Você está na página 1de 30

Capitulo 2

Este é um trabalho realizado por alunos, pelo que não está livre de conter gralhas ou falta
de informação; torna-se, assim, essencial fazer uma análise crítica à sua leitura, tendo em
conta a matéria lecionada nas aulas. Qualquer correção deverá ser enviada para
comissao2ano@aefep.pt
2. A medição agregada da atividade económica

2.0. Introdução

Quais são os principais conceitos que vão ser usados para estudar macroeconomia e como é se
quantificam esses conceitos? Medição agregada da atividade económica

Designamos por medição da atividade económica o processo pelo qual se recolhe um conjunto de
dados e se fornecem estimativas e ilações sobre o desempenho da economia de um país. Esta
medição é agregada uma vez que recolhe dados de agentes económicos e as operações por estes
realizadas, em termos nacionais.

Contas Nacionais
Representação coerente, de forma simplificada, agregada e
quantificada, dos principais tipos de operações económicas efetuadas
entre conjuntos de agentes económicos com características
semelhantes (numa dada economia num dado período de tempo)

Podemos fazer uma analogia entre a contabilidade de uma empresa e a contabilidade nacional.

A contabilidade da empresa é um sistema de informação para apoio a quem tem que decidir na
empresa. Da mesma forma, a contabilidade da nação existe como um sistema de informação para
apoiar quem pode intervir sobre a economia.

Contabilidade nacional
Sistema de contas para medir o conjunto da atividade económica da nação, agregando agentes
económicos em setores institucionais.

É importante para o governo conhecer o estado da economia e, desta forma, estabelecer as


medidas mais adequadas face ao diagnóstico dado pelas Contas Nacionais. Este diagnósticoregista
e mede a atividade económica, ou seja, as relações entre agentes económicos (não explica essas
relações)

→ Nasce no séc. XVIII, mas só se desenvolve na 2ª metade do séc. XX como instrumento de apoio às
decisões políticas

Nota: Agente económico é uma entidade, individual ou coletiva,


que, através das suas decisões, intervém no circuito
económico
Lógica básica da Contabilidade Nacional

Fluxo simplificado de produção (PIB) e relação entre agentes


económicos nos mercados agregados

Este fluxo é observável / mensurável nos mercados (onde se formam


preços e se podem registar as quantidades transacionadas)

É o fluxo monetário de
contrapartida pela participação
Rendimento
(distribuição) ≠ Transferência
(redistribuição)
no processo de produção

Exemplo: O salário que o professor ganha por dar aulas é um rendimento. Se


perder o emprego, passa a receber um subsidio de desemprego, que é uma
transferência, pois não está a participar em nenhum processo de produção.

Em última instância, qualquer transferência tem de vir de um rendimento. Se nós recebemos


mesada, que é uma transferência, tem de vir do rendimento dos rendimentos que os nossos pais
recebem.

A partir do momento em que é feita a distribuição do rendimento, temos aquilo a que chamamos
Rendimento Disponível → consumo + poupança (= investimento).
Por outras palavras, tendo sido distribuído o rendimento a um agente e após de ter sido feita a
redistribuição (impostos, subsídios), o que resta designa-se por rendimento disponível. Por
exemplo, eu recebo x mas tenho de entregar y ao estado através dos impostos, logo fico com z.
2.1. Agentes, Operações, Fluxos e Stocks

Os agentes económicos não podem ser tratados na sua individualidade, têm de ser somados, isto é,
estão agregados naquilo a que chamamos setores institucionais (por exemplo famílias e
empresas).

Um setor institucional é um conjunto de agentes que têm afinidades quanto aos recursos e
quanto aos empregos dados aos mesmo.

Por sua vez, as unidades de produção estão ainda agrupadas por ramos de atividade (agricultura,
pescas, indústria extrativa, turismo, etc.).

Definimos os ramos de atividade através do tipo de bens produzidos.

Por exemplo, o que têm em comum um agricultor que produz pêras e um agricultor que produz
maçãs? São produtos diferentes, mas têm uma afinidade, são frutos. Digamos que um agricultor
que produz pêras tem menos afinidade com o pescador que pesca linguados do que com o
agricultor que produz maçãs.

AGENTES
Agrupados por setor institucional, de acordo com as principais funções (operações)
económicas que desempenham e as fontes de recursos de que dispõem.

UNIDADES PRODUTIVAS
Agrupadas por ramo de atividade, segundo o tipo de inputs, processos de produção e
produtos.
Setor institucional Função principal Recursos principais Tipo de
produto

Setor Sociedades não Produção de B&S não Receitas das vendas Mercantil
privado financeiras financeiros

Sociedades Operações de Juros da intermediação Mercantil


financeiras financiamento financeira, receitas de serviços
prestados e prémios
contratuais
Transformação de riscos
individuais em coletivos
(ex: companhias de
seguros)

Famílias Consumo Remunerações do trabalho e Mercantil


outros rendimentos/
transferências

Produção de B&S Receitas das vendas

ISFLSF* Produção de B&S às Contribuições voluntárias, Não


famílias, gratuitos ou a transferências públicas, mercantil
preços pouco rendimentos de
significativos empresa/propriedade

Setor Administrações Produção de B&S para Receitasfiscais Não


público Públicas satisfazer necessidades mercantil
individuais e coletivas e
redistribuir o rendimento

Resto do mundo Todas as unidades institucionais não residentes que efetuam operações
com residentes
*ISFLSF = Instituições Sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias

Principais operações económicas:

→ Produção: criação, transformação, troca e utilização de um bem ou serviço (B&S);

→ Distribuição: distribuição e redistribuição do valor criado pela atividade produtiva (ex: salários,
rendas);

→ Capital: alterações nos ativos e passivos não financeiros (ex: investimento);

→ Financiamento: alterações nos ativos e passivos financeiros e monetários (ex: variação de


créditos).
Medição das operações económicas:

→ Fluxos: operações que ocorrem e, portanto, só são quantificáveis durante um período, ou seja,
são mensuráveis ao longo do tempo (ex: investimento);

→ Stocks: Grandezas quantificáveis instantaneamente (ex: riqueza das famílias).

