Noção de Contabilidade Nacional

• A Contabilidade Nacional é uma técnica que surgiu com o

objetivo de quantificar e dar a conhecer as inúmeras relações
que se estabelecem entre os vários agentes económicos de
uma nação.
• A Contabilidade Nacional consiste num conjunto de operações
que permitem apurar o valor das diversas grandezas
macroeconómicas de um país, articulando-as através de um
sistema de contas, o Sistema de Contas Nacionais.
Principais objetivos da CN
• Quantificar a atividade económica de um país;
• Efetuar comparações no tempo e no espaço;
• Prever tendências económicas e
acontecimentos futuros;
• Permitir a tomada de decisões com base em
informações rigorosas e de forma
fundamentada.
 Conceitos necessários à CN

Unidade Setor
Território Unidade
Institucion Institucion
Económico Residente
al al
• Território económico
Conceito de território que abrange todo o
espaço terrestre e aéreo de um país, suas
zonas francas, enclaves territoriais no
estrangeiro, jazigos naturais situados em
águas internacionais, assim como, todos os
meios de transporte marítimos e aéreos de
agentes residentes em território nacional.
• Unidade residente
Agente que mantém um centro de interesse
predominante num país, nomeadamente,
mantendo a posse de propriedades nesse país
durante um período de tempo igual ou
superior a um ano. Para uma entidade ser
considerada residente num determinado
território, é necessário residir há, pelo menos,
um ano nesse território.
• Unidade institucional
Unidade produtiva que dispõe de poder de
decisão autónomo e que apresenta
contabilidade organizada.
• Setor institucional

Conjunto de unidades institucionais com características

e comportamentos similares. Existem algumas
exceções no que respeita à classificação dos setores
segundo o critério institucional, como acontece com os
agentes Famílias e Resto do Mundo. Estes dois grupos
são classificados como setor institucional, porque
representam, respetivamente, poder de decisão
autónomo para a prática de atos de consumo e
realização de transações com agentes de outros países.
Segundo o SEC, os principais critérios de classificação dos
setores institucionais utilizados, exceto no caso das Famílias,
são:
- se as unidades institucionais são entidades públicas ou
privadas, e
- se as atividades das unidades institucionais são mercantis
ou não mercantis.
 Óticas de cálculo do valor da produção

Ótica do produto - dá a conhecer o valor dos bens e serviços que foram

produzidos durante um certo período de tempo (geralmente um ano) num
país.
Ótica do rendimento - apresenta a forma como os rendimentos gerados na
atividade produtiva foram distribuídos pelos agentes económicos do país.
Ótica da despesa - revela o modo com os rendimentos distribuídos foram
aplicados, se foram destinados ao consumo ou ao investimento.
Óptica do produto

• Problema da múltipla contagem

Possibilidade de se contabilizar mais do que uma vez o valor dos

consumos intermédios utilizados nos processos de produção.
Este problema ocorrerá se os bens incorporados no fabrico de
outros, se contabilizarem mais do que uma vez na contagem total
da produção.
Para se evitar o problema da múltipla contagem podemos utilizar
dois métodos diferentes: o método dos valores acrescentados e o
método dos produtos finais.
Pelo método dos valores acrescentados, contabiliza-se o valor que é
efetivamente gerado de novo no país durante o período, o chamado Valor
Acrescentado Bruto (VAB).

Somatório dos VAB (de todas as unidades produtivas)

Pelo método dos produtos finais considera-se apenas o valor das vendas dos
bens de consumo final.

Valor final das vendas

(de todas as unidades produtivas)
 Exercício 1
• Para empresa “A Sopinha” vender a sua sopa efetuam-se as seguintes
operações (valores em unidades monetárias):

1. A empresa agrícola ABC, vende os legumes à “ A Sopinha” por 1 000

2. A DH+, empresa fornecedora de água vende-a:
2.1 à “A Sopinha” 100
2.2 à empresa agrícola 80
3. A EDW, empresa fornecedora de eletricidade é fornecedora de :
3.1 “A Sopinha” 90
3.2 Empresa agrícola 60
4. “A Sopinha” venda as suas sopas a “Ceiaqui” por 1 500
5. “Ceiaqui” vendeu-as ao público por 2000

A - Determine o valor do produto pelo método dos valores acrescentados.

