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Gestão de Crédito

Material Teórico
Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Iraci de Oliveira Motta Rapp
Prof. José Felipe Ferreira de Souza

Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni
Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

• Introdução à Disciplina – Aspectos Gerais

Você terá o primeiro contato com a disciplina e estudará os


aspectos gerais da gestão de crédito e sua relação com o
mercado financeiro. Leia com atenção o conteúdo teórico,
pois ele faz parte dos estudos, e também faça todas as
atividades propostas.

Esta unidade tem como eixo o estudo do “Mercado Financeiro e sua relação com os Riscos e a
Gestão de Crédito”. Você deve estudar e fazer todas as atividades propostas na unidade.
No conteúdo teórico, inicialmente você estudará os conceitos de crédito e de risco.
Para o melhor entendimento sobre o mercado financeiro, o conteúdo teórico está estruturado,
apresentando os quatro segmentos desse mercado e os riscos envolvidos em cada um, a saber:
a) Mercado Cambial – risco de variação da cotação cambial em valores em moeda estrangeira;
b) Mercado de Crédito – risco de inadimplência nos empréstimos concedidos pelas instituições
financeiras.
c) Mercado de Capitais – riscos nos papéis emitidos pelas empresas, como debêntures, para
captar recursos.
d) Mercado Monetário – riscos nos títulos públicos, representativos de dívidas, emitidos pelo
Governo.
O conhecimento das opções de financiamento, bem como de aplicações de recursos existentes
no mercado financeiro e dos riscos envolvidos em cada operação é muito relevante para o gestor
financeiro. Além disso, tanto o mercado financeiro como as empresas demandam profissionais
com esse perfil.

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

Contextualização
O Mercado Financeiro, no século XXI, encontra-se em um cenário bastante volátil, e os
gestores financeiros deparam-se com muitas informações, o que aumenta a complexidade das
decisões de investimentos e financiamentos.
Atualmente os meios de comunicação trazem, diariamente, informações sobre crises
financeiras em diversos países.
As preocupações com o mercado financeiro estão se espalhando mundialmente. O centro da
crise, atualmente, já não se localiza nos países emergentes, mas sim em alguma grande “potência”.
Os gestores financeiros buscam as oportunidades que oferecem os melhores retornos, todavia
não devem se esquecer de avaliar os riscos, principalmente de ativos financeiros. Assim, é
necessário conhecer as opções e os riscos envolvidos no mercado financeiro.
O mercado de crédito, no âmbito econômico, é uma importante forma de alavancar o
desenvolvimento da economia de um país. Durante a leitura do conteúdo teórico, estudaremos
as diversas operações de crédito e também as diversas maneiras de obtenção de recursos pelas
pessoas físicas e jurídicas.
Vamos ver que, ao fazer aplicações financeiras ou mesmo manter uma conta corrente
num banco, você pode estar correndo risco de crédito ou de perda financeira. Porém existe
instrumento para proteger os pequenos poupadores, como por exemplo, o Fundo Garantidor
de Crédito (FGC).
Dessa forma, a análise de risco e, por conseguinte, a Gestão de Crédito ganharam relevância
muito grande em instituições financeiras e empresas.
Bons estudos!

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1 Introdução à Disciplina – Aspectos Gerais

1.1 Conceitos
Quando você ouve falar em crédito, provavelmente,
deve se lembrar de compra de bens a prazo. No ambiente
econômico, crédito é um meio importante de alavancar o
desenvolvimento de um país e possui diversas características
que são objeto de estudo do mercado financeiro. Assim,
vamos estudar as diversas operações de crédito e também
as formas de obtenção de recursos, pelas pessoas físicas,
para financiar a aquisição de bens, e pelas pessoas jurídicas,
para financiar suas atividades. FreeGreatPicture.com