Os principais fluxos de produção, distribuição e de capital que ocorrem numa economia, num dado
período, entre os vários setores institucionais são representáveis por um Circuito Económico.

Todos os setores institucionais se relacionam com o estado, por isso ocupa uma posição central.

O que chamamos ao valor total do produto liquido do estado pelas empresas? Valor acrescentado
bruto dos vários ramos de atividade = valor do produto liquido gerado pelas empresas, ou seja, a
produção abatida os consumos intermédios.
2.2. Principais agregados - Contas Nacionais
PIB = Agregação do valor de mercado do resultado final da atividade de produção (criação
de bens e serviços) realizada durante um determinado período num território

= ∑ do valor líquido final da atividade de produção do território e período em causa

1. O cálculo do PIB pode ser feito de duas formas: agregando o valor dos bens finais ou agregando o
valor de todos os produtos e subtraindo o valor dos consumos intermédios → para agregar o
valordos diferentes resultados da produção temos que usar unidades monetárias → unidade de
medida: moeda

2. Valor de mercado = preço de mercado → valor que se estabelece no mercado

3. Resultado Final = valor líquido do produto → valor do produto que uma vez vendido não é objeto
de revenda

4. Atividade de produção → não se consideram as trocas de bens produzidos anteriormente.

5/6. Durante o período, há uma delimitação temporal (PIB anuais e trimestrais) e uma delimitação
espacial, ou seja, considera-se o valor da atividade produtiva correspondente a determinado
período e território

O cálculo do PIB respeita um dos dois critérios seguintes:

Critério territorial → PIB (Produto Interno Bruto) - fatores produtivos localizados no território
(do país)

Critério de residência → PNB (Produto Nacional Bruto) - contam-se fatores de produção cujos
proprietários (dos fatores) têm residência económica no país

Exemplo dado pelo professor:

Imaginemos que um professor vai dar uma aula numa Universidade Alemã. Apesar de não ser
residente em Portugal, não vai nem pagar impostos na Alemanha nem passa a ser residente na
Alemanha (período < 1 ano). Recebe um rendimento e isso conta para o PNB. Não conta para o PIB
pois o fator produtivo (esforço de dar aulas) estava num território alemão. Conta para o PNB
português pois continua a ser residente económico em Portugal.
Circuito Económico
O Circuito Económico permite ver que há 3 óticas para calcular o PIB, correspondentes a 3 fases do
Circuito:

1- PIB ≈ ∑ VABs =∑ (VBP (Valor Bruto de Produção) - CI (Consumos Intermédios)) → ÓTICA DA


PRODUÇÃO

2- PIB ≈∑ DI (somatório das Vendas Finais) → ÓTICA DA DESPESA

3- PIB ≈∑ RI (somatório do Rendimento) → ÓTICA DO RENDIMENTO

NOTA: o valor que a empresa cria tem de ser igual ao valor que
pode distribuir → rendimento = distribuição do rendimento

Ótica da despesa

PIBpm = Despesa interna (DI) = C + G + I + (X - Q)


PIBpm→ PIB a preço de mercado (ou seja, já com impostos indiretos líquidos de subsídios à
produção, produtos e importação)

Despesa Interna → Valor das utilizações finais de bens e serviços criados no território económico
nacional durante um dado período de tempo, avaliados a preços de mercado.

→ utilizações finais: empregos dos produtos que não implicam a sua


revenda durante o período em causa (≠ CI )

Consumo (C + G) : despesa em bens e serviços para satisfação imediata de necessidades (privadas


ou coletivas)
C → consumo privado : despesa das famílias em bens duradouros
G→ consumo público : despesa da Administração Pública para fornecer serviços não mercantis à
coletividade

Investimento = I = Formação Bruta de Capital = FBC = FBCF + ∆Stocks : despesa em bens e serviços
que não são para satisfação imediata das necessidades mas também não são para revenda
FBCF → Formação Bruta de Capital Fixo : despesa em bens e serviços para utilização em processos
produtivos por prazo > 1 ano
∆Stocks → Variação de Stocks : diferença entre o Stock final e o Stock inicial de matérias-primas,
produtos em curso de fabrico e produtos acabados.

Exemplo: tenho 1 empresa de contabilidade e compro 1 computador para


fazer a contabilidade das empresas. Não tenho o objetivo de revenda do
computador, logo não é consumo intermédio, mas sim um investimento. Se eu
fosse 1 empresa de compra e venda de computadores comprava com o
objetivo de revender (consumo intermédio)
Exportações líquidas (X - Q) :procura externa de bens e serviços, líquida da oferta externa
X = exportações (são utilização final de produção da nossa economia, independentemente do
emprego que terão no exterior)
Q = importações (são consumos – finais ou não – realizados por residentes, sem que tenham sido
produção da nossa economia)

Ótica da produção
PIBpm = ∑ VAB + Impostos indiretos líquidos de subsídios (sobre produtos e sobre importação/ ex:
IVA)

= ∑ (VBP - CI) + Impostos indiretos líquidos de subsídios (s/ prod. e imp.)

