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INSTITUTO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO CDTE KASSANJI

BG-1015
BENGUELA

ANTE-PROJETO DO PROJECTO
TECNOLÓGICO

TEMA: O IMPACTO DO CRÉDITO MALPARADO


(ESTUDO DE CASO DO BANCO BPC)

Classe: 12º Ano


Período: Manhã
ORIENTADOR
 Isabel Massamona

Benguela, Março de 2023

INSTITUTO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO CDTE KASSANJI


BG-1015
BENGUELA

PROJECTO
TECNOLÓGICO
O IMPACTO DO CRÉDITO MALPARADO (ESTUDO DE
CASO DO BANCO BPC)
AUTOR:
 Edvânia Teixeira
Classe: 12º D

O COORDENADOR DO CURSO
_________________________________
ISABEL F. BOLELA

AUTOR
O ORIENTADOR
_________________________________
ISABEL MASSAMONA
Edvânia Teixeira______________N0 ______

Benguela, Março de 2023


FOLHA DE APROVAÇÃO

AUTORA:
 Edvânia Teixeira

TEMA: O IMPACTO DO CRÉDITO MALPARADO (ESTUDO DE


CASO DO BANCO BPC)

ORIENTADORA: ISABEL MASSAMONA

Aprovada_________________________________

Benguela,_____de ___________________2022|2023

Nome do membro do Júri_______________________

Nome do membro do Júri_______________________


PENSAMENTO

Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a
ignorância que é um mal.
Platã
o

Índic
e
PENSAMENTO...........................................................................................................................4
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................6
TEMA E DELIMITAÇÃO..........................................................................................................7
 Objectivos gerai:.........................................................................................................7
 Objectivos específicos.................................................................................................7
ESTRUTURA DO TRABALHO.............................................................................................8
CRESCIMENTO DO PIB......................................................................................................13
 TAXA DE DESEMPREGO...........................................................................................13
 TAXA DE INFLAÇÃO..................................................................................................14
 DÍVIDA PÚBLICA NACIONAL..................................................................................14
2.5.2- FACTORES ESPECÍFICOS DOS BANCOS..............................................................15
 EFICIÊNCIA OPERACIONAL.....................................................................................15
 DIMENSÃO DO BANCO.............................................................................................15
 CAPITALIZAÇÃO BANCÁRIA...................................................................................15
 CONCESSÃO DE CRÉDITO........................................................................................16
INTRODUÇÃO

Desde sempre uma das funções das instituições financeiras é a


concessão de créditos; colocando os seus recursos financeiros à disposição das unidades
económicas e dos particulares.
É através do crédito que as instituições pretendem rentabilizar as suas
aplicações e os agentes económicos colmatar as suas necessidades de fundo de maneio
e/ou de investimentos. Neste processo os intervenientes preveem os encargos desse
financiamento, o reembolso do crédito e os respectivos benefícios.
Neste contexto para o crédito se concretizar deve existir entre as
instituições financeira e as unidades económicas, confiança suficiente, definir-se o
montante do crédito o prazo, o preço desse crédito que se refleti na taxa de juro bem
como a área de aplicação do crédito. A área de aplicação do crédito pode ser a causa do
crédito malparado (cmp), nomeadamente quando o crédito é aplicado em áreas de
elevado risco que perigam o retorno do investimento feito, ao não permitir o reembolso
do crédito.
Logo para minimizar o risco inerente a uma operação de crédito, é
exigido aos agentes económicos a prestação de uma garantia. No entanto em presença
de CMP se a garantia não for avaliada de acordo com o valor do mercado, e se a
liquidez e o valor de liquidação da mesma não forem avaliados por especialistas da área
corre-se o risco de não se recuperar mais o crédito. Entretanto as garantias não devem
ser encaradas como fonte de reembolso do crédito, mas sim como proteção
complementar para as instituições de crédito.
A contratação de empréstimo não tem de ter obrigatoriamente efeitos
negativos. No fim do ciclo do crédito bancário, poderão observar-se dois desfechos
possíveis:
O devedor cumpre as suas obrigações perante a instituição e estas terminam
por completo;
O devedor deixa de ter capacidade para resolver as suas obrigações, acabando
por entrar numa situação de incumprimento bancário.
TEMA E DELIMITAÇÃO

 _Análise das políticas de combate ao crédito malparado nas instituições


financeiras;
 _Análise das políticas de combate ao crédito malparado em Benguela no Banco
BPC;

1.2 – PROBLEMA
 Que factores determinam o crédito mal parado no BPC?

