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BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

SUMÁRIO

30. Operações de Crédito Bancário................................................................4


31. Pessoas Jurídicas de Direito Privado..........................................................8
32. Mandato e Procuração.......................................................................... 16
33. Fundamentos do Crédito....................................................................... 18
34. Riscos da Atividade Bancária................................................................. 23
35. Principais Variáveis Relacionadas ao Risco de Crédito................................ 25
36. Tipos de Operações de Crédito Bancário.................................................. 25
37. Crédito Pessoal.................................................................................... 27
38. Crédito Direto ao Consumidor (CDC)....................................................... 28
39. Microfinanças: Base Legal, Finalidade, Forma de Atuação.......................... 29
40. Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados........... 34
41. Contas Garantidas................................................................................ 35
42. Financiamento de Capital Fixo................................................................ 35
43. Financiamento de Capital de Giro........................................................... 36
44. Cartão de Crédito................................................................................. 37
45. Microcrédito Urbano............................................................................. 47
46. Crédito Rural....................................................................................... 55
47. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) –
1ª Parte.......................................................................................... 60
48. Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) –
2ª Parte................................................................................................... 69
49. Crédito Industrial, Agroindustrial, para o Comércio e para a Prestação de
Serviços................................................................................................... 78
50. Operações de Crédito Geral e Operações de Crédito Especializado............... 80
51. Conta-Corrente: Abertura, Manutenção, Encerramento, Pagamento,
Devolução de Cheques............................................................................... 91
52. Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).............................. 99

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53. Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis (Compe)................. 102


54. Depósitos à Vista............................................................................... 104
55. Depósitos a Prazo (CDB e RDB)............................................................ 107
56. Caderneta de Poupança...................................................................... 108
57. Fundos Mútuos de Investimento........................................................... 110
58. Títulos de Capitalização....................................................................... 125
59. Planos de Aposentadoria e Pensão Privados Abertos................................ 127
60. Planos de Aposentadoria e Pensão Privados Fechados............................. 131
61. Planos de Seguros.............................................................................. 131
62. Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês............................................ 133
63. Convênios de Arrecadação/Pagamentos................................................ 135
64. Sistema de Pagamentos Brasileiro........................................................ 137
65. Noções de Direito Aplicadas às Operações de Crédito.............................. 141
66. Contratos por Instrumento Público e Particular....................................... 145
67. Instrumentos de Formalização das Operações de Crédito......................... 147
68. Contratos por Instrumento Público e Particular....................................... 149
69. Nota Promissória................................................................................ 152
70. Duplicata.......................................................................................... 153
71. Cheque – Requisitos Essenciais, Circulação, Endosso, Cruzamento............ 155
72. Garantias do Sistema Financeiro Nacional.............................................. 163
73. Aval................................................................................................. 164
74. Fiança.............................................................................................. 166
75. Penhor............................................................................................. 169
76. Alienação Fiduciária............................................................................ 177
77. Hipoteca........................................................................................... 179
Exercícios............................................................................................... 186
Gabarito................................................................................................. 243

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CID ROBERTO
O Prof. Cid Roberto é profissional da atividade bancária desde 1968.
Ministra aulas de Conhecimentos Bancários para concursos de instituições
financeiras públicas em vários cursinhos do Brasil. Atua como Educador
Corporativo na Universidade Corporativa do Banco do Brasil desde
1987. Possui as certificações profissionais da ANBID – Associação
Nacional dos Bancos de Investimento CPA-10 e CPA-20. Aposentado
desde 2005, por tempo de serviço, após 30 anos no Banco do Brasil e
três anos em banco particular. É bacharel em Ciências Contábeis pela
Faculdade Morais Júnior, do Sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro
e em Administração pela Universidade de Brasília – UnB. Fez o curso
de especialização “Financial Markets” na Yale University (Connecticut)
– 2014, “Bank Management for Superior Results” na University of
Texas (Austin) e DePaul University (Chicago) e “Engenharia Financeira,
Produtos e Serviços” no Citibank (Fort Lauderdale e New York). Cursou
o MBA – Executivo em Finanças do Ibmec – Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais (Brasília-DF).

30. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO

Considera-se operação de crédito bancário, ou operação de crédito simplesmen-


te, a transação realizada entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e
uma instituição bancária ou financeira (denominada credora), que coloca à disposi-
ção do tomador determinado montante de recursos financeiros, comprometendo-se
o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros.
Recomenda-se que, antes de contratar uma operação de crédito, o consumidor
pesquise as diversas opções disponíveis, pois as condições da operação podem
variar de uma instituição para outra. Para facilitar a comparação entre as ofertas,
o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as instituições financeiras e
sociedades de arrendamento mercantil, antes da contratação da operação, divul-
guem o Custo Efetivo Total (CET), que resume em uma única taxa todos os encar-
gos e despesas previstos para a operação. Conhecendo o CET, o consumidor sabe
quanto efetivamente irá pagar pelo crédito.
Pelo menos dois aspectos importantes devem ser observados antes de contratar
uma operação de crédito:

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• o consumidor deve ler atentamente o contrato, onde estão estabelecidas to-


das as condições da operação, incluindo os direitos e as obrigações do credor
e do devedor; e

• o consumidor deve verificar se os compromissos assumidos são compatíveis

com o seu orçamento, para evitar os problemas decorrentes da inadimplência

e do endividamento excessivo.

Cadastro

O cadastro é um conjunto de informações sobre uma pessoa física ou uma pes-

soa jurídica. Em conjunto com outras informações, fornece qualidade e segurança

às decisões, sendo a base para uma concessão de crédito com risco calculado.

No processo de decisão de conceder crédito, as instituições financeiras procuram

cercar-se de todos os cuidados a fim de que a operação dê certo. Uma operação de

crédito dá certo quando a instituição financeira libera recursos financeiros para alguém

e recebe de volta esse dinheiro numa data futura, acrescido dos juros combinados.

A estruturação de uma operação de crédito, empréstimo ou financiamento, é o pro-

cesso pelo qual se analisam e se definem as condições em que o negócio será realizado.

As condições se referem, basicamente, ao valor, à forma de pagamento, ao en-

quadramento em razão da finalidade do crédito, às garantias e ao preço, entendido

como preço o custo da operação de crédito para o tomador, ou seja, os encargos

financeiros, os juros, que serão cobrados do devedor.

Como pré-requisito para a análise de alguma operação de crédito, é necessário

que se tenha um cadastro atualizado daquele que pretende tomar recursos finan-

ceiros de uma instituição financeira. Sem informações cadastrais de qualidade,

atualizadas e consistentes, o processo de concessão de crédito fica prejudicado.

Conceder crédito com base em cadastro de baixa qualidade significa confiar “cega-

mente” em quem não se conhece.

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Na elaboração da ficha cadastral, tanto da pessoa física como da pessoa jurí-

dica, devem ser inseridos dados e informações a respeito do cliente, de modo a

identificar seu caráter e perfil socioeconômico.

Nesse sentido, devem constar, preferencialmente, os seguintes dados e infor-

mações a respeito dos clientes na ficha cadastral:

Pessoa Física

Dados Pessoais: nome completo, número de CPF/número do RG, profissão,

filiação, data de nascimento, nacionalidade, estado civil, regime de casamento, nú-

mero de dependentes e endereço.

Dados Profissionais: empresa em que trabalha, endereço comercial, data de

admissão, cargo e renda.

Dados do Cônjuge: nome, empresa onde trabalha, cargo, renda e endereço

comercial.

Fontes de Referência: pessoais, comerciais, bancárias, cartões de crédito etc.

Bens Imóveis: casas, apartamentos, terrenos, fazendas etc., com discrimina-

ção do valor de mercado, área, endereço, existências de ônus, com confirmação

por meio de certidão de registro do cartório de imóveis.

Outros Bens: veículos, títulos, poupança etc.

Seguros: tipo de seguro, valor e vencimento das apólices.

Participação em Empresa: nome e CNPJ da empresa de que participa, capital

social e percentual de participação.

Pessoa Jurídica

Identificação da Empresa: denominação social, nome de fantasia, endereço,

data de constituição, capital social, controle acionário, número do CNPJ e do regis-

tro na Junta Comercial.

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Atividade da Empresa: ramo de atividade, número de empregados, principais

produtos vendidos, compras do último exercício, vendas dos últimos exercícios

(percentual de vendas no mercado interno e no mercado externo).

Acionistas, Sócios ou Titular: acionistas, sócios ou titulares da empresa –

identificados nominalmente – com número do CPF e RG, nacionalidade e participa-

ção no capital social.

Diretores ou Sócios Gerentes: diretores e gerentes da empresa, com número

do CPF, cargos que ocupam e respectivos poderes que lhes são conferidos.

Participações em Empresas: empresas de que participa, incluindo nome,

CNPJ, sede, capital social e o percentual sobre o capital votante.

Participação dos Sócios/Diretores: empresas de que participam, citando

nome, CNPJ, cargo, período de mandato etc.

Seguros: nome da seguradora, modalidade, valor e vencimento das apólices

em nome da empresa.

Referências Comerciais: principais fornecedores e clientes da empresa, com

endereço e número do CNPJ.

Referências Financeiras: instituições onde a empresa mantém ou manteve

operações de crédito e contas correntes.

Eventuais restrições, tanto da pessoa física como da pessoa jurídica, precisam

ser transcritas na ficha cadastral e deve abranger:

• devolução de cheques;

• informações sobre protesto de títulos;

• consulta aos diversos sistemas de informações (CADIN, SERASA, ANC- Impe-

dimentos/Restrições);

• consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito);

• obtenção de informações bancárias e comerciais;

• pesquisa de fontes pessoais;

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• pesquisa em cartórios (falências, concordatas, execuções, penhoras, ações


cíveis e criminais);
• certidões cíveis, fiscais e trabalhistas;
• registros internos da agência.

31. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO

Conforme o art. 44 do Código Civil brasileiro, são pessoas jurídicas de direito privado:
• as associações;
• as sociedades;
• as fundações;
• as organizações religiosas;
• os partidos políticos; e
• as empresas individuais de responsabilidade limitada.

As pessoas jurídicas de direito privado são instituídas por iniciativa de particulares


e se dividem em duas categorias: de um lado as estatais e de outro as particulares.
Para essa classificação leva-se em conta a origem dos recursos empregados na
constituição da pessoa, pois as estatais são aquelas em que o capital é composto
com a contribuição do Poder Público (sociedades de economia mista, empresas
públicas) e as particulares são as constituídas apenas com recursos particulares.

Associações
São agrupamentos de indivíduos sem finalidade lucrativa, como os clubes es-
portivos, os centros culturais, as entidades pias etc.
Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
• a denominação, os fins e a sede da associação;

• os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados;

• os direitos e deveres dos associados;

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• as fontes de recursos para sua manutenção;

• o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e adminis-

trativos;

• as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.

Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir catego-
rias com vantagens especiais.
Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe
tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na
lei ou no estatuto.
Em regra, a qualidade de associado é intransmissível, salvo se o estatuto dis-
puser o contrário.
Se o associado for titular de quota ou de fração ideal do patrimônio da associa-
ção, a transferência da referida quota não importará, na atribuição da qualidade de
associado ao adquirente ou herdeiro, salvo disposição diversa no estatuto.
A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o dis-
posto no estatuto.
Sendo o estatuto omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existên-
cia de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos
presentes à assembleia geral (órgão deliberativo máximo das associações) espe-
cialmente convocada para esse fim.
Se houver a dissolução da associação, o remanescente do seu patrimônio líquido,
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais titularizadas pelos
associados, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto.
Se omisso o estatuto, por deliberação dos associados, à instituição municipal,
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
Não existindo no Município, Estado, DF ou Território em que a associação tiver
sede, instituição nas condições mencionadas, o que remanescer de seu patrimônio

se devolverá à Fazenda do Estado, do DF ou da União.

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Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados,
podem estes, antes da destinação do remanescente já referida, receber em res-
tituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao

patrimônio da associação.

Sociedades

São agrupamentos de indivíduos com escopo de lucro.

Podem ser:

Sociedades simples – são as pessoas jurídicas de direito privado que têm por

objeto atividades econômicas específicas distintas das de empresário (ex.: escritó-

rio de advocacia, de engenharia etc.).

Sociedades empresárias – são pessoas jurídicas de direito privado que têm

por objeto social o desenvolvimento de uma atividade típica de empresário, isto é,

atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.

Composição Societária e Composição Acionária

A composição societária diz respeito às Sociedades Limitadas. A composição dos

sócios se dá por meio do Contrato Social, que define a finalidade e os membros.

Seus sócios são claramente identificados no Contrato Social.

A composição acionária tem a ver com as Sociedades Anônimas. A composição

se dá por meio do Estatuto Social que define o valor do Capital Social e a quantida-

de de ações que irão representá-lo. É chamada de Sociedade Anônima porque, em

geral, seus sócios não são identificados.

Forma de Tributação

A forma de tributação, também chamada de regime tributário, é um sistema de

cobrança que estabelece os impostos que a empresa deve pagar para o governo.

Isso varia de acordo com o tipo, o faturamento e o tamanho do negócio.

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Simples Nacional

O Simples Nacional é um dos mais usados e é ideal para as pequenas e micro-

empresas com uma receita bruta (lucro) anual de até R$ 4,8 milhões. Esse tipo de

regime facilita a vida de empresários com este tipo de empresa, já que anterior-

mente eles pagavam seus impostos federais, estaduais e municipais por meio de

guias e datas separadas.

Graças à inclusão deste sistema tributário, foi criado o Documento de Arreca-

dação, que unificou todo o recolhimento dos impostos e repassa automaticamente

cada imposto para as suas devidas contas. O simples nacional recolhe impostos

como IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, PASEP, CPP, ICMS e ISS, sendo que todo valor

arrecadado é calculado através de um sistema informatizado disponível para os

empresários no site da Receita da Fazenda.

Lucro Presumido

Segundo a lei, o lucro presumido permite que as empresas optem por este regi-

me para atribuir um lucro tributável com base na porcentagem de seu faturamento,

ou seja, o governo presume qual será o lucro de determinada empresa baseado nas

atividades que exerce.

Dessa forma, o governo consegue gerar um valor médio da alíquota (porcenta-

gem) de impostos que devem pagar. Para a empresa fazer parte do regime tributá-

rio lucro presumido é essencial que seu faturamento seja abaixo de R$ 78 milhões

anuais, não atue no mercado financeiro (bancos, corretoras entre outras), não te-

nha rendimentos de capital oriundos do exterior e não usufrua dos benefícios fiscais.

Lucro Real

Segundo o art. 6º do Decreto-Lei n. 1.598, de 26/12/1977, lucro real é o lucro

líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações

prescritas ou autorizadas pelo Regulamento.

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Dessa forma, a tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pelo lu-

cro real se dá mediante a apuração contábil dos resultados, com os ajustes deter-

minados pela legislação fiscal.

A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de

ocorrência do fato gerador, é o lucro real correspondente ao período de apuração.

Como regra geral, integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de

capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente

da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que

decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do

previsto na norma específica de incidência do imposto.

O imposto será determinado com base no lucro real por períodos de apuração

trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de

dezembro de cada ano-calendário.

No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte tem a opção de

apurar anualmente o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente

o imposto por estimativa.

A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, inclusive aquela que ex-

plore atividade rural, pagará o imposto à alíquota de 15% sobre o lucro real, com

adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 por mês.

Estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real as empresas

que desenvolvam as seguintes atividades:

• bancos comerciais;

• bancos de investimentos;

• bancos de desenvolvimento;

• caixas econômicas;

• sociedades de crédito, financiamento e investimento;

• sociedades de crédito imobiliário;

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• sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio;

• distribuidora de títulos e valores mobiliários;

• empresas de arrendamento mercantil;

• cooperativas de crédito (não terão incidência do imposto de renda sobre suas

atividades econômicas, de proveito comum, sem objetivo de lucro);

• empresas de seguros privados e de capitalização; e

• entidades de previdência privada aberta.

Fundações

Constituem-se numa universalidade de bens ou direitos, dotados de persona-

lidade e destinados a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu

instituidor.

São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos ou lucrativos, que

se formam a partir da existência de um patrimônio destacado pelo seu instituidor

através de escritura pública ou testamento, para servir a um objetivo específico,

voltado a causas de interesse público.

As fundações podem ser constituídas por indivíduos, por empresas, ou pelo

poder público. Nesse último caso, temos as fundações públicas, pertencentes ao

primeiro setor. É importante que exista uma declaração de vontade clara do insti-

tuidor para a constituição da fundação, especificando os bens destinados a formar

seu patrimônio e os seus fins. Esse patrimônio precisa ser suficiente para garantir

que a fundação cumpra suas finalidades.

Assim, fundação é a instituição que se forma pela destinação de um patrimônio

para servir a certo fim de utilidade pública ou atuar em benefício da sociedade.

Caracterizam-se por seus fins de caridade ou beneficentes, pesquisa, educação,

saúde etc. (seus objetivos principais), e pelo fato de ocorrer, com a sua instituição,

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uma personalidade patrimonial. Isso quer dizer que, diferente das associações, em

que o foco é o indivíduo, nas fundações o núcleo central é o patrimônio.

Em geral, as fundações são administradas por um Conselho de Administração,

Deliberativo ou Curador (que decide em linhas gerais quanto à forma de atuação

da entidade), uma Diretoria-Executiva ou Superintendência (órgão executor) e um

Conselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas e atividades).

A fundação somente poderá constituir-se para fins de:

• Assistência social;

• Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

• Educação;

• Saúde;

• Segurança alimentar e nutricional;

• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desen-

volvimento sustentável;

• Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, moderniza-

ção de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conheci-

mentos técnicos e científicos;

• Promoção da ética, cidadania, democracia e dos direitos humanos;

• Atividades religiosas.

Organizações Religiosas

A organização religiosa é um tipo de pessoa jurídica destinada a abrigar as ins-

tituições de cunho religioso. Normalmente arrecadam contribuições para manuten-

ção dos templos e de seus entes participativos e para caridade.

São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o seu funcionamen-

to, sendo vedado ao poder público negar-lhe reconhecimento ou registro dos atos

constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

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Partidos Políticos

O partido político é a pessoa jurídica de direito privado destinada a assegurar,

no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a

defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

É livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos cujos

programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-

rismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, sendo assegurada, ao partido

político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.

O partido político é uma organização ou associação política estável apoiada a

uma ideologia determinada relacionada entre seus afiliados e seguidores, que aspi-

ra em algum momento o poder de uma nação para poder impor e desenvolver seu

programa político.

Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada – EIRELI

É aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,

devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 vezes o maior salário

mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas

dívidas da empresa.

A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada

somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão “EIRELI” após a firma ou

a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.

A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra moda-

lidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram

tal concentração.

A empresa individual de responsabilidade limitada será regulada, no que couber,

pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas.

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32. MANDATO E PROCURAÇÃO

No mandato há duas pessoas envolvidas: o mandante e o mandatário. O man-

dante é aquele que dá um mando, atribui um poder. O mandatário é aquele que

recebe o poder.

A procuração é o instrumento do mandato.

Mandato é contrato por meio do qual alguém (mandatário, ou procurador) re-

cebe poderes de outra pessoa (mandante) para, em seu nome, executar atos de

efeitos jurídicos ou administrar interesses e sua aceitação obriga ao mandatário a

praticar os atos previstos no contrato. Mandatário é gênero. Procurador é espécie.

O Código Civil, no seu art. 653, apresenta a definição de mandato ao estabele-

cer que: “Opera-se o mandato, quando alguém recebe de outrem poderes para, em

seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento

do mandato”. Por conseguinte, o mandatário age em nome do mandante, em seu

nome praticando atos ou administrando interesses.

O mandante é a pessoa que outorga poderes para que outro possa agir em seu

nome, praticar atos ou realizar negócios. O mandatário ou procurador é a pessoa

investida nos poderes outorgados pelo mandante. É procurador, porque este se uti-

liza da procuração, que, como já dito, é o instrumento representativo do mandato

e onde constam os poderes que lhe foram conferidos para agir segundo a vontade

do mandante.

