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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Curso de Turismo
Disciplina: Economia do Turismo
Campus de Foz do Iguaçu

INFLAÇÃO

Professora: Dra. Taíse Fátima Mattei


INFLAÇÃO
Gera o aumento contínuo e generalizado no nível de preços;
Não é uma ocorrência passageira ou esporádica sobre alguns
preços;
Se os preços se elevam apenas durante um curto período de
tempo, estabilizando em seguida, não se caracteriza como um
processo inflacionário, mas apenas um ajuste na economia;
É generalizado pois o aumento ocorre em todos os bens e
serviços produzidos pela economia;
1. CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
 Sobre a distribuição de renda: proporção em que o produto
ou renda é distribuída na economia;
A inflação provoca redução do poder aquisitivo das pessoas;
Os assalariados saem perdendo pois o aumento dos preços reduz
o salário real. Os salários não são reajustados no mesmo
momento da subida dos preços;
Os empresários não perdem tanto com a inflação porque podem
repassar o aumento dos custos para o preço dos produtos,
transferindo para o consumidor a consequência da inflação.
1. CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
 Sobre a balança comercial: registra as transações comerciais
entre os países, exportações e importações;
Quando o aumento dos preços internos se dá num ritmo mais
elevado que os preços externos, os produtos internos ficam
relativamente mais caros que os externos, e os externos
relativamente mais baratos que os internos;
As pessoas passam a preferir os produtos mais baratos, os
externos, e o produto nacional perde competitividade;
As importações aumentam contribuindo para gerar déficit na
balança comercial;
1. CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
 Sobre as expectativas: o que se espera para o futuro;
As expectativas se tornam negativas, gerando incertezas no
mercado;
Num cenário de incertezas, os investidores reduzem seus
investimentos, empresários abrem menos negócios, se tornam
mais cautelosos e reduzem seus investimentos;
Assim, ocorre um comprometimento da capacidade produtiva da
economia, e queda no nível de produção e emprego;
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
 Inflação de Demanda: inflação causada pelo excesso de
demanda agregada em relação à oferta agregada;
Os meios de pagamento crescem mais do que o crescimento da
produção;
A produção se aproxima do pleno emprego e não há fatores
ociosos na economia;
A demanda é exercida pelo dinheiro, logo, nesse cenário há
muito dinheiro na economia;
O excesso de dinheiro pode vir do excesso de gastos públicos ou
do excesso de emissão de moeda;
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
 Inflação de Demanda:
O combate à inflação de demanda se dá via política monetária
contracionista e política fiscal contracionista, ambas buscando
reduzir a demanda por bens e serviços;
• aumento dos impostos;
• redução dos gastos do governo;
• elevação da taxa de juros;
• controle de crédito (empréstimos e financiamentos)
• arrocho salarial;
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
 Inflação de Custos: inflação causada pelo aumento dos custos dos
fatores de produção que são repassados aos preços, sem alteração na
demanda;
Esse tipo de inflação não é causado por fatores monetários e surge por
decisão e ação dos agentes autônomos da economia;
Quatro são os fatores geradores:
• quedas de produção (devido greves, falta de matérias-primas, quebras
de safras);
• aumento nos preços de produtos importados (petróleo;
• aumento excessivos de salários;
• atenuação dos oligopólios;
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
 Inflação de Custos:
O combate a inflação de custos se dá via:
• políticas de controle sobre os lucros das empresas;
• políticas de controle direto sobre os preços;
• política salarial mais rígida;
2. TIPOS DE INFLAÇÃO
 Inflação Inercial: causada pelas expectativas de continuação
do aumento de preços;
Se em determinado período os agentes adaptam suas
expectativas a determinada taxa de inflação. A taxa de inflação
esperada passa a ser a taxa de inflação do período anterior mais
um ajuste atual;
Uma vez incorporada ao comportamento dos agentes, a inflação
passa a ser integrada nos contratos, acordos informais e pode
perdurar por muito tempo;
3. INTERAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO DE DEMANDA E DE
CUSTO
• Na prática é muito difícil separar a causa principal de uma
pressão inflacionária: se provocada por aumento na
demanda agregada ou impulsionada pela elevação dos
custos;
• Ex.: a economia opera em pleno emprego; o governo
resolve aumentar seus gastos; gera inflação de demanda;
com o aumento dos preços, os sindicados reivindicam
aumentos de salários, causando aumentos dos custos e
inflação de custos;
4. MEDIDAS DA INFLAÇÃO
• A inflação é medida pelos números-índices, fórmulas
matemáticas que informam a porcentagem de aumento nos
preços dos bens e serviços em um determinado período;
• No Brasil são estimados dois tipos de índices de preços:
 Índices Gerais de Preços- IGP: procuram transmitir uma
ideia de inflação de todos os bens e serviços produzidos e
consumidos;
 Índices de Preços ao Consumidor – IPC: enfatizam os
gastos comuns das famílias;
4. MEDIDAS DA INFLAÇÃO
• Há no Brasil duas instituições que calculam os preços com
abordagem nacional:
 Fundação Getúlio Vargas – FGV;
 IBGE;

• Há ainda institutos de pesquisa regionais:


 FIPE- Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas;
 DIEESE- Departamento Intersindical de Estatística e
Estudo Socioeconômico;
4.1 ÍNDICES GERAIS DE PREÇOS
1- IGP-DI e IGP-OG: Índice Geral de Preços segundo
Disponibilidade Interna e Oferta Global
• Criado em 1944 com a finalidade de medir o comportamento
geral de preços;
• Medido pela FGV;
• Refere-se ao mês cheio: do primeiro dia do mês até o último,
divulgado dia 10 do mês posterior;
• Calculado de duas formas: disponibilidade interna e oferta
global;
4.1 ÍNDICES GERAIS DE PREÇOS
1- IGP-DI e IGP-OG:

• Oferta Global: consideram-se a produção interna, as


importações e as exportações;
• Disponibilidade Interna: excluem-se as exportação da oferta
global. Consideram apenas os bens e serviços disponíveis para o
consumo interno, produzidos no Brasil ou importados;
4.1 ÍNDICES GERAIS DE PREÇOS
1- IGP-DI e IGP-OG:
• Composto por:
 Índices de Preços por Atacado – IPA: entram preços
praticados no mercado atacadista. Representa 60%;
 Índice de Preços ao Consumidor – IPC: coleta de dados
ocorre nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre famílias
com renda de 1 a 33 SM. Representa 30%;
 Índice Nacional de Custos da Construção – INCC: são
avaliados preços do setor da construção civil. Representa 10%.
4.1 ÍNDICES GERAIS DE PREÇOS
2- IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado
• Começou a ser calculado pela FGV em 1989;
• Foi criado com objetivo de se possuir um indicador confiável
para balizar as correções de alguns títulos públicos e outras
operações financeiras;
• O período de coleta vai do dia 21 de um mês até o dia 20 do
mês seguinte;
4.2 ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
1- INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Restrito
• Começou a ser apurado em 1978 pelo IBGE;
• Tem por finalidade ser um indexador oficial de salários;
• Universo da pesquisa são pessoas que ganham de 1 a 8 salários
mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza,
Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de
Goiânia;
• O período de coleta vai de primeiro ao último dia do mês de
4.2 ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
2- IPCA: Índice de Preços ao Consumidor Ampliado
• Apurado pelo IBGE;
• Em 1999 foi escolhido para ser índice oficial de acompanhamento
da inflação no Brasil;
• Universo da pesquisa são pessoas que ganham de 1 a 40 salários
mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza,
Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de
Goiânia;
• O período de coleta vai de primeiro ao último dia do mês de
referência;
4.2 ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
3- IPC-FIPE: Índice de Preços ao Consumidor Final da
FIPE
• Começou a ser apurado em 1939 pela Subdivisão de Estatística
da Prefeitura de São Paulo;
• Em 1968 passou a ser calculado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica da Universidade de São Paulo (IPE-USP) que foi
sucedido pela FIPE em 1973;
• O índice é uma média ponderada dos preços dos bens e
serviços consumidor por famílias paulistas com renda entre 1 e
20 salários mínimos;
4.2 ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
3- IPC-FIPE: Índice de Preços ao Consumidor Final da
FIPE
• Entram no cálculo: alimentação, habitação, transporte,
despesas pessoais, vestuário, saúde e educação;
• O período de coleta vai do primeiro dia ao último dia de cada
mês;
• Divulgado até o dia 6 do mês posterior de referência;
4.2 ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
4- ICV-DIEESE: Índice de Custo de Vida
• Calculado pelo DIEESE;
• Tem por objetivo atender às necessidades de vários sindicatos
de auferir o custo de vida na cidade de São Paulo;
• Universo da pesquisa são as pessoas que ganham de 1 a 30
salários mínimos;
• O período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês civil;
• A divulgação ocorre próximo ao dia 10 do mês posterior ao da
referência;
5. METAS INFLACIONÁRIAS
• A partir do segundo semestre de 1999, foi estabelecido no
Brasil as metas inflacionárias, diretriz para fixação do regime de
política monetária;
• As metas inflacionárias são definidas pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) mediante proposta do Ministro da Fazenda;
• As metas são públicas e ao Banco Central cabe executar as
políticas necessárias para cumprir as metas fixadas e prestar
informações sobre as medidas tomadas para atingi-las;
• As metas de inflação são atingidas pela política de juros: se a
inflação passar da meta, os juros sobem;
5. METAS INFLACIONÁRIAS
• O índice escolhido para referência da inflação é o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do IBGE;
• Caso a meta não seja cumprida, o presidente do Banco Central
divulga publicamente as razões por meio de carta aberta ao
Ministro da Fazenda, contendo:
• descrição das causas do descumprimento;
• providências para assegurar o retorno da inflação às metas;
• prazo que se espera que as providências surtam efeito;
REFERÊNCIAS

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de


economia. Cengage Learning, 2012.

SILVA, C. R. L.; LUIZ, S. Economia e mercados: introdução a


economia. 19. ed. rev. e at. São Paulo: Saraiva, 2010.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E.


Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2009.
ATIVIDADES

1. O que é inflação?
2. Quais as consequências da inflação?
3. Defina inflação de demanda.
4. O que é inflação de custo?
5. Explique o significado da inflação inercial.
6. Quais são os principais índices de inflação no Brasil? Cite e
explique.
7. O que são metas de inflação? Explique.
Taíse Fátima Mattei
Obrigada!

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