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Economia - Unidade 9 - A contabilidade Nacional

9.1 A contabilidade Nacional – Noção e objetivos.

Contabilidade nacional: Conjuntos de técnicas de cálculo dos principais agentes


agregados económicos que dão a conhecer o funcionamento da atividade económica. As
informações dadas pela Contabilidade nacional, fornecem orientações para a definição
de estratégias a seguir pelo estado e por outros agentes económicos, para o crescimento
e desenvolvimento económico e social do país

A contabilidade Nacional enquanto conjunto de técnicas de quantificação da atividade


económica de um país, possibilita, a partir dos valores apurados, gerir com eficiência a
sua economia.

O sistema de contas em vigor em Portugal desde 2014, é o Sistema de Contas Nacionais


Portuguesas, SCNP2010, base 2016. Outros exemplos de Sistemas de contas são:

 SCN93’ – Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas de 1993


 SCN2008’ – Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas de 2008
 SEC95’ – Sistema Europeu de Contas Nacionais e regionais de 1995
 SEC2010’ – Sistema Europeu de Contas Nacionais e regionais de 2010.
(sistema de contas atual em Portugal)

9.2 Os conceitos necessários à contabilidade nacional.

Território económico – É o espaço em que se contabiliza a atividade económica.


Inclui:

 O território geográfico em cujo interior os bens, serviços, capitais e


trabalhadores circulam livremente.
 As zonas francas, entrepostos e fábricas que se encontram em território
aduaneiro.
 O espaço aéreo nacional, as águas territoriais, a plataforma continental e os
navios, plataformas exploradas por unidades económicas residentes
 As embaixadas e bases militares no estrangeiro
 Os jazigos geológicos situados em águas internacionais, mas cuja exploração
pertença a unidades residentes.
Residente: todo o agente económico que tem um interesse económico em uma
economia, ou seja, é o agente que realiza operações económicas em um determinado
território há mais de um ano.

Unidade institucional: É o agente que tem função específica na atividade económica e


autonomia de decisão relativamente á sua função.

Setor institucional: Agregação das respetivas unidades institucionais.

Setores industriais Atividade principal Recursos principais


Remunerações,
Famílias consumir rendimentos,
transferências
Produzir bens e
Sociedade não financeira Receitas da produção
serviços
Prestar serviços
Sociedade Financeira Receitas da sua atividade
Residentes financeiros
Produzir serviços não
mercantis Receitas de impostos e
Administração Pública
Redistribuir contribuições
rendimento
Prestar serviços não
ISFLSF Contribuições Voluntárias
mercantis
Não Trocar bens, serviços
Resto do Mundo
residentes e capitais

Ramo de atividade: Conjunto de unidades que exercem uma atividade económica


idêntica ou similar.

9.3 As óticas de cálculo do produto:

o Ótica de produção – informa sobre a natureza e a origem da produção efetuada.


o Ótica de despesa – informa sobre o modo como a produção foi utilizada.
o Ótica do rendimento – informa sobre o rendimento criado durante o processo
produzido.

Ótica da produção:
Problema da múltipla contagem: o valor de determinado bem é contabilizado mais do
que uma vez. Este problema justifica-se pelo facto de muitos bens serem incorporados
em outros durante o processo produtivo.

Método dos valores acrescentados:

VA= Valor da Produção – Valor do consumo intermédio durante a produção.

PI (produto interno) = Soma do VA

PIB a preços de mercado = Soma do VA + impostos

Outras fórmulas:

PN=PI+ Saldo dos rendimentos com o resto do mundo.

PL=PB – CCF

Produto a preços correntes


Produto a preços constantes= ×10 0
Deflator

Ótica da despesa:

PI=DI

DI=Consumo privado + Consumo público + FBCF + VE + Exportações - Importações

DN=DI + Saldo dos rendimentos com o resto do mundo

Procura interna=Consumo privado + Consumo público + FBC

Procura Externa=Exportações

Procura. Externa líquida= Exportações – importações

Procura global= procura interna + procura externa

DI=procura global – importações

Ótica do rendimento:

PI=RI

RI= Remunerações + excedente bruto de exploração + impostos

RN=RI + saldo dos rendimentos com o resto do mundo


RNL = RNB – CCF

Igualdade básica da contabilidade nacional:

Produto=Despesa=Rendimento

9.4 As limitações e insuficiências da Contabilidade Nacional

A contabilidade não contabiliza a economia não observada na qual não são objeto de
comunicação às finanças como o autoconsumo, o setor informal e a economia
subterrânea (evasão fiscal, droga, contrabando).

As externalidades são outras situações que, por não serem contabilizadas em termos
económicos, não revelam o verdadeiro valor do produto. São efeitos decorrentes de
factos económicos que têm consequências positivas ou negativas sobre a vida das
populações. No primeiro caso, designam-se por externalidades positivas, de que são
exemplo os efeitos de médio ou longo prazo de um investimento na educação -
nomeadamente a influência positiva nas taxas de mortalidade e de fertilidade, nos
cuidados de saúde e de higiene, na participação cidadã, na solidariedade social; no
segundo caso, externalidades negativas, de que são exemplo os efeitos nefastos na saúde
pública e no ambiente de uma indústria poluente, do ruído excessivo, dos resíduos
tóxicos, etc.

As insuficiências constituem situações não contabilizadas em termos económicos, mas


que concorrem para um maior bem-estar e maior eficiência na utilização de recursos.
Estas ativi dades não são objeto de remuneração e são, na maior parte, realizadas no
tempo de lazer. Uma destas atividades prende-se com a economia digital e com o uso
intensivo da internet. Fazer compras online, resolver problemas à distância ou
programar o funcionamento dos equipamentos são atividades que as tecnologias digitais
permitem desenvolver, economizando tempo e evitando deslocações, possibilitando o
aparecimento de novas atividades. Outros exemplos de insuficiências são as
desigualdades na distribuição dos rendimentos e os impactos das atividades económicas
sobre o ambiente que não são tidos em conta na

contabilização do PIB.

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