O instrumento de procuração quanto à sua forma pode ser público ou particular.

Será pública se lavrada por tabelião de notas, em livro próprio, arquivando-se o

original e expedindo-se um traslado ou certidão. A procuração é particular quando

lavrada pelo outorgante, sem ser formalizada em cartório.

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O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo man-

datário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das des-

pesas necessárias à execução dele, quando o mandatário pedir.

É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que

este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou

de excesso de poderes.

É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as

despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efei-

to, salvo tendo o mandatário culpa.

Quanto ao mandatário de modo geral, suas obrigações se resumem em duas: a

execução do mandato e a prestação de contas.

O mandato pode ser extinto, cessando seus efeitos em decorrência dos seguin-

tes fatos:

• pela revogação ou pela renúncia. A renúncia provém da vontade unilateral do

mandatário, assim como a revogação, como vimos, provém da manifestação

unilateral do mandante.

• pela morte ou interdição de uma das partes. Ex.: se uma das partes torna-

-se incapaz, cessa o mandato, o que ocorre no momento em que a sentença

declaratória de interdição transitar em julgado. É claro que valerão os atos

ajustados pelo mandatário com terceiro de boa-fé.

• pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou

o mandatário para exercê-los. Ex.: a mudança de estado pode fazer cessar o

mandato. Por exemplo, se o mandante é solteiro e outorgou procuração para

alienar certo imóvel, o casamento faz cessar o mandato, porque a lei exige o

consentimento da esposa para tal ato.

• pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

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33. FUNDAMENTOS DO CRÉDITO

Conceito de Crédito

A palavra crédito deriva do latim credere, que significa acreditar, confiar, ou

seja, acredita-se que alguém vai honrar seus compromissos com outra pessoa.

Na área bancária, crédito é a expectativa da devolução de uma quantia em di-

nheiro, dentro de um espaço de tempo limitado.

Para uma instituição financeira, as operações de crédito constituem seu próprio

negócio, são as suas principais atividades.

Elementos do Crédito

Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois

elementos fundamentais:

• a vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas contra-

tuais estabelecidas;

• a habilidade do devedor de assim fazê-lo.

Requisitos do Crédito

Os requisitos que são levados em conta na concessão do crédito podem ser re-

sumidos nos denominados “Cs” do crédito, a saber:

• caráter – é efetivamente o caráter do tomador, seu histórico de crédito, se é

pontual, impontual ou inadimplente em seus compromissos anteriores;

• capacidade – é o potencial do solicitante para quitar o crédito solicitado;

• condições – envolve fatores externos ao tomador, integrando o macro am-

biente que ele atua e foge ao seu controle, diz respeito às condições econô-

micas e setoriais vigentes, assim como elementos especiais que possam vir

a afetar tanto o solicitante como o credor (medidas políticas econômicas,

fenômenos naturais, riscos de mercado, competitividade);

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• capital – referente à situação econômica e financeira do solicitante; e

• colateral – são as garantias envolvidas no empréstimo proposto.

Há ainda um outro “C”, mais voltado para a pessoa jurídica, em especial para

grandes grupos, grandes empresas, grandes corporações, que vem a ser o:

• conglomerado – envolve a análise do grupo econômico-financeiro, visto que

não basta conhecer a situação de uma empresa, mas é preciso conhecer

também as coligadas e controladoras para se ter um conceito a respeito da

solidez do conjunto.

Considera-se operação de crédito bancário, ou operação de crédito simplesmen-

te, a transação realizada entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e

uma instituição bancária ou financeira (denominada credora), que coloca à disposi-

ção do tomador determinado montante de recursos financeiros, comprometendo-se

o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros.

Recomenda-se que, antes de contratar uma operação de crédito, o consumidor

pesquise as diversas opções disponíveis, pois as condições da operação podem

variar de uma instituição para outra. Para facilitar a comparação entre as ofertas,

o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as instituições financeiras e

sociedades de arrendamento mercantil, antes da contratação da operação, divul-

guem o Custo Efetivo Total (CET), que resume em uma única taxa todos os encar-

gos e despesas previstos para a operação. Conhecendo o CET, o consumidor sabe

quanto efetivamente irá pagar pelo crédito.

Pelo menos dois aspectos importantes devem ser observados antes de contratar

uma operação de crédito:

• o consumidor deve ler atentamente o contrato, onde estão estabelecidas to-

das as condições da operação, incluindo os direitos e as obrigações do credor

e do devedor; e

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• o consumidor deve verificar se os compromissos assumidos são compatíveis

com o seu orçamento, para evitar os problemas decorrentes da inadimplência

e do endividamento excessivo.

Cadastro

O cadastro é um conjunto de informações sobre uma pessoa física ou uma pes-

soa jurídica. Em conjunto com outras informações, fornece qualidade e segurança

às decisões, sendo a base para uma concessão de crédito com risco calculado.

No processo de decisão de conceder crédito as instituições financeiras procuram

cercar-se de todos os cuidados a fim de que a operação dê certo. Uma operação de

crédito dá certo quando a instituição financeira libera recursos financeiros para alguém

e recebe de volta esse dinheiro numa data futura, acrescido dos juros combinados.

A estruturação de uma operação de crédito, empréstimo ou financiamento, é o

processo pelo qual se analisam e se definem as condições em que o negócio será

realizado.

As condições se referem, basicamente, ao valor, à forma de pagamento, ao en-

quadramento em razão da finalidade do crédito, às garantias e ao preço, entendido

como preço o custo da operação de crédito para o tomador, ou seja, os encargos

financeiros, os juros, que serão cobrados do devedor.

Como pré-requisito para a análise de alguma operação de crédito, é necessário

que se tenha um cadastro atualizado daquele que pretende tomar recursos finan-

ceiros de uma instituição financeira. Sem informações cadastrais de qualidade,

atualizadas e consistentes, o processo de concessão de crédito fica prejudicado.

Conceder crédito com base em cadastro de baixa qualidade significa confiar “cega-

mente” em quem não se conhece.

Na elaboração da ficha cadastral, tanto da pessoa física como da pessoa jurí-

dica, devem ser inseridos dados e informações a respeito do cliente, de modo a

identificar seu caráter e perfil socioeconômico.

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Nesse sentido, devem constar, preferencialmente, os seguintes dados e infor-

mações a respeito dos clientes na ficha cadastral:

Pessoa Física

Dados Pessoais: nome completo, número de CPF/número do RG, profissão,

filiação, data de nascimento, nacionalidade, estado civil, regime de casamento, nú-

mero de dependentes e endereço.

Dados Profissionais: empresa em que trabalha, endereço comercial, data de

admissão, cargo e renda.

Dados do Cônjuge: nome, empresa onde trabalha, cargo, renda e endereço

comercial.

Fontes de Referência: pessoais, comerciais, bancárias, cartões de crédito etc.

Bens Imóveis: casas, apartamentos, terrenos, fazendas etc., com discrimina-

ção do valor de mercado, área, endereço, existências de ônus, com confirmação

por meio de certidão de registro do cartório de imóveis.

Outros Bens: veículos, títulos, poupança etc.

Seguros: tipo de seguro, valor e vencimento das apólices.

Participação em Empresa: nome e CNPJ da empresa de que participa, capital

social e percentual de participação.

Pessoa Jurídica

Identificação da Empresa: denominação social, nome de fantasia, endereço,

data de constituição, capital social, controle acionário, número do CNPJ e do regis-

tro na Junta Comercial.

Atividade da Empresa: ramo de atividade, número de empregados, principais

produtos vendidos, compras do último exercício, vendas dos últimos exercícios

(percentual de vendas no mercado interno e no mercado externo).

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Acionistas, Sócios ou Titular: acionistas, sócios ou titulares da empresa -


identificados nominalmente – com número do CPF e RG, nacionalidade e participa-
ção no capital social.
Diretores ou Sócios Gerentes: diretores e gerentes da empresa, com número
do CPF, cargos que ocupam e respectivos poderes que lhes são conferidos.
Participações em Empresas: empresas de que participa, incluindo nome,
CNPJ, sede, capital social e o percentual sobre o capital votante.
Participação dos Sócios/Diretores: empresas de que participam, citando
nome, CNPJ, cargo, período de mandato etc.
Seguros: nome da seguradora, modalidade, valor e vencimento das apólices
em nome da empresa.
Referências Comerciais: principais fornecedores e clientes da empresa, com
endereço e número do CNPJ.
Referências Financeiras: instituições onde a empresa mantém ou manteve
operações de crédito e contas correntes.

Eventuais restrições, tanto da pessoa física como da pessoa jurídica, precisam


ser transcritas na ficha cadastral e deve abranger:
• devolução de cheques;
• informações sobre protesto de títulos;
• consulta aos diversos sistemas de informações (CADIN, SERASA, ANC- Impe-
dimentos/Restrições);
• consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito);
• obtenção de informações bancárias e comerciais;
• pesquisa de fontes pessoais;
• pesquisa em cartórios (falências, concordatas, execuções, penhoras, ações

cíveis e criminais);

• certidões cíveis, fiscais e trabalhistas;

• registros internos da agência.

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34. RISCOS DA ATIVIDADE BANCÁRIA

Como em qualquer segmento da economia, os negócios realizados na atividade

bancária também estão sujeitos aos mais diversos riscos.

Não se pode confundir risco com incerteza. As diferenças são:

• risco – existe quando o tomador da decisão pode embasar-se em probabi-

lidade para estimar diferentes resultados, de modo que sua expectativa se

fundamente em dados históricos, possibilitando a tomada da decisão a partir

de estimativas consideradas aceitáveis.

• incerteza – ocorre quando o tomador não dispõe de dados históricos acerca

de um fato, o que poderá exigir que a decisão se faça de forma subjetiva, isto

é, apenas por meio de sua sensibilidade pessoal.

Risco de Crédito

É a possibilidade de ocorrência de perdas associadas:

• ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obriga-

ções financeiras nos termos pactuados;

• à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classi-

ficação de risco do tomador;

• à redução de ganhos ou remunerações;

• às vantagens concedidas na renegociação; e

• aos custos de recuperação.

Risco de Mercado

É o risco de desvalorização de instrumento financeiro ou de carteira de instru-

mentos financeiros, decorrente de variação nas taxas de juros, nas taxas de câm-

bio, nos preços de ações ou nos preços de mercadorias.

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O risco de mercado está presente nas operações ativas e passivas.

Risco Operacional

É o risco de haver erro humano ou falha de equipamentos, programas de in-

formática ou sistema de telecomunicações imprescindíveis ao funcionamento de

determinado sistema.

Risco Sistêmico

É o risco de que a inadimplência de um participante com suas obrigações em um

sistema de transferência, ou em geral nos mercados financeiros, possa fazer com

que outros participantes ou instituições financeiras não sejam capazes, por sua

vez, de cumprir com suas obrigações (incluindo as obrigações de liquidação em um

sistema de transferência) no vencimento.

Tal inadimplência pode causar problemas significativos de liquidez ou de crédito

e, como resultado, ameaçar a estabilidade dos mercados financeiros.

Risco de Liquidez

É o risco de a instituição tornar-se incapaz de honrar suas obrigações ou de ga-

rantir condições para que sejam honradas.

Pode ser separado em dois tipos:

• risco de liquidez de financiamento, que se refere à capacidade de ajustar

desequilíbrios no fluxo de caixa por meio de novas captações de recursos; e

• risco de liquidez de mercado, que se refere à capacidade de liquidação de

posições abertas em tempo hábil, na quantidade suficiente e a preço justo.

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35. PRINCIPAIS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO RISCO DE


CRÉDITO

Entre os principais riscos da atividade bancária, há dois que se destacam com

maior ênfase entre as principais variáveis relacionadas ao risco de crédito: risco do

cliente e risco da operação.

A avaliação do risco do cliente é feita por meio da análise dos seis “Cs” do cré-

dito já vistos anteriormente, com especial destaque para:

• caráter – é efetivamente o caráter do tomador, seu histórico de crédito, se é

pontual, impontual ou inadimplente em seus compromissos anteriores;

• capacidade – é o potencial do solicitante para quitar o crédito solicitado; e

• capital – referente à situação econômica e financeira do solicitante.

Os outros “Cs” não têm a ver diretamente com o cliente, condições que se vin-

culam a fatores externos.

Colateral tem a ver com as garantias e conglomerado que tem ligação com o

grupo econômico-financeiro, com as outras várias empresas que compõem o con-

glomerado.

36. TIPOS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO

Empréstimos

É um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma

quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos

juros acertados.

Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica.

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Financiamentos

É também um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com des-

tinação específica, como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel.

Descontos

É operação típica dos bancos, por meio da qual o banco (descontador) antecipa

ao cliente (descontário) o valor de um crédito contra terceiros, ainda não vencido,

de que se fez cessionário, deduzindo desse valor a importância correspondente às

despesas e juros pelo espaço intercorrente desde a data da antecipação até o ven-

cimento do título que foi descontado.

Adiantamentos

São as operações realizadas pelos bancos para cobrir eventuais saques a des-

coberto efetuados pelos clientes por conta de:

• cheques apresentados na compensação ou mesmo diretamente na boca do

caixa; e/ou

• débito de alguma prestação, título, seguros etc.

• O cliente está sujeito ao pagamento de tarifa punitiva e uma elevada taxa de

juros pelo excedente.

Trata-se de operação não recomendada pelo Banco Central do Brasil por consi-

derá-la uma prática lesiva à boa gestão de uma instituição financeira, em razão de

ser um crédito sem nenhuma prerrogativa técnica, seja na concessão, no limite e

nas garantias.

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37. CRÉDITO PESSOAL

O crédito pessoal, como o próprio nome diz, é o crédito concedido para pessoas,

e não para empresas.

O empréstimo pessoal é um crédito destinado a financiar as necessidades pes-

soais ou a compra de bens de consumo, ou seja, os bens utilizados pelos indivíduos

e famílias.

Trata-se de um tipo de empréstimo em que recursos financeiros são disponibili-

zados a uma pessoa (conhecida como o devedor) e que poderá utilizá-los da forma

que melhor desejar, sem restrições quanto a destinação que dará ao dinheiro em-

prestado.

A pessoa, então, pode utilizar-se de seu crédito para efetuar os mais diversos

pagamentos, desde compras feitas na loja da esquina a pagamentos em moeda

estrangeira.

Geralmente o valor do crédito é depositado em conta-corrente ou por meio de

cheque nominativo.

Várias são as formas de adquirir o crédito que se deseja. Geralmente é feito por

meio de algum banco ou outra instituição financeira, mas é possível adquirir tam-

bém por meio de cooperativas de crédito.

Não importa em qual tipo de instituição você adquire seu crédito, será sempre

necessária a criação e aprovação de um cadastro e, em geral, a apresentação de

garantias (renda familiar, avalista etc.) a fim de certificar-se de que o devedor re-

almente pode honrar seus compromissos e pagar pelo crédito adquirido.

Certos bancos possuem limites pré-aprovados levando em consideração o perfil

do cliente (analisado a partir de seu cadastro). Nesses casos, após assinatura do

contrato de crédito, o mesmo estará disponível imediatamente, podendo ser utili-

zado através de telefone, caixa automático ou Internet.

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O pagamento poderá ser realizado em uma única parcela ou dividido em diver-

sas prestações com amortizações mensais. O número máximo de prestações é bas-

tante variável e dependerá da instituição credora e de seu limite de crédito pessoal.

Há a incidência de IOF e pode ser cobrada a tarifa de abertura de cadastro.

Não podem ser cobradas as chamadas TAC – Tarifa de Abertura de Crédito e a

TEC – Tarifa de Emissão de Carnê/Boleto.

Os pagamentos das parcelas periódicas podem ser feitos automaticamente, via

débito em conta corrente, ou realizados por meio de boleto bancário.

38. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC)

É a operação realizada pelas financeiras para que seus clientes adquiram bens

e serviços.

Sua maior utilização é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos.

O bem financiado geralmente serve como garantia da operação, ficando alie-

nado à financeira, ou seja, o cliente transfere à financeira a propriedade do bem

adquirido com o dinheiro emprestado até o pagamento total da dívida.

Atualmente, os contratos têm sido firmados com a incidência somente de juros

pré-fixados e não há prazo máximo para a sua realização.

Existe um tipo especial de CDC, chamado CDC-i, que vem a ser o Crédito Direto

ao Consumidor com a interveniência do lojista vendedor.

A palavra interveniência significa, segundo o Aurélio, entre outros, que há prá-

tica de intervenção. Esse CDC é chamado com interveniência porque o lojista ven-

dedor intervém na operação, garantindo-a. Caso o financiado não pague, caberá ao

lojista quitar o financiamento.

O financiamento não é realizado somente com a participação da financeira e do

cliente comprador do produto que estiver sendo vendido.

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Esse tipo de operação atende os interesses de lojas varejistas que tradicionalmente

fazem vendas a prazo. Como essas lojas não são instituições financeiras, elas não po-

dem financiar seus compradores. Assim, esses lojistas firmam contratos com institui-

ções financeiras que assumem o compromisso de financiar as vendas desses varejistas.

Quando da formalização do contrato com o lojista, a instituição financeira passa

a contar com o lojista garantindo adicionalmente a operação além da garantia real

do produto vendido quando ele fica vinculado ao financiamento na forma de alie-

nação fiduciária.

O risco de crédito é menor nesse tipo de operação, refletindo numa menor taxa

de juros para o financiado.

Para o comprador é interessante, pois contrata o financiamento diretamente na

loja onde estiver comprando, sem haver a necessidade de procurar alguma finan-

ceira que possa financiar suas compras.

O lojista tem a vantagem de receber a vista as vendas que serão pagas parce-

ladamente à financeira pelo seu cliente comprador.

39. MICROFINANÇAS: BASE LEGAL, FINALIDADE, FORMA DE


ATUAÇÃO

As microfinanças possibilitam que as pessoas de baixa renda possam aumentar

a sua qualidade de vida por meio do acesso a uma ampla variedade de serviços

financeiros adequados às suas necessidades.

Base Legal

A Res. CMN n. 3.567, de 29/05/2008, dispõe sobre a constituição e o funciona-

mento de sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno

porte. A Lei Complementar n. 123, de 14/12/2006, que instituiu o Estatuto Nacio-

nal da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

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Finalidade

Tem o objetivo de oferecer crédito e outros produtos financeiros que permitam

às pessoas de baixa renda condições para que construam uma base sólida que au-

mente seus ativos e ajude-as a sair, permanentemente, de sua situação econômica

precária, por meio da geração de trabalho e renda em condições estáveis.

Forma de atuação

As instituições de microfinanças são os intermediários financeiros que têm por

objetivo garantir o acesso ao crédito (normalmente produtivo) e outros serviços

financeiros adequados às populações de baixa renda, geralmente excluídas do sis-

tema bancário tradicional.

As atividades de microfinanças podem ser entendidas como uma estratégia de

apoio ao desenvolvimento de pequenas atividades geradoras de renda e emprego.

Oferecer crédito produtivo e serviços financeiros de apoio familiar destinados a

populações desfavorecidas tem por objetivo a inserção dessas pessoas em alguma

atividade produtiva que possa gerar um ciclo econômico que possibilite a melhor

redistribuição da riqueza nacional.

Por meio de uma metodologia de concessão de créditos específica, baseada no

conhecimento da situação socioeconômica de cada cliente, baseada também na

avaliação da capacidade econômico-financeira individual e no acompanhamento da

utilização dos produtos oferecidos até o fechamento do ciclo operacional de cada

atividade produtiva, busca-se ir além do aspecto monetário dos serviços financeiros.

As microfinanças não têm o objetivo de estabelecer uma relação assistencialista

entre a instituição de microfinanças e o cliente.

A instituição de microfinanças não tem o objetivo, em regra, de emprestar re-

cursos a fundo perdido. Vai emprestar dinheiro para receber de volta em data futu-

ra, acrescida dos encargos financeiros que forem acertados.