= soma dos valores acrescentados (valor dos bens e serviços finais) gerados no território
económico nacional durante um período

O VAB é expresso a preços base, ou seja, inclui apenas a remuneração dos fatores de produção e os
impostos à exploração/produção (excluindo os impostos líq. de subs (s/ prod. e imp.))

Preço base = é o preço de “saída da fábrica”

Ótica do rendimento
PIBpm = Remunerações + EBE + Impostos indiretos líquidos de subsídios

= RIB + Impostos indiretos líquidos de subsídios totais

Remunerações → rendimento do trabalho (salários)

EBE → Excedente Bruto de Exploração → rendimentos da propriedade (rendas + juros + lucros +


amortizações)

Impostos indiretos líquido de subsídios → sobre produção, incluindo produtos e importação

RIB → Rendimento Interno Bruto = Remunerações + EBE → Soma dos rendimentos brutos gerados
no território económico e distribuídos pelos fatores produtivos, num período

Nota: RIB é expresso a custo dos fatores, logo é preciso adicionar todos os
impostos líquidos de subsídios e não apenas s/ prod. e imp.
Preços de mercado (pm), Preços base (pb) e Custo dos fatores (cf)

PIBpm = PIBcf + Imp.Ind.Líq.Sub. (sobre produção+produtos+importação)

NOTA: Imposto Indireto Líquido de subsídio sobre produção,


produtos e importação = Imp.Ind.Liq.Sub. (s/produtos + importação +
produção)

Depreciações e Amortizações
PIBpm = PIBcf + Imp.Ind.Líq.Sub. (s/produção+produtos+importação)

= PILcf + Amortizações + IILS s/p,p,i

PIL → Produto Interno Líquido

Subtração das Amortizações: Agregado Bruto → Agregado Líquido

Investimento = Formação líquida de capital fixo+ amortizações + ∆Stocks e existência

Produto Interno e Produto Nacional

Produto interno bruto pm≠ Produto nacional bruto pm


PNBpm = PIBpm + RLE
RN (Rendimento Nacional) = RI + RLE

DN (Despesa Nacional) = DI + RLE

Nota: RLE são rendimentos primários, ou seja, são contrapartida da participação no processo
produtivo

Algumas notas adicionais:

1. Fontes para estimação do PIB: várias; destaque para as fiscais

2. PIB e bem-estar não coincidem integralmente pois existem externalidades que afetam a
satisfação e não são contabilizadas no PIB (ex: custo adicional com poluição)

3. Primeiras estimativas divulgadas do PIB são preliminares


- Cálculo com base em sub-amostra
- Aconselhável utilizar outros indicadores de conjuntura (taxa de desemprego, taxa de
utilização da capacidade produtiva na indústria, variação de stocks, etc.)
4. Podemos comparar taxas de crescimento do PIB entre países, mas não níveis de PIB, por razões
óbvias: fatores como a dimensão do país, o nível de vida ou mesmo da economia paralela devem
suscitar cautela por parte de quem tece estas comparações.

Rendimento Disponível Bruto (RDB): rendimento que a nação obtém durante o período, depois
de todas as operações de distribuição e de redistribuição.

Rendimento Disponível Bruto da Nação (RDBN)


- É aquilo que a nação pode gastar no consumo final ou pode poupar.

- Na sua afetação, o RDBN é o rendimento que a nação pode dividir e consumo ou poupança

O PIB expressa rendimentos primários. O PNB expressa também os rendimentos primários, mas
subtraindo o que foi obtido por não residentes dentro do território. O RDBN expressa o rendimento
disponível após a redistribuição do rendimento (rendimentos primários e secundários/
transferências).
Criação/Origem dos Recursos
RDBN = PIBpm + RLE + Transferências correntes líquidas recebidas do Resto do Mundo
(TCorrLRM)

= RNBpm+ Transferências correntes líquidas do RM

Nota: Porque é que os rendimentos secundários só englobam as


Transferências líquidas do resto do mundo?
Estamos a falar do RDNB como um todo logo é irrelevante as
distribuições que há dentro da nação (entre empresa e famílias,
entre famílias e estado, entre empresas e estado)

TCorrLRM → Transferências (fluxos sem contrapartida de participação em processos produtivos)


destinadas a operações correntes (ex. remessas de emigrantes, subsídios à exploração recebidos do
exterior)

Utilização
RDBN = CFN + SBN

CFN (Consumo Final da Nação) = C (consumo privado) + G (consumo público)


- Consumidores: famílias e o estado, dentro e fora do seu território económico

- As empresas não fazem consumo final (exportações ≠ consumo)

SBN (Poupança Bruta da Nação) = Poupança privada + Poupança pública = RDBN - CFN

- Recursos criados na Nação e disponíveis para financiar as Operações de Capital

Identidade contabilística fundamental

→ Poupança Total = Investimento

O total das componentes que dão origem ao RDBN = total das componentes que são aplicação do
RDBN:

PIBpm + RLE + TCorrLRM = RDBN


PIBpm + RLE + TCorrLRM = CFN + SBN
C + I + G + X - Q + RLE + TCorrLRM = C + G + Sprivada+ Sgoverno

I + X - Q + RLE + TCorrLRM = Sprivada+ Sgoverno


->X-Q → Balannça de Bens e Serviços (BBS)
->RLE → Balança de Rendimentos (BR)
->TCorrLRM → Balança de Transferências Correntes (BTC)
-> X - Q + RLE + TCorrLRM → Balança Corrente (BC)

I + BC = Sprivada+ Sgoverno

I = Sprivada+ Sgoverno- BC

I = Sfamílias+ Sempresas+ Sgoverno+ Sexterna

Logo, fica provada a Identidade Contabilística Fundamental : Investimento = Poupança

Relação entre Contas Nacionais e Balança de Pagamentos


→ Se SBN < Investimento

A nação está a aplicar mais bens em processos de produção do que aqueles bens que prescinde
de consumir → o país necessita de poupança externa

→ Se SBN > Investimento

O país decidiu aplicar nos processos de produção um menor valor dos bens do que aqueles que
prescinde de consumir → o país disponibiliza poupança ao exterior

Sem mais dados, não se pode concluir se uma situação é mais benéfica do que a outra.

A Poupança Bruta da Nação é o conjunto de recursos correntes disponíveis para a Nação


financiar operações de capital.

Mas a nação dispõe ainda de outro tipo de recursos:

Transferências de Capital Líquidas recebidas do Resto do Mundo (TCapLRM) → Transferências


(fluxos unilaterais) entre o País e o Exterior destinadas a operações de capital (exemplo: fundos
estruturais da União Europeia)

SBN +TCapLRM => Recursos Totais disponíveis para a Nação financiar Operações de Capital

Operações de capital (OC) = aplicação de recursos em bens e serviços que não satisfazem
imediatamente necessidades

OC = FBC + ALANFNP = I + ALANFNP


ALANFNP = Aquisições Líquidas de Ativos não Financeiros Não Produzidos pelo país ao resto do
mundo (ex: terrenos de embaixadas, patentes, marcas direitos de autor, “passes” de atletas)

Capacidade líquida de Financiamento da Nação (CLFN):acumulação de ativos financeiros


sobre o exterior ou acumulação de passivos financeiros face ao exterior
CLFN = (SBN +TCapLRM) – OC

= (SBN + TrCapRM) – ( I + ALANFNP)

= (SBN – I) + (TrCapRM– ALANFNP)

= BALANÇA CORRENTE + BALANÇA DE CAPITAL

= –BALANÇA FINANCEIRA

A variação líquida da Posição Líquida de Investimento Internacional durante um dado período


(∆PLII) é dada pela Capacidade Líquida de Financiamento da Nação.

Síntes
2.3. Balança de Pagamentos

Balança de Pagamentos (BP): Registo contabilístico dos valores das transações económicas entre
agentes residentes e não residentes ocorridas durante um determinado período de tempo.

1. Registo contabilístico (sistemático e equilibrado)


aA um crédito (débito) corresponde sempre um débito (crédito): BP total tem um saldo nulo (∑
créditos = ∑ débitos) -> saldo= créditos – débitos = 0

Crédito: origina(rá) entrada de meios de pagamento na nossa economia

Envolve um fluxo (mudança de propriedade de algo) de Residentes  Não residentes

Débito: origina(rá) saída de meios de pagamento da nossa economia

Envolve um fluxo de Não ResidentesResidentes

Exemplo: venda de um bem a um NR

A venda é registada a crédito: o bem muda de propriedade do Residente para o Não


Residente pois isto vai dar origem a uma entrada de meios de pagamento

2. Transações económicas fluxo de um valor material/económico – bens, serviços, ativos


(reais, financeiros, monetários) – entre residentes e não residentes

Bilaterais Unilaterais
-------------------------------------------- --------------------------------------------
Exemplos: exportações contra Exemplos: recebimento de donativo
recebimento ou a crédito; compra externo depositado numa conta
de terreno no exterior com bancária nacional, remessa de
pagamento via conta bancária emigrante

aAgrupadas segundo a sua natureza económica (bens, rendimentos, transferências, capital,


títulos, financiamento, meios monetários,…)

aOperações de capital e financeiras: agrupadas segundo o objeto, maturidade eagentes


envolvidos
a BP é calculada numa base de transações

O registo dos fluxos numa base de transações reflete o momento a partir do qual os recebimentos
do exterior e os pagamentos ao exterior se tornam devidos, não quer dizer que já se tenha feito o
pagamento (incluindo-se transações que não tenham ainda sido liquidadas)

As transações são registadas no momento em que ocorrem e não necessariamente quando ocorre
o pagamento.

