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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


Seminários de Finanças e Estratégia

O PAPEL DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA NO RISCO DE


CRÉDITO DOS BANCOS COMERCIAIS

Trabalho elaborado por:


Sabino Ferraz
Manuel Paxi
Albino Samuenho
Laurinda de Macedo
Como requisito de avaliação em Seminários de Finanças e Estratégia

Luanda, Julho de 2013


Resumo

O Banco Nacional de Angola é o banco central e emissor de Angola. Tem


como principais funções o asseguramento e preservação do valor da moeda nacional
bem como a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, cambial e
de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e a administração do meio circulante.
Esta condição de autoridade monetária confere-lhe a responsabilidade de ser o guardião
da moeda e garante do sistema de protecção do crédito contra riscos diversos de forma
conhecida e transparente, através de mecanismos eficazes.

O objectivo deste trabalho é, precisamente, explorar o conhecimento sobre os


meios que o Banco Nacional de Angola dispõe para prevenir o risco de crédito
comercial.

Palavras-chave: Risco de crédito; moeda; banco; instituições monetárias.

Abstract

The National Bank of Angola is the central bank and issuer of Angola. Its main
functions are the securing and preserving the value of the national currency as well as
the implementation, monitoring and control of monetary, exchange and credit, the
management of the payment system and the administration of the circulating medium.
This condition of monetary authority gives it the responsibility to be the guardian of the
currency system and ensures protection against various credit risks of known and
transparent manner, through effective mechanisms.

The aim of this work is precisely to exploit knowledge about the media that the
National Bank of Angola has to prevent the risk of trade credit.

Keywords: Credit risk, currency; bank; monetary institutions.


ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1
1.1. Razão de Ser ..................................................................................................................................1
1.2. Noção de Risco de Crédito ............................................................................................................1
1.3. Objectivos .....................................................................................................................................2
1.4. Questão Fundamental ....................................................................................................................3
1.5. Hipóteses .......................................................................................................................................3
1.5.1. A supervisão e regulamentação prudencial ............................................................................3
1.5.2. Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos; ....................................................5
1.5.3. Limite de Crédito ao Estado ...................................................................................................5
1.5.4. Definição de Taxas de Desconto, Redesconto e de Empréstimos ..........................................6
1.5.5. Limite de Crédito às Outras Instituições Monetárias .............................................................7
1.5.6. Taxa Básica de Juro................................................................................................................8
1.5.7. Central de Risco de Crédito ...................................................................................................8
1.5.8. Sistema de Informação de Crédito do Banco Central ............................................................9
II. TEORIAS SOBRE O SISTEMA BANCÁRIO ................................................................................ 10
2.1. Evolução dos Bancos Centrais ................................................................................................... 11
2.2. O Acordo de Basileia ................................................................................................................. 13
III. NATUREZA DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA ................................................................ 14
3.1. Génese e Evolução ..................................................................................................................... 14
3.2. Quadro Actual ............................................................................................................................ 15
3.3. Principais Funções do BNA ....................................................................................................... 15
3.4. A Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) ................................................................ 16
IV. DISCUSSÃO DO PROBLEMA ..................................................................................................... 16
4.1. Moldura Institucional ................................................................................................................. 17
4.2. Regras Prudenciais ..................................................................................................................... 17
V. CONCLUSÕES ................................................................................................................................ 18
Bibliografia ........................................................................................................................................... 20
I. INTRODUÇÃO

1.1. Razão de Ser

O presente trabalho constitui uma resposta à exigência, no quadro do Mestrado em


Administração e Finanças da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, de
elaboração de um texto de cariz científico abordando um tema relacionado com o “core” do
curso, para aprovação na cadeira de Seminários de Finanças e Estratégia.

Pelo interesse de que se reveste o tema “o papel do Banco Nacional de Angola no


risco de crédito comercial” tomamos a nosso cargo esta tarefa e desenvolvemo-la dentro dos
parâmetros pré-estabelecidos.

Interesse público – o BNA enquanto estrutura do Estado Angolano tem interesse na


resolução deste problema;

Interesse académico – o assunto está pouco estudado ao nível da economia angolana;

Interesse social – interessa ao grande público (à população em geral) que o sistema


de protecção do crédito contra riscos diversos seja uma realidade conhecida e transparente na
sua forma de gestão.

Interesse pessoal dos autores – Do ponto de vista dos autores é uma matéria
apaixonante já que o crédito, pela sua importância no processo de desenvolvimento da
economia nacional, joga um papel de transcendente importância. A necessidade de
financiamento às empresas é um dos temas principais abordados como fundamentais para o
crescimento económico quando se destina ao investimento. Por sua vez, a decisão de
investimento depende de duas variáveis essenciais: a rentabilidade esperada do investimento
(que está relacionada com as expectativas dos agentes) e a taxa de juro de financiamento.
Assim, um agente racional só investe se a rentabilidade do investimento for superior à taxa de
juro de financiamento. Porém, a existência de um risco patente ou latente de incumprimento
por parte dos tomadores de crédito, faz crescer as taxas de juro reduzir o volume de
investimento.

1.2. Noção de Risco de Crédito

De acordo com a agência de notação J. P. Morgan o Risco de Crédito é a


possibilidade de um agente económico registar perdas como resultado do não recebimento dos
valores contratados com os clientes devido à incapacidade de reembolso dos mesmos.

“Esta definição inclui todas operações nas quais o Banco concede, ou se


compromete a conceder, financiamento sob as suas mais diversas formas, incluindo
1
empréstimos, repasses, adiantamentos, compromisso de empréstimos, garantias, cartas de
crédito e operações de derivativos (futuros, swaps, forwards e opções) …” (J. P. Morgan,
2013)

O Risco de Crédito é pois, a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não


cumprimento pelo tomador ou contraparte das suas respectivas obrigações financeiras nos
termos acordados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na
classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens
concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.

Quando um contrato financeiro é estabelecido, tanto o credor como o devedor criam


expectativas com relação à capacidade do tomador de recursos em cumprir os termos do
contrato. Em qualquer transacção financeira, são feitas suposições acerca de um futuro
intrinsecamente incerto:

Cada transacção financeira envolve trocas de dinheiro-hoje por moeda-mais-tarde.


As partes que transaccionam têm algumas expectativas quanto ao uso que o tomador de
moeda-hoje fará com os fundos e como esse tomador reunirá fundos para reembolso na
forma de dinheiro-amanhã. (Minsky, 1992)

O risco de crédito - ou risco de default- é o risco que um emprestador ou credor


enfrenta devido à possibilidade de que o devedor não honre a sua obrigação financeira. De
forma mais geral, (…)o risco de crédito é o risco que, em qualquer transacção, envolvendo
uma transferência intertemporal de direitos de propriedade, uma parte pode não entregar
tais direitos como prometido(DeMarzo, 1992).

A crescente integração dos mercados financeiros através dos países e a necessidade


de se equilibrar o campo de batalha para os bancos de diferentes países levaram aos acordos
de Basileia de 1988, para padronizar as exigências de capital bancário internacionalmente.

1.3. Objectivos

O objectivo geral deste trabalho é buscar conhecimento sobre os meios de que dispõe
o Banco Nacional de Angola para prevenir o risco de crédito comercial.

Deste objectivo geral, de última instância, decorrem alguns objectivos instrumentais,


intermédios, cujas respostas permitirão concluir sobre a questão fundamental do nosso estudo.
Destacam-se os seguintes objectivos instrumentais:

 Explorar os mecanismos de que dispõe o BNA para garantir a protecção de risco


de crédito comercial.
2
 Saber se as Convenções Basileia I e II estão dentro dos critérios de normas
prudenciais adoptadas pelo BNA.

 Explorar a realidade actual do mercado de crédito e as suas implicações no risco


comercial.

 Propor soluções inovadoras e factíveis para a prevenção de riscos de crédito


comercial.

1.4. Questão Fundamental

É importante que a população e as empresas tenham confiança no sistema creditício


nacional e nas suas instituições monetárias e financeiras. Sendo assim, o BNA enquanto
banco central e emissor que tem como principais funções assegurar a preservação do valor da
moeda nacional bem como executar, o acompanhar e o controlar as políticas monetárias,
cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e a administração do meio
circulante(Lei N.º 16/10 - Lei do BNA).

Resulta desta enumeração de funções que o BNA tem a obrigação legal de prevenir o
risco de crédito comercial e dela decorre a questão fundamental (a pergunta de partida) deste
trabalho:

De que instrumentos dispõe o BNA para prevenir o risco de crédito comercial?

