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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Débora Leite dos Santos

Gabriele Morais Pereira

Vitória Maria

INDICADORES MACROECONÔMICOS: INFLAÇÃO

São Paulo, 2023


Débora Leite dos Santos RA: 823152396

Gabriele Morais Pereira RA: 823113503

Vitória Ramos RA: 823151794

INDICADORES MACROECONÔMICOS: INFLAÇÃO

Trabalho final apresentado ao programa de


graduação em Administração/Ciências
Contábeis da Universidade São Judas Tadeu
como requisito para aprovação da UC
Fundamentos Econômicos.

Orientador: Raphael C. Penteado

São Paulo, 2023


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Introdução
A inflação é um conceito econômico fundamental que afeta diretamente a vida
de todas as pessoas. Ela representa o aumento geral e contínuo dos preços dos
bens e serviços ao longo do tempo, reduzindo assim o poder de compra da moeda.
No Brasil, dois dos principais índices de inflação amplamente utilizados são o Índice
Geral de Preços do Mercado (IGPM) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).

O IGPM é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é amplamente


utilizado como indicador de inflação em contratos de aluguel, reajustes de tarifas e
preços de commodities. Ele é composto por três subíndices que medem os preços
no atacado, no varejo e na construção civil. Por considerar uma gama mais ampla
de setores econômicos, o IGPM tende a refletir com mais precisão as flutuações de
preços.

Por outro lado, o IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE) e é considerado o índice oficial de inflação no país. Ele mede a
variação média dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas
famílias brasileiras com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos. O IPCA abrange
uma cesta de produtos e serviços mais abrangente, incluindo itens de alimentação,
habitação, transporte, saúde, entre outros.

Ambos os índices são utilizados para acompanhar e monitorar a inflação no


Brasil, porém, o IPCA é geralmente considerado como o indicador mais relevante
para avaliar o impacto da inflação na vida das pessoas, uma vez que reflete os
preços dos produtos e serviços consumidos pela população em geral.

A inflação, seja medida pelo IGPM ou IPCA, pode ter consequências


significativas na economia de um país, afetando o poder de compra dos
consumidores, a rentabilidade dos investimentos e as decisões de política monetária
do governo. Portanto, compreender e acompanhar esses índices de inflação é
fundamental para tomar decisões financeiras informadas e entender o cenário
econômico em geral.
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Conceito de Inflação
A Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, ela implica diminuição
do poder de compra da moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O
Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação. A inflação
pode ter várias causas, que podem ser agrupadas em: pressões de demanda,
pressões de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação.

A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o


investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos
ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia. As pessoas e as firmas
perdem noção dos preços relativos e, assim, fica difícil avaliar se algo está barato ou
caro. A inflação afeta particularmente as camadas menos favorecidas da população,
pois essas têm menos acesso a instrumentos financeiros para se defender da
inflação. Inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pública, pois as taxas
de juros da dívida pública têm de compensar não só o efeito da inflação, mas
também têm de incluir um prêmio de risco para compensar as incertezas associadas
com a inflação mais alta.
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IPCA e IGPM
O IPCA é o principal índice de inflação no Brasil, calculado todos os meses
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele mostra a evolução da
inflação ao longo de um determinado período, acompanhando a variação do custo
de vida do brasileiro de um mês para o outro. Funciona assim: o IBGE calcula o
custo de uma cesta de bens e serviços todos os meses, de acordo com o consumo
estimado das famílias. Cada produto tem um peso diferente dentro dessa
composição. Assim, o percentual de variação do IPCA, de um mês para o outro,
indica quanto os preços se alteraram no período.

Se o IPCA de um mês foi aferido em 0,2%, por exemplo, isso significa que o
custo das famílias aumentou nessa proporção. Se, no mês seguinte, o IPCA ficar
em 0,1%, a leitura é de que o preço dos produtos cresceu menos – mas continuou
subindo. Se a variação for negativa, interpreta-se como deflação, quando os
produtos ficam mais baratos de um mês para o outro. Dentro desse contexto, o
IPCA acumulado soma, levando em consideração os juros compostos, a variação do
IPCA em determinado período.