3. Residenteé um agente com centro de interesse económico no País, segundo o critério de


residência das Contas Nacionais

são cidadãos nacionais com residência fiscal no país (se paga impostos ou declara algum tipo de
rendimento/riqueza), estudantes no Resto do Mundo, diplomatas e militares portugueses no
estrangeiro, imigrantes estrangeiros com residência permanente no país, empresas constituídas no
país ainda que propriedade de não residentes (se pagam IRC e IMI), sucursais e agências de
empresas estrangeiras

4. Durante um período de tempo: operações-fluxo


aas transações são, por definição, as operações económicas de fluxos de valores entre
Residentes e não Residentes de um período de tempo e não instantaneamente

aas Contas Nacionais são calculadas mensalmente ou anualmente

OPERAÇÕES

AUTÓNOMAS INDUZIDAS
-------------------------------------------- --------------------------------------------
Atuação espontânea (originária) Registos de contrapartida
entre residentes e não residentes contabilística (entrada ou saída de
meios de pagamento, reservas,
financiamento)

Exemplos:

Exportação de produto Recebimento via conta bancária


Crédito: dá origem a uma entrada de Débito: recebimento do pagamento
meios de pagamento
Venda de ações a NR a prazo Aceitação de crédito sobre NR
Crédito: dá origem a uma entrada de Débito: registo do crédito do que o NR
meios de pagamento no prazo ficou a dever
acordado
Venda de empresa a título de IDE Recebimento via conta bancária
Crédito: dá origem a uma entrada de Débito: recebimento do pagamento
meios de pagamento

OPERAÇÕES AUTÓNOMAS OPERAÇÕES INDUZIDAS

CRÉDITO DÉBITO
Fluxo de valores: R -> NR Fluxo de valores: NR -> R
Entrada de meios de pagamento ou de
financiamento (entrada prometida para
mais tarde)

DÉBITO CRÉDITO
Fluxo de valores: NR -> R Fluxo de valores: R -> NR
Saída de meios de pagamento ou de
financiamento

aGeralmente, as operações autónomas e as induzidas são registadas em diferentes sub-balanças


da BP

aEm geral, as operações de contrapartida são monetárias (envolvem entrada/saída de meios de


pagamento) mas podem ser não monetárias (financiamento)

Saldo da BP = 0
Ainda que o saldo da BP como um todo seja nulo, é importante analisar os saldos das sub-balanças
(geralmente NÃO nulos) pois cada um tem um certo significado económico.

Desta forma, o saldo de cada uma das sub-balanças pode ser credor ou devedor.

Ex. Se Saldo B. Corrente> 0, exportou-se mais do que o que se importou, ou seja, é maior a
mudança de propriedade da esfera do R -->NR, logo há entrada de meios de pagamento.

As sub-balanças da Balança de Pagamentos Portuguesa encontram-se explicitadas na figura


seguinte:
 Balança de Bens e Serviços (BBS)
-> Mercadorias: bens materiais

-> Serviços: transportes, viagens e turismo, operações governamentais, serviços financeiros, de


informação, serviços postais, VAB dos serviços de seguradoras, direitos de utilização de ANFNP
intangíveis

Ex. lançamento: Exportação, a crédito, de rolhas para a China

Fluxo R NR ->exportação originará uma entrada de dinheiro -> CRÉDITO : BBS - Mercadorias
(operação autónoma)

Fluxo NR  R -> crédito comercial ao cliente -> DÉBITO: B. Financeira, Outro Investimento- A.SRNM
(não entram meios de pag., mas o cliente fica a dever)
 Balança de Rendimentos (BR) = Rendimentos Líquidos do Exterior (RLE)
->Rendimentos de trabalho: remunerações recebidas por R fora do território menos as recebidas
por NR no território

->Rendimentos de investimento (= de propriedade): Excedentes Líquidos de Exploração (ELE)


recebidos fora do território por fatores R menos os recebidos no território sendo propriedade de
NR
Exs: rendimentos de IDE, de investimento de carteira (lucros e mais valias), juros de
empréstimos, juros de depósitos bancários, rendas e mais valias imobiliárias

Ex. lançamento: Juros recebidos por uma família por depósito num Banco Suíço, depositados num
banco nacional

Fluxo R  NR -> origina uma entrada de dinheiro na conta da família -> CRÉDITO: B. Rendimentos –
de investimento
(operação autónoma)

Fluxo NR  R -> entrada do meio de pagamento -> DÉBITO: B. Financeira, OI - C. IFM

 Balança de Transferências Correntes


->Públicas, Privadas: Fluxos líquidos (recebimentos menos entregas a NR) de valores (reais,
financeiros, monetários), voluntários e sem contrapartida, correntes (não associados a acumulação
de capital), por entidades públicas ou privadas.

Exs: donativos (géneros, monetários), remessas de emigrantes, impostos pagos a NR, subsídios
recebidos do RM

Ex. lançamento: Medicamentos doados pelo Estado Português a Moçambique

Fluxo NR  R ->DÉBITO: B. Transferências Correntes - Públicas


(operação autónoma)

Fluxo R NR ->CRÉDITO: BBS -Mercadorias(exportação de bens)

Balança Corrente = BBS + B.Rend. + B.Transferencias Correntes


= (X - Q) + RLE + Transferencias correntes

I = SBN +Sexterna I = [RDBN – (C +G)] – B. Corrente

B. Corrente = [RDBN – (C +G)] – I = RDBN - (C + I + G) = RDBN - A


A  absorção/ procura interna de bens e serviços (nacionais e importados)

-> Se BCorr> 0  o país gera RDBN maior do que A; a nação está a utilizar menos bens do
que os rendimentos disponíveis que tem para gastar  não precisa de Sexterna (Sexterna> 0) 
País cedeu poupança ao RM

-> SeBCorr< 0  o RDBN foi inferior à A  o país gera RDBN maior do que A; está a utilizar
mais bens do que os rendimentos que a nação tem disponível para consumir em bens e
serviços Sexterna< 0  País precisou de poupança do RM

