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um período de tempo. As variações na inflação são ocasionadas pelo descompasso entre a demanda
e a oferta, pelo aumento na emissão de papel-moeda em um determinado país, pela elevação dos
custos de produção e até mesmo pelas incertezas da conjuntura econômica que causam uma
expectativa no aumento da taxa inflacionária.
Aumentos na inflação podem ocasionar a desvalorização da moeda nacional e a diminuição
do poder de compra da população, o que se dá de forma ainda mais acentuada quando não há
reajustes nos salários.
O que é inflação?
A inflação, chamada também de taxa de inflação, é uma variável econômica que
corresponde ao aumento dos preços dos bens e serviços de um país em um determinado período de
tempo. Quando os salários não são ajustados em conformidade com a inflação, a flutuação no valor
final das mercadorias e dos serviços condiciona uma diminuição do poder de compra da população,
que experimenta um aumento no custo de vida.
● Custos de produção elevados: quando os custos para fabricar um determinado produto são
maiores, eles acabam sendo repassados ao consumidor final na forma de aumento dos
preços. O mesmo pode ser percebido no caso do encarecimento na oferta de serviços em
geral.
● Preocupação sobre futuros aumentos de preços e custos: a expectativa que se tem sobre a
possibilidade de crescimento da inflação pode condicionar um aumento dos preços e custos
de serviço como forma de antecipar o que vem no futuro, puxando a taxa de inflação para
cima. Essa expectativa é decorrente de motivos muito variados, como crises políticas,
guerras, conflitos internacionais, dentre outros.
● Inflação de custo (ou de oferta): causada pelo crescimento dos custos de produção, como
aumento do preço de matérias-primas, instrumentos de trabalho e energia, por exemplo,
gerando uma elevação no preço dos produtos finais e serviços ofertados.
● Inflação inercial: gerada por um aumento nos preços de produtos e serviços com base em
taxas de inflação de períodos precedentes. Esse aumento acaba sendo incorporado no
cálculo da inflação futura, criando assim uma variação elevada."
Consequências da inflação
A inflação, conforme descreve o Banco Central do Brasil, é responsável por criar um
cenário de incertezas na economia de um país.
Com a inflação acima da média, ou quando não há reajustes de salários, há um aumento no
preço relativo de mercadorias, bens e serviços que afetam diretamente a população, em especial a
parcela mais pobre, que tem o seu poder de compra reduzido. Notamos os efeitos da inflação
principalmente por meio do encarecimento dos produtos no mercado, nos postos de combustível e
também na elevação do valor dos serviços utilizados cotidianamente.
Outra consequência da inflação é a desvalorização da moeda nacional. Com isso, os
produtos importados se tornam mais caros, o que pode onerar até mesmo a produção local, elevando
os custos produtivos. Em uma conjuntura como essa, os investimentos internacionais tendem a
desacelerar, uma vez que o cenário instável se torna pouco atrativo.
Algumas possíveis medidas para reduzir a inflação
Existem algumas medidas que podem ser tomadas tanto pelos governos nacionais quanto
pelos agentes privados para reduzir a inflação. É preciso pontuar, entretanto, que muitas dessas
medidas terão efeito a médio ou longo prazo, e algumas delas geram impactos nem sempre
positivos para a população.
Abaixo, listamos as duas principais medidas que são apontadas como possíveis soluções
para a inflação:
● Aumento das taxas de juros: no Brasil, seria o equivalente ao reajuste da taxa Selic, que
corresponde à taxa básica de juros.
● Ampliação a médio e a longo prazo da estrutura produtiva: o que ampliaria a oferta por
produtos e serviços.
Inflação brasileira
O cálculo da inflação no Brasil é realizado por meio de dois índices de preço, os quais são
descritos brevemente abaixo.
● Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): o IPCA é um índice oficial de preços
calculado pelo IBGE e utilizado no sistema de metas da inflação, de acordo com as
informações do Banco Central do Brasil. Esse índice faz o levantamento dos itens e serviços
que compõem a cesta de consumo de famílias cuja renda acumulada seja de um a 40
salários-mínimos. A média de preços dessa cesta de consumo é equivalente ao IPCA.
Desde o final da década de 1990, a política monetária brasileira conta com um regime de
metas de inflação, que é definido todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse
indicador tem como principal objetivo nortear o planejamento econômico nacional, evitando um
possível descontrole do regime de inflação. Nem sempre, no entanto, a meta estabelecida é atingida.
A inflação brasileira tem experimentado um período recente de muita oscilação, o que é
decorrente da conjuntura política e econômica interna, além de fatores externos que são capazes de
influenciar diretamente os preços das mercadorias e dos serviços nacionais, como a pandemia,
crises políticas internacionais que afetam a cotação dos produtos e flutuações no câmbio.
Inflação mundial
Os índices inflacionários do Brasil têm seguido uma tendência mundial, que é a de aumento
dos preços de mercadorias e serviços. De acordo com dados recentes publicados pelo Fórum
Econômico Mundial, a maioria dos países desenvolvidos experimentou nos últimos anos um
aumento na taxa de inflação, que, em alguns casos, mais do que dobrou. Em muitos desses países,
variações como essa não eram registradas há várias décadas.
Os fatores que têm influenciado a taxa de inflação no mundo são diversos, desde a pandemia
e a resposta dos governos à crise sanitária instalada em 2020 até as incertezas no cenário político
internacional, com disputas comerciais e guerras por território ocorrendo ao mesmo tempo. A
Turquia e Israel são os dois países em que a inflação cresceu de forma acelerada no último ano. Por
outro lado, países como Indonésia, Japão e Arábia Saudita registraram as menores variações.
História da inflação
A história econômica brasileira é marcada por períodos de oscilação na inflação. No entanto,
o país passou por um momento atípico de hiperinflação ou inflação galopante, que aconteceu
durante as décadas de 1980 e 1990, quando a inflação anual chegou a quase 500% ao ano na última
década do século XX. Apenas a título de comparação, um aumento superior a 10% ao ano já é
considerado preocupante.
Muito embora o descontrole inflacionário no país tenha iniciado após as crises do petróleo,
portanto por causas externas, fatores internos acumularam com o passar do tempo e contribuíram
para a deflagração do problema. Durante esse período, os preços no mercado variavam praticamente
todos os dias, com uma queda brutal do poder de compra da população, o que afetou sobretudo as
famílias mais pobres.
Uma série de políticas monetárias foi elaborada pelo governo a fim de conter a inflação,
culminando no Plano Real de 1994, no mesmo período em que a taxa de inflação brasileira chegava
a 5000%. Dentre as medidas implantadas pelo Plano Real estavam a desindexação de preços, o
aumento dos impostos federais e a abertura econômica brasileira, que deu início às privatizações.
As medidas surtiram efeito na economia e houve equilíbrio na inflação, além da equiparação do real
ao dólar.
Em uma escala mundial, períodos de descontrole inflacionário nos países coincide com
momentos de grande instabilidade política e econômica, como foi o caso das duas guerras mundiais,
quando países como a Hungria chegaram a registrar, em 1946, taxas diárias de 207%. Um exemplo
mais recente é o do Zimbábue, cujas transformações na estrutura produtiva e territorial interna e a
intervenção na Guerra do Congo ocasionaram um cenário de taxas inflacionárias de 98% ao dia em
2008.
"Inflação" em: https://brasilescola.uol.com.br/economia/inflacao.htm, acessado em 03/07/2023.