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Agente Administrativo
conhecimentos específicos
conhecimentos específicos
1. Noções de administração: 1.1. Almoxarifado ................................................................... 1
1.2 Redação oficial ............................................................................................................ 20
1.3 Relações humanas, comunicação e expressão, desenvolvimento organizacional,
atendimento público, guarda e conservação de materiais sob sua responsabilidade ............. 47
2. Rotinas de envio e recebimentos de ofícios, memorandos ............................................ 84
3. Gestão eletrônica de documentos .................................................................................. 95
4. Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos
............................................................................................................................................. 104
4.1. Classificação de documentos de arquivo. ................................................................ 109
4.2. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo............................................. 116
4.3. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo ................................................ 120
4.4. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivo............................. 126
4.5. Preservação e conservação de documentos de arquivo ........................................... 130
5. Noções de Direito Administrativo ................................................................................. 136
5.1. Administração direta e indireta. 5.2. Administração centralizada e descentralizada .. 147
5.3. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies .............. 170
6. Agentes públicos. 6.1. Espécies e classificação. 6.2. Cargo, emprego e função públicos
............................................................................................................................................. 188
7. Os Poderes constitucionais na administração pública .................................................. 196
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
cinco dias úteis para respondê-lo (a).
1
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
1. Noções de administração: 1.1. Almoxarifado
Conceito de Organização1
Organização é uma palavra originada do Grego "organon" que significa instrumento, utensílio, órgão
ou aquilo com que se trabalha. Palavra que também pode ser entendida, como a forma que se dispõe um
sistema (conjunto de elementos), em relação ao modo como eles estão organizados, ou seja, como os
diversos elementos que o compõe estão coordenados e dispostos em um espaço.
No entanto, o conceito que queremos destacar se traduz à forma como ela é aplicada, seja na
organização escolar, na organização empresarial, na organização pessoal, na organização de eventos,
na organização doméstica, etc.
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se
inter-relacionam e na disposição e distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e
materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo objetivo.
Organização Empresarial
Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo
controlado e coordenado, por meio da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo
objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho.
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma
pessoa que exerce um papel fundamental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos
recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa.
Quanto a estrutura de uma organização, esta pode ser formal ou informal. Uma organização formal é
planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Já uma organização informal são as relações
geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução de uma
empresa.
Alguns elementos estão diretamente associados a uma organização, como por exemplo, clientes,
fornecedores, concorrentes, comunicação social, etc. Por isso, também merecem a atenção das
empresas.
A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo,
que podem ser vinculados ao desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação
das necessidades humanas.
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
permanentes ou temporárias. Vejamos algumas definições:
Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo
federal, estadual ou municipal.
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização.
Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados.
Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela
desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios.
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar
os necessitados, desenvolver atividades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro
não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, no entanto o lucro
dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários.
1
http://www.significados.com.br/organizacao/.
Com isso podemos observar que toda organização é composta pelo que chamamos de inputs e
outputs, ou seja, entrada e saída, respectivamente, que ao passarem pelo processo de transformação,
são convergidos em objetivos, e claro, nos produtos ou serviços que serão ofertados aos clientes.
Maximiano2 reforça que toda organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo
de objetivo, e se utiliza de dois componentes importantes: processo de transformação e divisão do
trabalho, como apresentado na figura acima.
Posto isso, para sua melhor compreensão, estudaremos a seguir cada um destes componentes.
Recursos
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.3
Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e
resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no alcance de seus objetivos.
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a
organização administrativa procura a máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção
dos objetivos.
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes:
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos,
instalações, ferramentas, matérias-primas etc.
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos,
créditos, investimentos, contas a receber etc.
2
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004.
3
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/
Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles,
a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o
capital e o trabalho.
Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos.
Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço
prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos.
Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos
de uma empresa, sendo estes os recursos mercadológicos e os administrativos.
Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus
produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição
de preços etc.
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar,
organizar, dirigir e controlar suas atividades.
A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços
no mercado. Assim, todos os recursos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os
recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimento, competência e
tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por
sua vez são inerentes, estáticos e sem vida própria.
Processos de Transformação
É por meio dos processos que as organizações transformam os recursos em resultados, e alguns
processos que se encontram nas organizações são:
Processo de Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas ou da atividade
humana, em produtos e serviços.
Processo de Administração de Encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de
um serviço.
Processo de Administração de Recursos Humanos: transformação de necessidades de mão-de-
obra em disponibilização de pessoas.
Divisão do Trabalho
Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas, e todas contribuem para a realização
dos objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações
individuais e a especialização é o elemento que agrega mais eficiência e eficácia a este processo.
Objetivos
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos (bens), ou serviços (educação, saúde
segurança...). As empresas que produzem bens são chamadas de empresas industriais, enquanto que
as que prestam serviços são chamadas de empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as
empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a comercialização.
A Organização Administrativa4
4
MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015.
As funções organizacionais condizem as tarefas especializadas que serão realizadas por um grupo de
pessoas ou por uma pessoa específica, para que a organização realize seus objetivos. A partir destas
funções é que surgem as áreas funcionais da empresa, áreas que tem a função de determinar o conjunto
de processos que será aplicado aos recursos da empresa.
A Administração Geral é que se responsabiliza pela coordenação das áreas funcionais e das pessoas
envolvidas no processo do trabalho. Posto isso, Maximiano5 afirma que as áreas funcionais mais
importantes para qualquer organização são: produção (ou operações), marketing, finanças, recursos
humanos e pesquisa e desenvolvimento.
5
MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.
Marketing
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,
consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de:
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado).
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus
nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem.
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se
será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados).
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de
pagamento e prazos.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos
pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis.
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou serviços vendidos em um determinado
período de tempo.
As pessoas que trabalham no departamento de marketing precisam usar de seus conhecimentos para
aumentar as vendas de uma determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável por
criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais atraente para seus clientes, além disso, fica
como responsabilidade do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, levando seu nome
diretamente para pessoas que precisam de seus produtos/serviços.
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser criativo, antenado, comunicativo e
estrategista, além disso, ele precisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, ser
ético.
Finanças
A função financeira cuida do dinheiro da organização e abrange também as decisões de:
Planejamento de Recursos Financeiros: realização de orçamentos, programação das necessidades
de recursos financeiros, projeções financeiras e análise do mercado de capitais.
Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos em prol de maiores
retornos.
Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos (como títulos,
empréstimos e financiamentos).
Controle e Gestão dos Recursos Disponíveis: acompanhamento e avaliação dos resultados
financeiros da organização (como realização de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo
de caixa e acompanhamento do orçamento financeiro).
Destinação dos Resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da
organização.
Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apólices, administração de apólices -
liquidação de sinistros.
Pesquisa e Desenvolvimento
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em
produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas
tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos.
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre ser compostos por pessoas
capacitadas de alto nível técnico, capazes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer
benefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes podem ser variadas, inclusive até
mesmo com participações externas.
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D, e essas
pessoas são técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para
idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.
6
http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
7
http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html
Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços especializados dentro das organizações.
Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um
público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de
assistência técnica, etc.
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes ainda é
necessário um setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato
operacionalizam a segurança local), este setor ocorre como um departamento autônomo, e muitas
empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada.
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela trabalham, auxiliam o funcionamento
diário de uma organização, por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela facilita a
comunicação e a organização da empresa, bem como o gerenciamento das diversas atividades
administrativas.
Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções
organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças,
recursos humanos, atendimento aos clientes, etc.
Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e comercialização de produtos, ou com
o objetivo de prestar algum tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objetivos e
características particulares, em relação a seus recursos, estratégias, público alvo, etc.
As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita, e é através da venda de seus
produtos ou serviços que se obtêm lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem
autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o retorno financeiro seja positivo.
Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está diretamente relacionada com o planejamento
estratégico, no qual definições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos da
organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas também têm a finalidade de propor
desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais
desafiador será o planejamento.
Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os objetivos mais específicos, com uma
previsão de ser cumprida, as organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na
medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição dos recursos
humanos nas diversas tarefas, de acordo com Drucker8.
Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à base da relação entre a organização
o ambiente externo e os participantes e, portanto, estão em contínua evolução, alterando essas relações,
devendo ser reavaliados e modificados em função das mudanças no ambiente externo e interno da
organização
Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de políticas, diretrizes, metas, programas,
procedimentos e normas; possibilitando que se identifique o papel que a organização desempenha na
sociedade em geral.
A administração possui dois objetivos principais:
Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre
como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados.
Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos;
8
DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991.
Os Administradores
Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração,
ou seja, em algumas pessoas que chamamos genericamente de administradores, este profissional, no
entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que se planeja
na empresa, portanto ele é responsável por definir os programas e métodos de trabalho que serão
aplicados, bem como pela avaliação de resultados e correção dos setores e procedimentos que estiverem
com problemas.
O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissionais de outras
áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar.
É função do administrador acompanhar a produtividade e os lucros da organização, por isso sua função
envolve a fiscalizando dos processos de produção, o controle dos equipamentos e materiais envolvidos
na produção e o controle de desperdícios e prejuízos das etapas de produção.
Para que tudo isso seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão
de obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelecendo por este ato as
relações da empresa com o contratado.
O administrador moderno é o profissional que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve
buscar motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para iniciativa, de
maneira que possa estar sempre acreditando no que faz.
Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando
levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o
entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado.
Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles
que conseguem tirá-las de suas maiores crises.
O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico
de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em
diferentes frentes como a Administração da Produção, Administração Financeira, Administração de
Recursos Humanos, Administração de Materiais, Administração de Estoques, Administração
Mercadológica e Administração Geral.
Em cada nível ou em cada frente da Administração de empresas há uma dinâmica diferente, pois há
um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis, até mesmo porque não existem duas organizações
iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas.
Os Gerentes
O gerente tem um papel administrativo e estratégico dentro das organizações, no qual está focado
no gerenciamento sistêmico das áreas funcionais da empresa e suas principais funções compreendem:
- Tomar decisões.
- Processar informações.
9
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 eds. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.
Papel Interpessoal: são aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da
organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e
ligação.
Imagem do Chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e
representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com
autoridades em nome de sua empresa).
Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada.
Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus
pares.
Papel Intrapessoal: compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito
dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de
organização pessoal e administração do próprio tempo.
O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do
administrador cirurgião.
Administrador Maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço.
Administrador Cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o
objetivo proposto.
O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas
habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função),
mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais,
psicológicos e emocionais do indivíduo).
Neste sentido, o profissional da Administração não é apenas avaliado pelos seus conhecimentos
tecnológicos da Administração, mas por seu modo de agir, pensar e tomar decisões, por suas habilidades,
competências, atitudes, comportamentos, personalidade e filosofia de trabalho.
Podemos definir então que os administradores necessitam ter as seguintes habilidades:
Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas,
procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São
as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um
cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras.
10
STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985.
Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão
sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias.
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e
atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça
abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais
sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras.
Para Katz11, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o
administrador ocupa. Assim, os administradores no nível estratégico preponderam as habilidades
conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades
técnicas.
Princípios da Administração
11
KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997.
12
DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001.
13
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.
Quanto as relações:
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior.
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens.
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta.
13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as
relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito.
As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para
atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou
órgão na estrutura organizacional da empresa.
15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada pessoa deve saber exatamente a quem
prestar contas, e sobre quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações diretas de
autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde
geralmente está o chefe principal como autoridade máxima
16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se definir, da maneira mais clara possível,
não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa
autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa.
As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto
as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério
da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de
importância de uma atividade sobre outra.
As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas
precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas
mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o
processo decisório ainda mais difícil.
Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas
necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto
por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno que faz com que as empresas se
tornem cada vez mais complexas.
Questões
01. (CEMIG/ TELECOM - Analista Administrativo Jr. - FRAMINAS) Os administradores, para exercer
as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com
eficiência e eficácia.
04. (Pref. de Santana do Jacaré/MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS) A organização
administrativa deve basear-se em princípios de organização.
06. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP) Uma das noções básicas em administração
refere-se à utilização adequada dos meios disponíveis (materiais, equipamentos, processos etc.) para
que se atinjam os fins propostos. O conceito ao qual essa ação se refere é o de
(A) eficácia.
(B) qualidade.
(C) economia.
(D) eficiência.
(E) correção.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que
fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o
raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma
visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada,
organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si.
02. Resposta: A
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do
conhecimento específico para executar seu trabalho operacional.
Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento.
Habilidades Conceituais são as habilidades que mantêm a visão da organização como um todo,
influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa.
03. Resposta: C
Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir:
1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais.
Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.;
2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa;
3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades.
Ex.: Diretores, supervisores etc.;
4) Recursos Mercadológicos: meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo,
abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, etc.;
5) Recursos Administrativos: é a gestão utilizada pela empresa, abrange o planejamento, organização,
direção e controle Integrando ainda, os outros recursos empresariais.
04. Resposta: C
Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma
organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada
indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a
definição formal do sentido da comunicação e responsabilidade de cada indivíduo da organização.
05. Resposta: E
As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para
que a organização operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade,
administração de materiais, logística e recursos humanos.
ALMOXARIFADO
Conceito de Almoxarifado14
Atualmente o almoxarifado pode ser conceituado como sendo o local destinado à guarda e à
conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de
destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua
localização, equipamentos e disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.
O responsável pelo Almoxarifado, denominado também como Almoxarife, deve possuir alto grau de
honestidade, lealdade, confiança e disciplina.
Objetivos do Almoxarifado
- Assegurar que o material esteja armazenado em local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
- Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
- Preservar a qualidade e as quantidades exatas;
- Possuir instalações adequadas, recursos de movimentação e distribuição suficientes para um
atendimento rápido e eficiente.
A Eficiência de um Almoxarifado
A eficiência de um Almoxarifado depende fundamentalmente de:
- Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do consequente aumento do número
das viagens de ida e volta;
- Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas;
- Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.
14
CHIAVENATO. I. Administração de Materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
SOUZA JÚNIOR, S. L. Noções básicas de Almoxarifado, Estoques, Transporte de Materiais. 2009.
UTFPR. Manual do Almoxarifado. Medianeira, 2012.
Controle
O controle deve fazer parte do conjunto de atribuições de cada setor funcional envolvido, sendo:
recebimento, armazenagem e distribuição. O controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades
que se encontram à disposição em processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor e as compras
recebidas e aceitas.
Recebimento
É a atividade intermediária entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa. As atribuições básicas do
recebimento são:
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra foi autorizada;
- Controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a
serem efetivamente recebidos;
- Proceder a conferência visual, verificando as condições da embalagem quanto a possíveis avarias
na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas nos respectivos documentos;
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor;
- Liberar o material desembaraçado para estoque no Almoxarifado.
Armazenagem
A armazenagem15 dos materiais no Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem ser
definidos no sistema de instalação e no layout (arranjo físico) adotado, proporcionando condições físicas
que preservem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do edifício e a ordenação da
arrumação.
Compreende as fases da armazenagem dos materiais:
- Verificação das condições de recebimento do material;
- Identificação do material;
- Guarda na localização adotada;
- Informação da localização física de guarda;
- Verificação periódica das condições de proteção e armazenamento;
- Separação para distribuição.
Distribuição
A distribuição dos materiais estocados deve ser realizada mediante programação ou necessidade dos
demais departamentos da instituição, normalmente, se faz por meio de requisição específica.
Os materiais devem ser distribuídos aos interessados mediante programação de pleno conhecimento
entre as partes envolvidas.
Documentos Utilizados
Os seguintes documentos são utilizados no Almoxarifado para atendimento das diversas rotinas de
trabalho:
Ficha de controle de estoque (para empresas ainda não informatizadas): documento destinado a
controlar manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de entradas e saídas, visando
o seu ressuprimento;
Ficha de Localização (também para empresas ainda não informatizadas): documento utilizado
para indicar as localizações, através de códigos, onde o material está guardado;
Comunicação de Irregularidades: documento utilizado para esclarecer ao fornecedor os motivos da
devolução;
Relatório técnico de inspeção: documento utilizado para definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite
ou a recusa do material comprado do fornecedor;
Requisição de material: documento utilizado para a retirada de materiais do almoxarifado;
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SOUZA JÚNIOR, S. L. Noções básicas de Almoxarifado, Estoques, Transporte de Materiais. 2009.
Conservação e Recuperação
É obrigação do almoxarife a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar pela sua
boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação do que se avariar.
Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de bens móveis do acervo, deve-se planejar
e operacionalizar a manutenção e recuperação para todos os equipamentos e materiais permanentes em
uso no órgão ou entidade, objetivando o melhor desempenho possível e uma maior longevidade desses.
A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos de cada equipamento ou
material permanente, de forma mais racional e econômica possível.
A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida com o bem móvel orçar no
máximo a 50% (cinquenta por cento) do seu valor estimado no mercado; se considerado antieconômico
ou irrecuperável,
Layout
Almoxarifado é um local de grande circulação de pessoas e dos mais variados tipos de produtos, assim,
ao programar o LAYOUT de um Almoxarifado não se esqueça:
a) A carga e a descarga de materiais devem ser sempre feitas de forma segura e ágil, por isso é
necessário que os veículos transportadores (empilhadeiras, guindastes, carregadores etc.) e os
responsáveis pelo armazenamento estejam sempre disponíveis;
b) As entradas e as saídas dos materiais não devem possuir bloqueios e devem ser suficientemente
compatíveis com a dimensão dos produtos em circulação;
c) A altura do Almoxarifado deve ser compatível com o tipo de produto a ser estocado, assim como as
portas de entrada e saída;
d) Os pavimentos devem ser projetados de maneira a suportar empilhamentos e/ou o peso dos
materiais estocados;
e) A largura, o comprimento, a altura, o volume etc. dos materiais que serão transportados em veículos
são importantes fatores que deverão compor o planejamento do LAYOUT do Almoxarifado;
f) Estruturar o trânsito interno dos veículos dentro do Almoxarifado, levando-se em conta suas
dimensões, tamanho dos produtos e circulação interna.
Segurança no Almoxarifado
A movimentação de materiais tem sido uma das causas mais frequentes dos acidentes, razão pela
qual é muito importante a segurança nesse tipo de trabalho. Por isso, devem ser observadas as seguintes
regras:
• Manter limpo e em bom estado o piso dos locais onde se manipulam e transportam os materiais.
Vermelho: é a cor usada para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a
incêndios, significando perigo. Por exemplo: caixas de alarme de incêndio, sirenes de alarme, caixas com
cobertores para abafar chamas, extintores e sua localização, localização de mangueiras, baldes de areia
ou água, saídas de emergência.
Alaranjado: é a cor que indica alerta, deve ser usado nas faces internas de caixas protetoras de
dispositivos elétricos, partes móveis e perigosas das máquinas e equipamentos de empilhamento, carga
e descarga de materiais, com a finalidade de alertar o operador na execução do seu trabalho.
Amarelo: é empregada para chamar a atenção, deve ser usada em corrimões, parapeitos, pisos de
escadas que apresentem perigo; bordas desguarnecidas de abertura no solo; faixas no piso de entrada
de elevadores e plataformas de carregamento; parede de fundo de corredores sem saída; cabines,
caçambas, guindastes, empilhadeiras, pontes rolantes, esteiras, vagonetas, reboques etc.; comando e
equipamentos suspensos que oferecem perigo.
Verde: é a cor que caracteriza a segurança no trabalho e é empregada para identificar os seguintes
materiais: caixa de equipamentos de socorros de urgência; caixas contendo máscaras contra gás; macas;
quadros para exposição de cartazes; boletins de avisos de segurança.
Azul: é a cor empregada para indicar cuidado, fica limitada a avisos contra uso e movimentação de
equipamentos que devem permanecer fora de serviço. Devem possuir sinais de advertência: elevadores;
Para complementar as normas de cores dentro do Almoxarifado, é importante que sejam afixados
cartazes de segurança, com a finalidade de combinar os esforços de todo o pessoal na tarefa de evitar
acidentes.
Os cartazes devem ser colocados em pontos estratégicos onde os trabalhadores parem normalmente,
nunca naqueles usados comumente para os avisos normais. Os corredores devem ser evitados.
Os cartazes não devem ser exibidos por mais de 30 dias consecutivos no mesmo local, sendo
conveniente usá-los em rodízio. Quando se colocar um cartaz novo, deve-se reunir os empregados do
Almoxarifado e desenvolver uma pequena preleção, explicando seu significado.
Questões
Gabarito
01. Resposta C
O almoxarifado tem como objetivo:
- Assegurar que o material esteja armazenado em local seguro e na quantidade ideal de suprimento;
- Impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
- Preservar a qualidade e as quantidades exatas;
- Possuir instalações adequadas, recursos de movimentação e distribuição suficientes para um
atendimento rápido e eficiente.
02. Resposta: E
O almoxarifado deverá: assegurar que o material adequado esteja, na quantidade e no local certo,
quando necessário; impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer natureza; preservar
a qualidade e as quantidades exatas; possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e
distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente;
04. Resposta: A
Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de materiais, assim como a descrição
realizada no enunciado da questão.
05. Resposta: C
O almoxarifado é o responsável pela guarda física dos materiais em estoque. É o local onde ficam
armazenados os produtos, para atender a produção e os materiais entregues pelos fornecedores. Sendo
assim, o almoxarifado tem como funções: Receber, conferir, armazenar e registrar os materiais em
estoque.
06. Resposta: D
Obter o menor preço de compra para os materiais não é função do setor de almoxarifado, e sim do
setor de compras que cuida da aquisição de materiais. Os demais itens tratam de atividades do
almoxarifado.
07. Resposta: E
O Almoxarifado pode ser conceituado como sendo o local destinado à guarda e conservação de
materiais, em recinto coberto ou não, adequado à sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde
permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e
disposição interna acondicionados à política geral de estoques da empresa.
REDAÇÃO OFICIAL
Comunicação Oficial
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
necessários:
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Manual de Redação da Presidência - 3° edição: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-
republica/manual-de-redacao.pdf
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público,
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto
esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se,
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.
Redação Oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da
administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
básica - comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise
pormenorizada de cada um de seus atributos.
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A administração
pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a
administração pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais.
Clareza e Precisão
Clareza: deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão.
A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato
normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na
mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.
Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as
secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las,
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também
proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a
delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis,
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído,
prolixo:
Exemplo: Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele
distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no
11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso,
a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
cinco horas a menos que em Greenwich.
Coesão e Coerência
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação,
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue.
Exemplo: O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.
Exemplo: O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as
alíquotas. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. Os governadores decidiram
acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.
Exemplo: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração,
houve a omissão do verbo “regulamenta”).
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
Exemplo: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo
assunto.
Impessoalidade
Decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou
prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio
de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
comunicações oficiais decorre:
b) da Impessoalidade de quem Recebe a Comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a
objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda,
para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
Formalidade e Padronização
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-
mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os eventuais documentos
impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto emprego deste
ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora,
se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que expeça sigam o mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas
as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.
Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo de
expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais
requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um
léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas,
regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas.
Recomendações:
- A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
- O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
linguagem próprias do estilo literário;
- A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados
anteriormente e além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas
em detalhe.
Pronomes de Tratamento
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no
vocativo e no corpo do texto.
No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se
Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento,
ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput ,
mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do
mesmo modo.
ATENÇÃO:
Este decreto cabe somente para as formas de tratamento aos Agentes
Públicos Federais, os demais agentes continuam com o tratamento de acordo
com o Manual de Redação da Presidência da República.
Exemplo: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”)
Exemplo: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado. Se o interlocutor
for mulher: Vossa Excelência está atarefada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente).
Exemplo: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento
do expediente)
Signatário
Cargos Interino e Substituto: na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar
os termos interino e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as
atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamentares
do titular.
Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo.
Signatárias do Sexo Feminino: na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo
feminino deve ser flexionado no gênero feminino.
Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra;
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presidente
francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter
a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-
presidente”, mas não “Vice-presidente”.
Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será sempre
seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão
Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor
ou Senhora seguido do cargo respectivo.
Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). Evite-se o
uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.
O Padrão Ofício
Havia apenas três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
a) O ofício;
b) O aviso
c) Memorando.
Importante: Ficou abolida esta distinção e passou-se a utilizar o termo Padrão Ofício nas três
hipóteses.
Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o
que chamamos de padrão ofício. A distinção básica anterior entre os três eram:
- Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
- Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
- Memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada
elemento aparece no documento oficial.
Exemplo:
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico
oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.
Endereçamento
É a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:
- Vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver subitem “4.1
Pronomes de tratamento”);
- Nome: nome do destinatário do expediente;
Exemplo:
A Sua Excelência o Senhor
[Nome]
Ministro de Estado da Justiça
Esplanada dos Ministérios Bloco T
70064-900 Brasília/DF
À Senhora
[Nome]
Diretora de Gestão de Pessoas
Ao Senhor
[Nome]
Chefe da Seção de Compras
Diretoria de Material, Seção
Brasília — DF
Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado
da seguinte maneira:
- Título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de
dois-pontos;
- Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial
maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
- Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
- Alinhamento: à margem esquerda da página.
Texto do Documentos
Deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I - Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter
a seguinte estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito,
Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.
III - tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte
maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
- Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
- Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
- Corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- Citações recuadas: tamanho 11 pontos;
- Notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
rito e tradição próprios. O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
- Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa
linha acima do nome do signatário;
- Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.
As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
- Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente.
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Exemplo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Numeração de Páginas
É obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centralizada na página
e obedecer à seguinte formatação:
-Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
- Fonte: Calibri ou Carlito.
Formatação e Apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
- Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
- Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
- Margem lateral direita: 1,5 cm;
Exemplos de Ofício
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé
as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.
Exposição de Motivos
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para:
- Propor alguma medida;
- Submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
- Informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos
os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência
numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano
civil.
Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:
- Indicar, no Desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais
detalhes sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
- Na Conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para
solucionar o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
administração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para
submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar
veto; enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
g) Mensagem de Abertura da Sessão Legislativa: deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e a solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais, porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
i) Comunicação de Veto: dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
- Brasão: timbre em relevo branco
- Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
- Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, com o recuo de parágrafo dado ao texto;
- Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
- Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de
seu signatário.
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas
também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem
eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício.
Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.
Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações quanto à
sua estrutura.
Campo “Assunto”
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”.
Local e Data
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta essa
informação.
Saudação Inicial/Vocativo
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras
instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Senhor”, “Prezada Senhora”.
Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de
amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-mails
profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos formais.
No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em
qualquer outro documento oficial.
Exemplo:
Maria da Silva Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61)XXXX-XXXX
Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo
do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível
Recomendações
- Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
- Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo
de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
- Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
- A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam
outros documentos oficiais;
- O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem
ser utilizados;
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois
denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil
e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor
do destinatário.
Questões
(A) Encaminhamos a Vossa Senhoria todos os documentos relativos ao processo, para vossa análise
das principais questões ali presente.
(B) A maioria dos documentos encaminhado já foram protocoladas na semana passada, mas ainda
existem alguns que fogem a essa condição.
(C). Em relação às cópias anexas, cumpre frisar que se trata de uma amostra representativa, adequada
para esse primeiro momento de análise.
(D) Todos os documentos solicitados foram encaminhados, embora tenha faltado dois que seriam
básicos para consolidar o relatório do departamento.
(E) Por haverem questões ainda controversas quanto aos documentos, deixamos eles sob os
cuidados dos advogados do setor para que sejam melhor analisados.
03. (UFSC - Assistente em Administração – UFSC/2019). Acerca dos aspectos gerais da redação
oficial, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que implica o emprego de
linguagem rebuscada.
II. Os textos oficiais devem ser isentos de interferências pessoais em sua elaboração.
III. A concisão é uma qualidade dos textos oficiais e um texto conciso é aquele que transmite o máximo
de informações com o mínimo de palavras.
04. (Prefeitura de Porto de Moz/PA - Agente Administrativo – FUNRIO/2019). Em uma frase, pode-
se dizer que Redação Oficial é:
(A) A maneira pela qual o Poder Jurídico redige atos jurisprudências e comunicações interpessoais.
(B) A maneira pela qual o Poder Autônomo redige atos públicos e comunicações contemporâneas.
(C) A maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
(D) A maneira pela qual o Poder Complementar redige jurisprudências privadas e comunicações
interpessoais.
(E) A maneira pela qual o Poder Privado redige atos públicos e comunicações interpessoais.
1. Objetividade
2. Impessoalidade
3. Clareza
4. Concisão
5. Coesão
( ) Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de quem elabora.
( ) Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.
( ) Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
( ) Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia transmitida
num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
( ) Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.
(A) 1, 3, 2, 5, 4
(B) 2, 4, 1, 3, 5
(C) 4, 5, 3, 2, 1
(D) 5, 2, 4, 1, 3
Considerando-se as regras da redação oficial para este gênero, é correto afirmar que:
(A) o correio eletrônico oficial deve seguir uma estrutura padrão que o diferencia fundamentalmente
daquele utilizado nas trocas pessoais e cotidianas.
(B) pelo fato de apresentar uma estrutura mais flexível, é possível ignorar os pronomes de tratamento
característicos da comunicação oficial e utilizar, em sua escrita, as variantes não cultas da língua
portuguesa.
(C)em função de sua ampla utilização, a legislação vigente permite considerar como documento oficial
os correios eletrônicos sem certificação digital.
(D) apesar de sua flexibilidade estrutural, o correio eletrônico oficial deve respeitar algumas
características próprias da comunicação oficial, como os pronomes de tratamento e a norma culta da
língua portuguesa.
