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01
GESTÃO ORGANIZACIONAL
Conteúdo
1) Introdução ............................................................................................................................. 3
2) As organizações ..................................................................................................................... 4
➢ Conceito de organização ................................................................................................. 4
➢ Conceitos fundamentais .................................................................................................. 4
➢ O objetivo das organizações ......................................................................................... 4
3) Os elementos fundamentais das organizações e os seus ambientes .............................. 6
➢ Os elementos das organizações...................................................................................... 6
➢ As pessoas nas organizações........................................................................................... 6
4) As organizações como sistemas complexos ...................................................................... 8
➢ Tipos de organização ....................................................................................................... 8
5) Empresas, exemplo de organizações ................................................................................. 9
6) O conceito de administração como atividade motora das organizações ...................... 10
➢ Conceito de administração ........................................................................................... 10
➢ A razão de ser do estudo da administração ................................................................. 11
7) Planeamento e controlo das organizações ...................................................................... 12
➢ Funções do administrador ............................................................................................ 12
➢ Planeamento .................................................................................................................. 12
➢ Controlo .......................................................................................................................... 13
➢ Princípios gerais de administração aplicados ao controlo .......................................... 14
➢ Perspetivas futuras da administração .......................................................................... 14
8) Os atuais desafios da gestão ............................................................................................. 15
➢ Gestão da mudança ....................................................................................................... 15
➢ Gestão do conhecimento .............................................................................................. 15
➢ Gestão da cultura ......................................................................................................... 16
9) Liderança ............................................................................................................................ 19
➢ Estilos de liderança.......................................................................................................... 19
➢ Motivação de equipas ..................................................................................................... 20
10) Comunicação ................................................................................................................... 25
➢ O processo de comunicação ........................................................................................... 25
➢ A comunicação não-verbal .............................................................................................. 26
➢ Estilos de comunicação ................................................................................................... 27
11) Gestão de conflitos.......................................................................................................... 31
➢ Técnicas de gestão de conflitos....................................................................................... 31
12) Bibliografia...................................................................................................................... 32
1) Introdução
Uma organização existe para um fim ou missão específicos, para uma função social
específica. Frequentemente, são razões materiais que levam as pessoas à criação de uma
organização, pois há coisas que não poderiam fazer sozinhas; as organizações alargam
capacidades, encurtam o tempo requerido para a realização individual de um objetivo e
tiram partido do tempo acumulado por várias gerações.
As organizações alargam as capacidades das pessoas, pois, através delas, estas podem fazer
muitas coisas que não poderiam realizar individualmente.
Um dos aspetos de alargamento das capacidades reside na especialização. Na organização,
cada pessoa deverá desempenhar a tarefa para que tenha mais aptidão e treino sem, no
entanto, levar a especialização ao exagero.
As organizações apresentam uma larga capacidade para diminuir o tempo necessário para
alcançar um objetivo. Numa organização, as pessoas dispõem da experiência e vivência dos
outros, o conhecimento acumulado pode ser utilizado por cada uma das pessoas da
organização.
Existem também razões sociais, as pessoas procuram as satisfações sociais que só as
organizações podem proporcionar.
2) As organizações
➢ Conceito de organização
Conjunto de duas ou mais pessoas que realizam tarefas, seja em grupo seja individualmente,
mas de forma coordenada e controlada, atuando num determinado contexto ou ambiente, com
vista a atingir um objetivo predeterminado através da afetação eficaz de diversos meios e
recursos disponíveis, liderada ou não por alguém com as funções de planear, organizar, liderar e
controlar.
Este é o conceito clássico de organização.
➢ Conceitos fundamentais
Desta definição de organização convém reter alguns conceitos fundamentais para a sua
adequada compreensão:
• Atuação coordenada: para que exista uma organização, não basta que um conjunto
de pessoas atuem com vista a atingir um objetivo comum; é necessário também que
essas pessoas se organizem, ou seja, que desenvolvam as suas atividades de forma
coordenada e controlada, para atingir determinados resultados. Esta coordenação e
controlo é geralmente efetuada por um líder mas encontram-se muitas
organizações em que as tarefas são efetuadas por todos os membros em conjunto
através, por exemplo de um órgão colegial.
• Recursos: representam os meios colocados à disposição da organização e
necessários à realização das suas atividades. Nestes recursos incluem-se os recursos
humanos, os recursos materiais e tecnológicos, os recursos financeiros, a imagem
de mercado e credibilidade perante o exterior.