1.5. Hipóteses

O conhecimento existente sobre esta matéria, conduz-nos a encarar as seguintes


hipóteses para a abordagem desta matéria pelo BNA: 1) Supervisão e Regulamentação
Prudencial; 2) Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos;3) Limite de Crédito
ao Estado; 4) Definição de taxas de desconto, redesconto e de empréstimos; 5) Limite de
Crédito às Outras Instituições Monetárias; 6) Taxa Básica de Juro; 7) Central de Risco de
Crédito; 8) Sistema de Informação de Crédito do Banco Central

1.5.1. A supervisão e regulamentação prudencial

A supervisão Prudencial, é a que traduz na criação e aplicação de normas que visam


a gestão sã e prudente, com vista a garantir a liquidez e a solvabilidade das instituições de
crédito. A par da supervisão comportamental, supervisão prudencial constitui o núcleo forte e
indeclinável da supervisão. A liberalização do sistema financeiro interno e a abertura do
mercado mundial de capitais devem ser acompanhadas de medidas que reforcem a regulação e
a supervisão. Um dos caminhos reconhecidos para minimizar algumas deficiências do sistema

3
bancário é o aperfeiçoamento da supervisão prudencial e da qualidade das bases da actividade
bancária e financeira, o qual, face ao ritmo mais acelerado, à crescente comunicação
instantânea e a informática dos serviços bancários e financeiros, deverá implicar uma
mudança de métodos, baseada mais nas forças do mercado, como meio de regular os bancos e
as sociedades financeiras. A supervisão prudencial exerce-se por referência a regras de
natureza não estritamente jurídica, funcionalmente dirigida a preservar, quer a liquidez, que a
solvabilidade das instituições, com vista a criar uma situação de estabilidade individual e
sistémica. Por de razões de política monetária, financeira e cambial, exige-se que a actividade
bancaria obedeça as regras claras de actuação, tendo como primeiro objectivo a solvabilidade
e liquidez das instituições só será possível mediante elaboração de regras específicas que
contribuirão para uma supervisão regular ou constante por parte do Banco Central. Como
escreve Carneiro da Frada “não devem esquecer-se mecanismos especiais, incluindo normas
de direito público ou pelo menos de interesse e ordem pública para garantir a liquidez dos
bancos, para assegurar a sua solvabilidade e regras da actividade bancaria que pretendem
salvaguardar os clientes, (…)” (Frada, 2010, p. 464). É da competência do BNA zelar pela
solvabilidade e liquidez, estabelecendo limites prudenciais à realização de operações que estas
estejam autorizadas a praticar. O Banco Central angolano, com objectivo de garantir que as
instituições financeiras bancarias apresentem níveis adequados de solvabilidade, emite
normas quem impõem, por parte das mesmas, proporções mínimas entre os fundos próprios e
os valores de risco em que se encontram em cada momento. “os bancos devem aplicar os
fundos de que dispõem de modo a assegurar a todo o tempo níveis adequados de liquidez e
solvabilidades” (Lei N.º 13/05 de 30 de Setembro, 2005). Trata-se do rácio de solvabilidade
ou de adequação de fundos próprios, a que os ingleses chamam de capital adequacy. A
solidez e a solvabilidade das instituições bancárias e bem assim a segurança dos seus clientes
serão tanto maiores quanto mais elevados forem os valores dos fundos próprios envolvidos. A
manutenção dos fundos próprios, por outro lado, constitui garantia de boa gestão e do
interesse dos accionistas a quem pertencem. Por isso, é preocupação constante das autoridades
a definição dos padrões ideais e limites mínimos para os fundos próprios que garantam a
indispensável e desejada solvabilidade (Saraiva, 1998, p. 73). Tendo em conta os riscos a que
o sistema bancário está exposto, o BNA, no âmbito das suas competências, através do
Instrutivo nº 03/2011, de 08 de Junho, determinou novos factores de ponderação de risco para
o património das instituições bancárias autorizadas a funcionar em Angola.

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1.5.2. Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos;

Desconto de Letra consiste na realização antecipada do seu valor, isto é,


possibilidade ao portador realizar o valor antes de seu vencimento. O desconto realiza-se nos
bancos comerciais pagando-se juros e encargos relativos ao período entre a data da
apresentação a desconto e o vencimento da Letra. Esta operação é uma parte fundamental da
existência da Letra como título de crédito.
A Livrança é uma garantia que consiste num documento através do qual o devedor se
compromete a pagar a um beneficiário ou à ordem deste um determinado valor numa
determinada data, normalmente exigida na concessão de créditos pessoais. Ela pode
desempenhar uma função idêntica à da Letra, mas é normalmente utilizada como garantia no
contexto de um contrato de mútuo ou empréstimo bancário. À livrança aplica-se, em geral, o
regime das letras. É de relevar que, na livrança, os subscritores têm as posições e as
obrigações correspondentes às do sacador/aceitante da letra.
Os Títulos Públicos fazem parte dos mercados de títulos de renda fixa. Neste
mercado, os títulos têm os seus rendimentos, ou juros, conhecidos no momento da operação e
no vencimento, há o retorno do principal acrescido do rendimento da operação. O emissor dos
títulos é o Governo e a sua negociação primária é feita entre o BNA e as Instituições
Financeiras e Monetárias. No mercado secundário, a negociação é feita entre as Instituições
Financeiras e Monetárias e o público. Os títulos de renda fixa, em geral, se caracterizam por
devolver o principal investido, no vencimento da operação, paga juros durante a sua
existência. Os títulos públicos têm como objectivo prover recursos necessários à cobertura dos
défices orçamentais do governo. Estes também costumam constituir-se em importantes
instrumentos para a implementação da política monetária, uma vez que quando o BNA vende
títulos, retira dinheiro de circulação e quando recompra os mesmos, coloca dinheiro em
circulação.
1.5.3. Limite de Crédito ao Estado
O limite de crédito é o valor máximo que o emprestador se dispõe a ceder ao
tomador do crédito. Um limite de crédito é uma ferramenta operacional da instituição que
pode propiciar maior flexibilidade de actuação para os órgãos de linha (áreas operacionais, de
execução, onde se materializa o relacionamento instituição-cliente).

O Banco Nacional de Angola pode abrir, ao Estado, um crédito em conta corrente até
ao limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes, cobradas no último ano (Lei
N.º 16/10 - Lei do BNA)

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O crédito e os respectivos juros, devem ser liquidados até 31 de Dezembro do ano a
que respeite, ainda que para o efeito haja recurso a títulos de dívida pública, negociáveis e
portadores de juros. O Banco Nacional de Angola pode conceder ao Estado, segundo termos e
condições a acordar, os meios necessários à subscrição e à realização de outros pagamentos
resultantes da adesão ou participação do País em organismos internacionais cuja actividade
respeite aos domínios monetário, financeiro e cambial.

Dentro da análise de crédito o chamado limite de crédito ou limite de risco é um


factor importante, já que trata-se de um valor indicativo tomado como referencial para o
deferimento do crédito. Pode-se definir questões para orientar na determinação do limite de
crédito a ser fixado para um solicitante, tais como:

 Quanto o cliente merece de crédito?

 Quanto podemos oferecer de crédito ao cliente?

 Quanto devemos conceder de crédito ao cliente?

1.5.4. Definição de Taxas de Desconto, Redesconto e de Empréstimos

A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nos empréstimos
aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos comerciais necessitam de empréstimos de
curto prazo para cumprir alguns compromissos que, por falta de liquidez no período, não
teriam como cumprir. O Banco Central funciona como uma espécie de emprestador de última
instância para os bancos comerciais.

Quando o intuito do Banco Central é injectar dinheiro no mercado, ou seja expandir a


base monetária, ele baixa a taxa de redesconto. Os bancos comerciais sentir-se-ão mais
estimulados a tomar mais empréstimos do Banco Central e com isso, irão reservar uma parte
maior dos seus recursos para empréstimos e reservarão uma menor parte para as necessidades
de curto prazo. Em consequência, o crédito disponível aumenta, a base monetária também, e a
economia é aquecida. Quando o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos
comerciais irão reservar uma maior parte dos seus recursos para o cumprimento das suas
necessidades de curto prazo e diminuirão os montantes reservados aos empréstimos. Com
isso, a base monetária contrai-se e a economia desacelera.

O Banco Nacional de Angola fixa e publica as suas taxas de desconto, redesconto e


de empréstimos, podendo estabelecer taxas diferenciais, limites máximos para as várias
categorias de transacções e prazos de vencimento (Lei N.º 16/10 - Lei do BNA).

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Sendo estabelecida directamente pelo Banco Nacional de Angola, a Taxa de
Desconto constitui um importante instrumento de política monetária pois permite regular a
oferta de moeda e, consequentemente, influenciar as taxas de juro de mercado. Por exemplo,
uma redução nas Taxas de Desconto leva a que os bancos comerciais recorram mais aos
empréstimos do Banco Nacional de Angola originando um aumento da Base Monetária e,
consequentemente um aumento da oferta de moeda; este aumento da oferta de moeda levará
então à redução das taxas de juro de mercado (Lei N.º 16/10 - Lei do BNA)

1.5.5. Limite de Crédito às Outras Instituições Monetárias

O Banco Nacional de Angola, enquanto banco central e emissor, é um dos principais


reguladores do mercado financeiro do país. Assegura a preservação do valor da moeda
nacional e participa na definição das políticas monetárias, financeira e cambial conforme
plasma o artigo 3º da Lei Nº 16/10 de 15 de Julho (2010).

Ainda de acordo com o art.º 20 da mesma Lei, o BNA nas suas relações com as
instituições financeiras, compete-lhe supervisioná-las, zelar pela sua solvabilidade e liquidez,
abrir contas e aceitar depósitos segundo termos e condições que o Conselho de Administração
venha a fixar.