Em sentido amplo, a palavra crédito significa confiança, fé na solvabilidade. Em termos


financeiros, fé na solvabilidade significa acreditar na capacidade de pagamento.
Apresentamos, a seguir, alguns conceitos de crédito estabelecidos por dois autores, estudiosos
de análise e gestão de crédito: José Odálio dos Santos e José Pereira da Silva.
Segundo Silva (2008, p. 45), “Num sentido restrito e específico, Crédito consiste na entrega
de um valor presente mediante uma promessa de pagamento.” O autor ainda complementa
explicando que, numa loja, o valor presente significa a entrega de uma mercadoria, e, em um
banco, o crédito consiste em colocar à disposição do cliente um empréstimo, mediante uma
promessa de pagamento futuro. Ou seja, crédito envolve tanto uma venda a prazo, feita por
uma empesa comercial ou industrial, como um empréstimo feito por uma instituição financeira.
Já conforme Santos (2006, p.1):

Dentre as várias conceituações, uma linha de raciocínio tem predominado


entre os autores: crédito refere-se à troca de um valor presente por uma
promessa de reembolso futuro, não necessariamente certa, em virtude do
“fator risco”. Daí a necessidade de que o credor faça uma análise cuidadosa da
capacidade financeira de cada cliente, antes da concessão do financiamento.


Assim, como se pode ver, crédito envolve expectativa de recebimento no futuro e, dessa forma,
incorre em risco, pois o futuro é incerto, porém passível de ser estudado. Daí conceder crédito
requer o estudo de análise de risco, cujas metodologias estudaremos nas próximas unidades.
Vamos, então, definir o que é risco de crédito.

Risco De Crédito: é a probabilidade de que o capital, ou seja, o valor emprestado não


retorne na data acordada, isto é, no vencimento. Em outras palavras, é a possibilidade de
perdas em virtude da incerteza quanto à realização ou recebimento de valores decorrentes de
empréstimos, financiamentos, vendas a prazo, adiantamentos, emissões de títulos de dívida e
de valores mobiliários.

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

Quando se fala em risco de crédito, não se trata apenas de risco em empréstimos bancários
ou em vendas a prazo, pois, sempre que ocorrer a probabilidade da não realização de
um recebimento, seja de um título, de um boleto, de uma aplicação financeira, de um bem
etc., há risco.
Você já deve ter ouvido ou lido, na mídia, algo sobre inadimplência. Podemos conceituar
inadimplência como a falta de pagamento de um compromisso financeiro no vencimento ou
também o não cumprimento de uma cláusula de um contrato.
Conforme Gitman (2004, p. 184), “Fundamentalmente, risco é a possibilidade de perda
financeira.”
Assim, podemos inferir que haverá risco sempre que houver a probabilidade de perda
financeira, seja por falta de pagamento no vencimento, ou ainda por redução do valor a receber,
que são aspectos muitos relevantes em finanças.
Assim, podemos inferir que crédito e risco andam juntos.
A seguir, vamos conhecer as principais operações de crédito, os títulos e valores mobiliários que
são passíveis de oferecer risco aos credores ou detentores de valores a receber contra terceiros.

1.2 Mercado Financeiro: operações de crédito, valores


mobiliários e títulos públicos

Preliminarmente é necessário contextualizar o ambiente econômico em que está inserido o


risco de crédito, conhecer as operações que fazem parte do mercado financeiro, as quais serão
objeto de análise de risco, e também a importância da sua gestão.
Caro(a) aluno(a), agora você vai conhecer ou então, caso já conheça, vai rever alguns
conceitos básicos sobre o estudo do mercado financeiro, o qual pode ser subdividido em quatro
segmentos: mercado cambial; mercado de crédito; mercado de capitais; mercado monetário.

Mercado cambial
No mercado cambial ocorrem as operações de compra e de venda de moedas estrangeiras, ou
seja, é o ato de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando um
brasileiro viaja para o exterior, ele precisa trocar reais pela moeda estrangeira. Da mesma forma,
as empresas, quando exportam e recebem o pagamento em moeda estrangeira, precisam efetuar
a troca pela moeda nacional; ou ainda, quando as empresas brasileiras tomam empréstimos no
exterior, é necessário fazer a troca da moeda estrangeira pela moeda nacional para ser utilizada
no Brasil, e vice-versa quando do pagamento da dívida.
A conversão de uma moeda para outra é feita com base na taxa de câmbio do dia. As oscilações
na cotação acarretam alterações nos valores, que podem ser favoráveis ou desfavoráveis para os
detentores de valores a receber ou a pagar em moeda estrangeira, ou seja, em transações com
moeda estrangeira, há risco de variação cambial. Por exemplo, cotações do dólar dos Estados
Unidos da América, conforme site do Banco Central do Brasil, em relação à moeda brasileira:

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Dia 14.11.2001: 1 dólar EUA = 2,5291 Reais
Dia 14.11.2011: 1 dólar EUA = 1,7642 Real

Assim, como observamos, a cotação do Real variou


fortemente (de R$ 2,5291 para R$ 1,7641 nesse período).

Mercado de crédito
No mercado de crédito ocorre a canalização, intermediada por uma instituição financeira,
de recursos financeiros para os agentes econômicos demandadores de capitais. Agentes
econômicos são todas as pessoas e entidades que fazem parte da economia, como os
indivíduos, as empresas e o governo.
As instituições financeiras têm como principal finalidade fazer a intermediação financeira,
captando recursos dos agentes superavitários (poupadores) para emprestar ou financiar os
agentes deficitários (tomadores). Ou seja, os bancos fazem a ligação entre as pessoas físicas ou
jurídicas que têm dinheiro e as que precisam de dinheiro.
No mercado de crédito, os bancos e as sociedades
financeiras fazem operações de crédito de curto,
médio e longo prazo tanto para pessoas físicas, com
a finalidade de financiar a aquisição de bens, como
para as pessoas jurídicas, fornecendo recursos para
investimento e para produção. Dessa forma, propiciam
o desenvolvimento econômico.
Você, certamente, já conhece as palavras “empréstimo” e “financiamento”. Muitas vezes elas
são usadas como sinônimo, porém têm significados diferentes. Empréstimo significa modalidade
de crédito em que o dinheiro não tem uma destinação específica - o tomador pode utilizá-
lo livremente. Por exemplo, você pode solicitar um empréstimo no banco e utilizar os recursos
naquilo que você quiser.
Já financiamento é uma operação de crédito em que os recursos têm uma utilização
determinada em contrato, como, por exemplo, na compra de um carro financiado, os
recursos são para adquirir o carro.
A concessão de créditos, para pessoas físicas ou jurídicas, é precedida de análise do cliente
para a apuração e classificação do risco e determinação do valor máximo do crédito. Tal assunto
será objeto de estudo mais aprofundado nas próximas unidades desta disciplina.
O mercado desenvolve, constantemente, as formas de financiamento das vendas, do
consumo e da produção. Apresentamos, a seguir, as principais operações de crédito existentes
no mercado financeiro para pessoas físicas e pessoas jurídicas:
• Crédito direto ao consumidor: conhecido como CDC, é uma operação destinada a
financiar a aquisição de bens e serviços pelos consumidores. O CDC com interveniência
é uma modalidade destinada às empresas, para repasse aos seus clientes. O risco da
operação passa a ser das empresas, que é a interveniente.

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

• Cartão de crédito: é uma modalidade de crédito que permite ao detentor realizar compras
de bens e serviços, bem como saques de dinheiro até o limite de crédito concedido. Pode
ser concedido às pessoas físicas e jurídicas.
• Cheque especial: é um limite de crédito disponibilizado na conta corrente do cliente, o
qual pode ser utilizado para fazer frente às necessidades eventuais.
• Crédito imobiliário: é um financiamento para aquisição ou construção de imóveis
residenciais.
• Empréstimo em consignação: é uma operação de crédito destinada às pessoas
físicas em que o pagamento das prestações é feito através do desconto diretamente
em folha de pagamento e, dessa forma, o risco de inadimplência é baixo, reduzindo,
também, os juros cobrados.
Além dessas operações citadas, existem diversas outras que são destinadas às pessoas
jurídicas, as quais são classificadas em linhas para capital de giro e linhas para investimento.
Os recursos para capital de giro são aqueles utilizados para manutenção da atividade
operacional das empresas, como aquisição de matéria prima, manutenção de estoques,
pagamentos de salários e despesas com aluguel, contas de luz e de água etc. Os créditos
para investimento são recursos destinados à compra de imobilizado, como máquinas,
equipamentos, à construção de novas fábricas e a outros gastos em ativos que gerarão
receitas durante vários anos.
Agora, vamos conhecer as principais operações de crédito destinadas às pessoas jurídicas.

