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Índice

1.INTRODUÇÃO..............................................................................................................2

1.1.OBJECTIVOS.........................................................................................................2

1.2.Metodologia.................................................................................................................3

2.Contextualização............................................................................................................4

3.1.enquadramento teórico................................................................................................5

4.A VERTENTE ECONÓMICA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS.....................6

4.1.A noção de interdependência.......................................................................................6

4.2 – Os conceitos de internacionalização.........................................................................7

4.3 – Ordenamento da Economia Internacional: O Papel da Integração Regional..........8

4.4.Tipos de Integração Regional......................................................................................8

4.5.Razões que originam a Integração Regional...............................................................9

4.6.Analise das relaçaoe económicas internacional........................................................10

5.RELAÇÃO ECONÓMICA INTERNACIONAL ENTRE MOÇAMBIQUE E


AFRICA DO SUL...........................................................................................................10

5.1.Domínio do poder Estrutural.....................................................................................11

5.1.Caracterização da Imigração de trabalhadores moçambicanos na Africa do Sul......12

5.2.O papel do Estado…………………………………………………………………………………………………………….12

6.Considerações finais.....................................................................................................13

7.Referências bibliográficas............................................................................................15
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1.Introdução

O processo de globalização que se desencadeia entre os povos transforma


constantemente a economia e o comércio mundial, tornando os países cada vez mais
interligados e interdependentes, aumentando com isso o volume de transacções, a
constante troca de mercadorias, serviços e principalmente a troca de culturas
experimentadas nestas negociações.

O alto nível de competitividade entre as empresas faz com que elas busquem uma
redução nos custos, seja por intermédio de agilidade nos processos internos ou pela
qualidade dos serviços prestados.
A qualidade para realizar ou intermediar os vários estágios das negociações nacionais e
internacionais depende significativamente da capacidade de relacionamento interpessoal
e multicultural dos negociantes.

1.1.OBJECTIVOS

Geral

 Descrever a noção das relações económicas internacional;

Específicos

 Compreender aspectos fundamentais da relação económica internacional no


âmbito da interdependência, internacionalização e a integração regional;
 Identificar os tipos de integração regional;
 Analisar a relação económica internacional entre Moçambique e África do Sul;
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1.2.Metodologia

Para a realização do presente trabalho recorrer-se-á ao inveterado método de pesquisa


bibliográfica, permitindo aceder aos conteúdos que se pretendem desenvolver e que têm
uma correlação com o tema, que é objecto de estudo neste trabalho. Sem descurar dos
outros métodos como o método interpretativo no que tange aos preceitos legais ou seja,
à legislação, seja ela interna ou internacional, desde que traga contributo para a
sustentação do tema.

Com o método de pesquisa bibliográfica proceder-se-á à consulta de manuais,


publicações periódicas e, sobretudo, à interpretação da lei como acima se fez referência.
E serão de importância acrescida quaisquer outros meios, desde que tenham dignidade
científica e dêem contributo ao presente trabalho.
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2.Contextualização

A globalização reduziu a sensação de isolamento vivida em muitos países em


desenvolvimento e permitiu que uma grande parte da sua população tivesse acesso a um
nível de conhecimento que não estava ao alcance nem dos mais ricos de qualquer país
há um século.

Desde finais da II Guerra Mundial, as economias tornaram-se mais abertas para o


exterior. No entanto, as trocas concentraram-se nalgumas regiões de modo que a
internacionalização não se opõe à fragmentação da economia mundial. As trocas
comerciais relativas, por exemplo, à tríade América do Norte- Europa-Japão/Extremo
Oriente industrializado representavam em 1980 cerca de 60% das trocas mundiais e, em
1990, cerca de 75%, sendo que, actualmente, superam os 90%.

A globalização ou a mundialização é o fenómeno que tende a aumentar a integração das


economias e que afecta os mercados, as operações financeiras e os processos
produtivos.

