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INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

ECONOMIA
Licenciatura em Serviço Social

PRINCIPAIS DESEQUILÍBRIOS DO SISTEMA ECONÓMICO

2- A INFLAÇÃO E OUTRAS ALTERAÇÕES DE PREÇOS

Maria Manuel Rodrigues

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Conteúdos:

2. Inflação e outras Alterações de Preços

2.1. Definição de Inflação

2.2. A depreciação da moeda


2.3. Causas da inflação
2.3.1. Inflação pela procura
2.3.2. Inflação pela oferta
2.3.3. Inflação pelas expectativas

2.4. Medidas de Inflação com Base no IPC (ou IHPC)

2.4.1. Taxa de inflação mensal (tim)


2.4.2. Taxa de inflação homóloga (tih)
2.4.3. Taxa média de Inflação nos últimos 12 meses (tim12)
2.4.4. Inflação subjacente, residual ou núcleo duro da inflação (sub)

2.5. Inflação, desinflação, deflação e estagflação

ANEXOS:

Anexo 1 – A ameaça da deflação e a sua superação na Zona Euro/UE – antes de 2018

Anexo 2 - De novo a deflação - Zona Euro/UE (dados para setembro de 2020)

Anexo 3 - A inflação na Zona Euro/UE (dados estimados para setembro de 2022 e abril
de 2023)

Anexo 4 - Evolução recente dos preços em Portugal (dados para abril de 2023)

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2. A inflação

2.1. Definição de inflação

O que entendemos por inflação?

Inflação é uma subida generalizada e sustentada do nível médio dos preços dos bens e
serviços.

Uma “subida generalizada” do nível médio dos preços implica que se verifica na maior parte dos
produtos e não apenas num grupo específico de bens e serviços. Por sua vez, uma “subida
sustentada” do nível médio de preços significa que se verifica de forma continuada e não de
forma ocasional ou sazonal.

A inflação conduz a uma depreciação da moeda (perda do poder de compra) com reflexos
negativos nos níveis de rendimento e riqueza reais (quando não há atualização compensatória
dos rendimentos nominais) e, ainda, a uma perda da competitividade-preço, em termos de
comércio externo (pelos efeitos na taxa de câmbio real).

2.2. A depreciação da moeda

A inflação deprecia a moeda – a mesma quantidade de moeda passa a traduzir-se pela aquisição
de menos bens e serviços.

Assim, a variação do rendimento nominal pode não corresponder a igual variação do


rendimento real.

Entendemos por:

▪ Rendimento nominal – o rendimento expresso num determinado volume de moeda;

▪ Rendimento real – a capacidade aquisitiva do rendimento nominal.

Os salários, como uma forma de rendimento, também se traduzem da mesma forma:

▪ Salário nominal – o montante de moeda recebido;

▪ Salário real – a quantidade de bens e serviços que é possível adquirir com o salário
nominal.

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2.3. Causas da inflação

Existem várias vias pelas quais as economias recebem pressões inflacionistas, seja do lado da
procura ou do lado da oferta, ou, ainda, de uma combinação de pressões por ambas as vias.
Abaixo, faz-se uma reflexão breve sobre essas causas.

2.3.1. Inflação pela procura

A inflação pela procura origina-se em mudanças na procura agregada (agora representada por
Y ou AD). O aumento da procura agregada (Y = C + G + FBC(I) + X – M) pode originar-se no
aumento do consumo, do investimento, dos gastos públicos ou das exportações líquidas. Este
aumento da procura agregada pode estar associado a alterações na política orçamental ou na
política monetária. Em particular, o aumento do consumo e despesas de investimento podem
resultar de uma expansão na oferta de moeda e, consequentemente, de taxas de juro mais
baixas1. Da parte da política orçamental, pode salientar-se o aumento dos gastos públicos ou
uma redução dos impostos.

A figura inferior ilustra o efeito de um aumento na procura agregada (de AD0 para AD1) sobre os
preços. No nível inicial da procura agregada (AD0), o equilíbrio macroeconómico vai encontrar-
se no cruzamento desta curva com a curva da oferta agregada de curto prazo (SRAS), de que
resulta um PIB real de equilíbrio ao nível Y0 e um nível de preços de equilíbrio em P0.

Fonte: adaptado de Nellis, J., Parker, D. 2004. Principles of Macroeconomics

_____________________________________
1 Há uma linha de leitura que considera que a inflação é um fenómeno puramente monetário (inflação pelo aumento do stock de
moeda). No longo prazo, os preços aumentam proporcionalmente à oferta de moeda. Esta linha é defendida por uma escola de
pensamento económico designada de monetarismo.