(A) O nome da cidade onde foi expedido o documento não precisa ser redigido, somente a data, por
se tratar de uma comunicação interna.
(B) O tipo de documento a ser redigido é o memorando.
(C) A logomarca da Universidade deve constar, obrigatoriamente, no cabeçalho do expediente.
(D) O termo “doutor” deve ser usado indiscriminadamente, já que o texto é dirigido a uma autoridade
acadêmica.
(E) O texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira: alinhamento justificado, fonte
Calibri ou Carlito e corpo do texto com tamanho 12.
Gabarito
01.Errado / 02.C / 03.B / 04.A / 05.C / 06.B / 07.C / 08.B / 09.A / 10.D / 11. E
Comentários
03.Resposta: B
As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que NÃO implica o emprego de
linguagem rebuscada. Deve -se preocupar com as palavras do texto ( mais simples possível). Não
podemos usar linguagem rebuscada com muitos termos técnicos, que demonstra um vocabulário refinado
e amplo. O texto deve ser simples, completo e entendido por todos.
04.Resposta A
A redação oficial tem por sua finalidade básica comunicar com objetividade e máxima clareza, impondo
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular etc.
A redação oficial deve caracterizar-se por: clareza e precisão; objetividade; concisão; coesão e
coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da norma padrão da língua portuguesa.
05. Resposta C
É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
06. Resposta B
2. Impessoalidade: Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de
quem elabora.
4. Concisão: Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de
palavras.
1. Objetividade: Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as
informações, sem subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
3. Clareza: Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia
transmitida num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
5. Coesão: Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.
07. Resposta: C
Os documentos que seguem o padrão oficio são:
a) o ofício
b) o aviso
c) memorando
08. Resposta: B
O Memorando é utilizado para comunicação entre órgãos de uma mesma instituição.
09. Resposta: A
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais, já no uso do e-mail, popularizou-se o uso
de abreviações como “Att.”
10. Resposta: D
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações
quanto à sua estrutura evitando o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. É preciso
respeitar as regras gramaticais
11. Resposta: E
A distinção básica anterior entre aviso, ofício e memorando era:
Quando falamos em Relações Humanas no Trabalho falamos de algo que vai muito além da
hierarquia ou dos processos organizacionais, pois estamos falando das relações entre colegas de
trabalho, entre gestores, e entre gestores e colaboradores.
Neste sentido são as relações humanas no trabalho que ditam o grau de motivação dos colaboradores,
por exemplo: quando há um clima organizacional que favorece e estimula boas relações, as pessoas
tendem a se manterem mais motivadas e envolvidas com os processos da organização.
Analisando do ponto de vista teórico, as relações humanas resultam da mútua interação interindividual
e coletiva, interação que gera uma dinâmica entre as áreas da ciência social, em particular a da sociologia
e da psicologia, chamada de dinâmica de grupos, que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos
fenômenos grupais.
Já do ponto de vista aplicado ou técnico, as relações humanas são medidas e direcionadas pela
dinâmica de grupos, ou seja, pelo método de trabalho baseado na teoria do relacionamento interpessoal,
17
BONFIM, A. Relações Humanas, em Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, 1954.
18
SAMPAIO, G. P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
19
MINICUCCI, A.; Relações Humanas: Psicologia das relações interpessoais, São Paulo. Atlas, 1992.
20
LIMA, L. de O. Treinamento em dinâmica de grupo: no lar, na empresa, na escola. 2. ed. Rio de Janeiro, Vozes, 1970.
Relações Intrapessoais: é a aptidão que uma pessoa tem de se relacionar com ela mesma, ou seja,
com os seus próprios sentimentos e emoções, esse tipo de relacionamento é de elevada importância
porque vai determinar como cada pessoa age quando é confrontada com situações do dia a dia. Para
ter um relacionamento intrapessoal saudável, um indivíduo deve exercitar áreas como a autoafirmação,
automotivação, autodomínio e autoconhecimento.
O principal objetivo das relações humanas é o aumento do respeito e da valorização do ser humano,
todas as relações que são “sadias” proporcionam um crescimento, seja pessoal ou profissional, enquanto
as relações “doentias” causam enfraquecimento pessoal e grupal.
As relações humanas são importantes em todos os lugares (família, trabalho, e etc.) além disso elas
buscam evitar conflitos e solucionar problemas, facilitando assim o processo de interação entre as
pessoas e proporcionam condições agradáveis de integração social.
Mas, em que se baseiam as relações humanas? Ainda de acordo com Sampaio22, as relações
humanas se alicerçam em “tratarmos” bem as pessoas, se importando com elas, dialogando, sorrindo, e
as atendendo. Essas atitudes vão demonstrar nosso compromisso com o seu bem-estar e, assim,
evidenciar que nos preocupamos com a qualidade da nossa relação. Porém, nossas atitudes geram
determinados comportamentos que são diferentes uns dos outros e, por isso, muitas vezes, geram atritos,
julgamentos precipitados e infundados.
Quando nos propomos a estabelecer uma relação com nossos semelhantes, estamos sujeitos a
melhorar a nossa condição inicial, seja por meio da aquisição de novos saberes através de uma relação
de conhecimento, ou pelos frutos resultantes de relações de valorização, intra grupais, intergrupais e
afetivas. Sendo assim, as relações humanas visam ao crescimento mútuo de seus participantes,
estabeleçam-se elas no trabalho, na família ou nos diversos grupos sociais.
A seguir, vejamos alguns tipos de relações:
Relações de Acontece quando alguém se relaciona com outra pessoa com objetivo de
Conhecimento adquirir conhecimento sobre algum assunto.
Ocorre quando uma pessoa se comunica com a outra com objetivo de
Relações de
absorver novos valores e valorizar a pessoa com quem está se relacionando,
Valorização
ser simpático.
21
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
22
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
23
Idem
Existem mais elementos nessa classificação de relações humanas, como: relação consigo mesmo,
com os outros, diretas, ativas, intelectuais, indiretas, pessoais, contra pessoais, informais, entre outras
que se podem ir descobrindo ao relacionar-se com o outro no dia a dia de sua existência.
A forma de nos expressarmos e de nos comunicarmos está sujeita a interpretações diversas. Se elas
não forem claras, podem nos indispor com nossos semelhantes, voluntária ou involuntariamente,
especialmente quando os temas são polêmicos, como: política, religião, sexo, etc. Dependendo de como
são tratados, podem levar à baixa autoestima e ao desestímulo do trabalho individual e em grupo.
- Autoestima: é como o indivíduo se vê, sua autoavaliação, quando gostamos de nós mesmos e nos
aceitamos, tratamos melhor os outros. Quando não se tem autoestima, perde-se a autoconfiança, o
entusiasmo, a dignidade. A autoestima não vem dos outros, somente de nós mesmos.
- Boas maneiras: quando nos comportamos de modo a não desrespeitar os direitos alheios e as
normas de convivência peculiares a cada ambiente, por exemplo, evitar fazer perguntas indiscretas e
comentários maldosos, falar alto, ouvir som alto demais, cantarolar em ambientes que exigem
concentração ou nos quais podemos atrapalhar as pessoas ao nosso redor, etc.
- Assuntos controvertidos: ser prudente quando for falar em certos assuntos que podem causar
atritos conforme o local em que nos encontramos ou com quem falamos, por exemplo, política, esporte,
religião, sexo, etc.
- Contraindicação: alguns comportamentos são totalmente contraindicados para que tenhamos uma
boa relação com outras pessoas, como mentir, prejulgar, odiar, etc.
- Linguagem corporal: o corpo “fala”, pois, conforme minha atitude e minha postura, meus
interlocutores são capazes de saber de minhas intenções com eles, se estou de bom humor, zangado,
aberto ao diálogo ou tenho uma postura intransigente. Sendo assim, temos que tomar cuidado com nossa
linguagem corporal, uma vez que ela é capaz de enriquecer ou empobrecer nosso relacionamento.
24
SAMPAIO, G.P.; Relações Humanas a Toda Hora. São Paulo: Nobel, 2000.
25
ANDRADE, T. Para entender relações Públicas. 4. Ed. São Paulo: Loyola, 1993.
As relações humanas devem ser vinculadas ao respeito pessoal, no qual se compreende promover o
relacionamento profissional baseado na ética, no respeito e no reconhecimento das diferenças de cada
indivíduo. Assim se obtém como resultado:
- A melhoria, no desempenho das pessoas;
- O aumento do orgulho pessoal em pertencer à empresa;
- O crescimento da satisfação dos colaboradores;
- A maior retenção de talentos;
- O aumento na participação no mercado;
- O progresso na qualidade dos serviços e atendimento;
- A melhoria da imagem institucional;
- A expansão dos negócios da empresa;
- O aumento da eficácia organizacional;
- Equipes mais inspiradas para superação de metas; e
- Maior motivação das pessoas em busca de objetivos.
O relacionamento sadio dentro da organização é o principal fator nos dias atuais, por que todo
funcionário objetiva um ambiente de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizado e crescimento.
Para um ambiente mais saudável com boas relações humanas no trabalho, existem aspectos que podem
ser trabalhados nos treinamentos comportamentais da empresa, mas que, ainda que não haja tais
treinamentos, existem regras de uma boa convivência funcional que devem ser trabalhadas (exercidas)
com superiores, subordinados e colegas de trabalho.
- Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e clientes: quem respeita, sempre será
respeitado.
- Não cortar a palavra de quem fala: falar pouco e com segurança agrada mais aos clientes e colegas.
- Ser claro na comunicação: falar somente o necessário. Saber ouvir é uma arte!
- Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas: controlar emoções é fundamental.
- Procurar a causa das antipatias para vencê-las: conhecer a si mesmo e procurar ser compatível
com colegas e chefia são básicos para o trabalho harmonioso e rentável.
- Nunca dizer categoricamente: “Não concordo! Você está errado”: dizer a mesma coisa com
outros termos. A maneira como você diz é mais importante do que aquilo que você diz.
- Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pessoas, através do elogio: esta é a melhor
arma para quem quer conquistar e cativar amigos.
Questões
(__) Os problemas que os membros de uma instituição vivenciam devem ser resolvidos por cada um
deles, sem a necessidade de auxílio mútuo.
(__) Ressentimentos num grupo de trabalho podem ser ocasionados pela maneira ríspida com que um
determinado funcionário trata os colegas.
(__) Relações harmoniosas entre os funcionários de uma instituição podem ser alcançadas com
atitudes de respeito pela maneira de sentir e de entender as situações de cada indivíduo.
(__) O convívio regular entre os membros da instituição caracteriza uma relação humana.
03. (IF/PB - Assistente de Aluno - IDECAN/2019) Sobre relações humanas, Annibal Bomfim adota
os seguintes conceitos: "relações” correspondem à ideia de estabelecimento ou manutenção de contatos
e "humanas” se aplica a tudo o que se refere ao homem, como ser humano. Nessas condições, é correto
afirmar que
(A) relações humanas referem-se a aspecto aplicável a todos os casos em que haja necessidade de
se estabelecer ou manter contato comercial ou de trabalho.
(B) as relações poderão ser consideradas humanas levando em consideração o fato de que a pessoa
é um ser humano com personalidade própria, quando desenvolvidas em ambiente familiar.
(C) as relações poderão ser ditas humanas quando consideram o ser humano com qualidade, passível
de cometer erros somente por deficiência fisiológica.
(D) praticar relações humanas implica em atitude a qual deve estar baseada no princípio do
reconhecimento e respeito à personalidade dos seres humanos e na comunicação formal.
(E) relações humanas têm a ver com necessidade e com atitude que deve prevalecer no
estabelecimento e na manutenção de contato social, comercial ou de trabalho.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
(FALSA) Os problemas que os membros de uma instituição vivenciam devem ser resolvidos por cada
um deles, sem a necessidade de auxílio mútuo.
(VERDADEIRA) Ressentimentos num grupo de trabalho podem ser ocasionados pela maneira ríspida
com que um determinado funcionário trata os colegas.
(VERDADEIRA) Relações harmoniosas entre os funcionários de uma instituição podem ser alcançadas
com atitudes de respeito pela maneira de sentir e de entender as situações de cada indivíduo.
(VERDADEIRA) O convívio regular entre os membros da instituição caracteriza uma relação humana.
02. Resposta: D
Saudar os colegas de trabalho diariamente com expressões como “bom-dia” e “boa-tarde” é uma
maneira de obter um relacionamento saudável no ambiente de trabalho, pois isso mostra que você é uma
pessoa educada e harmoniosa.
03. Resposta: E
As relações humanas têm a ver com necessidade e com atitude que deve prevalecer no
estabelecimento e na manutenção de contato social, comercial ou de trabalho.
04. Resposta: A
Não aceitar elogios pelo trabalho de outra pessoa, dar crédito a quem merece, é uma regra básica da
honestidade, e além disso evita conflitos com os colegas de trabalho.
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
Vários tipos de competências são essenciais no ambiente empresarial, habilidades como liderança,
automotivação, facilidade em trabalhar em equipe, criatividade, entre outras, são o que as organizações
buscam em seus colaboradores. Entretanto a excelência na Comunicação Interpessoal, é uma habilidade
fundamental, tanto para líderes e gestores, quanto para os demais colaboradores, pois ela contribui para
o sucesso de toda a organização.
Como já dito, possuir habilidades de comunicação é uma qualidade que as organizações têm buscado
cada vez mais em profissionais no mercado atualmente, pois essas pessoas têm maior facilidade em
passar ideias de uma maneira que todos possam entender sem causar desentendimentos providos da
falha de comunicação. Além do mais, um profissional que não tenha dificuldades com esse tipo de
comunicação consegue, sem problemas, conversar com sua equipe de uma maneira clara e passar
feedbacks que serão facilmente entendidos pelas demais pessoas envolvidas.
Comunicação Organizacional
Segundo Kunsch26 a comunicação organizacional, é a disciplina que estuda como se processa o
fenômeno comunicacional dentro das organizações no âmbito da sociedade global. A autora analisa o
sistema, o funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos
atendidos.
Podemos considerar então que a comunicação interpessoal no ambiente de trabalho, é a comunicação
organizacional, um fenômeno inerente aos agrupamentos de pessoas que integram dentro de uma
empresa. Sendo assim, a comunicação organizacional é composta por todas as formas de comunicação
dentro de uma organização:
- Comunicação Institucional;
- Comunicação Interna;
- Comunicação Administrativa; e
- Comunicação Mercadológica.
1. Pessoal: é o perfil de quem valoriza a linguagem emocional e conexão e busca avaliar não apenas
como as pessoas pensam, mas como elas se sentem em relação aos assuntos.
2. Analítica: esse estilo é para quem gosta de apontar (e ouvir) dados e números e tende a ter uma
forte aversão à ambiguidade. Bastante receptivo a pessoas que estão no comando de fatos e dados e,
ao contrário do estilo pessoal de comunicação, não se identifica muito com palavras emocionais.
3. Intuitiva: é o estilo que representa quem valoriza mais uma visão ampla da situação do que dos
detalhes, por isso, prefere ir direto ao ponto. A comunicação neste perfil costuma ser rápida e direta.
26
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 1986.
27
Idem
28
Idem
29
MURPHY, Mark. Metas que desafiam: a ciência dos feitos extraordinários; tradução: Henrique Monteiro. – São Paulo: Clio Editora, 2012.
Ou seja, A diz alguma coisa e B ouve, porém raramente as comunicações são assim, tão simples, elas
são muito mais do que palavras que correm entre as pessoas. Todo o comportamento transmite uma
mensagem, e isso é uma forma de comunicação. Quando estudamos o conceito de comunicação
interpessoal, temos de examinar a relação interpessoal de um modo geral.
No exemplo representado na figura acima, A traz para a interação com B muito mais do que o conteúdo
da mensagem que deseja transmitir. A tem uma imagem de si próprio como pessoa e tem também,
embora em vários graus de especificidade e intensidade, um conjunto de atitudes e de sentimentos em
relação a B.
A presença de uma pessoa na situação pode ter um impacto na natureza da interação. Falar com uma
rocha é um processo estático, pois a rocha não reage, por outro lado, falar com outra pessoa é um
processo dinâmico, pois a outra pessoa reage e a sua reação influencia as nossas reações futuras.
O sucesso na comunicação não depende só da forma como a mensagem é transmitida, a
compreensão dela é fator fundamental, é sempre bom lembrar que nós vivemos em sociedade de cultura
diversificada, e o que às vezes parece óbvio para alguns para os outros interlocutores pode não ser.
Devido a isso. É necessário sempre ser objetivos e transparentes na comunicação, nunca presumindo
que "ele já sabe, e não preciso ficar explicando, porque isso é obvio." A comunicação depois de
transmitida de forma correta ao seu interlocutor, deve ter um acompanhamento para ele saber se está
agindo de forma correta, ou se precisa corrigir ou melhorar, e esse processo é chamado de feedback.
Para melhorar a capacidade de comunicar com os outros é essencial compreender as lacunas de uma
comunicação com os demais e o modo mais eficaz de fazer isso é: os outros darem-nos feedback sobre
o que nos ouviram dizer (tanto ao nível das palavras como dos sentimentos) e sobre o modo como a
nossa mensagem os afetou (o impacto que teve).
Feedback
Feedback é uma palavra originada do inglês, e significa realimentar ou dar resposta a um determinado
pedido ou acontecimento. No âmbito da comunicação interpessoal, seja ela profissional ou pessoal,
entende-se como a resposta ou reação do receptor à mensagem enviada. O feedback pode ser positivo
ou negativo, abaixo temos 2 exemplos desses tipos:
Positivo: Apresentei o projeto para os chefes e o feedback foi muito positivo.
Negativo: Pedi adiantamento de férias ao meu superior e o feedback foi negativo.
Podemos então comparar as consequências "pretendidas" com as "reais" e estarmos, assim, numa
melhor posição para alterarmos o nosso comportamento de comunicação. O problema crucial não é o de
um estilo correto de comunicar, mas sim o da coerência:
- Será que eu estou a transmitir aquilo que queria transmitir?
- Será que as minhas palavras e ações estão de acordo com os meus sentimentos?
- Será que estou a controlar inconscientemente a minha transmissão?
O feedback, portanto, auxilia muito a comunicação, pois funciona como um mecanismo corretivo para
o indivíduo que quer aprender a ver se o seu comportamento condiz com as suas intenções, ou seja,
compreender melhor as lacunas na sua comunicação com os outros. Sendo assim, devemos definir com
clareza as premissas básicas e a abrangência, necessárias à compreensão da comunicação interpessoal
nas organizações.
Desenvolver a comunicação interpessoal é muito importante tanto para crescimento profissional, como
o pessoal, pois assim as pessoas são capazes de se destacarem em suas carreiras, e nos seus
relacionamentos pessoais, como já foi explicado durante esse conteúdo, possuir essa competência é
muito relevante, pois todos precisam se relacionar, seja com colegas, lideres, clientes e fornecedores, e
saber se comunicar bem, faz toda a diferença nas diversas situações.
Quando os profissionais são totalmente habilidosos em suas comunicações, eles conseguem construir
ótimas relações interpessoais na organização, ou seja, eles conseguem se comunicar de maneira clara
e serem bem mais assertivos na apresentação de suas ideias. Além disso, eles possuem mais facilidade
em fazer um bom atendimento aos clientes, mediar situações de conflitos organizacionais, e liderar
equipes.
- Ter empatia: mesmo sendo um indivíduo tímido, e tendo dificuldade em falar em público, as pessoas
devem ser abertas uma com as outras, sorrir, estar sempre disposto a ajudar, colaborar com as suas
ideias, e buscar se relacionar sempre de forma positiva com os colegas e líderes, faz com que você seja
uma pessoa empática, e isso traz inúmeros benefícios tanto na comunicação quanto no relacionamento.
- Olhe nos olhos enquanto fala e enquanto ouve: olhar diretamente para a pessoa que está falando
por você gera empatia e facilita o entendimento.
- Aprenda a ser comunicativo: cada pessoa é única, e cada uma tem um modo de se comunicar e
de se expressar, sendo assim observe e veja como as demais pessoas (colegas, lideres) se comunicam.
E adeque sua forma de comunicar de um modo que consiga expor suas ideias de forma clara, para assim
ser entendido perfeitamente pelas demais pessoas.
- Seja claro: a comunicação está diretamente relacionada ao modo como cada se manifesta, seja por
meio de e-mails, conversas casuais e apresentações, dessa maneira é essencial que os indivíduos sejam
o mais claro possível, evite gírias, vícios de linguagem, expressões chulas e erros de português.
(__) A comunicação é um processo de troca de mensagens entre pelo menos duas pessoas e envolve
uma série de elementos para a transferência e a compreensão de significados.
(__) Nas organizações contemporâneas, a comunicação já não é mais o principal entrave dos
relacionamentos humanos, isso porque ela acontece majoritariamente de forma virtual, o que diminui
ruídos e dificuldades de comunicação.
(__) A comunicação no contexto do trabalho é um dos fatores que interferem na motivação, na
satisfação com o trabalho e no desempenho no trabalho.
(__) O feedback é um dos elementos do processo de comunicação e visa a verificação da
compreensão da mensagem.
04. (EBSERH - Jornalista - CESPE/2018) Acerca da comunicação como produto do processo social,
julgue o item subsequente.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
02. Resposta: D
As barreiras que dificultam/atrapalham a comunicação interpessoal são:
1) Barreiras mecânicas ou físicas
2) Barreiras fisiológicas
3) Barreiras semânticas
4) Barreiras psicológicas
5) Barreiras pessoais
6) Barreiras administrativas burocráticas
03. Resposta: C
(V) A comunicação é um processo de troca de mensagens entre pelo menos duas pessoas e envolve
uma série de elementos para a transferência e a compreensão de significados.
(F) Nas organizações contemporâneas, a comunicação já não é mais o principal entrave dos
relacionamentos humanos, isso porque ela acontece majoritariamente de forma virtual, o que diminui
ruídos e dificuldades de comunicação. (As partes destacadas são falsa, pois a comunicação é sim o
principal entrave nos relacionamento humano, pois sem ela não existe relacionamento. É ela não
acontece somente no meio virtual, ela pode acorrer por qualquer meio, seja ele virtual ou não)
(V) A comunicação no contexto do trabalho é um dos fatores que interferem na motivação, na
satisfação com o trabalho e no desempenho no trabalho.
(V) O feedback é um dos elementos do processo de comunicação e visa a verificação da compreensão
da mensagem.
05. Resposta: C
O feedback, ao contrário da crítica, é utilizado para melhorar o comportamento futuro, por meio da
disponibilização de informações sobre determinados comportamentos. “Utilizar comunicação
unidirecional” é o principal erro de dos itens "a”, “d” e “e", pois o feedback (ou retroalimentação) é
multidirecional, pressupõe ida e retorno! Portanto, gabarito “C”.
06. Resposta: D
As demais alternativas também mostram aspectos da comunicação, entretanto a alternativa D abrange
tais aspectos mais amplamente.
07. Resposta: D
A comunicação é um processo pelo qual as pessoas transmitem a outras, informações a respeito de
ideias, sentimentos e emoções. Ela faz parte de todas as interações sociais. Na interação social, é
necessária, além da transferência, a compreensão do significado para evitar falhas de comunicação que
podem ter consequências sérias para os envolvidos no processo.
08. Resposta: B
Em ambos os casos o foco central está na informação. No primeiro há um processo comunicacional
entre o gerente e seus colaboradores. No segundo caso, existe uma abertura para que os funcionários
da empresa possam comunicar a empresa suas ideias e sugestões.
09. Resposta: D
"Mesmo com ruídos" foi o que tornou a assertiva D um fator que dificulta a comunicação. Outro fator
importante para que a questão D esteja errada é que nem sempre ser espontâneo significa que o receptor
entenda a mensagem emitida corretamente; daí a necessidade de sempre controlar cada palavra e
expressão a ser dita, principalmente de acordo com a ocasião.
DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
Em primeiro lugar, entende-se que um DO é, como um processo planejado para mudar a maneira em
que organizações funcionam, tentando descongelar padrões de comportamento, implantar as mudanças
e voltar a congelar os novos padrões, um programa de DO é caracterizado em termos de processo, ou
seja, um fluxo identificável de acontecimentos inter-relacionados, orientados para a consecução de um
certo objetivo, propósito ou fim.
Em segundo lugar, o conceito de Mudança Organizacional já tem sido definido por outros autores
como, um conjunto de alterações no ambiente de trabalho de uma organização, que podem ser de dois
tipos: Estruturais e Comportamentais.
Apesar de que ambos tipos de mudança podem ser facilmente reconhecidos como interdependentes,
entende-se que o processo de DO está fundamentalmente orientado a atuar sobre o comportamento mais
que sobre a estrutura, acontecendo assim as mudanças nesta segunda variável somente em decorrência
das mudanças já decididas no caso da primeira.
O processo de DO, percebido já assim por K. Lewin há 30 anos, inclui qualquer das seguintes
atividades:
- Coleta de informações sobre o comportamento dos grupos e das pessoas;
- Diagnóstico dos problemas prioritários entre o consultor e o "cliente";
- Definição conjunta dos problemas prioritários;
- Determinação dos recursos internos e externos orientados para a solução do problema;
- Estabelecimento de plano de ação; e
- Estabelecimento de métodos para avaliar a medida em que os planos são implantados e/ou os
problemas são resolvidos.
Esse processo, ou as atividades mais importantes que o compõem, supõe-se que deva ser iterativo,
no sentido de repetir-se de forma contínua, independentemente de períodos de crise com que a empresa
eventualmente se confronte.
Responsabilidades
30
Texto adaptado de Julio Lobos, disponível em http://www.scielo.br/
31
FRENCH, W. & BELL, C. Organization development. New Jersey, Prentice-Hall, 1973.
Neste ponto, é necessário especificar mais claramente os pressupostos e valores que se acham
implícitos no conceito de desenvolvimento organizacional. Definidos por French & Bell como sendo
congruentes com as teorias de McGregor, Likert, Argyris, Bennis, Schein, Maslow e Herzberg, alguns
destes pressupostos e valores são os seguintes:
a) O Indivíduo
- Qualquer indivíduo se orienta para o desenvolvimento e realização pessoal, sempre que localizado
dentro de um ambiente que ofereça condições para isso.
- Mais ainda, a maioria das pessoas deseja ser mais do que é capaz de ser. As pessoas desejam e
são capazes de aumentar sua contribuição para alcançar os objetivos organizacionais, inclusive além das
possibilidades permitidas pelo ambiente da organização.
b) Os Grupos
- Um dos grupos de referência que possui maior relevância para o indivíduo é o de trabalho, incluindo
seus pares e seu supervisor.
- A maioria das pessoas deseja ser aceita e interagir cooperativamente, pelo menos com um grupo de
referência e, usualmente, com mais de um grupo.
- Se um grupo deseja otimizar sua efetividade, o líder formal não pode desempenhar sua tarefa
exclusivamente e em todas as circunstâncias; por isso, os membros do grupo devem cooperar entre si
através de seu próprio comportamento.
- Os sentimentos reprimidos em um indivíduo devido às normas estabelecidas pelo seu grupo de
referência chegam a neutralizar a sua potencialidade.
- As soluções para maior parte dos problemas motivacionais ou de atitudes nas organizações envolvem
uma transação social. Isto é, tais problemas têm uma melhor chance de serem solucionados
construtivamente se todas as partes envolvidas alteram as suas relações mútuas. O objetivo, então, não
é tanto "como A pode fazer com que B atinja um bom desempenho", mas "como A e B podem trabalhar
em conjunto, modificando assim suas interações para chegarem ambos a ter maior efetividade".
Meios Disponíveis
Uma grande variedade de intervenções é utilizada para implantar um processo de DO. Uma
intervenção define-se como um conjunto de atividades estruturadas nas quais participa um grupo
selecionado de unidades organizacionais ou equipes de trabalho, através do desempenho de uma tarefa
ou sequência de tarefas, cujos objetivos se relacionam direta ou indiretamente com o aperfeiçoamento
da organização. Comumente uma intervenção é praticada, já que ela é uma técnica ou método de
aprendizagem, pelo agente de mudança. De qualquer forma, a lista de atividades, técnicas e métodos
educacionais aplicáveis num programa de DO é extensa e acha-se disponível para ser utilizada, tanto
pelo cliente como pelo consultor externo. Segundo French & Bell, qualquer intervenção de DO inclui o
planejamento, execução e avaliação das consequências de um determinado tipo de ação.
Técnicas de análise de papéis: atividades que conduzem os indivíduos a definir seus diferentes
papéis organizacionais, identificando possíveis conflitos entre eles e/ou com os papéis de terceiros.
Assessoria individual: atividades que ajudam o consultor (ou outros membros da organização) a
trabalhar em conjunto com um indivíduo, orientando-o sobre
1. A definição de seus objetivos de aprendizagem;
2. A forma como seu comportamento é percebido por terceiros;
3. O desempenho de novas formas de comportamento que podem ajudá-lo a atingir seus objetivos
mais eficientemente.
Desenvolvimento Organizacional do tipo grid, fase I: durante uma semana, os indivíduos aprendem
os conceitos do grid, avaliam seus próprios estilos de management utilizando o questionário grid e o
esquema grid das duas dimensões de liderança, desenvolvem habilidades para motivar a ação de grupo,
aprendem habilidades para resolução de problemas e de crítica, trabalham na melhor das suas
habilidades de comunicação, e aprendem a analisar a cultura da equipe e da organização.
Moderação induzida: atividades conduzidas pelo consultor (o "moderador") designadas para "ajudar
dois membros de uma organização a administrar seu conflito interpessoal". Estas atividades baseiam-se
em táticas de confronto e na compreensão, por parte dos membros conflitantes, dos processos envolvidos
tanto no conflito como na resolução deste.