Nesta ordem de ideias, a matéria de crédito também faz parte da jurisdição do BNA,
uma vez que se enquadra no campo da matéria financeira. Compete ao BNA regular o
mercado de crédito, estabelecendo o prazo, taxas de juros, quantidade limite que as
instituições financeiras podem aplicar no mercado creditício, obedecendo ao disposto no
Instrutivo nº 03/98.

A par do papel de regulador que lhe foi conferido, o BNA pode conceder
empréstimos às instituições financeiras, por prazo não superior a três meses, nas modalidades
que o conselho de Administração considere viável, tendo como garantias: activos que o Banco
Nacional esteja autorizado a comprar, vender ou transaccionar; títulos emitidos pelo Estado
que façam parte de uma emissão pública, desde que tenham cobertura do tesouro, estratos da
factura, warrants e outros títulos de crédito de natureza análoga (Lei N.º 16/10 - Lei do BNA,
2010).

Os empréstimos a que nos referimos no parágrafo anterior, podem, com carácter


excepcional, ser concedidos com base em outros activos ou mesmo com dispensa de garantia,
desde que, na opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de
liquidez da instituição financeira bancária devedora e do interesse público.

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O valor do empréstimo decorre de uma decisão da Administração do BNA, depois de
observadas algumas condições que o tomador deverá apresentar e contexto da economia
nacional.

Portanto, o Banco Nacional de Angola, como uma das principais entidades


financeiras de Angola, pode conceder créditos ao Estado e aos bancos comerciais,
obedecendo os pressupostos que vêm plasmados na Lei que rege o seu funcionamento.

1.5.6. Taxa Básica de Juro

O Banco Nacional de Angola fixa e publica as suas taxas de desconto, redesconto e


de empréstimos, podendo estabelecer taxas diferenciais, limites máximos para as várias
categorias de transacções e prazos de vencimento

A taxa básica de juros do Banco Nacional de Angola foi mantida em 10%, de acordo
com a decisão do Comité de Política do Banco. O Comité decidiu ainda manter sem alteração
as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 11,25% e de absorção de
liquidez em 1%.

1.5.7. Central de Risco de Crédito

Como já vimos o risco de crédito é a possibilidade de um agente económico registar


perdas como resultado do não recebimento dos valores contratados com os clientes devido à
incapacidade de reembolso dos mesmos

As instituições financeiras precisavam de obter informações sobre os devedores para


poderem avaliar a sua capacidade e vontade de pagar (risco de crédito). As principais formas
de se obter essa informação eram através de um relacionamento com os clientes, construído
ao longo do tempo, o levantamento e análise dos dados e informações sobre os tomadores de
crédito e a obtenção de informações junto de empresas ou instituições que realizaram
operações com o tomador de crédito.

Para obviar a obtenção dessas informações surgiram as Centrais de Informação de


Crédito cujs funções fundamentais são: i) eliminar a assimetria de informação existente entre
o credor e o tomador de recursos; ii) reduzir os problemas ligados à selecção adversa de
devedores; iii) diminuir os efeitos do risco moral; iv) diminuir o custo e melhorar a qualidade
da informação dos devedores.

Uma Central de Risco de Crédito é um banco de dados alimentado por arquivos


enviados regularmente pelas instituições financeiras, retratando as suas carteiras de crédito.
Podem ser privadas, ou públicas, sendo as primeiras constituídas por iniciativa das
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instituições financeiras actuando numa mesma praça e as segundas constituídas por iniciativa
do Banco Central.

No segundo caso, essa central funciona, ou na dependência, ou como estrutura


interna do Banco Central (no âmbito da supervisão). Com base nessas informações, a
supervisão bancária pode identificar com maior precisão as instituições financeiras com
problemas de crédito e que requeiram um monitoramento especial, atingindo assim sua
principal meta.

A primeira experiência de central de risco de crédito foi implantada pela Alemanha


em 1934. Diversos países, dentre os quais destacamos a Argentina, a Bélgica, a Bolívia, o
Chile, a Espanha, a França, a Itália, o Peru e o Uruguai, por entenderem a relevância da
contribuição que uma central de informações de crédito traz para a estabilidade dos seus
sistemas financeiros, desenvolveram sistemas semelhantes.

1.5.8. Sistema de Informação de Crédito do Banco Central

O Sistema de Informação de Crédito do Banco Nacional de Angola é um complexo


de instituições, regras e, fundamentalmente, uma base de dados gerida pelo Banco Nacional
de Angola (CIRC), com informação prestada pelas instituições financeiras relativas às
operações de crédito, responsabilidades potenciais e aos seus riscos, sob qualquer modalidade,
de que sejam beneficiárias pessoas singulares ou colectivas, residentes ou não residentes.
Integram o sistema, para além do BNA, todas as instituições financeiras que operam no
sistema financeiro angolano e que exercem funções de crédito.
A informação enviada à CIRC é da inteira responsabilidade da instituição remetente
e è de uso exclusivo da CIRC.
ACIRC possibilita às instituições que dela participam, ter uma visão sobre o
endividamento dos seus clientes no sistema financeiro e consequentemente mitigar o risco de
crédito das mesmas, ao passo que, para o gestor da CIRC – o Departamento de Supervisão do
BNA – permite ter uma visão mais abrangente sobre o risco de crédito nas instituições, em
particular, e no sistema financeiro, em geral (Faria, 2013).
Considerando a necessidade de centralizar os elementos informativos respeitantes às
operações de crédito e dispor de uma base de dados para a Central de Informação e Risco de
Crédito (CIRC), conferindo-lhe maior confiabilidade e consequente incentivo para sua
utilização pelas Instituições Financeiras, para o efeito, o Banco Nacional de Angola alterou a
estrutura orgânica do Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras, criando o
Sector da Central de Informação e Risco de Crédito. Ainda neste âmbito, foram publicados

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pelo Banco Nacional de Angola um Aviso (BNA, 2010)e um Instrutivo (BNA, 2010)que
regulam a criação e o funcionamento da Central de Informação e Risco de Crédito

II. TEORIAS SOBRE O SISTEMA BANCÁRIO

As crises bancárias ocorridas nas décadas de 1970 e 1980 e o movimento de


liberalização bancária e financeira que se seguiu, principalmente nos Estados Unidos e na
Inglaterra, mais do que transformar-se numa espécie de onda geral, ao lado das crescentes
dificuldades dos bancos centrais em exercer seu poder regulador, deram origem a abundante
literatura, que reacendeu o debate acerca de um modelo de livre organização bancária.
Esta proposta é antiga e acompanha a evolução dos bancos centrais, inserindo-se nos
contextos das primeiras controvérsias monetárias do século XVIII e XIX.
A primeira controvérsia deu-se entre os bulionistas, defensores de um padrão
metálico puro, e os anti bulionistas. Após algumas décadas, a discussão monetária envolveu a
Currency School e a Banking School. Apesar de, no início, os teóricos da Escola Monetária
terem, em geral, defendido o banco central e os teóricos da Escola Bancária terem defendido o
regime de actividade bancária livre, em última instância, acabaram por preponderar as
doutrinas da Escola Bancária, paradoxalmente sob o impulso e patrocínio do banco
central1(Roussakis, 1997).
Para a Escola Bancária os argumentos a favor do estabelecimento de um banco
central são os seguintes:

1) Um sistema de actividade bancária livre, pela própria natureza, e mesmo


assumindo condições óptimas de funcionamento, seria susceptível de ocasionais crises em
bancos isolados, que prejudicariam os clientes e possuidores de notas e depósitos. Nestas
circunstâncias, é necessário que exista um banco central de natureza oficial que intervenha
para proteger os possuidores das respectivas notas e depósitos, que seriam gravemente
prejudicados pelas crises bancárias.
2) O segundo argumento a favor dos bancos centrais baseia-se na ideia de que um
sistema bancário controlado pelo banco central provoca menos crises económicas do que um
sistema bancário livre.
3) O terceiro argumento utilizado a favor do sistema bancário central é o de que,
depois da chegada da crise, a melhor maneira de reagir é a actuação de um banco central que
proporcione a liquidez necessária.

1
Ambas as escolas defendiam a necessidade de um banco central.
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4) Outros argumentos a favor da existência de um banco central são: a necessidade
de uma política monetária racional, coercivamente imposta pelo banco central e a necessidade
de estabelecer uma política de cooperação monetária adequada entre os diferentes países, o
que exigiria a existência de bancos centrais coordenados.

Nesse debate, confrontava-se com outro grupo de pensadores, que defendia a Free
Banking School, a qual pregava a livre emissão e a competição de moedas privadas, sem que
fosse necessário um banco e uma moeda central. A escola defende que os bancos emitem
notas para descontar (bills of exchange) e, portanto, nunca podem emitir volume superior à
demanda. Os bancos exercem um controlo mútuo sobre todo o sistema, tornando
desnecessário tanto um banco central, como um controlo da emissão.
Os modelos de free banking são sistemas de pagamentos, onde há uma dissociação
entre a unidade de conta e as moedas bancárias, conversíveis em uma moeda-mercadoria.
Segundo os liberais, os free banking fracassaram porque o governo interferiu na sua
organização, favorecendo a criação dos bancos centrais, por razões políticas.
Mas, baseado nos factos, os bancos centrais foram o resultado das crises bancárias,
do fracasso dos próprios bancos livres e da consequente necessidade de intervenção estatal.