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Com o aumento da procura agregada (para AD1) a economia alcança de um nível mais alto de
PIB real (Y1), mas também a um nível mais alto de preços (P1).

Num momento posterior, será esperado que os salários nominais aumentem, para compensar
a perda de salário real resultante do aumento de níveis de preços, o que poderá resultar numa
retração (deslocação para a esquerda) da curva da oferta com consequente redução do PIB real
e novo aumento dos preços.

De realçar que se o aumento dos salários reais for acompanhado por um aumento da
produtividade o cenário da deslocação da curva da oferta para a esquerda não terá de se
verificar.

2.3.2. Inflação pela oferta

As causas da inflação também podem residir do lado da oferta, sendo possível apontar várias
fontes:

o Aumento dos preços dos produtos importados – nesta situação, os aumentos dos
preços dos bens importados podem traduzir-se diretamente em inflação no mercado
interno (caso de bens finais) ou indiretamente (no caso de bens intermédios,
normalmente associadas a aumentos dos preços das matérias-primas e combustíveis
importados) provocando inflação pelos custos. Nalgumas vezes, este tipo de inflação
começa por atingir, num primeiro impacto, ramos de produção muito específicos, mas
que, através do multiplicador de custos, acaba por se estender a toda a economia.

o Aumento das taxas de juro – reflete-se na estrutura de custos podendo levar ao


aumento consequente dos preços de venda, se os produtores não aceitarem uma
redução dos lucros;

o Aumento dos salários – também aqui podemos considerar vários cenários. Entre eles:

❖ Cenário 1 – o aumento dos salários não é acompanhado de um aumento da


produtividade do trabalho - a situação é semelhante ao do aumento das
taxas de juro, levando ao aumento dos preços se não for consentida uma
redução nos lucros;

❖ Cenário 2 - o aumento dos salários é compensado por um aumento da


produtividade do trabalho – nesta situação não tem de se desencadear um
processo de inflação pela via dos custos.

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O aumento dos custos levará à retração (deslocação para a esquerda) da curva da oferta de
curto prazo (de SRAS0 para SRAS1), conforme figura inferior.

Fonte: adaptado de Nellis, J., Parker, D. 2004. Principles of Macroeconomics

Neste tipo de inflação, o aumento dos preços é acompanhado por uma estagnação da economia
(na figura superior, o PIB real reduz-se de Y0 para Y1 enquanto os preços aumentam de P0 para
P1).

2.3.3. Inflação pelas expectativas

As pressões inflacionistas ainda podem resultar de um efeito criado por expectativas. Se


é esperado que os preços ou os custos de produção aumentem, é possível que haja uma
resposta pela parte da procura e/ou oferta, e, portanto, antecipar-se a inflação.

As expetativas podem motivar reações dos mais variados agentes económicos. Por
exemplo, se as empresas esperam inflação, é provável que reajam, incorporando essas
expectativas nos seus planos de preços. Por sua vez, se os trabalhadores esperam que os
preços subam, é provável que procurem reagir antes da chegada da inflação exigindo
salários nominais mais elevados. Os consumidores, esperando que os produtos tenham
preços mais elevados no futuro, podem, portanto, antecipar algumas compras também
antecipando a inflação pelo aumento da procura.

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2.4. Medidas de Inflação com Base no IPC (ou IHPC)

Com base no índice de preços do consumidor (IPC) é possível definir várias formas de medir a
inflação.

2.4.1. Taxa de Inflação Mensal (tim)

É o mais simples dos indicadores de inflação. Trata-se de encontrar a variação


percentual do índice de preços entre dois meses consecutivos.

Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠 𝑛


𝐭𝐢𝐦 = ( − 1) 𝑥100
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠 𝑛−1

A taxa de inflação mensal tem como principal vantagem → o facto de permitir detetar
precocemente eventuais tendências de aumento ou diminuição da inflação, uma vez que se
baseia em índices dos últimos dois meses.

Esse é também um dos seus principais inconvenientes → visto que pode haver aumentos
esporádicos dos preços, num determinado mês, que não são significativos em termos de
evolução da inflação num prazo mais longo.

