
administrativos.

Quanto à formação
Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação
do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente
em órgãos singulares.
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público,
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.

Quanto a manifestação de vontade


a) Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença
b) Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo;
c) Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios.

Quanto à natureza do ato


a) Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos).
b) Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado.
c) Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra.

Quanto aos efeitos


a) Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo
direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período
de suspensão.
Exemplo: autorização para uso de bem público a um particular que pretende montar um show na
cidade.

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b) Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito.
Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É
o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
c) Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
d) Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um direito ou dever
existente. Cite-se a demissão do servidor público.

Quanto à validade
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo.
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos,
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.

Quanto à exequibilidade
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.

Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença,


admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta
ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização
de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).
Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que
preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e autorização é
nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário,
ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vinculado”. Na autorização, o Poder
Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público, para outorga
ou não a autorização, como ocorre no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais
exigidos para determinada outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade
de recusa; é o que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização
é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente.

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178
Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado, tendo em vista
que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente definidos, de modo que todos
os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São exemplos a admissão nas escolas públicas,
nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência social.
Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou
oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a utilização privativa
de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por particular ou a execução de
serviço público.
Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do
ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no controle a
posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do
ato.
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que
se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimento da licitação.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos
técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. O
parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por
corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto
para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime
caráter vinculante). O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a
sua conclusão. Por exemplo, para conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver
dúvida ou não concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato
meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de
consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que
proferido com má-fé ou culpa.
Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal
de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é incluído entre os
atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram manifestações de vontade.
Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimento de servidores subordinados a
autoridade de superior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo.

Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se
a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar,
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.

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179
Questões

01. (Prefeitura de Guatambú/SC - Procurador do Município - FEPESE/2022) Assinale a alternativa


correta acerca do ato administrativo.
(A) A coisa julgada administrativa impede a revisão do ato administrativo pelo poder judiciário.
(B) O transcurso do prazo de cinco anos entre a emissão do ato administrativo e a sua convalidação
impede que ele seja considerado válido desde sua origem.
(C) O ato administrativo vinculado confere liberdade para a Administração definir o conteúdo ou o
momento em que o ato deva ser praticado.
(D) A presunção de legitimidade do ato administrativo afasta a necessidade de intervenção judicial
para a sua execução.
(E) Será complexo o ato administrativo cuja formação dependa da conjugação das manifestações de
vontade de mais de um órgão.

02. (PC/RJ - Técnico Policial de Necropsia - FGV/2022) Maria acaba de ser aprovada em concurso
público para o cargo efetivo de técnico policial de necropsia da Polícia Civil do Estado Alfa, inclusive
obtendo excelente aproveitamento no curso de formação ministrado pela Acadepol. Em sua primeira
lotação que acaba de ser publicada no Diário Oficial, Maria pretendia ser lotada no Instituto Médico Legal
sediado na capital do Estado Alfa, mas foi lotada em determinado Posto Regional de Polícia Técnica e
Científica (PRPTC), no interior do Estado.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em matéria de classificação do ato administrativo
quanto ao grau de liberdade do agente, o ato praticado pelo secretário de Polícia Civil de lotação inicial
de Maria no citado PRPTC é um ato:
(A) vinculado, pois a lei regulamenta a edição do ato de lotação, não conferindo ao agente público
qualquer margem de escolha;
(B) composto, pois é formado pela soma de vontades de órgãos públicos, quais sejam, setor de pessoal
e chefia de Polícia Civil;
(C) discricionário, pois o agente público busca, dentro dos limites da lei, razões de oportunidade e
conveniência para praticar o ato;
(D) de gestão, que é praticado pelo agente público com a prévia e não vinculante oitiva do servidor
interessado, devendo prevalecer o interesse público;
(E) de polícia, que restringe direitos individuais do servidor público de escolher sua lotação, em prol do
interesse público, devendo o ato ser revisto anualmente.

03. (CRF/GO - Agente Administrativo - Quadrix/2022) No que se refere aos atos administrativos,
julgue o item.
Os atos de polícia, tais como a apreensão de bens, podem ser classificados como atos de gestão.

( ) certo ( ) errado
Gabarito

01.E / 02.C / 03.errado

Comentários

01. Resposta: E
O ato complexo decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.

02. Resposta: C
Pelos atos discricionários o administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

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180
03. Resposta: errado
Nos atos de império o poder público age de forma imperativa sobre os administrados, impondo-lhes
obrigações.
Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades.
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do
interesse público sobre o privado.

Espécies de ato administrativo70

a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são
editados sem contemplar qualquer previsão anterior.
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.

b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta


funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de
serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;

70
http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo

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181
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos administrativos
sujeitos à sua administração.

c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado
a faculdade de realizar determinada atividade.
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como
maneira de exequibilidade;
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio
de lhe dar eficácia;
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio,
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal
característica é a irreversibilidade depois de consumada.

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.

e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.
Questões

01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.

02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.

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(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.

Gabarito

01.B/ 02.D.

Comentários

01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.

02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

Extinção do ato administrativo

Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.71

Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em


decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou
pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja,
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé.

Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:


SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da
predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos
ilegais.

71
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.

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183
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu o interesse na manutenção deste, ainda
que não exista vício que o tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito administrativo, por set
um ato legal, todos os atos já foram produzidos de forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir,
contudo mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
Não há limite temporal para a revogação de atos administrativos, não se configurando a decadência,
no prazo quinquenal, tendo em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado a qualquer
tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por razões de conveniência e oportunidade.

Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia
ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou
o ato nem por autoridade superior.

Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será discricionária, ou seja, a


Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá ser obrigatória,
visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, que
existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra alternativa senão anular o ato.

Os obstáculos ao dever de convalidar são:


Impugnação do ato: Se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
Decurso de tempo: O decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo impedir a
anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o estabilizará – o ato não
poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.

Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente,
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso como
ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização legislativa; A
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que
seja um ato válido – conversão.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo, embora não
possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.

Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia de
seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo.
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo administrado, em
regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo
prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito
Administrativo.

Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre

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situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja, quando a lei ou a vontade
fixam determinado prazo para serem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
O instituto da decadência tem a mesma finalidade da prescrição, qual seja, garantir a segurança
jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem pública, não podendo ser renunciada.
Entretanto, se o prazo decadencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por convenção
entre as partes, pode ser renunciado, que corresponderá a uma revogação da condição para o exercício
de um direito dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se como de decadência administrativa os
prazos estabelecidos por diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Administração. E isso
porque a prescrição, como instituto jurídico, pressupõe a existência de uma ação judicial apta à defesa
de um direito. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o administrado pode
interpor recursos administrativos ou pode a Administração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre
a conduta de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou outras obrigações com os
administrados, refere-se a esses prazos denominando-os de prescricionais.
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do prazo, impedindo a prática de um ato
pela própria Administração.

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Quando houver INTERESSE
Quando cabe? Quando houver DEFEITO
PÚBLICO
Por quem pode Pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Somente pela
Extinguir? OU PELO JUDICIÁRIO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Efeitos Ex Nunc (não
Retroage? Efeitos Ex Tunc (retroage)
retroage)
Prazo para
5 anos Sem prazo
extinção

Questões

01. (Prefeitura de Guatambú/SC - Auditor Fiscal - FEPESE/2022) A administração tributária de um


município da federação, de acordo com critério discricionário, retirou do mundo jurídico um ato
administrativo válido, que previa a entrega de informações fiscais pelos contribuintes. De acordo com a
justificativa, o ato se tornou inoportuno ou inconveniente, então foi necessária a sua extinção.

Nesse caso, o ato administrativo foi:


(A) Anulado.
(B) Cassado.
(C) Revogado.
(D) Eliminado.
(E) Abolido.