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Pelo contrário, essa relação busca permitir o desenvolvimento equilibrado e sus-

tentável de atividades produtivas. Crédito produtivo, sim, mas não somente. É pre-

ciso criar condições para que as atividades do microempresário possam ser desen-

volvidas com viabilidade, segurança e equilíbrio para que o micronegócio não pereça.

Cabe lembrar que o microempresário e sua família estão expostos a uma pre-

cariedade social que tem um impacto no desenvolvimento e continuidade do seu

negócio. Uma doença inesperada, do microempresário ou de um familiar, pode, por

exemplo, afetar diretamente a capacidade de reembolso de um empréstimo.

Segundo a Res. CMN 3.567, de 29/05/2008, as sociedades de crédito ao micro-

empreendedor e à empresa de pequeno porte devem ser constituídas sob a forma de

companhia fechada ou sob a forma de sociedade limitada e estão sujeitas à autori-

zação para constituição e funcionamento e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

Em sua denominação social deve constar a expressão “Sociedade de Crédito ao

Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte”, sendo vedado o emprego da

palavra “banco”.

As sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte

podem, mediante prévia autorização do Bacen, ter seu controle societário exercido

por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, constituídas de acordo

com a Lei n. 9.790, de 23/03/1999, que dispõe sobre a qualificação de pessoas

jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que referidas organizações:

• desenvolvam atividades de crédito compatíveis com o objeto social das so-

ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;

• não confiram ao setor público qualquer poder de gestão ou de veto na con-

dução de suas atividades.

Essas sociedades devem observar, permanentemente, os seguintes limites:

• de capital realizado e de patrimônio líquido mínimos de R$ 200.000,00;

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• de endividamento, considerando as obrigações do passivo circulante, as coo-

brigações por cessão de créditos e as garantias prestadas, e descontando as

aplicações em títulos públicos federais, de, no máximo, dez vezes o respecti-

vo patrimônio líquido;

• de exposição por cliente, considerando operações de crédito, coobrigação por

cessão de créditos e prestação de garantias, limitado a 5% de seu patrimônio

líquido ajustado pelas contas de resultado.

 Obs.: Considera-se cliente qualquer pessoa física ou jurídica, ou grupo de pessoas

agindo isoladamente ou em conjunto, representando interesse econômico

comum.

Às sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte

é permitida, exclusivamente, a realização das seguintes operações:

• concessão de financiamentos e prestação de garantias às microempresas ou

empresas de pequeno porte, bem como a pessoas físicas no desempenho das

atividades relativas ao seu objeto social, definido em lei;

• aplicação de disponibilidades de caixa no mercado financeiro, inclusive em

depósitos à vista ou em depósitos interfinanceiros, observadas eventuais res-

trições legais e regulamentares específicas de cada aplicação;

• aquisição de créditos concedidos em conformidade com seu objeto social;

• cessão de créditos, inclusive a companhias securitizadoras de créditos finan-

ceiros, na forma da regulamentação em vigor;

• obtenção de repasses e empréstimos originários de:

–– instituições financeiras nacionais e estrangeiras;

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–– entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de fomento e de-

senvolvimento, incluídas as Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público;

–– fundos oficiais;

• captação de depósito interfinanceiro vinculado a operações de microfinanças

(DIM).

Essas sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno

porte podem atuar na prestação de serviço de correspondente no País, nos termos

da regulamentação em vigor.

É vedada a realização de operações ativas ou passivas não previstas, inclusive:

• captação, sob qualquer forma, de recursos junto ao público, bem como a emis-

são de títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas;

• concessão de empréstimos para fins de consumo; e

• participação societária em instituições financeiras e em outras instituições

autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Devem prestar, nos termos estabelecidos na regulamentação em vigor, informa-

ções ao Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR).

O Bacen está autorizado a adotar as medidas e a baixar as normas julgadas

necessárias à execução das suas atribuições, podendo, inclusive:

• estabelecer os procedimentos para a autorização e o funcionamento das so-

ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte;

• fixar os procedimentos relacionados à contabilização das operações das so-

ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte,

bem como à elaboração e divulgação de suas demonstrações financeiras.

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40. DESCONTO DE DUPLICATAS, NOTAS PROMISSÓRIAS E


CHEQUES PRÉ-DATADOS

São adiantamentos de recursos que os bancos fazem aos clientes, sobre valores

de duplicatas de cobrança, notas promissórias e cheques e antecipações de vendas

com cartões de crédito a fim de antecipar o fluxo de caixa do cliente.

O cliente garante o recebimento de recursos que, teoricamente, só teria dispo-

níveis no futuro.

Geralmente, o desconto é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e

prazo médio de 30 dias.

O banco tem o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não

seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, inclu-

sive de multas e/ou juros de mora por atraso.

Descontos também podem ser feitos sobre os recibos de venda com cartões de

crédito e os cheques pré-datados (no caso de cheques pré-datados, esses docu-

mentos ficam em caução como garantia do empréstimo).

Supondo que uma madeireira venda uma quantidade de mercadoria para um fa-

bricante de móveis, concedendo um prazo de 30 dias para que o comprador efetue

o pagamento do valor da compra.

Termos utilizados nas operações de desconto de títulos:

Madereira Fábrica de Móveis Banco

Vendedor Comprador Cessionário

Sacador Sacado Descontante

Credor Devedor

Emitente

Titular

Beneficiário

Cedente

Descontário

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41. CONTAS GARANTIDAS

São contas de empréstimo separadas, mas vinculadas às contas-correntes, com

limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades

de capital de giro.

Geralmente são movimentadas diretamente pelos cheques emitidos pelos clien-

tes, quando não há saldo disponível na conta-corrente.

São rotativas porque um limite é pré-definido para o cliente utilizar quando ne-

cessário e conforme a conta-corrente vai recebendo créditos os recursos vão sendo

transferidos à conta garantida até cobrir o saldo devedor.

São garantidas porque o cliente tem um limite de uso garantido previamente e

também porque para a abertura da conta o cliente oferece garantias que podem ser:

• nota promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar

algum bem;

• caução de títulos de crédito (duplicatas ou cheques pré-datados); e/ou

• alienação fiduciária/hipoteca.

Os encargos desta operação são calculados diariamente sobre o saldo devedor e

cobrados, normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação.

Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o

respectivo prazo.

Destinam-se praticamente às pessoas jurídicas, embora também possa ser ofe-

recido às pessoas físicas.

42. FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO

São os recursos liberados pelas instituições financeiras com a destinação espe-

cífica de financiar a aquisição dos bens fixos das empresas.

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Como bens fixos, devemos entender aqueles classificados no ativo imobilizado

das empresas.

São os veículos, as instalações, os móveis e utensílios, a infraestrutura da empre-

sa, o maquinário, os computadores, as instalações complementares, ou seja, tudo

aquilo que é necessário para que a empresa possa exercer sua atividade produtiva.

São operações de longo prazo e com juros mais em conta para viabilizar o de-

senvolvimento da empresa e até de uma região.

Desta forma, as fontes (funding) destas operações têm origem nas entidades e

instituições governamentais.

Destaca-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

como o grande financiador das empresas no longo prazo.

43. FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO

O capital de giro é o conjunto de valores (dinheiro) necessário para a empresa

fazer seus negócios acontecerem (girar) e está diretamente relacionado com o cir-

culante da empresa.

Tem a ver com os recebimentos e os pagamentos da empresa.

A necessidade de capital de giro acontece quando a empresa tem algum com-

promisso a pagar e só terá os recursos necessários dali a alguns dias.

Estes compromissos podem ser impostos, aluguéis, folha de pagamento, forne-

cedores etc.

O financiamento de capital de giro visa atender essa necessidade de capital da

empresa.

Firma-se um contrato específico de abertura de crédito, no qual são estabeleci-

dos prazo, taxa, valor e garantias.

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44. CARTÃO DE CRÉDITO

O uso do cartão de crédito vem crescendo ao longo dos anos, acompanhando o

aumento da renda e os avanços em geral conquistados pela sociedade brasileira.

Facilidade, segurança e ampliação das possibilidades de compras são pontos

que agradam à população na hora de efetuar seus pagamentos com o cartão.

Trata-se de um meio de pagamento eletrônico que possibilita o portador adquirir

bens e/ou serviços, pelo preço à vista, nos estabelecimentos credenciados.

Para esses estabelecimentos, traz a real vantagem de ser um indutor ao cres-

cimento das vendas e a suposta desvantagem de um rebate no seu preço à vista

pela demora no prazo do repasse dos recursos provenientes das vendas e pelo pa-

gamento de comissão ao credenciador.

O pagamento dos bens e/ou serviços adquiridos com o cartão de crédito ocor-

rerá na data de vencimento da fatura, escolhida pelo portador titular, conforme as

datas disponibilizadas pelo emissor.

Para o portador, quando paga o valor integral da fatura no vencimento seguinte,

a compra representa a vantagem de ganhos reais sobre a inflação, além de ajustar

suas necessidades de consumo às suas disponibilidades momentâneas de caixa.

Os cartões de crédito têm a desvantagem de incentivar o consumo nos momen-

tos em que o consumidor desejava poupar.

Além de dinheiro de plástico são, acima de tudo, um crédito automático, sendo

uma operação de crédito rotativo, visto que um limite de crédito é estabelecido

para o cliente.

O cliente não é obrigado a utilizar esse limite, mas quando desejar fazer uso

poderá consumir pagando com o cartão até alcançar o limite estabelecido, sem

precisar adotar qualquer outro procedimento.

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Trata-se de crédito rotativo porque quando o limite é alcançado, o cliente não


pode mais fazer uso do cartão. Todavia, quando ele efetua o pagamento de algum
valor definido em sua fatura, o limite de crédito é imediatamente restabelecido. Por
isso a rotatividade.
Podem ser de uso nacional ou internacional.
Os procedimentos utilizados para realizar compras com cartões de crédito, dé-
bito e pré-pago, seja em moeda nacional ou em moeda estrangeira, são conside-
rados arranjos de pagamentos, sujeitos às normas disciplinares previstas na Lei n.
12.865, de 09/10/2013.
As bandeiras Visa, Mastercard, American Express, Diners Club, Hipercard e Elo

são exemplos de arranjos de pagamento.

O Banco Central definiu três modalidades de instituições de pagamento:

• as emissoras de instrumento de pagamento pós-pagos (os cartões de crédito

pós-pagos);

• as emissoras de moeda eletrônica, quando gerenciam transações pré-pagas

(os cartões pré-pagos);

• as credenciadoras de lojistas (empresas como Cielo e Rede, que capturam

compras com cartão no varejo).

As atividades das instituições de pagamento estão sujeitas à regulamentação

baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil,

nos termos dos artigos 6º ao 11 da Lei n. 12.865, de 09/10/2013.

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A Sociedade Administradora de Cartões de Crédito não é obrigada a conceder

cartão de crédito a qualquer interessado. Pode recusar-se a conceder, visto que

cada instituição pode estabelecer critérios próprios para a concessão de um cartão

de crédito em decorrência de sua política de crédito.

A regulamentação em vigor proíbe a remessa do cartão de crédito sem prévia

solicitação. As instituições financeiras devem assegurar o encaminhamento do car-

tão de crédito ao domicílio do cliente ou a sua habilitação somente em decorrência

de sua expressa solicitação ou autorização.

A instituição pode debitar em conta os valores relativos à fatura do cartão de

crédito, desde que o portador tenha, previamente, solicitado ou autorizado por es-

crito ou por meio eletrônico a realização do débito. A referida autorização é admi-

tida no próprio instrumento contratual de abertura de conta de depósito e poderá

ser cancelada a qualquer momento a pedido.

O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento, mes-

mo que haja compras parceladas no cartão com parcelas ainda a serem pagas. No

entanto, é importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédi-

to não quita ou extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento

com o emissor do cartão sobre a melhor forma de liquidação da dívida.

Para tornar as regras mais claras na prestação desse serviço, o CMN decidiu,

em 25/11/2010, pela edição da Resolução n. 3.919, que, entre outras mudanças,

padronizou a cobrança de tarifas sobre cartões de crédito.

Segundo essas normas, existem dois tipos de cartões de crédito:

• básico;

• diferenciado.

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Cartão Básico

É o cartão de crédito exclusivo para o pagamento de compras, contas ou servi-

ços. O preço da anuidade para sua utilização deve ser o menor preço cobrado pela

emissora entre todos os cartões por ela oferecidos.

As instituições financeiras, no processo de negociação com os clientes, estão

obrigadas a oferecer o cartão básico.

Esse cartão não pode ser associado a programas de benefícios e/ou recompensas.

Cartão Diferenciado

É o cartão de crédito que, além de permitir o pagamento de compras, está as-

sociado a programas de benefícios e recompensas.

O preço da anuidade do cartão diferenciado deve abranger, além da utilização

do cartão para o pagamento de compras, também a participação do usuário nos

programas de benefícios e recompensas associados ao cartão.

É opção do cliente contratar o cartão básico ou o cartão diferenciado.

Tanto um como o outro pode ser nacional e/ou internacional.

O cartão de crédito pode ser emitido para pessoas físicas ou para pessoas jurídi-

cas. No caso de pessoa jurídica, os cartões serão emitidos em nome dos sócios e/ou

funcionários, podendo constar o nome da empresa que assume a responsabilidade

perante o emissor.

O cartão contém, geralmente, as seguintes características:

• nome do portador;

• número do cartão;

• data de validade;

• espaço para assinatura;

• itens de segurança (hologramas e outros sinais específicos);

• tarja magnética e/ou “chip”;

• identificação do emissor e da bandeira.

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As instituições podem cobrar de pessoas naturais basicamente cinco tarifas refe-

rentes à prestação de serviços de cartão de crédito, a título de serviços prioritários:

• anuidade;

• emissão de segunda via do cartão;

• uso do cartão para saque em espécie;

• uso do cartão para pagamento de contas (por exemplo, faturas e boletos de

cobranças de produtos e serviços); e

• pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.

O valor da tarifa da anuidade do cartão básico nacional deve ser inferior ao da

tarifa da anuidade do cartão básico internacional.

É permitida também a cobrança de tarifas pela prestação dos serviços chama-

dos de diferenciados:

• envio de mensagem automática relativa à movimentação ou lançamento em

cartão de crédito;

• fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato personalizado; e

• fornecimento emergencial de segunda via de cartão de crédito.

As instituições devem fornecer aos seus clientes demonstrativos e/ou faturas

mensais de cartão de crédito, explicitando informações, no mínimo, a respeito dos

seguintes aspecto:

• limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação de cré-

dito passível de contratação;

• gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando parcelados;

• identificação das operações de crédito contratadas e respectivos valores;

• valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma separada de

acordo com os tipos de operações realizadas com o cartão;

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• valor dos encargos a serem cobrados no mês seguinte, no caso de o cliente

optar pelo pagamento mínimo da fatura;

• Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de crédito

passíveis de contratação; e

• taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação de obrigações.

O limite de crédito concedido ao cliente é livremente definido pela instituição e

deve ser compatível com o perfil do cliente, devendo ser informado nas faturas e/

ou demonstrativos encaminhados ao cliente.

Se a instituição decidir alterar os limites de crédito, sem pedido prévio do clien-

te, há duas situações possíveis:

• no caso de redução, ela deve comunicar previamente o interessado, com, no

mínimo, 30 dias de antecedência;

• no caso de aumento, deve haver concordância prévia do cliente.

O cliente pode, a qualquer tempo, solicitar a alteração desse limite, cabendo à

instituição analisar se concede ou não.

Não há um limite máximo para as taxas de juros cobradas pela instituição finan-

ceira que fornece o cartão de crédito. As taxas de juros são livremente pactuadas

entre as instituições financeiras e os clientes.

Com o objetivo de diminuir o risco de superendividamento, o CMN tem adotado

medidas com vistas a proteger o portador do cartão. Até recentemente o CMN de-

terminava um percentual mínimo da fatura que tinha quer ser pago pelo portador

a cada fatura que recebia.

Hoje não existe mais percentual mínimo estipulado pelo CMN. Cabe às Adminis-

tradoras de Cartões de Crédito definirem o percentual mínimo a ser pago pelo seu

cliente, como achar melhor.

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Esse percentual de pagamento mínimo da fatura poderá ser livremente pactu-

ado entre a instituição e o cliente. Caso haja alteração desse percentual pela ins-

tituição emissora do cartão, o cliente deverá ser comunicado, com, no mínimo, 30

dias de antecedência.

Dependendo do que estiver pactuado em contrato, é possível pagar um valor

inferior ao total da fatura. Há contratos em que o cliente precisa pagar a totalidade

da fatura no vencimento e outros em que ele pode pagar um valor inferior ao total

da fatura, desde que efetue o pagamento do valor mínimo mensal estabelecido

contratualmente.

Contudo, nessa última situação, o cliente passa a ser financiado por uma opera-

ção de crédito relacionado à diferença entre o valor total da fatura e o valor que foi

efetivamente pago. Em geral, esse financiamento ocorre na modalidade de crédito

rotativo.

O crédito rotativo no cartão de crédito é uma modalidade de crédito para fi-

nanciamento da fatura de cartão de crédito, sem data e parcelas definidas para

pagamento pelo cliente, concedido quando há pagamento inferior ao valor total da

fatura, mas superior ou igual ao mínimo mensal convencionado. A utilização do cré-

dito rotativo sujeita o titular do cartão ao pagamento de juros e demais encargos.

Com a entrada em vigor da Resolução n. 4.549, de 03/04/2017, o saldo devedor

da fatura de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o vencimento,

somente pode ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da fatura subse-

quente (em geral, 30 dias).

O pagamento da fatura do mês subsequente, onde constará o valor remanes-

cente do crédito rotativo ainda não liquidado, acrescido dos juros do período ante-

rior, poderá ser feito com recursos do próprio cliente ou com recursos obtidos pelo

cliente na própria instituição por meio de operação de crédito em outra modalidade.

As instituições em geral oferecem a modalidade de “parcelamento de fatura”. Mas

o cliente pode obter crédito em outra instituição para liquidar a dívida.

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A instituição financeira pode fazer um parcelamento automático do saldo do

crédito rotativo (parcelamento de fatura automático), desde que haja previsão em

contrato desse financiamento automático.

Nesse caso, as condições do financiamento devem ser melhores do que as do cré-

dito rotativo. Além disso, a instituição deve prestar informações claras e precisas na

fatura entregue mensalmente ao cliente para fins de entendimento da sistemática.

O cliente pode aceitar as opções de financiamento oferecidas pela instituição,

mas, caso prefira, o cliente pode negociar as condições da nova operação nos ca-

nais de atendimento disponíveis.

É importante destacar que o cliente pode solicitar o cancelamento das cláusulas

contratuais sobre parcelamentos automáticos.

A instituição financeira que concedeu o crédito rotativo não é obrigada a ofere-

cer o parcelamento do saldo devedor da fatura. A operação de crédito depende do

interesse das duas partes (instituição financeira e cliente).

Entretanto, caso a instituição tenha interesse em oferecer o parcelamento do

saldo devedor da fatura, as condições por ela oferecidas ao cliente devem ser mais

vantajosas do que aquelas do crédito rotativo, inclusive no que diz respeito à co-

brança de encargos financeiros.

Os valores relativos às novas compras de cada período poderão ser financiados

por meio de novo crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente, em

novo período em torno de 30 dias.

Se não houver o pagamento total do saldo devedor da fatura que já tiver sido

financiado por 30 dias no crédito rotativo ou não aceitar nenhuma forma de par-

celamento do seu pagamento, estará configurada a situação de inadimplência do

cliente. Nesse caso, poderão ser aplicados os procedimentos previstos no contrato

para situações de inadimplemento.

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Quando o cliente fica em situação de inadimplência, podem ser cobrados os se-

guintes encargos, além de estar sujeito ao bloqueio do uso do cartão:

• juros remuneratórios, por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o

saldo devedor não liquidado;

• multa;

• juros de mora.