2.4.2. Taxa de Inflação Homóloga (tih)

Para evitar que as flutuações ocasionais dos preços perturbem a verdadeira dimensão da
inflação é frequente recorrer-se à taxa de inflação homóloga. Neste caso, determina-se a taxa
de crescimento do índice de preços num mês, em relação ao valor do índice do mesmo mês,
mas relativamente ao ano anterior.

Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠 𝑛, 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑁


𝐭𝐢𝐡 = ( − 1) 𝑥100
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠 𝑛, 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑁−1

Por definição, a tih refere-se a um período de 12 meses → permitindo ultrapassar o obstáculo


da sazonalidade na análise da inflação.

Mas continua a ser ainda bastante sensível a outras mudanças ocasionais e pouco
significativas dos preços → embora cobrindo um período de 12 meses, baseia-se apenas em
duas observações.

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2.4.3. Taxa média de Inflação nos últimos 12 meses (tim12)
A variação média dos últimos 12 meses compara o índice médio dos últimos doze meses com o
índice médio dos doze meses imediatamente anteriores.

∑Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 ú𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑡é 𝑚ê𝑠 𝑛, 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑁


𝐭𝐢𝐦𝟏𝟐 = ( − 1) 𝑥100
∑Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 ú𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑡é 𝑚ê𝑠 𝑛, 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜 𝑁−1

Esta taxa será calculada com base em 24 registos, o que faz com que seja muito resistente a
mudanças ocasionais, bem como a flutuações sazonais dos preços.

A tim12 para o mês de dezembro corresponde à taxa de inflação anual.

2.4.4. Inflação subjacente, residual ou núcleo duro da inflação


(sub)

Consiste num novo conceito e numa nova perspetiva de abordagem da inflação.

Núcleo duro da inflação – será o valor da inflação para que se tenderia na ausência de choques
temporários da oferta e da procura.

Não há consenso quanto à forma de medir este tipo de inflação. Destacam-se, no entanto, duas
correntes principais. Com base no IPC, destacaríamos uma primeira corrente.

1ª corrente: defende a reconstrução do IPC sem incluir:

▪ Os géneros alimentares não transformados – mais suscetíveis de sofrerem as


influências climatéricas e/ou
▪ A energia – porque revela choques exógenos e/ou
▪ As rendas de alojamentos, impostos, seguros – por serem mais suscetíveis de
sofrerem alterações bruscas sem se sujeitarem ao jogo da oferta e da procura.

Em Portugal, de acordo com esta corrente, construiu-se uma medida de inflação subjacente a
partir do IPC, excluído dos produtos alimentares não transformados e da energia. Este cálculo é
efetuado pelo INE.

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Para saber mais:

O cálculo do IPC é feito através dos seguintes passos sequenciais fundamentais:

✓ Consideração de um cabaz de bens e serviços alargado, no sentido de representar devidamente o padrão


médio de consumo;

✓ Cálculo das quantidades consumidas de cada bem ou serviço do cabaz por cada consumidor num
determinado período, daí resultando o peso relativo de cada um;

✓ Escolha de um ano base que vai servir de referência para o cálculo do IPC;

✓ Cálculo do custo do cabaz no ano base; cálculo do custo do mesmo cabaz de compras no ano que se está a
considerar;

✓ Estabelecimento da relação entre os preços de custo do cabaz do ano que se está a considerar e do ano
base. Assim, se por exemplo o cabaz custava € 500,00 em 1980 (ano base) e 1000,00 em 2002, o IPC de 2002
face ao de 1980 é calculado através do rácio entre 1000,00 (como numerador) e 500,00 (como denominador)
multiplicado por 100, sendo o resultado neste caso 200. A interpretação a dar ao IPC neste caso seria a
seguinte: em 2002 pode comprar-se com € 200,00 o mesmo que em 1980 se comprava com € 100,00.

O IPC permite ainda o cálculo da taxa de inflação periódica (…). “

Adaptado de índice de preços no consumidor (IPC)

In Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC):

✓ O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) é o indicador de inflação mais apropriado para
comparações entre os diferentes países da União Europeia;

✓ Este indicador é, desde fevereiro de 1999, utilizado pelo Banco Central Europeu como instrumento para
aferir a “estabilidade dos preços” dentro da área do Euro;

✓ Do ponto de vista metodológico, não existem grandes diferenças entre o IHPC e o IPC. No entanto, o
diferente âmbito de cobertura populacional do IHPC origina uma estrutura de ponderação diferente da do
IPC. A diferença resulta sobretudo da inclusão na estrutura do IHPC da despesa realizada pelos não
residentes (“turistas”), parcela esta excluída do âmbito do IPC, podendo os dois indicadores apresentar, por
este motivo, resultados não coincidentes.

