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Atanásio Muidingue Alamba Júnior

Edson Domingos Thonge


Rainha Raúl Adriano
Reinaldo Mzé Abdala Chicanda

MERCADO DE OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS


(licenciatura em Gestão de Empresas)

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação


Nacala-Porto
2023
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Atanásio Muidingue Alamba Júnior

Edson Domingos Thonge

Rainha Raúl Adriano

Reinaldo Mzé Abdala Chicanda

MERCADO DE OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS

O presente trabalho da cadeira de Finanças


Internacionais é de caracter avaliativo, a ser
entregue ao docente da mesma, de Lic. Gestão de
Empresas

Docente: MA. Edson Alfandega

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala-Porto

2023
III3

Índice
1. Introdução .............................................................................................................................. 4

2. MERCADO DE OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS ........................................................ 5

2.1. Conceito de Obrigações Internacionais .............................................................................. 5

2.2. Principais características das obrigações: ........................................................................... 5

2.2.1. Elementos que caracterizam as obrigações ...................................................................... 5

3. Definição de Mercados de obrigações internacionais ............................................................ 6

3.1. Classificação dos títulos de divida Internacional ................................................................ 6

3.2. Funcionamento do mercado de obrigações internacional ................................................... 8

3.3. Risco e Retorno do Mercado de obrigações internacional.................................................. 9

3.3.1. Risco ................................................................................................................................ 9

3.3.2. Retorno........................................................................................................................... 10

4. Conclusão............................................................................................................................. 12

5. Bibliografia .......................................................................................................................... 13
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1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa visa abordar acerca do Mercado de Obrigações
Internacionais, que refere-se ao mercado global de títulos de dívida emitidos por governos,
empresas e outras entidades financeiras de diferentes países. Essas obrigações são muitas
vezes denominadas em moedas estrangeiras, como o dólar dos EUA ou o euro, e são
compradas por investidores de todo o mundo.

Ao longo deste trabalho, examinaremos os diferentes tipos de obrigações internacionais, os


principais participantes envolvidos, o funcionamento do mercado primário e secundário, os
riscos e retornos associados a esses investimentos, além de considerações éticas e o papel
fundamental desempenhado por esse mercado na economia global.

O mercado de obrigações internacionais é um ecossistema financeiro dinâmico, onde fatores


econômicos, políticos e sociais se entrelaçam para moldar as decisões de investimento e
financiamento em uma escala global. Conforme nos aprofundamos nesse campo,
compreenderemos como ele influencia as economias, a alocação de recursos e a busca por
investimentos seguros em um mundo cada vez mais interconectado

Este trabalho tem como objetivo fornecer uma visão abrangente e detalhada do mercado de
obrigações internacionais, servindo como um guia fundamental para estudantes, investidores,
profissionais financeiros e todos aqueles interessados em entender melhor o funcionamento
deste importante componente do sistema financeiro global.
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2. MERCADO DE OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS

2.1. Conceito de Obrigações Internacionais


Uma obrigação é um título de dívida, livremente negociável no mercado, que representa uma
parte de um empréstimo. (Lopes, 2003)

A partir do momento em que um investidor decide investir numa obrigação, ele torna-se
credor da sociedade emitente, recebendo nesta qualidade uma remuneração e o reembolso do
valor nominal do título na data de vencimento

As principais entidades emitentes que atuam no mercado obrigacionista são os Estados, os bancos

e as grandes empresas. No mercado secundário, os investidores particulares podem intervir seja


diretamente, através de um intermediário financeiro (bancos, corretores, corretores on-line), seja
indiretamente, através de diferentes organismos de investimento.

2.2. Principais características das obrigações:


 São transmissíveis não necessitando para isso de qualquer autorização do devedor. •
São uniformes, por serem idênticas e emitidas em série;
 São indivisíveis, pois não podem ser fraccionadas em partes; Do ponto de vista da
sociedade emitente (mutuário), este tipo de empréstimo tem a vantagem de permitir,
a diversificação dos credores (mutuantes), e a angariação de montantes de crédito,
geralmente, mais elevados do que nos empréstimos clássicos.

2.2.1. Elementos que caracterizam as obrigações


Valor Nominal (VN) Este é o valor facial do título e sobre o qual incide a taxa de cupão para
o cálculo dos juros. Este valor é geralmente designado por par

Valor nominal do empréstimo = Nº de obrigações emitidas × V

Preço de emissão ou valor de subscrição (PE) É o preço ao qual as obrigações são colocadas
à disposição dos investidores. Ou seja, é o valor a que as obrigações são emitidas em mercado
primário. De notar que este valor é por vezes diferente do Valor Nominal uma vez que o
empréstimo pode ser emitido acima ou abaixo do par.