Em relação aos juros remuneratórios, somente podem ser cobrados os juros

acordados em contrato e a taxa praticada deve ser:

• para os valores associados a operações de parcelamento do saldo devedor da

fatura contratadas após o cliente permanecer 30 dias no rotativo: a taxa da

respectiva operação de parcelamento;

• para os demais valores em atraso: a taxa de juros da modalidade de crédito

rotativo.

Caso o portador tenha parcelado o saldo devedor de crédito rotativo o montante

obrigatoriamente a ser pago nas faturas subsequentes a cada mês será composto

pela soma dos seguintes valores:

• saldo do crédito rotativo acrescido dos respectivos juros incidentes no período;

• prestação ou prestações resultantes de parcelamentos do saldo devedor de

períodos anteriores, realizados após 30 dias de financiamento na modalidade

de crédito rotativo;

• valor correspondente à aplicação do percentual, definido entre as partes, de

pagamento mínimo sobre as compras e dos demais lançamentos realizados

no período.

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Cartão Co-Branded

É o cartão de marca compartilhada que carrega o logotipo da empresa associa-

da e a bandeira, trazendo vantagens específicas para seus portadores como, por

exemplo: milhagem áreas e descontos progressivos nas compras.

Reflete uma parceria em vendas e marketing cujo objetivo é fidelizar o cliente.

Exemplos: cartões de empresas aéreas, indústria automobilística, redes de varejo etc.

Cartão Afinidade

O cartão de afinidade reflete uma parceria entre a administradora do cartão de

crédito com organizações não lucrativas.

Trata-se de um cartão que possui um apelo que tem como objetivo identificar o

cliente com a empresa, sendo que o mesmo opta por contribuir financeiramente,

mesmo que indiretamente, com essas organizações.

Nesse tipo de cartão, o cliente é informado quanto e como ele está contribuindo

com a empresa. Exemplos: clubes de futebol, igrejas, associações etc.

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Private Label (Retailer Card)

É um tipo de cartão de crédito emitido por um varejista e usualmente válidos


apenas para a realização de compras com este varejista ou em qualquer estabele-
cimento credenciado.
Os cartões de lojas varejistas, conhecidos como “private label”, emitidos por
empresas com destinação exclusiva para a aquisição de seus próprios bens ou ser-
viços, não são arranjos de pagamento e não estão sujeitos à regulação e à super-
visão do Banco Central.

Charged Card

É o cartão carregado previamente. Como exemplos, temos os cartões vale-re-


feição, vale-alimentação, vale-presente e o travelmoney.

45. MICROCRÉDITO URBANO

O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno valor a microem-


preendedores formais e informais, normalmente sem acesso ao sistema financeiro

tradicional.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Esse tipo de crédito se encontra em um contexto de microfinanças, que abrange

o fornecimento de empréstimos, poupanças e outros serviços financeiros especiali-

zados para pessoas de baixa renda.

Assim, o microcrédito tem como principais características:

• ausência de garantias reais, já que a maioria das transações tem como ga-

rantia o aval solidário;

• concessão de crédito ágil e adequado ao ciclo de negócios do empreendimento;

• baixo custo de transação devido à proximidade entre a instituição e o toma-

dor dos empréstimos, e à inexistência de burocracia;

• ação econômica com forte impacto social na comunidade;

• elevado custo operacional para a instituição fornecedora dos recursos; e

• metodologia específica, que consiste na concessão assistida do crédito.

Os agentes de crédito vão até o local onde o trabalhador exerce uma atividade

produtiva para avaliar as necessidades e as condições de seu atendimento, bem

como as condições de pagamento. Esse profissional passa a acompanhar a evolu-

ção do negócio e a fornecer orientação se necessário.

O microcrédito urbano atende aos microempreendedores que desenvolvem suas

atividades nos centros urbanos.

O Banco do Nordeste do Brasil atua no microcrédito urbano por meio do Crediami-

go, que é o maior Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da América do Sul,

que facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores pertencentes aos se-

tores informal ou formal da economia (microempresas, enquadradas como Microem-

preendedor Individual, Empresário Individual, Autônomo ou Sociedade Empresária).

O Programa de Microfinança Urbana do Banco do Nordeste terminou o ano de

2017 com 2.001.150 clientes ativos, tendo desembolsado o valor de R$ 8.052,2

milhões distribuídos em 4.025.934 operações de crédito.

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De maneira rápida e sem burocracia, o Crediamigo atua na concessão de cré-

ditos em grupo solidário ou individual. Grupo solidário consiste na união voluntária

e espontânea de pessoas interessadas em obter o crédito, assumindo a responsa-

bilidade conjunta no pagamento das prestações. A metodologia do aval solidário

consolidou o Crediamigo como o maior programa de microcrédito do país, possibi-

litando o acesso ao crédito a empreendedores que não tinham acesso ao sistema

financeiro.

Associado ao crédito, o Crediamigo oferece aos empreendedores acompanha-

mento e orientação para melhor aplicação do recurso, a fim de integrá-los de ma-

neira competitiva ao mercado. Além disso, abre conta corrente para seus clientes,

sem cobrar taxa de abertura e manutenção de conta, com o objetivo de facilitar o

recebimento e movimentação do crédito.

Missão do Crediamigo

“Contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos empreendedores e em-

preendedoras, por meio de produtos e serviços de microfinanças e orientação em-

presarial, de forma sustentável, oportuna e de fácil acesso.”

Visão do Crediamigo

“Ser referência local e global no mercado de Microfinanças, pela dimensão, im-

pacto social e qualidade no atendimento das necessidades dos empreendedores

brasileiros.”

Valores do Crediamigo

Confiança, Ética, Inovação, Compromisso e Superação.

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Proposta de Valor

Oferecer aos empreendedores a oportunidade de realização dos seus sonhos.

Os clientes do Crediamigo são pessoas que trabalham por conta própria, em-

preendedores individuais ou reunidos em grupos solidários que atuam nos setores

informal ou formal da economia. Para tanto é necessário que o faturamento do

cliente seja de até R$ 200.000,00 ao ano e que tenha um negócio próprio estabe-

lecido no mínimo há seis meses, com funcionamento regular.

As iniciativas podem ser agrupadas, conforme o setor em que os clientes atuam:

Indústria

Marcenarias, sapatarias, carpintarias, artesanatos, alfaiatarias, gráficas, pada-

rias, produções de alimentos etc.

Comércio

Ambulantes, vendedores em geral, mercadinhos, papelarias, armarinhos, baza-

res, farmácias, armazéns, restaurantes, lanchonetes, feirantes, pequenos lojistas,

açougueiros, vendedores de cosméticos etc. Os clientes que atuam no setor de

comércio formam a maioria dentro da carteira do Crediamigo.

Serviços

Salões de beleza, oficinas mecânicas, borracharias etc.

Para obter um empréstimo, o interessado precisa:

• Ser maior de idade;

• Para crédito em grupo: reunir um grupo de amigos empreendedores, que

morem ou trabalhem próximos e que confiem uns nos outros. Esta união

possibilita o “aval solidário”, que é a garantia conjunta para o pagamento das

prestações;

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• Para crédito individual: garantia de coobrigado.

• O faturamento da atividade deve ser de até R$ 200 mil ao ano.

• Ter ou querer iniciar uma atividade comercial.*

* Para iniciar atividade, é possível para os produtos Giro Solidário e Comunidade.

Os documentos necessários para o cadastro de um cliente do Crediamigo são:

• CPF;

• Documento de identificação com foto;

• Comprovante de residência atual.

Vantagens
• Abertura de conta-corrente;
• Créditos escalonados e crescentes*;
• Juros baixos;
• O empréstimo é liberado de uma só vez até sete dias úteis após a solicitação;
• Atendimento personalizado no local de trabalho do cliente;
• Orientação empresarial;
• Os valores variam de R$ 100,00 a R$ 15.000,00, de acordo com o produto, a
necessidade e o porte do negócio;
• Os empréstimos podem ser renovados e evoluir até R$ 15.000,00, depen-
dendo do produto, da capacidade de pagamento e da estrutura do negócio,
permanecendo esse valor como endividamento máximo do cliente.

O Crediamigo oferece linhas de crédito especialmente desenvolvidas para os


microempreendedores, de acordo com as suas possibilidades e necessidades.
O portfólio de produtos tem opções de crédito para capital de giro, empréstimos

para investimentos em capitais fixos (aquisição de móveis, utensílios, máquinas e

equipamentos, reformas de instalações físicas etc.), além do seguro vida.

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Giro Solidário

Recursos para capital de giro, ou seja, aquisição de matéria prima/mercadorias.

Características:

• Empréstimos de R$ 100,00 a R$ 15.000,00 para grupos solidários;

• Taxa efetiva de juros de 2,3% ao mês + TAC (Taxa de Abertura de Crédito)

de 3% sobre o valor liberado;

• Prazo de 4 a 12 meses;

• Pagamentos fixos e mensais;

• Garantia: grupo solidário de 3 a 10 pessoas, que se constituem em avalistas

uma das outras, ou seja, avalistas solidários.

Giro Individual

Recursos para capital de giro, ou seja, aquisição de matéria-prima/mercadorias.

Características:

• Empréstimos de R$ 300,00 até R$ 15.000,00;

• Taxa efetiva de juros de 2,5% ao mês + TAC (Taxa de Abertura de Crédito)

de 3% sobre o valor liberado;

• Prazo de 1 até 12 meses sem carência;

• Pagamentos fixos e mensais;

• O cliente precisa ter um negócio próprio já estabelecido há 6 meses, com

funcionamento regular e conhecimento da sua atividade;

• Garantia: coobrigado.

Investimento Fixo

Recursos destinados somente para investimento fixo (aquisição ou reforma de

móveis, utensílios, máquinas e equipamentos; reformas e assistência técnica de

instalações físicas; aquisições de veículos automotores como: carros e motos e etc).

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Características:

• Empréstimos de R$ 300,00 até R$ 15.000,00;

• Taxa de juros de 2,5% ao mês + TAC (Taxa de Abertura de Crédito) de até

3% sobre o valor liberado;

• Prazo de 1 até 24 meses;

• Pagamentos fixos e mensais;

• O cliente precisa ter um negócio próprio estabelecido no mínimo há 6 meses,

com funcionamento regular e conhecimento da sua atividade;

• Garantia: coobrigado.

Crediamigo Comunidade

Crédito para capital de giro produtivo, melhoria da infraestrutura do local do

empreendimento ou moradia e aquisição de pequenas ferramentas.

Características:

• Empréstimos de R$ 100,00 até R$ 1.100,00;

• Taxa de juros de 1,08% ao mês + TAC (Taxa de Abertura de Crédito) de 3%

sobre o valor liberado;

• Prazo de 4 a 12 meses;

• Pagamentos fixos e mensais;

• Admite-se que até 20% dos integrantes do Banco da Comunidade estejam

iniciando atividades produtivas;

• Garantia: grupo solidário de 11 a 30 pessoas, que se constituem em avalistas

uma das outras, ou seja, avalistas solidários.

Crediamigo Mais

Recursos para investimento fixo (aquisição de máquinas e equipamentos, novos

ou usados e reformas e assistência técnica de instalações físicas) e capacitação

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(custos com pagamento de cursos de capacitação, educação formal e/ou consulto-

ria gerencial para o titular da empresa ou seus empregados).

Esse produto está disponível nas seguintes localidades: Alagoas, Espírito Santo,

Minas Gerais, Rio Grande do Norte. Sergipe, Salvador e Sobral.

Características:

• Empréstimos de R$ 1.000,00 até R$ 15.000,00;

• Taxa de juros de 2,0% ao mês + TAC (Taxa de Abertura de Crédito) de até

3% sobre o valor liberado;

• Prazo até 24 meses;

• Carência de até 6 meses;

• Ter experiência mínima de 12 meses no Crediamigo;

• Ser formalizado (possuir CNPJ);

• Garantia: coobrigado.

Seguro Vida Crediamigo

O Seguro Vida Crediamigo traz tranquilidade e segurança para você e sua fa-

mília. Ele garante o pagamento de indenização ao(s) beneficiário(s) do seguro no

caso de falecimento do segurado.

Características:

• Prêmio no valor de R$ 30,00, pago em parcela única;

• Capital Segurado: R$ 3.600,00 / Auxílio-Funeral: R$ 1.008,00 / Cesta Básica

R$ 1.008,00;

• Participação em quatro sorteios mensais de R$ 1.500,00 cada.

Orientação Empresarial e Ambiental

O assessor de crédito oferece noções básicas aos clientes sobre vendas, quali-

dade, planejamento, crédito, controles financeiros e meio ambiente, com o apoio

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de cartilhas que abordam esses temas. O cliente recebe uma cartilha no momento

do desembolso do crédito. Adicionalmente os temas são discutidos durante eventos

de promoção realizados pelo assessor de crédito.

Conta-Corrente

Isenta de tarifas de abertura e manutenção de conta-corrente, com movimen-

tação por meio do Cartão de Débito Crediamigo Visa Electron, o qual permite a re-

alização de saques nos terminais de autoatendimento do Banco do Nordeste e rede

compartilhada, e compras por débito em conta nos estabelecimentos credenciados

na Rede Visa Electron.

Seguro Prestamista
Garante a quitação da(s) operação(ões) de crédito de titularidade do segurado,
no caso da sua morte, propiciando tranquilidade à sua família e estabilidade finan-
ceira aos seus coobrigados.
Cadastro sujeito à aprovação.

46. CRÉDITO RURAL

É a disponibilização de recursos para aplicação exclusiva nas atividades agrope-


cuárias (setor rural).
Seu objetivo é:
• estimular os investimentos rurais feitos por produtores ou por suas cooperativas;
• favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de
produtos agropecuários;
• fortalecer o setor rural;
• incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visan-
do ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das popula-
ções rurais e à adequada utilização dos recursos naturais;

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• propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos


pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
• desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
• estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra na agricultura
familiar.

O crédito rural financia:


• custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo;
• investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários
ciclos produtivos;

• comercialização da produção.

O custeio pode ser:

• agrícola;

• pecuário;

• de beneficiamento ou industrialização.

O crédito de custeio destina-se às despesas normais de:

• do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras perma-

nentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, in-

cluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento

no imóvel rural ou em cooperativa;

• de exploração pecuária;

• de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários.

O crédito rural pode ser utilizado por:

• produtor rural (pessoa física ou jurídica);

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• cooperativa de produtores rurais; e

• pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a

uma das seguintes atividades:

a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;

b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;

c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis

rurais, inclusive para a proteção do solo;

d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;

e) exploração de pesca e aquicultura, com fins comerciais;

f) medição de lavouras;

g) atividades florestais.

A contratação de assistência técnica não é obrigatória, cabendo ao produtor

decidir sobre a necessidade de assistência técnica para elaboração de projeto e

orientação, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando

exigidos em operações com recursos controlados.

São exigências essenciais para que o crédito rural seja concedido:

• idoneidade do tomador;

• apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de des-

conto de Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural;

• oportunidade, suficiência e adequação de recursos;

• observância de cronograma de utilização e de reembolso;

• fiscalização pelo financiador;

• liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas

associações formais ou informais, ou organizações cooperativas;

• observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecológico e

do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE).

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento rural,

que são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que devem ajus-

tá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito.

As garantias podem ser qualquer das previstas no Sistema Financeiro Nacional:

• penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;

• alienação fiduciária;

• hipoteca comum ou cedular;

• aval ou fiança;

• seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecu-

ária (Proagro);

• proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de

penhor de direitos, contratual ou cedular;

• outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.

O crédito rural está sujeito às seguintes despesas:

• remuneração financeira (juros);

• Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações

relativas a Títulos e Valores Mobiliários – IOF;

• custo de prestação de serviços;

• as previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);

• sanções pecuniárias;

• prêmio de seguro rural;

• prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário

objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de merca-

dorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas opera-

ções de contratos de opção.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de

gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expres-

sas disposições legais.

O Decreto n. 6.306 estabelece alíquota zero de IOF para as operações de crédito

rural, exceto nos casos previstos em norma legal.

Os recursos para o crédito rural são classificados em controlados e não controlados.

Os controlados são:

a) os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista);

b) os oriundos do Tesouro Nacional;

c) os subvencionados pela União sob a forma de equalização de encargos (dife-

rença de encargos financeiros entre os custos de captação da instituição financeira e

os praticados nas operações de financiamento rural, pagos pelo Tesouro Nacional);

d) os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições defi-

nidas para os recursos obrigatórios.

Os não controlados são todos os demais.

As taxas praticadas com recursos obrigatórios e controlados são mais baixas do

que as com recursos não controlados.

Os prazos, as garantias e os cronogramas de pagamentos do crédito rural são

definidos em função da capacidade de pagamento do mutuário e de forma a fazer

os vencimentos coincidirem com os períodos de recebimento de recursos pelo pro-

dutor rural, quando da comercialização dos seus produtos.

Sobre o Crédito Rural, vale a pena conferir as informações oferecidas pelo Ban-

co Central do Brasil em goo.gl/Tv9tx. Consulta em 13/11/2018.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

47. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRI-


CULTURA FAMILIAR (PRONAF) – 1ª PARTE

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) desti-

na-se a estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar,

por meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não

agropecuários desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias

próximas.

A Lei n. 11.326, de 24/07/2006, estabelece as diretrizes para a formulação da

Política da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, e o seu art.

3º define quem é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural, da

seguinte forma:

• não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 módulos fiscais1;

• utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades

econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;

• tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econô-

micas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo

Poder Executivo; e

• dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

São beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fa-

miliar (Pronaf) os agricultores e produtores rurais que compõem as unidades fa-

miliares de produção rural e que comprovem seu enquadramento mediante apre-

sentação da “Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP)” ativa, em um dos seguintes

grupos:

1 O Decreto n. 9.064/2017, que regulamenta a Lei da Agricultura Familiar, define módulo fiscal como a unidade
de medida agrária para classificação fundiária do imóvel, expressa em hectares e calculada pelo Instituto Na-
cional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O módulo fiscal poderá variar conforme o município.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

I. Grupo “A”

Agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária

(PNRA) ou beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que não

contrataram operação de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial

para a Reforma Agrária (Procera) ou que ainda não contrataram o limite de opera-

ções ou de valor de crédito de investimento para estruturação no âmbito do Pronaf.

II. Grupo “B”

Beneficiários que possuam renda bruta familiar nos últimos 12 meses de pro-

dução normal, que antecedem a solicitação da DAP, não superior a R$ 23.000,00 e

que não contratem trabalho assalariado permanente.

III. Grupo “A/C”

Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou beneficiários do PNCF que:

a) tenham contratado a primeira operação no Grupo “A”;

b) não tenham contratado financiamento de custeio, exceto no próprio Grupo “A/C”.

IV. Agricultores familiares que:

a) explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário,

comodatário, parceiro, concessionário do PNRA ou permissionário de áreas públicas;

b) residam no estabelecimento ou em local próximo, considerando as caracte-

rísticas geográficas regionais;

c) não detenham, a qualquer título, área superior a quatro módulos fiscais, con-

tíguos ou não, quantificados conforme a legislação em vigor;

d) obtenham, no mínimo, 50% da renda bruta familiar da exploração agropecu-

ária e não agropecuária do estabelecimento;

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

e) tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabeleci-

mento, utilizando mão de obra de terceiros de acordo com as exigências sazonais da

atividade agropecuária, podendo manter empregados permanentes em número menor

ou igual ao número de pessoas da família ocupadas com o empreendimento familiar;

f) tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção nor-

mal, que antecedem a solicitação da DAP, de até R$ 415.000,00, considerando

neste limite a soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor

da receita recebida de entidade integradora e das demais rendas provenientes de

atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, recebida por qualquer

componente familiar, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários

decorrentes de atividades rurais;

V. Demais beneficiários

São também beneficiários do Pronaf, mediante apresentação de DAP válida, as

pessoas que:

a) atendam, no que couber, às exigências previstas no tópico – agricultores fa-

miliares – e que sejam:

• pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, com fins comer-

ciais, explorando a atividade como autônomos, com meios de produção pró-

prios ou em regime de parceria com outros pescadores igualmente artesanais;

• aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na água

seu normal ou mais frequente meio de vida e que explorem área não supe-

rior a dois hectares de lâmina d’água ou, quando a exploração se efetivar em

tanque-rede, ocupem até 500 m³ de água;

• silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o

manejo sustentável daqueles ambientes;

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

b) se enquadrem nas alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f” do tópico IV – agricultores

familiares – e que sejam:

• extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no meio rural, ex-

cluídos os garimpeiros e faiscadores;

• integrantes de comunidades quilombolas rurais;

• povos indígenas; e

• demais povos e comunidades tradicionais.