02. (Prefeitura de Timóteo/MG - Advogado - FCM/2022) Em relação à retirada dos atos


administrativos, associe corretamente o conceito à sua respectiva definição.
CONCEITOS
(1) Cassação
(2) Anulação
(3) Revogação
(4) Caducidade
(5) Contraposição

DEFINIÇÕES
( ) Retirada do ato administrativo por meio de ato discricionário pelo qual a administração extingue um
ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.
( ) Retirada do ato administrativo em razão de sobrevir norma jurídica que tornou inadmissível a
situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente.
( ) Retirada do ato administrativo em razão da emissão de ato com fundamento em competência
diversa da que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são opostos aos daquele.

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( ) Retirada do ato administrativo em razão de vício de legalidade insanável não passível de
convalidação.
( ) Retirada do ato administrativo em razão do descumprimento, pelo destinatário, de condições que
deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica.

A sequência correta dessa associação é


(A) 3, 1, 5, 4, 2.
(B) 1, 2, 4, 3, 5.
(C) 3, 4, 5, 2, 1.
(D) 1, 3, 2, 4, 5.

03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS) No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.

04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC) No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório

05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC) No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém
a competência legal para sua prática.

Gabarito

01.C/ 02.C/ 03.C/ 04.D/ 05.D.

Comentários

01. Resposta: C

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Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei.

02. Resposta: C
Revogação: é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.

Caducidade: é a retirada do ato administrativo em razão de sobrevir norma jurídica que tornou
inadmissível a situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente.

Contraposição: um novo ato é praticado, com base em competência distinta, de modo que os efeitos
são contrapostos ao anterior.

Anulação: é a retirada, o desfazimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou seja,


é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou pelo judiciário, com eficácia retroativa
– ex tunc.

Cassação: ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.

03. Resposta: C
Súmula 473 STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.

05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso".

6. Agentes públicos. 6.1. Espécies e classificação. 6.2. Cargo, emprego e função


públicos

Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade (mesário,
jurado, servidor público, etc.).
A denominação “agente público” é tratada como gênero das diversas espécies que vinculam o
indivíduo ao estado a partir da sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser divididas
como do qual são espécies os agentes políticos, servidores públicos (servidores estatais, empregado
público, temporários e comissionados), particulares em colaboração, agentes militares e os agentes de
fato.
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua Agente Público, em seu artigo 2°, “Reputa-
se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
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Espécies

Para facilitar os estudos, antes de adentrarmos na explicação de cada espécie de Agente Público,
vejamos o quadro abaixo:

Percebam, agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo que, servidores podem ser
os SERVIDORES Públicos (de Pessoas Jurídicas de Direito Público) e os EMPREGADOS Públicos (que
são os servidores de entes governamentais de Direito Privado.

Vamos analisar cada uma dessas categorias:

Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função pública (pode cair em sua prova com a
nomenclatura “munus publico”) de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de comando e chefia
de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ingressam em regra, por meio de eleições,
desempenhando mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Estado também termina
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional,
mas institucional e estatutária.
Os agentes políticos são, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Melo, os titulares dos cargos
estruturais à organização política do País.
Licínia Rossi72 exemplifica separando por poderes:
Poder Executivo: Presidente da República, Governadores, Prefeitos e seus respectivos vices.
Auxiliares Imediatos dos chefes do Poder Executivo (Ministros de Estado, Secretários Estaduais ou
Municipais).
Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais e Estaduais e Vereadores.
Poder Judiciário: Magistrados e membros do Ministério Público; Exercem funções e mandatos
temporários. Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para fins penais, caso cometam
crimes contra a Administração Pública.
Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória.

Servidores Públicos: são as pessoas que presam serviços ao Estado e também às entidades da
Administração Pública indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e sua
remuneração é paga pelos cofres públicos.
Servidores públicos podem ser:
a) estatutários: são os que ocupam cargo público, sob regime estatutário;
b) empregados públicos: muito embora sejam celetistas, precisam de aprovação em concurso
público e sua demissão precisa ser motivada;
c) temporários ou em regime especial: são os contratados por tempo determinado, por meio de lei
regulamentadora; ou

72
ROSSI, L., Manual de Direito Administrativo, 4ª Edição, Editora Saraiva, 2018.

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d) cargos comissionados: são os de livre nomeação e exoneração, tem caráter provisório e se
destina às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser
comissionados.

Os servidores públicos são ocupantes de cargos (servidores regidos pelo regime estatutário. Os cargos
são simples e indivisíveis unidades de competência a serem ocupadas por um agente, empregos ou
funções públicas.

Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam serviços à Forças Armadas (Marinha,
Aeronáutica, Exército - art. 142, caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42, CF).
Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças militares possuem vinculação estatutária,
e não contratual, mas o regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da aplicável aos
servidores civis. Tem vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga
pelos cofres públicos.
Vale dizer que os militares fazem jus a algumas vantagens próprias do trabalhador privado: décimo
terceiro salário, salário-família, férias anuais remuneradas, licença à gestante, licença-paternidade e
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e
pré-escolas. E estão sujeitos a algumas normas próprias dos servidores públicos: teto salarial, limitações,
forma de cálculo dos acréscimos salariais e irredutibilidade de vencimentos73.

Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores de serviços ao Estado sem vinculação


permanente de emprego e sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser prestada de
diversas formas, segundo entendimento de Celso Antônio Bandeira de Mello, se dá por:
a) requisitados de serviço: como mesários e convocados para o serviço militar (conscritos);
b) gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontaneamente uma tarefa
pública, em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para proteger o interesse
público. Exemplo: socorrista de parturiente;
c) contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo, de jurista famoso contratado
para emitir um parecer;
d) concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal;
e) delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios.

Importante destacar que os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando


temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de improbidade administrativa (art. 2.º da Lei
n. 8.429/92) e, enquanto exercerem a função, são considerados funcionários públicos para fins penais,
respondendo, assim, pelos crimes que cometerem. A Administração Pública responde pelos danos
causados a terceiros por este agente, voltando-se, depois, contra o agente público delegado.

Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e legítimo com o Estado exerce função pública,
acreditando estar de boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso, não há
investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas.
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade pública com a presunção de que tem
legitimidade, mas há alguma ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma posse
sem cumprir algum requisito do cargo. Ex. uma pessoa para o concurso da magistratura, porém, ainda
carrega uma “DP” da faculdade que não tinha conhecimento.
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de calamidade pública ou emergência.

Classificação

Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos,
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público).
Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco, um
serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os registradores de imóveis,
os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de serviço público, entre outros.

73
DI PIETRO, M. S. Z., Direito Administrativo, 31° Edição, Editora Forense, 2018.

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Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado
evento ou atividade, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

Questões

01. (CEASA/RS - Analista - Administrador - FUNDATEC/2022) Com base em Meirelles (2018),


relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando as expressões aos respectivos conceitos relativos à
Administração Pública.

Coluna 1
1. Agentes credenciados.
2. Agentes públicos.
3. Agentes políticos.
4. Agentes administrativos.

Coluna 2
( ) São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma
função estatal.
( ) São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções,
mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de
atribuições constitucionais.
( ) São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou a suas entidades autárquicas e fundacionais por
relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade
estatal a que servem.
( ) São os que recebem a incumbência de representar a Administração em determinado ato ou praticar
certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


(A) 4 – 3 – 2 – 1.
(B) 3 – 2 – 1 – 4.
(C) 2 – 3 – 4 – 1.
(D) 3 – 4 – 2 – 1.
(E) 2 – 4 – 1 – 3.