1.3- HIPÓTESE
 Se analisarmos os factores que determinam o crédito mal parado no
BPC, saberemos como estes influenciam na redução e no aumento do
mesmo!

1.4- OBJECTIVOS
 Objectivos gerai:

Analisar as políticas de combate ao crédito mal parado nas instituições


financeiras, especialmente ao banco BPC;

 Objectivos específicos
 Fundamentar teoricamente crédito mal parado;
 Identificar os riscos e as causas do crescimento do crédito mal parado;
 Propor uma estratégia eficaz de apoio a coordenação dos esforços
visando à adoção de políticas e medidas tendentes à redução do crédito mal parado;

1.5- JUSTIFICATIVA DO TEMA


O motivo que levou-me a escolher este tema é por ser um tema muito
interessante, visto que o banco BPC é um dos principais bancos de Angola e que
enfrentou muitos créditos mal parado nos anos passados.
Além disso gosto do tema, é muito pertinente, uma vez que está relacionado
com o meu curso finanças, por isso decidi falar sobre este tema.
1.6- METODOLOGIA
Para realização deste trabalho foi utilizado a pesquisa explicativa buscando a
identificação das causas dos fenómenos de forma a explicar a importância da utilização
das políticas de combate ao crédito mal parado. Pesquisa bibliográfica a partir do
levantamento de referências teóricas já publicadas e analisadas. Pesquisa descritiva que
descreve um fenómeno ou situação em detalhe sobre o perfil dos agentes económicos
que necessitam do empréstimo.

ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está composto por dois capítulos, antecedido por uma
introdução, em que no primeiro capítulo consta a fundamentação teórica e no segundo
capítulo consta a fundamentação prática, que irá refletir ao estágio na instituição que
estarei instruída.

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 2.1- DEFINIÇÃO DE CRÉDITO
De acordo com Diamond e Dybvig (1983) os bancos sempre assumiram um
papel crucial no desenvolvimento da economia como financiadores de liquides, ao
conceder crédito tanto as empresas como aos particulares. Uma das definições neste
estudo é a de crédito, que Pires (2002;571) define como “o ato de troca económica em
que o credor realiza uma prestação, em determinado momento a favor de outrem e
aceita o risco da respetiva contraprestação ser diferida para o momento ou momentos
pontual do creditado e tendo normalmente direito a uma remuneração.
Por sua vez, Saias, Carvalho e Amaral (2004:294), vão de encontro ao mesmo
raciocínio definindo crédito como “ a realização de uma prestação de capital pelo
mutuante e numa contraprestação (única ou múltipla), diferida no tempo pelo mutuário,
envolvendo a assunção de risco pelo mutuante que espera obter no futuro, o reembolso
do capital mutuado.
Pires(2002) ainda realça a importância de quatro elementos cruciais associados
ao crédito:
 A confiança depositada pelo credor na expectativa de que crédito seja
reembolsado na sua totalidade;
 O tempo na medida em que existir uma prestação pela parte do credor
espera-se uma contraprestação do devedor dentro do prazo estipulado por ambos:
 O risco associado ao crédito, pela incerteza de comprimentos das obrigações por
parte do devedor e consequente perdas para o credor;
 O juro previsto consoante o prazo da operação, como uma compensação ao credor
por emprestar pela cedência temporária desse momtante;

Segundo Leoni (1998,p.96), é de origem latina e significa crença, confiança.


Dessa forma em uma operação de concessão de crédito acredita-se no retorno
dos recursos concedidos, e na confiança de que os recursos emprestados serão
devolvidos no futuro, com juros e devidas correções.

