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Disciplina: Macroeconomia II

Professor: Dr. Ulisses Ruiz de Gamboa

PRIMEIRA LISTA DE PERGUNTAS

1) De acordo com as modificações propostas por Milton Friedman e Edmund Phelps


para a curva de Philips, a taxa de desemprego deveria ser mantida acima do que
consideraram a taxa natural de desemprego, na qual o nível de preços existente é
igual ao nível de preços esperado e a inflação atual corrente correspondente à
inflação esperada. Discuta.

2) Determine os efeitos, no contexto de um modelo simples de ciclos econômicos


reais (RBC), dos seguintes choques de oferta agregada:

i) Mudança de preferência dos trabalhadores a favor do ócio.


ii) Mudanças climáticas favoráveis à produção agrícola.
iii) Tributação dos dividendos.

3) Considere uma economia, descrita pelas seguintes equações:

Curva de Phillips: t t1 (ut 0,09)


Lei de Okun: ut  ut 1  0, 4(gyt  0, 03)
Demanda Agregada: gyt = gmt t

Com base nesse modelo, julgue as afirmativas:

a) Os agentes têm expectativas adaptativas.


b) A taxa natural de desemprego é de 3%.
c) Sendo a taxa de desemprego igual à taxa natural, a taxa de crescimento do
produto será de 3%.
d) Sendo a taxa de desemprego igual à taxa natural, e sendo de 8% a taxa de
inflação, a taxa de crescimento monetário será de 5%.
e) Suponha que a taxa de desemprego esteja, inicialmente, em seu nível natural.
Uma redução da taxa de crescimento monetário provoca um aumento da taxa
de desemprego (acima da taxa natural), mas esse movimento se reverte ao
longo do tempo.
4) A incorporação das expectativas dos agentes econômicos na avaliação de
prováveis impactos da política de estabilização ou anticíclica é indispensável.
Como não se dispõe de informações sobre as expectativas dos agentes
econômicos, os economistas desenvolveram modelos de formação de expectativa
que pudessem ser usados para antecipar as reações dos agentes econômicos e,
desse modo, inferir sobre os impactos das políticas. Considerando uma situação
inicial, na qual haja estabilidade de preços e o nível corrente do produto seja o de
pleno emprego (produto potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de formação de expectativas
com os resultados para a economia, antecipados no curto e no longo prazos, em
decorrência da nova política macroeconômica, apresentados abaixo.

Modelo de Expectativas

I - Adaptativas
II - Racionais

Impactos da política macroeconômica sobre a economia:

No curto prazo:

P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.


Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.

No longo prazo:

R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.


S - Não há mudança nos preços e no produto.
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.

As associações corretas são:

a) I - P e R; II - Q e R
b) I - P e T; II - Q e S
c) I - P e S; II - P e S
d) I - Q e S; II - P e T
e) I - Q e R; II - P e R

5) A existência de ciclos econômicos tem estimulado o desenvolvimento das mais


variadas teorias que procuram explicar suas causas de modo a sugerir o que pode
ser feito pelos responsáveis pelas políticas macroeconômicas. Nessa perspectiva,
relacione as explicações às referências de autores, grupo de autores ou teoria a
seguir.
Proposições

I - Os ciclos econômicos são identificados pelos movimentos


autocorrelacionados das discrepâncias do produto real quanto à sua
tendência, as quais não podem ser explicadas pela disponibilidade de fatores
e pela tecnologia.
II - À medida que a economia se aproxima do pleno emprego, a taxa de
crescimento do produto se reduz e, pelo efeito acelerador, os investimentos
caem, o que realimenta a redução na taxa de crescimento do produto pelo
multiplicador keynesiano.
III - O princípio do acelerador não considera a existência de excesso de
capacidade durante os ciclos, excesso que pode permitir aumento de
produto sem que ocorra investimento; dessa forma, os investimentos devem
depender das taxas de lucro e não do crescimento do produto, como sugere
o princípio do acelerador.
IV- A maioria das flutuações econômicas é causada, não pelas variações de
demanda agregada decorrentes de mudanças de expectativas ou otimismo
empresarial, mas sim pelas reações dos agentes econômicos a choques de
oferta.

Autores ou teorias

P - Kalecki
Q - Keynesianos
R - Teoria dos Ciclos Reais
S - Novos Clássicos
T - Teoria Monetarista dos ciclos

As associações corretas são:

a) I – R ; II – S ; III – P e IV – Q.
b) I – R ; II – S ; III – T e IV – P.
c) I – S ; II – P ; III – R e IV – T.
d) I – S ; II – Q ; III – P e IV – R.
e) I – T ; II – Q ; III – S e IV – R.

6) As duas tabelas abaixo apresentam o plano de desinflação dos países A e B e o


comportamento projetado da taxa de desemprego e da taxa de crescimento do
produto. Partindo da inflação observada no ano 1 (15% no país A e 16% no país B),
as linhas das tabelas mostram, ano a ano, a trajetória alvo desenhada para a taxa
de inflação dos países A e B e as respectivas trajetórias da taxa de desemprego e
da taxa de crescimento do produto para alcançar os níveis de inflação desejados
(3% no país A e 4% no país B).
País A

Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Inflação 15 13 11 9 7 5 3 3 3 3

Taxa de 5,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 5,5 5,5 5,5
desemprego
Taxa de
crescimento do 3,5 -0,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 7,5 3,5 3,5
Produto

País B

Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Inflação 16 14 12 10 8 6 4 4 4 4

Taxa de 5,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 5,5 5,5 5,5
desemprego
Taxa de
crescimento do 3,5 -4 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 11 3,5 3,5
Produto

Com base nestas informações, responda:

I. A taxa de desemprego natural e a taxa de crescimento normal do


produto são iguais em ambos os países.
II. Os agentes têm expectativas racionais.
III. A razão de sacrifício (ou taxa de sacrifício) da desinflação em termos
de excesso de desemprego é maior no país A.
IV. No país B, as empresas ajustam o emprego mais que
proporcionalmente em resposta aos desvios do crescimento do
produto em relação ao crescimento normal.
V. As trajetórias das variáveis macroeconômicas dos planos de
desinflação dos dois países estão sujeitas à Crítica de Lucas.