Adaptado de “Que dados divulga o INE sobre o IHPC Índice Harmonizador de Preços no Consumidor?”

INE

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2.5. Inflação, Desinflação, Deflação e Estagflação
Para além da inflação, um amplo leque de terminologias sobre variação de preços chega
regularmente até nós, sem que, na maioria das vezes, se tornem explícitos os conceitos que lhe
estão associados. Alguns esclarecimentos de partida:

▪ Inflação - aumento continuado e generalizado dos preços dos bens e serviços;

▪ Desinflação - desaceleração do ritmo de crescimento dos preços;

▪ Deflação - quebra geral dos preços dos bens e serviços, associada a uma restrição da
procura, da produção e do emprego;

▪ Estagflação – estagnação da produção e aumento do desemprego acompanhadas por


um aumento dos preços.

Neste ponto da matéria, facilmente se percecionam os efeitos negativos das altas taxas de inflação,
nomeadamente em termos da redução do poder de compra e impacto no comércio externo. No entanto,
outros fenómenos relacionados com os preços vêm perturbar, igualmente, o normal funcionamento das
economias.

Em anos recentes, em vez das habituais preocupações com a inflação, foi a deflação que preocupou os
decisores políticos, como se poderá constatar nos artigos que se seguem.

Comece por assistir a um pequeno vídeo que explica a deflação (pode ignorar um pouco a situação
brasileira e concentrar-se no que é a deflação e nas medidas que se apontam para a sua resolução, visto
que são generalizáveis para qualquer parte do Mundo) e leia, seguidamente, os recortes de imprensa,
relativos a diferentes anos.

▪ O que é a deflação? (vídeo em português do Brasil)

Vídeo publicado por: contabilidadetv


Fonte: Youtube
Data de publicação: 19/02/2017
Aceda em: https://www.youtube.com/watch?v=atpD4MFtBFU

▪ Draghi diz que riscos de deflação “já não existem”

Texto: s/a
Fonte: Público
Publicado: 09.março.2017
Aceda em: https://www.publico.pt/2017/03/09/economia/noticia/draghi-diz-que-riscos-de-deflacao-ja-nao-
existem-1764615

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(continua)
(continuação)

▪ Portugal entra em deflação em julho. Já não sucedia há quatro anos

Texto: Jorge Nascimento Rodrigues


Fonte: Expresso
Publicado: 31.julho.2019
Aceda em: https://expresso.pt/economia/2019-07-31-Portugal-entra-em-deflacao-em-julho.-Ja-nao-sucedia-ha-
quatro-anos

▪ BCE baixa juros e regressa às compras de dívida

Texto: Sérgio Aníbal


Fonte: Público
Publicado: 12.setembro.2019
Aceda em: https://www.publico.pt/2019/09/12/economia/noticia/bce-baixa-juros-regressa-compras-divida-
1886348

▪ Inflação na zona euro cai para 0,7% em março. Nível mais baixo desde outubro

Texto: Jorge Nascimento Rodrigues


Fonte: Expresso
Publicado: 31.março.2020
Aceda em: https://expresso.pt/economia/2020-03-31-Inflacao-na-zona-euro-cai-para-07-em-marco.-Nivel-mais-
baixo-desde-outubro

▪ BCE não mexe na política monetária apesar de enfrentar deflação e nova vaga de covid-19

Texto: Jorge Nascimento Rodrigues


Fonte: Expresso
Publicado: 10.setembro.2020
Aceda em: https://expresso.pt/economia/2020-09-10-BCE-nao-mexe-na-politica-monetaria-apesar-de-
enfrentar-deflacao-e-nova-vaga-de-covid-19

Mas o cenário mudou de rosto e a inflação reapareceu, tornando-se muito elevada ainda em 2021.
Vamos procurar as razões!...

▪ Porque é que a inflação é atualmente tão elevada?

Texto: s/a
Fonte: Banco Central Europeu
Publicado: 16.novembro.2021
Aceda em: https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/explainers/tell-me-more/html/high_inflation.pt.html

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(continuação)

▪ BCE avisa que mudança prematura da política monetária asfixiaria recuperação

Texto: Agência Lusa


Fonte: Jornal de Negócios
Publicado: 13.setembro.2021
Aceda em: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/bce-avisa-que-mudanca-prematura-da-politica-
monetaria-asfixiaria-recuperacao

O pior ainda estaria para chegar, em 2022, com a invasão da Ucrânia!...