2.2- CRÉDITO MAL PARADO


A consequência de caráter negativo resultante da acumulação de elevados
montantes de empréstimo em incumprimento denomina-se por crédito mal parado (Non-
performing Loans ou NPLS).
Para De Bock e Demianets (2012), as abordagens em volta do conceito de
crédito mal parado focam-se primeiramente na diferenciação com os empréstimos em
curso, tendo como principal linha de separação o atraso ou falha nos pagamentos
normalmente com um mínimo de 90 dias, o que representa contudo, um lado técnico do
processo de concessão de crédito do banco e não a essência do próprio fenómeno
financeiro.
No entanto, para Bogdam (2014), ao definir-se crédito mal parado deverá
invocar-se a sua essência, de relação negativa e danificada de crédito, contradizendo os
princípios fundamentais de crédito, visto que manifestam perdas para os bancos.
Outro problema para as IF associado ao crédito mal parado, é este afeto
negativamente a qualidade dos ativos detidos por um banco, o que prejudica o seu perfil
o risco e por fim, origina um aumento dos custos de financiamentos.
Estas fraquezas das IF repercutem-se na economia de cada País quando os
bancos com elevados créditos mal parados se vêm obrigados a conceder menos créditos,
mas aplicam taxas de juros mais elevados.
O crédito mal parado é o termo financeiro dado ao montante que o titular de
um credito não consegue reembolsar a uma instituição financeira. Por vezes também
designada de “crédito vencido” refere-se assim, a uma situação que surge quando os
devedores deixam de pagar os seus empréstimos e, consequentemente entram em
incumprimento.
Os estudos que debruçam sobre a análise do crédito mal parados, têm vindo a
assumir, então cada vez mais importância, uma vez que estão associados à falência de
bancos (Ghosh, 2015).

2.3- TECNICAS DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS


O crédito mal parado pode ser evitado com a utilização dos seguintes
procedimentos:
1. Evitar fazer negócios com clientes que têm pistérico de mal-crédito pois
esses possíveis clientes oferecem risco de crédito para a empresa ou
instituição financeira;
2. Definir desde o início do contrato de crédito acordado da data de
vencimento;
3. Estabelecer políticas de motivação e sanção aos devedores oferecendo
descontos para pagamentos antecipados e juros para pagamentos em atraso;
4. Efetuar cobrança de forma eficiente ligando aos devedores ou clientes no
dia a seguir a data de vencimento;
5. Não conceder novamente crédito aos devedores até que pagam as dívidas
anteriores.
Em caso de um incumprimento do pagamento, pode-se renegociar o crédito.
Podemos destacar as seguintes opções que permitem o negociamento do crédito:
1. Alargamento do prazo de pagamento: Nesta opção pede-se mais tempos
para pagar o empréstimo com uma menos prestação em função do tempo
alargado mas em contrapartida o crédito torna-se mais caro, pois paga-se
mais juros;
2. Consolidação de credito: Esta opção apenas é validada se tiver mais de um
crédito;
3. Negociação de spread: É a opção menos usual pelas IF, o spread é a
margem de lucro que as instituições bancárias têm quando concedem
empréstimos. E quando o empréstimo está muito alto (taxa de juros) pode-se
tentar negociar-lo.
4. Período de carência- Neste período paga-se apenas juros, o que significa que
durante esse tempo a prestação será reduzida. Esta opção tem a
desvantagem de fazer com que o devedor prolongue o período de
pagamento do empréstimo o qual também ficará na globalidade mais caro.

