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PROVA 2 – MACRO II

(PROVÁVEL SUB)

1- Como as expectativas quanto a trajetória futura do produto e das taxas de juros


afetam o modelo IS-LM? Nesse cenário, qual o impacto de curto prazo da política
fiscal?

R: Em primeira análise, no que tange os efeitos no modelo IS-LM das expectativas


futuras do produto e das taxas de juros, temos as seguintes relações:

Aumento na trajetória futura do produto: desloca a curva IS para direita, uma vez que
as variáveis C e I são uma função crescente de Y^e, sendo assim, uma renda futura
esperada maior faz com que os consumidores se sintam mais ricos e gastem mais, além
disso, esse efeito aumentam os lucros esperados, levando as empresas a investirem mais.
Por fim, esses efeitos geram um aumento no produto.

Diminuição na trajetória futura do produto: desloca a curva IS para a esquerda, isto pois
as variáveis C e I são uma função crescente de Y^e, sendo assim, uma renda futura
esperada menor faz com que os consumidores se sintam menos riscos e gastem menos,
além disso, esse efeito diminuem os lucros esperados, levado as empresas a investirem
menos. Por fim, esses efeitos geram uma diminuição no produto.

Aumento na trajetória futura das taxas de juros: desloca a curva IS para a esquerda, uma
vez que a variável I é uma função decrescente de i, sendo assim, um aumento na taxa de
juros futura esperada reduz o gasto atual, reduzindo o produto.

Diminuição na trajetória futura das taxas de juros: desloca a curva IS para a direita, uma
vez que a variável I é uma função decrescente de i, sendo assim, uma diminuição na taxa
de juros futura esperada aumenta o gasto atual, aumentando o produto.

Por fim, agora no âmbito do impacto de curto prazo da política fiscal, temos que,
normalmente, no curto prazo, uma política fiscal contracionista, a menos que seja
compensada por uma expansão monetária, leva a uma redução dos gastos e a uma
contração no produto. Entretanto, vários economistas argumentaram que, sob algumas
condições, essa política econômica pode, na verdade, aumentar o produto, mesmo no
curto prazo. Seu argumento é: se as pessoas levam em conta os efeitos benéficos futuros
dessa política (redução do déficit público), suas expectativas sobre o futuro podem
melhorar o suficiente para levar um aumento no gasto atual e consequentemente no
produto.

2- Como o governo deveria combinar política fiscal e cambial para aumentar o produto
sem aumentar o superávit comercial (ou reduzir o déficit). Mostre isso graficamente.

R:Em primeira análise, temos que, visando aumentar o produto sem aumentar o superávit
comercial, o governo pode utilizar uma política fiscal expansionista e uma política
monetária contracionista.

No que tange à política fiscal expansionista, temos que a partir dela, a curva IS é
deslocada para a direita, uma vez que os gastos governamentais aumentam e
consequentemente o produto é expandido. Por outro lado, uma política monetária
contracionista desloca a curva LM para a esquerda (ou para cima), fazendo com que a
taxa de juros interna aumente, causando uma apreciação na taxa de câmbio. Como a
varíavel NX (exportações líquidas) é uma função decrescente com de e (taxa de câmbio
interna), essa apreciação no câmbio diminui as exportações líquidas, ou seja, não há um
aumento no superávit comercial. Segue abaixo a relação gráfica entre essas políticas
econômicas:

3- Por que sob um regime de taxa de câmbio fixa, o Banco Central abre mão da política
monetária?

4- Admita que uma economia está operando abaixo do produto natural. Como se daria
o ajuste se o governo não tomasse nenhuma medida de política econômica (fiscal,
monetária e cambial)? Como o governo poderia usar a política cambial para buscar
o pleno emprego? (defina o câmbio como na questão 2); Ao final do processo, quais
das duas ações (não fazer nada ou promover uma política cambial) seria melhor
para reduzir o déficit comercial?

R: (i) Primeiramente, vale destacar que a relação da Curva de Phillips é dada por:
Como a economia é aberta, é necessária uma hipótese sobre as taxas iniciais de inflação
interna e externa. Se o produto fosse igual ao produto natural, as inflações internas e
externas seriam equivalentes.

Dito isso, quando uma economia está operando abaixo do produto natural, caso o governo
opte por não tomar nenhuma medida, o ajuste seria dado, no médio prazo, no nível de
preços, uma vez que, quando o produto está abaixo do produto natural, a taxa de inflação
é mais baixa que o esperado, ou seja, o nível de preços domésticos aumenta mais
lentamente que o nível de preços estrangeiros. Isso implica que, uma das variáveis da
definição de câmbio EP/P* deve se ajustar para que isso resulte em um aumento das
exportações líquidas, assim como no produto, até esse ir em direção ao produto natural.

𝐸𝑃
(ii) Primeiramente, temos que a taxa de câmbio real é definida como ε = 𝑃∗ , onde P é o
preço interno, P* é o preço externo e E é a taxa de câmbio nominal (que converte o preço
do bem interno de moeda nacional para moeda estrangeira). Dito isso, a fim de buscar o
pleno emprego, o governo deveria, a partir da política cambial, depreciar a taxa de câmbio
real, a fim de aumentar as exportações líquidas, levando a um aumento do produto e do
emprego. Isso ocorre, pois NX(Y,Y*, ε).
- + -
(iii) Do ponto de vista da balança comercial, uma desvalorização da moeda é uma
estratégia eficaz para atingir esse objetivo.