2.1. Evolução dos Bancos Centrais

A importância crescente da moeda escritural e a sua marcada influência no


desenvolvimento económico, no equilíbrio entre a oferta e procura, impôs uma intervenção
mais apertada do Estado nas actividades bancárias.
O primeiro Banco Central, o Banco da Inglaterra, foi criado em 1694 e o seu
desenvolvimento tornou-se o modelo para os demais países.
Os bancos não foram simplesmente criados pelos governos para centralizar a emissão
de moeda, mas, ao contrário, eles foram gerados pelo processo evolutivo do próprio sistema
bancário e da emissão de dinheiro e de crédito privados, que não subsistem sem uma
instituição e um dinheiro centrais, que garantam a sua sobrevivência contra as inevitáveis
crises de confiança.
Compensação (multilateral) é o procedimento destinado à apuração das soma dos
resultados bilaterais devedores e credores de cada participante em relação aos demais.
As câmaras de compensação, foram o mais avançado dos mecanismos inventados
pelo mercado para fazer face aos pânicos bancários ocorridos no século XIX e no início do
século XX.
A primeira câmara de compensação foi estabelecida, em 1853, pelos bancos da
cidade de Nova York e era simplesmente um lugar onde se realizavam as trocas entre os
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bancos de uma mesma praça. No início o seu objectivo era economizar meios de pagamento.
No entanto, através de um processo evolutivo, elas se transformaram em organismos
colectivos, cujo objectivo, era proteger os seus membros contra as crises bancárias.
Quando ocorria um pânico, a estrutura das actividades bancárias ficava radicalmente
alterada pela mudança da casa de compensação numa organização semelhante a uma única
firma, unindo os bancos membros numa estrutura hierárquica, encabeçada pelo comité da
câmara de compensação. (Gordon, 1985).
A formação da nova entidade ficava assinalada pela suspensão dos balanços dos
bancos individuais e pela publicação do balanço do agregado dos bancos membros, o que era
também acompanhado pela suspensão da conversão dos depósitos em moeda. Passado o
pânico, as câmaras de compensação voltavam à sua forma anterior.
Nessas ocasiões, as câmaras de compensação emitiam certificados de empréstimo,
que os bancos recebiam em troca de activos e que podiam usar no processo de compensação,
disponibilizando o ouro para a procura do público.
No caso de o ouro ser insuficiente, as câmaras de compensação entregavam
certificados directamente ao público, que os aceitava por ser um direito sobre o conjunto dos
bancos e não apenas sobre um banco particular. Se após ao pânico, os bancos não pagassem
os certificados, eram expulsos ou liquidados de forma ordenada, e os demais bancos
absorviam as perdas na proporção do seu capital.
O outro mecanismo usado pelas CC, era a suspensão da conversibilidade de todos os
bancos, como forma de acção colectiva para enfrentar pânicos bancários.
O processo de transformação das câmaras de compensação em bancos centrais não
foi impulsionado unicamente pelas forças do mercado, mas teve também a influência da
intervenção estatal. A interacção entre o processo de centralização, impulsionado pelo sistema
bancário privado e a necessidade da intervenção pública, também fica evidente na formulação
da teoria do emprestador de última instância por Thornton2 e Bagehot3.
As funções típicas de um banco central não foram criadas exogenamente pelo
governo, por motivos políticos, como afirma Smith, nem criadas simplesmente pelo mercado,
mas resultam de uma interacção entre as necessidades do mercado e a resposta dada pela
intervenção governamental(Aglietta, 2000). Ou seja, os primeiros Bancos Centrais não foram

2
Mark Thornton é um economista americano da Escola Austríaca. Thornton é descrito pela Advocates for Self-
Government como um dos maiores especialistas da América sobre economia das drogas ilegais.
3
Walter Bagehot – Jornalista e economista britânico estudou na Universidade de Londres e foi um dos primeiros
editores do célebre jornal The Economist, em1826, onde permaneceu até à data da sua morte.
Foi um dos primeiros economistas a falar do ciclo de negócios e a desenvolver o conceito de descentralização
bancária.
12
criados para desempenhar funções de Bancos Centrais, mas foi o desempenho dessas funções
por determinados bancos que os transformou em bancos centrais.
A verdadeira razão da substituição das câmaras de compensação por um banco
central encontra-se na própria natureza privada e no conflito de interesses interno dessas
organizações. Apesar das câmaras de compensação terem introduzido uma racionalidade
colectiva nos meios de pagamentos, ela era uma racionalidade colectiva incompleta, devido
ao seu carácter privado, que as tornava impotentes para assumir as funções básicas de bancos
centrais em dois pontos essenciais: i) manter uma oferta elástica de meio de pagamento e ii)
especialmente, de assumir a responsabilidade de um emprestador de última instância.

2.2. O Acordo de Basileia


Ao longo dos anos 80 e 90 do século passado assistiu-se a um aumento significativo
dos fluxos globais de capitais, fruto da progressiva liberalização e inovação nos instrumentos
financeiros, com turbulentas consequências para o sistema financeiro mundial. Neste cenário,
cresceu a necessidade de criação de um qualquer mecanismo regulador para o sistema
internacional uma vez que:

a) Não havia consenso entre os bancos com operações internacionais sobre a


definição de capital e montante mínimo a ser mantido pelos bancos;

b) As diferenças entre os sistemas financeiros nacionais no tocante às exigências de


capital mínimo criavam vantagens competitivas no mercado financeiro internacional já que
bancos sujeitos a menores exigências de capital poderiam oferecer mais crédito, a taxas
diferenciadas, aos clientes.

Com o eclodirda crise da dívida externa4, aumentaram as preocupações relativas aos


níveis de capitalização dos maiores bancos internacionais. Eles estavam em níveis
perigosamente baixos e representavam riscos para o todo o sistema financeiro. As instituições
supervisoras dos países do G10 receosas com este cenário promulgaram em 1988 o Acordo de
Capital de Basileia, definindo que os bancos deveriam manter um capital mínimo relativo de
8% em relação a sua carteira total de activos, ponderadas de formas diferentes, de acordo com
a susceptibilidade desses activos ao risco de crédito. Além disso, elaborou-se a definição de
capital em 2 níveis: o nível 1 (tier 1 capital) resumindo-se ao património dos accionistas e os
lucros retidos; o nível 2 (tier 2 capital) abrangendo os recursos adicionais internos e externos
disponíveis ao banco.

4
Crise iniciada com a interrupção dos pagamentos da dívida externa por parte do México no mês de Setembro de
1982.
13
O acordo representou um significativo avanço rumo aos objectivos preconizados de
estabelecer um nível adequado de capital nos sistemas bancários e garantir maior equidade
competitiva entre os bancos. Os objectivos proposto no acordo são:

1- Promover a estabilidade financeira mundial, coordenando definições


fiscalizadoras de capital, análises de risco e padrões para a adequação de capital através dos
países.
2- Ligar sistematicamente as exigências de capital de um banco ao risco das suas
actividades, incluindo várias formas não registáveis no balanço patrimonial de exposição ao
risco.

As exigências de capital do acordo de Basileia funcionam da seguinte forma:

Os activos e as actividades não-registáveis no balanço patrimonial são alocados em


quatro categorias, cada uma com um peso diferente para reflectir o grau de risco de crédito.

A categoria mais baixa, tem um peso de 20% e inclui os activos com um risco baixo,
como os depósitos interbancário, títulos de hipoteca com garantia total e títulos emitidos por
órgãos do governo.

A terceira categoria tem peso de 50% e inclui títulos de dívida municipais e


hipotecas residenciais. A última categoria de risco tem um peso máximo de 100% e inclui os
títulos restantes como os comercial paper e empréstimos, como os empréstimos comerciais e
activos fixos. As actividades não registáveis no balanço patrimonial são tratadas de maneira
semelhante, designando uma percentagem de equivalência de crédito que os converte em itens
não-registáveis no balanço patrimonial, para então se analisar o peso apropriado do risco.

Ao longo dos anos 90 do século XX, o Acordo de Basileia tornou-se um padrão


mundialmente aceite. Em Angola, embora ainda não esteja em aplicação a convenção de
Basileia, vêm sendo criadas condições para a sua implementação futuras.

III. NATUREZA DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA

3.1. Génese e Evolução

O Banco Nacional de Angola foi criado um ano após a independência de Angola, e


através da Lei Nº 69/76 publicada no Diário da República Nº 266, 1ª Série, de 10 de
Novembro de 1976 e, nessa ocasião, foi também aprovada a sua primeira lei orgânica.

14
Em 1987, o Governo formulou um conjunto de reformas institucionais com vista à
transição para uma economia de mercado. Dentre as reformas empreendidas, foi priorizada a
reforma do sector financeiro, face à sua importância na mobilização das poupanças, na
distribuição de recursos e na estabilização macroeconómica.