Evolução da inflação com foco no IPCA nos últimos anos

<fonte:https://artigos.toroinvestimentos.com.br/educacao-financeira/igpm-acumulado>
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O que é IGP-M?
O IGP-M, também conhecido como Índice Geral de Preços do Mercado, é um
indicador utilizado para medir a inflação no Brasil. Ele é calculado pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV) e é amplamente reconhecido como a "inflação do aluguel"
devido à sua influência nos contratos de locação.

O cálculo do IGP-M é realizado mensalmente e abrange uma ampla


variedade de produtos e serviços, desde matérias-primas agrícolas e industriais até
bens e serviços consumidos pela população em geral.

Esse índice desempenha um papel importante na economia, pois permite


acompanhar as mudanças nos preços ao longo do tempo, refletindo tanto a
desvalorização da moeda quanto as alterações nos preços dos produtos e serviços.
À medida que o IGP-M aumenta, significa que os preços estão subindo e o poder de
compra diminui, o que pode ter impacto nas decisões de consumo e nas
negociações contratuais, especialmente no mercado imobiliário.

Qual é a metodologia utilizada para calcular o Índice Geral de


Preços do Mercado (IGP-M)?

O cálculo do IGP-M, juntamente com os indicadores IGP-10 e IGP-DI, leva em


consideração as mudanças nos preços de bens, serviços, matérias-primas utilizadas
na agricultura, indústria e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é
obtido por meio da média ponderada dos índices de inflação ao produtor (IPA), de
inflação ao consumidor (IPC) e de custo da construção civil (INCC).

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) mede a variação nos preços


percebidos pelos produtores, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
monitora o comportamento dos preços que afetam diretamente o consumidor final.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) reflete os custos na
indústria da construção, levando em consideração a variação nos preços de
materiais de construção e mão de obra especializada.

Cada um desses índices componentes tem pesos que correspondem a


parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. A
distribuição dos pesos é a seguinte:
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60% para o IPA;

30% para o IPC;

10% para o INCC.

Ao aplicar essa ponderação, o IGP-M é calculado, fornecendo uma medida


abrangente da variação de preços na economia, considerando diferentes setores e
segmentos.

Evolução da inflação com foco no IGPM nos últimos anos

<fonte:https://artigos.toroinvestimentos.com.br/educacao-financeira/igpm-acumulado>

Historicamente, conforme apresentado no gráfico acima o IGPM apresentou


variações significativas ao longo dos anos, refletindo períodos de alta inflação,
estabilidade e até deflação.

A partir dos anos 2000, com a implementação do Plano Real e a estabilização


da economia brasileira, a inflação começou a ser controlada e os índices de preços
passaram a apresentar menor instabilidade. No entanto, o IGPM continuou a
apresentar variações expressivas, principalmente devido à influência de fatores
externos, como a variação cambial e o preço de commodities.
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Nos últimos anos, incluindo 2021, o Brasil enfrentou um aumento significativo


nos preços, o que impactou a inflação medida pelo IGPM. A pandemia de COVID-19
desencadeou uma série de fatores que contribuíram para esse aumento, como a
desvalorização do real, a alta nos preços de alimentos e a escassez de insumos em
alguns setores da economia. No entanto, é importante ressaltar que a inflação é um
fenômeno complexo e pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo
políticas econômicas e eventos globais.

Dessa forma, a evolução da inflação medida pelo IGPM pode variar ao longo
do tempo, refletindo as condições econômicas e os eventos que afetam a economia
brasileira.
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Evolução Histórica da Inflação

Em 2021, o Brasil enfrentou uma inflação oficial muito acima da meta definida


pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%. O Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,73% em dezembro, acumulando
um aumento de 10,06%.De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), essa é a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando o
IPCA foi de 10,67%.