Desenvolvimento organizacional de tipo grid, fase II: nesta etapa, a ênfase é dada ao trabalho em
grupo. O objetivo é aperfeiçoar o trabalho em grupo na organização por meio da análise da cultura e das
tradições dos diversos grupos, conjuntamente com o desenvolvimento de habilidades de planejamento,
estabelecimento de objetivos e resolução de problemas. Aspectos adicionais desta etapa incluem
feedback entregue pelo consultor a cada manager acerca de seu comportamento individual e como
membro do grupo. Todo o trabalho em grupo, em qualquer caso, é feito dentro do contexto de problemas
reais de trabalho.
Espelho organizacional: é um tipo de intervenção que se pratica com três ou mais grupos. Neste
caso, um grupo organizacional em particular decide solicitar feedback da parte de representantes de
outros grupos organizacionais sobre como seu desempenho é percebido e considerado por estes.
Tecnoestrutura: este tipo de atividade está orientado a melhorar a efetividade dos recursos e
limitações técnicas e estruturais que afetam os indivíduos ou os grupos. Elas podem referir-se a
1. Experimentação com novas estruturas organizacionais e avaliação da sua efetividade em termos de
objetivos específicos; e
2. Desenho de novas formas, para dirigir os recursos técnicos para a solução de problemas
organizacionais de ordem psicossocial.
Desenvolvimento organizacional de tipo grid, fase III: nesta etapa, a ênfase se fixa nas relações
intergrupais, sendo o objetivo transferir os grupos desde seu inefetivo estilo de relacionamento do tipo
"ganho ou perda" para um modelo colaborativo de relações intergrupais. Cada grupo analisa
separadamente o que seria um relacionamento ideal, compartilhando finalmente a sua opinião com outros
grupos pares. A fase III também inclui o desenvolvimento de planos operacionais e a designação de
papéis individuais, com o propósito de possibilitar a transferência mencionada. Consultoria de processos,
moderação induzida e survey-feedback.
Desenvolvimento organizacional tipo grid, fases IV, V e VI: a fase IV do grid consiste em
desenvolver um "modelo estratégico ideal de desenvolvimento da corporação". Agora, o centro de
atenção é o planejamento estratégico a nível de corporação, sendo o objetivo aprender os conceitos e as
habilidades básicas da lógica multi organizacional. O pessoal de cúpula da empresa inicia as atividades
de planejamento estratégico, ainda que seus planos e ideias sejam testados, avaliados e criticados
conjuntamente com outros membros da organização. Obtenção de dados, informações técnicas, etc, são
contribuições que qualquer executivo pode dar. Supõe-se que estas atividades devam resultar em um
modelo estratégico ideal de desenvolvimento especialmente desenhado para a organização como um
todo.
A fase V, por sua vez, visa a implementação do modelo desenvolvido na fase anterior. Isto implica uma
reorganização simulada da situação atual, baseada na identificação de componentes lógicos do sistema,
como centros de lucro, localidades geográficas, linhas de produção, etc. Cada componente nomeia uma
equipe de planejamento cujo trabalho é examinar a melhor forma de contribuir para implantação do
modelo estratégico ideal. Uma equipe adicional é encarregada do planejamento de uma direção central
da corporação. A partir deste ponto, o modelo é implementado.
A fase VI compreende uma avaliação crítica das fases prévias. O seu objetivo é conhecer o grau de
progresso alcançado, particularmente no que se refere ao andamento do modelo ideal.
Questões
03. (SEAP/DF Analista - Administração - IADES) Assinale a alternativa que apresenta exemplos de
características do desenvolvimento organizacional.
(A) Procedimentos lineares e restrição a orientações contingenciais.
(B) Ação de intervenção composta por diagnóstico inicial, procedimentos lineares e avaliação e
acompanhamento.
(C) Orientação sistêmica, foco na organização como um todo e utilização de agentes de mudanças.
(D) Criação de laboratórios de sensitividade, nos quais os gerentes conduzem e comandam as ações
dos seus subordinados para a identificação de problemas e necessidades de melhorias.
(E) Criação dos denominados T-groups ou learning groups, com a finalidade de realizar a primeira fase
do desenvolvimento organizacional, que é o levantamento de dados.
05. (CPTM - Analista Administrativo Júnior - Makiyama) Dentre os conceitos que caracterizam o
Desenvolvimento Organizacional, assinale a alternativa que explicita aquele que representa as interações
entre as partes da organização, que se influenciam reciprocamente no âmbito das relações de trabalho
bem como a estrutura e os processos organizacionais, objetivando que todas trabalhem juntas.
(A) Agente de mudança.
(B) Retroação.
(C) Orientação sistêmica.
(D) Orientação contingencial
(E) Aprendizagem experiencial.
06. (ANS - Técnico em Regulação - FCC) Processo estratégico de mudança planejada, de longo
prazo, que objetiva alavancar a organização a estágios cada vez mais avançados e que integra metas
individuais, grupais e empresariais é denominado de
(A) cultura organizacional.
(B) avaliação de desempenho.
(C) clima organizacional.
(D) desenvolvimento organizacional.
(E) ética empresarial.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
"O desenvolvimento organizacional é um esforço planejado, que abrange toda a organização, e
administrado do alto, para aumentar a eficiência e a saúde da organização através de intervenções
planejadas nos 'procedimentos' da organização e usando os conhecimentos fornecidos pelas ciências do
comportamento."
02. Resposta: B
Conforme a teoria, alternativa B.
03. Resposta: C
Segundo French e Bell, o DO pode ser definido como um "esforço de longo prazo, apoiado pela alta
direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas de renovação organizacional,
particularmente por meio de um eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura
organizacional - com ênfase especial nas equipes formais de trabalho, equipes temporárias e cultura
intergrupal - com a assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e da tecnologia das
ciências comportamentais, incluindo ação e pesquisa".
Tem como Características: Focaliza a organização como um todo; Processos grupais; Orientação
sistêmica e abrangente; Orientação contingencial; Agentes de mudança; Retroação dos dados; Ênfase
na solução de problemas; Aprendizagem através de experiências; Desenvolvimentos de equipes;
Enfoque interativo.
05. Resposta: C
Orientação sistêmica: O DO está voltado para as interações entre as partes da organização que se
influenciaram reciprocamente, para as relações de trabalho entre as pessoas, bem como para a estrutura
e os processos organizacionais. O objetivo do DO é fazer todas as partes trabalharem juntas com eficácia.
A ênfase é em como as partes se relacionam entre si e não em cada uma dessas partes tomada
isoladamente. O conceito do enunciado refere-se a sinergia onde o todo e maior que o mero somatório
das partes.
07. Resposta: B
O desenvolvimento organizacional (DO) é a mudança planejada da organização, seja da sua cultura,
seja da sua dinâmica, seja da sua estrutura organizacional. O DO parte de uma visão macroscópica e
sistêmica da organização empresarial para melhorar a eficiência e a eficácia da empresa por meio de
intervenções construtivas na estrutura e nos processos organizacionais. Muitas vezes o DO privilegia a
mudança no comportamento organizacional em relação à mudança estrutural da organização, outras
vezes procura compatibilizar mudanças comportamentais com mudanças estruturais.
No fundo, o DO visa a modificar o ambiente organizacional - a estrutura e a cultura organizacionais -
dentro do qual as pessoas trabalham. O desenvolvimento de pessoal é um programa de longo prazo para
prover o crescimento profissional das pessoas por meio de condições externas capazes de realizar
gradativamente as potencialidades humanas.
ATENDIMENTO AO PÚBLICO
As organizações buscam, constantemente, adequar suas atividades para chegar o mais próximo
possível de seus objetivos e da satisfação de seus clientes. Conduto, para se alcançar a satisfação de
um cliente também se faz necessário, um bom atendimento, no qual exige dela a capacidade de conhecer
seu perfil, definir seus desejos e necessidades, e definir como os recursos da empresa serão empregados
para que se alcance tais perspectivas.
Posto isso, com a evolução da gestão tradicional para gestão da qualidade, o atendimento ao cliente
passou a fazer parte do planejamento estratégico das organizações, que passaram a integrar em suas
atividades um canal de relacionamento para a efetiva comunicação com seus clientes. Canal que tem
como objetivo promover a interação entre a organização e o consumidor, o auxiliando assim na resolução
de seus interesses diante dos produtos ou serviços que utilizam.
Atualmente, pode-se dizer, que o atendimento ao cliente é visto como um dos principais serviços de
uma organização que busca pela satisfação, criação de valor e fidelização de seus clientes.
Sendo assim, o atender está associado a acolher, receber, ouvir o cliente, de forma com que seus
desejos sejam resolvidos, assim o atendimento é dispor de todos os recursos que se fizerem necessários,
para atender ao desejo e necessidade do cliente. Esses clientes podem ser internos ou externos, e se
caracterizam por ser o público-alvo em questão.
Clientes Internos: os clientes internos são aqueles de dentro da organização, ou seja, são os
colegas de trabalho, os executivos. São as pessoas que atuam internamente na empresa.
Ninguém procura uma empresa que oferece produtos ou serviços, sem ter uma necessidade
por alguma coisa, em vista disso toda a atenção deve ser concentrada em ouvir e atender
prontamente o cliente sem desviar-se para outras atividades naquele momento, pois o cliente
pode interpretar esta ação como uma falta de profissionalismo.
Lembre-se de utilizar uma linguagem clara e compreensível, nem sempre os clientes compreendem
termos muito técnicos e científicos que para uma organização pode soar normal ou comum. Esteja atento
aquilo que irá perguntar para que não repita a mesma pergunta demonstrando falta de interesse ou
atenção, seja educado e cortês, mas isso não significa que se possa invadir a privacidade/intimidade do
cliente, evite perguntas ou situações que possam causar qualquer tipo de constrangimento ou
inconveniência.
Utilize um tom de voz agradável ao dirigir-se a um cliente, tenha percepção sobre suas limitações,
fique atento a sua faixa etária e adeque a forma de tratamento a senhores(as).
Com a grande competitividade entre as empresas, a velocidade em que se atende as necessidades
de um cliente, pode ser um fator determinante para que estes retornem a empresa, entretanto não é um
ponto positivo ter que refazer uma atividade/ação para corrigir algo que foi feito de forma rápida e com
pouca qualidade.
Um ambiente de trabalho organizado também pode contribuir para um atendimento mais rápido, ágil e
eficiente.
A empresa deve ser leal ao cumprimento dos prazos, sendo assim, não prometa prazos que não seja
capaz de cumprir. Envolva outros setores ao processo de atendimento para que possa responder mais
prontamente as questões que possam surgir.
Nas reações e percepções do cliente é possível identificar sua aprovação ou reprovação em relação
as negociações ou atendimento, busque oportunidades para agir.
Seja sempre objetivo ao realizar um atendimento, busque rapidamente soluções para as necessidades
do cliente que se encontra em atendimento.
Os colaboradores de uma organização devem buscar conhecimento dos negócios da empresa, das
decisões que ela toma e da situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma comunicação
entre empresários e funcionários acaba gerando desmotivação, falta de comprometimento e dificuldades
para se argumentar e demonstrar confiança aos clientes no momento do atendimento.
Assim torna-se fundamental comunicar a missão da empresa, seus valores, metas e objetivos ao
público interno, pois quanto maior for seu envolvimento com a organização, maior será o seu
comprometimento.
1. Foco no Cliente: as organizações buscam reduzir os custos dos produtos, aumentar os lucros, mas
não podem perder de vista a qualidade e satisfação dos clientes.
2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade do usuário: um serviço ou produto
deve ser exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita que ele seja.
A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por algumas ações que imprimem a
qualidade ao atendimento, tais como:
- Atenuar a burocracia;
- Fazer uso da empatia;
- Analisar as reclamações;
- Acatar as boas sugestões.
- Cumprir prazos e horários;
- Evitar informações conflitantes;
- Divulgar os diferenciais da organização;
- Identificar as necessidades dos usuários;
- Cuidar da comunicação (verbal e escrita);
- Imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
- Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade.
32
SCROFERNEKER, C. M. A. Trajetórias teórico conceituais da Comunicação Organizacional, 2006.
Mas será que existe algo mais importante do que o cliente que se encontra do outro lado da
linha, aguardando pelo atendimento? É claro que não existe, ocorre que nem sempre se tem a
consciência de que é o cliente que será atendido e não o telefone. Não se tem a consciência que cada
ligação recebida significa uma oportunidade de negociar, de vender, de divulgar a empresa, de manter
laços amistosos com o cliente.
A chave para o sucesso do bom atendimento depende muito da boa comunicação, isto é, de
como é realizada a transmissão e recepção de informação.
Exemplificando: O cliente vai ao banco porque precisa receber e/ou pagar contas; toma o trem porque
precisa ir do ponto A ao B; procura o médico porque precisa ficar com boa saúde. Entretanto, será tudo
tão simples? O que diferencia as interações que o cliente descreveria como excelentes ou satisfatórias
ou péssimas? Quais são suas necessidades básicas ou mínimas e o que mais pode ser importante para
ele?
É difícil saber se o comportamento humano é intencional ou não, mesmo que, segundo a psicanálise,
existem as intenções inconscientes. Por isso é preciso classificar tudo o que o homem faz em sociedade.
Até mesmo o silêncio, é comunicação, ele pode significar concordância, indiferença, desprezo, etc.
Assim, a comunicação, tanto interna quanto externa das organizações, é uma ferramenta de extrema
importância para qualquer organização e determinante no que se refere ao sucesso, independente do
porte e da área de atuação.
É uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser atribuídos às falhas de comunicação.
Portanto, um sistema de comunicação eficaz é fundamental para as organizações que buscam o
crescimento e cultura organizacional.
Na era da informação, a rapidez e o valor das informações faz com que as organizações se vejam no
imperativo de reestruturarem sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um padrão moderno
aproximando suas ações e o discurso empresarial.
Diante disso, emergem os problemas de comunicação. Os problemas de comunicação surgem por
uma situação de fala distorcida em que os participantes do ato comunicativo encontram-se em posições
desiguais de poder e conhecimento de informações.
O principal problema da comunicação organizacional a sobrecarga de input de informação, podendo
este estar relacionado a má seleção de informações por parte do indivíduo ou a uma cultura
organizacional valorizadora de grande quantidade de informações.
Comunicabilidade
É a qualidade do ato comunicativo, no qual a mensagem é transmitida de maneira integral, correta,
rápida e economicamente. A transmissão integral supõe que não há ruídos supressivos, deformantes ou
concorrentes. A transmissão correta implica em identidade entre a mensagem mentada pelo emissor e
pelo receptor.
Apresentação
O responsável pelo primeiro atendimento representa a primeira impressão da organização, que o
cliente irá formar, como a imagem dela como um todo. E por isso, a apresentação inicial de quem faz o
atendimento deve transmitir confiabilidade, segurança, técnica e ter uma apresentação ímpar.
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao ambiente de trabalho.
Se a organização adotar uniforme, é indispensável que o use sempre, e que o apresente sempre de
forma impecável. Unhas e cabelos limpos e hálito agradável também compreendem os elementos que
constituem a imagem que o cliente irá fazer da empresa, por meio do atendente.
A expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam fatores que irão compor o julgamento
do cliente e a satisfação do atendimento começa a ser formado na apresentação, assim a saudação inicial
deve ser firme, profissional, clara e de forma que transmita compromisso, interesse e prontidão. O tom de
voz deve ser sempre agradável.
Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial para um bom atendimento. Com
por exemplo: O que dizer antes de iniciar o atendimento? O nome do atendente; O nome da empresa;
Bom dia; Boa tarde; Boa noite; Pois não, em que posso ajudá-lo?; entre outros.
A sequência não importa, o que deve ser pensado na hora, é que essas frases realmente devem ser
ditas de forma positiva de acordo com seu contexto. E o atendente também deve se lembrar que os
clientes não aguentam mais ser atendimentos com apresentações mecânicas, pois o que eles esperam
é uma apresentação receptiva.
Por isso, saudar com “bom dia, boa tarde, ou, boa noite” é ótimo! Mas, diga isso, com sinceridade,
assim o cliente perceberá a veracidade em suas palavras.
Dizer o nome da empresa se o atendimento for por meio do telefone também faz parte, porém, faça de
forma clara e devagar. Não dê margem, ou fale de forma que ele tenha que perguntar de onde é logo
após o atendente ter falado. Dizer o nome, também é importante. Mas, isso pode ser dito de uma forma
melhor como, perguntar o nome do cliente primeiro, e depois o atendente diz o seu. Exemplo: Qual seu
nome, por favor? Oi Maria, eu sou a Madalena, hoje posso ajuda-la em quê?
O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também, irá perceber que essa empresa trabalha
pautada na qualidade do atendimento.
Segundo a sabedoria popular, leva-se de 5 a 10 segundos para formarmos a primeira impressão de
algo. Por isso, o atendente deve trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais para o
atendimento, fazendo com que o cliente tenha uma boa imagem da organização.
O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para o atendimento, ou seja, o excesso de
intimidade na apresentação é repudiável, o cliente não está procurando amigos de infância, mas sim,
soluções aos seus problemas.
Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser abolidos do atendimento. Tampouco, os
nomes e adjetivos no diminutivo.
Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora no atendimento, principalmente quando
ele observa que o atendente está conversando com outros seus assuntos particulares em paralelo, ou,
fazendo ações que são particulares e não condizem com seu trabalho.
A instantaneidade na apresentação do atendimento configura seriedade e transmite confiança ao
cliente, portanto, o atendente deve tratar a apresentação no atendimento como ponto inicial, de sucesso,
para um bom relacionamento com o cliente.
Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Algumas palavras e tratamentos podem ser ofensivos
a eles, portanto, deve-se utilizar sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora.
Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por telefone, quem o faz, está oferecendo a
sua imagem (vendendo sua imagem) e a da organização que representa. Pois todas as ações
representam o que a empresa pretende.
É importante lembrar que não se deve ficar pensando na resposta na hora em que o interlocutor estiver
falando. Concentre-se em ouvir. Outro item que deve ser levado em conta no atendimento é não
interromper o interlocutor, pois, quando duas pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve
corretamente o que a outra está dizendo. E assim, não há a comunicação.
O atendente também não deve se sentir como se estivesse sendo atacado, pois alguns clientes dão
um tom mais agressivo à sua fala, porém, isso deve ser combatido por meio da atitude do atendente, que
deve responder de forma calma, tranquila e sensata, sem elevar o tom da voz, ou seja, sem se alterar.
Outro aspecto que deve ser observado é que em todos os níveis de atendimento será inevitável
deparar-se com clientes ofensivos e agressivos, para tanto, o atendente deve ter tolerância para acalmar
o cliente e mostrar que ele está ali para auxiliá-lo e resolver o problema.
Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na empresa é a palavra de ordem, o acalma e
tranquiliza, por isso, a tolerância é importante para que não se perca a linha e comprometa a imagem da
empresa e a qualidade no atendimento.
Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente deve demonstrar interesse, presteza
e tolerância, para que o cliente insista em construir uma situação de discussão, o atendente deve-se
manter firme, tolerante e profissional. Portanto, a presteza, eficiência e a tolerância, formam uma tríplice
que sustentam os atendimentos pautados na qualidade, tendo em vista que a agilidade e profissionalismo
permeiam os relacionamentos.
Discrição
Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente e da relação com o interlocutor. No trabalho, a
pessoa deve ter acima de tudo discrição em seus atos, pois certas brincadeiras ou comentários podem
ofender as pessoas que estão sendo atendidas e gerar situações constrangedoras. Nestes casos, a
melhor maneira de contornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não ocorram novamente.
Todas as atitudes que incomodam as pessoas são consideradas falta de respeito e por isso deve haver
uma série de cuidados, como por exemplo: não bater o telefone, não falar alto, importunar seu colega
com conversas e perguntas o tempo todo, entre outros.
Ser elegante em um ambiente de trabalho e não expor o visitante/usuário, sendo bem-educado, não
significa bajular o atendido e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente facilitará a comunicação
e tornará o convívio mais agradável e saudável.
Conduta e Objetividade
Reforçando as afirmações anteriores, temos ainda, alguns princípios fundamentais para imprimir mais
qualidade ao atendimento, sendo estes:
1. Princípio da Competência: o cliente espera que cada pessoa que o atenda detenha informações
detalhadas sobre o funcionamento da organização e do setor que ele procurou. Ele tem a expectativa de
encontrar pessoas capacitadas a fornecer informações detalhadas sobre o assunto do seu interesse, por
isso identifique as necessidades do cliente, ouça atentamente a descrição do serviço solicitado.
2. Princípio da Legitimidade: o cliente deve ser atendido com ética, respeito, imparcialidade, sem
discriminações, com justiça e colaboração:
- Preferencialmente, trate-o pelo nome;
- Não escreva ou faça qualquer outra atividade enquanto estiver falando com ele;
- Esteja atento à condição física do usuário (ofereça ajuda aos idosos e as pessoas com necessidades
especiais).
Estratégias Verbais
- Reconheça, o mais breve possível, a presença das pessoas;
- Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
- Se possível, trate o usuário pelo nome;
- Demonstre que quer identificar e entender as necessidades do usuário;
- Escute atentamente, analise bem a informação, apresente questões;
Questões
A opção que possui os itens que correspondem às etapas para se obter a excelência no atendimento
é:
(A) Somente I e II estão corretos;
(B) Somente I, II e III estão corretos;
(C) Os itens I, II, III e IV estão corretos;
(D) Somente II e IV estão corretos.
A qualidade do produto é um fator mais determinante para a manutenção da fidelidade dos clientes
que a qualidade do atendimento.
( ) Certo ( ) Errado
07. (MTE - Agente Administrativo - CESPE) Acerca da qualidade no atendimento ao público, julgue
os itens a seguir.
A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na prestação da informação correta, na cortesia
do atendimento, na brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a realização do atendimento.
( ) Certo ( ) Errado
10. (IF/AP - Assistente de Alunos - FUNIVERSA) Assinale a alternativa correta no que se refere a
atendimento ao público.
(A) Às pessoas que atendam o público restringe-se a responsabilidade social da corporação.
(B) O perfil adequado do atendente, o bom estado de saúde e a competência profissional tornam o
serviço de atendimento mais eficiente e contribuem para aumentar a satisfação dos usuários dos produtos
ou serviços da instituição.
(C) Para obter eficiência no atendimento ao público, é necessário que o atendente seja
preponderantemente um executor de rotinas, o que envolve identificar situações e seguir instruções.
(D) Uma ação que pode ser efetiva para o melhor atendimento do usuário/consumidor é a centralização
da autoridade, visto que possibilita garantia de qualidade no processo decisório.
(E) O atendimento ao público pode ser visto como uma atividade rotineira simples de tratamento de
informações, marcada por procedimentos administrativos habituais.
Gabarito
01.B / 02.C / 03.Errado / 04.D / 05.B / 06.B / 07.Certo / 08.B / 09.D / 10.B
01. Resposta: B
As informações devem serem precisas, úteis e confiáveis quando passadas aos clientes da
organização, e isso nada mais é do que a comunicabilidade, pois o receptor deve receber e compreender
claramente a mensagem que o emissor desejou passar.
02. Resposta: C
I. É necessário definir os objetivos a serem alcançados: (Verdadeiro, pois para se realizar qualquer
tipo de atividade, ou atendimento se deve saber previamente onde quer chegar.)
II. É necessário diagnosticar a situação. (Verdadeiro, pois para se resolver qualquer tipo de problema,
é necessária avaliar o que está acontecendo e entender totalmente, para assim facilitar o processo de
resolução.)
III. O planejamento estratégico deve ser realizado. (Assim como a primeira afirmação, é necessário ter
um plano, com objetivos e metas.)
IV. É preciso controlar o processo. (Para que os objetivos saiam como o planejado, e necessário
controlar todo o processo, para que não haja nenhum tipo de equívoco.)
04. Resposta: D
A empatia se destaca como uma competência fundamental para o convívio social, e organizacional,
pois é uma das funções mais nobres da inteligência. Se colocar no lugar do outro é essencial na hora de
realizar um atendimento de qualidade, pois assim o atendente tem a capacidade de sentir como o cliente
está se sentindo naquele momento, e faz com que ele atenda da maneira que gostaria de ser atendido.
05. Resposta: B
A apatia é uma característica negativa, pois frieza, automatismo, ou seja, um atendimento mecânico,
não é o que os clientes procuram, mas sim simpatia e receptividade.
06. Resposta: B
Ser paciente, para ouvir o que o cliente necessita é extremamente necessário, o atendente deve ouvir
com total atenção, para depois buscar a solução, se ele interromper o cliente de uma forma brusca acaba
passando uma imagem ruim, e a empresa pode ser taxada como mal-educada e possuir profissionais
incapacitados para realizar atendimento ao público, por isso que escutar para depois responder faz com
que a comunicação flua e o problema seja resolvido de uma maneira mais eficaz.
08. Resposta: B
a) Imagina você fazendo sua reclamação ou solicitação e o atendente digitando ou falando no telefone?
c) É péssimo quando se vai comprar algo e o vendedor não conhece quase nada do produto ou não
sabe que o serviço tem certas opções que o cliente pode escolher.
d) Deve-se observar o comportamento do cliente para melhor atendê-lo, assim ele pode verificar
necessidades implícitas nesse comportamento.
09. Resposta: D
O treinamento é sim uma das estratégias para a melhoria contínua do nível de satisfação do público.
Esta é a única assertiva incorreta.
Segundo Srour33, Organização é uma palavra originada do Grego “organon” que significa instrumento,
utensílio, órgão ou aquilo com que se trabalha. De um modo geral, organização é a forma como se dispõe
um sistema para atingir os resultados pretendidos.
Podemos falar de organização escolar, organização empresarial, organização pessoal, organização
de eventos, organização doméstica, etc. Em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia
na forma como as pessoas se inter-relacionam entre si e na ordenação e distribuição dos diversos
elementos envolvidos, com vista a uma mesma finalidade.
Sala de Recepção
Quem recebe é o anfitrião da instituição e, por isso mesmo, é de se esperar que cuide do setor onde
trabalha como se fosse a sua própria casa. Contudo, muitos profissionais falham na realização desse
importante serviço, porque implica no cumprimento de algumas tarefas aparentemente desnecessárias.
A(o) recepcionista/secretária/cargo administrativo que mantém a sala de recepção limpa, em ordem e
eficientemente organizada estará apenas demonstrando uma atitude correta com o serviço.
Muitas vezes o ambiente de trabalho a que você se acostumou a trabalhar está contra você. Pense
que você passa, pelo menos, oito horas do seu dia no trabalho e certamente o que estiver errado no seu
ambiente de trabalho vai diminuir sua produtividade e causar danos a sua saúde!
O Mobiliário
Uma mesa muito baixa acaba com a coluna de qualquer um. O tampo da mesa deve estar em média
a 80 cm do chão. A cadeira deve ter sempre encosto para toda a área das costas e deve ser acolchoada.
Seus pés devem estar sempre apoiados. Se a cadeira é alta demais, providencie uma caixinha para
apoiar os pés. O teclado do computados deve estar a uma distância que faça o cotovelo estar a 90º em
relação ao corpo. O topo do monitor deve estar à altura da linha dos olhos de modo que a cabeça fique
levemente inclinada para baixo. Uma cadeira de escritório deve ter apoio para o antebraço. Apoie seu
braço nele para usar o mouse.
A Iluminação
Se você puder fazer algo para melhorar a iluminação da sua sala, faça. Danos na visão decorrentes
de uma iluminação inadequada podem gerar problemas irreversíveis em médio prazo. Quando perceber
que está inclinando a cabeça para conseguir ler alguma coisa, procure seu oculista e providencie uma
iluminação melhor.
Pastas: a quantidade de papéis que se circulam por sua mesa pode fazer com que você perca tempo
somente tentando tirar tudo aquilo da sua frente, para achar algo em sua mesa. O remédio para esta
papelada toda se chama arquivo. Existem pastas de plástico transparente que não precisam sequer ser
abertas para se ver o que há dentro delas. Outras destas pastas são arquivos com dezenas de divisórias.
Nestes arquivos podem ficar os papéis que estavam em pastas com um número menor de folhas ou se
fazer um “pré-arquivo” para as folhas que devem ser estudadas mais tarde.
Papéis de rascunho: se os tempos estão para economia, colabore. Transforme as folhas que iriam
para o lixo e que estavam com o verso em branco, em papel de recados.
33
SROUR, Robert H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Grampeador: prefira os com grampos maiores, que conseguem grampear mais de vinte folhas. Para
menos que isso você pode usar um clipe. Alguns grampeadores vêm com um tirador de grampos na parte
de trás. Caso o seu não tenha, providencie aqueles longos de metal ou os pequeninos com dois dentinhos.
Se tiver que grampear folhas que deverão ser muito manuseadas, passe uma fita adesiva em volta do
canto do papel e grampeie em cima da fita. Isto evitará que as folhas rasguem e também protege o papel
contra a ferrugem do grampo.
Fita adesiva: hoje em dia existem fitas quase invisíveis. Se a fita não vem dentro de um suporte que
separa a extremidade do rolo, faça uma aba (dobre 1 cm da fita para baixo de modo que este 1 cm de
parte não adesiva fique virada para o rolo) para poder pegar a fita da próxima vez, sem ficar arranhando
o rolo e rasgando a fia em que se vai perder muito mais tempo.
Clipes: eles servem para manter papéis juntos temporariamente e sem furar o papel. Para consumar
a união entre dois papéis, use o grampeador. Além do mais, clipes enferrujam com o tempo e entortam.