 Balança de Capital
->Transferências de capital (públicas, privadas): Fluxos líquidos de valores (reais, financeiros,
monetários), voluntários e sem contrapartida, mas para acumulação de capital, por entidades
públicas ou privadas.
Exs: transferências da UE para projetos de infraestruturas, perdões de dívida externa,
transferência de património resultante de regresso de emigrantes

->Aquisição/Cedência de ANFNP(ALANFNP): Compra/venda de ativos não financeiros e não


produzidos, intangíveis (patentes, marcas, direitos de autor, etc.) ou tangíveis (terrenos de
embaixadas) a não residentes

Ex. lançamento: Compra a pronto do ‘passe’ de jogador pelo FCP ao Santos

Fluxo NR  R ->origina uma saída de meios de pagamento->DÉBITO: B. Capital–ALANFNP


(operação autónoma)
Fluxo R  NR -> -> CRÉDITO: B. Financeira, Outro Investimento- C. IFM

Balança de Capital = Transf. Capital – ALANFNP


CLFN = SBN + Transferências de Capital – (I +ALANFNP)<=>
CLFN = (SBN – I) + (Transferências de Capital – ALANFNP)<=>
CLFN = – Sexterna + (Transferências de Capital – ALANFNP)<=>

CLFN = B. Corrente + B. Capital <=>


CLFN = – B. Financeira

- Se CLFN < 0  B. Financeira> 0  o país obteve financiamento líquido do RM  acumulou


passivos financeiros face ao RM  diminui a sua PLII

- Se CLFN > 0  B. Financeira < 0  o país cedeu financiamento líquido ao RM  teve um


excedente de ativos financeiros face ao RM  aumentou a sua PLII
 Balança Financeira
->Investimento direto (do País no RM/ do RM no País): operações de compra ou venda, entre R e
NR, total ou parcial, de unidades produtivas ou de ativos imobiliários, bem como de reforço do
capital ou reinvestimento de lucros em atividades congéneres.
Exs: constituição de empresas, aumentos de capital (de empresas), compra de participações
em capital social por prazo alargado, investimento imobiliário

Ex. lançamento: Compra por um R de uma empresa estrangeira a pronto pagamento

Fluxo NR  R -> origina saída de meios de pagamento-> DÉBITO: B. Financeira, ID – do RM


no país -> (operação autónoma)

Fluxo R  NR -> -> CRÉDITO: B. Financeira, Outro Investimento- C. IFM

->Investimento de carteira (do País no RM/ do RM no País): operações de compra ou venda de


títulos entre R e NR, por prazo não definido, tipicamente efetuadas no mercado secundário com
vista à obtenção de mais valias, com exceção de Derivados Financeiros
Exs: Ações, obrigações, unidades de participação em fundos de investimento, títulos de
dívida pública.

Ex. lançamento: Compra na bolsa de Lisboa, por um NR a um particular R, duma obrigação


do Tesouro português

Fluxo R  NR -> origina entrada de meios de pagamento-> CRÉDITO: B. Financeira, ICarteira


– do RM no país

Fluxo NR  R -> -> DÉBITO: B. Financeira, Outro Investimento - C. IFM

->Outro Investimento

A. Setores residentes não monetários (SRNM): obtenção ou concessão de créditos comerciais,


obtenção ou reembolso de empréstimos financeiros, constituição ou mobilização de
depósitos, por parte de entidades R não monetárias face a entidades NR.
(famílias/particulares, estado, empresas não financeiras, empresas financeiras não
monetárias)

Ex. lançamento: mobilização, por parte duma empresa não financeira R, dum depósito
num banco estrangeiro

Fluxo R  NR -> origina entrada de meios de pagamento-> CRÉDITO: B. Financeira, OI –


A. SRNM

Fluxo NR  R ->DÉBITO: B. Financeira, OI - C. IFM

B. Autoridades Monetárias: operações de aplicação/mobilização de recursos pelo Banco


Central envolvendo ativos financeiros líquidos – depósitos, empréstimos – face a residentes
noutros países da Área do Euro qualquer que seja a moeda de denominação, e ainda face a
não residentes na Zona Euro desde que denominados em euros (os quais não deverão ser
classificados como reservas das Autoridades Monetárias-Banco Central).

->Incluem operações monetárias (movimento de meios de pagamento entre R e NR)

Inclui:
->A participação de Portugal no BCE e os ativos de reserva transferidos para o BCE

-> Os ativos sob a forma de depósitos e empréstimos das AMsface a residentes noutros
países da Área do Euro, qualquer que seja a moeda de denominação, e face a não
residentes na Área do Euro, em €.

Não inclui:
->títulos adquiridos pelas AMse emitidos por residentes noutros países da Área do Euro,
qualquer que seja a moeda de denominação, e por não residentes na Área do Euro, desde
que em €Investimento de Carteira

R na Área Euro em qualquer moeda não €


Títulos face a/emitidos por
NR na Área Euro se em €

->Ativos de Reserva, que verificam simultaneamente duas condições: são ativos face a NR
da Área do Euro e expressos noutra moeda que não €.