A globalização financeira é o processo que conduz à integração de todos os controlos


que travam a livre circulação do capital entre os grandes países industrializados. Só
Nova Iorque, Londres e Tóquio controlam mais de 80% das transacções que se
efectuam nos mercados financeiros em todo o mundo.

Relações comerciais de grande vulto existem desde os fenícios, cartagineses, gregos e


romanos antigos. No entanto, a revolução nos transportes, nas comunicações e a
formação de organizações internacionais com a finalidade de organizar, coordenar e
fiscalizar as relações, realmente fizeram a diferença, a partir da Idade Média.

Assim, a partir do comércio da Europa com a Ásia em uma primeira fase, segue-se
outra, com as grandes rotas do comércio nas Cruzadas e Grandes Navegações. A época
dos “descobrimentos”, formação das colónias.

Já no século 19 vigorou o comércio livre cambista, ou seja, livre comércio e, mais tarde,
entre 1880 e 1940, da transição ao bilateralismo. Comércio com intervenção activa nas
taxas de câmbio por parte dos estados nacionais bem como nos fluxos de comércio
(proteccionismo).A partir da Segunda Grande Guerra (1939-1945), há a
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institucionalização da economia internacional e a formação de comércio multilateral,


génese do processo de globalização regionalização.

3.CONCEITO DAS RELAÇOES ENOMICAS INTERNACIONAIS.

As relações económicas internacionais podem ser conceitualmente definidas como


fluxos que se estabelecem entre as economias nacionais actuando de forma
interdependente no plano mundial, ainda que cada uma delas busque realizar o seu
interesse exclusivo.

As principais relações económicas internacionais cobrem, principalmente, as seguintes


áreas de foco setorial: comércio internacional, movimentos de capitais puramente
financeiros ou investimentos directos, migrações internacionais isto é, deslocamentos de
mão-de-obra e intercâmbios tecnológicos, mais difíceis de serem medidos em função do
carácter mais qualitativo desses fluxos.

4.A vertente económica das relações internacionais

A discussão sobre o aparecimento de novos centros de poder tem vindo a aumentar o


que, por sua vez, tem diminuído e desvalorizado os Estados enquanto actores
internacionais.

Para Kindleberger (1969), “o Estado nacional já quase não existe como entidade
económica”. Eis uma afirmação um pouco excessiva, mas muitas vezes partilhada pelos
analistas. Alguns economistas liberais acentuam o aparecimento de uma independência
entre todas as sociedades e o desenvolvimento de novos actores, como as empresas e os
bancos internacionais.

Para os economistas marxistas, por exemplo: o facto marcante é o domínio exercido por
algumas potências capitalistas desenvolvidas sobre a maior parte dos países em vias de
desenvolvimento. Porém, todos admitem que a economia contemporânea representa
para o destino de cada um dos Estados um papel cada vez mais importante e estabelece
nas relações internacionais um novo tipo de relações.

4.1.A noção de interdependência

O conceito de interdependência remete para o estado presente das relações económicas


internacionais, que se caracterizam pelo desenvolvimento de influências recíprocas
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entre as economias nacionais e pela multiplicação dos laços entre os actores económicos
dos diferentes países.

A interdependência significa assim a multiplicação das relações entre todas as


economias nacionais, ligadas ao processo de desenvolvimento das trocas entre as
nações. Porém, nenhuma nação dispõe dos recursos naturais, alimentares ou minerais,
ou de capacidades de produção – mão-de-obra, capitais, tecnologia – em todos os
domínios da vida económica. Silva, (1997).

Para Cooper (1968), sustenta que interdependência pode definir-se como o estado no
qual as economias nacionais são sensíveis e influenciáveis de maneira significativa às
variações das economias estrangeiras, e de uma maneira geral às transformações que
intervêm no meio económico internacional.

Para Huntzinger (1987,), “a interdependência significa o grau de integração atingido


pelas relações económicas internacionais, devido à própria dinâmica do sistema
capitalista”. Segundo este autor, é importante admitir que o crescimento de firmas
multinacionais constitui um desafio muito sério ao exercício da soberania económica
dos Estados.