Porém existem outros clipes, feitos para grande quantidade de folhas. Alguns são coloridos bastante
bonitos e práticos. Recomenda-se utilizá-los à vontade a fim de manter a ordem.
Tesoura/Estilete: o uso descuidado do estilete pode acabar com o tampo de sua mesa. Para evitar o
uso da tesoura ou do estilete algumas pessoas dobram o papel para um lado, para o outro, apoiam na
quina da mesa, procuram a régua para romper o papel na dobra. Tudo isso é tempo desperdiçado. O
estilete ou a tesoura à mão são um caminho mais curto, mas cuidado com o estilete. Mantenha-o sempre
retraído, com lâmina para dentro. Quando a lâmina é mantida retraída, o estilete é até mais seguro que a
tesoura. Para abrir cartas é melhor usar um cortador de papéis mesmo. O estilete é afiado demais e pode
estragar o conteúdo do envelope.
Régua: além de seu uso primário, ela é bastante útil no uso de estilete, mas tenha cuidado de passar
o estilete pela parte mais grossa. O estilete deforma a régua e as linhas traçadas pela parte marcada pelo
estilete não ficam tão retas.
Lápis/Lapiseira: para diminuir a tralha do escritório, prefira as lapiseiras com borrachinha na ponta.
As lapiseiras aposentam também o apontador, que causa tanta sujeira. Por via das dúvidas, deixe os
materiais em extinção (lápis, borracha e apontador) na gaveta, só por segurança. Mantenha também
caixinhas de grafite extra e preste atenção se são do número certo para sua lapiseira.
Canetas: tenha sempre um maço de canetas de pelo menos quatro cores diferentes. Hoje em dia
existem canetas de todas as cores, incluindo prata e ouro, mas prefira canetas que sejam visíveis em
papel branco. Quanto ao porta-lápis, o seu uso é questionável. Se você optar por manter um na sua mesa,
lembre-se de deixar nele apenas canetas que você não se importa em perder.
Destaca-texto: são canetas com uma cor bem berrante e transparente. Um texto marcado é a primeira
coisa que se vê numa folha e não se perde tempo procurando onde está a passagem para a qual você
queria chamar atenção.
Fichário: existem os rotativos e os horizontais. Os horizontais não precisam ser furados e são mais
práticos. Eles devem ter uma tampa para proteger as fichas da poeira. Tenha sempre divisória e fichas
pautadas e lisas de reserva. Se seu fichário for organizado e atualizado constantemente, 50% de sua
organização já está resolvida.
Caderninho de notas: para você levar toda vez que tiver que fazer uma atividade fora da sua mesa.
Este deve ter folhas resistentes, pois será bastante manuseado. Deixe a caneta sempre presa nas espirais
ou na capa, para nem pensar em esquecer.
Agendas: plural! Você tem, pelo menos, uma agenda pessoal e uma de trabalho. Se misturar as duas
vai se complicar. Procure uma agenda que seja pequena e fácil de guardar na bolsa. Tenha dentro dela
as informações mais pertinentes ao seu trabalho, principalmente, as sobre o seu chefe. Importante anotar
afazeres do dia, da semana e do mês. Deve-se também consultá-las sempre. Não adianta ter a agenda
Dicionário: Provavelmente existe um à disposição de todos os empregados e é por isso que ele some.
Mantenha um dicionário de bolso dentro de sua gaveta para não sair da sua mesa sem necessidade, nem
interromper o colega. Lembrar dos dicionários on line e do Guia de RUAS e CEPS. Porém, os endereços
errados podem fazer você perder muito tempo.
Recepção de Documentos
As normas para abertura de correspondências podem variar e você deve agir de acordo com os hábitos
do escritório e as instruções recebidas de antemão; em alguns casos, caberá a você apenas organizar a
remessa, separando os vários tipos de correspondência: telegramas e envelopes com a anotação
"urgente", correspondência pessoal, correspondência comum ou "de rotina", comunicados internos e
circulares, material de publicidade, catálogos, revistas etc. feito isto, passe todo material às pessoas
especificadas.
É conveniente registrar (em sua agenda ou outro local apropriado) as informações contidas em
documentos com frases como "mandaremos um relatório detalhado dentro de duas semanas", "aguarde
mostruário atualizado no fim do mês" etc. Decorrido o prazo estipulado, você poderá tomar as
providências para que se cumpra o prometido.
Tome nota de todas as datas de expedição e recebimento dos documentos e correspondências; é
muito importante o controle ou registro de toda a correspondência recebida.
Uma folha de registro deve conter os seguintes itens: datas de recebimento e arquivamento da
correspondência, data e código de referência citados no texto da carta, o nome do remetente, assunto
tratado e o departamento ou pessoa a que foi dirigida. Faça uma folha de registro como modelo e tire
cópias de acordo com as suas necessidades. Uma vez que as folhas estejam preenchidas, arquive-as
numa pasta em ordem cronológica. É possível fazer isso em um caderno próprio também, em que tais
informações sejam referentes aos documentos de cada ano.
Expedição e Formulários
Toda comunicação escrita, além de ser um atestado de eficácia da instituição, é um documento que
representa quem o assina. Por esses motivos, é importante tomar uma série de precauções antes de
expedir qualquer correspondência, tais como:
- Quando conter na sua redação siglas e abreviações, deve-se explicar seu significado;
Dos Funcionários:
– Cadastro dos funcionários, (RG, cargo, horário de trabalho, endereço, telefone de emergência etc).
ATENÇÃO!!!
Procure melhorar o aspecto do escritório, pois ele exerce influência sobre o desempenho das
atividades. Verificar, sobretudo o que pode ser melhorado, que procedimentos podem ser eliminados ou
simplificados.
O trabalho toma-se mais agradável e simples, quando dispomos de conhecimentos profissionais sobre:
arquivística, redação, gramática, informática e, se temos à mão: guia com os telefones mais usados,
código de endereçamento postal, lista telefônica, dicionário da língua portuguesa, lista de assuntos
pendentes, em ordem de importância, uma Gramática da Língua Portuguesa e, finalmente, o
estabelecimento de metas para alcançar.
De todo modo, delegar tarefas a outros integrantes da organização, providos de habilidades para
executá-las, contribui para evitar sobrecargas diárias.
A Área de Trabalho
A área de trabalho do profissional administrativo ou secretária ou recepcionista é o escritório, mas os
demais espaços destinados aos seus serviços também o são. Lembrando-se que isto varia de instituição
para instituição. A área ocupada pela recepção, por exemplo, varia de acordo com a categoria do
estabelecimento, com o número de colaboradores que nela trabalha, com o movimento de usuários etc.
Observações:
Escritório Moderno: valoriza o ser humano, o mobiliário é anatômico e os recursos tecnológicos são
utilizados para diminuir o esforço físico. Diminui a utilização de papéis, o que torna a informação mais
dinâmica.
Questões
01. (ANVISA - Técnico Administrativo - CESPE) A organização do local de trabalho deve ser
realizada apenas quando o ambiente de trabalho estiver trazendo prejuízo à execução das tarefas
cotidianas.
( ) Certo ( ) Errado
02. (CASAN - Secretária - INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa correta em relação às práticas
que auxiliam na organização do ambiente de trabalho.
(A) Para praticar a organização do ambiente de trabalho, não é necessário possuir conhecimento
profundo do que a empresa produz.
(B) É comum as interrupções durante a execução de uma tarefa, não necessitando realizar marcas
quando for interrompida.
03. (Prefeitura de Amontada/CE - Agente Administrativo - CEV) O trabalho tem maior produtividade
quando as pessoas que o realizam adotam práticas de qualidade e agilidade na realização de suas
tarefas. Esse ambiente produtivo é obtido quando o profissional
(A) ajusta suas tarefas ao horário do seu transporte diário, identifica o que pode ser eliminado ou
simplificado e prioriza tarefas.
(B) prioriza tarefas, utiliza seus recursos privados de mídia digital (Whatsapp, Facebook, Snapchat)
durante o horário de trabalho e cuida da organização física do local de trabalho.
(C) utiliza seus recursos privados de mídia digital (Whatsapp, Facebook, Snapchat) durante o horário
de trabalho, prioriza tarefas e ajusta suas tarefas ao horário do seu transporte diário.
(D) identifica o que pode ser eliminado ou simplificado, prioriza tarefas e cuida da organização física
do local de trabalho.
04. (IF/MT - Assistente em Administração - IF/MT) Infere-se do texto que ser organizado facilita o
trabalho do cérebro, pois permite que ele tenha previsibilidade para executar tarefas. Sobre a postura
profissional que contribui para organizar o ambiente de trabalho, assinale a afirmativa INCORRETA.
(A) Usar agenda física ou digital compreende ferramenta dispensável para anotar afazeres do dia, da
semana e do mês.
(B) Listar tarefas diárias estabelecendo prazos e grau de prioridade possibilita mensurar o
acompanhamento da rotina de trabalho.
(C) Possuir objetivos claros e definidos compreende ações relevantes para o alcance dos resultados
estabelecidos.
(D) Delegar tarefas a outros integrantes da organização, providos de habilidades para executá-las,
contribui para evitar sobrecargas diárias.
Gabarito
Comentários
02. Resposta: E
03. Resposta: D
Identificar o que pode ser eliminado ou simplificado, priorizar tarefas e cuidar da organização física do
local de trabalho resulta em melhoria na produtividade do funcionário, agilizando a realização de tarefas.
04. Resposta: A
É indispensável planejar e organizar em agendas ou correlatos o que será feito ao longo dos dias, até
para gerir melhor o tempo e os recursos.
05. Resposta: C
Em se tratando elaboração de formulários, um princípio a NÃO se seguir é o do emprego dos jargões,
por dificultar o entendimento e comunicação, sobretudo quando se tratar de comunicação externa (com
outras empresas/órgãos).
Recebimento
Importante: Não será recebido o documento que desatenta a qualquer dos requisitos enumerados
anteriormente. Aquele que indevidamente o for, será devolvido ao remetente.
A seguir, há um modelo de envelope padrão, que possui todas as informações necessárias à sua
completa identificação quanto à origem e destino.
No caso de não localização do destinatário, o envelope receberá o carimbo "devolução de
correspondência”, devendo ser devolvido ao remetente.
Atenção: Toda documentação que der entrada no protocolo deve ser registrada no relógio-datador
É importante ressaltar que documentos oficiais estão destinados ao cargo do destinatário e não à
pessoa que o ocupa. Portanto, quando um documento oficial for encaminhado a um destinatário que não
ocupe mais o cargo, deverá ser aberto para as providências cabíveis.
Recibo
Triagem
A triagem consiste na verificação prévia de toda documentação que será protocolada (já registrada no
relógio-datador, conforme orientação anterior), separada e cadastrada.
Após verificação das informações nos envelopes, verifica-se a possibilidade de abertura dos
mesmos.
Lembre-se que NÃO podem ser abertos:
Correspondência particular;
Correspondência, processo ou documento confidencial;
Correspondência, processo ou documento de caráter licitatório.
Prazos
Verificar os documentos e processos que possuem prazos e são urgentes. Os documentos e
processos de caráter urgente terão tratamento preferencial, com encaminhamento imediato.
No caso de Protocolo Central Unificado – PCU, separar os documentos e processos por Unidade
Protocolizadora – (NUP).
Por medida de segurança e para fins comprobatórios, os envelopes devem ser guardados agrupados
por data de recebimento e guardados por um período de trinta dias.
Cadastramento
Após o recebimento da documentação, independente da forma de entrega, deve ser feito o registro de
seu conteúdo no Sistema, caso exista um. O cadastramento consiste na inserção dos dados do
documento, com o objetivo de controlar a movimentação de documentos e processos, fornecer dados de
suas características fundamentais aos interessados e permitir sua localização quando necessário.
O cadastramento é primordial para viabilizar todas as ações e decisões que deverão ser tomadas a
partir das informações contidas no documento. Por isso, deve ser feito com atenção de maneira a extrair,
de forma clara e precisa, os elementos necessários à sua identificação inequívoca. Deve ser dada espe-
cial atenção aos documentos recebidos que não contenham NUP, realizando pesquisa de antecedentes
antes de proceder ao registro no Sistema, para evitar a duplicidade de informações e transtornos advindos
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
86
de tramitações equivocadas.
De acordo com a Portaria Normativa nº 3/2003 do MPOG, deve ser atribuída numeração única de
processos aos órgãos da Presidência da República, Ministérios, autarquias e fundações federais.
O NUP visa à integridade do número conferido ao documento ou processo, sendo atribuído aos
documentos e processos na unidade protocolizadora de origem. O NUP é constituído de quinze dígitos,
acrescidos mais dois dígitos de verificação (DV). Todos os documentos e processos recebidos e
expedidos pelas unidades protocolizadoras devem receber uma numeração.
0 0 0 0 0 . 0 0 0 0 0 0 / 0 0 0 0 - 0 0
1º grupo 2º grupo 3º grupo 4º grupo
Refere-se ao código Determina o registro Indica o ano de Digito
numérico atribuído a cada sequencial dos processos formação do verificador que
unidade protocolizadora; e documentos processo ou garante unicidade
identifica o órgão de origem do cadastrados. É reiniciado documento. ao número
processo. a cada ano. gerado.
Quadro: Estrutura do número único de processo e documento.
Tabela de Unidades
Para utilização da sistemática de numeração única de processo, os órgãos integrantes do Sistema de
Serviços Gerais (SISG) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG devem obedecer
às faixas numéricas de codificação de unidades protocolizadoras definidas pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do MPOG. As unidades da AGU receberão numeração entre as faixas
numéricas de 00400 a 00599.
Cadastramento de Unidades
Quando uma nova unidade inicia suas atividades, é necessário atribuir um código de unidade
protocolizadora (cinco dígitos iniciais da NUP). A solicitação de criação de NUP, bem como a inserção da
nova unidade no Sistema deve ser feita formalmente pelo chefe da unidade à Coordenação-Geral de
Documentação e Informação. A atribuição é feita pelo SISG do MPOG.
NUP Externo
Os processos oriundos de órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações, manterão
em seu cadastramento e sua tramitação, o mesmo número recebido no órgão de origem, vedada assim,
atribuição de nova numeração. No caso de retorno de documentos ou processos já cadastrados, será
atribuída numeração ao novo documento que encaminha o documento ou processo (Portaria Normativa
nº 03/ 2003, do MPOG), fazendo a referência a qual documento anterior se refere a resposta ou
consideração.
NUP Interno
O NUP gerado pelo Sistema no ato do cadastramento deve ser transcrito na parte superior direita da
primeira folha de cada documento ou peça de processo, por meio de carimbo ou transcrição manual com
letra legível. Cada unidade deve providenciar a confecção de carimbo próprio, identificando sua Unidade.
Exemplo de carimbo:
Os espaços reservados para o NUP, data e hora deverão ser preenchidos à caneta esferográfica, com
letra legível.
Expedição
Mensageria Interna
A distribuição de documentos e processos no âmbito das Unidades é de responsabilidade de cada
apoio dos setores.
Os documentos e processos a serem expedidos via mensageria interna não necessitam estar
envelopados, apenas encaminhados com a identificação da unidade, setor ou autoridade a que se
destinam.
Atenção: O uso de envelopes para distribuição interna de documentos e processos não é obrigatório.
Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de documentos e
processos.
Mensageria Externa
Os documentos a serem expedidos via mensageria externa necessitam estar envelopados, e
encaminhados com o respectivo recibo para identificação da unidade, setor ou órgão a que se destinam.
No caso de processos, caso sejam sigilosos devem estar envelopados.
Malote
Tal como no serviço de mensageria, os documentos e processos a serem expedidos via malote não
necessitam estar envelopados.
Atenção: O uso de envelopes para expedição de documentos e processos via malote não é
obrigatório. Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de
documentos e processos.
Os documentos e processos, ao serem encaminhados para expedição via Malote, deverão informar
(no próprio documento ou em lista a parte):
Identificação da unidade/setor e Estado a que se destina;
Espécie e número do documento;
Assunto do documento;
Remetente e destinatário do documento;
Os documentos, processos e correspondências a serem expedidos por Malote, deverão ser entregues
ao Setor de Expedição até 14hs do dia da coleta, para que sejam encaminhados no mesmo dia. A coleta
de malotes pelos Correios é realizada a partir das 15hs. Os documentos e processos que forem
encaminhados após este horário serão expedidos na remessa seguinte.
Expedição de malotes
Os malotes deverão ser expedidos SEMPRE, mesmo vazios, evitando-se, dessa forma, que a troca
de malotes sofra solução de continuidade.
Atenção: Com o objetivo de se evitar a falta de malote quando do seu envio, deve-se enviá-lo sempre,
mesmo que vazio.
Atenção: O conteúdo no malote não pode exceder 10 Kg para o malote pequeno e 30 Kg para o
Caso seja necessário o envio de objetos que excedam a capacidade do malote, deve-se utilizar a
modalidade encomenda PAC ou Sedex, tomando-se o cuidado de embalar e identificar devidamente a
encomenda para evitar danos ou extravios.
As unidades emitentes devem informar ao setor de expedição qual a modalidade de encaminhamento,
pelo serviço dos Correios, para correspondências, documentos ou processos. Caso não seja informado,
o serviço de expedição definirá qual a modalidade de envio.
Questões
Gabarito
01. A / 02. B / 03. Errado
Comentários
01. Resposta: A
O Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. O NUP tem uma função de grande relevância, pois viabiliza a padronização na gestão
documental, desde a produção ao arquivamento dos documentos, assim como facilita as comunicações
entre as unidades administrativas dos órgãos e entidades ou destas com a sociedade, promovendo a
simplificação do acesso às informações sobre os documentos públicos federais.
02. Resposta: B
L6538 Art. 47 - Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
CARTA - objeto de correspondência, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de
natureza administrativa, social, comercial, ou qualquer outra, que contenha informação de interesse
específico do destinatário.
CARTÃO-POSTAL - objeto de correspondência, de material consistente, sem envoltório, contendo
mensagem e endereço.
IMPRESSO - reprodução obtida sobre material de uso corrente na imprensa, editado em vários
exemplares idênticos.
CECOGRAMA - objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se
também cecograma o material impresso para uso dos cegos.
PEQUENA ENCOMENDA - objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso
limitado, remetido sem fins comerciais.
A distribuição da correspondência pode ser feita de diversas formas, mas sempre de forma a poder
ser controlada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado livro de protocolo. Muitas vezes é utilizada uma
guia de remessa de documentos que os descreve e agrupa por destinos, acompanhando-os até à
recepção. Então, é assinado um duplicado que comprova a entrega.
Depois de ser lida, a correspondência deve ser convenientemente tratada. O que significa que:
- Se não for necessário dar sequência ao assunto, a correspondência vai imediatamente para o
arquivo, com a devida indicação no canto superior esquerdo e a assinatura do ordenante;
- Se é necessária uma resposta, devem ser feitas as anotações necessárias para a sua execução ou,
então, se for o caso, o próprio destinatário encarregar-se-á de a escrever.
Assinatura
Depois de finalizada a correspondência deve ser de novo lida e em seguida assinada. A organização
das grandes empresas implica que o correio e expedir esteja pronto até determinada hora, de forma a ser
levado a despacho.
Registo de Saída
O registo das saídas também é normalmente feito em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos
originais e encaminhadas devidamente.
Veja um exemplo das colunas a serem colocadas no livro de registro de correspondência
enviada/expedida.
E por fim...
- Toda a correspondência que é expedida da empresa deve possuir em arquivo a respectiva cópia;
- Quando a correspondência for registada, juntamente com a cópia, deve ser arquivado um exemplar
do talão de aceitação;
- No caso do registo ser com aviso de recepção, este, após ser devolvido pelo destinatário com a
respectiva assinatura, deve também ser arquivado com a cópia da correspondência.
Questões
01. (TJ/ES - Analista Judiciário Arquivologia - CESPE) Julgue os itens sequentes, referentes ao
protocolo e à tramitação de documentos.
A expedição de documentos é uma atividade típica do setor de arquivos intermediários, que se
responsabiliza pela saída dos documentos após o encerramento de seu trâmite interno.
( ) Certo ( ) Errado
02. (Correios - Analista de Correios Arquivologia - CESPE) Acerca do setor de protocolo, em órgãos
públicos ou empresas, julgue os itens que se seguem.
A expedição dos documentos é de responsabilidade do arquivo geral e conta com o auxílio do arquivo
intermediário para a realização dessa atividade.
( ) Certo ( ) Errado
03. (IF/PA - Técnico em Arquivo - FUNRIO) A atividade que consiste em enviar o documento ao seu
destinatário quando é interna e quando é direcionada a outra instituição, é chamada respectivamente de:
(A) distribuição e expedição.
(B) registro e despacho.
(C) expedição e distribuição.
(D) despacho e protocolo.
(E) correspondência e ofício.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: Errado
Expedir um documento significa encaminhá-lo do setor de protocolo para outras instituições. É muito
comum confundir com distribuição que nada mais é do que encaminhar documentos para
setores/unidades da mesma instituição.
03. Resposta: A
Distribuição: é o primeiro destino dado ao documento.
Expedição: é a saída do documento, de um setor para outro ou de uma instituição para outra.
Principais Vantagens34
- segurança do acervo;
- redução dos custos de área utilizada, de cópias e custos com pessoal;
- controle da localização dos documentos;
- proteção contra perda de documentos;
- controle de acesso aos documentos;
- conservação dos "originais";
- menos recursos de distribuição;
- múltipla indexação;
- padronização dos formatos, dos processos e da localização;
- acesso à informação por múltiplos usuários simultaneamente.
Em linhas gerais, podemos descrever GED como um conjunto de tecnologias que permite a uma
empresa gerenciar seus documentos em forma digital. Esses documentos podem ser das mais diversas
origens, tais como papel, microfilme, imagem, som, planilhas eletrônicas, arquivos de texto etc.
- Document Imaging (DI): É a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos do meio
físico para o digital.
Trata-se da tecnologia mais difundida do GED, muito utilizada para conversão de papel em imagem,
através de processo de digitalização com aparelhos scanners.
34
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
35
SILVA, et.al. GED - Gerenciamento eletrônico de documentos a tecnologia que está mudando o mundo. FAI – Faculdades de Administração e Informática.
Disponível em: http://www.iterasolucoes.com.br/Site/images/stories/Itera/SalaLeitura/ged_gerenciamento_eletronico_de_docume
ntos.pdf.
Na realidade não há nenhuma diferença, mas primeiro é preciso entender que ECM e GED não são
siglas estabelecidas por entidades oficiais para designar algum tipo de produto ou serviço. Ambas as
siglas, assim como tantas outras no mercado de TI, foram criadas e são difundidas principalmente pelas
empresas que desenvolvem soluções nesta área (individualmente ou em associações). E cada uma se
apresenta como quer, pois não existem regras que, na prática, diferenciem GED de ECM.
Teorias existentes36
- ECM é a evolução do GED.
- GED é direcionado apenas à gestão de documentos, enquanto ECM engloba ferramentas de
workflow / BPM / RM.
- ECM é o GED que se utiliza das potencialidades da Web.
- GED é voltado à gestão de documentos de departamentos, enquanto ECM trata a empresa como um
todo.
Estas teorias estão erradas? Se vistas sob a ótica das empresas que se apresentam como
fornecedoras de soluções ECM, não. Mas se olhadas sob a ótica de fornecedores GED, sim. Isto porque
o setor que desenvolve produtos e serviços denominados GED utiliza-se dos mesmos conceitos e
ferramentas que as empresas que se apresentam como fornecedoras de soluções ECM.
Um exemplo que demonstra o quanto esta “discussão” é imprecisa e infrutífera vem da internet. No
início, as empresas desenvolviam “páginas”. Depois passaram a utilizar o termo “website” ou “site”. E, na
sequência, foi criado o “portal”, como sendo um “site” mais abrangente e completo. O fato é que, como
não há regras, atualmente existem muitos “portais” totalmente inexpressivos e outros tantos “sites”
absolutamente completos.
Resumindo: se você procura uma solução para gerenciar as informações não estruturadas de sua
empresa, preocupe-se com a “qualidade” do fornecedor que irá escolher, independente da forma pela
qual ele se apresente.
Importante: sigla ECM (Enterprise Content Management) foi criada em 2000 pela AIIM (Association
for Information and Image Management), organização sediada nos Estados Unidos.
Ao longo dos anos, o termo ECM foi reinterpretado em diversos momentos, sendo atualmente definido
como:
- ECM é um conjunto de estratégias, métodos e ferramentas para capturar, armazenar, gerir, preservar
e disponibilizar conteúdo corporativo.
36
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
Um bom projeto de GED leva benefícios significativos a uma empresa, que são perceptíveis em
praticamente todos os seus departamentos.
Relacionamos aqui alguns benefícios genéricos, embora seja nas particularidades de um negócio que
o GED se mostre mais vantajoso.37
Aplicações do GED
Vale ressaltar também as aplicações que o GED tem disponível. Existem diversas outras, para as mais
variadas finalidades. E o mais importante é que GED é, antes de tudo, um conceito que pode ser aplicado
em todos os segmentos de negócios.39
- Ações de apoio ao gerenciamento do conhecimento, ERP, CRM, comércio eletrônico e outras
tecnologias;
- Ações de apoio aos processos de fiscalização;
- Atendimento às obrigações impostas pela Lei de Acesso à Informação (organizações públicas);
- Apoio documental a sistemas de GIS;
37
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
38
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
39
GED – Gestão Eletrônica de Documentos. Disponível em: http://www.ged.net.br/literatura-ged.html.
Os formatos mais comuns utilizados para a produção de documentos ou objetos em GED. Podemos
destacar:40
TIFF (Tagged Image File Format) – é o padrão de fato usado na indústria de GED. Embora existam
dezenas (para não dizer centenas) de tipos de TIFF é o realmente adotado na grande maioria das
aplicações. Permite alto nível de compactação e arquivos multipaginados.
JPEG (Joint Photographic Experts Group) – é mais utilizado para imagens em tons de cinza e coloridas.
Não permite arquivos multipaginados.
PDF (Portable Document Format) – formato originalmente desenvolvido pelo Adobe, permite arquivos
multipaginados, possibilitando combinar diferentes tipos de compressão de dados, diferentes fontes de
imagens, possibilidade de adicionar índices ao documento, além de uma série de outras interessantes
características. Muito utilizado na Internet, tem sido amplamente usado em aplicações de GED.
40
ILVA, et.al. GED - Gerenciamento eletrônico de documentos a tecnologia que está mudando o mundo. FAI – Faculdades de Administração e Informática.
Disponível em: http://www.iterasolucoes.com.br/Site/images/stories/Itera/SalaLeitura/ged_gerenciamento_eletronico_de_docume
ntos.pdf.
Armazenando o GED
- Discos Óticos: são largamente utilizados para o arquivamento de documentos, imagens e relatórios.
A capacidade atual de cada mídia é de 5.2 GB e é mais utilizada em Jukebox a um baixo custo;
- DVD: são também mídias com alto poder de armazenamento. O DVD é uma evolução do formato de
CD-ROM com alta capacidade;
- Jukebox: são equipamentos que permitem armazenar “near-line” muitos discos em seus slots e
quando uma informação é solicitada, o disco é conduzido por um braço mecânico para um drive para a
leitura ou gravação. As jukebox podem ser utilizadas com Discos Ópticos, DVDs ou CDs;
- Fitas: ainda são o meio mais barato e mais utilizado para armazenamento da informação, sendo
largamente utilizadas como backup de segurança. Suas informações não estão à disposição “On-Line”
do software de gerenciamento de imagens e documentos, podendo ser recuperadas através da utilização
de software auxiliar.
Então, de forma resumida podemos dizer que o GED tem como foco principal gerenciar informações
contidas em documentos. Dependendo de algumas características particulares dos documentos em
questão, tais como: tipo físico apresentação, tipo ou uso desejado, etc.
Arquivo Digital: conjunto de bits que formam uma unidade lógica interpretável por um programa de
computador e armazenada em suporte apropriado.
Assinatura Digital: modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática, que
utiliza algoritmos de criptografia e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.
Os atributos da assinatura digital são: a) ser única para cada documento, mesmo que o signatário seja o
mesmo; b) comprovar a autoria do documento digital; c) possibilitar a verificação da integridade; d)
assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento digital, uma vez que, a princípio, o emitente é a
única pessoa que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura.
Cadeia de Preservação: sistema de controles que se estende por todo o ciclo de vida dos
documentos, a fim de assegurar sua autenticidade ao longo do tempo.
41
http://conarq.arquivonacional.gov.br/images/ctde/Glossario/2016-CTDE-Glossario_V7_public.pdf
Cópia de Segurança: cópia feita com vistas a restaurar as informações no caso de perda ou
destruição do original.
Descrição: conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos
documentos arquivísticos para elaboração de instrumentos de pesquisa.
Destinação: decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento dos documentos para a
guarda permanente ou eliminação.
Eliminação: destruição de documentos que, na avaliação, foram considerados sem valor para a
guarda permanente.
Metadados: dados estruturados que descrevem e permitem encontrar, gerenciar, compreender e/ou
preservar documentos arquivísticos ao longo do tempo.
Patrimônio Digital: conjunto de objetos digitais que possuem valor suficiente para serem
conservados, a fim de que possam ser consultados e utilizados no futuro.
Preservação Digital: conjunto de ações gerenciais e técnicas exigidas para superar as mudanças
tecnológicas e a fragilidade dos suportes, garantindo o acesso e a interpretação de documentos digitais
pelo tempo que for necessário.
