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FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO
Luanda, 2019
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................1
3. CONCLUSÃO.................................................................................................10
4. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
Contudo, caso o BNA venha a manter uma política monetária mais restritiva, o que
limitaria o crescimento da base monetária, poderia causar efeitos que mitiguem a
aceleração no aumento dos preços.
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2. INFLAÇÃO NAS FAMILIAS ANGOLANAS
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São esses os pontos cruciais que fazem com que nosso dinheiro passe a ter um
menor poder aquisitivo.
2.2. Inflação nas Famílias Angolanas
Importa referir que inflação é a subida geral dos preços para o consumidor. Os bens
e serviços consumidos pelas famílias ao longo do ano são representados por um
“cabaz” de artigos, como por exemplo: peixe, carne, farinha, jornais, computadores,
corte de cabelo, seguros. Cada um dos produtos incluídos no cabaz tem um preço,
que pode variar com o tempo. A taxa de inflação homóloga é o preço do cabaz
completo num determinado mês comparado com o seu preço no mesmo mês do ano
anterior. Por exemplo, se um prato de mufete custava 1000 em Outubro de 2018, em
Outubro de 2019 custa cerca de 1400. No mercado informal arredonda-se para
1500.
Os preços subiram mais de um terço. Isto quer dizer que, e não é demais repetir, a
economia angolana tem um problema grave: inflação galopante. Inflação galopante
é o termo utilizado para classificar o tipo de inflação caracterizado por altas taxas,
normalmente acima dos 10 porcento. A economia começa a estar muito próxima da
hiperinflação que acontece quando o aumento anual dos preços é superior a 50
porcento.
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Assim, parece que Angola se encontra numa situação de estagflação. Este termo
designa uma situação de inflação, a que se junta a estagnação. É das piores
situações em que uma economia se pode encontrar, porque exige medidas
contraditórias. O combate à inflação exige a redução do dinheiro em circulação e o
aumento das taxas de juro; o combate à estagnação exige o aumento do dinheiro
em circulação e a diminuição das taxas de juro.
Chegámos a este ponto na economia angolana. Qualquer cura vai trazer sofrimento
grave numa primeira fase. Se o governo optasse por combater a inflação primeiro, o
que deve ser feito, as taxas de juro têm de subir, o dinheiro restringido, o consumo
diminuído, e as importações eventualmente reduzidas. Todo um conjunto de
medidas que deixaria as massas populares ainda mais descontentes. Tecnicamente,
devia ser essa uma parte da receita que o FMI traria.
Aumento salarial: isso faz com que o custo de uma unidade de um produto ou
de um serviço também aumente;
Aumento nos custos de recursos básicos, como matéria-prima: isso faz com
que os custos da produção sejam super elevados (o que reflecte no aumento
do valor final do serviço ou do produto em questão);
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Isto acontece quando os preços dos serviços alimentares, como o pão, aumentam a
um ritmo acelerado.
A queda dos rendimentos reais: milhões de pessoas enfrentam um corte real nos
seus salários, o que significa que ficam com menos dinheiro e que compram menos;
facilmente podem passar mais fome.
Não se pense que tudo se resolve com a subida do preço do petróleo. A causa
estrutural dos problemas da economia não foi a descida dos preços do petróleo. A
descida do preço do petróleo apenas mostrou que a economia de Angola estava no
mar sem calções, como diria o grande investidor americano Warren Buffet.
Note-se, aliás, que uma primeira consequência lateral de tudo isto foi o anúncio
efectuado pelo ex-secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto,
de que Angola adiara até 2021 a pretensão de ser considerada pela ONU um país
de desenvolvimento médio. Angola continua e continuará a ser um país de baixo
desenvolvimento, pobre e com dirigentes multimilionários, que roubam do povo para
serem bilionários.
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O Governo aponta a uma taxa de inflação anual de 15%, mas especialistas admitem
que há dois cenários que podem baralhar as contas: a subida dos preços da
electricidade já este mês e a implementação do Imposto sobre Valor Acrescentado
(IVA) desde de Outubro.