Em suma, o sistema mundial caracteriza-se pela existência de um sistema duplo: um


sistema de interdependências entre países desenvolvidos e um sistema de maior
dependência dos países pobres em relação aos desenvolvidos.

Como exemplo, vemos que a França e a Alemanha são economias interdependentes,


enquanto, por exemplo, Cabo Verde e a União Europeia não são interdependentes, ou
seja, Cabo Verde é mais dependente da União Europeia. Isto considerando todos os
pressupostos ou vectores de interdependência, como a troca de bens e serviços
(rendimentos, competitividade, preços da oferta), como os movimentos financeiros, a
moeda e a política económica.

4.2 – Os conceitos de internacionalização

Apesar das relações económicas internacionais de um país não se circunscreverem aos


movimentos empresariais, a internacionalização da actividade económica de um país
está intimamente ligada com a actividade das empresas.
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No entanto, as trocas concentraram-se nalgumas regiões, de modo que a


internacionalização não se opõe a fragmentação da economia mundial. Silva (1997,).

Assim, o conceito de internacionalização apresenta uma característica unidimensional,


assumindo-se como um movimento estratégico de dentro para fora que pode abarcar
níveis diferentes, desde a simples exportação até à criação de estabelecimentos
produtivos no estrangeiro.

Para Silva (1999, p.31), a internacionalização de uma economia é o conjunto de todas as


relações, que afectam a esfera económica, estabelecidas entre uma nação e todas as
outras. Esta definição implica a separabilidade dos mercados geográficos nacionais.
Neste sentido, a internacionalização pressupõe a manutenção de alguma reserva de
domínio específico de uma nação, de forma que ela, por sua iniciativa, o possa trocar,
vender, disponibilizar, ou não, face a outras nações.

Para Stiglitz (2002,) a abertura do comércio internacional ajudou os países a crescer


mais, comparativamente com outras circunstâncias: o comércio internacional fomenta o
desenvolvimento económico quando as exportações de um país impulsionam o seu
crescimento económico.

4.3 – Ordenamento da Economia Internacional: O Papel da Integração Regional

O ordenamento jurídico da economia internacional é a expressão de doutrinas


económicas, de ideologias políticas e de concepções filosóficas relativas à economia
mundial. O ordenamento económico mundial de inspiração liberal, assenta na doutrina
das vantagens comparativas e, segundo esta tese, os bens e serviços, enquanto circulam
e são comercializados livremente, tendem a ser produtos em condições óptimas de
eficácia e a satisfazer ao menos custo as necessidades dos consumidores. Compatível
com uma concepção não intervencionista do papel do Estado, esta doutrina, na sua
forma extrema, conduz à total liberdade de acção das empresas privadas e à liberdade de
circulação dos bens e serviços através das fronteiras sem qualquer tipo de entraves.
Kissinger (1994,

4.4.Tipos de Integração Regional

Nas últimas décadas, a evolução tecnológica tem permitido, como já foi referido, a
expansão das economias e por sua vez, das empresas, aumentando as trocas
internacionais e a mobilidade dos capitais. O processo de globalização obrigou a uma
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maior organização por parte dos Estados, no sentido de liberalizar e harmonizar as suas
políticas económicas, para tornar os mercados competitivos. Para isso foram criados
acordos de integração regional, com ritmos e prazos pré-definidos. Mendes (1997,
p.122)

Resume-nos o objectivo destes acordos de integração regional, cujas formas mais


importantes são as seguintes, de acordo com Balassa.

