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Universidade Jean

Piaget de Angola Unidade Curricular: Contabilidade Nacional

CAPÍTULO. I: INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE NACIONAL


1.1. CONTABILIZAÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO

1. Contabilidade Nacional: é uma técnica que tem por objectivo medir a actividade
económica de uma país nas suas diversas vertentes. Funciona como um instrumento de
análise da situação económica, de quantificação dos objectivos de política económica e
de controlo do modo como as metas económicas vão sendo cumpridas.

2. Contabilidade Nacional: é um sistema de representação e classificação, de forma


coerente e quantificável, do conjunto de relações económicas e financeiras que se
estabelecem num determinado período de tempo um determinado sistema económico e
financeiro.

1.2.OBJECTIVOS DA CONTABILIDADE NACIONAL

 Comparar o desempenho de diferentes regiões (perspectiva espacial).


 Descrever a actividade económica de uma região e a sua evolução ao longo do tempo
(perspectiva temporal).
 Fazer previsões.
 Instrumento de política económica para a adopção de diversas medidas por parte das
diferentes autoridades nacionais e supranacionais.
 Medir o bem-estar das populações.

1.3. CONTABILIZAÇÃO DO VALOR DO PRODUTO


Para contabilizar o valor do produto, dois aspectos têm de ser tidos em consideração:
1. A localização espacial dos agentes. Em relação a este item devemos distinguir entre
Produto Interno e Rendimento Nacional. O produto interno corresponde ao
resultado da actividade económica exercida no território económico nacional (território
geográfico nacional, zona económica exclusiva nacional, espaço aéreo nacional,
embaixadas e consulados nacionais noutros países e bases militares nacionais noutros
países), independentemente da nacionalidade dos agentes responsáveis por essa
actividade. O rendimento nacional corresponde ao rendimento gerado pela actividade
de um grupo determinado de indivíduos (os nacionais de um país, isto é residentes que
vivem há pelo menos 12 meses no território económico nacional) independentemente
do território económico em que se encontram.

2. Amortizações do capital fixo. Este critério permite distinguir entre produto bruto e
produto líquido. Em termos gerais, o capital pode ser separado em duas categorias: o
capital fixo e o capital circulante. Capital circulante corresponde as existências
(produtos semi-acabados, produtos acabados ainda não vendidos e matérias-primas). O
capital fixo será o conjunto de activos físicos: máquinas equipamentos, viaturas,
edifícios, infra-estruturas e instrumentos em geral disponíveis para produzir outros bens
e serviços. O capotal físico esta sujeito a depreciação/desgaste: fluxo de investimentos
dão origem a um stock de capital acrescido, mas este também perde o valor no tempo,
a esta perda do valor designa-se por depreciação.
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Dos dois critérios anteriores surgem quatro possíveis definições de produto/rendimento:


 Produto Interno Bruto (PIB).
 Rendimento Nacional Bruto (RNB).
 Produto Interno Líquido (PIL).
 Rendimento Nacional Líquido (RNL).
Os anteriores conceitos poderão ser transformados uns nos outros tendo em conta que:
Produto Interno + Rendimentos Líquidos Recebidos do Resto do Mundo (RLRM) =
Rendimento Nacional
Produto ou Rendimento Bruto – Amortização = Produto ou Rendimento Líquido
Os Rendiumentos Líquidos Recebidos do resto do Mundo (RLRM) consistem na diferença
entre os rendimentos recebidos do resto do mundo (RRRM) e Rendimentos Pagos ao Resto do
Mundo (RPRM). Os primeiros serão rendas, juros, lucros e dividendos que a actividade
económica de nacionais no exterior gera e que são reenviados para o país de origem. Os
segundos serão também rendimentos, neste caso gerados em território nacional e que têm como
destino o exterior (os países onde o investimento externo é originário). Tipicamente estes
rendimentos são designados como remessas dos emigrantes e remessas dos imigrantes.
Por exemplo, para obter o RNL a partir do PIB, será necessário ter em conta que:
PIB + Rendimentos Líquidos Recebidos do Exterior – Amortizações = RNL
Outra distinção relevante é a que considera os preços a que se contabiliza a produção.
Distigumos entre custo de factores (cf) e preços de mercado (pm): o produto a custo de
factores não considera os impostos indirectos líquidos de subsídios à produção; o produto a
preços de mercado é o valor da produção uma vez considerados tais impostos indirectos
líquidos de subsídios à produção.
Os Imposto indirectos são os que recaem sobre o consumo (IVA = Imposto Sobre o Valor
Acrescentado...). Os Impostos directos são os que recaem sobre o rendimento (IRS = Imposto
sobre o Rendimento Singular...).
Recebendo à noção de PIB (ou a qualquer outra das acima referidas noções de produto ou
rendimento), temos que:
𝐏𝐈𝐁𝐩𝐦 = 𝐏𝐈𝐁𝐜𝐟 + 𝐓𝐢 − 𝐙

Ti representa os impostos indirectos e Z corresponderá à medida agregada dos subsídios


atribuídos pelo Estado à produção de bens e serviços.

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