A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, nos termos estabelecidos pela

Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA), deve ser emitida por agentes credenciados pelo MDA, observado ainda que:

• é exigida para a concessão de financiamento no âmbito do Pronaf;

• deve ser elaborada para a unidade familiar de produção, prevalecendo para

todos os membros da família que compõem o estabelecimento rural e explo-

rem as mesmas áreas de terra;

• pode ser diferenciada para atender a características específicas dos benefici-

ários do Pronaf.

Os créditos podem destinar-se a:

• Custeio:

–– destinam-se a financiar atividades agropecuárias e não agropecuárias de

acordo com projetos específicos ou propostas de financiamento.

• Investimento:

–– destinam-se a financiar atividades agropecuárias ou não agropecuárias,

para implantação, ampliação ou modernização da estrutura de produção,

beneficiamento, industrialização e de serviços, no estabelecimento rural ou

em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo com projetos específicos.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• Integralização de cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção:

–– destinam-se a financiar a capitalização de cooperativas de produção agro-

pecuárias formadas por beneficiários do Pronaf.

• Industrialização:

–– destinam-se a financiar atividades agropecuárias, da produção própria ou

de terceiros enquadrados no Pronaf, de acordo com projetos específicos ou

propostas de financiamento.

Os créditos individuais, independentemente da classificação dos beneficiários

a que se destinam, devem objetivar, sempre que possível, o desenvolvimento do

estabelecimento rural como um todo.

Os créditos do Pronaf podem ser concedidos de forma individual ou coletiva,

sendo considerado crédito coletivo quando formalizado por grupo de produtores

para finalidades coletivas.

É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento do

Pronaf.

A escolha das garantias é de livre convenção entre o financiado e o financiador,

que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito.

No entanto, na concessão de crédito ao amparo das linhas especiais destina-

das a agricultores familiares enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B” e das linhas

Pronaf Floresta, Pronaf Semiárido e Pronaf Jovem, quando as operações forem

realizadas com risco da União ou dos Fundos Constitucionais de Financiamento do

Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), deve ser exigida apenas

a garantia pessoal do proponente, sendo admitido para estas operações o uso de

contratos coletivos quando os agricultores manifestarem formalmente, por escrito,

essa intenção.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

A documentação pertinente à relação contratual entre o proprietário da terra e o

beneficiário do crédito do Pronaf não está sujeita à exigência de registro em cartó-

rio, ficando dispensada para os posseiros sempre que a condição de posse da terra

estiver registrada na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).

É vedada a concessão de crédito ao amparo do Pronaf relacionado com a pro-

dução de fumo desenvolvida em regime de parceria ou integração com indústrias

fumageiras. No entanto, admite-se a concessão de financiamento ao amparo do

Pronaf a produtores de fumo, desde que o crédito se destine a outras culturas que

não o fumo, de modo a fomentar a diversificação das atividades geradoras de renda

da unidade familiar.

A soma dos créditos de custeio rural contratados ao amparo do Pronaf fica limi-

tada a R$ 250.000,00 por mutuário e por ano agrícola, sujeitando-se às seguintes

condições:

• taxa efetiva de juros de 2,5% a.a.; ou

• taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -2,52% a.a. (dois inteiros e

cinquenta e dois centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator

de Atualização Monetária (FAM2); para:

–– operações destinadas ao cultivo de arroz, feijão, mandioca, feijão-caupi,

trigo, amendoim, alho, tomate, cebola, inhame, cará, batata-doce, batata

inglesa, abacaxi, banana, açaí, pupunha, cacau, baru, castanha de caju,

laranja, tangerina, olerícolas, erva-mate, cultivos em sistemas de produção

de base agroecológica ou em transição para sistemas de base agroecológi-

ca e para o custeio pecuário destinado à apicultura, bovinocultura de leite,

piscicultura, ovinos e caprinos; e para operações destinadas ao cultivo de

milho que, somadas, atinjam o valor de até R$20.000,00.


2 O FAM será apurado levando em consideração cada dia útil de vigência da operação de crédito, utilizando
como referência a variação acumulada, para o mesmo período, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), apurado e divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Res
n. 4.673, art, 3º).

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• para aquisição de animais destinados a recria e engorda e para o cultivo de

milho que somadas ultrapassem o valor de R$ 20.000,00, por mutuário em

cada ano agrícola, e demais culturas e criações, os encargos financeiros serão:

–– taxa efetiva de juros prefixada: até 4,6% a.a.; ou

–– taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -0,51% a.a. (cinquenta e

um centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator de Atualiza-

ção Monetária (FAM).

Os créditos de custeio, observado o ciclo de cada empreendimento, sujeitam-se

aos seguintes prazos máximos de reembolso:

• custeio agrícola:

–– até 3 anos para as culturas de açafrão e palmeira real (palmito);

–– até 2 anos para as culturas bianuais;

–– até 1 ano para as demais culturas;

• custeio pecuário:

–– 6 meses, no financiamento para aquisição de bovinos e bubalinos para en-

gorda em regime de confinamento;

–– 2 anos quando o financiamento envolver a aquisição de bovinos e bubalinos

para recria e engorda em regime extensivo e o crédito abranger as duas

finalidades na mesma operação;

–– 1 ano nos demais financiamentos, podendo esse prazo ser estendido por

mais 1 ano quando o crédito se destinar à aquicultura, conforme o ciclo

produtivo de cada espécie contido no plano, proposta ou projeto.

Os créditos de investimento devem ser concedidos mediante apresentação de

projeto técnico, o qual poderá ser substituído, a critério da instituição financeira,

por proposta simplificada de crédito, desde que as inversões programadas envol-

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

vam técnicas simples e bem assimiladas pelos agricultores da região ou se trate de

crédito destinado à ampliação dos investimentos já financiados.

Os créditos de investimento se destinam a promover o aumento da produção e

da produtividade e a redução dos custos de produção, visando a elevação da renda

da família produtora rural.

Os créditos de investimento estão restritos ao financiamento de itens direta-

mente relacionados com a implantação, ampliação ou modernização da estrutura

das atividades de produção, de armazenagem, de transporte ou de serviços agro-

pecuários ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitá-

rias rurais próximas, sendo passível de financiamento, ainda, a aquisição de equi-

pamentos e de programas de informática voltados para melhoria da gestão dos

empreendimentos rurais, de acordo com projetos técnicos específicos.

Pronaf Mais Alimentos

Destina recursos para investimentos em infraestrutura produtiva da proprieda-

de familiar e, assim, criar as condições necessárias para o aumento da produção e

da produtividade.

Formas de concessão de crédito:

• Individual: formalizado com um produtor, para finalidade individual;

• Coletivo: formalizado com grupo de produtores, para finalidades coletivas.

Voltado exclusivamente para o financiamento de construção, reforma ou am-

pliação de benfeitorias e instalações permanentes; máquinas; equipamentos,

inclusive de irrigação; e implementos agropecuários e estruturas de armaze-

nagem, de uso comum.

 Obs.: Devem ser respeitados os limites individuais abaixo descritos.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Taxas de juros:

• taxa efetiva de juros prefixada de até 2,5% a.a.;

• ou taxa pós-fixada composta de parte fixa de até -2,52% a.a. (dois inteiros

e cinquenta e dois centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fa-

tor de Atualização Monetária (FAM):

–– adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos re-

cursos naturais, incluindo a correção da acidez e da fertilidade do solo e a

aquisição, transporte e aplicação dos insumos para estas finalidades;

–– formação e recuperação de pastagens, capineiras e demais espécies forra-

geiras, produção e conservação de forragem, silagem e feno destinados à

alimentação animal;

–– implantação, ampliação e reforma de infraestrutura de captação, armaze-

namento e distribuição de água, inclusive aquisição e instalação de reser-

vatórios d’água, infraestrutura elétrica e equipamentos para a irrigação;

–– aquisição e instalação de estruturas de cultivo protegido, inclusive os equi-

pamentos de automação para esses cultivos;

–– construção de silos, ampliação e construção de armazéns destinados à

guarda de grãos, frutas, tubérculos, bulbos, hortaliças e fibras; e

–– aquisição de tanques de resfriamento de leite e ordenhadeiras.

• taxa efetiva de juros prefixada: até 4,6% a.a.; ou

• taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -0,51% a.a. (cinquenta e um

centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator de Atualização

Monetária (FAM);

–– para os demais empreendimentos e finalidades.

Valor máximo do financiamento

Limites por Ano Agrícola:

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• Limite individual

–– R$ 330 mil para as atividades de suinocultura, avicultura, aquicultura, car-

cinicultura (criação de crustáceos) e fruticultura;

–– R$ 165 mil para as demais finalidades.

48. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRI-


CULTURA FAMILIAR (PRONAF) – 2ª PARTE

Pronaf Agroindústria

Os financiamentos ao amparo da Linha de Crédito de Investimento para Agrega-

ção de Renda (Pronaf Agroindústria) têm como finalidades investimentos, inclusive

em infraestrutura, que visem o beneficiamento, armazenagem, o processamento e

a comercialização da produção agropecuária, de produtos florestais, do extrativis-

mo, de produtos artesanais e da exploração de turismo rural, incluindo-se a:

• implantação de pequenas e médias agroindústrias, isoladas ou em forma

de rede;

• implantação de unidades centrais de apoio gerencial, nos casos de projetos

de agroindústrias em rede, para a prestação de serviços de controle de qua-

lidade do processamento, de marketing, de aquisição, de distribuição e de

comercialização da produção;

• ampliação, recuperação ou modernização de unidades agroindustriais de benefi-

ciários do Pronaf já instaladas e em funcionamento, inclusive de armazenagem;

• aquisição de equipamentos e de programas de informática voltados para me-

lhoria da gestão das unidades agroindustriais, mediante indicação em projeto

técnico;

• capital de giro associado, limitado a 35% do financiamento para investimento;

• integralização de cotas-partes vinculadas ao projeto a ser financiado;

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• admite-se que no plano ou projeto de investimento individual haja previsão

de uso de parte dos recursos do financiamento para empreendimentos de

uso coletivo;

• tecnologias de energia renovável, como o uso da energia solar, da biomassa,

eólica, miniusinas de biocombustíveis e a substituição de tecnologia de com-

bustível fóssil por renovável nos equipamentos e máquinas agrícolas de uso

da agroindústria.

Pronaf Floresta

Os financiamentos ao amparo da Linha de Crédito de Investimento para Siste-

mas Agroflorestais (Pronaf Floresta) estão sujeitos às seguintes finalidades, limites

e encargos financeiros:

• finalidades: projetos técnicos que preencham os requisitos definidos pela Se-

cretaria da Agricultura Familiar (SAF) referentes a:

–– sistemas agroflorestais;

–– exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo e ma-

nejo florestal, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção

do empreendimento;

–– recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e re-

serva legal e recuperação de áreas degradadas, para o cumprimento de

legislação ambiental;

–– enriquecimento de áreas que já apresentam cobertura florestal diversifica-

da, com o plantio de uma ou mais espécie florestal, nativa do bioma;

• limites por beneficiário:

–– quando destinados exclusivamente para projetos de sistemas agroflores-

tais, exceto para beneficiários enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”:

até R$ 60.000,00;

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–– para as demais finalidades: até R$27.500,00;

–– para os beneficiários enquadrados nos Grupos “A”, “B” e “A/C”: até

R$15.000,00;

• taxa efetiva de juros prefixada: até 2,5% a.a; ou

• taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -2,52% a.a. (dois inteiros e

cinquenta e dois centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator

de Atualização Monetária (FAM)

Pronaf Semiárido

Os créditos ao amparo do Pronaf Semiárido têm como finalidade investimen-

tos em projetos de convivência com o Semiárido, focados na sustentabilidade dos

agroecossistemas, e destinados a implantação, ampliação, recuperação ou moder-

nização da infraestrutura produtiva, inclusive aquelas relacionadas com projetos de

produção e serviços agropecuários e não agropecuários.

No mínimo, 50% do valor do crédito deve ser destinado à implantação, cons-

trução, ampliação, recuperação ou modernização da infraestrutura hídrica e o valor

restante pode ser destinado ao plantio, tratos culturais e implantação, ampliação,

recuperação ou modernização das demais infraestruturas de produção e serviços

agropecuários e não agropecuários, em conformidade com o cronograma de libera-

ção constante do projeto técnico ou da proposta simplificada.

A assistência técnica é obrigatória.

A mesma unidade familiar de produção pode contratar até dois financiamentos

nesta linha, sendo que o segundo fica condicionado ao pagamento de uma parcela

do financiamento anterior e à apresentação de laudo da assistência técnica que

confirme a situação de regularidade do empreendimento financiado e capacidade

de pagamento.

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Pronaf – Mulher

Os créditos ao amparo da Linha de Crédito de Investimento para Mulheres (Pro-

naf – Mulher) têm como finalidade o atendimento de propostas de crédito de mu-

lher agricultora, integrantes de unidades familiares de produção enquadradas no

Pronaf, conforme projeto técnico ou proposta simplificada.

Pronaf – Jovem

Os créditos ao amparo da Linha de Crédito de Investimento para Jovens (Pronaf

– Jovem) têm como beneficiários jovens maiores de 16 anos e com até 29 anos,

integrantes de unidades familiares, que além da apresentação de Declaração de

Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, também atendam a uma ou mais das seguintes

condições:

• tenham concluído ou estejam cursando o último ano em centros familiares

rurais de formação por alternância que atendam à legislação em vigor para

instituições de ensino;

• tenham concluído ou estejam cursando o último ano em escolas técnicas agrí-

colas de nível médio ou, ainda, há mais de um ano, curso de ciências agrárias

ou veterinária em instituição de ensino superior que atendam à legislação em

vigor para instituições de ensino;

• tenham orientação e acompanhamento de empresa de assistência técnica e

extensão rural reconhecida pela SAF/MDA e pela instituição financeira;

• tenham participado de cursos de formação do Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) ou do Programa Nacional de Educa-

ção no Campo (Pronacampo);

O limite por beneficiário é de até R$ 16.500,00, observado que podem ser con-

cedidos até 3 financiamentos para cada beneficiário e a contratação do novo crédito

fica condicionada à prévia liquidação do financiamento anterior.

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Taxa de juros:

• taxa efetiva de juros prefixada: até 2,5% a.a; ou

• taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -2,52% a.a. (dois inteiros e

cinquenta e dois centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator

de Atualização Monetária (FAM).

Prazo de reembolso:

• até 10 anos, incluídos até 3 anos de carência, a qual poderá ser elevada para

até 5 anos, quando a atividade assistida requerer esse prazo e o projeto téc-

nico comprovar a sua necessidade..

Pronaf Industrialização de Agroindústria Familiar

A Linha de Crédito de industrialização para Agroindústria Familiar (Pronaf Indus-

trialização de Agroindústria Familiar) tem como beneficiários:

• agricultores familiares beneficiários do Pronaf, mediante apresentação de DAP

ativa;

• os empreendimentos familiares rurais que apresentem DAP pessoa jurídica

ativa para a agroindústria familiar;

• as cooperativas e associações constituídas pelos beneficiários do Pronaf que

apresentem DAP pessoa jurídica ativa para esta forma de organização.

Observar ainda que para os beneficiários mencionados nas duas primeiras ci-

tações acima, admite-se que os contratos de financiamento sejam formalizados

diretamente com a pessoa jurídica.

As finalidades desta linha de crédito são: custeio do beneficiamento e indus-

trialização da produção, inclusive aquisição de embalagens, rótulos, condimentos,

conservantes, adoçantes e outros insumos, formação de estoques de insumos,

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

formação de estoques de matéria-prima, formação de estoque de produto final e

serviços de apoio à comercialização, adiantamentos por conta do preço de produtos

entregues para venda, financiamento da armazenagem, conservação de produtos

para venda futura em melhores condições de mercado e a aquisição de insumos

pela cooperativa de produção de agricultores familiares para fornecimento aos co-

operados.

Taxa de juros:

• taxa efetiva de juros prefixada: até 4,6% a.a; ou

• taxa pós-fixada: composta de parte fixa de até -0,51% a.a. (cinquenta e um

centésimos por cento ao ano negativo), acrescida do Fator de Atualização

Monetária (FAM);.

Prazo de reembolso:

• até 12 meses, a ser fixado pelas instituições financeiras a partir da análise de

cada caso.

Pronaf Cotas-Partes

São beneficiários do Crédito para Integralização de Cotas-Partes por Beneficiá-

rios do Pronaf Cooperativados (Pronaf Cotas-Partes) os agricultores familiares que

sejam associados a cooperativas de produção agropecuária que:

• tenham, no mínimo, 60% de seus sócios ativos classificados como benefici-

ários do Pronaf e que, no mínimo, 55% da produção beneficiada, processa-

da ou comercializada sejam oriundas de associados enquadrados no Pronaf,

comprovado pela apresentação de relação escrita com o número da Declara-

ção de Aptidão ao Pronaf (DAP) de cada associado;

• tenham patrimônio líquido mínimo de R$ 25.000,00;

• tenham, no mínimo, um ano de funcionamento.

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As finalidades deste programa são o financiamento da integralização de cotas-

-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural e a

aplicação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento ou saneamento

financeiro.

Pronaf – Microcrédito Produtivo Rural - Grupo “B”

Os financiamentos ao amparo da Linha de Crédito para Grupo “B” do Pronaf (Mi-

crocrédito Produtivo Rural), sem prejuízo da observância dos demais procedimen-

tos relativos ao Grupo “B” do Pronaf, sujeitam-se às seguintes condições básicas:

• são beneficiários os agricultores cuja renda bruta familiar anual não seja su-

perior a R$23.000,00 e que não contratem trabalho assalariado permanente;

• uma das finalidades é o financiamento de investimento das atividades agro-

pecuárias e não agropecuárias desenvolvidas no estabelecimento rural ou em

áreas comunitárias rurais próximas, assim como implantação, ampliação ou

modernização da infraestrutura de produção e prestação de serviços agro-

pecuários e não agropecuários, observadas as propostas ou planos simples

específicos, entendendo-se por prestação de serviços as atividades não agro-

pecuárias, como, por exemplo, o turismo rural, produção de artesanato ou

outras atividades que sejam compatíveis com o melhor emprego da mão de

obra familiar no meio rural, podendo os créditos cobrir qualquer demanda

que possa gerar renda para a família atendida, sendo facultado ao mutuário

utilizar o financiamento em todas ou em algumas das atividades listadas na

proposta simplificada de crédito sem efetuar aditivo ao contrato. Outra fina-

lidade é o financiamento de custeio das atividades descritas anteriormente,

exceto para as atividades agrícolas.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Pronaf Agroecologia

A Linha de Crédito de Investimento para Agroecologia (Pronaf Agroecologia)

está sujeita às seguintes condições especiais:

• são beneficiários os agricultores familiares beneficiários do Pronaf, desde que

apresentem projeto técnico ou proposta simplificada para:

–– sistemas de produção de base agroecológica, ou em transição para siste-

mas de base agroecológica, conforme normas estabelecidas pela Secreta-

ria da Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA);

–– sistemas orgânicos de produção, conforme normas estabelecidas pelo Mi-

nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);

• a finalidade deste programa é o financiamento dos sistemas de base agroe-

cológica ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação e manu-

tenção do empreendimento.