C. Instituições Financeiras Monetárias (IFM): mobilização das contas bancárias de R não


monetários como contrapartida das operações autónomas com NR, bem como a instituição
e a mobilização de empréstimos/depósitos a/de NR, e ainda investimentos em ativos
líquidos pela IFM por conta própria (depósitos, financiamentos).
(Bancos)
->Operações essencialmente monetárias (movimento de meios de pagamento entre R e
NR)

Ativos de Reservaativos líquidos da Autoridade Monetária face a NR na Área do Euro e


expressos em moedas de países fora da Área do Euro

Exs: operações do Banco Central sobre ouro monetário, divisas, ativos denominados em divisas
(depósitos, títulos…) ou posições em instituições internacionais, com entidades NR na UEM

>Operações essencialmente monetárias (movimento de meios de pagamento entre R e NR) MAS


são OPERAÇÕES COMPENSATÓRIAS, ou seja, o Banco Central intervém no mercado cambial para
suprir um desequilíbrio entre procura e oferta de euros face a divisas, se pretender impedir a
variação da taxa de câmbio de mercado.
B. Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não monetárias) = – B. Financeira (operações monetárias)

-Se B. Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não monetárias) < 0


 Operações Autónomas: débitos > créditos

(NR ->R) > (R ->NR)

Operações Induzidas: débitos < créditos

logo, o país tem um saldo devedor das operações autónomas e um saldo credor das
operações induzidas ->Saída líquida de meios de pagamento da Economia

Excesso de procura (oferta) de moeda estrangeira (nacional)

 Tendência para depreciação da moeda nacional e correção posterior da B. Corrente e/ou


B. Capital e/ou B. Financeira (operações não monetárias)

B. Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não cambiais) = – B. Financeira (operações cambiais)

-Se B. Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não cambiais) < 0 e Banco Central pretender
evitar a depreciação da moeda nacional, pode intervir no mercado cambial vendendo divisas contra
moeda nacional. Isso contribuirá para uma diminuição da moeda nacional no Exterior, o que irá
contrariar a tendência de desvalorização.

Ex. lançamento: B. Portugal vende USD comprando euros no mercado cambial; IFM vão ao mercado
obter os USD à taxa de câmbio em vigor

CRÉDITO: B. Financeira – Ativos de Reserva


DÉBITO: B. Financeira, OI - C. IFM
Em suma:
->Equilíbrio Contabilístico: B. Corrente + B. Capital + B. Financeira = 0

->Equilíbrio Económico:

1. Operações autónomas (espontâneas) e induzidas (de contrapartida) são geralmente


registadas em sub-balanças diferentes

B. Corrente + B. Capital = - B. Financeira = CLFN = ∆ PLII

2. Operações autónomas não são necessariamente equilibradas: pode haver entrada/saída de


meios de pagamento da Economia, acumulação de ativos/ passivos financeiros face ao RM.

B.Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não monetárias) = fluxo líquido de meios de


pagamento entre Economia e RM

3. Autoridades monetárias podem querer estabilizar taxa de câmbio operações oficiais de


intervenção s/ ativos de reserva cambiais (operações compensatórias)

B. Corrente + B. Capital + B. Financeira (operações não cambiais) = ∆ ativos de reserva do


Banco Central

O grande saldo que nos diz se o país precisa ou não de financiamento externo é o saldo conjunto:

B. Corrente + B. Capital = - B. Financeira = CLFN = ∆ PLII

PLII (STOCK) ->Ativos (disponibilidades) financeiros líquidos de passivos (responsabilidades) sobre o


RM de uma economia, num determinado momento

->Se PLII < 0 => País é devedor líquido face ao exterior

-> Se PLII > 0 => País é credor líquido face ao exterior

∆ PLII (FLUXO) = Capacidade líquida de Financiamento da Nação (CLFN)

->Se B.Corrente + B.Capital = - B.Financeira< 0  CLFN = ∆PLII < 0 -> o país está a acumular
passivos/ dívidas face ao exterior (ou a reduzir ativos)

->Se B.Corrente + B.Capital = - B.Financeira> 0  CLFN = ∆PLII > 0 -> o país está a reduzir passivos/
dívidas face ao exterior (ou a aumentar ativos)
2.4. Grandezas Nominais e Reais

Principais variáveis macroeconómicas (PIB, C, G, I, X, Q,...): valores monetários pois são agregações

 Calculadas a preços correntes / em valor / em termos nominais

Interessa comparar a evolução das grandezas macroeconómicas a preços constantes / em


volume / em termos reais, para avaliar a evolução efetiva do bem-estar material

Bem-estar social  é a função do produto real (emprego) e da inflação

Esta grandeza tem de ser


elevada (dinâmica) e estável

baixa e estável

Inflação: taxa de variação percentual do Nível Geral de Preços (NGP) da Economia face a um
período anterior

->Nível e volatilidadeda Inflação afetam o bem-estar material da sociedade (geram incerteza).