Sistema Gerenciador de Banco de Dados: software que implementa o banco de dados e permite a
realização de operações de manipulação de dados (inclusão, alteração, exclusão, consulta) e
administrativas (gestão de usuários, cópia e restauração de dados, alterações no modelo de dados).
Questões
05. (POLITEC/MT - Papiloscopista - UFMT/2017) Responsável pelo controle do ciclo de vida dos
documentos, cujo foco é o domínio das versões destes, abrange todos os estágios de evolução dos
documentos. Esse conceito refere-se a:
(A) Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED).
(B) Digital Imaging (Digitalização).
(C) Workflow (Fluxo de trabalho).
Comentários
01. Resposta: D
- Capture - Acelera processos de negócio através da captação de documentos e formulários,
transformando em informações confiáveis e recuperáveis, passíveis de serem integradas a todas as
aplicações de negócios.
- Document Imaging (DI) – É a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos do meio
físico para o digital.
- Document Management (DM) ou (Gerenciamento de Documentos) - É a tecnologia que permite
gerenciar com mais eficácia a criação, revisão, aprovação e descarte de documentos eletrônicos.
- Workflow / BPM – Controla e gerencia processos dentro de uma organização, garantindo que as
tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido.
- COLD/ERM – Tecnologia que trata páginas de relatórios, incluindo a captura, indexação,
armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados.
Esta tecnologia permite que relatórios sejam armazenados de forma otimizada, em meios de baixo
custo, mantendo-se sua forma original.
- Forms Processing (processamento de formulários) - tecnologia que possibilita reconhecer as
informações e relacioná-las com campos em bancos de dados, automatizando o processo de digitação.
- Records and Information Management (RIM) - É o gerenciamento do ciclo de vida de um documento,
independente da mídia em que se encontre.
02. Resposta: B
"A necessidade de um gerenciamento proativo de documentos eletrônicos levou a uma evolução
desses sistemas, que hoje incorporam funcionalidades de roteamento de informações e automação de
fluxos de trabalho. Alguns desses sistemas hoje possuem sistemas de workflow acoplados."
05. Resposta: D
A questão aponta as características do DM, que são: gerenciar com mais eficácia a criação, revisão,
aprovação e descarte de documentos eletrônicos. Dentre as suas principais funcionalidades estão o
controle de informações e versionamento, cujo foco é o domínio das versões e os estágios de evolução
dos documentos.
06. Resposta: E
Como visto, Document Imaging (DI) é a tecnologia de GED que propicia a conversão de documentos
do meio físico para o digital.
Antes de qualquer coisa, apresentaremos os conceitos de gestão documental e protocolo, que serão
de grande importância para uma melhor compreensão do tema proposto.
“Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para a guarda permanente” (Lei Federal nº 8.159, de 8-1-1991).
A gestão de arquivos é um processo essencial no andamento da organização. É necessário
estabelecer uma série de práticas que garanta a organização e preservação de arquivos, para que a
empresa possa tomar decisões, recuperar informações e preservar a memória dos arquivos.
O gerenciamento de documentos arquivísticos assegura à empresa ter um maior controle sobre as
informações que produzem e/ou recebem, racionalizar o layout onde os documentos são guardados,
desenvolver as atividades com maior rapidez e eficiência e melhorar o atendimento aos clientes.
Com relação a primeira parte, serão apresentadas quais as funções e a importância do setor de
protocolo e a segunda parte serão abordadas as diversas situações em que podem ser classificados os
documentos no setor de protocolo, de acordo com a legislação brasileira vigente para essa finalidade. O
respeito a classificação definida pela legislação é importante visando o perfeito cumprimento das funções
do protocolo de forma responsável, legal e eficaz.
42
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004. p. 27
43
BRASIL. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. Coordenação-Geral de Documentação e Informação. Manual de Procedimentos de Protocolo, Expedição e Arquivo.
Brasília: AGU, 2010. 157 p. , il.
Várias instituições possuem um setor que é destinado a recepção das correspondências e demais
documentos. No Brasil, em toda organização pública é possível encontrar um setor responsável pelo
registro e distribuição das correspondências produzidas e recebidas, e pela protocolização dos processos
e sua tramitação. Na área administrativa, esse setor é conhecido como Protocolo ou Protocolo e Arquivo,
ou Protocolo e Expedição.
A atividade de protocolo é típica da fase corrente, pois é nessa idade em que os documentos tramitam
bastante.
Assim, pode-se dizer que o protocolo executa sinteticamente as seguintes ações: recebimento da
correspondência (malotes, balcões, entre outros), separação da correspondência oficial da particular,
colocação do carimbo ou etiqueta de protocolo (contendo dados como data, hora de recebimento),
elaboração de resumo do assunto, e encaminhamento ao indivíduo ou órgão destinatário. O protocolo
visa também o controle dos documentos que ainda tramitam no órgão, assegurando a sua imediata
localização, e também é responsável pelas correspondências a outras instituições.
Processo
O processo de Protocolo começa com a entrada de correspondências, documentos e processos. Em
seguida, os documentos são verificados, analisados, registrados, autuados (quando for o caso) tramitados
e expedidos.
44
TIAGO, J. REIS, L. Arquivologia facilitada: teoria e mais de 500 questões comentadas. Rio de janeiro: Elsevier, 2013.
Documentos Sigilosos e Ostensivos: quanto a natureza dos assuntos, os documentos podem ser
classificados como ostensivos e sigilosos. Os documentos classificados como ostensivos são os
documentos cuja divulgação não prejudica a administração. Os documentos classificados como sigilosos
são aqueles que devem ser de conhecimento restrito, necessitando de medidas especiais de salvaguarda
para a sua custódia e divulgação.
Considerações Adicionais sobre Recebimento: Algumas rotinas devem ser adotadas no registro
documental, afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente poderiam
ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das
vezes é feito de forma errônea).
Principais atividades: recebe o documento; separa os documentos (oficial do particular, ostensivo do
sigiloso); encaminha os documentos de natureza sigilosa e particular aos determinados destinatários;
interpreta e classifica os documentos ostensivos; encaminha os documentos ao setor de registro e
movimentação.
Dentre as recomendações de recebimento e registro, destaca-se:
- Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de caráter particular, distribuindo
as de caráter particular a seus destinatários. Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso,
a fim de cumprirem suas funções, e para que isto ocorra, devem ser distribuídos e classificados da forma
correta, ou seja, chegar ao seu destinatário. Para isto, recomenda-se:
- Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter
sigiloso aos seus respectivos destinatários;
- Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por meio da leitura, requisitando a
existência de antecedentes, se existirem;
- Classificar o documento de acordo com o método da instituição; carimbando-o em seguida;
- Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo.
- Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via da ficha ao documento;
- Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados das fichas de protocolo;
- Arquivar as fichas de protocolo.
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como regras, visto que cada instituição
possui suas tipologias documentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas.
Servem apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição.
Desentranhamento
Consiste no ato de retirar/extrair do processo de protocolo qualquer documento anteriormente juntado
aos autos. (Ex. folhas, cópias, certidões, etc.).
O desentranhamento de documentos pode ocorrer por diversas razões: utilização das cópias em outro
processo; eliminação de cópias ou documentos juntados em duplicidade; necessidade de utilizar o original
de um documento junto a terceiros; retirada de documentos juntados indevidamente, etc.
O desentranhamento de documentos deverá ser formalmente solicitado pelo Órgão ou pessoa
interessada, através de requerimento.
Questões
01. (TRE/SP - Técnico Judiciário da Área Administrativa - FCC) Receber, registrar e distribuir
documentos, cuidando de sua tramitação, são atividades rotineiras do setor de
(A) embalagens.
(B) compras.
(C) transporte.
(D) reprografia.
(E) protocolo.
02. (IF/BA - Arquivista - FUNRIO) O conjunto de operações visando ao controle dos documentos que
ainda tramitam no órgão, de modo a assegurar sua imediata localização e recuperação, são atividades
de
(A) arquivo intermediário.
(B) arquivo permanente.
(C) arquivo setorial.
(D) arquivo especial.
(E) protocolo.
06. (ANS - Técnico Administrativo - FUNCAB) Quando o protocolo movimenta o processo, enviando
o documento ao seu destinatário, localizado nas unidades internas da instituição, ele está executando a
atividade de:
(A) despacho.
(B) expedição.
(C) tramitação.
(D) diligência.
(E) distribuição.
07. (TRE/AL - Técnico Judiciário da Área Administrativa - FCC) Aos serviços de protocolo cabe,
entre outras atividades,
(A) acondicionar documentos de valor histórico.
(B) cuidar da tramitação dos documentos.
(C) armazenar documentos em fase intermediária.
(D) estabelecer regras de acesso aos documentos.
(E) aprovar tabelas de temporalidade de documentos.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes: recebimento, registro,
distribuição e movimentação dos documentos em curso.
02. Resposta: E
Idem ao 01. O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes:
recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
03. Resposta: D
Idem ao 01. O protocolo é o setor responsável por um conjunto de operações, sendo estes:
recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
04. Resposta: A
Atividades de Controle:
• recebimento;
05. Resposta: B
Metadados são informações. Logo, a identificação dessas informações para uma posterior
recuperação é denominada registro.
06. Resposta: E
Distribuição: é a ação e o efeito de dividir algo entre destinatários, dar a algo o destino conveniente.
Enviar documento ao seu destinatário, localizado nas unidades internas da instituição.
07. Resposta: B
Várias instituições possuem um setor que é destinado a recepção das correspondências e demais
documentos. No Brasil, em toda organização pública é possível encontrar um setor responsável pelo
registro e distribuição das correspondências produzidas e recebidas, e pela protocolização dos processos
e sua tramitação. Na área administrativa, esse setor é conhecido como protocolo ou Protocolo e
Arquivo, ou Protocolo e Expedição.
Entidades Mantenedoras
45
SANTOS, J.T; REIS, L. Arquivologia Facilitada. Teoria e mais de 500 questões comentadas. 2ª edição – Campus Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Recurso eletrônico.
O gênero dos documentos está ligado à maneira de representá-los, de acordo com os seus diversos
suportes. São eles:
Cartográficos: aqueles que representam, de forma reduzida, uma área maior. Apresentam-se em
formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia
(mapas, plantas, perfis, layouts etc.). Essa denominação para tais tipos de documentos deve-se à
Cartografia, ciência que se dedica, inclusive, ao estudo de áreas e confecção de mapas.
Iconográficos: são os que têm suas informações em forma de imagem estática. Recebem essa
denominação porque apresentam ícones, figuras e imagens que não estejam em movimento. Como
exemplos podem-se citar as fotografias (que mais especificamente podem ser chamadas de documentos
fotográficos), negativos, diapositivos, slides, desenhos e demais gravuras, em modo estático. O arquivo
fotográfico de um Jornal, a título de ilustração, é considerado um arquivo iconográfico.
Sonoros: documentos com registros fonográficos, ou seja, aqueles cuja informação esteja em forma
de som. Um arquivo de fitas K7, de discos de vinil, de CDs musicais, por exemplo, são arquivos sonoros.
Informático: São documentos que necessitam do computador para que sejam lidos. Essa leitura se
dá através de um software, que tem a capacidade de decifrar as informações em linguagem de máquina
(bits e bytes) contidas num hardware e traduzi-las para a linguagem humana. Esse hardware (ou suporte)
que comporta as informações pode ser um HD (disco rígido), um CD-ROM, um CD-R, um CD-RW etc.
Eles são também denominados documentos digitais, uma vez que são constituídos por dígitos binários
(Zeros e Uns – 0 e 1). Ex.: um arquivo do processador de texto MSWord, da planilha MSExcel, um arquivo
de áudio do formato MP3 etc.). Na literatura arquivística, alguns autores também os denominam
“documentos eletrônicos”.
Audiovisuais: são documentos que têm suas informações em forma de som e imagem em movimento.
Observe que a junção da ideia de documentos sonoros com a de documentos filmográficos resulta na
classificação dos documentos audiovisuais. Nesse sentido, pode-se exemplificar esse tipo documental
citando os arquivos de emissoras de televisão, a título de ilustração, os quais são constituídos por fitas
de vídeo VHS, DVDs etc., decorrentes da acumulação de registros próprios de sua produção televisiva.
Formato Documental: está relacionado com as características “físicas” de um suporte (material físico
onde se registra a informação).
Exemplos: caderno, códice (livro de registro), livro.
Sobre a Espécie46
A espécie dos documentos está ligada ao seu aspecto formal. Existem vários atos que dão origem às
espécies, além da maneira de se registrar as informações nos documentos (como estão dispostas). De
acordo com Heloísa Bellotto, são eles:
- Atos normativos – ditam regras e normas expedidas por autoridades administrativas (de
cumprimento obrigatório). Exemplos: leis, decretos, medidas provisórias, regulamentos, portarias.
- Atos enunciativos – emitem uma opinião, esclarecendo sobre certo assunto. São aqueles de caráter
opinativo, que esclarecem os assuntos, visando fundamentar uma solução. Exemplos: pareceres, votos,
relatórios.
- Atos comprobatórios – São documentos que comprovam assentamentos, decisões etc. Como o
próprio nome sugere, são direcionados a certificar ou atestar determinadas situações. Temos como
exemplo: traslados, certidões, atestados, cópias autênticas ou idênticas.
- Atos de ajuste – representam acordos firmados (entre duas ou mais partes). São representados
pelos documentos pactuais, sendo acordos em que a Administração Pública Federal, Estadual ou
Municipal é parte. Exemplos desta espécie de documentos: tratados, convênios, contratos, termos
aditivos
- Atos de correspondência – Objetivam a execução dos atos normativos em sentido amplo. Temos
como exemplos: avisos, cartas, ofícios, memorando, mensagem, edital, intimação, notificação, telegrama,
telex, telefax, alvará e circular.
46
SANTOS, J.T; REIS, L. Arquivologia Facilitada. Teoria e mais de 500 questões comentadas. 2ª edição – Campus Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Recurso eletrônico.
Espécie Tipo
Contrato Contrato de Aluguel
Relatório Relatório de Viagem
Termo Termo de Posse
a) Arquivos especiais – custodiam documentos de formas físicas distintas, que merecem tratamento
especial no seu armazenamento, acondicionamento, registro, controle, conservação, entre outros
procedimentos técnicos.
Exemplos: slides (diapositivos), filmes, fotografias, discos, mapas, cd-rom etc.;
b) Especializados – custodiam documentos procedentes da experiência do homem em um campo
específico, não importando a forma física apresentada por eles. Tais arquivos são conhecidos,
indevidamente, como “arquivos técnicos”.
Exemplos: de engenharia, contábeis, de imprensa, médicos ou hospitalares, etc.
- Ostensivos ou Ordinários – Qualquer pessoa pode consultar o documento (a sua divulgação não
prejudica a instituição).
- Sigilosos – Tais documentos são limitados a um número restrito de pessoas. Por essa razão, devem
ser adotadas medidas especiais de salvaguarda (segurança, proteção) na sua custódia e disseminação.
Quanto ao grau de sigilo, os documentos públicos podem ser: Ultrassecreto, secreto e reservado (não
existe mais o grau confidencial).
Ultrassecreto - Esta classificação é dada aos assuntos que requeiram excepcional grau de segurança
e cujo teor ou características só devam ser do conhecimento de pessoas intimamente ligadas ao seu
estudo ou manuseio. São assuntos normalmente classificados como ultrassecretos aqueles da política
governamental de alto nível e segredos de Estado, tais como: negociações para alianças políticas e
militares, planos de guerra, descobertas e experimentos científicos de valor excepcional, informações
sobre política estrangeira de alto nível.
Secreto - Consideram-se secretos os assuntos que requeiram alto grau de segurança e cujo teor ou
características podem ser do conhecimento de pessoas que, sem estarem intimamente ligadas ao seu
estudo ou manuseio, sejam autorizadas a deles tomar conhecimento, funcionalmente. São documentos
considerados secretos os referentes a planos, programas e medidas governamentais, os assuntos
extraídos de matéria ultrassecreta que, sem comprometer o excepcional grau de sigilo da matéria original,
necessitam de maior difusão, tais como: planos ou detalhes de operações militares, planos ou detalhes
de operações econômicas ou financeiras, aperfeiçoamento em técnicas ou materiais já existentes, dados
de elevado interesse sob aspectos físicos, políticos, econômicos, psicossociais e militares de países
estrangeiros e meios de processos pelos quais foram obtidos, materiais criptográficos importantes que
não tenham recebido classificação inferior (PAES, 2005, p. 30).
Reservado - Esta classificação diz respeito aos assuntos que não devem ser do conhecimento do
público em geral. Recebem essa classificação, entre outros, partes de planos, programas e projetos e
suas respectivas ordens de execução; cartas, fotografias aéreas e negativos que indiquem instalações
importantes.
47
SANTOS, J.T; REIS, L. Arquivologia Facilitada. Teoria e mais de 500 questões comentadas. 2ª edição – Campus Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Recurso eletrônico.
Observação Importante48: De acordo com o Decreto Federal nº 7.724, de 16 de maio de 2012 (que
regulamenta a Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 – inerente à Lei de Acesso à Informação
Pública), diz o artigo 47, inciso IV: Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Informações “prorrogar
por uma única vez, e por período determinado não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de
informação classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar
ameaça externa à soberania nacional, à integridade do território nacional ou grave risco às relações
internacionais do País, limitado ao máximo de cinquenta anos o prazo total da classificação.”
Portanto, somente no maior grau de sigilo – o “ultrassecreto” –, pode ocorrer a prorrogação (uma vez,
por igual período). Nos demais graus de sigilo (secreto e reservado) não existe a possibilidade de
prorrogação do prazo de restrição do documento.
Questões
01. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PE - Perito Papiloscopista - CESPE) O instrumento técnico utilizado para
a classificação de documentos em arquivos é o(a)
(A) catálogo seletivo.
(B) quadro de arranjo.
(C) plano de destinação.
(D) tabela de temporalidade.
(E) inventário.
03. (UFF - Auxiliar em Administração - COSEAC) Quanto ao gênero, como ensina Paes no livro
“Arquivo: teoria e prática”, os documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de
imagens, mediante utilização de técnicas específicas, são classificados como:
(A) cartográficos.
(B) sonoros.
(C) micrográficos.
(D) iconográficos.
(E) textuais.
04. (UFF - Auxiliar Administrativo - COSEAC) No que se refere à classificação dos documentos,
segundo Marilena Leite Paes, os documentos podem ser:
(A) iconográficos: documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações
geográficas, arquitetônicas ou de engenharia.
(B) sonoros: documentos manuscritos, datilografados ou impressos.
(C) micrográficos: documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de imagens,
mediante utilização de técnicas específicas.
(D) cartográficos: documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registro fonográficos.
(E) filmográficos: documentos em suportes sintéticos, em papel emulsionado ou não, contendo
imagens estáticas.
05. (MPU - UNB/CESPE) Quanto às tipologias documentais e aos suportes físicos, julgue o próximo
item.
Os documentos do gênero iconográfico têm suporte sintético, em papel emulsionado ou não, e contêm
imagens estáticas, tais como ampliações fotográficas, slides, diapositivos e gravuras.
48
SANTOS, J.T; REIS, L. Arquivologia Facilitada. Teoria e mais de 500 questões comentadas. 2ª edição – Campus Concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Recurso eletrônico.
07. (FCC/TRE/SP - Técnico Judiciário) De acordo com o gênero, os documentos de arquivo podem
ser identificados como:
(A) técnicos, administrativos, culturais e históricos;
(B) masculinos, femininos e neutros;
(C) pessoais, institucionais, públicos e privados;
(D) textuais, iconográficos, sonoros e audiovisuais;
(E) correntes, centrais, intermediários e permanentes
09. (DPE/TO - Analista em Gestão Especializado - COPESE - UFT) Dados ou informações referentes
a sistemas, instalações, programas, projetos, planos de operações de interesse da defesa nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicas,
cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado.
Esta definição, que consta do Decreto Presidencial n. 4553, de 27 de dezembro de 2002, se refere aos
documentos classificados como:
(A) Reservados
(B) Confidenciais
(C) Secretos
(D) Ultrassecretos
11. (Ministério da Saúde - UnB/CESPE) Para a arquivística, os vocábulos forma e formato possuem
significados bem distintos. Denomina-se formato a configuração física do material sobre o qual as
informações são registradas, de acordo com a natureza e o modo como foi confeccionado; por exemplo:
cartaz, caderno, livro, mapa, rolo de filme, entre outros. Já a forma refere-se ao estágio de preparação e
de transmissão de documentos; por exemplo: original, cópia, minuta, rascunho.
12. (TRE/PI - FCC) Papel, caderno, relatório e relatório de viagem são, respectivamente, exemplos de:
(A) gênero, suporte, tipo e espécie.
(B) suporte, formato, espécie e tipo.
Comentários
01. Resposta: B.
a) catálogo seletivo - errada. Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionado,
pertencente a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério temático.
b) quadro de arranjo - certa. Esquema estabelecido para o arranjo dos documentos de um arquivo
a partir do estudo das estruturas, funções ou atividades da entidade produtora e da análise do acervo.
Expressão adotada em arquivos permanentes.
c) plano de destinação - errada. É o conjunto de instrumentos que permite que, em decorrência da
avaliação, se encaminhe os documentos à guarda temporária ou permanente, à eliminação e/ou à
reprodução. Esquema no qual se fixa a destinação dos documentos.
d) tabela de temporalidade - errada. Instrumento de destinação aprovado por autoridade competente,
que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte ou
eliminação de documentos.
e) inventário - errada. Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades
de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que
poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.
03. Resposta: C
Documentos micrográficos são documentos em suporte fílmico resultante da microrreprodução de
imagens, mediante utilização de técnicas específicas. Ex.: rolo, microficha, jaqueta e cartão-janela.
04. Resposta: C
A mesma explicação dada na questão 6 que inclusive é da mesma banca a respeito do mesmo
concurso com a única mudança do ano da realização. Perceba que muitas vezes as bancas costumam
repetir os assuntos e a mesma lógica de estruturação de suas questões.
06. Resposta: D.
Esta questão versa sobre o estudo da tipologia documental. Observe que, como estudamos, o tipo
documental se constitui a partir da espécie documental. Portanto, “boletim” e “certidão” são exemplos de
espécie documental, sendo que “boletim de ocorrência” e “certidão de nascimento” são considerados
tipos documentais, objeto da letra d, visto que há a junção da função geradora do documento à espécie
documental. Assim, a letra d está correta. Nunca é demais lembrarmos que cópia, original, minuta,
07. Resposta: D.
O gênero refere-se ao modo pelo qual os dados e informações estão registrados no suporte
documental. Quanto ao gênero, os documentos podem ser textuais, iconográficos, sonoros, filmográficos,
audiovisuais, cartográficos, micrográficos e informáticos. Nesse sentido, a letra d é a alternativa que
representa a resposta correta.
08. Resposta: D
Com o surgimento da informática a documentação não perdeu a sua importância no processo de
tomada de decisão, pois, pois o papel de um arquivo de guardar a documentação e fornecer as
informações, que estão contidas em seu acervo, aos interessados de maneira rápida e segura não é
substituído com o advento da informática.
09. Resposta: C
Os documentos secretos são os que requerem rigorosas medidas de segurança e cujo teor ou
característica possam ser do conhecimento de servidores que, embora sem ligação íntima com seu
estudo e manuseio, sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade
funcional.
10. Resposta: D.
A questão apresenta uma relação de exemplos e pergunta ao candidato qual é a alternativa que
corresponde corretamente a esses itens, em termos respectivos. De acordo com a classificação dos
arquivos, sabemos que relatório é exemplo de espécie, relatório de viagem é exemplo de tipo documental,
rascunho é forma, filme é suporte e livro, por fim, é exemplo de formato. Portanto a alternativa correta é
a contida na letra d.
12. Resposta: B
Suporte é o carregador físico do documento (papel). Formato é a configuração física de um suporte
(caderno). Espécie tem ligação com o “aspecto formal” de um documento. O tipo é a configuração que
assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou.
Portanto, quando se especifica a espécie, é o tipo. Relatório é espécie e relatório de viagem é o tipo.
A letra B é a correta.
13. Resposta: C
Gênero é a designação dos documentos em relação aos seus diversos suportes.
Consiste na guarda do documento no local devido (pasta suspensa, prateleira, caixa), de acordo com
a classificação dada. Nesta fase deve-se ter muita atenção, pois um documento arquivado erroneamente
poderá ficar perdido, sem possibilidades de recuperação quando solicitado posteriormente.
Nesse sentido, denomina-se acautelamento a preservação ou guarda adequada de documentos ou
arquivos, de forma que possam ser utilizados em momento posterior ou ainda para que a empresa possa
tomar decisões, recuperar informações e preservar a memória dos arquivos.
A Inspeção e Ordenação são as operações que possibilitam o arquivamento correto dos documentos.
Inspeção
Consiste no exame do(s) documento(s) para verificar se o(s) mesmo(s) se destina(m) realmente ao
arquivamento, se possui(em) anexo(s) e se a classificação atribuída será mantida ou alterada.
Ordenação
Consiste na reunião dos documentos classificados sob um mesmo assunto. A ordenação tem por
objetivo agilizar o arquivamento, minimizando a possibilidade de erros. Além disso, estando ordenados
adequadamente, será possível manter reunidos todos os documentos referentes a um mesmo assunto,
organizando-os previamente para o arquivamento. Neste sentido, podemos definir a Ordenação como a
forma de disposição dos documentos.
Após a ordenação, os documentos classificados sob o mesmo código formarão dossiês
acondicionados em capas apropriadas com prendedores plásticos, com exceção dos processos e
volumes. Os dados referentes ao seu conteúdo (código, assunto e, se for o caso, nome de pessoa, órgão,
firma ou lugar) serão registrados na capa de forma a facilitar sua identificação. Os dossiês, processos e
volumes serão arquivados em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas dimensões. Esta
operação possibilita:
– Racionalizar o arquivamento, uma vez que numa mesma pasta poderão ser arquivados vários
dossiês correspondentes ao mesmo grupo ou subclasse, diminuindo, assim, o número de pastas.
Exemplo:
Pasta: 061 – PRODUÇÃO EDITORIAL
Dossiês: 061.1 – EDITORAÇÃO. PROGRAMAÇÃO VISUAL
061.2 – DISTRIBUIÇÃO. PROMOÇÃO. DIVULGAÇÃO
– Organizar internamente cada pasta, separando os documentos referentes a cada pessoa, órgão,
firma ou lugar, sempre que a quantidade de documentos justificar e desde que relativos a um mesmo
assunto.
Exemplo:
Pasta: 021.2 – EXAMES DE SELEÇÃO
Dossiês: Será criado um dossiê para cada tipo de exame e título de concurso, ordenados
alfabeticamente.
A Retirada e Controle (empréstimo): esta operação ocorre quando processos, dossiês ou outros
documentos são retirados do arquivo para:
– Emprestar aos usuários;
Nesta fase é importante o controle de retirada, efetuado por meio do recibo de empréstimo, no qual
são registradas informações sobre processos, dossiês ou outros documentos retirados, além do setor,
nome, assinatura do servidor responsável pela solicitação e, posteriormente, a data da devolução do
documento. O recibo de empréstimo tem como finalidade controlar o prazo para devolução do documento
e servir como indicador de sua frequência de uso, fator determinante para o estabelecimento dos prazos
para sua transferência e recolhimento.
Por meio desse controle é possível informar com precisão e segurança a localização do(s)
documento(s) retirado(s).
O recibo de empréstimo é preenchido em duas vias, sendo:
– 1ª via: tal como guia-fora substitui o documento na pasta de onde foi retirado, devendo ser eliminada
quando da devolução do documento;
– 2ª via: arquivada em fichário à parte, em ordem cronológica, para controle e cobrança, quando
vencido o prazo de devolução.
Reativação
Um processo ou documento arquivado poderá ter sua tramitação reativada por motivo superveniente,
mediante despacho de autoridade administrativa competente. A reativação é a retomada da tramitação
de um processo ou expediente, para acolher novas instruções, manifestações ou decisões, quando
surgirem novos fatos ou documentos.
Questões
01. (TCE/ES - Analista Administrativo - Arquivologia - CESPE) Assinale a opção que apresenta a
ordem cronológica correta das operações realizadas na organização dos documentos de arquivo.
(A) classificação, arquivamento e ordenação
(B) ordenação, classificação e arquivamento
(C) classificação, ordenação e arquivamento
(D) arquivamento, ordenação e classificação
(E) ordenação, arquivamento e classificação
02. (CNMP - Técnico do CNMP - FCC) A operação de reunir os documentos classificados sob um
mesmo assunto corresponde a:
(A) Ordenação.
(B) Arquivamento.
(C) Estudo.
(D) Codificação.
(E) Inspeção.
03. (DPE/TO - Assistente de Defensoria Pública - UFT) A ordenação corresponde à disposição dos
documentos em pastas e destas dentro de arquivos. A escolha da forma de ordenação depende muito da
natureza dos documentos. São métodos básicos de ordenação, EXCETO:
(A) Ordenação alfabética
(B) Ordenação cronológica
(C) Ordenação aleatória
(D) Ordenação geográfica
05. (UFPA - Técnico em Arquivo - UFPA/2017) A classificação é uma das atividades do processo de
gestão de documentos arquivísticos, o qual inclui procedimentos e rotinas específicas que possibilitam
maior eficiência e agilidade no gerenciamento e controle das informações. Com base nesta definição,
analise a questão
Uma vez classificado e tramitado, o documento deverá ser arquivado, obedecendo às seguintes
operações:
06. Uma das principais importâncias do arquivamento é a facilidade de localização dos documentos
quando necessários. Caso haja arquivamento errôneo, será muito difícil recuperá-lo posteriormente e,
para evitar esse problema, são estabelecidas rotinas correspondentes à operação de arquivamento.