Pronaf Eco

A Linha de Crédito para Investimento do em Energia Renovável e Sustentabi-

lidade Ambiental Pronaf Eco tem como finalidades a implantação, a utilização e a

recuperação de:

• pequenos aproveitamentos hidroenergéticos;

• tecnologias de energia renovável, como o uso da energia solar, da biomassa,

eólica, miniusinas de biocombustíveis e a substituição de tecnologia de com-

bustível fóssil por renovável nos equipamentos e máquinas agrícolas;

• tecnologias ambientais, como estação de tratamentos de água, de dejetos e

efluentes, compostagem e reciclagem;

• projetos de adequação ambiental como implantação, conservação e expansão

de sistemas de tratamento de efluentes, compostagem, desde que definida

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

no projeto técnico a viabilidade econômica das atividades desenvolvidas na

propriedade para pagamento do crédito;

• adequação ou regularização das unidades familiares de produção à legislação

ambiental, inclusive recuperação da reserva legal, áreas de preservação per-

manente, recuperação de áreas degradadas e implantação e melhoramento

de planos de manejo florestal sustentável, desde que definida no projeto

técnico a viabilidade econômica das atividades desenvolvidas na propriedade

para pagamento do crédito;

• implantação de viveiros de mudas de essências florestais e frutíferas fiscali-

zadas ou certificadas;

• silvicultura, entendendo-se por silvicultura o ato de implantar ou manter po-

voamentos florestais geradores de diferentes produtos, madeireiros e não

madeireiros.

Créditos para Beneficiários do PNCF, PCRF e PNRA

Os créditos para Beneficiários do PNCF, PCRF e PNRA são destinados exclusiva-

mente às famílias beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA),

do Programa Cadastro de Terras e Regularização Fundiária (PCRF) e do Programa

Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) enquadradas nos Grupos “A” e “A/C” do Pronaf.

Os créditos do Grupo “A” são de investimento e devem ser concedidos mediante

apresentação de projeto técnico.

O limite é de R$ 25.000,00 por beneficiário, podendo ser dividido em até três

operações.

Os encargos financeiros são de 0,5 % a.a. com o benefício de bônus de adim-

plência de 40% sobre cada parcela do principal paga até a data de seu respectivo

vencimento.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

O prazo de reembolso é de até 10 anos, incluídos até três anos de carência, de


acordo com a atividade e com o projeto técnico.
Aos beneficiários enquadrados no Grupo “A/C” é autorizada a 0concessão de até
três créditos de custeio, sendo o limite de financiamento de até R$ 7.500,00 e os
encargos financeiros taxa efetiva de juros de 1,5% a.a.
Finalmente, cabe destacar que as instituições financeiras devem conceder bônus
de desconto aos mutuários de todas as operações de crédito de custeio e investi-
mento agropecuário contratadas no âmbito do Pronaf, sempre que o preço de co-
mercialização do produto financiado estiver abaixo do preço de garantia vigente,
no âmbito do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF),
instituído pelo Decreto n. 5.996, de 20/12/2006.

49. CRÉDITO INDUSTRIAL, AGROINDUSTRIAL, PARA O CO-


MÉRCIO E PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Conceito
É o suprimento oportuno e adequado de recursos financeiros para as indústrias,
as agroindústrias, os estabelecimentos comerciais e as prestadoras de serviços.

Setor Industrial
É composto pelas fábricas, pelas indústrias.
Está inserido no setor secundário da economia.
A indústria tem a finalidade de transformar matérias-primas, geralmente oriun-
das do setor primário, em vários tipos de produtos.
As indústrias são muito importantes para o desenvolvimento do país.
Um país desenvolvido tem um setor industrial muito grande, pois geralmente
abrange o país inteiro e até outros países.
O setor industrial é um grande termômetro da nossa economia. Se ele vai mal,

a economia sofre; se ele vai muito bem, a economia avança.

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Setor Agroindustrial
A agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à transformação de
matérias-primas provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura.
O grau de transformação varia amplamente em função dos objetivos das em-
presas agroindustriais.
Para cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria é um segmento da ca-
deia que vai desde o fornecimento de insumos agrícolas até o consumidor.
Em comparação a outros segmentos industriais da economia, ela apresenta
uma certa originalidade decorrente de três características fundamentais das maté-
rias-primas:
• sazonabilidade;
• perecibilidade; e
• heterogeneidade.

Finalidades
Atender as necessidades de recursos das empresas para investimento fixo e
capital de giro associado, entendendo-se como:

• investimento fixo – capital (dinheiro) para as empresas investirem naquilo

que é fixo, permanente, imobilizado (infraestrutura);

• capital de giro associado – capital que as empresas necessitam no dia a

dia, tem a ver com o circulante, com o ciclo operacional da empresa, com as

suas atividades corriqueiras; diz-se associado porque fica vinculado ao inves-

timento fixo, ou seja, ao financiamento liberado para atender a necessidade

de capital fixo.

Às vezes, a empresa consegue montar uma excelente infraestrutura, mas não

tem recursos para fazer essa infraestrutura funcionar. O capital de giro associado

atende essa necessidade.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Beneficiários

As empresas legalmente constituídas que desenvolvam atividades industriais,

agroindustriais, comerciais e de prestadores de serviços.

50. OPERAÇÕES DE CRÉDITO GERAL E OPERAÇÕES DE CRÉDITO


ESPECIALIZADO

Operações de Crédito Geral

Considera-se operação de crédito geral a transação realizada entre uma pessoa,

física ou jurídica, denominada tomador ou devedor, e uma instituição financeira,

chamada de credora, que coloca à disposição do tomador determinado montante

de recursos financeiros, comprometendo-se o tomador a devolver esses recursos

em um determinado prazo, acrescido de juros.

O prazo para efetuar o pagamento, a quantidade de parcelas e os juros são ne-

gociados e contratados livremente entre as partes.

As operações de crédito dividem-se, no meio bancário, entre operações de fi-

nanciamento e de empréstimo.

Nas operações de financiamento, os recursos financeiros possuem uma desti-

nação específica, como, por exemplo, os financiamentos para aquisição de bens

de consumo duráveis (veículos, equipamentos), os financiamentos imobiliários, os

financiamentos rurais etc.

Já nas operações de empréstimo, não é estipulada uma finalidade específica

para os recursos, como, por exemplo, nos empréstimos pessoais (crédito direto ao

consumidor – CDC, empréstimo consignado, cheque especial etc.).

Operações de Crédito Especializado

A palavra especializado tem a ver com especial, que segundo o Aurélio significa

algo peculiar, específico, particular, fora do comum, exclusivo, etc.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Sendo assim, as operações de crédito especializado são operações fora do co-

mum, com caraterísticas peculiares, onde se encontram prazos e taxas de juros

favorecidas.

Os recursos que servem de “funding”, que servem de lastro para a contratação

dessas operações tem a sua origem, em geral, em fontes governamentais, tais

como: Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), BNDES/FINAME

e Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)

Base Legal

O FNE foi criado em 1988 pela Constituição da República Federativa do Brasil

conforme o artigo 159, inciso I, alínea “c”, e o artigo 34 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, tendo sido regulamentado em pela Lei n. 7.827, de

27/09/1989.

Finalidades

O FNE é um instrumento de política pública federal operado pelo Banco do

Nordeste que objetiva contribuir para o desenvolvimento econômico e social do

Nordeste, por meio da execução de programas de financiamento aos setores pro-

dutivos, em consonância com o plano regional de desenvolvimento, possibilitando,

assim, a redução da pobreza e das desigualdades.

O FNE, juntamente com os outros Fundos Constitucionais, pode ser conside-

rado como um dos principais instrumentos de financiamento da Política Nacional

de Desenvolvimento Regional (PNDR), visando, sobretudo, a contribuir para o de-

senvolvimento econômico e social do Nordeste, por meio de instituição financeira

federal de caráter regional, mediante a execução de programas de financiamento

aos setores produtivos, em consonância com os respectivos planos regionais de

desenvolvimento.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Financia investimentos de longo prazo e, complementarmente, capital de giro

ou custeio. Além dos setores agropecuário, industrial e agroindustrial, também são

contemplados com financiamentos os setores de turismo, comércio, serviços, cul-

tural e infraestrutura.

Regras

O Fundo é operacionalizado em respeito às diretrizes legais, tais como:

• destinação de pelo menos metade dos recursos para o semiárido;

• ação integrada com as instituições federais sediadas na Região;

• tratamento preferencial aos mini, micro e pequenos empreendedores;

• preservação do meio ambiente; conjugação do crédito com a assistência téc-

nica; e

• democratização do acesso ao crédito e apoio às atividades inovadoras.

Na medida em que o Fundo prioriza o atendimento a mini e pequenos produ-

tores rurais, a micro e pequenas empresas, à região semiárida e aos municípios

localizados em microrregiões de baixa renda, dinâmicas e estagnadas no âmbito

da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), reforça-se a importância

desse instrumento de política de fomento para o desenvolvimento. Dessa forma, o

planejamento da ação desenvolvimentista e a integração de políticas, programas e

ações em múltiplas escalas, desde o intraurbano ao mesorregional, são fundamen-

tais para assegurar uma maior eficiência na utilização dos recursos públicos e maior

efetividade na intervenção nas economias locais.

Administração

A legislação do FNE define o Banco do Nordeste, juntamente com o Ministério da

Integração Nacional (MI) e o Conselho Deliberativo da Sudene (Condel / Sudene),

como responsáveis pela administração do Fundo.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

O Banco do Nordeste, com ativa participação da Superintendência do Desen-

volvimento do Nordeste (Sudene) e do Ministério da Integração Nacional (MI),

instituições com as quais compartilha a administração do FNE, planeja e coordena

o processo de elaboração da Programação Regional do FNE, documento composto

pelas condições gerais, programas e pelo plano de aplicação de recursos.

BNDES/FINAME

Base Legal

A Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) foi instituída pelo De-

creto n. 59.170, de 02/09/1966, com base no art. 87, item I, da Constituição Fede-

ral e art. 69 da Lei n. 4.728, de 14/07/1965, para gerir o Fundo criado pelo Decreto

n. 55.275, de 22/12/1964.

Foi transformada em empresa pública federal por meio da Lei n. 5.662, de

21/06/1971.

Finalidades

Tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que

se relacionem com o desenvolvimento econômico do setor industrial, inclusive por

meio de financiamento a operações de:

• compra e venda de máquinas e equipamentos de produção nacional, abran-

gendo serviços associados à comercialização dos itens financiados, tais como

frete, instalação e treinamento, bem como seguro e capital de giro associado; e

• exportação e importação de máquinas e equipamentos.

Regras

O financiamento acontece por intermédio de instituições financeiras credencia-

das, para produção e aquisição de máquinas, equipamentos e bens de informática

e automação que sejam novos, de fabricação nacional e credenciados pelo BNDES.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Forma de Atuação

O BNDES Finame divide-se em linhas de financiamento, com objetivos e condi-

ções financeiras específicas.

As linhas do BNDES Finame são:

BK Aquisição e Comercialização

Financiamento para aquisição e comercialização de máquinas, equipamentos,

sistemas industriais, bens de informática e automação, ônibus, caminhões e aero-

naves executivas.

BK Produção

Financiamento de capital de giro destinado à produção de máquinas, equipa-

mentos e bens de informática e automação.

Moderniza BK

Financiamento à modernização de máquinas e equipamentos instalados no país,

com fornecimento contratado com os proprietários dos bens.

FINAME no BNB

Objetivo

Financiar a aquisição, produção e comercialização de máquinas, equipamentos,

sistemas industriais, componentes e bens de informática e automação, novos, de

fabricação nacional, credenciados no Credenciamento de Fornecedores Informati-

zado (CFI) do BNDES, bem como a aquisição e fornecimento de serviços de moder-

nização, realizada no Brasil, de máquinas e equipamentos.

Público-Alvo

• Pessoas jurídicas de direito privado, sediadas no País;

• Pessoas jurídicas de direito público, à exceção da União;

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• Transportadores autônomos de carga e pessoas físicas associadas a coopera-

tivas de transporte rodoviário de cargas, ambos residentes e domiciliados no

País e classificados, por porte, como micro e pequena empresa; e

• Empresários Individuais.

 Obs.: Não poderão figurar como público-alvo as organizações religiosas e partidos

políticos.

Fonte dos Recursos

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por intermé-

dio de sua subsidiária, a Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame).

Prazos

De 30 a 120 meses, incluindo 24 meses de carência, em função do item a ser

financiado e do porte da beneficiária final.

Encargos*

Somatório de custo financeiro, remuneração do BNDES e remuneração do Ban-

co do Nordeste.

O custo financeiro equivalente à Taxa de Longo Prazo (TLP) está em conformi-

dade com a Lei n. 13.483, de 21/09/2017 e Resolução do Conselho Monetário Na-

cional n; 4.600, de 25/09/2017.

Remuneração do BNDES: variável em função do item a ser financiado e do porte

da beneficiária final.

Remuneração do Banco do Nordeste: a ser negociada entre instituição e cliente.

*Taxas sujeitas a alterações.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Garantias

Propriedade fiduciária, penhor ou outro tipo de garantia negociada entre o Ban-

co do Nordeste e o cliente.

Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

Base Legal

A proposta de criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) foi original-

mente assegurada no artigo 239 da Constituição Federal.

O FAT foi instituído pela Lei n. 7.998, de 11/01/1990, que também regulou o

Programa do Seguro-Desemprego e o Abono Salarial.

Suas regras foram alteradas pela Lei n. 8.019, de 11/04/1990.

O FAT é um fundo especial classificado, de acordo com o Decreto nº 93.872/86,

como de natureza contábil, por ser constituído de disponibilidades financeiras evi-

denciadas em registros contábeis e, de natureza financeira, por estar autorizado a

efetuar movimentação de recursos, gerando receitas financeiras.

Finalidades

O objetivo principal do FAT é promover o custeio do Programa do Seguro-De-

semprego, o Pagamento do Abono-Salarial, financiamento de Programas de Desen-

volvimento Econômico e Programas de Geração de Emprego e Renda, por intermé-

dio das Instituições Financeiras Oficiais Federais.

A principal fonte de recursos do FAT é proveniente das contribuições para o Pro-

grama de Integração Social – PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público – PASEP.

Regras

As diretrizes para os programas e para alocação de recursos do FAT são elabora-

das pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, que

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

é um órgão colegiado, de caráter tripartite e paritário, composto por representantes

dos trabalhadores, dos empregadores e do governo, que atua como gestor do FAT.

FAT no BNB

Programa de Geração de Emprego e Renda no Setor Urbano (PROGER

Urbano Investimento)

Linha de Crédito BNB-COOPERFAT

Objetivo

Apoiar a implantação, ampliação, modernização e reforma de empreendimentos

conduzidos no meio urbano, visando a que promovam a geração e/ou a manuten-

ção de postos de trabalho e renda.

Financia:

• aquisição de máquinas novas ou usadas e de equipamentos novos ou usados,

com até 10 anos de uso, em bom estado de conservação e desde que apre-

sentem vida útil superior ao prazo da operação de financiamento, podendo

tais aquisições serem financiadas de forma isolada;

• aquisição de veículos automotores, de produção nacional, necessários e im-

prescindíveis para o empreendimento, novos ou usados com até 5 anos de

uso, em bom estado de conservação e desde que tenham vida útil superior ao

prazo do financiamento, podendo a aquisição ser financiada de forma isolada;

• gastos com capacitação técnico-gerencial;

• outros bens e serviços necessários ao ciclo produtivo do empreendimento;

• gastos com assessoria empresarial e técnica;

• gastos com frete e/ou com a montagem de máquinas e equipamentos finan-

ciados de forma isolada; e

• capital de giro associado.

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Público-Alvo

• Cooperativas e associações urbanas, cujo quadro social seja composto por, no

mínimo, 70% de profissionais autônomos, em operações diretamente com os

membros da entidade; e

• Pessoas físicas que sejam profissionais autônomos, desde que organizados

em cooperativas ou associações urbanas.

Fonte dos Recursos

• Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

Prazos

• Máximo de até 96 meses, determinado em função da capacidade de geração

de receita do empreendimento, incluídos até três meses de carência, exceto

nas operações de financiamento da aquisição de veículos usados, as quais

não terão carência.

Encargos

• Juros Básicos: TJLP;

• del-credere (taxa efetiva): 3% a.a.;

• IOF e Tarifas: conforme a regulamentação vigente.

Limites de Financiamento

• Investimentos: as operações estão sujeitas ao limite de financiamento de

90%, aplicado sobre o valor do orçamento.

• Capital de Giro Associado: até 30% do valor do investimento fixo projetado

financiado pelo Banco.

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Limites de endividamento

• O valor da operação de financiamento não poderá ser superior aos limites

indicados a seguir:

–– Operações do interesse de cooperativas ou associações: até R$ 1.000.000,00,

respeitado o valor individual indicado abaixo por cooperado ou associado

participante do investimento.

–– Operações individuais: até R$ 100.000,00.

Garantias

• As garantias serão, cumulativa ou alternativamente:

–– hipoteca;

–– alienação fiduciária;

–– penhor;

–– contas garantidoras;

–– fiança.

Reembolso

• Em prestações mensais, definidas conforme a capacidade de geração de re-

ceita do empreendimento.

Linha de Crédito de Apoio ao Profissional Liberal (PROLIBERAL)

Objetivo

Apoiar os profissionais liberais mediante a concessão de financiamento, objeti-

vando o aumento da produtividade, a manutenção e geração de emprego e renda

e a sua fixação nas regiões de origem.

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Financia

• Crédito a investimento e capital de giro associado, a saber:

–– Bens e serviços inerentes à atividade, de acordo com a habilitação profis-

sional, podendo ser financiadas aquisições isoladas.

–– Capital de giro associado destinado a suprir as necessidades da execução

das atividades profissionais.

Público-alvo

• Pessoas físicas que sejam profissionais liberais de nível médio ou superior, in-

clusive recém-formados, comprovadamente registrados nos respectivos con-

selhos.

Fonte dos recursos

• Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

Prazos

• Máximo de até 36 meses, determinado em função da capacidade de geração

de receita do empreendimento, incluídos até 6 meses de carência.

Encargos

• Juros Básicos: TJLP;

• Del-credere (taxa efetiva): 3% a.a.;

• IOF e Tarifas: conforme a regulamentação vigente.

Limites de Financiamento

• Investimentos: as operações estão sujeitas ao limite de financiamento de

90%, aplicado sobre o valor do orçamento.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• Capital de Giro Associado: até 30% do valor do investimento fixo projetado

financiado pelo Banco.

Limites de Endividamento

• O valor da operação de financiamento não poderá ser superior a:

–– R$ 40.000,00 por mutuário para profissionais da área de saúde;

–– R$ 20.000,00 por mutuário para os demais casos.

Garantias

• As garantias serão, cumulativa ou alternativamente:

–– hipoteca;

–– alienação fiduciária;

–– penhor;

–– contas garantidoras;

–– fiança.

Reembolso

• Em prestações mensais, definidas conforme a capacidade de geração de re-

ceita do empreendimento.

51. CONTA-CORRENTE: ABERTURA, MANUTENÇÃO, ENCERRA-


MENTO, PAGAMENTO, DEVOLUÇÃO DE CHEQUES

Abertura

Para abertura de conta-corrente, também chamada de conta de depósitos à vis-

ta, é necessário preencher a ficha-proposta de abertura de conta, que é o contrato

firmado entre banco e cliente; dispor de quantia mínima, caso exigida pelo banco;

e apresentar os originais dos seguintes documentos:

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• no caso de pessoa física:

–– documento de identificação (carteira de identidade ou equivalente, como,

por exemplo, a carteira nacional de habilitação nos moldes previstos na Lei

n. 9.503, de 1997);

–– inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); e

–– comprovante de residência.

• no caso de pessoa jurídica:

–– documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta

comercial);

–– documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários

ou prepostos a movimentar a conta; e

–– inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

O contrato de abertura de conta um acordo entre as partes, a instituição finan-

ceira não é obrigada a abrir uma conta específica.