2.4- RECUPERAÇÃO DO CRÉDITO VENCIDO


Uma grande parte dos autores anteriormente referidas dão ênfase à falta de
estudo na vertente da recuperação de crédito.
Thomas et al (2016) surpreenderam-se com a pouca atenção dispensada na
literatura sobre a forma como os devedores pagam as dívidas após entrarem no período
incumprimento.
Suo et al, (2013) criticam o facto de os estudos anteriores se focarem apenas no
timing de incumprimento.
Bonfim et al, (2012) salientam também a escassez de evidências em relação ao
que acontece as empresas após se depararem com uma situação de incumprimento.
Por fim, Han e Jang (2013) concluem que há escassez de estudos sobre o efeito
das ações de recuperação para as perdas após o incumprimento e que a mesma não
recebe tanta atenção como a probabilidade de incumprimento.
A investigação sobre as taxas de perda e recuperação após o incumprimento é
relativamente recente, devido a escassez de dados. Neste ponto existem duas correntes
na literatura: a primeira proporciona modelos teóricos para recuperação que incorporam
correlações entre recuperações e entre incumprimento. A segunda corrente utiliza
modelos de regressões para observar recuperações de modo a identificar factores de
risco que induzem À recuperação ou perda após o incumprimento (Bade et al, 2011).
Bruche e Gonzalez-Aguado (2010) concordam com Altman et al, (2005) e
Archarya et al. (2007), ao afirmarem que a probabilidade e taxas de incumprimento
( Fração de empresas em incumprimento na economia), estão negativamente
inversadamente relacionada com as taxas de recuperação média.
Ambas as variáveis são derivadas do mesmo factor, que persiste ao longo do
tempo: em épocas de recessões as taxas de incumprimento são elevadas e por sua vez as
taxas de recuperação são baixas.
Por sua vez quando existe melhoria da economia do país verifica-se o
contrário.
2.4.1- MODELOS DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
Babe et al. (2011), em concordância com a literatura existente (Frye, 2000;
Altman et al. (2005) confirmam que o incumprimento e os processos de recuperação
estão altamente correlacionados e alertam para a necessidade de um modelo que aborde
esta relação.
Os modelos da cadeia de Markov e da taxa de Hazard foram utilizados por
Thomas et al. (2016) de forma a delinear os padrões de pagamento dos devedores em
situações de incumprimento. Assumindo o mesmo papel que a taxa de recuperação estes
modelos ajudam os credores a avaliar o Trade-off entre o valor recuperado e o esforço
envolvido para reaver o montante em causa.
Também Carvalho (2009) alerta para o facto de por vezes incorrerem outros
que não são proporcionais ao lucro obtido pela IF no final do processo.
Ainda sobre a cadeia de Markov, Bruche e Gonzalez-Aguado (2010)
caracterizam-na como ciclo de crédito ao concluir que em tempos de declinio
económica a probabilidadr de incumprimento é elevada e a taxa de recuperação diminua
e o inverso sucede em circunstâncias favoráveis.
Foram introduzidas por Thomas et al.(2016) duas abordagens para descrever os
padrões de pagamentos (P) e não pagamento (NP).
A primeira refere-se a um método de sequência de pagamento que observa os
movimentos de sequência entre P e NP. Por outro lado a segunda é uma analise de
sobrevivência que estima a probabilidade de existir ou não pagamentos num
determinado espaço de tempo (normalmente a duração utilizada é de um mês). A
utilização destas abordagens permite determinar a taxa de recuperação para cada caso,
sob diferentes estratégias de Write-off, como também a duração média em que um
devedor se encontra no processo de cobrança. Os resultados obtidos permitem elucidar
o credor sobre qual o Trade-off mais rentável para este agente.
Na perspectiva de Sommar e Shahna Zarian (2009), os bancos reúnem esforços
para criação e implementação de modelos econométricos que permitam antever
ocorrência de crises económicas e naturalmente que auxiliem a controlar os elevados
valores em incumprimento que certamente aumentarão como consequência.
Na ordem de ideias dos autores, uma das abordagens ditas mais
comportamental será identificar os factores que influenciam a falência das IF como
característica da dívida, as condições financeiras da empresa a instabilidade do sector
em que esta se insere e o ambiente económico envolvente.
2.5- DETERMINANTES DO CRÉDITO MAL PARADO
Nas últimas décadas foram já algumas as investigações realizadas no âmbito
deste tema. Na literatura existe a opinião unânime de que são dois os tipos de factores
que mais influenciam o crédito mal parado.
Os primeiros são os factores macroeconómicos isto é eventos exógenos que
afetam a capacidade de os mutuários reembolsarem os seus empréstimos. Os segundos
são ao nível específico do banco dado que as características distintivas do sector
bancário e as opções políticas de cada banco exercem uma determinada influência na
evolução do crédito mal parado (Louzis et al, 2012).

2.5.1- FACTORES MACROECONÓMICOS


Variáveis macroeconómicos como o crescimento do PIB a taxa de desemprego,
a taxa de inflação ou a dívida pública na qual são fundamentais para caracterizar as
condições gerais nas quais os bancos atuam.
Os factores macroeconómicas são os mais analisados pela literatura que
procura perceber aquele que mais influencia o nível de crédito mal parado.

CRESCIMENTO DO PIB

Uma das principais variáveis macroeconómicas é o crescimento do PIB visto


como um indicador de crescimento económico de um país e estima-se que esta variável
intimamente ligada ao desenvolvimento do sistema financeiro, afete negativamente o
nível de crédito mal parado.
De acordo com Salas Saurina (2002) períodos de crescimento do PIB são
geralmente acompanhados por aumentos no rendimento das famílias e empresas, o que
traduz numa maior capacidade de os agentes económicos honrarem os seus
empréstimos.

 TAXA DE DESEMPREGO

Outro fator importante é a taxa de desemprego da população. Em períodos de


recessão ou desaceleração económica o nível de crédito mal parado, tende a aumentar
dado que o desemprego aumenta e os mutuários enfrentam maiores dificuldades no
cumprimento das suas obrigações (Salas e Saurina, 2002).
De acordo com Lawrence (1995) Louzis et al.(2012) e Ghosh (2015), agentes
que auferem um rendimento mais baixo têm maior probabilidade de incorrer em
incumprimento de crédito visto que o risco de enfrentar uma situação de desemprego e
de não possuírem recursos financeiros suficientes é maior.