Começa, então, a ouvir falar-se dos receios da estagflação!

O termo estagflação começou a ser utilizado para descrever a crise económica mundial que se fez sentir
a partir da década de 1970 do século passado. As suas causas estavam no lado da oferta (diminuição da
oferta agregada) que assentava na crise do petróleo. O primeiro choque petrolífero, de 1973, foi
desencadeado pelo embargo dos países árabes, organizados na OPEP, nomeadamente em protesto contra
o apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel, durante a IV guerra Árabe-Israelita (6 a 26 de outubro
de1973). Os preços do barril de petróleo atingiram valores altíssimos, chegando a aumentar 400% em
cinco meses (17 de outubro de 1973 – 18 de março de 1974) Outros choques do petróleo se seguiriam,
nomeadamente, devidos à crise política no Irão (1979), e à guerra Irão-Iraque (a partir de 1980). Em
consequência, os Estados Unidos e a Europa experienciaram uma prolongada recessão e a economia
mundial desestabilizou-se perante um novo fenómeno: a estagnação da produção e aumento do
desemprego em paralelo com o aumento dos preços.

▪ As três componentes da estagflação explicadas por Mário Centeno

Texto: s/a
Fonte: SIC Notícias
Publicado: 11.março.2022
Aceda em: https://sicnoticias.pt/especiais/guerra-russia-ucrania/2022-03-11-as-tres-componentes-da-
estagflacao-explicadas-por-mario-centeno

▪ A guerra na Ucrânia representa um retrocesso grave para a recuperação económica da


Europa

Texto: Alfred Kammer


Fonte: Fundo Monetário Internacional
Publicado: 22.abril.2022
Aceda em: https://www.imf.org/pt/Blogs/Articles/2022/04/21/blog042222-eurreo-war-in-ukraine-is-serious-
setback-to-europe-economic-recovery

▪ É oficial. BCE sobe taxas de juro na Zona Euro em 50 pontos base

Texto: Leonor Mateus Ferreira; Fábio Carvalho da Silva


Fonte: Jornal de Negócios
Publicado: 21.julho.2022
Aceda em: https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/e-oficial-bce-sobe-taxas-de-juro-na-
zona-euro-em-50-pontos-base

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Nota: Sobre as estatísticas de evolução dos preços: quer em Portugal quer na Zona Euro/UE,
consultar anexos deste texto.
(continuação)

▪ BCE aumenta taxas de juro em 75 pontos. Revê em baixa crescimento em 2023

Texto: Mariana Espírito Santo


Fonte: Sapo
Publicado: 8.setembro.2022
Aceda em: https://eco.sapo.pt/2022/09/08/bce-aumenta-taxas-de-juro-em-75-pontos-base/

▪ Aumento das taxas de juro vai provocar recessão ainda mais profunda.

Texto: Agência Lusa


Fonte: Diário de Notícias
Publicado: 27.setembro.2022
Aceda em: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/bce-avisa-que-mudanca-prematura-da-politica-
monetaria-asfixiaria-recuperacao

▪ BCE sobe juros em 75 pontos base para nível mais alto desde 2008

Texto: Alberto Teixeira


Fonte: Sapo
Publicado: 27.outubro.2022
Aceda em: https://eco.sapo.pt/2022/10/27/bce-atira-juros-para-o-nivel-mais-alto-desde-2008-aumento-e-de-
75-pontos-base/

▪ Lagarde promete manter subida das taxas de juro, mesmo com recessão à vista

Texto: s/ autor
Fonte: Negócios
Publicado: 1.novembro.2022
Aceda em: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica-monetaria/detalhe/lagarde-promete-manter-
subida-das-taxas-de-juro-mesmo-com-recessao-a-vista

▪ Famílias em Portugal “sofrem” com subida de juros, admite Lagarde

Texto: s/ autor
Fonte: Idealista
Publicado: 5.maio.2023
Aceda em: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica-monetaria/detalhe/lagarde-promete-manter-
subida-das-taxas-de-juro-mesmo-com-recessao-a-vista

Nota: Sobre as estatísticas de evolução dos preços: quer em Portugal quer na Zona Euro/UE,
consultar anexos deste texto.

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Como já terá percebido, na Zona Euro e no Mundo, a variação das taxas de juro surgem como
resposta íntima às variações dos preços.

As taxas de juro oficiais do BCE são:

• A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento, ou seja, as taxas


que proporcionam a maior partem do refinanciamento ao sistema financeiro, pelo prazo
de uma semana.