Com base na Lei das Instituições Financeiras, em 1991 iniciou-se a implementação


de um sistema bancário de dois níveis. O Banco Nacional de Angola passou a exercer a
função de Banco Central, consagrado como autoridade monetária, agente da autoridade
cambial e separado das funções comerciais. Foram igualmente introduzidos os primeiros
instrumentos de política monetária, nomeadamente as reservas obrigatórias e aumentadas as
taxas de juros. O sistema bancário nacional passou então a ser composto para além do BNA,
por bancos comerciais.

Em Julho de 1997 a Assembleia Nacional aprovou uma nova Lei Orgânica do Banco
Nacional de Angola - lei 6/97, de 11 de Julho – e uma Lei Cambial- lei 5/97, de 11 de Julho –
que permitiram a ultrapassagem de alguns constrangimentos legais, passando o BNA,
enquanto Banco Central, acometido de maiores responsabilidades e autonomia para conduzir
e executar a política monetária e cambial do País.

3.2. Quadro Actual

O quadro legal actual do Banco Nacional de Angola está definido na Lei N.º 16/10
de 15 de Julho (Lei do Banco Nacional de Angola).

De acordo com a lei, o Banco Nacional de Angola é uma pessoa colectiva de direito
público, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Tem a sua sede em
Luanda, podendo ter delegações em outras localidades do País, bem como quaisquer formas
de representação no estrangeiro.

3.3. Principais Funções do BNA


O Banco Nacional de Angola, como banco central e emissor, tem como principais
funções assegurar a preservação do valor da moeda nacional e participar na definição das
políticas monetária, financeira e cambial.

Compete ainda ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e


controlo das políticas monetárias, cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e
administração do meio circulante no âmbito da política económica do País (Lei N.º 16/10 -
Lei do BNA).

15
3.4. A Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC)

A Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) é uma base de dados gerida pelo
Banco Nacional de Angola, com informação prestada pelas instituições financeiras relativas a
operações de crédito, responsabilidades potenciais e os seus riscos, sob qualquer modalidade,
de que sejam beneficiárias pessoas singulares ou colectivas, residentes ou não residentes.
A CIRC tem por objecto a centralização da informação referente às operações de
crédito, responsabilidades potenciais e aos seus riscos, sob qualquer forma ou modalidade,
concedida pelas instituições financeiras autorizadas por lei a concederem créditos.
A CIRC presta também a informação necessária para a auxiliar a avaliação dos riscos
na concessão de crédito pelas instituições financeiras.
A CIRC permite o exercício da supervisão pelo Banco Nacional de Angola, para
assegurar as condições económico-financeiras das instituições financeiras, visando à proteção
dos seus depositantes, pois permite fiscalizar a carteira de clientes das instituições financeiras
autorizadas a concederem crédito, avaliando o seu impacto nos sectores produtivos da
economia e finanças públicas.
A base de dados da CIRC recolhe informação positiva dos beneficiários de crédito,
sendo que, ao consultar-se à CIRC obtém-se a informação dos dados que caracterizam a
situação positiva do beneficiário do crédito, tal como o histórico das prestações (vencidas e
vincendas), tempo do crédito, entre outras.
A informação constante na CIRC está protegida pelo dever de segredo, nos termos da
lei.

IV. DISCUSSÃO DO PROBLEMA

O elevado ritmo de crescimento da economia, e o substancial aumento da liquidez


que lhe é inerente, reforça a necessidade de consolidar uma política monetária que propicie a
estabilização do Kwanza e de criar regras prudenciais que favoreçam o desenvolvimento
equilibrado e sustentado do sistema financeiro angolano.

O crescimento do sector financeiro tem sido marcadamente acelerado na última


década, acompanhando o crescimento global da economia angolana. Neste ambiente, a
modernização e a busca de eficiência no sistema financeiro constituem um imperativo
essencial ao seu desenvolvimento, para que este sector funcione como um catalisador de
recursos entre os sectores exportadores, geradores de capital, e o restante tecido económico.

16
Nos últimos anos, o Banco Nacional de Angola vem introduzindo alterações na
regulamentação prudencial, com o objectivo de reunir progressivamente as condições para a
adopção das regras de contabilidade internacionais e, mais tarde, o Acordo de Basileia II5.

Em 2007,a fixação das reservas obrigatórias em 15% dos fundos próprios e a


adopção de um novo Plano de Contas, foram exemplos do novo enquadramento das
instituições financeiras que operam em Angola. Outro vector fundamental na credibilização
do sistema financeiro angolano no seio do sistema financeiro internacional e da redução da
sua exposição ao risco foi a criação de uma ‘bateria’ de indicadores de solvabilidade que veio
facilitar a comparação com outros países, sobretudo, no contexto regional. Por ocasião do
Encontro de Supervisores da SADC, a supervisão do BNA, relatava os esforços
desenvolvidos, no sentido de alinhar a regulamentação prudencial aos padrões internacionais,
dando cumprimentos aos 25 Princípios de Basileia que norteiam a actividade e actuação da
supervisão bancária.

4.1. Moldura Institucional


Cabe à Direcção de Supervisão Bancária assegurar a estabilidade e a solidez do
sistema financeiro, a eficiência do seu funcionamento, a segurança dos depósitos e dos
depositantes e a protecção dos consumidores de serviços financeiros. Para tal dispõe de
instrumentos, na sua maioria de carácter preventivo, que visam garantir a estabilidade das
instituições, não sendo substitutos da gestão competente nem do controlo interno eficaz por
parte das instituições de crédito e das sociedades financeiras.

4.2. Regras Prudenciais

As Regras Prudenciais têm por finalidade assegurar a segurança e a solidez das


instituições, ao mesmo tempo que protegem os depositantes e os investidores relativamente a
eventuais riscos de gestão inadequada ou danosa por parte das instituições financeiras.

Eventos ainda recentes, no contexto internacional, como a falência de instituições de


6
vulto , só reforçam a necessidade de controlo por parte das autoridades centrais de cada país.

Assim, o objectivo-base da supervisão é aferir a exposição ao risco, atendendo aos


fundos próprios. Daí que surjam limites em função do grau de risco dos activos, para as
participações sociais ou para as provisões destinadas à cobertura de crédito. Em suma, há
regras vocacionadas para influenciar o acesso ao mercado e outras orientadas para controlar

5
O Acordo de Capital Basileia II, foi um acordo assinado no âmbito do Comité de Basileia, em 2004, para
substituir o acordo de Basileia I.
6
Ver anexo 1.
17
os riscos de crédito, de mercado e cambiais. No primeiro caso encaixam-se regras como o
controlo da aquisição de participações qualificadas, a verificação da idoneidade e da
experiência dos membros dos órgãos de Administração e de Fiscalização, ou a imposição de
um montante mínimo para o capital social, enquanto os limites à concentração de riscos sobre
um só cliente ou um conjunto limitado de clientes, os limites às participações financeiras ou à
constituição de provisões ilustram o segundo tipo de regras.

Em Angola, os fundos próprios nunca podem ser inferiores ao capital social mínimo
e pelo menos 20% dos lucros líquidos apurados em cada exercício devem ser afectados à
constituição de uma reserva legal até ao montante do capital social. Ainda num quadro
preventivo, o rácio de solvabilidade (que compara os fundos próprios com o activo) não
deverá ser inferior a 10% e as provisões para risco de crédito deverão representar2 a 4% do
crédito concedido).

O primeiro passo para salvaguardar o bom funcionamento das instituições


financeiras foi a promulgação do Novo Plano de Contas, que reflecte, em grande medida, a
aproximação ao Acordo de Basileia II e a regulamentação sobre os capitais e a necessidade de
capital para cada tipo de riscos.

V. CONCLUSÕES

As orientações de política monetária de Angola têm sido elogiadas pelas instituições


internacionais, como, por exemplo, o Banco Mundial, que conclui que no que respeita ao
controlo da inflação, às reservas financeiras internacionais e ao crescimento da economia,
para além da área petrolífera, nos sectores da agricultura, da construção e dos serviços
financeiros, Angola "está no bom caminho".

O actual panorama económico internacional dá mostras da tendência da deslocação


dos pólos de crescimento das áreas tradicionais, EUA e União Europeia, para um novo pólo,
cujo motor são as economias emergentes. Este momento peculiar, com a economia mundial a
viver um período recessivo delicado e complexo, resulta da menor preocupação com a
qualidade do crédito concedido ao longo de uma “década de exponencial crescimento global,
assente em matérias-primas baratas e taxas de juro excepcionalmente baixas. Agora que o
quadro mudou radicalmente, em pouco menos de cinco anos, com o aumento rápido dos
preços das matérias-primas, principalmente as energéticas e alimentares e um consequente
aumento das pressões inflacionistas e das taxas de juro, os bancos internacionais enfrentam
uma nova crise – a diminuição do crescimento económico nos pólos tradicionais e o custo
18
elevado dos juros está a provocar situações financeiras muito difíceis à vida das empresas em
larga escala e que poderão levar à necessidade de novos writeoffs7de activos nas suas contas.

Este novo contexto, conjugado com as fortes perdas registadas pelas principais
instituições financeiras internacionais, impõe um duplo desafio: i) A crescente necessidade de
controlar os níveis de alavancagem financeira e rácios de capital, de modo a evitar crises de
falta de liquidez em momentos de maior volatilidade dos mercados; ii) a necessidade de
adoptar estruturas institucionais e metodologias extremamente rigorosas no processo de
concessão de crédito, desde a análise do dossier, passando pelo permanente acompanhamento
dos processos, até à sua total amortização.