Zonas de Comércio Livre: Têm por objectivo eliminar obstáculos às trocas comerciais
de bens e serviços, mantendo cada Estado autonomia em matéria de política pautal em
relação a países terceiros;

União Aduaneira: É uma zona de comércio livre com um novo elemento, que é a Pauta
Aduaneira Comum aplicável a todos os países terceiros;

Mercado Comum: É uma forma de integração económica que se traduz numa união
aduaneira, acrescida de livre circulação dos factores de produção;

União Económica: Constitui o estádio mais avançado de integração económica,


entrando em linha de conta com a livre circulação dos factores de produção e a
harmonização das políticas económicas dos países membros.

4.5.Razões que originam a Integração Regional

São várias, mas Mendes (1997, p. 122) destaca três:

1 – Alargamento de mercados e obtenção de ganhos comerciais resultantes da


racionalização e da especialização das estruturas de produção;

2 – Aumento da coesão política: amortece as tensões políticas e forja uma cooperação


política através do elo comercial;

3 – Realização de outros objectivos de política comerciais e económicos: igualizar as


vantagens do jogo entre os principais parceiros comerciais, diminuir a supremacia
económica de um parceiro comercial grande e poderoso, lançar a cooperação
multilateral.

4.6.Analise das relação económicas internacional


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Susan Strange(1923-1998), divide a sua análise das Relações Económicas


Internacionais em cinco temas principais:
1. O poder estrutural: o poder estrutural é o que permite escolher e formatar as
estruturas das políticas económicas globais entre os diferentes Estados mundiais, as
instituições políticas, as empresas e os profissionais que operam nas diferentes áreas.
2.Agentes económicos: o corpo fundamental da política económica internacional está
baseado nas relações entre o “mercado” e as “autoridades”. Nesta competição mundial
entre estes agentes actuam de forma irracional, não procurando o seu próprio interesse
mas muitas vezes a competição por si só. O grande objectivo passa pela procura da
melhor actuação dos agentes e não de uma melhoria em termos morais, mas sim por
uma competição mais apropriada à sua sustentabilidade a longo prazo.
3.Imparcialidade: é na falta de imparcialidade em que as organizações internacionais e
supranacionais funcionam. A autora considera que mesmo quando existem
interdependências, elas não são mais do que uma forma assimétrica de dependência.
4. O papel do Estado: na alteração do papel dos Estados, dando ênfase à competição
existente entre as autoridades e os diferentes sectores do mercado económico mundial,
na sua luta pelo controlo ou domínio desse sector. Assim o papel do Estado torna-se,
muitas vezes, decisivo pela forma como influência o desempenho de determinados
sectores produtivos.
5. O quinto tema, importante na condução da política económica mundial, mas menos
referido neste trabalho, refere-se ao incremento da globalização e à continuação da
hegemonia norte-americana na condução das Relações Económicas Internacionais.

5.RELAÇÃO ECONÓMICA INTERNACIONAL ENTRE MOÇAMBIQUE E AFRICA


DO SUL

As relações económicas entre Moçambique África do Sul conheceram um elevado


crescimento, com particular destaque para a evolução sentida a partir de 1994, data das
primeiras eleições multipartidárias nos dois países.
Contudo, como vimos, as relações entre os dois países era muito fortes já no período
anterior à independência de Moçambique, e que as opções políticas do governo
moçambicano e o programa de desestabilização da África do Sul efectuadas em
Moçambique, entre 1975 e 1984, levaram a uma degradação das relações entre os dois
países.
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5.1.Domínio do poder Estrutural

Susan Strange (1923-1998), identificou quatro domínios do poder estrutural sendo:


segurança, produção, finanças e conhecimento.

Estrutura de Segurança
A estrutura de segurança é todo o enquadramento que providencia a segurança da
população. Os chamados “protectores” – aqueles que asseguram a segurança - adquirem
um certo poder sobre outros o que determina, e por vezes limita, o leque de opções e
escolhas que os Estados, empresas e pessoas têm e fazem.