A Inflação nos anos 1960, a inflação chegou a 92% em 1964, esse aumento


se deu pelos gastos do governo militar, crise mundial do petróleo e ditadura. A
solução foi o plano de Metas e Plano de Ação Econômica do Governo em 1965, com
reformas institucionais e política de taxas inflacionárias, fechando 1969 em 19% ao
ano.

O auge da inflação nos anos 2000 foi no início da década, chegando a mais
de 12% em 2002, que foi motivada pela alta do dólar e dos preços de alimentos,
bebidas e de produtos que, até então, estavam sendo estancados pelo governo. A
solução é o estímulo à concorrência e manutenção da política econômica
conservadora que gerou alívio tímido, mas suficiente para manter a inflação abaixo
dos dois dígitos até o final da década.
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Setor que mais impacta a inflação

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor


que mais impacta a inflação no Brasil é o de Alimentação e Bebidas. Esse setor
inclui os preços dos alimentos em geral, como cereais, carnes, frutas, legumes, além
de bebidas não alcoólicas. Dessa forma, as variações nos preços desses produtos
têm um grande peso na composição do índice de inflação.

No entanto, é importante ressaltar que outros setores também podem ter


impacto significativo na inflação, como o dos transportes (que inclui combustíveis e
tarifas de transporte público) e Habitação (que engloba aluguel, energia elétrica,
água e esgoto, entre outros). Os preços desses setores podem variar de acordo com
fatores como oferta e demanda, variações cambiais, sazonalidade e políticas
governamentais, entre outros.
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Considerações Finais
O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) são indicadores econômicos utilizados no Brasil para
medir a variação de preços ao longo do tempo. Ambos desempenham papéis
importantes na análise da inflação, porém com enfoques e abrangências diferentes.

O IGP-M é um indicador mais amplo, que considera não apenas os preços ao


consumidor final, mas também os preços no atacado e os custos da construção civil.
Devido a essa abrangência, o IGP-M pode ser mais volátil e suscetível a oscilações
provocadas por fatores específicos de setores da economia, podendo impactar
contratos de aluguel e tarifas públicas.

Já o IPCA é o indicador oficial de inflação no Brasil, calculado pelo Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele mede a variação de preços de uma
cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras. O IPCA é
considerado mais representativo da inflação geral, refletindo de forma mais precisa o
impacto dos preços no cotidiano das pessoas.

Em conclusão, o IGP-M e o IPCA são indicadores econômicos relevantes


para a análise da inflação no Brasil, mas possuem focos diferentes. O IGP-M é mais
abrangente e pode ser mais volátil, enquanto o IPCA é considerado o indicador
oficial e reflete o impacto dos preços no consumo das famílias. Ambos são
importantes para compreender a dinâmica inflacionária e seus efeitos na economia e
no dia a dia das pessoas.
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Link da Apresentação
Somente para os trabalhos que não serão apresentados de forma síncrona no dia
17/06/2023.
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Referencias
https://portal.fgv.br/noticias/igp-m-marco-2023

https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/igpm/

https://www.infomoney.com.br/guias/igp-m/

https://br.investing.com/economic-calendar/brazilian-igp-m-inflation-index-1561

https://artigos.toroinvestimentos.com.br/educacao-financeira/igpm-acumulado

https://gorila.com.br/blog/inflacao-2021

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/quatro-fatores-que-ajudam-o-brasil-na-
guerra-contra-a-inflacao-e-um-obstaculo/

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/inflacao-global-tem-fatores-comuns-mas-
antidoto-varia-com-peculiaridade-de-cada-pais/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-61046674

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/quatro-fatores-que-ajudam-o-brasil-na-
guerra-contra-a-inflacao-e-um-obstaculo/

https://artigos.toroinvestimentos.com.br/educacao-financeira/igpm-acumulado

https://gorila.com.br/blog/inflacao-2021

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/inflacao-global-tem-fatores-comuns-mas-
antidoto-varia-com-peculiaridade-de-cada-pais/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-61046674

https://einvestidor.estadao.com.br/educacao-financeira/historico-inflacao-brasil-
ultimas-decadas/

https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao

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