02. CRESS/SC - Assistente Administrativo Jr. - (Quadrix) Quanto aos agentes e serviços públicos,
julgue o item.
É permitido o ingresso em cargo em comissão sem a prévia aprovação em concurso público.
( )Certo ( )Errado

03. (Câmara Legislativa do Distrito Federal -FCC) O conceito de agente público na extensão a este
atualmente conferida pela Constituição da República, predica que:
(A) os militares, a partir da edição da Emenda Constitucional n° 20/98, não mais se enquadram na
definição de agentes públicos, sujeitos que estão a regime jurídico próprio, diverso dos servidores
públicos.
(B) os particulares que atuam em colaboração com a Administração, tais como aqueles convocados
para prestação de serviço eleitoral, são agentes públicos, na medida em que exercem função pública,
embora não se enquadrem na categoria de agente administrativo.
(C) são considerados agentes administrativos apenas os detentores de mandato eletivo e seus
auxiliares diretos, também denominados agentes políticos, diversamente dos agentes públicos que detém
vínculo funcional com a Administração, denominados servidores públicos.
(D) os ocupantes de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, assim como os temporários
e os empregados públicos são considerados agentes administrativos, em contraposição aos ocupantes
de cargo efetivo, cuja natureza do vínculo confere apenas a estes últimos a condição de agentes públicos.
(E) os agentes políticos ocupantes de cargo efetivo provido por meio de mandato eletivo não são
considerados servidores públicos para fins previdenciários, embora se enquadrem na categoria de
agentes administrativos.

04. (TJ/SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - VUNESP). Com relação aos agentes
públicos, é correto afirmar:

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(A) os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas são
agentes públicos.
(B) todos os agentes públicos são regidos pelo regime estatutário.
(C) as pessoas jurídicas podem ser agentes públicos.
(D) a regência pela legislação trabalhista exclui a situação jurídica de agente público.

05. (IF/PA - Auditor - IF/PA) Agentes Públicos são todas as pessoas físicas incumbidas de exercer
alguma função estatal, seja de forma definitiva ou de forma transitória, esses agentes desempenham suas
funções nos órgãos aos quais estão vinculados, vale ressaltar que, os cargos e as funções são
independentes dos agentes. Em relação aos agentes públicos, assinale a alternativa CORRETA:
(A) Agentes honoríficos: são os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública Direta ou
às Autarquias por relações profissionais. Sujeitam-se à hierarquia funcional; são funcionários públicos
com regime jurídico único (estatutários); Respondem por simples culpa ou dolo pelos atos ilícitos civis,
penais ou administrativos que praticarem; Funcionários de para-estatais: não são agentes administrativos,
todavia seus dirigentes são considerados funcionários públicos; Funcionários das Fundações Públicas:
são agentes administrativo.
(B) Agentes Credenciados: são particulares que, por delegação do Estado, executam atividade ou
serviço público, em nome próprio, por conta e risco, mas sempre sob a fiscalização da administração
pública. Apesar de colaborarem com o Poder Público, os agentes delegados não são considerados
servidores públicos, pois não atuam em nome do Estado. A remuneração que recebem não é paga pelos
cofres públicos, mas sim pelos usuários do serviço. São os concessionários e permissionários de serviços
públicos, os leiloeiros, os tradutores públicos, entre outros.
(C) Agentes políticos: exercem atribuições constitucionais. Ocupam os cargos dos órgãos
independentes (que representam os poderes do Estado) e dos órgãos autônomos (que são os auxiliares
imediatos dos órgãos independentes). Exs.: Presidente da República, Senadores, Governadores,
Deputados, Prefeitos, Juízes, Ministros, etc. Exercem funções e mandatos temporários; Não são
funcionários nem servidores públicos, exceto para fins penais, caso cometam crimes contra a
Administração Pública.
(D) Agentes delegados: os agentes credenciados são os que recebem a incumbência da administração
para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade, mediante remuneração do Poder
Público credenciante. Como exemplo, podemos citar quando é atribuída a alguma pessoa a tarefa de
representar o Brasil em determinado evento internacional.
(E) Agentes administrativos: so cidadãos requisitados ou designados, em função da sua honra, de sua
condição cívica para, transitoriamente, colaborarem com o Estado mediante a prestação de serviços
específicos, não possuindo qualquer tipo de vínculo com a administração, atuando usualmente sem
remuneração. Enquanto desempenham a função pública, ficam momentaneamente inseridos na
hierarquia do órgão. Exemplos de agentes honoríficos são os jurados, mesários eleitorais e os membros
dos Conselhos Tutelares.

Gabarito
01.B / 02.Certo / 03.B / 04.A / 05.C
Comentários

01. Resposta: B
Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade (mesário,
jurado, servidor público, etc.).

Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função pública (pode cair em sua prova com a
nomenclatura “munus publico”) de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de comando e chefia
de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ingressam em regra, por meio de eleições,
desempenhando mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Estado também termina
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional,
mas institucional e estatutária.
Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos,
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público).

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Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado evento
ou atividade, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

02. Resposta: Certo


O cargo em comissão pode ser de livre nomeação da autoridade competente, logo, não precisa de
concurso público.

03.Resposta: B
Particulares em colaboração: os particulares em colaboração com a Administração constituem uma
classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São
agentes públicos, mas não integram a Administração e não perdem a característica de particulares.
Exemplos: jurados, recrutados para o serviço militar, mesário de eleição.

04. Resposta: A
Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta (dentre as pessoas jurídicas da Administração Indireta, inclui as autarquias e as
fundações públicas), também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade

05. Resposta: C
Agentes políticos exercem uma função de alta direção do Estado. Os agentes políticos são
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.

Servidores Públicos

Em sentido amplo, são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.
Já os servidores públicos em sentido estrito, são aqueles que possuem uma relação com o regime
estatutário, que sejam ocupantes de cargos públicos efetivos ou em comissão e se submetam a regime
jurídico de direito público.
Os servidores públicos abrangem os servidores estatutários, empregados públicos, os servidores
temporários e os comissionados.

a) Servidores estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão sob o regime


estatutário. Quando nomeados, ingressam numa situação jurídica previamente definida, à qual se
submetem com o ato da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes por meio de contrato
entre o servidor e a Administração, mesmo que com a concordância de ambos, por se tratar de normas
de ordem pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a Administração, há termo de posse.
Há para os servidores estatutários a pluralidade normativa, ou seja, cada Ente Federativo tem
autonomia para disciplinar suas normas estatutárias, sendo a escolha do regime estatutário do Chefe do
Executivo (artigo 61, §1°, II, ‘c’, CF). Ex. União, Lei 8.112/90, Estado de São Paulo, Lei 10.261/68.
A competência para julgar processos dos estatutários é a Justiça Comum, de acordo com a esfera de
cada um (Justiça Federal – estatutários federais, Justiça Estadual – estatutários estaduais e municipais).

b) Empregado público: são os contratados pelo regime CELETISTA, porém se submetem às normas
constitucionais quanto à investidura, acumulação de cargos, vencimentos, etc. Mesmo sendo celetistas,
há a necessidade da aprovação de concurso público e se submetem ao teto remuneratório.
Os empregados públicos são os que ocupam empregos na Administração Pública Indireta (empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações estatais de direito privado). Eles não gozam da
estabilidade, porém, a dispensa deve ser motivada.
A competência para julgar ações dos empregados públicos é da Justiça do Trabalho.

c) Temporários ou Regime Especial: são os contratados por tempo determinado, com base no artigo
37, IX, CF. Não ocupam cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso público, mas
a Administração Pública deve respeitar os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade,
realizando um processo seletivo simplificado, conforme o artigo 3° da Le 8.745/93.