Os dados do INE indicam que das 12 classes que compõem o cabaz de consumo
dos angolanos, a que registou o maior aumento de preço foi “Lazer, Recreação e
Cultura” com 1,54%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas
classes “Bens e Serviços Diversos” e “Saúde” com 1,29% cada e “Mobiliário,
Equipamento Doméstico e Manutenção” com 1,18%.
Quanto à inflação acumulada, que mede a subida dos preços nos primeiros seis
meses de 2019, os preços a nível nacional subiram 6,67%, abaixo do registado no
mesmo mês de 2018, quando a inflação acumulada era de 8,19%.
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As províncias com menor variação foram Cabinda com 0,95%, Uíge com 0,99%,
Zaire com 1,02%, Benguela com 1,05% e Bié com 1,06%.
Depois de vários adiamentos, inicialmente previsto para Janeiro e depois para Julho,
a taxa do Imposto Sobre o Valor Acrescentado de 14% começou a ser aplicado 01
de Outubro em Angola. O IVA vem substituir o imposto de consumo cuja taxa era de
10% e tornou-se o assunto dos vários segmentos da sociedade. Tudo porque falta
mais informação sobre as vantagens e desvantagens deste imposto.
Algumas famílias angolanas, afirmam que a vida já estava difícil mesmo antes da
entrada em vigor do IVA e que agora a situação vai piorar. As coisas estão muito
caras e as vidas estão a complicar-se a cada dia que passa: dinheiro difícil, vida
cara, negócio não anda. Há muitas famílias que almoçam mas já não há pequeno-
almoço e se têm pequeno-almoço só há jantar. Muita gente está a lamentar esta
situação.
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Mas, Archer Mangueira, recentemente substituído como ministro angolano das
Finanças, afirmou que com a entrada em vigor do Imposto do Valor Acrescentado
(IVA) em substituição do imposto do consumo repõe-se a justiça fiscal.
"É um imposto muito mais justo sob ponto de vista da equidade fiscal
comparativamente ao imposto em vigor, imposto de consumo, estamos a falar de um
imposto muito mais justo".
"Está mais do que demonstrado que quando os combustíveis sobem os preços aqui
em Angola, se reflectem no aumento direito e imediato no custo de vida e na
inflação. O Governo vai eliminar os subsídios sobre os combustíveis e depois disso
vai impor também IVA sobre os combustíveis. Então, o efeito vai ser duplo sobre os
combustíveis e eles afectam produtores e consumidores".
A inflação anual manteve uma tendência decrescente durante quase todo o ano de
2018, com excepção dos meses de Setembro e Novembro. O Índice de Preços ao
Consumidor Nacional (IPCN) teve um aumento de 18,36% nos últimos 12 meses,
abaixo do verificado no final de 2017 (23,67%).
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A maior subida de preços foi verificada na classe de habitação, água, electricidade
e combustíveis. A variação acumulada nesta classe atingiu 50,9%,
significativamente acima da variação de 10,4% registada no ano transacto. Por seu
lado, o crescimento dos preços da classe da educação foi o que mais caiu,
passando de 60%, em 2017, para 15,8%, em 2018.
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3. CONCLUSÃO
O ano de 2018 ficou marcado pelas alterações no mercado cambial e pela gestão
da liquidez do sistema financeiro. A gestão da base monetária foi adoptada como o
principal instrumento para controlar a subida dos preços e, considerando a descida
dos níveis da inflação num período marcado por fortes depreciações do Kwanza,
conclui-se que foi eficaz. É possível compreender que o controlo da base monetária
se deu através das operações de mercado aberto para absorção de liquidez e
vendas de divisas.
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4. BIBLIOGRAFIA
https://www.makaangola.org/2016/09/inflacao-galopante-e-estagnacao-em-
angola/
https://www.dw.com/pt-002/angola-iva-vai-encarecer-ainda-mais-a-vida-da-
populacao/
https://angolaforex.com/2019/07/24/inflacao-continua-a-baixar-mas-iva-e-luz-
vao-subir-precos/
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