Se é verdade que a fase de crescimento e amadurecimento do sistema financeiro


angolano facilita a passagem por esta crise internacional, também é verdade que deverá tomar
como exemplo esses problemas que assolam as principais instituições financeiras globais. Por
ainda não ter um grau muito elevado de exposição aos mercados internacionais, a banca
angolana não foi particularmente afectada pela crise financeira internacional. Contudo, a
conjuntura internacional particularmente grave impõe aprendizagens. O princípio a seguir
pelo sector financeiro deverá ser o da melhoria contínua, pelo BNA, da sua capacidade e
qualidade de supervisão. Quanto aos bancos a palavra de ordem deverá ser o investimento em
sectores e produtos cujos riscos sejam conhecidos e controláveis, gerindo-os rigorosamente –
principalmente o risco de crédito – e mantendo os balanços com elevados níveis de liquidez.

7
Write-off é um termo usado em finanças para designar o procedimento contabilístico de dar baixa a um
determinado activo de uma empresa. O procedimento de write-off é bastante usado pelas instituições financeiras
na administração da sua carteira de crédito, e serve para dar baixa dos créditos duvidosos para os quais a
instituição já efectuou provisões, e que não espera receber.
19
Bibliografia
Aglietta, M. ( 2000). Theory of Capitalist Regulation: The US Experience .Calman-Levi.

Assembleia Nacional. (2005, Setembro 30). Lei N.º 13/05 de 30 de Setembro. Diário da
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Roussakis, E. N. (1997). Commercial Banking in an Era of Deregulation - 3rd


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Saraiva, M. A. (1998). Direito Bancário. Coimbra: Coimbra Editora.

Smith, A. (1988). Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das


Nações.Nova Cultural.

20
ANEXOS

Índice
Anexo 1: Extracto da Lei N.º 16/10 ................................................................................. ii
Anexo 2: Aviso n.º 02/2010 de 20 de Outubro ............................................................... vii
Anexo 3: Lista das falências de bancos nos Estados Unidos da América ........................ x
Anexo 4: Esquema de Controlo Prudencial do BNA .................................................... xvi

i
Anexo 1: Extracto da Lei N.º 16/10
De 15 de Julho
(DR I.ª Série n.º 132)

Com a entrada em vigor da Constituição da República de Angola, urge a necessidade de se


adequar a definição das responsabilidades do Banco Nacional de Angola Havendo
necessidade de se adequar a definição das responsabilidades do Banco Nacional de Angola no
domínio da participação, da definição, da condução e da execução da política monetária e
cambial do país ao novo quadro jurídico - constitucional;
Em iguais circunstancias, impõe-se, ainda, a necessidade de se clarificar a autonomia
operacional do Banco Nacional de Angola para, deste modo, melhor assegurara a preservação
da moeda nacional e garantir a estabilidade dos preços e do sistema financeiro nacional;
Assim,
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposições
combinadas da alínea b) do artigo 161.º e do n.º 1 do artigo 166.º ambos da Constituição da
República de Angola, a seguinte:
LEI DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA
Capítulo I
Natureza, Sede e Fins
Artigo 1°
(Natureza)
O Banco Nacional de Angola, é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial.
Artigo 2°
(Sede)
1. O Banco Nacional de Angola tem a sua sede em Luanda, podendo ter delegações em outras
localidades do País, bem como quaisquer formas de representação no estrangeiro.
Artigo 3°
(Atribuição principal e outras funções)
1 O Banco Nacional de Angola, como banco central e emissor, assegura a preservação do
valor da moeda nacional e participa na definição das políticas monetária, financeira e cambial.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, compete ao Banco
Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias,
cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante
no âmbito da política económica do País.
(…/…)
Capítulo IV
Funções do Banco Central
Secção I
Disposições Gerais
Artigo 16°
(Funções Gerais)
1. Para além da condução, execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária,
financeira, cambial e de crédito no âmbito da política económica do
Poder Executivo, compete ainda ao Banco Nacional de Angola:
6a) actuar como banqueiro único do Estado;
b) aconselhar o Executivo nos domínios monetários, financeiro e cambial;
c) participar com o Poder Executivo na definição, condução, execução, acompanhamento e
controlo a política cambial e respectivo mercado;
d) agir, como intermediário, nas relações monetárias internacionais do Estado;

ii
e) velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a
função de financiador de última instância;
f) gerir as disponibilidades externas do país que lhe estejam cometidas, sem prejuízo do
disposto em Lei especial.
g) participar na elaboração da programação financeira anual do Executivo, de modo a
compatibilizar a gestão das reservas cambiais e o crédito a conceder pelo Banco Nacional de
Angola com as necessidades de estabilização e desenvolvimento da economia.
2. Compete, igualmente, ao Banco Nacional de Angola:
a) garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas
monetárias, financeiras e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade
por forma a servir como instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;
b) elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do País, assim como
efectuar a sua gestão;
c) elaborar a balança de pagamentos externos do País.
Artigo 18°
(Emissão de títulos em seu nome e por sua conta)
O Banco Nacional de Angola pode emitir títulos em seu nome e por sua conta, vendê-los ou
negociá-los com o público.
Artigo 19°
(Actos e operações vedadas)
É vedado ao Banco Nacional de Angola:
a) redescontar, no País, títulos de crédito da carteira comercial de instituições financeiras, por
período inferior a três meses, representativos de operações de desconto, letras, livranças,
extractos de factura e outros títulos de crédito de natureza análoga;
b) promover a criação de instituições financeiras bancárias e não bancárias sujeitas à sua
jurisdição ou de outras quaisquer sociedades, bem como participar no capital dessas
entidades, salvo quando previsto na presente Lei Orgânica, consentido por lei especial ou por
motivo de reembolso de créditos, mas nunca como sócio de responsabilidade ilimitada;
c) ser proprietário de imóveis, que não sejam necessários ao desempenho das suas atribuições
ou à prossecução de fins de natureza social, salvo quando os tenha obtido por cessão de bens
de dação em pagamento, de arrematação ou de outro meio legal de cumprimento das
obrigações ou destinado a assegurar esse cumprimento, devendo, proceder nestes casos, à
alienação desses imóveis, logo que possível;
d) realizar contratos de risco de seguro na qualidade de segurador;
e) adquirir ou alienar mercadorias, salvo por motivo de reembolso de crédito ou de
desempenho das suas atribuições.
Secção II
Relações com Instituições Financeiras
Artigo 20°
(Atribuições gerais)
Compete ao Banco Nacional de Angola, nas suas relações com as instituições financeiras
domiciliadas no País:
a) supervisioná-las;
b) zelar pela sua solvabilidade e liquidez;
c) abrir contas e aceitar depósitos segundo termos e condições que o
Conselho de Administração venha a fixar.
Artigo 21°
(Supervisão)
1. Para assegurar a supervisão das instituições financeiras, compete ao Banco Nacional de
Angola, em especial:

iii
a) apreciar os pedidos de constituição das referidas instituições, bem como da sua fusão, cisão
ou modificação de objecto;
b) apreciar a idoneidade e aptidão dos Administradores e Directores das mesmas Instituições;
c) definir o âmbito da supervisão em base consolidada, emitindo as instruções a que devem
obedecer as Instituições abrangidas;
d) determinar e fiscalizar o cumprimento de todas as relações prudenciais que essas
Instituições devem observar com o fim de garantir a respectiva liquidez e solvabilidade;
e) dispensar temporariamente do cumprimento de determinadas obrigações, designadamente
as estabelecidas na alínea anterior, as Instituições em que se verifique uma situação que possa
afectar o seu regular funcionamento ou o dos sistemas monetários e financeiro;
f) estabelecer normas para a actuação das Instituições, nomeadamente quanto à sua
organização contabilística, estruturas de receitas e controlo interno, bem assim como aos
elementos de informação a prestar ao B.N.A. e ao público, e respectiva periodicidade;
g) manter organizado o registo especial a que estão sujeitas as instituições sob à sua
supervisão.
2. Compete, igualmente, ao Banco Nacional de Angola:
a) realizar inspecções às Instituições sujeitas à sua supervisão e aos seus respectivos
estabelecimentos, e proceder à averiguações em qualquer entidade ou local onde haja
suspeição de prática irregular de actividades monetárias financeiras ou cambiais;
b) consultar todos os ficheiros, livros e registos, e obter comprovativos das operações, registos
contabilísticos, contratos, acordos e demais documentos que entenda necessários ao exercício
da sua função de supervisão;
c) instaurar, nos termos da lei, os processos adequados à verificação das infracções cometidas.
Artigo 22°
(Desconto de letras, livranças e compra e venda de títulos)
O Banco Nacional de Angola, segundo termos e condições definidas pelo seu Conselho de
Administração, pode:
a) descontar e redescontar letras e livranças sacadas ou emitidas para fins comerciais, com
duas ou mais assinaturas sendo uma a de um Banco e com vencimento nos 6 (seis) meses
seguintes à data da sua aquisição pelo Banco Nacional de Angola;
b) comprar e vender obrigações do tesouro ou outros títulos emitidos ou garantidos pelo
Estado, que façam parte de uma emissão pública.
Artigo 23°
(Concessão de empréstimos)
1. O Banco Nacional de Angola pode conceder às instituições financeiras, empréstimos, por
prazo não superior a três meses, nas modalidades que o
Conselho de Administração considere aconselháveis, garantidos por:
a) activos que o Banco Nacional de Angola esteja autorizado a comprar, vender ou
transaccionar, nos termos do Artigo 47° da presente Lei;
b) os títulos referidos no artigo anterior;
c) outros títulos emitidos ou garantidos pelo Estado que façam parte de uma emissão pública
desde que tenham cobertura do Tesouro nacional;
d) extractos de factura, " warrants" e outros títulos de crédito de natureza análoga.
Os empréstimos a que se refere o número anterior podem, com carácter excepcional, ser
concedidos com base em outros activos ou mesmo com dispensa de garantia, desde que, na
opinião do Conselho de Administração, estejam em causa exigências de liquidez da
instituição financeira bancária devedora e do interesse público.
Artigo 24°
(Definição de taxas de desconto, redesconto e de empréstimos)