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O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou
a acréscimo extraordinário de serviços.
Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária a existência de lei regulamentadora,
com a previsão dos casos de contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a
motivação do interesse público.
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar expressamente
a causa que enseja sua contratação. O temporário pode ser regido por legislação específica, não
necessariamente pela CLT.

d) Cargos em Comissão74: Cargos de provimento em comissão são aqueles de livre escolha,


nomeação e exoneração, de caráter provisório, destinando-se às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, podendo recair ou não em servidor efetivo do Estado. Ao servidor ocupante
exclusivamente de cargo em comissão aplica-se o regime geral de previdência social previsto na
Constituição Federal, artigo 40, § 13.

Cargo, Emprego e Função Pública e Suas Formas de Remuneração

Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de trabalho na Administração Pública ocupadas
por servidores públicos. A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo,
emprego e função para designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na
Administração.

Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta de suas autarquias
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções
específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função,
porém, nem toda função pressupõe a existência de um cargo.
Para Melo75 são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação própria.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios são
distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cargos
criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão de
vencimento ou remuneração.
Criar um cargo é oficializa-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas
competências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos públicos da União, o vencimento
é pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma que, ao
mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há o aproveitamento
de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior.
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser efetuada por meio de lei.
O art. 84, VI, “b” da CF traz exceção ao atribuir competência para o Presidente da República para
dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.

Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) e somente podem ser
criados por lei.

Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos servidores.


São espécies:
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente federado.

Questões

74 http://www.portaldoservidor.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=561
75 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.

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01. (IPE Prev - Analista em Previdência - Direito - INSTITUTO AOCP/2022) Segundo a Constituição
Federal de 1988, assinale a alternativa correta.
(A) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
(B) A proibição da acumulação remunerada de cargos públicos estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias e fundações, mas não inclui as empresas públicas e as sociedades de economia
mista.
(C) São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
(D) A ordem social tem como base o bem-estar e como objetivos o primado do trabalho e a justiça
sociais.
(E) A sociedade exercerá a função de planejamento das políticas sociais, assegurada, na forma da lei,
a participação do Estado nos processos de formulação, de monitoramento, de controle e de avaliação
dessas políticas.

02. (PGE/RO - Procurador do Estado - CESPE-CEBRASPE/2022) Acerca dos agentes públicos e de


assuntos correlatos, assinale a opção correta.
(A) A denominação agentes públicos engloba, de forma genérica, os sujeitos que exercem,
necessariamente de forma remunerada, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades públicas, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo.
(B) Empregado público é o agente público celetista aprovado em concurso público, cuja carteira de
trabalho deve ser assinada.
(C) Pessoa designada para atuação como jurado em tribunal do júri é considerada agente público e
classificada como agente delegado.
(D) Os cargos em comissão também são chamados de cargos de confiança e, de acordo com a
Constituição Federal de 1988, só podem ser contratados para funções de direção.
(E) Denomina-se cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades que são previstas na
estrutura organizacional e que devem ser exercidas pelo empregado público.

03. (ITEP/RN - Agente de Necrópsia - INSTITUTO AOCP/2018) Referente a cargos, empregos e


funções públicas, assinale a alternativa correta.
(A) A Constituição Federal não difere cargos de empregos públicos.
(B) Funções públicas são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista.
(C) Empregos públicos são plexos unitários de atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos
de direção, chefia ou assessoramento, a serem exercidos por titular de cargo efetivo, da confiança da
autoridade que os preenche.
(D) Nas pessoas de Direito Privado da Administração Pública indireta, isto é, nas empresas públicas e
sociedades de economia mista e fundações governamentais, tanto há servidores ocupantes de cargos
quanto servidores ocupantes de empregos públicos.
(E) Cargos públicos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas
por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas
de direito público.

04. (VUNESP - 2018 - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Técnico Legislativo) O
lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas
que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a
ela equivalente é denominado
(A) função delegada.
(B) emprego público.
(C) função gratificada
(D) atividade comissionada.
(E) cargo público.

Gabarito

01.A / 02.B / 03.E / 04. E

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194
Comentários

01. Resposta: A
Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;

Cargos em Comissão : Cargos de provimento em comissão são aqueles de livre escolha, nomeação
e exoneração, de caráter provisório, destinando-se às atribuições de direção, chefia e assessoramento,
podendo recair ou não em servidor efetivo do Estado. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em
comissão aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constituição Federal, artigo 40, § 13.

02. Resposta: B
Empregado público é o contratado pelo regime CELETISTA, porém se submetem às normas
constitucionais quanto à investidura, acumulação de cargos, vencimentos, etc. Mesmo sendo celetistas,
há a necessidade da aprovação de concurso público e se submetem ao teto remuneratório.

03. Resposta: E
Essa definição vem de Celso Antônio Bandeira de Melo, “Para Melo76 são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem titularizadas por um agente. São criados por lei, previstos em número
certo e com denominação própria.”

04. Resposta: E
O texto introdutório da questão é o conceito doutrinário de cargo público, “é o lugar dentro da
organização funcional da Administração Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado
por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções específicas e remuneração fixada em
lei ou diploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem toda função pressupõe a
existência de um cargo”.

7. Os Poderes constitucionais na administração pública

PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Deveres da Administração Pública

Dever de Agir: o administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse poder
em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Ex.: O prefeito da cidade “X” não pode deixar
de praticar atos de seu dever funcional (zelar pelo meio ambiente, promover limpeza da cidade,
saneamento básico etc.).
O dever de agir tem o objetivo de garantira continuidade dos serviços e o atendimento do interesse
público. Vincula-se a este dever o de exercer com dedicação e zelo as atribuições do cargo, ser assíduo
e pontual, sem prévia autorização, não se ausentar do serviço, cumprido rigorosamente seu horário, não
realizar atividades de forma desidiosa, não exercer atividades, durante o horário de serviço, que não
sejam compatíveis ao seu cargo ou função.
CF, Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

76 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.

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195
Dever de Probidade ou Honestidade: é a boa-fé do agente público. A probidade é um elemento
essencial na conduta do agente público necessária à legitimidade (validade) do ato administrativo. O
administrador ao desempenhar suas atividades deve atuar em consonância (harmonia) com os princípios
da moralidade e da honestidade. É um dever pautado na ética e moral.
Em contrapartida, a improbidade relaciona-se ao ato praticado pelo administrador que importa
enriquecimento ilícito; lesão ao erário; ato decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário e aos atos que atenta contra os princípios da administração pública.
Importante ressaltar que a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos
bens e interesses da coletividade.
Vale mencionar o Art. 37, § 4º da CF “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.

Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos. É uma forma de realizar
a transparência dos gastos públicos. Ex. a cidade “X” recebe verba destinado à saúde, sendo assim terá
que ter uma prestação de contas por parte do responsável para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com
cirurgias, “Z” com insumos e assim por diante.
CF, Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional. Exige-se então uma boa administração.

Dever de Urbanidade: Significa77 tratar com educação e respeito os colegas de trabalho e o público
em geral. No local de trabalho, torna-se necessário manter ambiente adequado à realização das
atividades, para que estas não sejam interrompidas ou dificultadas por exasperações emocionais,
grosserias, ofensas verbais ou físicas.
Dever de Assiduidade: Ligado78 ao adequado desempenho das atribuições do cargo, significa a
imposição, ao servidor, de comparecimento ao local de trabalho, nos dias e horários determinados. Em
geral, inclui-se no dever de assiduidade o de pontualidade.

Poderes da Administração Pública

O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público (conjunto de normas
que disciplina a atividade estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador público para
exercer suas funções necessita ser dotado de alguns poderes.
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração cumprir com
sua finalidade, contudo, devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o regem.
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo dever de agir, de probidade, de prestar
contas e o dever de pautar seus serviços com eficiência.