• Afetação eficaz: os recursos organizacionais descritos no ponto anterior são, por
definição, escassos, daí que a sua alocação deva ser efetuada eficazmente por
forma a que a probabilidade de atingir os objetivos pré-definidos seja a maior
possível. É daqui que surge a principal justificação para a necessidade da gestão da
organização.
• Objetivos: representam as metas ou resultados organizacionais pretendidos e a
obter no futuro ou, por outras palavras, o propósito que justifica toda a atividade
desenvolvida ou mesmo a própria existência da organização. Naturalmente, todas
as organizações devem determinar não apenas os seus objetivos, mas também
definir as medidas e formas de atuação e alocação de recursos que se pensam mais
adequados para os atingir.
• Contexto: Representa toda a envolvente externa da organização que, de forma
direta ou indireta, influencia a sua atuação e o seu desempenho. Nesta envolvente
externa inclui-se o contexto económico, tecnológico, sociocultural, politico-legal, e
ainda um conjunto de elementos que atuam mais próximo e diretamente com a
organização, tais como os clientes, os fornecedores, os concorrentes, as
organizações sindicais, a comunicação social, entre outros.
Ou ainda:
• Administração é administrar a ação através das pessoas com objetivo bem definido.
• Administração é o processo de planear, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos
a fim de alcançar objetivos.
O administrador deslocar-se-á dos trabalhos operacionais para o campo da ação. Sairá das
habilidades práticas de saber fazer certas coisas corretamente, para atividades
administrativas, voltadas para o campo do diagnóstico e da decisão, onde utiliza as
habilidades conceituais de diagnosticar situações, definir e estabelecer estratégias de ação
adequadas. Cresce então a necessidade de se fundamentar em conceitos, valores e teorias
que lhe permitam o fundamento adequado do seu comportamento.
➢ Planeamento
Definição
Processo de determinar os objetivos e metas organizacionais e como realizá-los.
O planeamento envolve:
• Escolher um destino.
• Avaliar os caminhos alternativos e
• Decidir sobre o rumo específico para alcançar o destino escolhido.
O planeamento é um elemento extremamente importante da função de cada gerente, seja
do ponto de vista organizacional ou do seu conjunto de responsabilidades pessoais do dia-
a-dia. O custo de um erro resultante do velho método de tomada de decisão “empurrando
com a barriga” é alto demais na economia complexa de hoje. O planeamento força os
gerentes a sentarem-se e refletirem sobre os problemas e alternativas até chegarem a uma
solução.
Características do Planeamento
• O planeamento é um processo permanente e contínuo, não se esgota em num
único plano de ação, mas é realizado continuamente dentro da empresa.
• O planeamento é sempre voltado para o futuro.
• O planeamento visa à racionalidade da tomada de decisão, ao estabelecer
esquemas para o futuro, o planeamento funciona como um meio de orientar o
processo decisório.
• O planeamento visa selecionar, entre várias alternativas, um curso de ação
escolhido de entre as várias alternativas de caminhos potenciais.
• O planeamento é sistémico, deve abranger a organização como um todo. O
planeamento é interativo, envolve passos ou fases que se sucedem.
• Deve ser suficientemente flexível para aceitar ajustes e correções à medida que for
sendo executado.
• O planeamento é uma técnica de alocação de recursos. De uma forma estudada
e decidida é dimensionada a alocação dos recursos humanos e não humanos.
• O planeamento é uma função administrativa que interage com as demais funções
como organização, direção e controlo, influenciando e sendo influenciada por
todas elas.
• O planeamento é uma técnica de mudança e de inovação dentro da empresa.
• No planeamento são definidos os objetivos e os planos para os alcançar, os
procedimentos orientadores bem como todos os recursos necessários.
A Estrutura do Planeamento
O planeamento numa organização pode ser visto de três perspetivas diferentes:
• Estratégico
• Tático
• Operacional.
➢ Execução
É o momento de colocar em prática aquilo que foi planeado. É o dia-a-dia e a “máquina em
funcionamento” de uma organização. Nesta etapa implementa-se o planeado, executa-se o
processo e os resultados surgem. Nesta fase devem-se recolher dados para mapeamento e
análise nos próximos passos de "Controlo" e "Ajuste".
Antes de iniciar a fase de execução é necessário garantir que as equipas têm todas as condições
necessárias, os objetivos, os recursos e a formação, importante também garantir que todos
estejam comprometidos para que tudo saia conforme o planeamento realizado.