B - Determine o valor do produto pelo método dos produtos finais.
Noção de Produto

• O Produto de uma nação é o valor que foi efetivamente acrescentado

pelas suas unidades institucionais durante um determinado período de
tempo. Representa a riqueza gerada pelo país ao longo desse período,
sendo, geralmente, calculado anualmente ou trimestralmente.

• O Produto de um país pode ser apresentado segundo diversas perspetivas:

Produto Bruto ou Líquido, Produto Interno ou Nacional, Produto a preços
de base, no produtor ou de aquisição e Produto a preços correntes ou
constantes.
• O Produto pode designar-se:

- Bruto ou Líquido, conforme este tenha incluído no seu cálculo, ou não, o

montante de capital fixo consumido.

- Interno ou Nacional, tendo em atenção o território onde foi criado e a

nacionalidade dos seus agentes que o produziram.

SRRM = Rend.tos recebidos do R.M. Rend.tos enviados para o R.M.

- a preços base, no produtor ou de aquisição, se o seu cálculo reflete o montante dos
impostos sobre os produtos deduzidos dos subsídios, se exclui o IVA ou se inclui as
margens da atividade económica.
Produto a preços de base = Custo de bens e serviços utilizados no processo produtivo
+ Remuneração dos fatores de produção + Outros impostos sobre a produção - Outros
subsídios à produção

Produto a preços de produtor = preços de base + impostos sobre os produtos exceto

o IVA - subsídios aos produtos

Produto a preços de aquisição = preços de base + todos os impostos sobre produtos -

subsídios aos produtos + margens de distribuição
ou
Produto a preços de aquisição = preços no produtor + IVA + margens de distribuição
- a preços correntes ou constantes, se o seu cálculo for valorizado aos preços do ano em causa
ou aos preços de um ano anterior (base).

T. cresc. real

T. cresc. nominal
 Ótica do Produto

+ VAB

+ Impostos líquidos de subsídios sobre os

produtos

= Produto Interno Bruto

+ SRRM

= Produto Nacional Bruto

 Ótica do Rendimento

• Segundo a ótica do Rendimento

PIB = Remunerações + EBE/Rend.to misto + Impostos sobre a produção e a
importação líquidos de subsídios
• Rendimento disponível dos particulares

• Rendimento disponível líquido da nação

 Ótica do Rendimento
+ Remunerações

+
Excedente Bruto de Exploração/
Rendimento Misto

+
Impostos líquidos de subsídios sobre a
produção e a importação

= Rendimento Interno

+ SRRM

= Rendimento Nacional
Ótica da despesa
 Ótica da Despesa

+ Consumo Total

+ Investimento Bruto

+ Exportações

- Importações

= Despesa Interna

+ SRRM

= Despesa Nacional
 Principais limitações da CN

- não discrimina a natureza dos bens e serviços

produzidos pelo país;
- não contabiliza as atividades da economia não
oficial ou paralela;
- não regista as externalidades positivas e negativas.
 As contas nacionais portuguesas

• O sistema de contas nacionais português está sujeito às normas impostas

pelo SEC, ficando o país obrigado a prestar informação contabilística anual
e trimestralmente. Esta informação é fornecida por meio de quadros
estatísticos que demonstram a igualdade entre os recursos e os empregos
da economia.
• Os principais quadros utilizados pelo sistema de contas nacional são o QCEI –
Quadro de Contas Económicas Integradas, que apresenta num só quadro as
contas dos vários setores institucionais do país de acordo com uma determinada
sequência, e o QRE – Quadro de Recursos e Empregos, que regista as entradas
(recursos) e saídas (empregos) do país, por ramos de atividade e por produtos.