Características e Subcaracterísticas dos Poderes Administrativos

Características
a) Obrigatoriedade: o administrador deve exercer os poderes obrigatoriamente, ou seja, o poder não
tem o exercício facultativo, não cabe ao administrador exercer juízo de valor sobre o exercício ou não do
poder.
b) Irrenunciabilidade: se o administrador público tem o dever de exercer o poder, ele não pode
renunciá-lo, já que essa atividade gerará benefícios para o bem comum. Fica mais claro quando
comparamos determinada situação, por ex. o particular tem o “poder de agir” facultativo, realiza a
atividade se quiser ou não, diferente quando o assunto é a atividade realizada pelo administrador público,
onde esse tem a obrigação de exercê-la.
Destacando que, se a Administração Pública deixar de exercê-lo haverá responsabilização por parte
do agente público;
77
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018.
78
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018.

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c) Limitação legal: embora seja um poder irrenunciável e seu exercício seja obrigatório, o
administrador deve agir dentro dos limites legais, cumprir exatamente com o que a lei determina, sob
pena de ser responsabilizado.

Subcaracterísticas
a) Necessidade: o administrador deve, antes de agir, verificar se o ato é realmente necessário.
Ex.: 1º Determinada escola não cumpre com as regras de acessibilidade. É necessário fechá-la por
isso? Cidade X fará aniversário e a prefeitura realizará festa comemorativa. É necessário contratar cantor
famoso?
Tais decisões são de caráter subjetivo, tendo em vista a análise do gestor público da real necessidade
em agir, no entanto, cumpre ressaltar que em toda decisão administrativa deve ser demonstrada a sua
necessidade.
b) Proporcionalidade: o ato deve ser proporcional à situação. Ato proporcional é a determinação de
adequação.
c) Adequação: proporcionalidade e adequação caminham juntas, por isso muitas vezes se
confundem. O agente público somente age nos limites da lei quando suas ações são pautadas por essas
três subcaracterísticas (necessidade, proporcionalidade e adequação). A ausência de uma ou mais
implica em excesso de poder, que resulta em responsabilização.

Espécies de Poderes

Poder Vinculado: quando o poder é vinculado, o administrador não tem possibilidade de exercer juízo
de valor, ou seja, não tem campo de discricionariedade. Ocorre quando a lei determinada que se atue de
determinada forma, não dando escolha para o agente.
Ex.: licença para construir. Se um cidadão cumpre com todos os requisitos legais, a licença deve ser
concedida, assim a concessão da licença é ato vinculado, não cabendo ao agente público deixar de
concede-la. Também é exemplo de poder vinculado, o poder que tem o agente público de instaurar
processo administrativo para averiguação de irregularidades cometidas por um servidor.

Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em que o


agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a oportunidade do ato
a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário também é delimitado pela lei,
porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador público.
São exemplos de poder discricionário: a nomeação para cargo em comissão, uma vez que o
administrador irá nomear aquele que é de sua confiança. Também é exemplo de poder discricionário a
aplicação de penalidades. Acima vimos que a instauração do processo administrativo é poder vinculado.
Uma vez sendo verificado o ilícito, o agente que assim atuou deve ser punido. No mais a lei confere
algumas espécies de sanções, então, cabe ao administrador, de acordo com o juízo de conveniência e
oportunidade, escolher qual punição será aplicada.

Questões

01. (IPASSP - Agente Administrativo - OBJETIVA CONCURSOS/2022) De acordo com


ALEXANDRINO e PAULO, o poder da administração pública, em que o agente administrativo dispõe de
uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática do ato,
quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher, dentro dos limites legais, o seu conteúdo (objetivo), é o
poder:
(A) Hierárquico.
(B) Vinculado.
(C) Discricionário.
(D) Disciplinar.
(E) Regulamentar.

02. (TJ/RJ- Analista Judiciário - FGV) Prefeito municipal praticou ato administrativo escolhendo, por
meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas da cidade serão asfaltadas nos próximos
meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do poder administrativo:
(A) vinculado;
(B) hierárquico;
(C) normativo;

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197
(D) discricionário;
(E) regulamentar.

Gabarito

01.C / 02.D

Comentários

01. Resposta: E
Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em que o
agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a oportunidade do ato
a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário também é delimitado pela lei,
porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador público.

02. Resposta: D
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher quais ruas
seriam asfaltadas nos próximos meses.

Poder Hierárquico: a Administração Pública é hierarquizada, ou seja, existe um escalonamento de


poderes entre as pessoas e órgãos. É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está obrigado
a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não sejam manifestamente ilegais. É também esse
poder que autoriza a delegação, a avocação, etc.
A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos, bem como cargos e funções, de forma
que haja harmonia e unidade de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e o
subordinado dentro do quadro da Administração Pública.

Compete ainda a Administração Pública:


a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), que tenham como objetivo ordenar a
atuação dos órgãos subordinados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos e não
devem ser confundidas com os regulamentos, por serem decorrentes de relação hierarquizada, não se
estendendo a pessoas estranhas;
b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, salvo para os manifestamente ilegais;
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de verificar a legalidade de seus atos e o
cumprimento de suas obrigações, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes, seja
ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma provocação) ou por provocação dos
interessados, através dos recursos hierárquicos;
d) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado;
e) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.

Podemos perceber que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa, permitindo a


distribuição de competências dentro da organização administrativa.
Exemplo: quando a própria lei atribui uma competência, com exclusividade, a alguns órgãos
administrativos, principalmente os colegiados, excluindo a influência de órgãos superiores.

A relação hierárquica encontra-se da seguinte forma:


- gradua a competência de cada um;
- coordena relações;
- subordina uns aos outros; e
- é uma relação estabelecida entre órgãos.

Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que subordina
uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um.

Di Pietro79: “Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de
coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma

79
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014.

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distribuição de competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência em relação à
outra; o juiz da instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior, nem dar ordens ou
revogar e anular os atos por este praticados. Com a aprovação da Reforma do Judiciário pela Emenda
Constitucional nº 45/2004, cria-se uma hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder
Judiciário, uma vez que suas decisões sobre matéria constitucional, quando aprovadas como súmulas,
nos termos do artigo 103-A, introduzido na Constituição, terão efeito vinculante para todos. O mesmo
ocorrerá com as decisões definitivas proferidas em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º). No
Legislativo, a distribuição de competências entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja
absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do Congresso.”

Ressaltando por fim que, mediante decreto, será de competência do Presidente da República (art. 84
CF/88) versar sobre a organização e funcionamento da Administração Pública Federal, mas caso implicar
o aumento das despesas ou até mesmo na criação e extinção de órgãos públicos, será mediante lei.

Questões

01. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB) No tocante aos poderes
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB). Delegação e avocação são institutos relacionados ao
poder interno e permanente da Administração Pública denominada:
(A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.

03. (Câmara Municipal de Caruaru/PE - Analista Legislativo - FGC) A Administração Pública


escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a função administrativa,
por meio do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) vinculado.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.D

Comentários

01. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a
de rever os atos dos seus subordinados.

02. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:

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a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente público
chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação vertical (de cima
para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação.
b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte de sua
competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da avocação, a delegação
não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do oficial de justiça que cumpre os
mandados do colega que está de férias.

03. Resposta: D
É o de que dispõe o Executivo para distribuição e escalonamento das funções de seus órgãos, ordenar
e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.

Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.
Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando praticarem infração funcional, que é aquela
que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente.
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador público
verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto. Para tanto ele
deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da infração, bem como os
prejuízos causados e os antecedentes do agente público.
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar sua
regularidade.