Analise as rotinas seguintes com vistas a identificar sua correspondência com as de arquivamento.
I Verificar a existência de antecedentes (documentos que tratam do mesmo assunto).
II Preencher a(s) folha(s) de referência para os assuntos secundários.
III Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo.
IV Fixar, cuidadosamente, os documentos às capas apropriadas com prendedores plásticos, com
exceção dos processos e volumes que, embora inseridos nas pastas suspensas, permanecem soltos para
facilitar o manuseio.
07. Com relação às técnicas de arquivo e ao controle de documentos, existe um procedimento utilizado
cuja orientação é a de que, a partir da análise do organismo produtor de documentos de arquivo, devem
ser criadas categorias relativas às funções e atividades detectadas, estejam elas configuradas ou não em
estruturas específicas, como departamentos, divisões, etc. Esse procedimento realizado na organização
de um arquivo é denominado
(A) ordenação.
(B) classificação
(C) análise documental.
(D) identificação documental.
08. A codificação dos documentos é realizada para facilitar a organização do arquivo, que passa a ter
códigos específicos indicativos de localização, categoria, número, local de procedência, objeto ou tema,
entre outros elementos. A partir dessa codificação, o procedimento responsável por estabelecer um ou
mais critérios que determinam a disposição física de um dado conjunto de documentos é denominado
(A) identificação documental.
(B) classificação.
(C) análise documental.
(D) ordenação.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
A classificação é a ação intelectual de elaboração de esquemas para o agrupamento de documentos;
a ordenação é a forma de disposição dos documentos dentro desses esquemas; e o arquivamento é a
ação física de armazenar e acondicionar os documentos conforme as atividades anteriores.
02. Resposta: A
Ordenação quanto à sua classificação intelectual. Ou seja, ordenando, organizando os arquivos sob o
mesmo tema, mesmo assunto, mesma data, mesmo nome, logo mesmo atributo. Quando se fala em
reunir fisicamente, pense em ordenação.
05. Resposta: E
Uma vez classificado e tramitado, o documento deverá ser arquivado, obedecendo às seguintes
operações: Inspeção, ordenação e arquivamento.
06. Resposta: A
1. Verificar a existência de antecedentes (documentos que tratam do mesmo assunto);
2. Reunir os antecedentes, colocando-os em ordem cronológica decrescente, sendo o documento com
data mais recente em primeiro lugar e assim sucessivamente;
3. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes, de acordo com a ordem estabelecida
(cronológica, alfabética, geográfica ou outra), formando dossiês. Verificar a existência de cópias,
eliminando-as. Caso o original não exista, manter uma única cópia;
4. Fixar cuidadosamente os documentos às capas apropriadas com prendedores plásticos, com
exceção dos processos e volumes que, embora inseridos nas pastas suspensas, permanecem soltos para
facilitar o manuseio;
5. Arquivar os documentos nos locais devidos, identificando de maneira visível as pastas suspensas,
gavetas e caixas;
6. Manter reunida a documentação seriada, como por exemplo boletins e atas, em caixas apropriadas,
procedendo o registro em uma única folha de referência, arquivada em pasta suspensa, no assunto
correspondente, repetindo a operação sempre que chegar um novo número.
07. Resposta: B
A Classificação Documental é o esquema elaborado a partir do estudo das estruturas e funções da
instituição e análise do arquivo por ela produzido, pelo qual se distribuem os documentos em classes, de
acordo com métodos de arquivamento específicos.
08. Resposta: D
Ordenação: consiste na reunião dos documentos classificados sob um mesmo assunto. A ordenação
tem por objetivo agilizar o arquivamento, minimizando a possibilidade de erros. Além disso, estando
ordenados adequadamente, será possível manter reunidos todos os documentos referentes a um mesmo
assunto, organizando-os previamente para o arquivamento. Neste sentido, podemos definir a Ordenação
como a forma de disposição dos documentos.
Os arquivos possuem um ciclo vital composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Como
saber quando um arquivo cumpriu uma fase de seu ciclo de vida e passou para outra fase? A resposta
está na Tabela de Temporalidade, que é o instrumento que define os prazos de guarda e destinação final
dos documentos.
A tabela de temporalidade é criada pela comissão de avaliação de documentos formada por
funcionários que conheçam bem a organização, devendo ser aprovada pela autoridade competente da
instituição.
O Prazo de Guarda dos Documentos é um termo técnico da arquivologia que trata do tempo que cada
arquivo deverá permanecer nas fases correntes e intermediárias. As fases do ciclo de vida de um
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
120
documento são definas a partir do seu valor documental e de sua frequência de uso, que estão expressas
na Tabela de Temporalidade de Documentos - TTD.
A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se prevista na tabela de
temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado o
disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Assim sendo, pode-se definir a Tabela de Temporalidade como o instrumento resultante da etapa de
avaliação do valor dos documentos para a organização e que determina o seu prazo de guarda nas fases
corrente e intermediária, bem como sua destinação final, com vista a garantir o acesso à informação a
todos que dela necessitem. Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos
documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de
guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente, além
de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
Prazo de Guarda
O prazo de guarda representa o tempo em que um documento ficará arquivado, nas fases corrente e
intermediária. Esse prazo é estipulado pensando, também, nas necessidades de quem elaborou os
documentos. O prazo definido foi em anos.
Para tanto, deve ser definida uma ação concreta para especificar uma data para o conjunto de
documentos. Uma ação concreta poderá ser “até aprovação das contas ou até a quitação da dívida”.
Assim, esse prazo é definido em duas fases:
Segundo a realidade arquivística no Brasil, os prazos de guarda, nessas fases seguem as seguintes
variáveis:
3. Para os órgãos sem local para armazenamento, mas com serviços de arquivamento intermediário.
Os próprios órgãos poderão armazenar os documentos e estarão na fase de arquivamento corrente
(transferindo documentos), após o prazo de guarda, levar para o arquivo intermediário que recolherá o
arquivo permanente.
4. Já para os órgãos sem local para armazenamento e sem serviços de arquivamento intermediário,
os próprios órgãos farão o armazenamento dos documentos próximo ao local de trabalho
(armazenamento corrente) e a guarda intermediária pelo próprio órgão ou pelo arquivo público.
Destinação Final
Momento em que o documento já poderá ser eliminado, caso não represente valor secundário
(probatório ou informativo) ou a guarda permanente, quando os documentos são guardados para prova,
informação ou pesquisa.
A guarda permanente dos documentos será sempre feita por uma instituição arquivística pública, como
o Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais e municipais. Um exemplo disso é o Arquivo Público do
Distrito Federal, que guarda informações sobre a história da capital em diversos formatos multimídia.
Existem instituições que guardam os seus próprios arquivos permanentes, sob orientação técnicas dos
arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de informações sobre os respectivos acervos.
Observações
Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e
aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos
documentais avaliados.
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação da sociedade humana, o homem, talvez
na ânsia de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pensamento,
para deixar como legado às gerações futuras.
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do que registrar e guardar. Por sua vez,
no seu sentido mais simples, guardar é arquivar.
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e
arquivo. Indiscutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo objetivo.
Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resultado do trabalho
intelectual e espiritual do homem.
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita repetição desnecessária de experiências,
diminui a duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os resultados
obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador a
tomada de decisões.
Questões
03. (MPU - Analista de Documentação - FCC) Em uma tabela de temporalidade é importante indicar
prazos de
(A) retenção, isto é, sequência de diligências e ações prescritas para o andamento de documentos de
natureza administrativa, até seu julgamento ou solução.
(B) segurança, isto é, esquema preestabelecido para armazenamento, ordenação e classificação de
documentos de valor primário.
(C) vigência, isto é, qualidade pela qual permanecem efetivos e válidos os encargos e disposições
contidos nos documentos.
(D) jurisdição, isto é, competência legalmente atribuída a determinados documentos relacionados com
o patrimônio público.
(E) prescrição, isto é, condição pela qual se renovam os dispositivos que asseguram aquisição ou
perda de direitos contidos em documentos.
04. (ISSBLU/SC - Agente Administrativo - FURB) Quando falamos de tabela de temporalidade, nos
referimos ao documento que:
(A) Determina os documentos que ficam no arquivo corrente, no intermediário ou no permanente.
(B) Define prazos de guarda e destinação dos documentos.
(C) Define o tempo que cada documento permanece no arquivo corrente.
(D) Determina se os arquivos são franqueados, restritos ou confidenciais.
(E) Classifica os documentos como de valor primário ou secundário.
07. (DPE/MT - Assistente Administrativo - FGV) A seguir temos a representação de uma pequena
parte de uma Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos sem os títulos de cada coluna:
I II III
Serviço telefônico 074 2 anos Eliminação
Listas telefônicas internas 074.2 Enquanto vigora Eliminação
08. (IF/AP- Técnico em Arquivo - FUNIVERSA) A destinação final dos documentos em uma tabela
de temporalidade é o(a)
(A) transferência ao arquivo intermediário.
(B) transferência ao arquivo corrente.
(C) recolhimento ao arquivo setorial.
(D) recolhimento ao arquivo permanente.
(E) reformatação do suporte.
10. (IF/PE - Arquivista - IF-PE/2017) Acerca da Tabela de Temporalidade, é INCORRETO afirmar que
se trata de um instrumento que:
(A) Auxilia no processo de avaliação com a finalidade de reduzir massa documental acumulada.
(B) Define os prazos de guarda e a destinação dos documentos.
(C) Autoriza a eliminação criteriosa de documentos.
(D) Dá visibilidade à hierarquia e reflete as funções, subfunções e atividades do organismo produtor.
(E) Em se tratando de documentos públicos, deve ser encaminhada para aprovação de instituição
arquivística competente de acordo com o que determina a lei.
Gabarito
01.D / 02. C / 03. C / 04. B / 05. C / 06. C / 07. D / 08. D / 09. C / 10. D
Comentários
01. Resposta: D
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante de avaliação, que tem por objetivos
definir prazos de guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso à informação a
quantos dela necessitem.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e
recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e
intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo para
observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
02. Resposta: C
03. Resposta: C
A Tabela de Temporalidade é um instrumento arquivísitico de análise documental que tem como
objetivo:
- Eliminar documentos que não tenham valor secundário; ou
- Guardar permamentemente os documentos com valor secundário.
Para que tais objetivos sejam exercidos, é necessário observar na Tabela de Temporalidade os Prazos
de Guarda dos documentos.
Muitos bons concurseiros caíram nessa questão porque olharam na retenção o sinônimo de guarda,
estaria certo, se não fosse a definição em seguida:
a) Retenção, isto é, sequência de diligências e ações prescritas para o andamento de documentos de
natureza administrativa, até seu julgamento ou solução.
Tal definição não se compactua com o Prazo de Guarda que esta expressamente contida na alternativa
C:
c) Vigência, isto é, qualidade pela qual permanecem efetivos e válidos os encargos e disposições
contidos nos documentos.
Nessa alternativa vigência é sinônimo de Atualidade, usado para expressar que numa Tabela de
Temporalidade o Prazo de Vigência (Prazo de Atualidade) é a qualidade pelo qual um documento
permanece atual, e por isso é mantido no Arquivo Corrente, e dependendo o sua vigência, será
encaminhado para a Guarda Permamente por ter valor secundário. Nesse caso, ele não é atual no seu
uso, mas, é atual no sentido de comprovar ou informar fatos.
04. Resposta: B
Tabela de temporalidade é o instrumento/meio com o qual se determina o prazo de permanência de
um documento em um arquivo e sua destinação após este prazo, pois existem documentos que devem
ser guardados por mais tempo como os relacionados às áreas contábil, fiscal, financeira e pessoal. Ela é
muito utilizada pelos órgãos públicos, é importante frisar que a eliminação de documentos de arquivos,
devem obedecer às normas do CONARQ, em destaque os documentos produzidos por todos os órgãos
integrantes do poder público.
05. Respostas: C
Como visto, a tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico resultante da avaliação dos
documentos. Ela tem por objetivos definir os prazos de guarda (tempo necessário para o arquivamento
dos documentos nas fases CORRENTE E INTERMEDIÁRIO, visando atender exclusivamente às
necessidades da administração que os gerou) e a destinação de documentos (encaminhamento de
documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação), com vista a garantir o acesso à
informação aos que dela necessitarem, seja a própria instituição ou o público externo.
06. Resposta: C
Refere-se à tabela de Temporalidade.
07. Resposta: D
A Tabela de Temporalidade de Documentos de Arquivo resulta da atividade de avaliação, que define
prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores administrativo, fiscal, jurídico-legal,
técnico, histórico, autoriza a sua eliminação ou determina a sua guarda permanente.
08. Resposta: D
No campo da destinação final é registrada a destinação estabelecida que pode ser a eliminação,
quando o documento não apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a guarda permanente,
quando as informações contidas no documento são consideradas importantes para fins de prova,
informação e pesquisa.
09. Resposta: C
A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividades-meio e atividades-fim de cada órgão
público. Desta forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos relativos
às suas atividades específicas. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística
pública para aprovação e divulgação, por meio de ato legal que lhe confira legitimidade.
O acondicionamento49 tem por objetivo a proteção dos documentos que não se encontram em boas
condições ou a proteção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma segura.
Para cumprir sua função, que é a de proteger contra danos, o acondicionamento deve ser
confeccionado com material de qualidade arquivística e necessita ser projetado apropriadamente para o
fim a que se destina.
A qualidade arquivística é uma exigência necessária para o acondicionamento, pois esse material está
em contato direto com os documentos.
Podemos concluir que o acondicionamento deve ser planejado com muito critério. Ele não consiste em
apenas uma embalagem do documento: é parte do processo de conservação e preservação dos acervos.
Armazenamento
49
Martins, N.R. Noções básicas para organização de arquivos ativos e semiativados. Rio de Janiero: 1998. Disponível em:
http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/biblioteconomia-e-arquivologia
Memória Secundária: apresenta volume maior de armazenamento que a primária, sendo por outro
lado mais lenta. Não é volátil. São exemplos os discos rígidos magnéticos (hard disk – HD), que podem
ser usados isolados ou combinados em disk arrays. Diversas tecnologias permitem através do uso de
disk arrays, obter maior desempenho e confiabilidade do que seria conseguido com discos isolados.
Memória Terciária: compreende fitas magnéticas, discos ópticos e outros. Usos típicos incluem
armazenamento do acervo digital e cópias de segurança. Outra nomenclatura corrente para essa classe
de memória é "mídias de armazenamento". A memória terciária tem característica não volátil na
preservação de dados. Seu preço unitário é tão pequeno que requisitos de confiabilidade devem
prevalecer. Em caso de desastre, o prejuízo da perda de dados é superior ao preço das mídias que
fisicamente os contêm. As memórias secundária e terciária são adequadas para armazenamento.
Questões
01. (ANVISA - Técnico Administrativo - CESPE) Julgue o item que se segue, referentes a
arquivologia.
É possível verificar que um documento de arquivo foi bem acondicionado quando ele está embalado
adequadamente, de acordo com o seu suporte físico.
( ) Certo ( ) Errado
07. (INFRAERO - Arquivista - FCC) Nas áreas de armazenamento de documentos de arquivo, deve-
se
(A) diminuir a estanqueidade das paredes externas.
(B) agrupar documentos de gêneros diferentes.
(C) prever condições estruturais de resistência a cargas.
(D) evitar os invólucros de papel alcalino.
(E) colocar os documentos mais pesados no chão.
08. (ANEEL - Técnico Administrativo - CESPE) É aconselhável o uso de arquivos e estantes de aço
para o armazenamento dos documentos.
( )Certo ( ) Errado.
Gabarito
01.Certo / 02. D / 03. A / 04. C / 05. Certo / 06. Certo / 07. C / 08. Certo
Comentários
02. Resposta: D
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos, como mapas, plantas e
cartazes, devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas. Ou seja,
Documentos que não podem ser dobrados DEVERÃO permanecer esticados. Pense assim. Planta,
mapas, etc. As mapotecas organizam papéis de grande extensão sem amassar.
03. Resposta: A
Arquivamento = acondicionamento + armazenamento.
Acondicionamento se refere a embalagem em que o documento foi inserido. Armazenamento se refere
ao mobiliário em que o documento, já acondicionado (ou não) em que será guardado.
Exemplos de unidades de Armazenamento:
-Estantes-Armários-Prateleiras-Arquivos de gavetas etc.
04. Resposta: C
A) Acervo - Documentos de uma entidade produtora ou de uma entidade custodiadora.
B) Arquivo - Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou
privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do
suporte.
Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o custódia processamento técnico, a
processamento técnico conservação e o acesso a documentos.
Instalações onde funcionam arquivos.
Móvel destinado à guarda de documentos.
C) Armazenamento - Armazenamento se refere ao mobiliário em que o documento (guarda de
documentos em depósitos).
d) Acondicionamento “Ato ou efeito de guardar e embalar documentos de forma apropriada à sua
preservação [acesso] e manuseio.” - embalagem ou guarda de documentos visando à sua preservação e
acesso.
05. Resposta: Certo
07. Resposta: C
-volume e estimativa de crescimento dos documentos: esse fator deve ser levado em conta para se
avaliar a capacidade de armazenamento, isto é, áreas de depósito, tipos e quantidade de estante e, no
caso de documentos digitais, capacidade dos dispositivos de armazenamento; isto é, prever condições
estruturais de resistência a cargas.
Os acervos bibliográficos possuem um ciclo de vida e desde o momento da sua criação inicia-se o
processo de envelhecimento. Dessa forma, deduz-se a difícil tarefa das bibliotecas que possuem
materiais passíveis de alterações em decorrência de agentes como microrganismos, roedores, insetos e
outras pragas que encontram no próprio acervo sua fonte de alimentação.
Fatores naturais também podem influir na vida útil do acervo, tal como, a poluição atmosférica que
provoca a oxidação da celulose, até mesmo a umidade e luminosidade inadequadas são capazes de
provocar mudanças químicas no papel resultando em sua degeneração.
Um documento deve ser conservado em local apropriado, com temperatura e umidade baixas, em um
local elevado, e acondicionado de maneira adequada.
A identificação da natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos
fatores aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de
conservação para minimizá-los. Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos de livros,
mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos, que utilizam, em grande parte, o papel como
suporte da informação, além de tintas das mais diversas composições.
a) Desinfestação: combate ou inibe as atividades dos insetos. O método mais eficiente para combatê-
los é a fumigação.
b) Limpeza: fase posterior à fumigação. Os documentos devem ser limpos com um pano macio, um
aspirador de pó, uma escova adequada.
c) Alisamento: documentos são passados a ferro.
d) Restauração: são utilizados determinados procedimentos para recuperar documentos em mau
estado físico de conservação. É feita por especialistas dessa área (requer muito conhecimento desses
profissionais).
Tratamento químico realizado com produtos voláteis (gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação de materiais que não podem ser submetidos à
outras formas de tratamento.
50
MOI, C. Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. São Paulo: 2000
Técnicas de Conservação
No processo de conservação, a primeira etapa a ser realizada é o diagnóstico das condições físicas
do documento e os fatores que influenciam na conservação e preservação.
Radiação da Luz: toda fonte de luz (natural e artificial) emitem radiação nociva aos documentos,
principalmente a oxidação, tornando os papeis amarelados, quebradiços, escurecidos, e as tintas podem
desbotar ou mudar de cor, alterando a legibilidade dos documentos.
Agentes Biológicos: os agentes biológicos que deterioram os acervos são, entre outros, insetos
(baratas, brocas, cupins), roedores e os fungos, e a presença destes dependem das condições ambientais
onde se encontram os documentos. As características ambientais que proporciona o aparecimento
desses agentes são a temperatura e umidade elevadas, pouca circulação do ar, falta de higiene, etc.
Conservação
1) A luz do dia (natural) deve ser abolida na área de armazenamento, porque enfraquece o papel.
A própria luz artificial deve ser usada com cuidado.
4) As mãos devem estar sempre limpas e livres de sujeira e gorduras. Sempre que possível, utilize
luvas de algodão para manipular documentos, fotografias e gravuras.
6) Não dobre o canto da folha para marcar páginas. Esta dobra, no futuro, poderão causar o
rompimento do papel. Utilize marcadores de livros em papel livre de acidez.
7) Não umedeça o dedo com a saliva para virar as folhas de um livro. Ela afeta a sua saúde e
pode provocar o desenvolvimento de micro-organismos na documentação.
8) Não use clipes e grampos metálicos. Utilize clipes plásticos ou proteja os documentos com um
pequeno pedaço de papel na área de contato.
9) Evite cópias xerox de documentos. A luz ultravioleta causa danos cumulativos irreversíveis e o
manuseio provoca dobras e rasgos nas lombadas.
10) Cuidado ao retirar um documento de uma estante ou caixa. Evite rasgos, danos nas capas e
lombadas, segurando-o corretamente na parte mediana da encadernação.
11) Os poluentes são os principais agentes de deterioração dos acervos, catalisando reações
químicas danosas (levando à formação de ácidos; e sujam, arranham e desfiguram os materiais).
12) Utilizar aparelhos de ar condicionado somente se puderem ficar ligados durante o dia e à
noite; caso contrário, os danos são muito maiores.
13) Fitas de vídeo devem ser rebobinadas periodicamente e mantidas na posição vertical com
a bitola cheia voltada para baixo.
14) Disquetes e outros meios eletrônicos devem ser mantidos longe de campos
eletromagnéticos (computadores, aparelhos de som e TV etc.) e livres de poeira, umidade e
temperaturas altas.
Restauração
A restauração só é feita mediante diversos testes. O material de que a obra é feita tem de ser estudado,
para se desenvolver o melhor tratamento.
Mas se não há outro jeito e o livro está prestes a rasgar e/ou desmontar, é preciso levá-lo aos cuidados
de técnicos especialistas em restauração.
É importante mencionar que o reparo não faz com que os livros fiquem como se tivessem acabado de
sair da loja. A ética dos restauradores é respeitar a história de vida das obras, o interesse não é que
pareçam novas, mas que vivam um pouco mais.
Questões
01. (Polícia Científica/PE - Auxiliar de Perito - CESPE) No tratamento de uma massa documental
acumulada, o primeiro procedimento a ser realizado com foco na conservação e preservação deve ser
o(a)
04. (ANP - Técnico Administrativo - CESGRANRIO) Muitos arquivos têm grande parte de seus
acervos danificados, pois os cuidados restringem-se ao controle de insetos, por meio de inseticidas que
são tóxicos e que agridem o papel. Para evitar problemas futuros nos arquivos, recomenda-se
desenvolver um programa de preservação que deve ser iniciado pelo controle preventivo de agentes
patogênicos.
Para isso, o programa de preservação deverá ser desenvolvido com a adoção do seguinte
procedimento:
(A) profusão de enxofre
(B) higienização sistemática
(C) desestabilização de temperatura
(D) compactação periódica
(E) encapsulação sistêmica
06. (IF/RN - Técnico em Arquivo - FUNCERN) Define-se conservação documental como um conjunto
de
(A) medidas de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente
para a preservação da integridade dos materiais.
(B) medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo
documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu
caráter histórico.
09. (IF/PR - Arquivista - CETRO) Com relação à preservação, à conservação e à restauração, marque
V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A preservação pode ser definida como um conjunto de medidas e estratégicas em âmbito
administrativo, operacional e político que contribuem, direta ou indiretamente, para preservar a
integridade dos materiais.
( ) A conservação busca manter o documento o mais próximo possível do estado físico que possuía
na ocasião em que foi criado.
( ) O dano causado aos documentos em função da exposição à luz não é cumulativo.
(A) V/ V/ F
(B) F/ F/ V
(C) F/ V/ F
(D) F/ V/ V
(E) V/ V/ V
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
a) Transferência: O documento passa da 1ª idade para a 2ª idade (arquivo corrente para arquivo
intermediário)
b) Recolhimento: O documento passa da 1ª ou 2ª idade para a 3ª idade (arquivo corrente ou
intermediário para arquivo permanente)
c) Emulação: Tem a ver com a padronização para a produção de documentos eletrônicos
d) Transcrição: Transcrever algo já documentado
e) Higienização: Técnica de conservação de documento, também chamada de Limpeza, consiste na
retirada de poeira.
02. Resposta: C
a) Errada. Usos recomendáveis da cola plástica: "Nivelar ou corrigir imperfeições em repintura
automotiva, peças metálicas, mármores, granitos."
b) Errada. As luvas que são recomendadas para manuseio de negativos são de algodão e não de
borracha.
c) Correta. As medidas de caixa, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados e
devem ser SEMPRE SUPERIORES às dos documentos que irão abrigar.
03. Resposta: E
Os fungos são microrganismos que se alimentam das substâncias orgânicas do papel. De modo geral,
se desenvolvem em condições de umidade e temperatura elevadas. Os fungos possuem uns filamentos
que podem promover alguns tipos de rasgos nos papéis. Porém, o pior dano são as manchas deixadas
como resultado de sua atividade de metabolização das substâncias que os alimentam. Esta ação gera a
ruptura da cadeia molecular da celulose, ocasionando sua fragilidade. Os ataques mais graves podem
acarretar o apodrecimento e a perda total do papel. A disseminação dos fungos se dá através dos esporos
(células reprodutoras), que são carregados por meio de diversos veículos, p.ex. correntes aéreas, gotas
d’água, insetos, vestuários, etc.
04. Resposta: B
Higienização Trata da eliminação mecânica de todas as sujidades que se encontram nos documentos
e dos agentes considerados agressores, tais como: os clipes oxidados ou não, os excrementos de insetos,
os grampos metálicos, os itens generalizados utilizados como marcadores de páginas, as poeiras e, todos
os elementos espúrios à estrutura física dos documentos.
06. Resposta: C
A Conservação é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de
degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos
(higienização, reparos e acondicionamento).
07. Resposta: C
O termo-higrômetro ou termohigrógrafo é utilizado para realizar o monitoramento da umidade relativa
do ar e da temperatura.
09. Resposta: A
A Preservação é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional
que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. A Conservação
é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos
ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e
acondicionamento). E Toda fonte de luz (natural e artificial) emitem radiação nociva aos documentos,
principalmente a oxidação, tornando os papeis amarelados, quebradiços, escurecidos, e as tintas podem
desbotar ou mudar de cor, alterando a legibilidade dos documentos.
A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade do surgimento
do Direito, criadas por meio de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz social.
O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a regulação dos
interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam disciplinar as relações jurídicas.
Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas individuais de forma indireta ou reflexa.
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
135
São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Penal,
o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros.
O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações existentes entre os
particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com fruição harmoniosa e utilização de
seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as pessoas tratadas nas relações regidas.
O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege a organização e o
exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade.
O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a Administração e os
administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como Conselho de Estado. Este órgão é
alheio ao Poder Judiciário.
Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia Absoluta, não
existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do Estado com relação aos
administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência de um novo direito, pois as
normas do direito eram precárias.
Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no espaço, de acordo com
o Estado adotado. O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social, em
que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o desenvolvimento de inúmeras
atividades na área da saúde, assistência, previdência social, saúde e cultura, de maneira a desenvolver
o bem-estar coletivo. Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo
Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando novo
aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa privada, com
embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade econômica, diretamente, na
qualidade de empresário.
Conceito
Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da
Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira
de se atingir as finalidades do Estado. Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação
entre ela e os administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo.
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior ao
particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições.
Celso Antônio Bandeira de Mello52 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a
exercem”
Hely Lopes Meirelles53, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos:
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
Evolução
O direito administrativo é um ramo recente, pertence ao sub-ramo do direito público, já que seus
princípios e normas regulam as relações jurídicas em que predomina o interesse do Poder Público.
Nasceu no século XVIII no momento em que se consolidou o Princípio da Tripartição dos Poderes de
Montesquieu.
Os Estados eram governados por um soberano e a ideia de poder surgiu porque diziam que os
soberanos representavam a divindade - v.g. Luis XIV com a máxima “o Estado sou eu”.
A partir dos séculos XVI e XVII, surgem pensamentos visando à limitação desse poder (sobretudo com
John Locke em seus dois Tratados sobre o Governo, e em Montesquieu no “espírito das leis”: “só o poder
limita o poder”).
Assim, atribuiu-se as funções do Estado a diversos órgãos, objetivando o combate ao poder por meio
da imposição de limites àqueles que o exercem.
O direito administrativo aparece com o objetivo de estudar qual a função administrativa do Estado e os
órgãos que a desempenham.54
52 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014.
53 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002.
54 ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo, 4ª Edição, São Paulo: Saraiva, 2018
O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das normas componentes do
ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício da função administrativa. Assim, o
objeto imediato do Direito Administrativo são os princípios e normas que regulam a função administrativa.
Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina das atividades, agentes,
pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto mediato do Direito Administrativo.
Questões
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE) Assinale a opção correta a respeito de direito
administrativo.
(A) A administração exerce atividade política e discricionária.
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da
territorialidade.
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a execução
de leis, decretos e regulamentos.
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.
03. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE) Acerca de conceitos inerentes ao direito administrativo e
à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos
entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as obrigações
mútuas da administração e dos administrados.
04. (STJ - Técnico Judiciário - Administrativa - CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito
administrativo e da prática dos atos administrativos.
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas
jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos
direitos fundamentais da coletividade.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho
02. Resposta: B
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e se
encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser considerada,
funcional ou organizacional
03. Resposta: C
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF,
art. 2º).