7) A teoria dos ciclos econômicos reais pretende que as flutuações econômicas de


curto prazo devam ser explicadas assumindo que os preços da economia sejam
totalmente flexíveis, ao contrário da teoria keynesiana, que os considera rígidos
no curto prazo. Analise as seguintes afirmativas sobre essa teoria.

I. A quantidade ofertada de mão de obra depende positivamente dos


incentivos econômicos oferecidos ao trabalhador.
II. Se os salários dos trabalhadores estiverem altos e ou taxa de juros for
elevada, os trabalhadores preferirão trabalhar menos e a economia
entrará em recessão.
III. A aprovação de uma legislação ambiental muito restritiva ou o
aumento do preço internacional do petróleo não são fatores que
podem induzir a economia à recessão.
IV. A oferta de moeda é endógena e a expansão dela em função do
crescimento da atividade econômica pode dar a ilusão de que a
moeda não é neutra, embora ela o seja de fato.

É correto o que consta APENAS em


a) I e II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.

8) Avalie as seguintes afirmativas (V ou F), JUSTIFICANDO sua resposta.

a) Em uma economia com expectativas racionais, um corte de impostos


antecipado pelos agentes não teria nenhum impacto sobre o produto,
tanto no curto como no longo prazo.
b) Na Teoria dos Ciclos Econômicos Reais, as variações no produto são
explicadas segundo os choques de demanda, por conta do passeio
aleatório do PIB.
c) Nos Modelos Novos Keynesianos, a existência da rigidez de preços se
deve ao fato de que as firmas enfrentam concorrência perfeita e,
portanto, não podem ajustar seu preço de forma individual.
d) De acordo com Froyen, qual é a visão dos novos-clássicos sobre a Grande
Depressão? JUSTIFIQUE, utilizando o modelo macroeconômico de
expectativas racionais.

9) Considere a seguinte versão numérica do modelo IS-LM:

C = 20 + 0,25 Yd
I = 10 + 0,25Y – 100i
G = 20
T = 20
d
M 
 
 P = 2Y – 800i
s
M 
 
P = 120
em que: C é o consumo agregado, Y é a renda, Yd é a renda disponível, I é o
investimento privado, i é a taxa de juros, T é a arrecadação tributária, G é o
gasto do Governo. Por sua vez, as duas últimas equações representam,
respectivamente, a demanda e a oferta de moeda, ambas em termos reais.
Utilizando o instrumental IS-LM, determine o produto de equilíbrio.

10) Utilizando os modelos macroeconômicos vistos nas aulas, discuta os seguintes


parágrafos:

Monetarismo Revisitado, 100 anos Depois

Criativo, e por isso polêmico, o economista André Lara Resende suscitou uma reviravolta
no meio acadêmico brasileiro com a publicação de um artigo na edição de

13 de janeiro deste jornal, sob o título "Juros e conservadorismo intelectual".


No texto, ele replica e apoia os argumentos do economista americano, John H. Cochrane,
da Universidade de Stanford, de que a política de "Quantitative Easing" (QE), adotada pelos
bancos centrais das economias desenvolvidas para debelar a crise de 2008 e estimular a
atividade, estaria introduzindo uma grande novidade no campo das teorias monetárias pela
persistência da baixa inflação com juros nominais próximos de zero.
É curioso, no entanto, que Cochrane (e também André Lara Resende), ao valer-se da
situação monetária atual no mundo, não tenha considerado em suas análises a outra regra
de Fisher, a regra básica monetária, pela qual a quantidade de moeda na economia (M)
multiplicada pela velocidade de circulação da moeda (V) resulta na criação de renda, ou
produto (Y) vezes preço (P). A célebre MV = PY. André justifica em seu artigo no Valor a
tese de Cochrane, argumentando que um brutal aumento da quantidade de moeda
(ocorrida com os QE) deveria levar a um aumento proporcional no nível de preços, segundo
os modelos convencionais.
"E, portanto", diz ele, "a uma explosão inflacionária", mas que "não foi o que ocorreu".
Acontece que a inflação não explodiu devido à drástica queda do V na equação de Fisher.
Ou seja, a quantidade de moeda cresceu, mas a velocidade com que a moeda circula na
economia caiu de forma muito expressiva. O Federal Reserve Bank de St. Louis, mostra
que no final do último trimestre de 2016 (dado mais recente) a relação entre o PIB e a
oferta de moeda (denotando o número de vezes que a moeda trocou de mãos para a
aquisição de bens e serviços) nos Estados Unidos havia caído para 1,43, o nível mais baixo
registrado, contra a relação de 2,01 observada no mesmo período de 2006, quando a
economia já dava sinais de problemas com a crise dos subprimes.
Aquela queda na velocidade da moeda (referenciada ao comportamento do M2, oferta de
moeda mais depósitos à vista nos bancos e de poupança, além de certificados de depósitos
até US$ 100 mil) significa que, apesar dos QEs, as pessoas preferiram reter o dinheiro ao
invés de gastá-lo por medo da retração econômica.

Adaptado do artigo de Maria Clara R. M. do Prado, publicado no Valor


Econômico em 09/02/2017

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