• a taxa de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez, ou seja, a taxa


a que os bancos podem obter liquidez pelo prazo overnight (um dia) junto do
Eurosistema;

• a taxa de juro da facilidade permanente de depósito, ou seja, a taxa a que os bancos


podem constituir depósitos pelo prazo overnight junto do Eurosistema.

Evolução das taxas de Juro do BCE de setembro de 2019 até ao presente

Fonte: Banco de Portugal

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ANEXOS

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Anexo 1 - A ameaça da deflação e a sua superação na Zona Euro/UE – antes de 2018

Taxa média de inflação anual (com base no IHPC)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017


Zona
Euro 19 1.6 2.7 2.5 1.3 0.4 0.0 0.2 1.5

EU 28
2.1 3.1 2.6 1.5 0.5 0.0 0.3 1.7

Portugal
1.4 3.6 2.8 0.4 -0.2 0.5 0.6 1.6

Espanha
2.0 3.0 2.4 1.5 -0.2 -0.6 -0.3 2.0

Grécia 4.7 3.1 1.0 -0.9 -1.4 -1.1 0.0 0.0

Fonte: Eurostat

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Anexo 2 – De novo a deflação - Zona Euro/UE (dados para setembro de 2020)

September 2020

Annual inflation down to -0.3% in the euro area Down to 0.3% in the EU

The euro area annual inflation rate was -0.3% in September 2020, down from -0.2% in August. A
year earlier, the rate was 0.8%. European Union annual inflation was 0.3% in September 2020,
down from 0.4% in August. A year earlier, the rate was 1.2%. These figures are published by
Eurostat, the statistical office of the European Union. The lowest annual rates were registered in
Greece (-2.3%), Cyprus (-1.9%) and Estonia (-1.3%). The highest annual rates were recorded in
Poland (3.8%), Hungary (3.4%) and Czechia (3.3%). Compared with August, annual inflation fell in
thirteen Member States, remained stable in seven and rose in seven

Fonte: Eurostat, 16 de outubro de 2020

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Anexo 3 –A inflação na Zona Euro/UE (dados estimados para setembro de 2022 e abril de 2023)

Euro area annual inflation up to 10.0%


Flash estimate - September 2022

Euro area annual inflation is expected to be 10.0% in September 2022, up from 9.1% in August
according to a flash estimate from Eurostat, the statistical office of the European Union. Looking
at the main components of euro area inflation, energy is expected to have the highest annual
rate in September (40.8%, compared with 38.6% in August), followed by food, alcohol & tobacco
(11.8%, compared with 10.6% in August), non-energy industrial goods (5.6%, compared with 5.1%
in August) and services (4.3%, compared with 3.8% in August).

Fonte: Eurostat, 30 de setembro de 2022

Euro area annual inflation up to 7.0%


Flash estimate - april 2023

Euro area annual inflation is expected to be 7.0% in April 2023, up from 6.9% in March according
to a flash estimate from Eurostat, the statistical office of the European Union. Looking at the main
components of euro area inflation, food, alcohol & tobacco is expected to have the highest annual
rate in April (13.6%, compared with 15.5% in March), followed by non-energy industrial goods
(6.2%, compared with 6.6% in March), services (5.2%, compared with 5.1% in March) and energy
(2.5%, compared with -0.9% in March).

Fonte: Eurostat, 2 de maio de 2023

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Anexo 4 – Evolução recente dos preços em Portugal (dados para abril de 2023)

Notas para abril de 2023:

Tendo por base a informação já apurada,

▪ A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) diminuiu para 5,7% em
abril de 2023, taxa inferior em 1,7 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior. Esta
desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da
eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em abril de 2022.
▪ O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não
transformados e energéticos) registou uma variação de 6,6% (7,0% em março).

▪ A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -12,7% (-4,4% no mês
precedente) e o índice referente aos produtos alimentares não transformados desacelerou para
14,1% (19,3% no mês anterior).

▪ A variação mensal do IPC foi 0,6% (1,7% no mês precedente e 2,2% em abril de 2022).

▪ A variação média dos últimos doze meses foi 8,6% (8,7% em março).

▪ O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação


homóloga de 6,9%, valor inferior em 1,1 p.p. ao registado no mês anterior e inferior em 0,1 p.p.
ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro

Adaptado de: INE; DESTAQUE; Índice De Preços No Consumidor;


11 de maio de 2023

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