Fontes
Segundo Alexandre Mazza56, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as fontes são fatos
jurídicos de onde as normas emanam.”
Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas de Direito
Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias.
A fonte primária é a lei.
De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, ou seja, somente a lei
pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei?
Maria Helena Diniz57 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que engloba um conjunto
de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do Estado. A elaboração da lei é
disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade compulsória garantida pelo Estado.
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato primário, pois encontra seu
fundamento na Constituição Federal, bem como possui por características a generalidade (a lei é válida
para todos) e a abstração (a lei não regula situação concreta).
Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória,
decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto, constituem fonte primária do Direito
Administrativo. Não se deve esquecer das normas constitucionais que estão no ápice do ordenamento
jurídico brasileiro.
56 Idem
57 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva.
Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja votado em dois
turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum qualificado de três quintos.
Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional.
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do Direito
Administrativo.
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a jurisprudência e os
costumes.
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que determinam o
sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador.
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina porque se
trata de uma interpretação da legislação.
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem aceitação
social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, porém as pessoas
respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está intrínseco no seio social.
Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas administrativas reiteradas.
Alexandre Mazza58 define: “os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes
de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos constantemente, criam o
hábito de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social sua
repentina alteração. É nesse sentido que os costumes constituem fontes secundárias do Direito
Administrativo. Importante relembrar que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela
qual só podem ser considerados vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou
princípio estabelecido na legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”.
Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, inciso
II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores expedem
normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus subordinados com relação a
determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço.
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas.
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou da
capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores,
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os
colegiados.
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, devendo
seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis Complementares, Leis
Ordinárias ou Leis Delegadas.
Questões
01. (TRT 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária - CESPE) Julgue os itens a
seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo.
Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito
administrativo.
(...) Certo ( ) Errado
03. (PC/PE - Agente de Polícia - CESPE) Considerando as fontes do direito administrativo como
sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta,
assinale a opção correta.
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive
os regulamentos administrativos.
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a
convivência mediante a harmonização de pensamentos.
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito
administrativo.
(D) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas
pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.
05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa - CESPE) Com relação ao conceito, ao objeto
e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades desenvolvidas
para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém excluindo as atividades
legislativas.
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a
administração pública.
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis existentes
e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais administrativos.
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos infra legais
e os costumes.
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado como o conjunto
de normas que regem as relações entre a administração e os administrados.
06. (Prefeitura de São Paulo/SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação - CETRO)
Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes.
Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta.
07. (Câmara de Belo Horizonte/MG - Redator - CONSULPLAN/2018) Ao tratar dos princípios que
regem a administração pública, a doutrina se refere a dois princípios, chamando-os de pedras de toque
ou supraprincípios, pois, a partir destes dois, se extraem inúmeros outros. São eles:
(A) Da legalidade e da finalidade.
(B) Da publicidade e da eficiência.
(C) Da legalidade e da moralidade.
(D) Da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.
Gabarito
Comentários
02. Resposta: B
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência.
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração Pública.
03. Resposta: A
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais
importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias; os regulamentos,
os tratados internacionais, etc.
04. Resposta: D
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito Administrativo:
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume.
05. Resposta: C
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os doutrinadores
limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurisprudência
06. Resposta: B
A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao
caso concreto. Realmente, pois, pela lógica, a jurisprudência é produzida a partir da utilização de leis
nacionais, e, ao contrário, a doutrina pode espelhar-se em interpretações de várias legislações, seguir
outros pensadores, não vejo limitação para a doutrina.
07. Resposta: D
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. É pelo princípio da
supremacia do interesse público que o interesse da sociedade deve prevalecer.
08. Resposta: E
A Relativização veio com a Constituição Federal, acompanhada com os princípios sociais e da
moralidade, a fim de valorizar a dignidade da pessoa humana.
59 FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
Questões
Gabarito
01.D / 02.B
Comentários
01. Resposta: D
A Supremacia Do Interesse Público é a sobreposição do interesse público em face do interesse
particular. Se houver conflito entre o interesse público e o interesse particular, o público prevalecerá.
02. Resposta: B
Aqui precisamos conhecer sobre o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado. Caso
o interesse da coletividade seja de maior relevância ao do particular, há a possibilidade de desapropriação
de imóveis urbanos, porém, a Administração Pública não pode fazer isso sem arcar com os devidos custos
ao particular.
Codificação60
Preliminarmente, o direito administrativo, que rege a administração pública, é um dos ramos do direito
público, vez que é composto predominantemente de normas imperativas e inafastáveis.
Esse ramo do direito é uma conquista dos regimes republicanos e democratas, com a sujeição não só
do povo, mas também dos governos, a certas regras gerais, ao contrário do que acontecia no caráter
absolutista de governo, ou seja, os soberanos não se submetiam a nenhuma regra.
Codificar é reunir um conjunto metódico, sistemático e harmônico às normas que disciplinam uma dada
matéria, como o Direito ou parte dele. Exemplo dessa reunião de normas positivas é o Código.
O Direito Administrativo Brasileiro não é codificado no sentido clássico de lei única. Em vez disto,
espraia-se em estatutos ou códigos parciais. Sua originalidade é que ele resulta de uma construção
doutrinária e puramente teórica.
A questão da codificação tem colocado os doutrinados em três posições:
60 http://www.sedep.com.br/artigos/codificacao-do-direito-administrativo/.
Questões
03. (CREF - 20ª Região/SE - Assistente Administrativo - Quadrix/2019) No que diz respeito à
redação oficial de documentos oficiais e às noções de administração pública, julgue o item a seguir.
A administração pública indireta é composta pelas autarquias, pelas fundações públicas, pelas
empresas públicas, pelas sociedades de economia mista e pelos serviços sociais.
( ) Certo ( ) Errado
(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram
exclusivamente a administração pública direta.
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública
indireta.
Gabarito
Comentários
02. Resposta: A
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
148
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da
esfera governamental que a integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e
autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente por meio do orçamento da referida
esfera.
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do
serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente.
04. Resposta: B
Integra, a Administração Pública indireta as fundações públicas, as sociedades de economia mista, as
empresas públicas e as autarquias.
05. Resposta: E
(A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a
administração pública direta. Indireta.
(B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração
pública direta e indireta. (apenas indireta)
(C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta.
(indireta)
(D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram
exclusivamente a administração pública direta. (indireta)
(E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração
pública indireta.
Centralização e Descentralização
Concentração e Desconcentração
As duas figuras dizem respeito à forma de prestação do serviço público. Descentralização, entretanto,
significa transferir a execução de um serviço público para terceiros que não se confundem com a
Administração Direta e, cria-se NOVAS ENTIDADES. Já a desconcentração significa transferir a
execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, permanecendo
está no centro.
Questões
Gabarito
01. Resposta: C
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade.
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública
(são sujeitos de direito distinto e autônomo).
02. Resposta: D
Na centralização encontramos a execução do serviço sendo feita pela Administração direta do Estado
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como
o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade.
03. Resposta: A
Descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para outra,
não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços relativos à
seguridade social à autarquia INSS.
As autarquias são para executar as atividades típicas da Administração Pública. São pessoas jurídicas
de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando com capital
exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo,
tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração Direta
(ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
Classificação: há entendimentos doutrinários que apontam três fatores que de fato demarcam
diferenças entre as autarquias. São eles:
- O nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios;
- Quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e
- As autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.:
SUDENE).
Pessoal: com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União,
Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime
jurídico único para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas.
Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público,
podem praticar atos administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último,
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os
atos jurídicos normais praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas
características especiais, pois eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas
especiais, como é o caso do mandado e da ação popular.
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos
seus agentes administrativos.
Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de acordo com o nível federativo da
autarquia, por exemplo, os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés,
assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro
apropriado para processar e julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos.
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da
lei estadual de divisão e organização judiciárias.
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal.
Responsabilidade civil: prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo
elas:
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza
condicionada.
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo
da penhora como garantia do credor.
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles
adquiridos por terceiros através de usucapião.
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5
anos.
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e
podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
- Presunção de legitimidade de seus atos administrativos.
- Principais situações processuais específicas
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte,
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Autarquia de regime especial: é toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos
e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de
regime especial são as regalias que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas
finalidades específicas. 61
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de
transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação,
o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências
especiais destinadas a esse fim.
OBS: havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de
regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade
da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”.
Agências executivas: trata-se de uma entidade já preexistente (autarquia ou fundação) que quando
cumprido os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva. Estes requisitos estão previstos
na Lei 9.649/1998, conforme artigos 51 e 52, vejamos:
a) possuir um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
b) tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor.
Podemos mencionar também duas características importantes tiradas dos artigos 51 e 52 da lei acima
mencionada, vejamos:
a) a formalização da qualificação da autarquia ou da fundação como agência executiva será feita por
decreto do Presidente da República; e
b) a entidade, qualificada como agência executiva, deverá implementar as metas definidas no contrato
de gestão, de acordo com os prazos e critérios de desempenho definidos no ajuste, e, em contrapartida,
receberá maior autonomia de gestão gerencial, orçamentária e financeira.
61
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial
Agências Reguladoras: as agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar
fiscalizar as atividades das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem
as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo
principal é a regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao
setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.
Algumas características que se destacam das Agências Reguladoras são:
- a sua relativa autonomia e independência;
* a investidura especial de seus dirigentes (“caput” do artigo 5° da Lei 9.986/2000)
* o mandato por prazo determinado; (parágrafo único do Artigo 5° da Lei 9.986/2000)
* e o período de quarentena após o término do mandato diretivo. (“caput do artigo 8° da Lei 9.986/2000)
As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além dos próprios
dispositivos das leis especificas).
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário.
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem
prestados por concessionárias ou permissionárias.
Exemplos de Agências Reguladoras:
ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações);
ANP (Agência Nacional de Petróleo);
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica);
ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil);
ANTT (Agência Nacional de Transportes terrestres);
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);
ANA (Agência Nacional de Águas);
ANCINE (Agência Nacional de Cinema);
Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários);
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
62
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª Edição, 2018
63 Idem
Questões
( ) Certo ( ) Errado
03. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP - Técnico Legislativo - VUNESP/2022) A
Câmara Municipal recebeu projeto de lei do poder executivo que tem por finalidade criar uma entidade
que será responsável por fiscalizar os serviços públicos concedidos do Município. A proposição estipula
que essa pessoa jurídica será criada por lei, dotada de personalidade jurídica de direito público e se
submeterá a um regime jurídico especial, pois o termo do mandato de seus dirigentes não coincidirão
com os do Chefe do Poder Executivo, bem como que a entidade gozará de autonomia funcional, decisória,
administrativa e financeira. Caso um Vereador consulte um Técnico Legislativo para saber de que tipo de
entidade integrante da administração indireta a proposta está se referindo, é correto afirmar que se trata
de uma
(A) agência reguladora.
(B) fundação pública.
(C) empresa pública.
(D) agência executiva.
(E) sociedade de economia mista.
Gabarito
Comentários
02. Resposta: C
São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando
com capital exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público,
podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração
Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
03. Resposta: A
As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar fiscalizar as atividades
das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem as mesmas
características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo principal é a
regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.
Fundações Públicas
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado. São criadas por meio de por lei específica cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico
Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina;
Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
Características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade
para qual foi criado.
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um
controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado,
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público.
Questões
02. (Prefeitura de Morro Agudo/SP - Fiscal de Tributos - VUNESP/2020) A respeito das entidades
que podem compor a Administração Pública, é correto afirmar que as
(A) autarquias são órgãos públicos criados por lei.
(B) autarquias estão sujeitas ao controle hierárquico do ente que as criou.
(C) fundações públicas poderão ter natureza de direito privado.
(D) empresas públicas deverão ser constituídas pela forma de sociedade anônima.
(E) empresas estatais são criadas por meio de lei específica, sendo desnecessário o registro dos atos
constitutivos.
Comentários
01. Resposta: A
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado. São criadas por meio de por lei específica cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
01. Resposta: C
As fundações públicas porem ser de direito público ou privado.
Empresas Públicas
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e tem sua criação por meio de autorização
legal.
Atenção: são autorizadas por lei e não são criadas por lei.
As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital é integralmente detido pela União,
Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da administração indireta de qualquer das três
esferas de governo, porém, a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados, Municípios
ou do Distrito Federal.
Foro Competente
A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto a Justiça Estadual julga as empresas
públicas estaduais, distritais e municipais.
Objetivo
É a exploração de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou preste
serviço público.
Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por consequência está submetida a regime
jurídico público. Se a empresa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida a regime
jurídico igual ao da iniciativa privada.
Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados por alguns
doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime falimentar. Vejamos:
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro64, “As empresas públicas e sociedades de economia mista não
estão sujeitas à falência, conforme está expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-2- 2005 (Lei de
Falências). Essa lei deu tratamento diferente às empresas concessionárias e às empresas estatais
(sociedades de economia mista e empresas públicas). Estas últimas foram excluídas da abrangência da
lei (art. 2º, I). A diferença de tratamento tem sua razão de ser: é que as empresas estatais fazem parte
da Administração Pública indireta, administram patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de
receitas orçamentárias ou têm receita própria, conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa
de descentralização: enquanto as concessionárias exercem serviço público delegado por meio de
contrato, as empresas estatais são criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas
por lei, o Estado provê os recursos orçamentários necessários à execução de suas atividades, além de
responder subsidiariamente por suas obrigações.
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas estatais, sem
distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da Constituição) e as que
exercem Administração Indireta atividade econômica a título de intervenção (com base no artigo 1 73 da
Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento privilegiado em relação às empresas do setor
privado, porque o referido dispositivo constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo
regime das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.”
Também ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:
“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso absolutamente
normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a Constituição, no art. 173, §1º,
II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais (...).”
Questões
Gabarito
Comentários
02. Resposta: B
As autarquias são CRIADAS por lei específica. Já as Empresas Públicas não são criadas por lei, elas
são AUTORIZADAS POR LEI específica.
04. Resposta: C
Diz respeito ao Controle Finalístico ou Supervisão Ministerial. É o controle que a Administração Direta
faz sobre a indireta, na finalidade de verificar se está sendo cumprido o que foi proposto.
Características
As sociedades de economia mista têm as seguintes características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio.
Para maior complemento de seus estudos, trouxemos o que tem em comum e as diferenças
entre a empresa pública e a sociedade de economia mista
Diferenças:
Questões
03. (Prefeitura de Boa Vista/RR - Procurador Municipal - CESPE/2019) Julgue o item a seguir,
acerca das disposições constitucionais a respeito de direito administrativo.
A investidura em empregos públicos em sociedades de economia mista depende de prévia aprovação
em concurso público, mas não se estende a esse tipo de emprego a proibição constitucional de
acumulação remunerada de funções e cargos públicos.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, integrante da
Administração Pública Indireta, sua criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e constituídas somente
sob a forma empresarial de S/A (Sociedade Anônima).
02. Resposta: A
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais.
Empresas Privadas
São aquelas empresas pertencentes de forma exclusiva aos seus fundadores ou a um grupo de
investidores, ou seja, que não dependem do poder do Estado. Vale destacar que, o fato de não
dependerem do Estado não desobriga a pessoa jurídica criadora da empresa a pagar impostos ao Estado.
Uma empresa privada é uma empresa comercial de propriedade de organizações não-governamentais
ou um número relativamente pequeno de acionistas ou membros da empresa, que não oferecem ou
negociam suas ações ao público em geral nas bolsas de valores. As empresas privadas podem emitir
ações e ter acionistas, mas suas ações não estão listadas em bolsas públicas e não são emitidas por
meio de uma oferta pública inicial.
Neste formato de empresa, o empresário tem como objetivo principal obter lucros para os proprietários
e acionistas e para tanto possui liberdade de negociação, venda e de agir, ainda que se submeta a
algumas limitações relacionadas a natureza do produto, condições de trabalho, entre outros.
Subsidiárias
As subsidiárias são empresas que são controladas ou pertencem a outra empresa, ainda que cada
uma delas tenha seu próprio nome, posicionamento no mercado e CNPJ. Em geral, esta relação envolve
uma empresa de grande porte e uma de médio ou pequeno porte, na qual a maior controla a menor. A
empresa que controla a subsidiária é conhecida como empresa mãe (holding).
ENTIDADES DE COOPERAÇÃO
Terceiro Setor
O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado,
responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas
questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o
terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como
objetivo gerar serviços de caráter público. Os principais personagens do terceiro setor são:
A) Fundações: São as instituições que financiam o terceiro setor, fazendo doações às entidades
beneficentes. No Brasil, temos também as fundações mistas que doam para terceiros e ao mesmo tempo
executam projetos próprios.
B) Entidades Beneficentes: São as operadoras de fato, cuidam dos carentes, idosos, meninos de
rua, drogados e alcoólatras, órfãos e mães solteiras; protegem testemunhas; ajudam a preservar o meio
ambiente; educam jovens, velhos e adultos; profissionalizam; doam sangue, merenda, livros, sopão; dão
suporte aos desamparados; cuidam de filhos de mães que trabalham; ensinam esportes; combatem a
São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermédio de autorização legislativa. Tratam-se
de entes paraestatais de cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patrimônio
próprios.
Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema “S”, cujo o qual resulta do fato destas
entidades ligarem-se à estrutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S” – SERVIÇO.
Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR e SEBRAE.
Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algumas categorias sociais ou grupos
profissionais, sem fins lucrativos. São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por
contribuições parafiscais.
Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes integrantes da Administração direta ou
indireta, porém trabalham ao lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as atividades e
serviços que lhes são repassados.
Organizações Sociais
Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualificação especial outorgada pelo governo
federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens
peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem
como empréstimo temporário de servidores governamentais. 65
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto,
atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como serviços públicos stricto sensu, razão
pela qual é incorreto afirmar que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualificação constitui decisão discricionária, pois,
além da entidade preencher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido dispositivo condiciona a
atribuição do título a “haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como
organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do
Estado”. Assim, as entidades que preencherem os requisitos legais possuem simples expectativa de
direito à obtenção da qualificação, nunca direito adquirido.
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permitindo outorgar a qualificação a uma
entidade e negar a outro que igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da isonomia,
devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei n. 9.637/98.
Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie de parceria entre a Administração e a
iniciativa privada, exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas por
entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está relacionado com um processo de
privatização lato sensu realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa privada.
O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social é o contrato
de gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade supervisora da
área de atuação da entidade.
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e
da organização social, devendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:
65
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. Ed. Saraiva. 2014.
Entidades de Apoio
As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pessoas jurídicas de direito privado, criados
por servidores públicos para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, possuindo vínculo
jurídico com a Administração direta e indireta.
Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de limpeza, conservação, concursos
vestibulares, assistência técnica de equipamentos, administração em restaurantes e hospitais
universitários.
O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência na utilização desses entes. Através
delas, convênios são firmados com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a
celebração de um contrato
OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o
aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal,
estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no
imposto de renda. OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido
pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles
derivados de normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder
público os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter
maior agilidade e razoabilidade em prestar contas.
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente é uma OSCIP, no sentido
representativo da sociedade, OSCIP é uma qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790, de 23 março de 1999. Esta lei traz a possibilidade das pessoas
jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas,
pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs e poderem
com ele relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias
atendam os requisitos da lei.
Um grupo recebe a qualificação de OSCIP depois que o estatuto da instituição, que se pretende formar,
tenha sido analisado e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário que o estatuto atenda
a certos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos:
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas
estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras na forma
de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias. (Incluído
pela Lei nº 13.999, de 2020)
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos
uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste
artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de
tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos
cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de
forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no
respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre
os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo
pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o
mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o
respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que
perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,
preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente
na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os
casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no
mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de
atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos
junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação
dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho ou
diretoria de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que modernamente
se entende por ONG, especialmente porque são marcadas por uma extrema transparência administrativa.
Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação.
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar com esse tipo de instituição,
porque divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias. A
OSCIP é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também
recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação
de contas.
Associações Públicas
Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio da celebração de um consórcio
público com entidades federativas.
Quando as entidades federativas fazem um consórcio público, elas terão a faculdade de decidir se
essa nova pessoa criada será de direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito público,
caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito privado, não se tem um nome específico.
A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades de interesse comum entre as entidades
federativas, estabelecendo uma meta a ser atingida.
Faz parte da administração indireta de todas as entidades federativas consorciadas.
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos
atos.
Questões
01. (CRF/GO - Agente Administrativo - Quadrix/2022) No que se refere aos atos administrativos,
julgue o item.
Pode-se conceituar o ato administrativo como sendo a exteriorização da vontade de agentes da
Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise
à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
certo / 02.E
Comentários
02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.
Requisitos / Elementos
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco:
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua
atuação e fazer as atribuições de cada agente.
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou
vínculo de natureza permanente.
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece
com jurados e mesários, por exemplo.
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição
para o exercício da atividade.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação.
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A
Questão
Gabarito
01.D
Comentário
01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos.
Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova
é de quem alega.
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial.
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui
para impor determinado comportamento a terceiros.
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos:
a) Quando a lei expressamente previr;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade66: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para
tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei, presente nos
atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da
Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação
da parte contrária.
Questão
01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.
Gabarito
01.A
Comentário
01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.
66
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf
O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente
ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.
Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não sendo
iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica, enuncia e altera
na ordem jurídica.
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não previsão em
lei.
Pressupostos
OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído as
etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico.
O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar,
preservar e extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios.
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público
pelo particular.
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico.
67
MAZZA, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014.
68
CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.
No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto; não
podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do
ato.
Celso Antônio Bandeira de Mello dispõe que os atos vinculados seriam aqueles em que, por existir
prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração em face de situação
igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere
com apreciação subjetiva alguma. 69
O ato discricionário é aquele que, editado sob o manto da lei, confere ao administrador a liberdade
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato vinculado e o ato
discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. Tanto o ato vinculado quanto o ato
discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante à sua legalidade, pois o judiciário
não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da Administração Pública.
Questões
01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Sobre atos administrativos, considere:
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.
III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.
02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) Diz-se que os atos administrativos
são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma
determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente.
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria
fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente.
Gabarito
01.A / 02.B
Comentários
01. Resposta: A
I. Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados, devem ser anulados quando
eivados de vícios. A revogação apenas é possível nos atos discricionários.
II. Errado. Os atos que INTEGRAM UM PROCEDIMENTO são atos vinculados, pois devem obedecer
a aquilo que está previsto em Lei. Logo, não podem ser revogados. Veja, cada ato novo ocorre a preclusão
do ato anterior.
Vou exemplificar:
Um procedimento administrativo é uma sequência de atos com objetivo de um ato final (Ex. as fases
da Licitação, é uma sequência de atos, com o objetivo de licitar compras ou execução de serviços
públicos).
69
MELLO, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009.
02. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).”
Classificação
Quanto ao regramento
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
Quanto à formação
Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação
do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente
em órgãos singulares.
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público,
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.
Quanto à validade
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo.
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos,
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.
Quanto à exequibilidade
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.
Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se
a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar,
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.
02. (PC/RJ - Técnico Policial de Necropsia - FGV/2022) Maria acaba de ser aprovada em concurso
público para o cargo efetivo de técnico policial de necropsia da Polícia Civil do Estado Alfa, inclusive
obtendo excelente aproveitamento no curso de formação ministrado pela Acadepol. Em sua primeira
lotação que acaba de ser publicada no Diário Oficial, Maria pretendia ser lotada no Instituto Médico Legal
sediado na capital do Estado Alfa, mas foi lotada em determinado Posto Regional de Polícia Técnica e
Científica (PRPTC), no interior do Estado.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em matéria de classificação do ato administrativo
quanto ao grau de liberdade do agente, o ato praticado pelo secretário de Polícia Civil de lotação inicial
de Maria no citado PRPTC é um ato:
(A) vinculado, pois a lei regulamenta a edição do ato de lotação, não conferindo ao agente público
qualquer margem de escolha;
(B) composto, pois é formado pela soma de vontades de órgãos públicos, quais sejam, setor de pessoal
e chefia de Polícia Civil;
(C) discricionário, pois o agente público busca, dentro dos limites da lei, razões de oportunidade e
conveniência para praticar o ato;
(D) de gestão, que é praticado pelo agente público com a prévia e não vinculante oitiva do servidor
interessado, devendo prevalecer o interesse público;
(E) de polícia, que restringe direitos individuais do servidor público de escolher sua lotação, em prol do
interesse público, devendo o ato ser revisto anualmente.
03. (CRF/GO - Agente Administrativo - Quadrix/2022) No que se refere aos atos administrativos,
julgue o item.
Os atos de polícia, tais como a apreensão de bens, podem ser classificados como atos de gestão.
( ) certo ( ) errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
O ato complexo decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
02. Resposta: C
Pelos atos discricionários o administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são
editados sem contemplar qualquer previsão anterior.
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.
São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;
70
http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo
c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado
a faculdade de realizar determinada atividade.
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como
maneira de exequibilidade;
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio
de lhe dar eficácia;
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio,
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal
característica é a irreversibilidade depois de consumada.
d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.
e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.
Questões
01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.
02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
Gabarito
01.B/ 02.D.
Comentários
01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.
02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.71
SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da
predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos
ilegais.
71
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.
Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia
ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou
o ato nem por autoridade superior.
Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente,
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso como
ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização legislativa; A
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que
seja um ato válido – conversão.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo, embora não
possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia de
seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo.
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo administrado, em
regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo
prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito
Administrativo.
Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Quando houver INTERESSE
Quando cabe? Quando houver DEFEITO
PÚBLICO
Por quem pode Pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Somente pela
Extinguir? OU PELO JUDICIÁRIO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Efeitos Ex Nunc (não
Retroage? Efeitos Ex Tunc (retroage)
retroage)
Prazo para
5 anos Sem prazo
extinção
Questões
DEFINIÇÕES
( ) Retirada do ato administrativo por meio de ato discricionário pelo qual a administração extingue um
ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.
( ) Retirada do ato administrativo em razão de sobrevir norma jurídica que tornou inadmissível a
situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente.
( ) Retirada do ato administrativo em razão da emissão de ato com fundamento em competência
diversa da que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são opostos aos daquele.
03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS) No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.
04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC) No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório
05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC) No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém
a competência legal para sua prática.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
02. Resposta: C
Revogação: é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.
Caducidade: é a retirada do ato administrativo em razão de sobrevir norma jurídica que tornou
inadmissível a situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente.
Contraposição: um novo ato é praticado, com base em competência distinta, de modo que os efeitos
são contrapostos ao anterior.
Cassação: ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
03. Resposta: C
Súmula 473 STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.
05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso".
Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade (mesário,
jurado, servidor público, etc.).
A denominação “agente público” é tratada como gênero das diversas espécies que vinculam o
indivíduo ao estado a partir da sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser divididas
como do qual são espécies os agentes políticos, servidores públicos (servidores estatais, empregado
público, temporários e comissionados), particulares em colaboração, agentes militares e os agentes de
fato.
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua Agente Público, em seu artigo 2°, “Reputa-
se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
Apostila gerada especialmente para: Kenedi Rodrigues 015.909.942-05
187
Espécies
Para facilitar os estudos, antes de adentrarmos na explicação de cada espécie de Agente Público,
vejamos o quadro abaixo:
Percebam, agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo que, servidores podem ser
os SERVIDORES Públicos (de Pessoas Jurídicas de Direito Público) e os EMPREGADOS Públicos (que
são os servidores de entes governamentais de Direito Privado.
Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função pública (pode cair em sua prova com a
nomenclatura “munus publico”) de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de comando e chefia
de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ingressam em regra, por meio de eleições,
desempenhando mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Estado também termina
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional,
mas institucional e estatutária.
Os agentes políticos são, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Melo, os titulares dos cargos
estruturais à organização política do País.
Licínia Rossi72 exemplifica separando por poderes:
Poder Executivo: Presidente da República, Governadores, Prefeitos e seus respectivos vices.
Auxiliares Imediatos dos chefes do Poder Executivo (Ministros de Estado, Secretários Estaduais ou
Municipais).
Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais e Estaduais e Vereadores.
Poder Judiciário: Magistrados e membros do Ministério Público; Exercem funções e mandatos
temporários. Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para fins penais, caso cometam
crimes contra a Administração Pública.
Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória.
Servidores Públicos: são as pessoas que presam serviços ao Estado e também às entidades da
Administração Pública indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e sua
remuneração é paga pelos cofres públicos.
Servidores públicos podem ser:
a) estatutários: são os que ocupam cargo público, sob regime estatutário;
b) empregados públicos: muito embora sejam celetistas, precisam de aprovação em concurso
público e sua demissão precisa ser motivada;
c) temporários ou em regime especial: são os contratados por tempo determinado, por meio de lei
regulamentadora; ou
72
ROSSI, L., Manual de Direito Administrativo, 4ª Edição, Editora Saraiva, 2018.
Os servidores públicos são ocupantes de cargos (servidores regidos pelo regime estatutário. Os cargos
são simples e indivisíveis unidades de competência a serem ocupadas por um agente, empregos ou
funções públicas.
Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam serviços à Forças Armadas (Marinha,
Aeronáutica, Exército - art. 142, caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42, CF).
Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças militares possuem vinculação estatutária,
e não contratual, mas o regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da aplicável aos
servidores civis. Tem vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga
pelos cofres públicos.