Desconto bancário de títulos: é uma operação em que a instituição financeira adianta ao


detentor de um título de crédito o valor que ele receberia no futuro, descontando os encargos
financeiros (juros e demais despesas). Os títulos de crédito podem ser: duplicatas, cheques
pré-datados, boletos de vendas com cartão de crédito. O tomador da operação faz cessão do
crédito dos títulos ao banco. O desconto de recibos das vendas com cartão de crédito é feita,
principalmente, pelo comércio varejista (lojas, supermercados etc).
É uma forma bastante utilizada pelas pequenas, médias e grandes empresas para obter
recursos para capital de giro. Além disso, ao realizar o desconto do título, a empresa transfere
para o banco o risco do recebimento de suas vendas a prazo. Todavia o banco tem o direito
de regresso, ou seja, no vencimento do título, caso este não seja pago pelo devedor (também
denominado sacado), a empresa (cedente do crédito) deverá efetuar o pagamento.
O desconto de títulos é uma operação de crédito bastante disputada pelas instituições
financeiras, as quais devem tomar alguns cuidados para reduzir o risco de inadimplência, como:
selecionar a qualidade dos títulos a serem descontados, principalmente das duplicatas, e evitar a
concentração das operações em poucos clientes e de elevados valores para um mesmo cliente.

Conta garantida: é uma conta com um limite de crédito destinado a suprir necessidades
eventuais de capital de giro. Há, ainda, o crédito rotativo, que é similar à conta garantida.

Hot Money: são operações de crédito de curtíssimo prazo (de 01 a 07 dias), também
destinadas às necessidades eventuais de recursos.

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Empréstimos para capital de giro: são operações disponibilizadas às empresas pelos
bancos e formalizadas através de contrato, o qual estabelece as condições básicas da operação,
como garantias, prazo de resgate, encargos financeiros etc.

Operador de Vendor: uma operação que permite a uma empresa vender seu produto a
prazo e receber o pagamento à vista, consistindo no financiamento do comprador.

Operações de Repasse de Recursos Externos: são recursos obtidos pelas instituições


financeiras no exterior, em moeda estrangeira, e repassados para as empresas no Brasil. São
operações que possuem como encargos: juros, comissão de repasse e variação cambial.

Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais


Entregues (ACE): são créditos destinados às empresas exportadoras. ACC é uma operação
que ocorre na fase de produção da mercadoria a ser exportada e ACE ocorre após o embarque
da mercadoria ao importador.

Financiamento para investimento: o principal agente financiador dos investimentos é o


BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é uma empresa pública
federal. Os financiamentos para investimentos, como compra de máquinas, equipamentos,
construção e expansão de fábricas, etc., são operações de crédito de longo prazo, o qual pode
ser de 05, 10 ou até 20 anos, o que acarreta risco maior para o emprestador em função da
possibilidade de oscilações na economia, afetando a capacidade de pagamento dos tomadores.
As operações com recursos do BNDES, cujos fundos são governamentais, podem ser feitas
diretamente com aquele banco ou mediante a intermediação de alguma instituição financeira e,
neste caso, são denominadas operações de repasse de recursos internos.
As instituições financeiras correm risco de crédito ao conceder empréstimos ou
financiamentos aos seus clientes. A gestão de crédito em bancos tem uma importância
muito grande, pois o nível de inadimplência das suas operações pode acarretar insolvência
do banco e trazer sérias consequências aos seus clientes e ao mercado financeiro. Assim, a
gestão de riscos em instituições financeiras é assunto regulamentado pelo Banco Central e
será objeto de estudo desta disciplina.

Captação de recursos pelas instituições financeiras

Para cumprir a função de disponibilizar crédito para os agentes econômicos deficitários, os


bancos efetuam captação de recursos através das contas correntes e das aplicações financeiras
mantidas pelos clientes.
As aplicações mais comuns oferecidas pelos bancos aos clientes são: caderneta de
poupança e o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que é um título emitido pelo
banco que paga juros aos aplicadores.
Além disso, as instituições financeiras podem efetuar captações através dos seguintes títulos:

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

• Letras de câmbio: títulos emitidos pelas financeiras, que são as sociedades de crédito,
financiamento e investimento, e têm a finalidade de captar recursos para financiar o
crédito direto ao consumidor;
• Letras imobiliárias: criadas em 1964, podem ser emitidas pelos bancos que possuem
carteira imobiliária e pelas sociedades de crédito imobiliário. A carteira imobiliária é
composta por financiamento para aquisição de imóveis;
• Letras hipotecárias: emitidas pelas instituições financeiras autorizadas a conceder
financiamento de imóveis, garantido por hipoteca;
• Letras de crédito imobiliário: criadas em 2004, como um novo instrumento para
captação de recursos para financiamento imobiliário. São parecidas com as letras
hipotecárias, mas delas difere, visto que aquelas têm como base (lastro) o crédito
garantido por hipoteca.
As letras imobiliárias, assim como as letras hipotecárias e as letras de crédito imobiliário são títulos
emitidos com a finalidade de captar recursos para financiar o crédito imobiliário, porém apresentam
algumas diferenças entre si, como prazo, juros, emissor (quem pode emitir as letras) etc.
Além das citadas acima, as pessoas físicas e jurídicas têm diversas opções para fazer aplicações,
ou seja, investimentos de recursos em instituições financeiras.

Para Pensar
Você acha que, ao manter uma poupança ou uma conta corrente num banco, você corre risco de
perda do valor aplicado?

Sim, você e os demais clientes de um banco, ao manter dinheiro na conta corrente e em


aplicações financeiras, como depósito em poupança ou em Certificado de Depósito Bancário
(CDB), acima de determinado limite, correm risco de perda financeira em virtude de
insolvência da instituição financeira.
Então, vamos conhecer quais são esses limites e a regulamentação que existe para proteger
os pequenos poupadores.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC): é uma entidade, criada em 1995, e conforme site
do Banco Central do Brasil, acesso em 14.11.2011:

“É uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um


mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores,
que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição
financeira, em caso de falência ou de sua liquidação. São as instituições
financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a
manutenção do FGC.”

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A finalidade do Fundo Garantidor é proteger os correntistas e aplicadores no caso de quebra
da instituição financeira associada ao Fundo. Todavia, esse fundo garante até o valor máximo
total, atualmente, de R$ 70.000,00, que podem ser mantidos em uma ou mais instituições
aplicados em:
• Depósitos em contas correntes;
• Depósitos a prazo (por exemplo, em CDB);
• Letras de câmbio;
• Letras imobiliárias;
• Letras hipotecárias;
• Letras de crédito imobiliário.

Assim, vimos as principais opções oferecidas pelas instituições financeiras para investimento
por parte dos agentes econômicos (pessoas físicas e pessoas jurídicas) superavitários de recursos,
bem como tipos de empréstimos/financiamentos existentes no mercado de crédito.

Mercado de capitais
No mercado de capitais ocorre a ligação entre os agentes poupadores e aqueles carentes
de recursos, de médio e longo prazo, para capital de giro e investimento, efetuada diretamente
entre os agentes econômicos sem a intermediação financeira de bancos.
A captação de recursos no mercado de capitais é feita, principalmente, por empresas de
grande porte. As Sociedades Anônimas (S.A) de capital aberto, que são aquelas com ações
negociadas em bolsa de valores, também denominadas empresas listadas em bolsa, podem
fazer lançamento de ações para captar recursos.
No mercado de capitais são negociados diversos títulos, que são denominados valores
mobiliários. Os principais são:
• Ações: papéis representativos do capital de empresas;
• Debêntures: títulos emitidos por uma sociedade anônima,
com a finalidade de captar recursos, de médio e de longo prazo,
para capital de giro e investimento. Podem ser conversíveis em
ações;
• Notas promissórias (também denominadas de
commercial papers): emitidas com a finalidade de captar
recursos para capital de giro. Geralmente, são papéis de curto
prazo, representativos de dívidas das empresas emissoras.
Os grandes aplicadores de recursos financeiros, que são denominados de investidores
institucionais, como, por exemplo, instituições financeiras, fundo de pensões, seguradoras etc.,
são principalmente os adquirentes dos valores mobiliários emitidos pelas empresas.

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

A decisão de adquirir títulos representativos de dívidas de uma empresa pelos investidores


(debêntures, notas promissórias, etc.) é feita com base em análise de risco de crédito, assunto
que será estudado em próxima unidade.

Mercado monetário
No mercado monetário são realizadas as operações de
compra e venda de títulos públicos, com o objetivo de
controlar a liquidez monetária da economia e suprir as
necessidades de caixa do Tesouro Nacional.

Mas o que são títulos públicos? São papéis emitidos pelo


Governo Federal, Estadual e Municipal, para captar recursos
a fim de financiar a dívida pública e as atividades do Poder
Executivo, como Saúde, Educação e infraestrutura.

Atualmente, no Brasil, os títulos públicos são emitidos


basicamente pelo Tesouro Nacional e são, também,
denominados obrigações do Governo Federal. Cabe
destacar que, mundialmente, os governos dos países
emitem papéis para captar recursos para financiar as
bcb.gov.br suas atividades.

Exemplos de títulos públicos: Notas do Tesouro Nacional (NTN); Letras do Tesouro


Nacional (LTN); Letras Financeiras do Tesouro (LFT); Bônus do Tesouro Nacional (BTN); Bônus
do Banco Central (BBC); Letras do Banco Central (LBC) etc.

Juntamente com os títulos privados, como Certificado de Depósito Bancário (CDB),


debêntures etc., os títulos públicos são mais uma opção de aplicação de recursos, que pode
ser feita, inclusive, por pequenos investidores. Os títulos públicos também possuem risco de
crédito, pois há a possibilidade de, no vencimento, o Governo não honrar o seu pagamento,
todavia as aplicações nesses papéis são consideradas as de menor risco no mercado.
Você estudante, como futuro gestor ou analista financeiro,
deve conhecer além das opções de captação de recursos
para financiar as atividades empresariais (investimentos)
também as opções de aplicações financeiras, para as
eventuais sobra de caixa, assim como os riscos inerentes
a essas operações. São informações importantes para o
planejamento financeiro pessoal.
Como foi dito anteriormente, crédito e risco andam juntos.
Assim, o risco de não realização dos valores envolvidos nas
operações do mercado de crédito, nos valores mobiliários
(mercado de capitais) e nos títulos públicos (mercado
monetário) deverá ser objeto de Gestão de Crédito. elos.org.br

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Material Complementar
O estudante de Gestão Financeira precisa estar atualizado com o que acontece na economia
nacional e internacional. Vamos a algumas sugestões de sítios, por meio dos quais você pode
se atualizar diariamente.

Revista sobre o mercado financeiro: http://www.capitalaberto.com.br


O sítio acima possui artigos acadêmicos voltados para o estudo do mercado financeiro.

Revista Exame: http://exame.abril.com.br


O sítio da Revista Exame traz notícias online sobre economia, negócios, mercado
financeiro, carreira, informações em geral, etc.

Jornal O Estado De São Paulo: www.estado.com.br


Você pode acessar a página desse Jornal, via internet, que traz notícias sobre
atualidades. O Jornal possui ainda a sessão Economia & Negócios, que divulga
notícias online sobre economia e artigos de analistas econômicos de renome.

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Unidade: Mercado Financeiro e a Gestão de Crédito

Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 8ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 17ª Ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2008.

GITMAN, Laurence J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2004.

SANTOS, José Odálio dos. Análise de Crédito: empresas e pessoas físicas. 2ª Ed. São
Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Site

Banco Central do Brasil: <http://www.bcb.gov.br/> Acesso em 14.11.2011

Banco Central do Brasil: <http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/Resultado.


asp?idpai=convmoeda> Acesso em 17.11.2011

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Anotações

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