 TAXA DE INFLAÇÃO

Apesar de ambígua a taxa de inflação também poderá constituir um aumento


no nível de crédito mal parado. Se o rendimento não crescer em linha com a inflação,
um aumento desta implica mais custos para as famílias e empresas e portanto minimizar
a quantidade de dinheiro disponível para pagar os empréstimos aumentando o crédito
mal parado (Nkusu, 2011, Louizes et al. 2012; Sharica, 2014; Ghosh, 2015).
Numa outra perspectiva o aumento da taxa reduz o poder de compra do
consumidor que apesar de permitir fazer face aos financiadores antepadamente reduz
consideravelmente o rendimento das empresas que não conseguem vender os seua
serviços a escoar seus produtos. Por outro lado se a infração se mantiver num nível
elevado influenciar de forma negativa a taxa de juro que provoca uma redução na
retribuição dos mutuários e portanto uma diminuição do crédito mal parado.

 DÍVIDA PÚBLICA NACIONAL

A dívida pública é também um parâmetro a ter em conta quando se fala de


crédito mal parado especialmente em época de crise ou pós-crise. Anil et al. (2021)
reconhecem que um elevado o nível de crédito mal parado, prejudica o balanço das
entidades bancárias e atrasa a recuperação de uma crise.
Outros estudos, demostram que a relação entre estes dois indicadores é positiva
e que a qualidade do crédito é sempre prejudicado em situações de indevidamente
elevado (Louzis et, 2012).
De acordo com Reinhart e Rogoff (2011) e Ghosh (2015), as crises bancárias
precedem e coincidem com as crises de dívida pública.
A deteriorização das finanças de um país reduz substancialmente a
credibilidade dos seus bancos e por conseguinte aumenta a pressão para obtenção de
liquidez levando a limitação do número de empréstimos a conceder e não permitindo a
renegociação dos já concedidos.

2.5.2- FACTORES ESPECÍFICOS DOS BANCOS

O nível de crédito malparado não é exclusivamente influenciado por factores


macroeconómicos não controláveis pelas entidades bancárias, também um papel
importante neste domínio

 EFICIÊNCIA OPERACIONAL

No que concerne a eficiência operacional este é um indicador associado á


rentabilidade dos bancos, que pode ter sobre a qualidade de drédito, efeitos
contraditórios.
De acordo com Borger e Deyoung (1997) segundo a qual os bancos que se
dedicam menos recursos na monitorização de riscos serão mais eficientes em termos de
custos mas em contrapartida, terão um número crescente de crédito mal parado no
futuro.

 DIMENSÃO DO BANCO

Outro fator importante a ter em conta trata-se da dimensão do banco.


Esta variável mostram uma correlação positiva entre esta e os crédito mal
parado.
Bancos de grande porte tendem a aumentar muito a sua alavancagem
concedendo empréstimos a mutuários de menor qualidade incorrendo em risco
excessivos já que é difícil importar disciplina de mercado por parte dos reguladores
(Louizis et al, 2012).
Salas e Saurina (2002) encontram uma relação negativa entre o tamanho de
banco e os créditos mal parado alegando que um tamanho maior permite fontes de
rendimento mais diversificadas e mais eficiente.
 CAPITALIZAÇÃO BANCÁRIA

O capital próprio de um banco é um pilar de sustentação do mesmo, e está


intimamente ligado ao crescimento futuro do banco. Bancos com um nível de
capitalização adequada, estão dotados de uma maior capacidade para enfrentar situações
inesperadas e transmitem mais confianças aos agentes económicos e aos sistemas
bancários no geral.
Este indicador pode estar negativamente correlacionado com o crédito vencido.
De acordo com Louzis et al. (2012), o grau de capitalização bancária contribui
para qualidade do crédito, dado que os gestores de bancos com menor capitalização tem
tendência assumir riscos, aumentando os riscos de incumprimento da sua carteira de
empréstimos.

 CONCESSÃO DE CRÉDITO

A abreviatura para concessão de crédito também constitui um determinante


específico do banco, que influencia positivamente o rácio de crédito mal parado.
Segundo Keeton (1999), um crescimento rápido de concessão de crédito leva a
maiores perdas, uma vez que, quando a abertura dos bancos para atribuir financiamento
é maior, reduzem as taxas de juros cobrados e o padrão mínimo de crédito.
A probabilidade de abrangir mutuários devedores que sujeitam o banco a risco
mais elevado(Ghosh, 2015).

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