Questões

01. (Prefeitura de Varginha/MG - Procurador Municipal - OBJETIVA/2022) De acordo com DI


PIETRO, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:
Poder ___________ é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades
aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à ___________________.
(A) disciplinar | cautela jurisdicional
(B) de polícia | lei e ordem
(C) disciplinar | disciplina administrativa
(D) de polícia | constitucionalidade da Administração

02. (TELEBRAS - Especialista em Gestão de Telecomunicações - CESPE-CEBRASPE/2022)


Julgue o item que se segue, com base na teoria do direito administrativo e nas normas que o regem.
O poder disciplinar da administração pública federal decorre do poder hierárquico e pode alcançar
tanto agentes públicos quanto outras entidades sujeitas à disciplina da administração pública, como, por
exemplo, uma empresa privada que celebre contrato administrativo com órgão público federal.

( ) certo ( ) errado

03. (FGV - Escrivão de Polícia (PC AM)/4ª Classe/2022 - FGV/2022) O Estado Beta, por meio de sua
Polícia Civil, celebrou contrato administrativo para aquisição de insumos que serão utilizados por seus
órgãos de polícia técnica e científica. Ocorre que a sociedade empresária contratada descumpriu a
legislação de regência e o próprio contrato, de maneira que, observadas as formalidades legais, lhe foram
aplicadas sanções administrativas.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a imposição das citadas
penalidades administrativas pelo poder público estadual sobre a sociedade empresária decorreu
diretamente do poder administrativo
(A) de polícia.
(B) de perícia.
(C) hierárquico.
(D) disciplinar.
(E) regulamentar.

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200
Gabarito

01.C / 02.errado / 03.D

Comentários

01. Resposta: C
Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.

02. Resposta: errado


O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se confunde. No uso do
poder hierárquico a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas; no uso do
poder disciplinar ela controla o desempenho dessas funções e a conduta interna de seus servidores,
responsabilizando-os pelas faltas cometidas.80

03. Resposta: D
O poder disciplinar abrange somente as sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a
multa, a suspensão e a demissão. Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis
que podem ser aplicadas ao caso concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.

Poder Regulamentar ou Poder Normativo: é o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar
regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finalidade de oferecer fiel execução à lei, sendo,
portanto, privativa dos Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável.
Podemos dizer então que esse poder, são normas internas da Administração. Como exemplo temos a
seguinte disposição constitucional (art. 84, IV, CF/88):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]


IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua
fiel execução.

De acordo com Mazza81 “O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla
denominada poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como:
regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias”.

A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes quanto ao modo de aplicação de dispositivos


legais, dando maior clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na lei.
- Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram efeitos para todos (erga omnes); e
- O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a circunstância ou atividade que poderá
ocorrer e a norma regulamentadora que disciplina eventual atividade.

Para Mazza82 “existem casos raros em que os atos regulamentares são gerais e concretos, como
ocorre com os regulamentos revogadores expedidos com a finalidade específica de extinguir ato
normativo anterior. Trata-se, nessa hipótese, de ato geral e concreto porque se esgota imediatamente
após cumprir a tarefa de revogar o regulamento pretérito”.

Tal privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com a regra prevista
no art. 13, I, da Lei nº 9.784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a edição de atos de
caráter normativo. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade
de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União a competência para dispor, mediante decreto, sobre:

A) Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa


nem criação ou extinção de órgãos públicos; e

80
Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 146.
81
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.
82
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.

Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05


201
B) Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF, como os únicos casos admitidos
de delegação de competência regulamentar.
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer
regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências.
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na
medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação
à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar porque a
edição de regulamentos é privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso, os atos
normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações, simultaneamente,
gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência regulamentar.
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes
do caráter infralegal dessa atribuição, que são:
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não
foram objeto de lei anterior;
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.

Questões

01. (Pref. Sobral - Guarda Civil Municipal - CEV UECE/2022) “A prerrogativa conferida à
Administração Pública para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação”
denomina-se poder
(A) disciplinar.
(B) discricionário.
(C) hierárquico.
(D) regulamentar.

02. (PC/AM - Investigador de Polícia - FGV/2022) Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa,
dentro de sua competência legal, editou ato administrativo geral e abstrato, com efeito erga omnes, para
complementar e facilitar a execução de determinada lei, minudenciando seus termos.
A providência adotada pelo chefe institucional da Polícia Civil estadual está diretamente relacionada
ao poder administrativo
(A) de polícia, eis que editada pelo superior hierárquico da Polícia Civil.
(B) de segurança pública, que tem prioridade legal, juntamente com o de saúde, sobre os demais
poderes administrativos.
(C) hierárquico, que consiste em um poder de estruturação externa da atividade pública.
(D) normativo, que não pode contrariar a lei, sob pena de invalidação.
(E) disciplinar, porque regulamenta atividades administrativas da Polícia Civil.

03. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil - FUNCAB) No que se refere aos poderes da Administração
Pública, é correto afirmar que:
(A) praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra a autoridade
delegante caberá mandado de segurança, ou outra medida judicial, por ser detentora da competência
originária.
(B) o Poder regulamentar deverá ser exercido nos limites legais, sem inovar no ordenamento jurídico,
expedindo normas gerais e abstratas, permitindo a fiel execução das leis, minudenciando seus termos.
(C) o Poder Hierárquico é o escalonamento vertical típico da administração direta. Desta forma, a
aplicação de uma penalidade pelo poder executivo da União a uma concessionária de serviço público é
uma forma de manifestação deste Poder.
(D) tanto a posição da doutrina, quanto da jurisprudência são pacíficas sobre a possibilidade de edição
dos regulamentos autônomos, mesmo quando importarem em aumento de despesas.
(E) decorre do Poder Hierárquico a punição de um aluno de uma universidade pública pelo seu reitor,
uma vez que este é o chefe da autarquia educacional, sendo competência dele a punição dos alunos
faltosos.

04. (TRT 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta, a respeito
dos poderes da administração.

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(A) A autoexecutoriedade inclui-se entre os poderes da administração
(B) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos é expressão do poder
discricionário
(C) Poder disciplinar da administração pública e poder punitivo do Estado referem-se à repressão de
crimes e contravenções tipificados nas leis penais.
(D) O poder regulamentar refere-se às competências do chefe do Poder Executivo para editar atos
administrativos normativos.
(E) O poder de polícia não se inclui entre as atividades estatais administrativas.

05. (TRE/RR - Técnico Judiciário - FCC) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
(A) disciplinar.
(B) regulamentar.
(C) hierárquico.
(D) de polícia.
(E) normativo.

Gabarito

01.D / 02.D / 03.B / 04.D / 05.C

Comentários

01. Resposta: D
O Poder Normativo ou Poder Regulamentar relaciona-se ao poder que a Administração possui em
editar atos para complementação da lei. Se regulamenta por Decreto, em obediência ao artigo 84, IV, CF.

02. Resposta: D
É fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes do caráter
infralegal dessa atribuição, que são:
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não
foram objeto de lei anterior;
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.

03. Resposta: B
De acordo com Alexandre Mazza, o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e consiste na
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais
e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.

04. Resposta: D
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo o art. 84, IV, CF/88.

05. Resposta: C
O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa (apesar
de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga omnes e
abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas gerais e atos
normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito erga omnes.

Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir e frenar o exercício
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex.: fiscalização.
Será considerado originário, o Poder de Polícia exercido pelas pessoas políticas do Estado, como é o
caso da União, Estados e Municípios. Por sua vez o poder delegado é aquele exercido pelas pessoas
pertencentes à Administração Indireta. Estes recebem o poder e o executam.