Valor Emitido = Nº de obrigações emitidas ×VE


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Valor de reembolso (VR) É o valor pelo qual as obrigações são reembolsadas no fim do
empréstimo. Este valor é geralmente igual ao valor nominal, e então diz-se que o reembolso é
ao par. Porém, muitas vezes as empresas pretendem tornar os empréstimos mais atractivos e
fazem o reembolso acima do par, isto é, reembolsam o capital, a um valor superior ao valor
nominal das obrigações

Capital a reembolsar = Nº de obrigações ×VR

Taxa de juro ou taxa de cupão É a taxa de juro que, aplicada ao valor nominal da obrigação,
dá origem ao juro que é pago periodicamente. Esta taxa pode ser fixa, quando se mantém
constante ao longo da vida da obrigação, ou indexada, quando varia ao longo do empréstimo.
O juro, é o rendimento periódico gerado pela obrigação e resulta do produto da taxa de cupão
pelo valor nominal.

Juro = Valor Nominal × taxa de cupão

3. Definição de Mercados de obrigações internacionais


O mercado de obrigações internacionais é um mercado de títulos de dívida emitidos por
empresas ou governos de um país para investidores de outro país. Esses títulos são
denominados em moeda estrangeira e podem ser emitidos em diferentes moedas, como
dólares americanos, euros, ienes ou renminbi.
O mercado de obrigações internacionais é um mercado global e fornece aos investidores uma
oportunidade de diversificar suas alocações de investimento em diferentes países e moedas.
Os títulos de dívida internacionais também fornecem às empresas e governos de um país um
acesso mais amplo a fontes de financiamento e investidores. (Klotzle, 2012).

O mercado de obrigações internacionais também apresenta riscos, como riscos de taxa de


câmbio e risco político. A flutuação das taxas de câmbio pode afetar negativamente os
rendimentos dos investidores, enquanto os riscos políticos podem resultar em default da
dívida soberana ou falência de empresas emissoras.

3.1. Classificação dos títulos de divida Internacional


De acordo com Lopes (2003) Os títulos de dívida internacionais podem ser classificados em
três categorias principais: dívida soberana, dívida corporativa e dívida emitida por agências
supranacionais, como a Comissão Europeia ou o Banco Asiático de Desenvolvimento.

Divida Soberana: Dívida soberana é a dívida de um governo nacional emitida em sua


própria moeda ou em uma moeda estrangeira. O governo emite dívida soberana para financiar
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as suas atividades, como a construção de infraestrutura, o pagamento de despesas públicas, a


realização de reformas sociais e o pagamento de dívidas passadas.

Roberts (2000), A dívida soberana é emitida por meio de títulos de dívida, como letras do
tesouro, títulos de longo prazo, notas e outros instrumentos financeiros. Esses títulos são
vendidos a investidores, que emprestam dinheiro ao governo em troca de juros e do valor do
título no vencimento.

A capacidade de um governo pagar sua dívida soberana é medida por meio de sua
classificação de crédito, que é atribuída por agências de classificação de crédito, como
Moody's, Fitch Ratings e Standard & Poor's.

A classificação é baseada em vários fatores, incluindo a solidez fiscal do governo, sua


capacidade de gerar receitas, seu histórico de pagamentos de dívidas e a estabilidade do
ambiente político e econômico.

Marques (2006) Apesar de ser considerada uma forma segura de investimento, a dívida
soberana também apresenta riscos. Os governos podem ter dificuldades para pagar a sua
dívida soberana se ocorrerem mudanças em suas circunstâncias financeiras, como queda nas
receitas fiscais, aumento das despesas ou recessão econômica. Em alguns casos, os governos
podem até mesmo entrar em default, o que significa que eles são incapazes de pagar sua
dívida soberana em dia ou não pagam a dívida completamente;

Dívida corporativa: refere-se ao dinheiro que uma empresa deve a terceiros , como bancos,
investidores ou detentores de títulos, como parte de seu financiamento ou operações
comerciais. Emitidas por empresas multinacionais para captar fundos para expansão,
pagamento de dívidas ou outros fins corporativos. O risco associado a essas obrigações pode
variar amplamente, dependendo da saúde financeira da empresa emissora.

Emitidas por empresas multinacionais para captar fundos para expansão, pagamento de
dívidas ou outros fins corporativos. O risco associado a essas obrigações pode variar
amplamente, dependendo da saúde financeira da empresa emissora.

Dividas emitidas por agencias supranacionais: são títulos de divida emitidos por
organizações que operam em nível regional ou global e tem um mandato específico que
transcende as fronteiras de países individuais , essas agencias são frequentemente criadas
para promover a cooperação económica, estabilidade financeira e desenvolvimento em varias
regiões do mundo.
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3.2. Funcionamento do mercado de obrigações internacional


Madura (2008), O mercado internacional de obrigações, também conhecido como mercado
de títulos ou mercado de dívida, é um espaço onde governos, empresas e outras entidades
emitem títulos de dívida para captar dinheiro junto a investidores. Aqui está uma visão geral
de como esse mercado funciona:

Emissão de Obrigações: As entidades que desejam levantar capital emitem obrigações, que
são títulos de dívida. Isso pode incluir governos, corporações, agências governamentais e
outras instituições.

 Características das Obrigações: Cada obrigação tem características específicas,


incluindo o valor nominal (valor de face), a taxa de juros (cupom), a data de
vencimento e os termos de pagamento dos juros.

Mercado Primário: No mercado primário, as obrigações são emitidas e vendidas pela


primeira vez aos investidores. Isso ocorre por meio de leilões, ofertas públicas ou colocação
privada.

Mercado Secundário: Após a emissão inicial, as obrigações podem ser compradas e


vendidas no mercado secundário. Este é um mercado de revenda, onde os investidores
negociam obrigações entre si. As bolsas de valores e os mercados de balcão são locais
comuns para negociações no mercado secundário.

Preços e Taxas de Juros: O preço de mercado de uma obrigação pode flutuar com base na
oferta e demanda. Se a taxa de juros da obrigação for maior do que as taxas de mercado
atuais, a obrigação será vendida a um desconto em relação ao valor nominal. Se a taxa de
juros for menor, a obrigação pode ser vendida com ágio.

Risco de Crédito: As obrigações têm diferentes classificações de risco de crédito atribuídas


por agências de classificação de risco. Isso reflete a qualidade creditícia do emitente e afeta o
interesse dos investidores. Obrigações de maior risco geralmente pagam taxas de juros mais
altas.

Vencimento: Cada obrigação tem uma data de vencimento em que o principal é reembolsado
ao investidor. Os investidores podem optar por manter as obrigações até o vencimento ou
vendê-las no mercado secundário antes do vencimento.
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Diversificação: Investidores geralmente constroem carteiras diversificadas de obrigações


para espalhar o risco. Isso envolve a compra de obrigações com diferentes datas de
vencimento e de emissões de diferentes emissores.

Liquidez: A liquidez das obrigações varia. Algumas obrigações são altamente líquidas, o que
significa que podem ser facilmente compradas ou vendidas no mercado secundário. Outras
podem ser menos líquidas, tornando a venda mais desafiadora.

Intermediação Financeira: Corretores, bancos de investimento e instituições financeiras


desempenham um papel importante ao conectar emissores e investidores no mercado de
obrigações.

3.3. Risco e Retorno do Mercado de obrigações internacional


Klotzle, 2012, afirma que no mercado de obrigações internacionais, como em qualquer
mercado financeiro, os investidores enfrentam um equilíbrio entre risco e retorno ao
considerar a compra de obrigações.

Buarque (1991). Aqui está uma análise mais detalhada sobre como o risco e o retorno se
relacionam nesse contexto:

3.3.1. Risco
Para Cavalcante; Misumi e Rudge (2009) que definem risco segundo os termos do dicionário,
risco é uma perda financeira ou dar-se mal com um investimento. Sandroni (1994) define
risco como a “condição própria de um investidor, ante as possibilidades de perder ou ganhar
dinheiro”.

Risco de Crédito: Este é o risco de que o emissor da obrigação não cumpra suas obrigações
de pagamento de juros e/ou principal. Quanto menor a qualidade de crédito do emissor, maior
o risco de crédito associado às obrigações desse emissor.

Risco de Taxa de Juros: As obrigações têm taxas de juros fixas (cupom) ou variáveis. O
risco de taxa de juros refere-se à possibilidade de que as taxas de juros de mercado
aumentem, o que pode fazer com que as obrigações existentes com taxas fixas se tornem
menos atraentes no mercado secundário.
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Risco de Mercado: Isso envolve a volatilidade dos preços das obrigações devido a mudanças
nas condições do mercado, como flutuações nas taxas de juros, eventos geopolíticos e
econômicos.

Risco Cambial: Para investidores estrangeiros que compram obrigações em moeda


estrangeira, há o risco cambial. As flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o valor da
obrigação quando convertido para a moeda do investidor.

Risco de Liquidez: Algumas obrigações podem ter baixa liquidez, o que significa que pode
ser difícil vender a obrigação no mercado secundário. Isso pode afetar a capacidade do
investidor de acessar seu dinheiro rapidamente.

3.3.2. Retorno
Downes (1991, p. 374) define que o “retorno em finanças e investimentos são lucros com
ações ou em investimentos de capital, geralmente expressos em índices percentuais anuais”.
(Tradução do autor). Para Gitman (2004, p. 184), “o retorno é um ganho ou perda total
sofrido por um investimento em certo período”. Houaiss (2001) descreve retorno como “1)
regresso, volta; 2) repetição de um fenômeno; 3) recompensa, resultado; 4) resposta, réplica.

Cupom: O retorno da obrigação é geralmente composto pela taxa de juros (cupom) pago
periodicamente pelo emissor. Quanto maior o cupom, maior o retorno regular da obrigação.

Rendimento até o Vencimento (Yield to Maturity - YTM): Este é o retorno total esperado
que um investidor obteria se mantivesse a obrigação até o vencimento, levando em
consideração o preço atual da obrigação, os pagamentos de juros e o valor nominal.

Potencial de Valorização: Se as taxas de juros de mercado caírem, as obrigações com taxas


de cupom mais altas podem se valorizar no mercado secundário. Portanto, além dos
pagamentos de juros, há um potencial de valorização de capital.

Os investidores geralmente buscam equilibrar o risco e o retorno de acordo com suas metas e
tolerância ao risco. Obrigações com maior risco de crédito ou de taxa de juros geralmente
oferecem retornos potencialmente mais altos, mas também carregam maior risco de perda.
Gitman (2006)

Diversificar uma carteira de obrigações com diferentes emissores, prazos e classificações de


crédito pode ser uma estratégia para gerenciar riscos e retornos. Além disso, a pesquisa
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cuidadosa e a análise das condições do mercado são essenciais para tomar decisões
informadas no mercado de obrigações internacionais.
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4. Conclusão
Conclui-se que o mercado de obrigações internacionais desempenha um papel fundamental
na economia global, fornecendo uma forma de financiamento para governos, empresas e
outras entidades em todo o mundo, também apresenta riscos, como riscos de taxa de câmbio
e risco político, e a flutuação das taxas de câmbio pode afetar negativamente os rendimentos
dos investidores, enquanto os riscos políticos podem resultar em default da dívida soberana
ou falência de empresas emissoras,

É importante notar que, como em qualquer investimento, existem riscos associados, e os


investidores devem considerar cuidadosamente suas opções antes de participar desse
mercado.

Diversificar uma carteira de obrigações com diferentes emissores, prazos e classificações de


crédito pode ser uma estratégia para gerenciar riscos e retornos. Além disso, a pesquisa
cuidadosa e a análise das condições do mercado são essenciais para tomar decisões
informadas no mercado de obrigações internacionais.
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5. Bibliografia

Buarque (1991). Gestão Financeira. Lisboa: ISG

Downes (1991). Administração financeira. São Paulo: Atlas.

Gitman, Lawrence J (2004). Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo:
Addison Wesley.

Houaiss, (2001). Administração Financeira. Uma abordagem prática. 2 ed. São Paulo: Atlas.

Klotzle, Marcelo Cabus (2007). Finanças Internacionais . São Paulo, Saraiva

Madura, Jeff (2008). Financas Corporativas Internacionais. S.l: Iesde Brasil SA.

Marques, A. (2006). Investimento Financeiro, 3ª edição. s.l: edições Silabo.

Misumi e Rudge (2009). Fundamentos da administração financeira. 10 ed. São Paulo:


Pearson Makron Books.

Roberts, Richard (2006). Por dentro das finanças internacionais - 2a Edição. Porto: São
Saulo .

Sandroni (1994). Gestão de riscos no brasil. Rio de Janeiro: Financial Consultoria.

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