➢ Controlo
Pode assumir alguns significados na administração. Os principais são:
• Controlo como função coercitiva: é negativo, limitativo, coercitivo, delimitativo,
manipulativo.
• Controlo como sistema automático de regulação: funcionamento automático de
um sistema.
• Controlo como função administrativa: é o controlo como parte do processo
administrativo.
O controlo pode ser usado para:
• Padronizar o desempenho, através de inspeções, supervisão, procedimentos
escritos.
• Proteger os bens da organização de roubos, desperdícios e abusos, através da
exigência de registos escritos, auditoria e divisão de responsabilidade.
• Padronizar a qualidade de produtos ou serviços oferecidos pela empresa.
• Limitar a quantidade de autoridade que está a ser exercida pelas várias posições ou
pelos níveis organizacionais.
• Medir e dirigir o desempenho dos empregados, através de sistemas de avaliação do
desempenho do pessoal, supervisão direta
• Como meios preventivos para o atingir dos objetivos da empresa, através da
articulação de objetivos num planeamento.
A finalidade do controlo é assegurar que os resultados daquilo que foi planeado, organizado,
dividido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos.
➢ Ajustar
Esta responsabilidade do gestor é essencial pois na vida de uma organização ou num projeto
específico muito dificilmente corre tudo como planeado e como tal é necessário analisar o que
correu mal e ajustar o necessário. Após a verificação dos desvios é necessário identificar a causa
do desvio para que seja possível eliminá-la e torná-la numa aprendizagem. Ajustar objetivos,
atividades/tarefas e procedimentos são as tarefas a cumprir nesta etapa.
São então implementadas as ações corretivas necessárias para que, numa ótica de melhoria
contínua das organizações, seja possível o crescimento, a inovação, a evolução.
➢ Gestão do conhecimento
É uma disciplina que tem suscitado cada vez mais atenção nas últimas décadas, tendo
originado inúmeros trabalhos de investigação cada vez mais significativos por parte das
organizações que reconhecem a sua crescente importância.
A investigação na área da gestão do conhecimento está ligada às várias disciplinas, entre as
quais, a gestão estratégica, a teoria das organizações, os sistemas de informação, a gestão
da tecnologia e inovação, o marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, etc.
A principal preocupação dos investigadores na área da gestão do conhecimento reside na
busca da melhoria de desempenho das organizações através de condições favoráveis,
processos de localização, extração, partilha e criação do conhecimento, assim como, através
das ferramentas e tecnologias de informação e comunicação.
De uma forma geral acredita-se que uma boa prática de gestão do conhecimento influencia
direta e indiretamente o bom desempenho organizacional e financeiro de uma organização.
As vantagens de uma boa gestão do conhecimento são entre outras:
• Vantagem competitiva em relação à concorrência.
• Redução dos custos e tempo de produção e desenvolvimento de produtos.
• Rápida comercialização de novos produtos.
• Melhoria da prestação de serviços, da qualidade dos produtos e da qualidade do
serviço cliente.
Podemos afirmar que a gestão do conhecimento é um processo sistemático, articulado e
intencional, apoiado na geração, codificação disseminação e apropriação de conhecimento,
com o propósito de atingir a otimização organizacional.
A gestão do conhecimento tem como objetivos:
• Tornar acessíveis grandes quantidades de informação organizacional,
compartilhando as melhores práticas e tecnologias.
• Permitir identificar e caracterizar os ativos de conhecimento e informação ligados a
qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos.
• Apoiar a criação de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de
vantagens competitivas.
• Aumentar a competitividade da organização através da valorização dos seus
bens intangíveis.
➢ Gestão da cultura
A cultura organizacional:
Foi a partir dos anos 70 e ao longo de toda a década de 80 que se desenvolveu um interesse
notório pelo estudo da cultura organizacional. Assiste-se à “tomada de consciência, por
parte de teóricos e práticos, da importância dos fatores culturais nas práticas da gestão, e
a crença no facto de a cultura constituir um fator de diferenciação das organizações bem-
sucedidas das menos bem-sucedidas, sendo a “boa cultura” de organização um fator
explicativo do sucesso económico”. (Ferreira Fonseca, 1996:315).
A focalização da cultura traduz globalmente o interesse pela construção quotidiana no
sentido de que é o processo de partilha da realidade por parte dos membros da organização,
e pela tentativa, mais ou menos pensada, para construir uma identidade e gerir as relações
entre seres humanos. (Pepper, 1995).
