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Capitulo II: A Contabildade Nacional e a Medição dos Principais


Agregados Macroeconómicos

2.1 Contabilidade Nacional:


2.1.1 Introdução;
2.1.2 Princípios básicos da Contabilidade Nacional;
2.1.3 As três ópticas de medição do Produto e do Rendimento Nacional;
2.2 Principais Agregados macroeconómicos:
2.2.1 Consumo e poupança e os seus determinantes;
2.2.2 Investimento e os seus determinantes;
2.2.3Determinantes dos Gastos Governamentais e Exportações liquida

2.1 Medição da actividade económica


O fluxo de actividade económica mostra o fluxo real de recursos, bens e serviços. Os recursos
tais como terra, capital e habilidade empresarial s famílias movem das famílias para empresas. E
no lado oposto o dinheiro move das empresas para família em forma de salário, renda, juro e
lucro. E o dinheiro move das famílias para empresas para aquisição de bens e serviços, logo de
facto pode-se constatar que há um fluxo circular de dinheiro ou renda. Este fluxo ocorre
continuamente de ano a ano, porém não permanece constante ou o mesmo em volume. Em
períodos de depressão o fluxo circular de renda ira contrair tornando-se menor em volume
enquanto em períodos de expansão o mesmo se expande.

O que distingue a macroeconomia é o facto de ela analisar fundamentalmente os grandes


agregados. Foi necessário o desenvolvimento da chamada Contabilidade Nacional para
mensurar a actividade económica global e auferir a riqueza de uma nação.

2.1.2 Pressupostos básicos da Contabilidade Nacional (CN):

 As contas procuram medir a produção corrente. Assim não são considerados os bens de
segunda mão, produzidos em período anterior. Nas transacções com esses bens, só se
considera como parte da renda nacional a remuneração do vendedor (independente do
produto ser novo) e não o valor da mercadoria vendida.

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 As contas referem-se a um fluxo, normalmente de um ano. Por exemplo para medir o PIB
2017 vai se olhar para importações líquidas de 2017 e não para dados do ano anterior ou
subsequentes. Não tem em conta os estoques somente o fluxo, o que difere da
contabilidade privada. As variáveis fluxo medem-se ao longo de um período de tempo
(ex: rendimento, deficit) e distinguem-se das variáveis stock que se medem num
determinado momento do tempo (riqueza, dívida). A CN mede essencialmente fluxos.

 A moeda é neutra, isto é, é considerada somente como uma unidade de medida e


instrumento de troca. A Contabilidade nacional não registra os agregados monetários
(oferta moeda, operações de mercados aberto, financiamentos etc), estes são registrados
no balanço do sistema monetário.

2.1.3 As três ópticas de medição do Produto e do Rendimento Nacional

Rendimento nacional (RN) e Produto nacional (PN)

O somatório de todo rendimento das pessoas de uma nação é chamada por rendimento nacional.
Que esta amplamente relacionado ao produto Nacional. O fluxo do produto e o fluxo de
rendimentos propiciam três ópticas pelas quais pode ser medida a actividade económica e que
chegam ao mesmo resultado numérico. A partir delas podemos definir os conceitos de Produto
Nacional (PN), Despesa Nacional (DN), Renda Nacional (RN).

i) O produto nacional é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em


determinado período de tempo. O PN pode ser estimado multiplicando o total da
produção final em bens e serviços pelo seu preço de mercado.

Valor: os preços permitem agregar bens diferentes (produção de vestuário,


automóveis, serviço de telecomunicação etc.). O PN é avaliado em termos monetários
e a moeda a unidade de padrão.

Bens e serviços (B/S) finais: não se consideram os B/S intermediários como matéria
prima e outros componentes que entram na elaboração de outros produtos, isto tudo
com objectivo de evitar a dupla contagem.

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Produto finais são aqueles na qual são comprados para uso final e não para ser usado para ser
processado ou transformado no futuro que caso o processamento futuro ocorra estaremos perante
um bem intermediário. O valor deste bem intermediário é excluído do valor do bem final porque
levaria a dupla contagem.

Identidade básica da Contabilidade nacional: PN=DN=RN

i) Óptica de Produto

 Produto Nacional Bruto (PNB )vs Produto Interno Bruto (PIB)

É definido como valor total do mercado de todos bens e serviços finais produzido em um ano na
economia. Ela representa uma medição monetária. O Produto nacional a preço de mercado
(PNpm) é o produto nacional medido a partir de valores pago pelo consumidor final e reflectem
o custo de produção. Para evitar a dupla contagem ela inclui somente o valor de mercado dos
produtos finais e ignora transacção dos produtos intermediários.