iv
O Banco Nacional de Angola fixa e publica as suas taxas de desconto, redesconto e de
empréstimos, podendo estabelecer taxas diferenciais, limites máximos para as várias
categorias de transacções e prazos de vencimento
Artigo 25°
(Constituição de Reservas obrigatórias)
1. O Conselho de Administração pode exigir que as instituições financeiras constituam
reservas obrigatórias e outras responsabilidades que forem por si fixadas
2. As reservas obrigatórias são constituídas por meio de depósitos no Banco
Nacional de Angola, na percentagem por este determinado.
3. O Conselho de Administração pode fixar coeficientes diferentes de liquidez e de reservas
para diferentes categorias de depósitos e outras responsabilidades e determinar as suas regras
de cálculos, desde que sejam uniformes a todas as instituições financeiras da mesma natureza.
4. A inobservância de qualquer das disposições do presente artigo é passível de cobrança pelo
Banco Nacional de Angola de uma taxa não inferior a 1% ao mês acima da taxa de juro mais
elevada praticada nas operações activas, pelas instituições financeiras, sobre o montante em
falta nos seus activos líquidos ou reservas obrigatórias, até que a insuficiência seja corrigida.
Artigo 28°
(Sistemas de compensação e de pagamentos)
O Banco Nacional de Angola é responsável pela organização e supervisão dos sistemas de
compensação e de pagamentos.
Secção III
Relações com o Estado
Artigo 29°
(Crédito ao Estado)
1. O Banco Nacional de Angola pode abrir, ao Estado, um crédito em conta corrente até ao
limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes, cobradas no último ano.
2. O valor referido no número anterior e os respectivos juros, devem ser liquidados até 31 de
Dezembro do ano a que respeite, ainda que para o efeito haja recurso a títulos de dívida
pública, negociáveis e portadores de juros.
Artigo 30°
(Organismos internacionais)
O Banco Nacional de Angola pode conceder ao Estado, segundo termos e condições a
acordar, os meios necessários à subscrição e à realização de outros pagamentos resultantes da
adesão ou participação do País em organismos internacionais cuja actividade respeite aos
domínios monetário, financeiro e cambial.
Artigo 31°
(Títulos emitidos e garantidos pelo Estado)
O Banco Nacional de Angola pode comprar, vender, gerir e pôr em circulação, mediante
termos e condições acordados com o Estado, títulos emitidos ou garantidos por este e
transaccioná-los directamente com o público.
Artigo 32º
(Operações de crédito vedadas)
Salvo o disposto no nº 1 do artigo 29º e do artigo 30º do presente lei, o Banco Nacional de
Angola não pode conceder directa ou indirectamente crédito ao Estado e seus serviços e
fundos personalizados bem como a pessoas colectivas ou empresas estatais.
Artigo 33°
(Limites de crédito)
1. O montante total dos créditos concedidos pelo Banco Nacional de Angola ao abrigo do
disposto no Artigo 30° e da carteira de títulos do Banco Nacional de Angola adquiridos nos
termos do Artigo 31° da presente Lei, não pode ser superior a certa percentagem, determinada

v
pela Assembleia Nacional, por ocasião da aprovação do Orçamento Geral do Estado, sobre a
média anual de receitas correntes do Estado relativa aos três últimos exercícios financeiros.
2. Sempre que a percentagem referida no número anterior correr o risco de ser excedida, o
Banco Nacional de Angola apresenta um relatório, ao Presidente da Republica sobre as causas
de tal excesso e propõe recomendações para corrigi-lo.
Artigo 34°
(Caixa do Tesouro)
O Banco Nacional de Angola encarrega-se, segundo termos e condições a acordar, da
execução do serviço de caixa do tesouro em todas as localidades onde exerça as suas funções:
a) recebendo as receitas do Estado e pagando as suas despesas até ao limite dos fundos à sua
guarda;
b) efectuando as transferências de fundos que lhe forem ordenadas pelas entidades
competentes;
c) realizando todas as suas operações bancárias.
Artigo 35°
(Outras instituições bancárias)
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior da presente Lei, o Estado pode igualmente manter
contas e utilizar por acordo com o Banco Nacional de Angola os serviços de outras
instituições financeiras bancárias.
(…)

vi
Anexo 2: Aviso n.º 02/2010 de 20 de Outubro

AVISO N.º 02/2010


de 20 de Outubro
Considerando a necessidade de se centralizar os elementos informativos respeitantes
ao risco da concessão e aplicação de crédito e de dispor de um sistema de funcionamento da
Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC), conferindo-lhe maior fiabilidade e
consequente incentivo para a sua utilização pelas Instituições
Financeiras;
Nos termos das disposições combinadas do artigo 64º da Lei n.º 13/05, de 30 de
Setembro, Lei das Instituições Financeiras, e da alínea f) do número 1 do artigo 21º da Lei do
Banco Nacional de Angola;
No uso da competência que me é conferida pelo número 1 do artigo 93.º da Lei do
Banco Nacional de Angola;
DETERMINO:
Artigo 1º
(Objecto)
O serviço da Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) tem por objecto:
a) centralizar a informação referente às operações de crédito, responsabilidades
potenciais e aos seus riscos sob qualquer forma ou modalidade concedida pelas Instituições
Financeiras;
b) prestar a informação que auxilie a avaliação dos riscos na concessão de crédito
pelas Instituições Financeiras.
Artigo 2º
(Âmbito)
1. O presente Aviso é aplicável a todas as Instituições Financeiras que exerçam
funções de crédito e sujeitas à supervisão do Banco Nacional de Angola, nomeadamente:
a) Bancos;
b) Cooperativas de crédito;
c) Sociedades de cessão financeira;
d) Sociedades de locação financeira;
e) Sociedades de micro-crédito;
f) Outras sociedades que sejam como tal qualificadas por Lei.
2. Ficam, ainda, sujeitas ao âmbito de aplicação do presente Aviso as sucursais
em Angola de Instituições Financeiras com sede no estrangeiro.
Artigo 3º
(Definições)
1. Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC) - é uma base de dados gerida
pelo Banco Nacional de Angola, com informação prestada pelas Instituições Financeiras
relativas a operações de crédito, responsabilidades potenciais e os seus riscos, sob qualquer
modalidade, de que sejam beneficiárias pessoas singulares ou colectivas, residentes ou não
residentes.
2. Entidades participantes - são as entidades referidas no artigo 2º do presente
Aviso.
3. Responsabilidades Potenciais - para efeitos do presente Aviso, consistem nas
operações em que a instituição financeira pode vincular-se, eventualmente, a obrigações de
terceiros.
4. Responsabilidades efectivas – são as responsabilidades de crédito assumidas por
qualquer pessoa singular ou colectiva, perante as entidades participantes.
5. Risco de Crédito - é a probabilidade de as Instituições Financeiras poderem sofrer
perdas, por conta própria ou de terceiros, devido ao incumprimento das obrigações dos seus
vii
clientes e/ou dos seus garantes (fiadores e/ou avalistas) originadas em contratos de
empréstimos, créditos em geral, descontos, garantias prestadas, títulos, seguros, outras
transacções de intermediação financeira, bem como todos os demais instrumentos financeiros
permitidos por Lei.
Artigo 4º
(Local de Funcionamento)
A Central de Informação e Risco de Crédito é assegurada pelo Banco Nacional de
Angola e funciona nas suas instalações.
Artigo 5º
(Operações Abrangidas)
As entidades participantes devem fornecer ao Banco Nacional de Angola, nos termos
por este estabelecidos, a informação requerida, referente às operações de crédito, cheques sem
provisão, responsabilidades potenciais e aos seus riscos, assumidos por qualquer pessoa
singular ou colectiva, residentes ou não residentes cambiais.
Artigo 6º
(Recolha de Informação)
As Instituições Financeiras devem fornecer ao Banco Nacional de Angola, por via de
comunicação electrónica, os elementos informativos a serem definidos pelo Banco Nacional
de Angola, no Regulamento de funcionamento da CIRC.
Artigo 7º
(Responsabilidade pela informação)
1. A informação constante na Central de Informação e Risco de Crédito é de inteira
responsabilidade das Instituições Financeiras que a tenham fornecido, cabendo
exclusivamente a estas proceder a sua eventual alteração ou rectificação.
2. A informação prestada pelo Banco Nacional de Angola deve ser destinada,
exclusivamente, à instituição requerente, sendo-lhe vedada a sua transmissão total ou parcial a
terceiros, salvo quando estes estiverem legalmente mandatados para o efeito.
Artigo 8º
(Utilização da Informação)
1. Salvo o disposto no número seguinte, a informação a que se refere o presente
Aviso não poderá ser utilizada para outros fins que não sejam da CIRC, os de supervisão das
instituições a ela sujeitas, ou os de elaboração estatística, como complemento dos elementos
referidos na alínea f) do artigo 21º da Lei do Banco Nacional de Angola, não podendo a sua
difusão, em qualquer caso, ser feita em termos susceptíveis de violar o segredo bancário que
deve proteger as operações em causa.
2. A informação constante da CIRC pode ser utilizada no âmbito da cooperação
prevista no artigo 62º da Lei n.º 13/05, de 30 de Setembro.
Artigo 9º
(Acesso à Informação)
1. As Instituições Financeiras participantes têm acesso à informação da CIRC, por
via de comunicação electrónica, estabelecida pelo Banco Nacional de Angola.
2. As pessoas singulares e colectivas têm acesso gratuito à sua própria informação de
crédito registada na Central de Informação e Risco de Crédito.
3. O Banco Nacional de Angola, mediante diploma específico, estabelece as
condições e termos de acesso à informação da CIRC.
Artigo 10º
(Confidencialidade)
1. A informação constante da Central de Informação e Risco de Crédito está sujeita
ao dever de segredo, nos termos da Lei.
2. A informação prestada pela CIRC às Instituições Financeiras não deve conter o
nome da Instituição Financeira que concedeu o crédito.