A cultura organizacional assume-se como um conceito essencial à compreensão das
estruturas organizativas. Segundo Infestas Gil (1991) permite relacionar e aplicar variadas
noções que até há muito tempo eram consideradas fatores passivos: os valores, a qualidade
de vida no local de trabalho, a identidade.
A cultura de uma organização será, pois, um conjunto de características, que a individualiza
e a torna única perante qualquer outra.
Assume-se como um sistema de valores, expressos através de rituais, mitos, hábitos e
crenças comuns aos membros de uma instituição, que assim produzem normas de
comportamento genericamente aceites por todos.
Referem ainda, alguns autores que a cultura organizacional permite criar nos membros de
uma organização um sentido de harmonia, visto todos se sentirem portadores do mesmo
conjunto genérico de valores, partilhando ideias claras sobre quais os comportamentos
aceitáveis ou inaceitáveis no contexto da empresa.
A cultura é também, como resulta daqui um mecanismo de orientação e controlo que molda
e guia as atitudes e comportamentos dos empregados. Este comportamento é
particularmente importante no caso de novos funcionários que, pela absorção da cultura,
conseguem ajustar-se e ser aceites como membros de pleno direito na instituição.
Cultura organizacional e cultura de empresa
Cultura organizacional é o sistema de representações e centra-se sobre as estruturas,
processos e modos de funcionamento, visando as formas de atuação de uma organização,
ou seja, não estamos na presença de uma cultura peculiar e própria de uma empresa, mas
apenas de mecanismos que regulam as relações sociais.
Cultura particular de empresa, por sua vez, implica a existência de projetos coletivos,
sentimentos de pertença e a aquisição, transmissão e partilha de uma mesma cultura por
todos os envolvidos. Freire, refere que só nestas condições se poderá considerar a
introdução de processos sociais de inovação. Sendo que o papel da cultura da empresa pode
ser sinergético na otimização de recursos, no âmbito de uma estratégia de desenvolvimento
da instituição.
Todas empresas tem a sua própria cultura e estrutura organizacional, que é baseada nas
atitudes, crenças, valores e objetivos, entre muitos outros fatores. Algumas influenciam o
mundo inteiro pela sua ousadia e inovação, criam tendências de modelo de gestão e no modo
de atingir resultados e se transformam em referências nas áreas em que atuam. Outras afetam
diretamente o bem-estar e estilo de vida dos seus funcionários e de todas as pessoas que têm
alguma relação com as suas operações, como clientes, fornecedores e até mesmo os familiares
dos colaboradores.
Toda essa influência é diretamente impactada através dos comportamentos do capital humano,
que inserido numa sociedade, também é um influenciador dos comportamentos desta.
Ética
Toda e qualquer tipo de empresa possui um código de ética, que precisa ser seguido por todos
os profissionais que dela fazem parte. Neste sentido, ter um comportamento organizacional
ético é seguir o que prega este código, ou seja, cumprir as regras, normas e padrões
determinados pela organização, para que assim todos entendam quais são seus principais
direitos e deveres dentro dos processos organizacionais.
A ética está presente em todos os ambientes e é ela que garante que tenhamos uma boa
convivência em sociedade, já que ela define os valores e atitudes que devemos seguir
socialmente, para que isso aconteça.
Assim, no contexto empresarial, respeitar os colegas de trabalho, bem como não divulgar
informações sigilosas, que dizem respeito apenas aos processos organização, são bons exemplos
de como ter um comportamento organizacional ético.
➢ Estilos de liderança
Esta corrente teórica centra-se nas características do líder como elemento central na
concetualização do processo de liderança, que pode assentar em três estilos distintos:
Autoritário, Liberal, Democrático e Contingencial.
Estilo autoritário
Neste estilo de liderança autoritário é o líder que toma decisões sem consultar o grupo. Além
de fixar as tarefas de cada um determina o modo de as concretizar. Não há espaço para a
iniciativa pessoal, sendo este tipo de liderança gerador de conflitos, de atitudes de
agressividade, de frustração, de submissão e desinteresse, entre outras.