PROVA 1 – MACRO II

1- Modelo AS-DS com modelo IS-LM com as expectativas o que ocorre com
a expansão monetária ou redução de déficit? Derive a curva de demanda
agregada a partir das IS-LM. QUAL O IMPACTO NA CURVA AD DE
UM AUMENTO DOS GASTOS DO GOVERNO?

R: (i) Uma política monetária expansionista, como um aumento na oferta monetária,


aumenta a demanda agregada na economia, deslocando a curva DA para a direita. Ao
alterar o equilíbrio do ponto A para o ponto A’, no curto prazo, há um aumento no
nível de produção e no nível de preços:
Contudo, com o passar do tempo, os preços começam a se ajustar. Como resultado, a
curva de oferta agregada (OA) começa a se deslocar para a esquerda (para OA’),
movendo-se de volta ao nível de produção potencial, mas a um nível de preço mais
alto (ponto A’’). Sendo assim, a política monetária expansionista no curto prazo
aumenta tanto o nível de preços quanto o de produção. No médio prazo, enquanto o
nível de produção retorna ao seu potencial, o nível de preços é permanentemente mais
alto.

(ii) Vale destacar que a curva de demanda agregada é derivada a partir das
condições de equilíbrio nos mercados de bens e financeiros:

IS: Y=C(Y-T)+I(Y,i)+G

LM: M/P=YL(i)

Ocasionando em:

Y=Y(M/P,G,T)

(iii) A um determinado nível de preços, um aumento nos gastos do governo aumenta


a produção, descolando a curva de demanda agregada para a direita.

2- O Banco Central consegue manter o produto mais elevado no médio e no longo


prazo por realizar uma política monetária expansionista? O que isso tem a ver
com o efeito Fisher?
R: O Banco Central não consegue manter o produto mais elevado no médio e no
longo prazo a partir de uma política monetária expansionista, uma vez que, no médio
e no longo prazo, o produto retorna ao seu nível natural. No médio prazo, a taxa de
inflação é igual a taxa de crescimento monetário menos a taxa de crescimento da
produção, ou seja: π=gm-gy. Com isso, a taxa de juros nominal aumenta, de um para
um, com a inflação, como diz a hipótese de Fisher.

3- Suponha que em virtude do excesso de endividamento, as famílias decidam


reduzir o nível de consumo. Com o propósito de combater uma eventual
recessão, o banco central resolve realizar uma política monetária expansionista
com o objetivo de manter o nível de produto estável. Análise essa situação
graficamente. O que aconteceria com o preço das ações na economia?
R: Em primeira análise, como na situação proposta as famílias estão endividadas e
irão reduzir o nível de consumo, com tudo mais constante, a curva IS que é uma
função crescente da variável C (consumo) deslocar-se-á para a esquerda. Com o
propósito de combater uma eventual recessão, o Banco Central realizará uma política
monetária expansionista, a qual desloca a curva LM para baixo. Caso esses dois
deslocamentos (da IS e da LM) forem proporcionais, o produto manter-se-á constante
e o objetivo do Banco Central de manter o nível de produto estável será concluído.
Por fim, o preço das ações na economia iria depender das expectativas dos agentes
econômicos, se eles não projetassem essa política monetária expansionista, o preço
das ações iria subir, uma vez que a taxa de juros reduziu de maneira inesperada, agora,
se os agentes econômicos já esperavam essa política, a bolsa de valores não reagiria.

4- No modelo IS-LM tradicional uma recessão pode ser combatida com uma
política fiscal (ou monetária) expansionista. Ao introduzirmos as expectativas no
modelo os resultados são menos claros. Como as expectativas podem alterar os
resultados do modelo ISLM tradicional? O que você entende por restrição
expansionista (referente a política fiscal)?

R: No modelo IS-LM com expectativas racionais, uma política monetária ou fiscal


expansionista pode não ser eficaz na mitigação de recessões devido à forma como os
agentes econômicos antecipam os efeitos a longo prazo dessas políticas. Quando o
governo adota uma política expansionista, como a redução das taxas de juros ou o
aumento dos gastos públicos, os agentes econômicos consideram não apenas os
efeitos imediatos, mas também as implicações de longo prazo. Eles podem perceber
que as ações do governo resultarão em aumento da oferta de moeda e, eventualmente,
em pressões inflacionárias. Em resposta, os agentes podem ajustar suas expectativas
de inflação e taxas de juros futuras, o que pode levar ao aumento dos juros reais
esperados no futuro. O aumento dos juros reais pode reduzir o investimento e o
consumo, contrabalançando os efeitos iniciais da política expansionista e até mesmo
diminuindo o produto a longo prazo. Portanto, no contexto das expectativas racionais,
as políticas expansionistas podem não ser eficazes na recuperação econômica, uma
vez que os agentes econômicos antecipam os efeitos de longo prazo que podem ser
contraproducentes.

A restrição expansionista, também conhecida como "restrição orçamentária" ou


"restrição fiscal", é um conceito na política fiscal que se refere às limitações
financeiras enfrentadas por um governo ao buscar uma política fiscal expansionista.
Em outras palavras, é a ideia de que um governo pode enfrentar dificuldades
financeiras ou restrições quando tenta aumentar os gastos públicos ou reduzir
impostos para estimular a demanda agregada e a atividade econômica.

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