O menor de idade pode ser titular de conta bancária. O jovem menor de 16

anos precisa ser representado pelo pai, mãe ou responsável legal. O maior de 16

e menor de 18 anos não emancipado devem ser assistidos pelo pai, mãe ou pelo

responsável legal.

O banco deve prestar no ato de abertura conta informações sobre direitos e de-

veres do correntista e do banco, constantes de contrato, tais como:

• condições para fornecimento de talonário de cheques;

• necessidade de você comunicar, por escrito, qualquer mudança de endereço

ou número de telefone;

• condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de

Cheque sem Fundos (CCF);

• informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão

ser destruídos;

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser

cobrados;

• saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta.

Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas explicativas na ficha-

-proposta.

Antes de abrir uma conta o interessado deve tomar os seguintes cuidados:

• ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta);

• não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as dúvidas, inclu-

sive referentes a tarifas, juros e outros encargos;

• solicitar cópia dos documentos que assinou.

As informações incluídas na ficha-proposta e todos os documentos de identi-

ficação devem ser conferidos, nos originais, quando da abertura da conta, pelo

funcionário encarregado da abertura da conta, que assina a ficha juntamente com

o gerente responsável.

Os nomes desses dois funcionários devem estar claramente indicados na ficha-

-proposta.

Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o banco deve providen-

ciar a leitura de todo o contrato, em voz alta.

O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta não pode ser transferido, pelo

banco, para qualquer modalidade de investimento sem autorização do correntista.

Isso somente pode ocorrer mediante autorização feita por escrito ou por meio

eletrônico.

O banco não pode fazer débitos em conta sem autorização do cliente.

O banco só pode debitar na conta se tiver sido autorizado pelo correntista. Essa

autorização pode ocorrer no momento da assinatura do contrato, ou em contratos

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

de financiamento e empréstimo em que o cliente concorde com o débito em sua

conta, ou ainda nas situações de agendamento de pagamento solicitado pelo titular

da conta.

O débito relativo a tarifas bancárias normalmente é autorizado no momento da

assinatura do contrato.

Observe que, mesmo autorizado, o débito referente à cobrança de tarifa em

conta-corrente e em conta de poupança não pode ser superior ao saldo disponível,

sendo que o saldo disponível compreende o saldo em sua conta mais o limite de

cheque especial, quando houver.

Manutenção e Encerramento

Sendo um contrato voluntário e por tempo indeterminado, uma conta bancária

pode ser encerrada por qualquer uma das partes envolvidas.

Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve:

• comunicar o fato, solicitando a regularização do saldo e a devolução dos che-

ques por acaso em poder do correntista;

• anotar a decisão na ficha-proposta.

O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregularidades nas infor-

mações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato imediatamente

ao Banco Central.

No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta depende da decisão do

próprio banco, mas não poderá continuar fornecendo talão de cheque a você.

Quando a iniciativa do encerramento for do cliente, ele deverá observar os se-

guintes cuidados:

• entregar ao banco correspondência solicitando o encerramento da sua conta,

exigindo recibo na cópia, ou enviar pelo correio, por meio de carta registrada;

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• verificar se todos os cheques emitidos foram compensados para evitar que

seu nome seja incluído no CCF pelo motivo 13 (conta encerrada);

• entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou apresentar

declaração de que as inutilizou;

• manter recursos suficientes para o pagamento de compromissos assumidos

com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais.

A instituição financeira deve lhe informar a data do efetivo encerramento da

conta, por correspondência ou por meio eletrônico.

O Banco Central não pode bloquear ou desbloquear valores em contas.

Apenas um juiz pode protocolar ordens de bloqueio, desbloqueio e transferên-

cias de valores e/ou contas, solicitar informações sobre endereço, existência de

ativos financeiros, saldo, extratos, comunicação de falência e extinção de falência.

Para facilitar a comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições financei-

ras, o Banco Central desenvolveu um sistema informatizado chamado Bacen Jud,

por meio do qual as ordens judiciais são registradas e transmitidas eletronicamente

para as instituições financeiras.

Na verdade, os juízes poderiam enviar suas determinações diretamente às insti-

tuições financeiras, mas, pela facilidade de comunicação que dispõe com o Sistema

Financeiro, o Banco Central auxilia o Poder Judiciário na intermediação desse processo.

Movimentação

A movimentação de recursos na conta-corrente pessoa física ocorre por meio

de cheque, guia de retirada, cartão magnético, Mobile Banking e Internet Banking.

Guia de retirada, também chamada de cheque avulso ou saque contra recibo,

é um documento de saque exclusivamente para uso na agência bancária, sendo

fornecida ao correntista somente no momento do saque.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

O cartão magnético é um cartão de plástico dotado de uma tarja magnética e/

ou um chip, que permite consultas, saques e demais operações bancárias nos ter-

minais eletrônicos dos bancos ou dos estabelecimentos comerciais conveniados.

O Mobile Banking e a Internet Banking é uma tecnologia que permite o acesso

do cliente à sua conta, para consulta e transações eletrônicas, por meio do site do

banco na Internet.

Neste contexto, quando falamos de movimentação, estamos nos referindo a

saque, retiradas, pagamentos e transferências, ou seja, movimentação a débito.

É importante fazer esta diferenciação, pois a movimentação a crédito de uma

conta (depósitos, por exemplo) pode ser feita por qualquer pessoa (qualquer um

pode depositar valores em qualquer conta, sua ou de outrem, à sua livre escolha);

no entanto, evidentemente apenas o titular de uma conta-corrente ou seus repre-

sentantes podem efetuar saques e pagamentos.

Na conta conjunta não solidária, a movimentação se dá exclusivamente por che-

ques ou guia de retirada.

Não é emitido cartão magnético para este tipo de conta, pois o cartão magnéti-

co é de uso pessoal e individual e a conta conjunta não solidária só admite saques

efetuados por todos os titulares em conjunto.

Pagamento e Devolução de Cheques

Um cheque, para ser pago pelo banco, obviamente que o correntista tem que

possuir disponibilidade suficiente de recursos financeiros em sua conta corrente.

Caso não haja disponibilidade em conta, o cheque será devolvido por insufici-

ência de fundos.

A segunda devolução por falta de fundos implica na inclusão do nome e CPF do

emitente do cheque no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos.

Cabe ressaltar que há vários outros motivos que podem resultar na devolução

do cheque pelo banco sacado, conforme a seguir:

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

I. Cheque sem provisão de fundos

Motivo Descrição

11 Cheque sem fundos – 1ª apresentação

12 Cheque sem fundos – 2ª apresentação

13 Conta encerrada

14 Prática espúria

Somente nos motivos 12, 13 e 14, que implicam inclusão do seu nome no Ca-

dastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).

II. Impedimento ao pagamento

Motivo Descrição

Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, furto ou extravio de folhas de cheque em


20
branco

21 Cheque sustado ou revogado

22 Divergência ou insuficiência de assinatura

Cheques emitidos por entidades e órgãos da administração Pública federal direta e indireta,
23 em desacordo com os requisitos constantes do art. 74, § 2º, do Decreto-Lei n. 200, de 25 de
fevereiro de 1967

24 Bloqueio judicial ou determinação do Bacen

25 Cancelamento de talonário pelo participante destinatário

27 Feriado municipal não previsto

28 Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, furto ou extravio

30 Furto ou roubo de cheque

70 Sustação ou revogação provisória

III. Cheque com irregularidade

Motivo Descrição

Erro formal (sem data de emissão, com o mês grafado numericamente, ausência de assinatura
31
ou não registro do valor por extenso)

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

33 Divergência de endosso

Cheque apresentado por participante que não o indicado no cruzamento em preto, sem o
34
endosso-mandato

Cheque fraudado, emitido sem prévio controle ou responsabilidade do participante ("cheque


35
universal"), ou com adulteração da praça sacada, ou ainda com rasura no preenchimento

IV. Apresentação indevida

Motivo Descrição

37 Registro inconsistente

38 Assinatura digital ausente ou inválida

39 Imagem fora do padrão

40 Moeda Inválida

41 Cheque apresentado a participante que não o destinatário

Cheque, devolvido anteriormente pelos motivos 21, 22, 23, 24, 31 e 34, não passível de
43
reapresentação em virtude de persistir o motivo da devolução

44 Cheque prescrito

Cheque emitido por entidade obrigada a realizar movimentação e utilização de recursos


45
financeiros do Tesouro Nacional mediante Ordem Bancária

48 Cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem reais), emitido sem a identificação do beneficiário

Remessa nula, caracterizada pela reapresentação de cheque devolvido pelos motivos 12, 13,
49
14, 20, 25, 28, 30, 35, 43, 44 e 45.

V. Emissão indevida

Motivo Descrição

Informação essencial faltante ou inconsistente não passível de verificação pelo participante


59
remetente e não enquadrada no motivo 31

60 Instrumento inadequado para a finalidade

61 Papel não compensável

VI. A serem empregados diretamente pela instituição financeira contratada

Motivo Descrição

71 Inadimplemento contratual da cooperativa de crédito no acordo de compensação

72 Contrato de Compensação encerrado

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Ao recusar o pagamento de cheque apresentado para compensação, o banco

deve registrar, no verso do cheque, em declaração datada, o código correspondente

ao motivo da devolução. No caso de cheque apresentado ao caixa, o registro deve

ser feito com anuência do beneficiário.

O banco é obrigado a comunicar ao emitente a devolução de cheques sem fun-

dos somente nos motivos 12, 13 e 14, que implicam inclusão do seu nome no Ca-

dastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).

52. CADASTRO DE EMITENTES DE CHEQUES SEM FUNDOS (CCF)

O Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), operacionalizado pelo

Banco do Brasil, é um banco de dados que contém informações sobre os emitentes

de cheque que tenham sido devolvidos pelos motivos 12 (“Cheque sem Fundos - 2ª

Apresentação”), 13 (“Conta Encerrada”) e 14 (“Prática Espúria”).

Qualquer pessoa pode saber se está incluída no CCF. Basta dirigir-se a um dos

endereços do Banco Central portando um documento de identidade com o número

do CPF. As instituições financeiras também podem prestar essa informação, sendo

vedada a cobrança de qualquer tarifa por esta pesquisa.

A inclusão no CCF do nome do emitente de cheque devolvido é de responsa-

bilidade das instituições financeiras e deve ser obrigatoriamente comunicada por

escrito, ao correntista que lhe tenha dado causa.

Na hipótese de contas tituladas por pessoa jurídica, deve ser incluído no CCF o

nome e o número de inscrição no CNPJ da pessoa jurídica titular da conta contra a

qual se verificou a emissão de cheque sem fundos.

Com a consulta, o cidadão, caso esteja incluído, saberá:

• o número-código da instituição e da agência que comandou a inclusão;

• o número e o valor do cheque;

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• o motivo da devolução;

• a data de inclusão; e

• a quantidade de ocorrências, por instituição e agência.

Se algum cheque for devolvido por um dos motivos abaixo discriminados, o

nome do emitente será automaticamente incluído no CCF:

• motivo 12: cheque sem fundos – 2ª Apresentação;

• motivo 13: conta encerrada;

• motivo 14: prática espúria.

No caso de conta-corrente conjunta, o Banco Central determinou, em 05/12/2006,

que será incluído no CCF apenas o nome e o respectivo CPF do titular emitente do

cheque. A normatização anterior previa que deveriam ser incluídos os nomes e os

respectivos CPFs de todos os titulares da conta conjunta.

O cheque sacado contra conta encerrada somente pode ser devolvido pelo mo-

tivo 13 (conta encerrada), bem como gerar registro de ocorrência no Cadastro de

Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), caso não seja aplicável a devolução por

qualquer outro motivo. Assim, antes de devolver o cheque pelo motivo 13, o banco

deve, primeiro, conferir se a assinatura é autêntica, se o cheque não está prescrito,

se o cheque não é fraudado, entre outros.

Se o nome do correntista foi incluído indevidamente no CCF, cabe ao banco que

fez a inclusão solicitar a exclusão, sem custos para o cliente.

A exclusão de ocorrências do CCF deve ser solicitada diretamente ao banco que

efetuou a inclusão. Em se tratando de banco em regime de liquidação extrajudicial,

liquidação ordinária ou falência ou submetida a processo de transformação em que

não haja indicação de sucessora, a exclusão deve ser solicitada ao Banco do Brasil.

O cliente deve comprovar, junto ao banco que originou a inclusão, o pagamento

do cheque que deu origem à ocorrência.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

Ao pedir a exclusão, o cliente deve lembrar-se de solicitar ao banco que lhe dê

recibo da carta de solicitação, guardando-o até a conclusão do processo.

A solicitação de exclusão do CCF pode ser feita em agência diferente daquela

que efetuou a inclusão, devendo ser verificada essa possibilidade com o banco onde

o interessado possui conta-corrente. Do ponto de vista da regulamentação, não

há exigência de que a exclusão de ocorrências do CCF tenha que ser solicitada em

alguma agência ou em algum banco específico.

A comprovação do pagamento do cheque que deu origem à ocorrência pode ser

feita mediante a entrega do próprio cheque que originou a inclusão no CCF ou do

extrato da conta (original ou cópia) em que figure o débito relativo ao cheque que

deu origem à ocorrência.

Na impossibilidade de apresentação desses documentos, é necessária a entrega

de declaração do beneficiário dando quitação ao débito, devidamente autenticada

em tabelião ou abonada pelo banco endossante, acompanhada da cópia do cheque

que deu origem à ocorrência, bem como das certidões negativas dos cartórios de

protesto relativas ao cheque, em nome do emitente.

É preciso localizar o beneficiário-depositante do cheque, ou seja, aquele que efe-

tivamente apresentou o cheque à instituição financeira para depósito ou saque. Isso

porque a pessoa que inicialmente recebeu o cheque pode tê-lo repassado a terceiros.

No seu banco, é possível obter cópia do cheque em que conste os números:

• da instituição financeira;

• da agência; e

• da conta de quem apresentou o cheque.

De posse dessa informação e mediante apresentação da cópia do cheque, é pos-

sível obter, do banco do beneficiário, o nome completo e endereços residencial e co-

mercial de seu cliente, desde que esse repasse tenha sido formalmente autorizado.

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Comprovado o pagamento, o banco não pode deixar de examinar e comandar,

no prazo máximo de cinco dias úteis, contados da data da entrega do pedido do

cliente, a exclusão do nome do correntista. O executante do sistema (Banco do

Brasil) terá o prazo máximo de cinco dias úteis para consolidar as inclusões e ex-

clusões de ocorrências do CCF.

Qualquer ocorrência é excluída automaticamente após decorridos cinco anos da

respectiva inclusão. Se o seu nome tiver sido indevidamente incluído, por erro do

banco, este deve providenciar a imediata exclusão.

Caso a agência indefira o pedido de exclusão, deve comunicar a decisão for-

malmente ao correntista, esclarecendo que eventual recurso pode ser submetido à

administração do próprio banco.

Quando for mantido o indeferimento ou nos casos em que os prazos acima não

sejam respeitados, caberá ao correntista recurso ao Banco Central do Brasil.

53. SERVIÇO DE COMPENSAÇÃO DE CHEQUE E OUTROS PAPÉIS


(COMPE)

Compete ao Banco Central do Brasil regular a execução dos serviços de com-

pensação de cheques e outros papéis e ao Banco do Brasil executar os serviços de

compensação de cheques e outros papéis.

A compensação de cheques é o acerto de contas entre instituições financeiras,

referente aos cheques depositados em estabelecimentos diferentes dos sacados.

A compensação de cheques é considerada um serviço essencial. Dessa forma,

não pode ser cobrada tarifa alguma por esta prestação de serviço.

A regulamentação atual determina que a compensação de cheques seja efetu-

ada unicamente por intermédio de imagem digital e outros registros eletrônicos do

cheque (truncagem de cheques).

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O prazo de bloqueio do valor do cheque não pode ser superior a um dia útil,

contado a partir do dia seguinte ao do depósito.

Cabe ressaltar que os depósitos efetuados em cheque que sofrerem bloqueio

por prazos superiores aos regulamentares devem ser remunerados, por dia de ex-

cesso, pela Taxa Selic.

Os prazos de bloqueio depósitos em cheques podem ser alterados em função

das seguintes ocorrências:

• feriado local na praça sacada: acréscimo de um dia útil;

• inoperância da Compe: prorrogação até o dia útil seguinte ao do restabeleci-

mento do sistema.

O prazo de bloqueio do cheque não pode ser alterado em virtude de falha opera-

cional do banco remetente ou do banco destinatário no processo de compensação.

A partir do fim do prazo de bloqueio, o cheque devolvido deve estar à disposição do

cliente depositante em sua dependência de relacionamento no prazo máximo de até:

• dois dias úteis, no caso de depósito feito na mesma praça da dependência de

relacionamento do cliente;

• sete dias úteis, no caso de depósito feito em praça distinta daquela onde si-

tuada a dependência de relacionamento do cliente.

Os prazos de entrega citados podem ser acrescidos em função, por exemplo, de

feriado local na praça onde situada a dependência de relacionamento do cliente.

Mediante acordo entre o cliente e o remetente, o cheque pode ser devolvido em

outra dependência. Nesse caso, sem previsão de prazo regulamentar.

Os valores depositados ficam disponíveis para saque, ou seja, ficam liberados,

no dia útil seguinte ao último dia do prazo de bloqueio.

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Para compensar débitos na respectiva conta-corrente do depositante, os valores

depositados ficam disponíveis na noite do último dia do prazo de bloqueio.

Os depósitos em cheques de outra dependência do mesmo banco observam os

mesmos prazos máximos de bloqueio e de entrega previstos anteriormente para

os cheques de outro banco, podendo ser reduzidos, de acordo com os critérios pró-

prios de cada banco.

No Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis (Compe) só circulam

cheques sacados contra as agências de bancos instaladas no Brasil. Um cheque

emitido contra um banco no exterior não circula pela Compe.

Para compensar um cheque sacado contra uma agência bancária no exterior, o

favorecido do cheque deve procurar um agente autorizado a operar no mercado de

câmbio para que a operação possa ser realizada.

54. DEPÓSITOS À VISTA

Os Depósitos à Vista também são chamados de Conta de Depósitos ou Conta-

-Corrente.

Os bancos podem realizar a abertura e encerramento de contas de depósitos à

vista com a presença do cliente ou por meio eletrônico. O procedimento é faculta-

tivo e aplicável apenas para contas de pessoas físicas.

Se a conta for aberta por meio eletrônico, também deverá ser oferecida ao cor-

rentista a opção de encerrá-la por esse meio.

Para garantir a segurança de todo o processo, os bancos devem adotar pro-

cedimentos e controles que permitam confirmar a autenticidade dos documentos

eletrônicos e das informações prestadas, bem como a identidade do cliente. Para

isso, podem ser utilizadas informações disponíveis em bancos de dados de caráter

público ou privado.

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As tecnologias atuais de segurança da informação permitem que todo o proces-

so seja realizado por meio eletrônico. São exemplos desses meios a autenticação

digital certificada, o reconhecimento facial e de voz, a criptografia e o rastreamento

pelo endereço IP, entre outros.

É permitida, ainda, a utilização de assinatura digital, a ser coletada por meio de

dispositivos eletrônicos.

O banco não pode fazer débitos na conta do correntista sem autorização do

cliente.

Só pode debitar na conta se tiver sido autorizado pelo depositante. Essa autoriza-

ção pode ocorrer no momento da assinatura do contrato de abertura da conta, ou em

outros contratos firmados com o banco, como os de financiamento e empréstimos.

A autorização pode ser dada também por assinatura digital, a ser coletada por

meio de dispositivos eletrônicos.

A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica

e própria dos bancos comerciais, o que os configura como instituições financeiras

monetárias ou bancárias.

É a chamada captação a custo zero.

Como há custos para a abertura e movimentação da conta corrente, os bancos

podem estabelecer valores mínimos para a abertura.