Estrutura de Produção
A estrutura de produção pode ser definida como todas as questões que determinam o
que é produzido, por quem, para quem, de que forma ou método e em que condições.
No caso específico das relações entre África do Sul e Moçambique, e , a estrutura de
produção é determinada pela dinâmica empresarial das transnacionais, de proveniência
sul-africana, ou que pelo menos operam no país.
a estratégia de poder pela internacionalização da produção faz-se através de três tipos de
acção: exportação, fornecimento local e licenciamento.
No caso das relações entre os dois países, o domínio de produção tem levado a um
alargamento da dominação sul-africana, tendo em conta que passámos de uma situação
em que era predominante um tipo de estratégia direccionada para a exportação, para
uma produção local, isto é para um investimento em empresas locais ou em construção
de novas unidades empresariais em Moçambique.

Estrutura Financeira
No caso das relações entre os dois países em análise, a África do Sul volta a deter um
papel fulcral e dominante. Esta situação pode ser observada pelo domínio directo, ou
indirecto que o sistema financeiro Sul-Africano tem sobre o Moçambicano, não só pela
compra de alguns bancos moçambicanos como também pela dependência que existe
entre a moeda moçambicana, o metical, face à sul-africana, o Rand, de tal forma que as
autoridades monetárias fazem flutuar, em geral, o metical de acordo com a variação do
Rand, não se passando o inverso. Tal como a política monetária, que, regra geral é
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concertada com o FMI, as autoridades monetárias moçambicanas têm em conta as


alterações verificadas na condução da política monetária sul-africana.
Um outro facto que reforça esta dependência financeira de Moçambique face à África
do Sul passa pelo facto de grande parte dos investimentos ser efectuado com o apoio do
sistema financeiro da África do Sul.

Estrutura de Conhecimento
O poder resultante da estrutura de conhecimento é, actualmente, um dos mais estudados.
A estrutura de conhecimento abrange todo o conhecimento existente, como é que ele é
compreendido, e os canais pelos quais os pensamentos, ideias e conhecimentos são
comunicados, através do qual incluem determinados indivíduos, empresas e Estados e
excluem outros.
Esta forma de considerar a estrutura de conhecimento leva a que o exercício do poder se
faça de forma negativa (ao invés das outras estruturas de conhecimento), isto é, tem
poder quem restringe o acesso de certo tipo de “conhecimento”, considerado
importante, a determinados indivíduos, empresas e Estados.
Podemos definir a estrutura de conhecimento como aquela que determina que tipo de
conhecimento é descoberto, como é guardado, quem o comunica, com que meios o
fazem, a quem o faz e em que termos o faz. STRANGE e STOPFORD 1991.

5.1.Caracterização da Imigração de trabalhadores moçambicanos na África do Sul

A proximidade geográfica existente entre a África do Sul e Moçambique, além de ter


fomentado as fortes relações comerciais e de investimento, que observamos, favoreceu a
mobilidade dos trabalhadores, nomeadamente dos trabalhadores de Moçambique para a
África do Sul.

5.2.Papel do Estado
São várias as razões que podem justificar a intervenção do Estado numa economia de
mercado, mas os principais prendem-se com os objectivos de eficiência e os objectivos
de equidade:
1. Uma economia encontra-se em situação de eficiência quando já não é possível,
através de uma acção correctiva, melhorar o nível de bem-estar de pelo menos outro
indivíduo. A razão para a intervenção do Estado assenta, pois, na convicção de que a
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economia entregue ao funcionamento espontâneo dos mecanismos de mercado ficará


localizada num ponto ineficiente, e que, portanto, a acção correctiva do Estado passará
pela promoção da eficiência ( BARBOSA, A.S.P. 1997).

2. O segundo objectivo da intervenção do Estado, é claramente de ordem política (que


também pode ser considerado de ordem moral e ética) e passa pela promoção da
equidade quando, se verifica que a solução de mercado alcançada, através do
funcionamento do mesmo, atinge pontos de desigualdade na distribuição da riqueza,
como acontece frequentemente.