Vale dizer que os militares fazem jus a algumas vantagens próprias do trabalhador privado: décimo
terceiro salário, salário-família, férias anuais remuneradas, licença à gestante, licença-paternidade e
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e
pré-escolas. E estão sujeitos a algumas normas próprias dos servidores públicos: teto salarial, limitações,
forma de cálculo dos acréscimos salariais e irredutibilidade de vencimentos73.
Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e legítimo com o Estado exerce função pública,
acreditando estar de boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso, não há
investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas.
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade pública com a presunção de que tem
legitimidade, mas há alguma ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma posse
sem cumprir algum requisito do cargo. Ex. uma pessoa para o concurso da magistratura, porém, ainda
carrega uma “DP” da faculdade que não tinha conhecimento.
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de calamidade pública ou emergência.
Classificação
Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos,
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público).
Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco, um
serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os registradores de imóveis,
os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de serviço público, entre outros.
73
DI PIETRO, M. S. Z., Direito Administrativo, 31° Edição, Editora Forense, 2018.
Questões
Coluna 1
1. Agentes credenciados.
2. Agentes públicos.
3. Agentes políticos.
4. Agentes administrativos.
Coluna 2
( ) São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma
função estatal.
( ) São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções,
mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de
atribuições constitucionais.
( ) São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou a suas entidades autárquicas e fundacionais por
relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade
estatal a que servem.
( ) São os que recebem a incumbência de representar a Administração em determinado ato ou praticar
certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.
02. CRESS/SC - Assistente Administrativo Jr. - (Quadrix) Quanto aos agentes e serviços públicos,
julgue o item.
É permitido o ingresso em cargo em comissão sem a prévia aprovação em concurso público.
( )Certo ( )Errado
03. (Câmara Legislativa do Distrito Federal -FCC) O conceito de agente público na extensão a este
atualmente conferida pela Constituição da República, predica que:
(A) os militares, a partir da edição da Emenda Constitucional n° 20/98, não mais se enquadram na
definição de agentes públicos, sujeitos que estão a regime jurídico próprio, diverso dos servidores
públicos.
(B) os particulares que atuam em colaboração com a Administração, tais como aqueles convocados
para prestação de serviço eleitoral, são agentes públicos, na medida em que exercem função pública,
embora não se enquadrem na categoria de agente administrativo.
(C) são considerados agentes administrativos apenas os detentores de mandato eletivo e seus
auxiliares diretos, também denominados agentes políticos, diversamente dos agentes públicos que detém
vínculo funcional com a Administração, denominados servidores públicos.
(D) os ocupantes de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, assim como os temporários
e os empregados públicos são considerados agentes administrativos, em contraposição aos ocupantes
de cargo efetivo, cuja natureza do vínculo confere apenas a estes últimos a condição de agentes públicos.
(E) os agentes políticos ocupantes de cargo efetivo provido por meio de mandato eletivo não são
considerados servidores públicos para fins previdenciários, embora se enquadrem na categoria de
agentes administrativos.
04. (TJ/SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - VUNESP). Com relação aos agentes
públicos, é correto afirmar:
05. (IF/PA - Auditor - IF/PA) Agentes Públicos são todas as pessoas físicas incumbidas de exercer
alguma função estatal, seja de forma definitiva ou de forma transitória, esses agentes desempenham suas
funções nos órgãos aos quais estão vinculados, vale ressaltar que, os cargos e as funções são
independentes dos agentes. Em relação aos agentes públicos, assinale a alternativa CORRETA:
(A) Agentes honoríficos: são os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública Direta ou
às Autarquias por relações profissionais. Sujeitam-se à hierarquia funcional; são funcionários públicos
com regime jurídico único (estatutários); Respondem por simples culpa ou dolo pelos atos ilícitos civis,
penais ou administrativos que praticarem; Funcionários de para-estatais: não são agentes administrativos,
todavia seus dirigentes são considerados funcionários públicos; Funcionários das Fundações Públicas:
são agentes administrativo.
(B) Agentes Credenciados: são particulares que, por delegação do Estado, executam atividade ou
serviço público, em nome próprio, por conta e risco, mas sempre sob a fiscalização da administração
pública. Apesar de colaborarem com o Poder Público, os agentes delegados não são considerados
servidores públicos, pois não atuam em nome do Estado. A remuneração que recebem não é paga pelos
cofres públicos, mas sim pelos usuários do serviço. São os concessionários e permissionários de serviços
públicos, os leiloeiros, os tradutores públicos, entre outros.
(C) Agentes políticos: exercem atribuições constitucionais. Ocupam os cargos dos órgãos
independentes (que representam os poderes do Estado) e dos órgãos autônomos (que são os auxiliares
imediatos dos órgãos independentes). Exs.: Presidente da República, Senadores, Governadores,
Deputados, Prefeitos, Juízes, Ministros, etc. Exercem funções e mandatos temporários; Não são
funcionários nem servidores públicos, exceto para fins penais, caso cometam crimes contra a
Administração Pública.
(D) Agentes delegados: os agentes credenciados são os que recebem a incumbência da administração
para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade, mediante remuneração do Poder
Público credenciante. Como exemplo, podemos citar quando é atribuída a alguma pessoa a tarefa de
representar o Brasil em determinado evento internacional.
(E) Agentes administrativos: so cidadãos requisitados ou designados, em função da sua honra, de sua
condição cívica para, transitoriamente, colaborarem com o Estado mediante a prestação de serviços
específicos, não possuindo qualquer tipo de vínculo com a administração, atuando usualmente sem
remuneração. Enquanto desempenham a função pública, ficam momentaneamente inseridos na
hierarquia do órgão. Exemplos de agentes honoríficos são os jurados, mesários eleitorais e os membros
dos Conselhos Tutelares.
Gabarito
01.B / 02.Certo / 03.B / 04.A / 05.C
Comentários
01. Resposta: B
Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade (mesário,
jurado, servidor público, etc.).
Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função pública (pode cair em sua prova com a
nomenclatura “munus publico”) de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de comando e chefia
de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Ingressam em regra, por meio de eleições,
desempenhando mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Estado também termina
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional,
mas institucional e estatutária.
Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos,
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público).
03.Resposta: B
Particulares em colaboração: os particulares em colaboração com a Administração constituem uma
classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São
agentes públicos, mas não integram a Administração e não perdem a característica de particulares.
Exemplos: jurados, recrutados para o serviço militar, mesário de eleição.
04. Resposta: A
Agente público é a pessoa física que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
Direta ou Indireta (dentre as pessoas jurídicas da Administração Indireta, inclui as autarquias e as
fundações públicas), também são aqueles que exercem função pública, seja qual for a modalidade
05. Resposta: C
Agentes políticos exercem uma função de alta direção do Estado. Os agentes políticos são
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Servidores Públicos
Em sentido amplo, são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.
Já os servidores públicos em sentido estrito, são aqueles que possuem uma relação com o regime
estatutário, que sejam ocupantes de cargos públicos efetivos ou em comissão e se submetam a regime
jurídico de direito público.
Os servidores públicos abrangem os servidores estatutários, empregados públicos, os servidores
temporários e os comissionados.
b) Empregado público: são os contratados pelo regime CELETISTA, porém se submetem às normas
constitucionais quanto à investidura, acumulação de cargos, vencimentos, etc. Mesmo sendo celetistas,
há a necessidade da aprovação de concurso público e se submetem ao teto remuneratório.
Os empregados públicos são os que ocupam empregos na Administração Pública Indireta (empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações estatais de direito privado). Eles não gozam da
estabilidade, porém, a dispensa deve ser motivada.
A competência para julgar ações dos empregados públicos é da Justiça do Trabalho.
c) Temporários ou Regime Especial: são os contratados por tempo determinado, com base no artigo
37, IX, CF. Não ocupam cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso público, mas
a Administração Pública deve respeitar os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade,
realizando um processo seletivo simplificado, conforme o artigo 3° da Le 8.745/93.
Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de trabalho na Administração Pública ocupadas
por servidores públicos. A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo,
emprego e função para designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na
Administração.
Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta de suas autarquias
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções
específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função,
porém, nem toda função pressupõe a existência de um cargo.
Para Melo75 são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação própria.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios são
distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cargos
criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão de
vencimento ou remuneração.
Criar um cargo é oficializa-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas
competências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos públicos da União, o vencimento
é pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma que, ao
mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há o aproveitamento
de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior.
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser efetuada por meio de lei.
O art. 84, VI, “b” da CF traz exceção ao atribuir competência para o Presidente da República para
dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) e somente podem ser
criados por lei.
Questões
74 http://www.portaldoservidor.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=561
75 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.
04. (VUNESP - 2018 - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Técnico Legislativo) O
lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas
que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a
ela equivalente é denominado
(A) função delegada.
(B) emprego público.
(C) função gratificada
(D) atividade comissionada.
(E) cargo público.
Gabarito
01. Resposta: A
Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;
Cargos em Comissão : Cargos de provimento em comissão são aqueles de livre escolha, nomeação
e exoneração, de caráter provisório, destinando-se às atribuições de direção, chefia e assessoramento,
podendo recair ou não em servidor efetivo do Estado. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em
comissão aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constituição Federal, artigo 40, § 13.
02. Resposta: B
Empregado público é o contratado pelo regime CELETISTA, porém se submetem às normas
constitucionais quanto à investidura, acumulação de cargos, vencimentos, etc. Mesmo sendo celetistas,
há a necessidade da aprovação de concurso público e se submetem ao teto remuneratório.
03. Resposta: E
Essa definição vem de Celso Antônio Bandeira de Melo, “Para Melo76 são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem titularizadas por um agente. São criados por lei, previstos em número
certo e com denominação própria.”
04. Resposta: E
O texto introdutório da questão é o conceito doutrinário de cargo público, “é o lugar dentro da
organização funcional da Administração Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado
por servidor público, submetidos ao regime estatuário, tem funções específicas e remuneração fixada em
lei ou diploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem toda função pressupõe a
existência de um cargo”.
Dever de Agir: o administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse poder
em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Ex.: O prefeito da cidade “X” não pode deixar
de praticar atos de seu dever funcional (zelar pelo meio ambiente, promover limpeza da cidade,
saneamento básico etc.).
O dever de agir tem o objetivo de garantira continuidade dos serviços e o atendimento do interesse
público. Vincula-se a este dever o de exercer com dedicação e zelo as atribuições do cargo, ser assíduo
e pontual, sem prévia autorização, não se ausentar do serviço, cumprido rigorosamente seu horário, não
realizar atividades de forma desidiosa, não exercer atividades, durante o horário de serviço, que não
sejam compatíveis ao seu cargo ou função.
CF, Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
76 MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.
Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos. É uma forma de realizar
a transparência dos gastos públicos. Ex. a cidade “X” recebe verba destinado à saúde, sendo assim terá
que ter uma prestação de contas por parte do responsável para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com
cirurgias, “Z” com insumos e assim por diante.
CF, Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional. Exige-se então uma boa administração.
Dever de Urbanidade: Significa77 tratar com educação e respeito os colegas de trabalho e o público
em geral. No local de trabalho, torna-se necessário manter ambiente adequado à realização das
atividades, para que estas não sejam interrompidas ou dificultadas por exasperações emocionais,
grosserias, ofensas verbais ou físicas.
Dever de Assiduidade: Ligado78 ao adequado desempenho das atribuições do cargo, significa a
imposição, ao servidor, de comparecimento ao local de trabalho, nos dias e horários determinados. Em
geral, inclui-se no dever de assiduidade o de pontualidade.
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público (conjunto de normas
que disciplina a atividade estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador público para
exercer suas funções necessita ser dotado de alguns poderes.
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração cumprir com
sua finalidade, contudo, devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o regem.
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo dever de agir, de probidade, de prestar
contas e o dever de pautar seus serviços com eficiência.
Características
a) Obrigatoriedade: o administrador deve exercer os poderes obrigatoriamente, ou seja, o poder não
tem o exercício facultativo, não cabe ao administrador exercer juízo de valor sobre o exercício ou não do
poder.
b) Irrenunciabilidade: se o administrador público tem o dever de exercer o poder, ele não pode
renunciá-lo, já que essa atividade gerará benefícios para o bem comum. Fica mais claro quando
comparamos determinada situação, por ex. o particular tem o “poder de agir” facultativo, realiza a
atividade se quiser ou não, diferente quando o assunto é a atividade realizada pelo administrador público,
onde esse tem a obrigação de exercê-la.
Destacando que, se a Administração Pública deixar de exercê-lo haverá responsabilização por parte
do agente público;
77
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018.
78
MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018.
Subcaracterísticas
a) Necessidade: o administrador deve, antes de agir, verificar se o ato é realmente necessário.
Ex.: 1º Determinada escola não cumpre com as regras de acessibilidade. É necessário fechá-la por
isso? Cidade X fará aniversário e a prefeitura realizará festa comemorativa. É necessário contratar cantor
famoso?
Tais decisões são de caráter subjetivo, tendo em vista a análise do gestor público da real necessidade
em agir, no entanto, cumpre ressaltar que em toda decisão administrativa deve ser demonstrada a sua
necessidade.
b) Proporcionalidade: o ato deve ser proporcional à situação. Ato proporcional é a determinação de
adequação.
c) Adequação: proporcionalidade e adequação caminham juntas, por isso muitas vezes se
confundem. O agente público somente age nos limites da lei quando suas ações são pautadas por essas
três subcaracterísticas (necessidade, proporcionalidade e adequação). A ausência de uma ou mais
implica em excesso de poder, que resulta em responsabilização.
Espécies de Poderes
Poder Vinculado: quando o poder é vinculado, o administrador não tem possibilidade de exercer juízo
de valor, ou seja, não tem campo de discricionariedade. Ocorre quando a lei determinada que se atue de
determinada forma, não dando escolha para o agente.
Ex.: licença para construir. Se um cidadão cumpre com todos os requisitos legais, a licença deve ser
concedida, assim a concessão da licença é ato vinculado, não cabendo ao agente público deixar de
concede-la. Também é exemplo de poder vinculado, o poder que tem o agente público de instaurar
processo administrativo para averiguação de irregularidades cometidas por um servidor.
Questões
02. (TJ/RJ- Analista Judiciário - FGV) Prefeito municipal praticou ato administrativo escolhendo, por
meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas da cidade serão asfaltadas nos próximos
meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do poder administrativo:
(A) vinculado;
(B) hierárquico;
(C) normativo;
Gabarito
01.C / 02.D
Comentários
01. Resposta: E
Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em que o
agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a oportunidade do ato
a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário também é delimitado pela lei,
porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador público.
02. Resposta: D
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher quais ruas
seriam asfaltadas nos próximos meses.
Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que subordina
uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um.
Di Pietro79: “Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de
coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma
79
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014.
Ressaltando por fim que, mediante decreto, será de competência do Presidente da República (art. 84
CF/88) versar sobre a organização e funcionamento da Administração Pública Federal, mas caso implicar
o aumento das despesas ou até mesmo na criação e extinção de órgãos públicos, será mediante lei.
Questões
01. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB) No tocante aos poderes
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.
02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB). Delegação e avocação são institutos relacionados ao
poder interno e permanente da Administração Pública denominada:
(A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a
de rever os atos dos seus subordinados.
02. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:
03. Resposta: D
É o de que dispõe o Executivo para distribuição e escalonamento das funções de seus órgãos, ordenar
e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.
Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.
Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando praticarem infração funcional, que é aquela
que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente.
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador público
verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto. Para tanto ele
deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da infração, bem como os
prejuízos causados e os antecedentes do agente público.
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar sua
regularidade.
Questões
( ) certo ( ) errado
03. (FGV - Escrivão de Polícia (PC AM)/4ª Classe/2022 - FGV/2022) O Estado Beta, por meio de sua
Polícia Civil, celebrou contrato administrativo para aquisição de insumos que serão utilizados por seus
órgãos de polícia técnica e científica. Ocorre que a sociedade empresária contratada descumpriu a
legislação de regência e o próprio contrato, de maneira que, observadas as formalidades legais, lhe foram
aplicadas sanções administrativas.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a imposição das citadas
penalidades administrativas pelo poder público estadual sobre a sociedade empresária decorreu
diretamente do poder administrativo
(A) de polícia.
(B) de perícia.
(C) hierárquico.
(D) disciplinar.
(E) regulamentar.
Comentários
01. Resposta: C
Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.
03. Resposta: D
O poder disciplinar abrange somente as sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a
multa, a suspensão e a demissão. Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis
que podem ser aplicadas ao caso concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.
Poder Regulamentar ou Poder Normativo: é o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar
regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finalidade de oferecer fiel execução à lei, sendo,
portanto, privativa dos Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável.
Podemos dizer então que esse poder, são normas internas da Administração. Como exemplo temos a
seguinte disposição constitucional (art. 84, IV, CF/88):
De acordo com Mazza81 “O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla
denominada poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como:
regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias”.
Para Mazza82 “existem casos raros em que os atos regulamentares são gerais e concretos, como
ocorre com os regulamentos revogadores expedidos com a finalidade específica de extinguir ato
normativo anterior. Trata-se, nessa hipótese, de ato geral e concreto porque se esgota imediatamente
após cumprir a tarefa de revogar o regulamento pretérito”.
Tal privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com a regra prevista
no art. 13, I, da Lei nº 9.784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a edição de atos de
caráter normativo. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade
de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União a competência para dispor, mediante decreto, sobre:
80
Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 146.
81
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.
82
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.
Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF, como os únicos casos admitidos
de delegação de competência regulamentar.
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer
regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências.
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na
medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação
à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar porque a
edição de regulamentos é privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso, os atos
normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações, simultaneamente,
gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência regulamentar.
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes
do caráter infralegal dessa atribuição, que são:
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não
foram objeto de lei anterior;
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.
Questões
01. (Pref. Sobral - Guarda Civil Municipal - CEV UECE/2022) “A prerrogativa conferida à
Administração Pública para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação”
denomina-se poder
(A) disciplinar.
(B) discricionário.
(C) hierárquico.
(D) regulamentar.
02. (PC/AM - Investigador de Polícia - FGV/2022) Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa,
dentro de sua competência legal, editou ato administrativo geral e abstrato, com efeito erga omnes, para
complementar e facilitar a execução de determinada lei, minudenciando seus termos.
A providência adotada pelo chefe institucional da Polícia Civil estadual está diretamente relacionada
ao poder administrativo
(A) de polícia, eis que editada pelo superior hierárquico da Polícia Civil.
(B) de segurança pública, que tem prioridade legal, juntamente com o de saúde, sobre os demais
poderes administrativos.
(C) hierárquico, que consiste em um poder de estruturação externa da atividade pública.
(D) normativo, que não pode contrariar a lei, sob pena de invalidação.
(E) disciplinar, porque regulamenta atividades administrativas da Polícia Civil.
03. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil - FUNCAB) No que se refere aos poderes da Administração
Pública, é correto afirmar que:
(A) praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra a autoridade
delegante caberá mandado de segurança, ou outra medida judicial, por ser detentora da competência
originária.
(B) o Poder regulamentar deverá ser exercido nos limites legais, sem inovar no ordenamento jurídico,
expedindo normas gerais e abstratas, permitindo a fiel execução das leis, minudenciando seus termos.
(C) o Poder Hierárquico é o escalonamento vertical típico da administração direta. Desta forma, a
aplicação de uma penalidade pelo poder executivo da União a uma concessionária de serviço público é
uma forma de manifestação deste Poder.
(D) tanto a posição da doutrina, quanto da jurisprudência são pacíficas sobre a possibilidade de edição
dos regulamentos autônomos, mesmo quando importarem em aumento de despesas.
(E) decorre do Poder Hierárquico a punição de um aluno de uma universidade pública pelo seu reitor,
uma vez que este é o chefe da autarquia educacional, sendo competência dele a punição dos alunos
faltosos.
04. (TRT 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta, a respeito
dos poderes da administração.
05. (TRE/RR - Técnico Judiciário - FCC) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
(A) disciplinar.
(B) regulamentar.
(C) hierárquico.
(D) de polícia.
(E) normativo.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
O Poder Normativo ou Poder Regulamentar relaciona-se ao poder que a Administração possui em
editar atos para complementação da lei. Se regulamenta por Decreto, em obediência ao artigo 84, IV, CF.
02. Resposta: D
É fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes do caráter
infralegal dessa atribuição, que são:
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não
foram objeto de lei anterior;
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.
03. Resposta: B
De acordo com Alexandre Mazza, o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e consiste na
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais
e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.
04. Resposta: D
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo o art. 84, IV, CF/88.
05. Resposta: C
O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa (apesar
de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga omnes e
abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas gerais e atos
normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito erga omnes.
Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir e frenar o exercício
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex.: fiscalização.
Será considerado originário, o Poder de Polícia exercido pelas pessoas políticas do Estado, como é o
caso da União, Estados e Municípios. Por sua vez o poder delegado é aquele exercido pelas pessoas
pertencentes à Administração Indireta. Estes recebem o poder e o executam.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade dos
particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular.
O poder de polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais:
- Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico. Exemplo: Ato que proíbe a venda de
bebidas alcoólicas a menores - atinge todos os estabelecimentos comerciais.
- Ato individual é aquele que tem um destinatário específico. Exemplo: Autuação de um
estabelecimento comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo, segurança.
O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento. Poderá
retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio e televisão
sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família. Exemplo: Livros que façam
apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem crianças, etc.
Os meios de atuação da Administração no exercício do poder de polícia compreendem os atos
normativos que estabelecem limitações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos
administrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressivas, dotados de coercibilidade.
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for
competente, o ato não será considerado válido.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que são
previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coletividade. Neste
pensamento podemos indagar o seguinte, poder de polícia pode ser exercido por meio de atos vinculados
ou de atos discricionários, neste caso quando houver certa margem de apreciação deixada pela lei.
Limites83
Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe alguns limites quanto à competência, à
forma, aos fins ou ao objeto.
Quanto à competência e procedimento (forma), observa-se as normas legais pertinentes, a lei.
Já em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público. A
autoridade que fugir a esta regra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas
as consequências nas esferas civil, penal e administrativa. O fundamento do poder de polícia é a
predominância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso qualquer benefício em
detrimento do interesse público.
Enquanto que o objeto (meio de ação), deve-se considerar o princípio da proporcionalidade dos meios
aos fins. O poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse público que
visa proteger, pois sua finalidade é assegurar o exercício dos direitos individuais, condicionando-os ao
bem-estar social. Só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na
medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais.
Para os executores dos atos de polícia, pode não ser fácil o estabelecimento das linhas divisórias entre
a discricionariedade e a arbitrariedade. Mister se faz que os executores dos atos de polícia tenham
treinamento adequado, com bons conhecimentos dos direitos dos cidadãos, para se aterem aos limites
legais do poder de polícia, e não adotarem a arbitrariedade.
Um freio eficiente para deter a arbitrariedade é o bom senso nos atos de polícia. Bom senso na
verificação dos resultados de cada atitude. Bom senso na aplicação da coercitividade. Deve-se manter a
proporcionalidade entre a infração e o ato coercitivo, para não se extrapolar os limites estabelecidos.
Portanto, com os limites impostos à discricionariedade, o que se pretende é vedar qualquer
manifestação de arbitrariedade por parte do agente do poder de polícia. A intenção não é extinguir os
83
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8930
Extensão
Conforme ensina Nelson Nery Costa84, o poder de polícia municipal deve ser entendido como o
conjunto de intervenções administrativas, restringindo direitos e liberdades dos munícipes, em favor dos
interesses da coletividade. Tal poder não se presta para suprimir a cidadania local, mas reduzir os
interesses individuais em prol da coletividade.
O poder de polícia compete, privativamente, ao Município, quando dispõe das matérias previstas nos
incisos do art. 30 da Constituição Federal, em relação aos assuntos de interesse local, organiza e presta
os serviços locais, incluído o de transporte coletivo, promove o adequado ordenamento territorial, além
de outras matérias que lhes são pertinentes, bem como outras fixadas em Constituição Estadual.
Já em outras circunstâncias, tal poder compete concorrentemente com a União e com o Estado, nas
competências previstas nos incisos do art. 23 do texto constitucional federal, como cuidar da saúde e
assistência pública; proteger o meio ambiente e combater a poluição; promover programas de construção
de moradias; fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar, dentre outra85.
Guarda de Trânsito
Atuação da Fiscalização
De forma geral, portanto, os Municípios, através do poder de polícia, atuam na fiscalização de diversas
áreas, tais como, fiscalização de posturas municipais (Ex: autorização de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e industriais; uso dos logradouros públicos; autorização e funcionamento de
84
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014
85
COSTA, Nelson Nery. Direito municipal brasileiro, 6ª ed. rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Forense, 2014
Política de Construções
O município, no exercício de poder de polícia, atua no sentido de coibir a ocupação desordenada de
área pública, bem como de construções em desacordo com as normas legais. Nesse sentido, compete à
Administração Pública, no uso do Poder de Polícia, impedir construções irregulares ou destituídas de
alvará de construção, por exemplo.
O controle administrativo das construções visa evitar e corrigir distorções no crescimento urbano, bem
como os seus efeitos negativos para o meio ambiente e para a qualidade de vida das pessoas.
Política de Costumes
O poder de polícia não se limita apenas em assegurar a ordem pública, se estende suas ações a limitar
ou disciplinar direitos individuais, ajustando-os ao interesse e ao bem-estar público, conforme os
costumes locais.
Hoje, poderíamos dizer que o poder de polícia está, necessária e obrigatoriamente, atrelado às normas
constitucionais. O Estado é obrigado a agir com o objetivo de adequar o exercício dos direitos individuais
ao bem-estar geral.
Política de Higiene
Dentre as atribuições do Poder de Polícia está o dever de fiscalização das normas concernentes à
higiene, conforme disposto no artigo 78 do CTN.
Esta fiscalização em geral é realizada pela Vigilância Sanitária, que tem a missão de proteger à saúde
da população. Para tanto, a Vigilância Sanitária estabelece quais são as normas que devem ser
86
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro, São Paulo: Malheiros, 1993, 6ª ed., p. 351.
Estes se referem aos atributos do poder de polícia. Os atributos do poder de polícia, é certo que
busca-se garantir a sua execução e a prioridade do interesse público. São eles: discricionariedade,
autoexecutoriedade e coercibilidade.
Existe uma distinção clara entre o poder de polícia administrativa, ora tratada, e o poder de polícia
judiciária. O primeiro tem um caráter essencialmente preventivo, ou até mesmo educativo, enquanto o
segundo age de forma repressiva. O primeiro procura impedir as ações antissociais, e o segundo a punir
os infratores da lei penal, como diz Maria Sylvia Zanella di Pietro.
Isso não quer dizer que o poder de polícia administrativa não pode punir o infrator, como interditar um
estabelecimento ou embargar uma obra, ou mesmo apreender uma mercadoria deteriorada, mas as
punições são provocadas em razão de atos ilícitos administrativos, atos que afrontam a legislação
administrativa.
Quando, porém, a ação ilícita for de natureza penal, a competência de agir pertence à polícia judiciária.
Evidente, porém, que há situações em que o ilícito pode afrontar tanto a legislação administrativa
quanto penal, quando, então, a ação deflagrada, se não for conjunta, deve ter os seus resultados
comunicados ao outro poder policial, para que este cumpra a sua missão.
Não compete, assim, aos Agentes Fiscais de Poder de Polícia Administrativa intervir em ações ilícitas
de natureza exclusivamente penal, como, por exemplo, apreender mercadorias contrabandeadas,
roubadas ou falsificadas.
Tais ações são pertinentes aos policiais judiciários, a Polícia Militar ou Civil. O máximo que se permite
é uma ação desencadeada em conjunto, mas, mesmo assim, o auto de apreensão e o boletim de
ocorrência são documentos lavrados pela polícia judiciária. Do mesmo modo, não cabe aos policiais
judiciários ações puramente afetas aos agentes fiscais administrativos, como exigir a apresentação de
alvará dos estabelecimentos, ou exigir prova de pagamento de tributos. Tais exigências são ilegais e
arbitrárias, a não ser que façam parte de um processo penal em curso.
87
TAUIL, Roberto Adolfo - “O Poder de Polícia e a Fiscalização Municipal” - disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br/novo/admmun/0030.pdf
Questões
01. (IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde - FUNDATEC/2022) Sobre o poder de polícia,
assinale a alternativa correta.
(A) O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do
poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
(B) O município não tem competência para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
(C) A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência do Município.
(D) No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são desnecessárias as
notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.
(E) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
03. (PC/RJ - Inspetor de Polícia - FGV/2022) Para enfrentamento da emergência de saúde pública
de importância internacional no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, regularmente, no âmbito de
sua competência, adotou a medida de quarentena, consistente na restrição de atividades e separação de
pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estavam doentes e de mercadorias suspeitas
de contaminação, de maneira a evitar a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva
teve base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde feitas
pelo comitê técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e
à preservação da saúde pública.
Comentários
01. Resposta: A
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE
MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA MUNICIPAL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se
confunde com segurança pública. O exercício do primeiro não é prerrogativa exclusiva das entidades
policiais, a quem a Constituição outorgou, com exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção
da segurança pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro,
observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum dos entes da federação
para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os
Municípios podem determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal. 5. O art. 144, § 8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça funções adicionais à de
proteção dos bens, serviços e instalações do Município.
02. Resposta: A
A Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com sua conveniência e
oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e as sanções aplicáveis
nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício de determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixados esses limites, com suas posteriores sanções, a
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.
03. Resposta: A
Para Celso Antônio Bandeira de Mello.
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo."