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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Curso de Turismo
Disciplina: Economia do Turismo
Campus de Foz do Iguaçu

VARIÁVEIS
MACROECONÔMICAS E O
TURISMO

Professora: Dra. Taíse Fátima Mattei


MICRO E MACROECONOMIA
• A microeconomia é o ramo da economia que se preocupa em
explicar e compreender os fenômenos econômicos a partir de
uma ótica que privilegia o comportamento das unidades
individualizadas de um sistema econômico: uma pessoa, uma
firma, etc.
• A macroeconomia busca entender e explicar os fenômenos da
economia a partir do comportamento geral do sistema, de modo
agregado.
CONTAS NACIONAIS
• As contas nacionais são conjunto de números para monitorar os
gastos dos consumidores, as vendas das empresas, os
investimentos, os gastos do governo entre outras coisas;
• Se refere a contabilidade das atividades internas e externas de
um país, em determinado período de tempo;
• Também chamada de “Contabilidade Nacional”;
• Constituem a medida oficial do fluxo de produção e renda da
economia;
• Atualmente a Contabilidade Nacional é feita pelo IBGE;
CONTAS NACIONAIS

• As contas nacionais possuem dois lados, o lado do produto


agregado e o lado da renda agregada;
• No lado do produto agregado são medidos produção e vendas;
• No lado da renda agregada mede-se o resultado monetário das
vendas;
1. PRODUTO
• Para medir a produção ou o produto de um país utiliza-se
o PIB:

PIB- Produto Interno Bruto;


1.1 PIB
Produto Interno Bruto- PIB é uma medida de todos os
bens e serviços finais produzidos dentro do território
nacional em determinado período de tempo, avaliados a
preço de mercado.
1.1 PIB
Finais: só entra no cálculo do PIB os bens finais. Portanto,
os bens intermediários não entram no cálculo do PIB
porque eles já são embutidos no valor final, e seria dupla
contagem se fosse contabilizados separados no valor do
PIB.
Ex.: pão e farinha. Só é contabilizado o valor final do pão,
pois o valor da farinha estará embutido no valor do pão.
1.1 PIB
Determinado período de tempo: só inclui a produção
corrente de um determinado período, por isso que a
contabilização do PIB é feita por trimestre, semestre ou
anual. Transferências de bens produzidos em períodos
anteriores não entram no cálculo do PIB.
Ex.: venda de uma casa ou carro usado, pois já foi
contabilizado quando ele foi produzido.
1.1 PIB
A preços de mercado: é contabilizado ao preço vigente do
mercado, por isso que vários produtos diferentes podem ser
somados, como carros com laranjas, porque se usa o valor
de mercado desses produtos.
E é por isso também que atividades que não são vendidas
nos mercados, como hortas caseiras, e atividades ilegais,
como drogas e prostituição, não são contabilizados.
1.1 PIB
Dentro do território nacional: mede o valor da produção
que é feita apenas dentro do território nacional, não
importando quem a obtém;

Normalmente se usa o PIB como medida do produto da


economia.
1.2 PRODUTO REAL X PRODUTO NOMINAL
O PIB é medido em termos de produção corrente, ou a
preços correntes, avaliados pelos preços de mercado;
Portanto, o valor do PIB sempre mudará quando o nível de
preços mudar ou quando o volume de produção mudar;
As vezes é necessário uma medida da produção de um país
que varie apenas de acordo com o volume produzido, e não
com as variações de preços;
1.2 PRODUTO REAL X PRODUTO NOMINAL
PIB nominal: aquele medido a preços correntes, que
considera tanto mudanças nos volumes como nos preços;
PIB real: é calculado mantendo os preços constantes a partir
de um ano base. Aquele que desconsidera a mudança dos
preços.
Quando existe variações de preços muito grandes em
determinados períodos, o PIB NOMINAL e REAL
apresentarão diferenças bem significativas.
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
O PIB é composto por vários elementos que são
classificados pelo tipo de comprador que adquire os bens e
serviços produzidos internamente.
Pode ser classificado em consumo, investimento, gastos do
governo, exportações líquidas;
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
1- Consumo- C: refere-se as compras de bens e serviços
pelos consumidores da economia;
Pode ser dividido em:
• bens duráveis (automóveis, televisores);
• bens não duráveis (alimento e roupas);
• serviços (médico, cabeleireiro);
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
1- Consumo- C: são vários os fatores que afetam o
consumo;
• Renda;
• Tamanho das famílias;
• Idade dos membros das famílias;
• Patrimônio;
• Taxa de juros;
• Disponibilidade de crédito;
• Expectativas com relação a rendas futuras;
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
2- Investimento- I: parte do produto da economia, para
qualquer período de tempo, não destinado ao consumo;
É o acréscimo ao capital da sociedade;
Objetivem aumentar a capacidade de produção de uma
economia.
O investimento depende de:
• Expectativas empresariais;
• Taxas de juros;
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
2- Investimento- I:
Se refere aos investimentos das empresas em compras de
fábricas, equipamentos, bens de capital;
Também entram os estoques das empresas e investimentos
em construção civil;
Os investimentos são divididos em 2 grupos: investimento
não-residenciais (por parte das empresas com máquinas e
equipamentos) e investimentos residenciais ( por parte das
pessoas, em casas, apartamentos, etc).
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
2- Investimento- I:
O investimento é igual ao gasto realizado em bens de
capital mais a variação de estoques.
O investimento realizado na ampliação dos chamados bens
de capital é comumente conhecido por formação bruta de
capital fixo.
I = Ibk + ∆E
Onde: Ibk = gasto de bens de capital e ∆E variação de
estoques.
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
3- Gastos do Governo- G:
Parte da produção que é comprada pelo governo, federal,
municipal e estadual;
Pode ser gastos em bens e serviços;
Mas não inclui as transferências governamentais;
Incluem-se nesse tipo despesas com educação, segurança,
justiça, construção de estradas, hospitais, etc.
1.3 COMPONENTES DO PRODUTO
4- Exportações Líquidas – X-M:
Equivale as exportações menos as importações;
Exportações são os bens produzidos internamente e
vendido para outros países;
Importações são bens produzidos por outros países e
comprados por residentes;
As exportações dependem da renda externa e da taxa de
câmbio, enquanto as importações dependem da taxa de
câmbio e da renda interna.
1.4 IDENTIDADE DO PRODUTO
Pode-se representar os componentes do PIB por meio de uma
identidade. Usa-se a letra Y para representar o produto.
Y: PIB
C: consumo
I: investimento
G: gastos do governo
X-M: exportações líquidas
Y= C + I + G + (X-M)
1.5 PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO
É o Produto Bruto menos a Depreciação;
É o agregado econômico que define o valor dos bens e
serviços finais realmente acrescidos à riqueza nacional;

PNL= PNB – Depreciação


PIBL= PIB – Depreciação
2. RENDA
A renda total de um país deve medir a renda dos residentes e
das firmas de um país;
É a soma de todas as rendas dos fatores produtivos obtidos na
produção de bens e serviços, contabilizados em determinado
período de tempo;
A renda dos fatores são devidos aos serviços prestados pelos
fatores de produção: terra, capital e trabalho;
2. RENDA
Para chegar a uma medida de renda nacional utiliza-se o PNB-
Produto Nacional Bruto;
O Produto Nacional Bruto inclui as rendas dos residentes e
firmas domésticos, mas que são auferidas fora do país;
A renda de um país é formada pelo PNB e desconta-se as
depreciações e o impostos indiretos.
Depreciações: parcela do capital consumida no processo
produtivo;
Impostos indiretos: impostos sobre vendas e consumo;
2.1 PNB
É o valor total da renda que os residentes domésticos
recebem em um determinado período de tempo.

A diferença entre PIB e PNB, é que no PNB incluem-se as


rendas dos residentes e firmas domésticos, mas que são
auferidas fora do país.
Ex.: pessoa mora no Brasil mas recebe renda de ações do
estrangeiro. Essa renda entra no PNB mas não no PIB.
2.1 PNB
Se somar ao PIB a Renda Líquida dos Fatores Externos
(RLFE), chega-se ao conceito de PNB;
A Renda Líquida dos Fatores Externos é composta de
Renda Líquida Enviada (RE) ao Exterior e Renda Líquida
Recebida do Exterior (RR);
RLFE= RR - RE
Logo:
PNB= PIB + RLFE
2.2 COMPONENTES DA RENDA
A renda é composta por vários elementos:
• Remuneração dos empregados: salários e benefícios;
• Renda dos proprietários: remuneração pelo serviço dos
empregadores;
• Lucros e juros: remuneração do capital das empresas;
• Alugueis: remuneração da terra;
• Tributos: receitas do governo devido cobrança impostos.
2.3 IDENTIDADE DA RENDA
Também é possível classificar as rendas de acordo com os
gastos que serão feitos;
A renda por ser usada para consumo C, pode ser usada para
pagar impostos (T) e uma parte pode não ser gasta e ser
poupada (S);
Usa-se a letra Y para representar a renda
Y: renda, C: consumo, S: poupança, T: impostos

Y= C + S + T
2.4 RENDA DISPONÍVEL
A renda muitas vezes é medida descontando o montante que é
pago ao governo na forma de impostos e somando o montante
que por ventura é recebido do governo na forma de
transferências (seguro desemprego ou benefício social);
Quando se faz isso chega-se ao conceito de renda disponível,
aquela que de fato as pessoas tem para gastar ou poupar;
A renda disponível é representada por:
Yd= Y – T + TR
2.5 POUPANÇA
Nem todas as pessoas consomem toda a renda disponível que
possuem, de modo que poupam uma parte dela;
A poupança é representada pela letra S e é representada por:

S= Yd - C
3- IGUALDADE ENTRE PRODUTO, RENDA E
DESPESA
Em macroeconomia se aplica a lógica de que o produto
produzido na economia deve ser igual a renda gerada na
economia;
Para a economia como um todo, a renda deve ser igual a
despesa, pois sempre quando as empresas produzem um produto
elas também geram renda;
A razão de ser disso é que cada transação tem duas partes: um
comprador e um vendedor;
Cada real de despesa de um comprador é um real de renda de um
vendedor;
3- IGUALDADE ENTRE PRODUTO, RENDA E
DESPESA
Ex.: A compra de um carro envolve duas transações: contribui
para a renda e contribui para o produto da economia.
 
Portanto:
Renda = Produto = Despesa
Para cada unidade monetária de produto produzido, há, de um
lado, uma unidade monetária de renda auferida pela sua
produção e uma unidade monetária de despesa com a sua
compra;
4- VALOR ADICIONADO
• Para o correto cálculo do produto de uma economia, deve-se
excluir do cômputo total os valores monetários dos bens
intermediários, sob risco de ocorrer dupla contagem.
• Um modo prático de evitar este risco é operacionalizar o
cálculo do produto através do valor adicionado.
• Valor adicionado seria o valor agregado a um produto ou
serviço em determinado setor.
• Seria o quanto aquele setor adicionou de valor ao seu produto.
4- VALOR ADICIONADO

• O valor adicionado é obtido após deduzir-se do valor bruto da


produção (o valor total com as vendas de um produto ou serviço)
o consumo dos bens intermediários necessários à produção.

Valor Adicionado (VA) = Valor Bruto da Produção (VBP) –


Consumo dos Produtos Intermediários.
5- PREÇOS DE MERCADO E FATORES
Tanto o Produto Nacional Bruto (PNB), como o Produto
Nacional Líquido (PNL) e o Produto Interno Bruto (PIB)
podem ser classificados como:
1)preços de mercado e
2)a custos de fatores. Tome, como exemplo, o Produto Interno
Bruto (PIB):
5- PREÇOS DE MERCADO E FATORES
• PIB a preços de mercado (PIBpm): diz respeito aos valores
transacionados no mercado. Seria o PIB calculado pelos
valores pagos pelo consumidor final.

• PIB a custo de fatores (PIBcf): diz respeito aos valores do


custo da produção, ao preço da fábrica. Exclui impostos
indiretos e possíveis subsídios concedidos pelo governo.
6- IDENTIDADES IMPORTANTES
 Economia Fechada e sem Governo: economia que não possui
governo e não realiza transações internacionais;
Renda= C + S
Produto= C + I
C + S= C + I
6- IDENTIDADES IMPORTANTES
 Economia Fechada e com Governo: economia que não realiza
transações internacionais, mas possui governo;
Renda= C + S + T
Produto= C + I + G
Renda= Produto

C+S+T=C+I+G
S+T=I+G
6- IDENTIDADES IMPORTANTES
 Economia Aberta e com Governo: economia que realiza
transações internacionais e que possui governo;
Renda= C + S + T + (X-M)
Produto= C + I + G + (X-M)
Renda= Produto

C + S + T + (X-M) = C + I + G + (X-M)
REFERÊNCIAS

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de


economia. Cengage Learning, 2012.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E.


Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2009.
Taíse Fátima Mattei
Obrigada!

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