Para Susan Strange, as mudanças ocorridas no último quarto de século implicaram uma
alteração do papel do Estado, que importa redefinir e tomar em consideração. No livro,
Rival States, Rival Firms, Strange e Stopford apresentam uma série de conselhos aos
governantes que são extremamente actuais e que nos podem servir como ponto de
partida para a prossecução das tarefas exigidas aos governos nacionais, e nomeadamente
para Moçambique e para a África do Sul, no sentido de melhorarem as condições
económicas dos países e das populações.

Os conselhos dirigidos aos governantes são:


1. Procurar um crescimento sustentável, ou seja, deve-se evitar um crescimento baseado
no endividamento, ou que aumente as divisões sociais, pondo em causa a coesão social
indispensável a um crescimento social. Devem, contudo, manter uma forte disciplina
Económica, modernizar a administração.
2. Focalizar no essencial com o objectivo de definir as prioridades na afectação dos
recursos. Isto implica opções concretas nas áreas da saúde, da educação, da construção
de infra-estruturas eficientes, nas reformas da legislação e da burocracia, e na
eliminação de qualquer tipo de corrupção e de compadrio.
3. Promover a competição entre as indústrias e os serviços, tanto em termos locais como
em termos globais.
4.Os países devem deixar de depender de algumas indústrias, em geral de propriedade
nacional, mas que muitas vezes exigem apoios e subsídios que distorcem as regras de
concorrência e podem levar a uma elevada dependência em relação a essas empresas
que não é benéfica para o país.MUSGRAVE, R. e MUSGRAVE, P. 1989,STOPFORD,
J. e STRANGE, S. (1991).
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6.Considerações finais
Durante a pesquisa, concluímos que, as relações económicas internacionais podem ser
conceitualmente definidas como fluxos que se estabelecem entre as economias
nacionais actuando de forma interdependente no plano mundial, ainda que cada uma
delas busque realizar o seu interesse exclusivo.

As relações económicas entre Moçambique África do Sul conheceram um elevado


crescimento, com particular destaque para a evolução sentida a partir de 1994, data das
primeiras eleições multipartidárias nos dois países.
Contudo, como vimos, as relações entre os dois países era muito fortes já no período
anterior à independência de Moçambique, e que as opções políticas do governo
moçambicano e o programa de desestabilização da África do Sul efectuadas em
Moçambique, entre 1975 e 1984, levaram a uma degradação das relações entre os dois
países.
Concluímos também que, Para Silva (1999, p.31), a internacionalização de uma
economia é o conjunto de todas as relações, que afectam a esfera económica,
estabelecidas entre uma nação e todas as outras. Esta definição implica a separabilidade
dos mercados geográficos nacionais. Neste sentido, a internacionalização pressupõe a
manutenção de alguma reserva de domínio específico de uma nação, de forma que ela,
por sua iniciativa, o possa trocar, vender, disponibilizar, ou não, face a outras nações
Na relação económica internacional temos em conta, quatro domínios do poder
estrutural sendo: segurança, produção, finanças e conhecimento.
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7.Referências bibliográficas

Silva, José Amado da, Economia Internacional, Porto, Principia, 1999. Stiglitz,
Joseph E., Globalização – A Grande Desilusão, Lisboa, Terramar, 2002.

Tsie, Balefi, «States and Markets in the Southern African Development


Community (SADC): Beyond the Neo-Liberal Paradigm», in Journal of Southern
African Studies, Vol. 22, n.º 1, 1996.

Cooper, Richard, The Economic Interdependance: Economic Policy in American


Community, Mac-Graw-Hill, New York, 1968.

Huntzinger, Jacques, Introduction aux relations internationales, Paris, Ed. du Seuil,


1987.

Kindleberger, Charles P., American Business Abroad: Six Lectures on Direct


Investment, New Haven (Connecticut), Yale University Press, 1969.

Mistry, Percy S., «Africa’s record of regional co-operation and integration», in


African Affairs, Oxford University Press, Oxford, 2000.

Kissinger, Henry, Diplomacia, Lisboa, Gradiva, 1996

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