viii
Artigo 11º
(Participação nos Custos)
O Banco Nacional de Angola pode fixar e cobrar uma comissão de contrapartida das
informações que prestar às Instituições Financeiras.
Artigo 12º
(Infracções)
1. Constitui infracção o não envio de informação actualizada e as instituições
participantes ficam impedidas de aceder à informação da CIRC
2. Além das sanções previstas no artigo 131º, alíneas e) e g) da Lei n.º 13/05, de 30
de Setembro, as infracções ao disposto no presente Aviso, respectivo regulamento e outras
instruções complementares, são puníveis nos termos das Leis civil e penal.
Artigo 13º
(Norma Revogatória)
Ficam revogadas todas as disposições que contrariem o disposto no presente Aviso,
designadamente o Aviso n.º 01/10, de 04 de Outubro.
Artigo 14º
(Entrada em Vigor)
O presente Aviso entra em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação.
PUBLIQUE-SE

Luanda, aos 20 de Outubro de 2010

O GOVERNADOR

JOSÉ DE LIMA MASSANO

ix
Anexo 3: Lista das falências de bancos nos Estados Unidos da América

Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

Washington Mutual Seattle Washington 2008 $307 billion

Continental Illinois National


Chicago Illinois 1984 $40.0 billion
Bank and Trust

City Federal Savings and Loan Elizabeth New Jersey 1989 $39.8 billion

First Republic Bank Dallas Texas 1988 $32.5 billion

IndyMac Pasadena California 2008 $32 billion

American Savings and Loan Stockton California 1988 $30.2 billion

Colonial Bank Montgomery Alabama 2009 $25 billion

Bank of New England Boston Massachusetts 1991 $21.7 billion

MCorp Dallas Texas 1989 $18.5 billion

FBOP Corp banking subsidiaries Oak Park Illinois 2009 $18.4 billion

Gibraltar Savings and Loan Simi Valley California 1989 $15.1 billion

First City National Bank Houston Texas 1988 $13.0 billion

Guaranty Bank Austin Texas 2009 $13.0 billion

Downey Savings and Loan Newport Beach California 2008 $12.8 billion

x
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

BankUnited FSB Coral Gables Florida 2009 $12.8 billion

HomeFed Bank San Diego California 1992 $12.2 billion

AmTrust Bank Cleveland Ohio 2009 $12.0 billion

WesternBank Mayaguez Puerto Rico 2010 $11.9 billion

United Commercial Bank San Francisco California 2009 $11.2 billion

Southeast Bank Miami Florida 1991 $11.0 billion

Goldome Buffalo New York 1991 $9.9 billion

Imperial Federal Savings Assoc. San Diego California 1990 $9.6 billion

CenTrust Bank Miami Florida 1990 $8.2 billion

California National Bank Los Angeles California 2009 $7.8 billion

Corus Bank Chicago Illinois 2009 $7.0 billion

First Federal Bank of California Santa Monica California 2009 $6.1 billion

R-G Premier Bank of Puerto


Hato Rey Puerto Rico 2010 $5.9 billion
Rico

Columbia Savings & Loan Assn. Beverly Hills California 1991 $5.4 billion

xi
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

Franklin Bank Houston Texas 2008 $5.1 billion

Silverton Bank Atlanta Georgia 2009 $4.1 billion

Imperial Capital Bank La Jolla California 2009 $4.0 billion

PFF Bank & Trust Pomona California 2008 $3.7 billion

Franklin National Bank New York New York 1974 $3.7 billion

La Jolla Bank La Jolla California 2010 $3.6 billion

Frontier Bank Everett Washington 2010 $3.5 billion

Amcore Bank Rockford Illinois 2010 $3.4 billion

First National Bank of Nevada Reno Nevada 2008 $3.4 billion

Riverside National Bank of


Fort Pierce Florida 2010 $3.4 billion
Florida

Midwest Bank and Trust


Elmwood Park Illinois 2010 $3.2 billion
Company

Superior Bank Birmingham Alabama 2011 $3.0 billion

TierOne Bank Lincoln Nebraska 2010 $2.8 billion

Irwin Union Bank and Trust


Columbus Indiana 2009 $2.7 billion
Colorado.

xii
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

Orion Bank Naples Florida 2009 $2.7 billion

EuroBank San Juan Puerto Rico 2010 $2.6 billion

ANB Financial Bentonville Arkansas 2008 $2.1 billion

First Regional Bank Los Angeles California 2010 $2.1 billion

ShoreBank Chicago Illinois 2010 $2.1 billion

Silver State Bank Henserson Nevada 2008 $2.0 billion

New Frontier Bank Greeley Colorado 2009 $2.0 billion

Georgian Bank Atlanta Georgia 2009 $2.0 billion

Rancho
Vineyard Bank California 2009 $1.9 billion
Cucamonga

Peoples First Community Bank Panama City Florida 2009 $1.8 billion

County Bank Merced California 2009 $1.7 billion

Hillcrest Bank Overland Park Kansas 2010 $1.6 billion

Advanta Bank Corp Draper Utah 2010 $1.6 billion

CF Bancorp Port Huron Michigan 2010 $1.6 billion

xiii
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

Mutual Bank Harvey Illinois 2009 $1.6 billion

Community Bank of Nevada Las Vegas Nevada 2009 $1.5 billion

First Bank of Beverly Hills Calabasas California 2009 $1.5 billion

Temecula Valley Bank Temecula California 2009 $1.5 billion

New South Federal Savings


Irondale Alabama 2009 $1.5 billion
Bank

Community Banks of Colorado Greenwood Colorado 2011 $1.4 billion

Horizon Bank Bellingham Washington 2010 $1.3 billion

United States National Bank San Diego California 1973 $1.3 billion

Jefferson City,
Premier Bank Missouri 2010 $1.2 billion
Missouri

Broadway Bank Chicago Illinois 2010 $1.2 billion

Security Bank of Bibb County Macon Georgia 2009 $1.2 billion

Charter Bank Santa Fe New Mexico 2010 $1.2 billion

Alliance Bank Culver City California 2009 $1.1 billion

Lynnwood,
City Bank Washington 2010 $1.1 billion
Washington

xiv
Assets at time of
Banco Cidade Estado Data
failure

Columbia River Bank The Dalles Oregon 2010 $1.1 billion

Community Bank and Trust Cornelia Georgia 2010 $1.1 billion

Integrity Bank Alpharetta Georgia 2008 $1.1 billion

Affinity Bank Ventura California 2009 $1.0 billion

Appalachian Community Bank Ellijay Georgia 2010 $1.0 billion

Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_largest_U.S._bank_failures

xv
Anexo 4: Esquema de Controlo Prudencial do BNA

Limite às participações
Financeiras Controlo de Liquidez Auditoria
(menos 15% dos fundos
próprios e participações
qualificadas globais
inferiores a 60% dos
fundos próprios

Adequação dos Limite Mínimo de


Limite de posição cambial Fundos Próprios Provisões
(Até 20% dos Fundos
Próprios) (10% do Activo) (2 a 4% da carteira de
crédito)

Dependência de Poucos
Clientes
(Menos de 30% dos Reservas Obrigatórias
Fundos Próprios)

xvi

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