Produtos finais são aqueles que são comprados para uso final e não para entrar num outro estágio
de processamento. Produtos intermediários por sua vez são todos aqueles que são comprados
para revenda ou processamento.

O conceito de Valor Acrescentado Bruto (VAB), permite elucidar o valor do produto excluindo
o consumo intermediário. Consiste em calcular o que cada ramo ou sector de actividade
adicionou ao valor produto final em cada etapa do processo produtivo. O valor adicionado
reflecte o valor bruto de produção menos o consumo de produtos intermediários (matérias
primas e componentes) isto é;

O Valor Bruto de Produção é a renda gerada por cada sector de actividade na cadeia de
produção, retirando da receita de vendas o valor gastos com a compra de bens intermediários, o
que sobra é a remuneração dos factores de produção de cada sector (sem discriminar quanto foi
pago para o salario, renda, juro e lucro).

A seguir temos um exemplo de como calcular o produto pelo método de VAB:

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Suponha que uma economia é composta por madereiro que corta o tronco no valor de 800
unidades monetárias (u.m.) onde são consumidos produtos importados no valor 100 u.m, o
serrador que serra os troncos e os transforma em lâminas de madeiras no valor de 1500 u.m., e
por fim o carpinteiro usa as madeiras e transforma em mesas no valor de 2700 u.m.

O valor total das produções desta economia é de 5000 u.m. No entanto apenas o mobiliário é o
produto final. O tronco e a madeira também são consumidos na produção de outros bens. Para
obter o PIB desta economia é ainda necessário retirar ao valor da mesa o valor da produção
importada assim o valor global da produção será de 2600 u.m. conforme demonstrado na tabela
abaixo pelo método do VAB.

Produtor Produções _ Consumo = Valor Acrescentado


intermediário Bruto (VAB)
Madeireiro 800 _ 100 = 700
Serrador 1500 _ 800 = 700
Carpinteiro 2700 _ 1500 = 1200
Total 5000 _ 2400 = 2600

Se ao produto interno bruto adicionarmos os rendimentos transferidos para o nosso país de


factores de produção que os residentes possuem no estrangeiro e subtrairmos os rendimentos
transferidos para fora do país de factores de produção de não residentes obtemos o produto
nacional bruto.

Por fim o PNB refere ao valor de bens e serviços produzidos actualmente pelos residentes
nacionais da nação. Ela tem os seguintes componentes:

 Valor final do consumo em Bens e serviços que é denominado por consumo (C).
 Valor dos bens de capital produzidos em acréscimo os inventários de bens tais como
matéria-prima, produtos não acabados e bens de consumo mas não vendidos no ano, é
denominado por Investimento privado bruto (I).
 Valor de compras em bens e serviços efectuados pelo governo que é denominado por (G).
 Exportações líquidas (NX)

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 Renda Liquida de Factores Externos que será explicado a seguir.

PIB representa o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos numa economia, quer
pelos nacionais residentes quer pelos residentes não nacionais, contudo não inclui o rendimento
liquido de factores externos (RLFE), que é onde reside a principal diferença entre o PNB e o
PIB.

Conceitos de Renda Liquida de Factores Externos (RLFE)

É necessário incluir nas contas nacionais a renda recebida da actividade de nossas empresas no
estrangeiro por forma a saber o que nos pertence.

RLFE é a remuneração de activos pertencentes ao exterior e divide-se:

i. Renda enviada ao exterior (RE), parte do que foi produzido não pertence aos nacionais, a
remuneração destes factores é enviado ao exterior em forma de salário, lucro, juro, renda.
ii. Renda recebida do exterior (RR), vindo do ganho dos nacionais no exterior.

RLFE= RR-RE

Nota: se RR ˃ RE logo PNB ˃ PIB


RR ˂ RE logo PNB ˂ PIB

 PNBpm = PIBpm +RLFE


 PIBpm = C+I+G+ NX
Onde NX (Exportação liquida) = Exportação (X) – Importação (M)
A importação é o valor de bens e serviços adquiridos pelos compradores domésticos no exterior
e ela não faz parte da nossa produção doméstica ou nacional, dai a necessidade de retirar no valor
do PIB.

 Produto Interno líquido (PIL)PM = PIB – depreciação


 PILCF = salário + Juro + Lucro + Aluguer - imposto indirecto liquido
 PNBpm = PNLpm +Amortizações (depreciação)

 PNLCF = PILCF + RLFE


 PIBCF = PNLCF + Depreciacao

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 PIBPM = PIBCF + Imposto Indirecto Liquido

Considerações:
 Adicionando a amortização ou depreciação a um agregado liquido ela se torna bruto
 Adicionando o RLFE ao agregado interno ela se torna nacional
 Retirando o imposto indirecto liquido a um agregado valorizado ao preço de mercado, ela
se torna o mesmo agregado ao custo de factor.

 Produto Nacional Liquido (PNL)


Da produção nacional global do ano, consumimos capital fixo, tais como equipamentos,
maquinaria etc, que perdem o seu valor como resultado de seu uso/consumo no processo de
produção. Esta perda de valor do capital fixo é chamada de depreciação. Quando a depreciação é
deduzida do PNB, então obtemos o PNL. Claramente significa o valor de mercado de todos bens
e serviços após providenciado as amortizações. Logo é chamado PNL ou Rendimento Nacional
ao preço de mercado (RNpm)
PNL
ou = PNB – Depreciação.
RNpm

ii) Óptica de rendimento


Este método aborda o Rendimento Nacional (RN) do lado da distribuição do rendimento pago ou
recebido pelos indivíduos do país. É obtido pela soma de todos rendimentos dos indivíduos da
nação, pela sua contribuição com a terra ou infra-estrutura, trabalho, capital, e capacidade
empreendedora para a produção nacional. A mensuração do RN pela óptica de rendimento
envolve os seguintes passos:
1. Identificar as empresas produtivas e classifica-las em diferentes sectores tais como
agricultura, pecuária, manufactura, transporte, comercio, banca, etc;
2. Classificar o factor de pagamentos que se enquadram nos seguintes grupos:
a) Compensação dos trabalhadores que inclui os honorários, salários e contribuição para
segurança social;

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b) Aluguer
c) Juro
d) Lucro que se dividem em: Dividendos, lucros não distribuídos, imposto de rendimento
empresarial
3. Medir o rendimento pago por cada empresa e agrupa-los por sector e por fim
4. Somar todos os rendimentos pagos pelos sectores de actividades na qual obteremos o
Rendimento Interno Bruto de factor ou coincidindo com Rendimento Nacional caso não
exista o RLFE..

 RIBcf = Compensação dos trabalhadores + aluguer + Juro + Lucro = RN

 Rendimento nacional ou Rendimento Nacional a custo de factor (RNcf)


RNcf que também é denominado por rendimento nacional (RN) é o somatório de todo
rendimento ganho pelos ofertantes dos recursos pela sua contribuição com a terra ou infra-
estrutura, trabalho, capital, e capacidade empreendedora na qual é contada na produção liquida
anual. Em outras palavras o RNcf mostra o quanto custa a sociedade em produzir em termos dos
recursos económicos.

A diferença entre Rendimento Nacional (RNcf) e o produto nacional líquido (RNpm) reside no
facto de que os impostos indirectos e os subsídios fazem com que o preço de mercado do output
seja diferente do rendimento de factor resultante dele. Suponha por instante que por unidade de
computador vendido por 10000 Meticais (MT) inclui um imposto de venda de 250MT. Neste
caso, enquanto o preço de mercado é 10000 por unidade, o factor envolvido na sua produção e
distribuição vai receber 9750 MT por unidade. O imposto faz com que o preço de mercado seja
maior que custo de factor, enquanto o subsídio torna o preço de mercado abaixo do custo de
factor, isto é, se por unidade existe um subsídio pago de 50MT e é vendido por 2000MT.
Enquanto o consumidor paga 2000MT por unidade o factor envolvido na produção recebe
2050MT.

Logo:

Rendimento Nacional (RN) = PNL – (Imposto indirecto - subsidio) ou


RNcf = RNpm - (Imposto indirecto - subsidio)

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iii) Óptica da despesa


Chama-se despesa interna a despesa feita em bens e serviços finais produzidos internamente.
Não se deve confundir a despesa interna com procura interna. Esta última é a despesa feita pelos
residentes quer em produtos internos ou importados. A despesa feita em bens e serviços finais
classifica-se em:

Despesa interna (DI) = C+I+G+I+(Exportações – Importações)

Como a despesa feita em bens e serviços produzidos internamente incluindo os produzidos e não
vendidos que se incluem no investimento, logo DI = PIBpm. Se a despesa interna for adicionado o
rendimento liquido dos factores externos (conceito conforme segue abaixo) obtemos a despesa
nacional (DN), logo DN = PNBpm.

Logo:

 PILPM = PIBpm – depreciação

 PILCF = PILPM – imposto indirecto liquido

 PNLCF = PILCF + RLFE

 Conceito de carga tributária bruta e carga tributária líquida

A carga tributária bruta refere-se ao total da arrecadação fiscal do governo, que


corresponde á soma dos impostos directos e indirectos e outras receitas correntes. A carga
tributária Liquida é a diferença entre a carga tributária bruta e as transferências e subsídios
do governo ao sector privado.

A partir destes conceitos podem-se obter os índices de carga tributária bruta (ICTB) e líquida
(ICTL) em relação ao PIB.

ICTB = impostos indirectos (Ti) + Impost. Directo (Td) +outras receitas * 100
PIBPM

ICTL = Ti + Td - ( Transferências (Tr) + subsídios (Sub) ) *100


PIBPM

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Valores Reais e Nominais


O PIB tal como as outras grandezas macroeconómicas, pode ser valorizado a preços correntes ou
a preços constantes. O PIB é valorizado a preços correntes (PIB nominal) quando os bens e
serviços finais produzidos em cada ano são valorizados a preços deste ano. O PIB nominal na
verdade não indica a performance real do crescimento do país ao longo do tempo se os preços
estão variando. Enquanto que o produto nominal possa estar a aumentar devido ao aumento no
nível de preços, as quantidades de bens e serviços produzidos podem estar se mantendo
constante.

De forma a estimar em quanto a quantidade final de bens e serviços produzidos cresceu, temos
que eliminar o efeito da mudança de preços no valor nominal do PIB no ano corrente.

Para tal os economistas avaliaram o produto final produzido num dado ano usando preços de
mercado que prevaleceram num determinado ano, na qual chama-mos de ano base. Quando o
PIB é calculado tendo em conta um determinado ano-base ou seja é valorizado a preços
constantes denominamos PIB real.

Como a valorização é feita usando o preço de mercado de ano base pode ser ilustrado através
exemplo numérico simples. Suponha uma economia imaginária que produz somente quatro bens
finais tais como, trigo, vestuário, leite e computadores cujos valores dos bens valorizados a preço
de mercado do ano corrente 2015 e ano base 2010 são apresentados na coluna 3 e 5
respectivamente da tabela que segue, nela é possível visualizar a forma de cálculo e a distinção
entre o PIB real vs PIB nominal.

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Quantidade Preços de Valor de bens Preço de Valor de bens


produzida mercado em finais ao preço mercado no finais
Bens finais
em 2018 2018 de mercado ano base calculado a
corrente de (2010) partir de ano
2018 base (2010)
(MT)
(PIB nominal) (PIB Real)

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Trigo 650 700 por ton. 455,000 550 357,500


(toneladas)

Tecido (metros) 345 120 por metro 41,400 100 34500

Leite (litros) 520 15 por litro 7,800 12 6240

Computadores 100 2500 por 250,000 1800 180,000


(unidades) unidade

754,200 578,240

Como forma de obter o PIB nominal para o ano corrente de 2018 multiplicamos as quantidades
dos quatro produtos finais pelos seus respectivos preços de mercado do ano corrente de 2018 e o
resultado é dado no final da coluna (4), que é demonstrado na fórmula abaixo.

PIB Nominal (ou PIB monetário): PIB a preços correntes do ano conforme segue.

PIB2018 = Ʃpi2018 * qi2018 - Produto de 2018, avaliado a preços de 2018


I

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PIB Real (ou PIB deflacionado) : PIB a preços constantes de determinado ano (ano-base), por
exemplo consideramos 2010 como ano-base, mas qualquer ano da série pode ser considerado
ano-base, ou ano cujos preços supomos que permanecem nos demais anos. Portanto a série de
PIB real supõe que a taxa de inflação é nula.

Para obter o valor do PIB real para o ano corrente de 2018, multiplicamos o output do produto
final produzido no ano de 2018 pelos preços do ano base (2010), e o valor nos é dado na coluna
(6) da tabela acima que é o PIB real a preços constantes.

PIB Real 2018 = Ʃpi2010 * qi2018 - Produto de 2018 avaliado a preços de 2010.

I
Da tabela acima pode-se notar que, o PIB
nominal e PIB real distinguem, isto devido ao aumento de preços de mercado na economia
aumentou entre 2010 e 2018.

O cálculo do PIB real ajuda-nos saber se a real disponibilidade de bens e serviços na economia
aumentaram ao longo do tempo. Por outro lado, calculando a variação na percentagem do PIB
real num ano permite-nos medir a taxa de crescimento económico num dado ano. É o PIB real
que frequentemente é usado para comparações de padrão de vida e crescimento económico entre
as nações.

Com auxílio do PIB real e PIB nominal, podemos mensurar a taxa de inflação que ocorreu ao
longo do tempo. Esta medida de taxa de inflação é conhecida como Deflator do PIB que é
calculado conforme segue:

PIB Nominal do ano

Deflator de PIB = * 100

PIB real do ano

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Para além do deflator do PIB a taxa de inflação também pode ser calculada através do PIB e o
IPC.

P1 – P 0

Taxa de inflação = * 100

P0

Índice de Preço ao Consumidor (IPC) , mede o custo da aquisição de cesta (conjunto de


produtos) básica de bens e serviços que representa o consumos dos indivíduos.

Valor de cabaz corrente


IPC = * 100
Valor de cabaz (ano-base)

Diferença entre IPC e deflator do PIB:

 Deflator mede o preço de um conjunto maior de bens em relação ao IPC

 IPC mede o custo de uma cesta básica que é a mesma de ano para ano.

 E o IPC inclui o preços das importações enquanto o deflator tem em conta somente os
preços internos.

IPC1 – IPC0 *100

Taxa de inflação = IPC0

Ou

= PIB nominal - PIB real *100

PIB real

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Actividade de aprendizagem
1. Calcule os seguintes agregados:
a) PIBpm
b) PNBpm
c) PNL pm
Milhões de MT
Despesa em Consumo 6500
Imposto indirecto sem subsídio 150
Consumo e gastos em investimento do Governo provincial 500
Consumo e gastos em investimento do Governo Central 2000
Inventário 100
Amortizações 175
Investimento doméstico privado 1200
Exportações 900
Rendimento recebido do exterior 200
Importações 1200
Rendimento enviado ao exterior 300

2. Os seguintes dados são nos fornecidos pela Mozland em milhões de MT


Salários pagos as famílias 3000
Juros, aluguer e lucros 4500
Depreciação 600
Recebimento dos rendimento dos factores do resto do mundo 150
Pagamento de rendimento dos factores ao resto mundo 225
Pagamento de imposto na compra de bens e serviços 1200
Subsídio do governo a empresas privadas 500
a) Encontre: RIBcf ; RILcf ; RNLcf; PNBpm

3. Suponha que a Mozland é habitada por 4 agentes económicos e as suas transacções se


enquadram no seguinte:

i. O lavrador produz o trigo no valor de 5000MT e vende ao moleiro. Na produção de trigo


consome componentes importados no valor de 500.
ii. O moleiro transforma o trigo em farinha no valor de 7500MT
iii. O padeiro transforma a farinha em pão no valor de 10000MT
iv. O ferreiro faz diversos artigos no valor de 2000MT
a) Calcule o VAB de cada agente e o VAB agregado ou PIB.

b) Admitindo uma depreciação no valor de 200, encontre o produto interno líquido ao preço
de mercado.

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4. Da seguinte informação abaixo encontre a Carga Tributária Bruta e o Índice de Carga


Tributária Bruta (ICTB) assim como o respectivo Índice de Carga Tributária Liquida (ICTL).

Dividendos 900
Juro 560
Aluguer 600
Valor de hora extras recebidas pelos funcionários 200
Bónus e subsídios de férias aos trabalhadores 350
Salários pagos 1200
Impostos sobre bens e serviços 270
Impostos directos 130
Depreciação em capital físico 30
Arrecadação em multas pelo governo 40
Subsídios ao sector privado 100
Transferências do governo 80
RLFE 100

5. Suponha uma economia com seguinte nível de produção:

Bens finais Quantidade Preços de Valor de bens Preço de Valor de bens


produzida mercado em finais ao preço mercado no finais
em 2012 2012 de mercado ano base calculado a
corrente de (2008) partir de ano
2012 base (2008)
( MT) (PIB nominal) (PIB Real)

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Arroz 250 500 por ton.


(toneladas)

Farmacêuticos 45 112,5
diversos

Automóveis 1240 15

Mobiliários 100 900


(unidades)

Algodão (ton) 1000 200

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a) Distinga os conceitos de PIB a preço corrente e PIB a preços constantes.


b) Do quadro acima encontre o PIB nominal e PIB real
c) Qual a taxa de inflação que vigorou ao longo do período?

Bom Trabalho !

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