Como consequência da ação deste tipo de liderança o grupo revela uma grande tensão,
frustração, agressividade, ausência de espontaneidade e iniciativa, não havendo relações de
amizade. Embora, os elementos aparentemente gostem do que fazem, não revelam qualquer
satisfação em relação à tarefa. Por outro lado, ao trabalho só se desenvolve na presença física
do líder. Quando este se ausenta os grupos produzem pouco e tendem a expandir os
sentimentos recalcados, agredindo-se e tornando-se indisciplinados.
Estilo liberal
Neste estilo de liderança, não diretiva, o líder funciona como elemento do grupo e só intervém
se for solicitado. É o grupo que levanta os problemas, discute as soluções e decide. O líder não
intervém na decisão de tarefas, limitando a sua atividade a fornecer informações, se a sua
intervenção for requerida.
Apesar dos membros do grupo terem uma atividade intensa, a produção não é satisfatória. As
tarefas desenvolvem-se ao acaso com oscilações e perde-se muito tempo em discussões. Fala-
se mais de problemas pessoais do que de assuntos relativos ao trabalho. Finalmente, verifica-se
um certo individualismo agressivo e pouco respeito pelo líder.
➢ Motivação de equipas
A motivação é o processo psicológico que dá ao comportamento um objetivo e uma orientação,
traduzido num estímulo, interno ou externo, que leva a pessoa a agir porque assim o deseja.
Tipos de motivação
• Motivação interna: comportamentos de trabalho que são estimulados pelo entusiasmo
que o trabalho em si desperta.
• Motivação externa: comportamentos de trabalho que as pessoas levam a cabo com a
finalidade de obterem alguma recompensa ou para evitarem uma possível punição.
Em síntese, a motivação é um conjunto de forças que têm origem dentro e fora da pessoa e que
moldam o seu comportamento de trabalho. O líder influencia direta e indiretamente a sua
equipa facilitando o cumprimento dos objetivos da organização.
A hierarquia das necessidades de Maslow ou Pirâmide das necessidades
Auto-
Realização
Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
Abraham Maslow desenvolveu a ideia de que as pessoas são motivadas segundo uma hierarquia
de cinco tipos de necessidades condensadas numa pirâmide, denominada pirâmide das
necessidades, sendo que é imprescindível que as necessidades das bases estejam satisfeitas
para que as seguintes possam ser consideradas:
• Necessidades fisiológicas são as que se relacionam com as necessidades mais
elementares: fome, sede, sono, entre outras, e que influenciarão, obviamente, a
prestação de um trabalho com qualidade.
• Necessidades de segurança relacionam-se não só com a segurança física, mas também
com a estabilidade de emprego, com conseguir manter uma poupança que garanta o
futuro ou mesmo a segurança de um vencimento no final do mês.
• Necessidades afetivas (sociais ou de amor), as pessoas procuram o relacionamento com
as outras pessoas para dar e receber. Pelo que, no trabalho, a ideia de isolamento não
será geradora de motivação. As equipas de trabalho em que as pessoas se inter-
relacionem de uma forma saudável são um bom exemplo de satisfação das necessidades
sociais.
• Necessidades de estima, neste nível as pessoas desejam alcançar o respeito dos outros,
daí que por muito satisfeita que a pessoa se encontre no trabalho e bem remunerada,
poderá não sentir motivação, diminuindo a sua performance.
• Necessidades de autorrealização, correspondem à possibilidade de as pessoas se
tornarem aquilo que são capazes de ser (serem o que podem ser). Necessidades de
autorrealização não satisfeitas geram emoções negativas e conflitos internos que
poderão afetar o clima de trabalho.
➢ O processo de comunicação
O Homem utiliza um complexo sistema de símbolos para se relacionar com os outros: sinais
verbais, escritos e não-verbais. Embora a situação de comunicação se possa apresentar de
muitas formas diferentes, comporta sempre alguns elementos que lhe são característicos, sendo
estes: o emissor, o recetor, a mensagem, o contexto, o código, o canal, o meio e o ruído.
• Emissor: (indivíduo/grupo) é aquele que emite ou transmite uma mensagem. Deve ser
capaz de transmitir uma mensagem que seja inteligível para o recetor.
• Recetor: (indivíduo/grupo) é aquele a quem é dirigida a mensagem. Deve estar em
sintonia com o emissor para compreender a mensagem, captá-la e aceitá-la.
• Mensagem: é o conteúdo da comunicação, constituída por um conjunto de sinais com
significado que traduz uma ideia, sentimento ou experiência.
• Código: conjunto de sinais e regras utilizadas.