O art. 78 do Código Tributário Nacional assim conceitua poder de polícia:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de

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interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade dos
particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular.
O poder de polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais:

- Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico. Exemplo: Ato que proíbe a venda de
bebidas alcoólicas a menores - atinge todos os estabelecimentos comerciais.
- Ato individual é aquele que tem um destinatário específico. Exemplo: Autuação de um
estabelecimento comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo, segurança.

O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento. Poderá
retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio e televisão
sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família. Exemplo: Livros que façam
apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem crianças, etc.
Os meios de atuação da Administração no exercício do poder de polícia compreendem os atos
normativos que estabelecem limitações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos
administrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressivas, dotados de coercibilidade.
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for
competente, o ato não será considerado válido.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que são
previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coletividade. Neste
pensamento podemos indagar o seguinte, poder de polícia pode ser exercido por meio de atos vinculados
ou de atos discricionários, neste caso quando houver certa margem de apreciação deixada pela lei.

Limites83

Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe alguns limites quanto à competência, à
forma, aos fins ou ao objeto.
Quanto à competência e procedimento (forma), observa-se as normas legais pertinentes, a lei.
Já em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público. A
autoridade que fugir a esta regra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas
as consequências nas esferas civil, penal e administrativa. O fundamento do poder de polícia é a
predominância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso qualquer benefício em
detrimento do interesse público.
Enquanto que o objeto (meio de ação), deve-se considerar o princípio da proporcionalidade dos meios
aos fins. O poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse público que
visa proteger, pois sua finalidade é assegurar o exercício dos direitos individuais, condicionando-os ao
bem-estar social. Só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na
medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais.
Para os executores dos atos de polícia, pode não ser fácil o estabelecimento das linhas divisórias entre
a discricionariedade e a arbitrariedade. Mister se faz que os executores dos atos de polícia tenham
treinamento adequado, com bons conhecimentos dos direitos dos cidadãos, para se aterem aos limites
legais do poder de polícia, e não adotarem a arbitrariedade.
Um freio eficiente para deter a arbitrariedade é o bom senso nos atos de polícia. Bom senso na
verificação dos resultados de cada atitude. Bom senso na aplicação da coercitividade. Deve-se manter a
proporcionalidade entre a infração e o ato coercitivo, para não se extrapolar os limites estabelecidos.
Portanto, com os limites impostos à discricionariedade, o que se pretende é vedar qualquer
manifestação de arbitrariedade por parte do agente do poder de polícia. A intenção não é extinguir os

83
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8930

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direitos individuais com as medidas administrativas referentes ao poder de polícia mas sim aplicar os
princípios da necessidade, proporcionalidade, eficácia e razoabilidade.

Extensão

Assim ensina Meirelles:


“A extensão do poder de polícia é hoje muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral e aos bons
costumes, a preservação da saúde pública, a censura de filmes e espetáculos públicos, o controle das
publicações, a segurança das construções e dos transportes, a manutenção da ordem pública em geral,
até à segurança nacional em particular. Daí, encontramos nos Estados modernos, a polícia de costumes,
a polícia sanitária, a polícia das águas e da atmosfera, a polícia florestal, a polícia rodoviária, a policia de
trânsito, a polícia das construções, a polícia dos meios de comunicação e divulgação, a polícia política e
social, a polícia da economia popular, e outras que atuam sobre as atividades individuais que afetam ou
possam afetar os superiores interesses da coletividade, a que incumbe o Estado velar e proteger. Onde
houver interesse relevante da comunidade ou da Nação, deve haver, correlatamente, igual poder de
polícia para a proteção desse interesse público. É a regra sem exceção”.

Poder de Polícia Municipal

Conforme ensina Nelson Nery Costa84, o poder de polícia municipal deve ser entendido como o
conjunto de intervenções administrativas, restringindo direitos e liberdades dos munícipes, em favor dos
interesses da coletividade. Tal poder não se presta para suprimir a cidadania local, mas reduzir os
interesses individuais em prol da coletividade.
O poder de polícia compete, privativamente, ao Município, quando dispõe das matérias previstas nos
incisos do art. 30 da Constituição Federal, em relação aos assuntos de interesse local, organiza e presta
os serviços locais, incluído o de transporte coletivo, promove o adequado ordenamento territorial, além
de outras matérias que lhes são pertinentes, bem como outras fixadas em Constituição Estadual.
Já em outras circunstâncias, tal poder compete concorrentemente com a União e com o Estado, nas
competências previstas nos incisos do art. 23 do texto constitucional federal, como cuidar da saúde e
assistência pública; proteger o meio ambiente e combater a poluição; promover programas de construção
de moradias; fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar, dentre outra85.

Guarda de Trânsito

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE


MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se
confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades
policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção
da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro,
observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes da federação
para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os
Municípios podem determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal. 5. O art. 144, § 8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de
proteção dos bens, serviços e instalações do Município. Até mesmo instituições policiais podem cumular
funções típicas de segurança pública com exercício de poder de polícia. Entendimento que não foi
alterado pelo advento da EC nº 82/2014. 6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de
poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
(STF - RE: 658570 MG, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 06/08/2015, Tribunal Pleno,
Data de Publicação: 30/09/2015)

Atuação da Fiscalização
De forma geral, portanto, os Municípios, através do poder de polícia, atuam na fiscalização de diversas
áreas, tais como, fiscalização de posturas municipais (Ex: autorização de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e industriais; uso dos logradouros públicos; autorização e funcionamento de
84
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014
85
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014

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eventos; shows; autorização e controle de propagandas e anúncios nas áreas públicas, etc.) fiscalização
de obras de construção civil e outras; fiscalização sanitária; fiscalização do meio ambiente; fiscalização
de transporte, dentre outras.

Política de Construções
O município, no exercício de poder de polícia, atua no sentido de coibir a ocupação desordenada de
área pública, bem como de construções em desacordo com as normas legais. Nesse sentido, compete à
Administração Pública, no uso do Poder de Polícia, impedir construções irregulares ou destituídas de
alvará de construção, por exemplo.
O controle administrativo das construções visa evitar e corrigir distorções no crescimento urbano, bem
como os seus efeitos negativos para o meio ambiente e para a qualidade de vida das pessoas.

Regulamentação Edilícia e Licenciamento em geral


Uma das espécies de manifestações do Poder de Polícia ou das limitações administrativas ao direito
de propriedade é denominada polícia edilícia (ou das edificações ou construções). Esta atuação busca
tornar mais segura e digna a vida nas cidades, regulando as construções públicas e particulares.
De acordo com Hely Lopes Meirelles86: “A polícia das construções se efetiva pelo controle técnico-
funcional da edificação particular, tendo em vistas as exigências de segurança, higiene e funcionalidade
da obra segundo a sua destinação e o ordenamento urbanístico da cidade, expresso nas normas de
zoneamento, uso e ocupação do solo urbano”.[
Para um eficaz exercício desse poder-dever do Município, impõe-se a realização de um processo
administrativo de licenciamento e de acompanhamento de construções, ampliações, reformas e
demolições bem como ações de vigilância contra obras clandestinas.
Por serem atividades que intervêm com a ordenação urbana, qualquer construção, ampliação, reforma
ou demolição precisa ser previamente licenciada pelo Poder Público Municipal. A licença é
frequentemente chamada de “alvará” de construção, reforma, ampliação ou demolição.
Durante os processos de regulamentação e licenciamento em geral são avaliados os impactos
positivos e negativos do empreendimento ou da construção na qualidade de vida da coletividade,
abrangendo aspectos tais como, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, geração de tráfego e
demanda por transporte público, ventilação e iluminação, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural,
dentre outros fatores.