GRANDEZAS NOMINAIS GRANDEZAS REAIS


Remoção da ∆NGP (inflação) ->
Deflacionar

Cálculo do NGP:
Construção dum número-índice que quantifique o NGP em cada período em comparação com o de
um período-base

Índice(s) de Preços
Há dois tipos de medidas de calcular o NGP
Deflator (es)
Índice de Preços:

Número-índice que exprime a média ponderada dos preços de bens e serviços por referência a um
dado ano base, usando como ponderadores as quantidades de cada bem/serviço num cabaz no
ano-base.
Exemplos: Índice de Preços no Consumidor (IPC), Índice de Preços da Produção

->número-índice que compara NGP no período t com NGP no período-base 0, usando


ponderadores fixos (quantidades em 0) Índice de Laspeyres

Índice de Preços =

Significado: se IL=105 -> o preço médio do cabaz de bens e serviços do ano base aumentou,
relativamente ao ano base, 5%, ou seja,em t o cabaz de bens/serviços do ano-base 0 tem um preço
mais elevado em 5%

Vantagens ->dá-nos uma visão atualizada da inflação pois é calculado mensalmente e de uma
forma muito rápida

Desvantagens ->pode sobreavaliar a inflação

Implicações ->o cabaz tem de ser revisto periodicamente, para refletir alterações no padrão de
consumo
Como é que se define a periodicidade? Depende do custo/benefício

Deflator:

Número-índice que exprime a média ponderada dos preços de bens e serviços por referência a um
dado ano base, usando como ponderadores as quantidades de cada bem ou serviço no ano
corrente.
Exemplos: Deflator do PIB, C, I, X, Q

->número-índice que compara NGP no período t com NGP no período-base 0, usando


ponderadores variáveis (quantidades em t) Índice de Paasche

Deflator =
Significado: se IP=105  o preço médio do cabaz de bens e serviços do ano corrente aumentou 5%
face ao que teria tido no ano base, ou seja, em t, o cabaz de bens/serviços do ano corrente tem um
preço mais elevado em 5%

Vantagens -> vai considerando o cabaz de bens que de facto está em vigor na economia (naquele
ano)

Desvantagens ->pode subavaliar a inflação

Implicações ->não se coloca o problema de rever o cabaz (quantidades apuradas são as observadas
no período)

Para retirar conclusões, é preciso escolher um ano base:

• Tem de ser um ano normal, em que não tenha havido flutuações anormais de preços dum
conjunto significativo de produtospara permitir uma base estável de comparação da evolução dos
preços ao longo do tempo.

Ex. não é bom escolher um ano base em que tenham havido preços de petróleo
demasiado altos ou baixos ou uma crise/recessão, pois isto quer dizer que os
preços vão estar sobreavaliados ou subavaliados face a um ano mais de
equilíbrio

• Tem de ser atualizado regularmente, de forma a incorporar

->novos bens ou serviços (representatividade do cabaz-base)

->alterações na qualidade dos bens e serviços existentes (preço vs funcionalidades dos bens)

->alterações na estrutura de produção (que o país faz)/consumo (que as famílias fazem) - peso
dos diferentes bens e serviços no cabaz-base

Deflator do PIB vs Índice de Preços no Consumidor:são as duas medidas da taxa de inflação mais
usadas na análise macroeconómica

Taxa de Inflação: taxa de variação percentual (ou do deflator do PIB ou do IPC) face a um
período anterior
(se os forem dados mensais/trimestrais: mês/trimestre homólogo
do ano anterior ou mês/trimestre anterior, ouuma média móvel
sobre média móvel homóloga; dados anuais: ano anterior)

• Em geral, valores e evolução semelhantes. O deflator do PIB exclui preços dos bens importados; o
IPC inclui preços de todos os bens incluídos no cabaz de consumo construído com o inquérito à
amostra de famílias que apurou qual era o cabaz de consumo típico da família deste país.
Analisando o gráfico, verificamos que a diferença de variação entre o deflator do PIB e o IPC não é
dramática (é muito parecida).

Quando ocorre a crise financeira internacional (2008/2009), a inflação portuguesa medida pelo IPC
é negativa em 2009. Como no IPC estão incluídos produtos importados (e que as famílias
compram), os preços desses produtos diminuíram e isso foi de tal maneira importante que levou o
NGP, quando medido pelo IPC, a variar negativamente em 2009.

Em 2011/2012, quando o deflator do PIB vai a negativos, refletindo a crise portuguesa (a recessão
depois do ajustamento com a Troika) e a diminuição dos preços dos produtos criados em Portugal,
curiosamente, o IPC do consumidor sobe. Em parte, por razões de cálculo: são variações face ao
ano anterior e, se nesse ano, houve uma queda, é normal que no ano a seguir aumente
ligeiramente. Mas também tem a haver com o facto de ter havido uma tributação muito maior do
consumo: o IVA e outros impostos (sobre o petróleo, produtos alcoólicos, etc.) aumentaram
significativamente e isto justifica o porquê de a inflação ter subido muito em 2011/2012.

A diferença ente a taxa de ∆ IPC e a taxa de ∆ do Deflator do PIB pode também dever-se a uma
variação dos preços dos produtos importados

Privilegia-se o cálculo do IPC em detrimento do deflator do PIB pois:

1. Permite calcular mensalmente e mais depressa (informação mais rápida)


2. Retrata a variação dos preços que os consumidores estão a comprar, porque o bem-estar
da sociedade é o bem-estar dos consumidores

PIB nominal vs PIB real:


PIB real t = PIB do período t
expresso em preços do período 0
Por definição, (período-base)  PIB de t expresso
a preços constantes (de 0) 
Volume (quantidades) dos bens e
serviços contabilizados no PIB de t
avaliado a preços do período 0
(período-base)
Inflação:

Pela definição é

(têm de estar expressos em relação ao mesmo ano base)

Definindo neg como as taxas de variação percentual do PIB nominal e real,

e sendo o produto 𝜋g (taxa de crescimento em termos reais)tipicamente muito pequeno, então:

Você também pode gostar