• Contexto: conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação
- relação entre os interlocutores; relação espácio-temporal; conhecimento dos
interlocutores sobre o mundo, etc.
• Canal/meio: é o suporte que serve de veículo a uma mensagem; via de circulação de
mensagens (visual; auditiva ou cinestésica) que se materializa através de meios -
recursos técnicos ou físicos para converter a mensagem num sinal capaz de ser
transmitido ao longo do canal.
o Meios apresentativos – a voz, o rosto, o corpo – produzem as expressões e os
gestos.
o Meios representativos – livros, pinturas, escritas, arquitetura – obras de
comunicação.
o Meios mecânicos – telefones, rádio e televisão.
• Ruído: constitui as perturbações que dificultam e prejudicam a transmissão da
mensagem.
• Feedback: é a resposta do recetor à mensagem enviada pelo emissor.
➢ A comunicação não-verbal
Entende-se por comunicação não-verbal qualquer comunicação que não inclua a língua falada
ou escrita. A gama de signos não-verbais é muito ampla, mas podemos dividi-los em:
• Cinéticos – movimentos corporais;
• Proxémicos – posição corporal e relações espaciais;
• Paralinguagem – voz e vocalização.
➢ Estilos de comunicação
Todos os indivíduos têm uma forma mais ou menos estável de comunicar, sendo de salientar
que existem diferenças na comunicação. De uma forma sintética, podemos caracterizar quatro
estilos de comunicação:
Estilo Agressivo
As suas principais características são:
• Faz os outros subterem-se às suas vontades e ideias;
• Fala alto, interrompe e não ouve os outros enquanto estes se exprimem;
• Expressão individual de sentimentos e opiniões demonstrando hostilidade e
autoritarismo;
• Mostra-se superior aos outros;
• Pretende alcançar os seus objetivos a qualquer custo;
• Ignora e desvaloriza sistematicamente o que os outros fazem e dizem;
• Excessivamente crítico;
• É reivindicativo;
• É hostil e frio;
• É intolerável em relação aos outros;
• Age como se fosse intocável e não tivesse falhas ou erros;
• É da opinião que os outros são estúpidos.
Estilo Manipulador
As suas principais características são:
• O indivíduo aparenta no seu discurso, satisfazer as necessidades dos outros mas utiliza
meios indiretos para satisfazer as suas;
• O manipulador disfarça os seus reais objetivos, para não despertar a desconfiança dos
outros;
• Considera-se hábil nas relações interpessoais – não se implica nem envolve diretamente
com as pessoas ou acontecimentos;
• Apresenta diferentes discursos consoante o interlocutor a que se dirige;
• Fala por meias palavras e é especialista em rumores;
• Apresenta-se sempre cheio de boas intenções;
• Considera-se indispensável;
• Consegue atingir os seus objetivos, sem se afirmar abertamente e sem que os outros
percebam que estão a ser usados;
• Tenta desvalorizar o outro através de frases que denotem inteligência e cultura
(sarcasmo, chantagem);
• É mais hábil em criar conflitos do que em reduzir as tensões existentes;
• Exagera a informação emitida pelos outros, manipulando em proveito próprio.
Estilo Passivo
As suas principais características são:
• Incapacidade de exprimir clara e honestamente os sentimentos, necessidades,
interesses e opiniões;
• Não se afirma abertamente e raramente se manifesta;
• Raramente está em desacordo;
• Procura a distância porque é mais seguro;
• Sente-se bloqueado quando tem de enfrentar um problema;
• Tem medo de decidir pois receia dececionar os outros;
• É muito sensível à opinião dos outros;
• Faz frequentemente coisas que não gosta mas não consegue recusar;
• Tende a ignorar os seus direitos e a evitar conflitos a todo o custo.
Estilo Assertivo
As suas principais características são:
• Honesto;
• Positivo;
• Responsável;
• Pronuncia-se de forma serena, construtiva e eficaz;
• Tem respeito por si mesmo e pelos outros;
• É capaz de defender os seus direitos e interesses, bem como os dos outros de forma
clara e direta, sem que ao fazê-lo experiencie ansiedade excessiva e sem ser hostil;
• Aceita que os outros pensem de forma diferente de si;
• Negoceia com base nos interesses mútuos e não mediante ameaças;
• Estabelece com o outro uma relação de confiança;
• Abstém-se de fazer juízos de valor sobre os outros;
• Está à vontade na relação com os outros;
• Estão abertas ao compromisso e à negociação.