Política de Costumes
O poder de polícia não se limita apenas em assegurar a ordem pública, se estende suas ações a limitar
ou disciplinar direitos individuais, ajustando-os ao interesse e ao bem-estar público, conforme os
costumes locais.
Hoje, poderíamos dizer que o poder de polícia está, necessária e obrigatoriamente, atrelado às normas
constitucionais. O Estado é obrigado a agir com o objetivo de adequar o exercício dos direitos individuais
ao bem-estar geral.

Política de Meio Ambiente


O artigo 225 da Constituição Federal estabelece que diz que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Nesse sentido, o exercício do Poder de Polícia na fiscalização do meio ambiente, é essencial para a
prevenção de danos ambientais. Assim, dentre outras atribuições, compete ao município promover a
proteção do meio ambiente, em especial, da fauna e flora, controlar a poluição ambiental, bem como
controlar e fiscalizar as atividades e empreendimentos de que possam decorrer poluição ou agressão à
natureza, de forma a garantir a máxima efetividade à proteção ao meio ambiente.

Política de Higiene
Dentre as atribuições do Poder de Polícia está o dever de fiscalização das normas concernentes à
higiene, conforme disposto no artigo 78 do CTN.
Esta fiscalização em geral é realizada pela Vigilância Sanitária, que tem a missão de proteger à saúde
da população. Para tanto, a Vigilância Sanitária estabelece quais são as normas que devem ser

86
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro, São Paulo: Malheiros, 1993, 6ª ed., p. 351.

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consideradas e respeitadas na produção, uso e circulação de produtos que apresentem algum tipo de
risco para a saúde das pessoas, bem como no funcionamento de bares, restaurantes, etc.
O transporte de alimentos, por exemplo, tem que ser feito em condições tais que protejam o produto
da deterioração ou contaminação e, por conseguinte, protejam a saúde daqueles que vão consumir.

Liberdades Públicas e o Poder de Polícia

Estes se referem aos atributos do poder de polícia. Os atributos do poder de polícia, é certo que
busca-se garantir a sua execução e a prioridade do interesse público. São eles: discricionariedade,
autoexecutoriedade e coercibilidade.

- Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com


sua conveniência e oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e
as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício
de determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixados esses limites, com suas posteriores sanções, a
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.

- Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário intervenha na atuação da


Administração Pública. No entanto, essa liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o
controle desse ato.
Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for prevista em lei, além de seu uso para
situações emergenciais, em que será necessária a atuação da Administração Pública.
Vale lembrar que a administração pública pode executar, por seus próprios meios, suas decisões, não
precisando de autorização judicial.

- Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade, na medida que for necessária será


permitido o uso da força par cumprimento dos atos. A coercibilidade é um atributo que torna obrigatório o
ato praticado no exercício do poder de polícia, independentemente da vontade do administrado.

Polícia Administrativa - Polícia Judiciária87

Existe uma distinção clara entre o poder de polícia administrativa, ora tratada, e o poder de polícia
judiciária. O primeiro tem um caráter essencialmente preventivo, ou até mesmo educativo, enquanto o
segundo age de forma repressiva. O primeiro procura impedir as ações antissociais, e o segundo a punir
os infratores da lei penal, como diz Maria Sylvia Zanella di Pietro.
Isso não quer dizer que o poder de polícia administrativa não pode punir o infrator, como interditar um
estabelecimento ou embargar uma obra, ou mesmo apreender uma mercadoria deteriorada, mas as
punições são provocadas em razão de atos ilícitos administrativos, atos que afrontam a legislação
administrativa.
Quando, porém, a ação ilícita for de natureza penal, a competência de agir pertence à polícia judiciária.
Evidente, porém, que há situações em que o ilícito pode afrontar tanto a legislação administrativa
quanto penal, quando, então, a ação deflagrada, se não for conjunta, deve ter os seus resultados
comunicados ao outro poder policial, para que este cumpra a sua missão.
Não compete, assim, aos Agentes Fiscais de Poder de Polícia Administrativa intervir em ações ilícitas
de natureza exclusivamente penal, como, por exemplo, apreender mercadorias contrabandeadas,
roubadas ou falsificadas.
Tais ações são pertinentes aos policiais judiciários, a Polícia Militar ou Civil. O máximo que se permite
é uma ação desencadeada em conjunto, mas, mesmo assim, o auto de apreensão e o boletim de
ocorrência são documentos lavrados pela polícia judiciária. Do mesmo modo, não cabe aos policiais
judiciários ações puramente afetas aos agentes fiscais administrativos, como exigir a apresentação de
alvará dos estabelecimentos, ou exigir prova de pagamento de tributos. Tais exigências são ilegais e
arbitrárias, a não ser que façam parte de um processo penal em curso.

Uso e Abuso De Poder

87
TAUIL, Roberto Adolfo - “O Poder de Polícia e a Fiscalização Municipal” - disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br/novo/admmun/0030.pdf

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Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará cometendo uma
ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicialmente.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as normas
constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do ingresso ao Poder
Judiciário.
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor os
danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas atribuições
quanto agindo nessa qualidade.

Questões

01. (IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde - FUNDATEC/2022) Sobre o poder de polícia,
assinale a alternativa correta.
(A) O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do
poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
(B) O município não tem competência para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
(C) A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência do Município.
(D) No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são desnecessárias as
notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.
(E) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

02. (MPE/TO - Promotor de Justiça Substituto - CESPE-CEBRASPE/2022) A respeito do poder de


polícia, assinale a opção correta.
(A) A discricionariedade, um dos atributos do poder de polícia, não está necessariamente presente em
todas as suas manifestações.
(B) O poder de polícia é prerrogativa exclusiva do Poder Executivo, para a garantia do interesse
público.
(C) O poder de polícia difere da atividade de investigação criminal por possuir natureza exclusivamente
preventiva.
(D) A motivação do exercício do poder de polícia, por constituir aspecto discricionário, não é passível
de controle judicial.
(E) Devido às situações de urgência que demandam exercício da autoexecutoriedade do poder de
polícia, esse atributo não se sujeita ao devido processo legal.

03. (PC/RJ - Inspetor de Polícia - FGV/2022) Para enfrentamento da emergência de saúde pública
de importância internacional no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, regularmente, no âmbito de
sua competência, adotou a medida de quarentena, consistente na restrição de atividades e separação de
pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estavam doentes e de mercadorias suspeitas
de contaminação, de maneira a evitar a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva
teve base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde feitas
pelo comitê técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e
à preservação da saúde pública.

No caso em tela, a quarentena foi embasada no chamado poder administrativo:


(A) de polícia, mediante imposição de restrições ao exercício de liberdades individuais e ao direito de
propriedade do particular, em prol do interesse coletivo;
(B) de segurança pública, mediante imposição de restrições legais, cujo descumprimento merece
repressão na esfera administrativa e criminal pelos órgãos de segurança pública;
(C) disciplinar, mediante o estabelecimento de normas sanitárias que regem a vida em sociedade, com
base na supremacia do interesse público sobre o privado;
(D) hierárquico, mediante imposição de restrições por autoridades administrativas, que condicionam
liberdade e propriedade individual em prol do interesse público;
(E) regulamentar, mediante edição de normas concretas e específicas para disciplinar situação urgente
que demanda sacrifícios individuais em prol do interesse coletivo.

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Gabarito

01.A / 02.A / 03.A

Comentários
01. Resposta: A
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE
MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se
confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades
policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção
da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro,
observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes da federação
para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os
Municípios podem determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal. 5. O art. 144, § 8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de
proteção dos bens, serviços e instalações do Município.

02. Resposta: A
A Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com sua conveniência e
oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e as sanções aplicáveis
nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício de determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixados esses limites, com suas posteriores sanções, a
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.

03. Resposta: A
Para Celso Antônio Bandeira de Mello.
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo."

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