A conta corrente é o produto básico de relacionamento entre o banco e o clien-

te, através dela são movimentados os recursos do cliente via depósito, cheques,

ordens de pagamento, créditos de salários e benefícios e débitos de contas agen-

dadas (luz, telefone, fatura de cartão de crédito, tv a cabo, internet etc.).

A conta corrente pode ser pessoal ou conjunta.

A conjunta pode ser:

• simples (exige a assinatura de todos participantes); ou

• solidária (exige a assinatura apenas de um participante).

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Os bancos nada podem cobrar a título de manutenção de conta-corrente.

Os bancos só podem cobrar as tarifas previstas na Res. CMN n. 3.919, de 25/11/2010.

Os tipos de serviços prestados pelas instituições financeiras e demais institui-

ções autorizadas a funcionar pelo BCB são classificados em quatro modalidades:

• serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados;

• serviços prioritários;

• serviços especiais; e

• serviços diferenciados.

Serviços essenciais (sem cobrança):

• fornecimento de cartão com função débito;

• fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decor-

rentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à

instituição emitente;

• realização de até quatro saques, por mês, em guichê de caixa, inclusive por

meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento;

• realização de até duas transferências de recursos entre contas na própria

instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de autoatendimento e/

ou pela internet;

• fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação dos úl-

timos 30 dias por meio de guichê de caixa e/ou terminal de autoatendimento;

• realização de consultas mediante utilização da internet;

• fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discri-

minando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas;

• compensação de cheques;

• fornecimento de até dez folhas de cheques por mês, desde que o cliente reú-

na os requisitos necessários à utilização de cheques, conforme a regulamen-

tação em vigor e condições pactuadas; e

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• prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos

contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos.

Atenção!

A regulamentação estabelece também que a realização de saques em terminais

de autoatendimento em intervalo de até trinta minutos é considerada como um

único evento.

55. DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB)

O CDB – Certificado de Depósito Bancário é um título de crédito (físico ou escri-

tural) e o RDB – Recibo de Depósito Bancário é um recibo que ao serem emitidos

geram a obrigação das instituições emissoras pagar ao aplicador, ao final do prazo

contratado, o capital inicial mais a remuneração prevista.

O investidor, ao adquirir um CDB ou RDB, está concedendo empréstimo ao

banco onde é correntista, tornando-se credor do banco, e o banco, naturalmente,

torna-se devedor do investidor.

A principal diferença entre os dois é que o CDB, sendo um título, pode ser nego-

ciado por meio de transferência. O RDB é inegociável e intransferível.

Trata-se de uma dívida do setor privado que permite aos bancos captarem re-

cursos de pessoas físicas e jurídicas.

A rentabilidade vem dos juros pagos pela instituição ao cliente pelo empréstimo

do dinheiro ao fim do término do contrato. A aplicação inicial varia conforme o banco.

Caracterizam uma operação de depósito a prazo, que pode ser formalizada por

um banco múltiplo, comercial, de investimento ou sociedade crédito, financiamento

e investimento (essa somente na forma de RDB).

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É um investimento de renda fixa, que pode ser contratado com taxa pré-fixada

ou taxa pós-fixada.

O CDB pode ser transferido para outra pessoa até o vencimento, possibilitando

a sua negociação no mercado secundário.

O resgate antes do vencimento pode ocorrer, caso o banco emissor concorde em

resgatá-lo antecipadamente. Isso pode gerar a perda dos rendimentos previstos

inicialmente.

Esses investimentos podem ter a incidência de quatro alíquotas distintas de Im-

posto de Renda na Fonte sobre os seus rendimentos, conforme o prazo da aplicação:

Alíquota Prazo da Aplicação

22,5% até 180 dias

20,0% entre 181 dias e 360 dias

17,5% entre 361 dias e 720 dias

15,0% 721 dias ou mais

56. CADERNETA DE POUPANÇA

É a aplicação mais simples, tradicional, conservadora e popular, onde se pode

aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para sa-

ques fora da data de aniversário da aplicação.

Não há restrição para aplicação de grandes valores, mas na poupança prevalece

o pequeno investidor, por conta da facilidade operacional, rendimento e a possibili-

dade de resgatar o valor depositado a qualquer momento.

Trata-se de um investimento de renda fixa com taxa pós-fixada.

Podem depositar pessoas físicas e jurídicas.

Remunera a pessoa física e a pessoa jurídica sem fins lucrativos mensalmente e

a pessoa jurídica com fins lucrativos trimestralmente, da seguinte forma:

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Depósitos Remuneração

até 0,5% a.m. ou


03/05/2012 6,17% a.a. + TR

Taxa Selic (meta)

maior que
menor ou igual a 8,5% a.a.
a partir de 8,5% a.a.
04/05/2012
0,5% a.m.
ou 6,17% 70% da Selic a.m. + TR
a.a. + TR

A abertura da poupança e os depósitos podem ser feitos em qualquer dia do

mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31, bem como os depósitos

realizados nesses dias, começam a contar rendimento a partir do primeiro dia do

mês seguinte.

Os rendimentos obtidos por pessoas físicas e jurídicas “não tributadas” não pa-

gam imposto de renda.

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real pagam o imposto de ren-

da sobre os rendimentos auferidos.

Os riscos em aplicar na poupança são quase inexistentes.

Não há risco de liquidez, visto que o valor depositado pode ser sacado a qual-

quer momento.

O risco de crédito é minimizado por ser garantido pelo Fundo Garantidor do Cré-

dito – FGC até o limite de R$ 250.000,00.

Os rendimentos de depósitos efetuados em cheque, desde que esses não sejam

devolvidos, começam a ser contados a partir do dia depósito e não a partir da libe-

ração do cheque.

É vedado às instituições financeiras a cobrança de qualquer remuneração a títu-

lo de manutenção de contas de poupança, sem exceção.

Os bancos só podem cobrar as tarifas previstas na Res. CMN n. 3.919, de

25/11/2010.

Serviços essenciais (sem cobrança):

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• fornecimento de cartão com função débito;

• fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decor-

rentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à

instituição emitente;

• realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em terminal

de autoatendimento;

• realização de até duas transferências, por mês, para conta de depósitos de

mesma titularidade;

• fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação dos

últimos trinta dias;

• realização de consultas mediante utilização da internet;

• fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discri-

minando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e

• prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos

contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos.

Atenção!

A regulamentação estabelece também que a realização de saques em terminais

de autoatendimento em intervalo de até trinta minutos é considerada como um

único evento.

57. FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO

Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas fí-

sicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação

em títulos e valores mobiliários. Isto é: os recursos de todos os investidores de um

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fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os
investidores, na proporção de seus investimentos.
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido
em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio
líquido pelo número de cotas em circulação.
O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos e do
valor em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua
administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo.
Exemplo: um investidor aplica $ 2.000 em cotas de um fundo que, na data do
investimento, possui um patrimônio líquido de $ 500.000 e 100.000 cotas.
A partir destas informações, é possível calcular:
• o valor da cota na data da aplicação: $ 500.000 / 100.000 = $ 5
• o número de cotas adquiridas pelo investidor: $ 2.000 / $ 5 = 400

Supondo que, num determinado intervalo de tempo, o patrimônio líquido sofra


um aumento de 20% e o número de cotas aumente 9%. Nesse caso, o valor da
cota aumentará ($ 600.000 / 109.000 = $ 5,5), da mesma forma como o valor a
resgatar (400 x $ 5,5 = $ 2.200).
E se quisermos calcular a rentabilidade no período, basta dividir o valor da cota
no resgate pelo valor na data da aplicação e ajustar para percentual: $ 5,5 / $ 5 =
1,1 ou 10%.

Principais Características dos FI


São três as principais características de um fundo de investimento. E veja que

elas também representam vantagens para o investidor.

Acessibilidade

Pequenos recursos representam baixa atratividade em um mercado que movi-

menta cifras expressivas. Os fundos, por agruparem reduzidos volumes de muitos

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aplicadores, acabam por permitir que pequenos investidores tenham acesso a mer-

cados que requerem grandes volumes de recursos para serem acessados.

Diversificação

Os valores movimentados pelos fundos permitem maior diversificação dos ati-

vos financeiros que compõem as carteiras e, com isso, oferecem a seus cotistas

a oportunidade de, em conjunto, investirem em aplicações financeiras (ativos de

renda fixa ou variável), com potencial redução do risco.

Liquidez

Essa característica possibilita saques a qualquer momento. Os resgates dos fun-

dos podem ser feitos em qualquer data, sem perda de rendimentos. A maioria dos

fundos tem liquidez diária, o que oferece ao cliente uma tranquilidade a mais na

administração de eventuais necessidades de caixa.

Fundos Abertos x Fundos Fechados

O funcionamento dos Fundos de Investimento depende de prévia autorização

da CVM.

Os fundos de investimento podem ser organizados sob a forma de condomínios

abertos ou fechados.

Nos fundos abertos, é permitida a entrada de novos cotistas ou o aumento da

participação dos antigos por meio de novos investimentos, assim como é permiti-

da a saída de cotistas, por meio do resgate de cotas, isto é, mediante a venda de

ativos do fundo para a entrega do valor correspondente ao cotista que efetuou o

resgate, total ou parcial, de suas cotas.

Já nos fundos fechados, a entrada e a saída de cotistas não é permitida. Após

o período de captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos cotistas

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nem novos investimentos pelos antigos cotistas (embora possam ser abertas novas

fases de investimento, conhecidas no mercado como “rodadas de investimento”).

Além disso, também não é admitido o resgate de cotas por decisão do cotista, que

tem que vender suas cotas a terceiros se quiser receber o seu valor antes do en-

cerramento do fundo.

FI e FIC

Fundos de Investimento – FI

É o fundo que efetivamente negocia papéis no mercado, compondo e adminis-

trando sua carteira de investimentos, e que geralmente vende suas cotas junto a

Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento – FIC, mas também

pode vendê-las diretamente aos investidores.

Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimentos – FIC

É o fundo que se caracteriza por aplicar seus recursos em cotas de FI já consti-

tuídos. É o meio mais comum de aplicação de recursos dos investidores, principal-

mente para aqueles do segmento de varejo, além de ser uma ótima opção para as

instituições financeiras, pois estas reduzem custos de registro e administração de

carteiras, porque se utilizam as que já estão constituídas nos FI.

Além disso, de acordo com a CVM, os FICs – fundos de investimentos em co-

tas de fundos de investimento devem manter, no mínimo, 95% de seu patrimônio

investido em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe, exceto os

fundos de investimento em cotas classificados como “Multimercado”, que podem

investir em cotas de fundos de classes distintas.

Os restantes 5% do patrimônio do FIC podem ser mantidos em depósitos à vista

ou aplicados em:

• títulos públicos federais;

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• títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;

• operações compromissadas;

• cotas de fundos de índice que reflitam as variações e a rentabilidade de índi-

ces de renda fixa; e

• cotas de fundos de investimento classificados como “Renda Fixa Curto Prazo”,

“Renda Fixa Referenciado” e “Renda Fixa Simples”.

Classificação dos Fundos de Investimentos

Quanto à composição de sua carteira, os fundos de investimento e os fundos de

investimento em cotas, classificam-se em:

• Fundo de Renda Fixa;

• Fundo de Ações;

• Fundo Multimercado; e

• Fundo Cambial.

Fundo de Renda Fixa

Os fundos classificados como “Renda Fixa”, devem ter como principal fator de

risco de sua carteira a variação da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos.

Nos fundos classificados como “Renda Fixa”, deve-se observar o seguinte:

• na emissão ou conversão de cotas pode ser utilizado cota de abertura;

• é vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo

destinado a investidor qualificado.

O fundo classificado como “Renda Fixa” deve possuir, no mínimo, 80% da car-

teira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator

de risco que dá nome à classe.

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Fundos Multimercado

Deve possuir políticas de investimento que envolva vários fatores de risco sem

o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores dife-

rentes das demais classes.

Este tipo de fundo pode aplicar em ativos indexados a taxas de juros DI/Selic,

índices de preços, câmbio, dívida externa e ações.

Podem cobrar taxa de performance. Podem usar derivativos para alavancagem.

Fundo Cambial

Deve possuir um mínimo de 80% de sua carteira em ativos relacionados direta-

mente, ou sintetizados via derivativos, com o seu principal fator de risco, que é a

variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.

Fundo de Ações

Deve possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações admitidas à negociação em

mercado organizado ou bônus e recibo de subscrição, certificado de depósito de

ações, cota de fundos de ações, cotas de fundos de índices de ações e BDR2 com

nível II e III.

O principal fator de risco da carteira é a variação dos preços das ações.

Os fundos de ações mais comuns são:

• Fundo índice: que buscam acompanhar a variação de um índice de ações

(Ibovespa, IBRX);

• Fundos ativos: que buscam superar determinados benchmarks;

• Fundos setoriais: que concentram investimentos em ações de empresas de

um setor da economia em particular.

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Segregação de Funções e Responsabilidades

Administrador

É aquele que constitui o fundo sendo o responsável legal perante a CVM. Pessoa

jurídica autorizada pela CVM para o exercício profissional de administração de car-

teiras de valores mobiliários e responsável pela administração do fundo.

É obrigação do administrador fornecer o regulamento e o prospecto do fundo a

todos os cotistas, assim como relatórios periódicos sobre as suas atividades, além

de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que possa influenciar na

decisão do cotista em permanecer investindo.

Cabe também ao administrador efetuar diariamente a marcação a mercado do

valor da cota e divulgar aos cotistas esse valor.

Gestor

É o responsável pelas decisões de investimento do Fundo, realizadas com base na

política de investimento definida para o Fundo e dentro dos parâmetros definidos no

seu regulamento. Pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM para o exercí-

cio profissional de administração de carteiras de valores mobiliários, contratada pelo

administrador em nome do fundo para realizar a gestão profissional de sua carteira.

Distribuidor

É o intermediário contratado pelo administrador em nome do Fundo para reali-

zar a distribuição de suas cotas. É o responsável por vender as cotas do Fundo aos

investidores. É o agente que tem o contato direto com o cotista e, portanto, é o

responsável por conhecer as necessidades e características do investidor, além de

fazer todo o procedimento antilavagem de dinheiro. Como as cotas dos Fundos de

Investimento são consideradas valores mobiliários, o distribuidor deve fazer parte

do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários.

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São distribuidores:

• as instituições financeiras;

• as SCTVM;

• as SDTV; e

• os agentes autônomos de investimento.

Custodiante

É a instituição contratada pelo administrador do fundo que faz a guarda dos

ativos que compõem a carteira do fundo, além de executar as movimentações fi-

nanceiras do fundo.

Auditor Independente

As demonstrações contábeis dos fundos devem ser auditadas anualmente por audi-

toria independente registrada na CVM, observadas as normas que disciplinam o exer-

cício dessa atividade. A despesa com a auditoria é encargo do fundo de investimento.

Quem? O que faz?

Administrador responsável legal perante a CVM

Gestor quem toma as decisões de investimentos

Custodiante guarda e contabiliza os ativos

Distribuidor quem vende as cotas para os investidores

Auditor
faz a análise das demonstrações financeiras do fundo
Independente

Investidores Profissionais e Investidores Qualificados

Investidores Profissionais:

• instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo

Banco Central do Brasil;

• companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

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• entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

• pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor

superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente,

atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo

próprio;

• fundos de investimento;

• clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administra-

dor de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;

• agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e

consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus

recursos próprios; e

• investidores não residentes.

Investidores Qualificados:

• investidores profissionais;

• pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor

superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, ates-

tem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio;

• as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação téc-

nica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o regis-

tro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analis-

tas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e

• clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais

cotistas, que sejam investidores qualificados.

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Dinâmica de aplicação e resgate

Aplicação de Recursos e Compra de Ativos por parte dos Gestores

Os recursos financeiros dos cotistas são direcionados para o Fundo de Investimen-

to e o gestor compra os ativos financeiros que devem compor a carteira do Fundo de

acordo com a política de investimento determinada no regulamento de cada fundo.

Resgate de Recursos e Venda de Ativos por parte dos Gestores

O cotista pode resgatar suas cotas e receber seus recursos, de acordo com as regras

estabelecidas em cada fundo. O gestor venderá ativos da carteira para gerar recursos

financeiros (caixa) para gerar liquidez suficiente para cumprir as ordens de resgate.

Fundos sem carência e Fundos com Carência

Fundo sem carência:

São fundos em que não há prazo mínimo para receber rendimentos. O cotista

pode pedir resgate a qualquer momento e terá direito á rentabilidade total propor-

cionada no período. Estes fundos não impõem nenhuma restrição ao resgate. A

maior parte dos fundos do mercado é sem carência.

Fundos com carência:

São fundos cujo regulamento define um prazo mínimo para resgate (recebimen-

to de rendimentos). A carência se constitui numa restrição ao resgate naquele perí-

odo para que o gestor possa melhor desempenhar sua estratégia de investimento.

Objetivo e Política de Investimento

A Política de Investimento de um fundo define a linha de atuação quanto aos

instrumentos financeiros que podem compor a carteira, os riscos que o fundo pode

correr e o que o gestor pode ou não fazer para que os objetivos constantes do re-

gulamento sejam alcançados.

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O Objetivo do Fundo descreve aquilo a que o fundo se propõe a atingir, assim

entendido como a sua meta. Por exemplo, ultrapassar o retorno do Ibovespa.

Já a Política de Investimentos descreverá como o gestor pretende atingir essa

meta proposta. Por exemplo, comprando ações que possuam um potencial de renta-

bilidade superior à média do mercado de acordo com uma determinada metodologia.

A política de investimentos diz respeito aos “meios” utilizados, para que o obje-

tivo seja alcançado.

Fundos com Gestão Ativa e Passiva: Definição

Na gestão ativa, o gestor do fundo de investimento constitui uma carteira, mas

não necessariamente investe em ativos que representam um índice qualquer do

mercado. O gestor compra e vende esses ativos, tentando obter uma rentabilidade

superior à de determinado índice de referência do mercado em que o Fundo atua.

Na gestão passiva de um fundo de investimento o gestor procura reproduzir o

retorno e risco de algum índice de mercado. Também são conhecidos como fundos

indexados.

A diferença básica entre a administração ativa e a passiva de um fundo de in-

vestimento é que na administração ativa não há uma réplica da carteira do índice

escolhido, sendo este retorno entendido apenas como referencial a ser atingido e,

de preferência, superado pelo fundo.

Os fundos ativos buscam ter rentabilidade superior à variação de determinado

índice de referência (benchmark) ou obter um retorno absoluto estabelecido.

Os fundos passivos buscam acompanhar um índice previamente definido (ben-

chmark), de forma que o retorno da carteira fique próximo à performance (retorno)

desse índice.

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Documentos de Informação do Fundo

A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa

e simultânea para todos os cotistas, inclusive, mas não limitadamente, por meio

da disponibilização dos seguintes materiais relacionados a cada fundo nos canais

eletrônicos e nas páginas na rede mundial de computadores do administrador, do

distribuidor, enquanto a distribuição estiver em curso, e da entidade administradora

do mercado organizado onde as cotas sejam admitidas à negociação:

• regulamento atualizado;

• lâmina de informações essenciais atualizada, se houver;

• demonstração de desempenho;

• formulário de informações complementares.

As informações referidas acima devem ser:

• verdadeiras, completas, consistentes e não induzir o investidor a erro;

• escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa; e

• úteis à avaliação do investimento.

Regulamento

Devem constar do regulamento:

• a qualificação do administrador, do gestor e do custodiante;

• as características do fundo (espécie, prazo, política de investimento, classe e

tributação aplicável);

• as condições para aplicação e resgate de cotas;

• as taxa de administração, de performance, de ingresso e de saída, bem como

demais despesas;

• o público-alvo;

• a política de divulgação de informações;

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• a política relativa ao exercício do voto;

• a distribuição de resultado;

• o exercício social do fundo;

• a forma de comunicação que será utilizada pelo administrador; e

• a identificação dos riscos assumidos pelo fundo.

Lâmina de Informações Essenciais

O administrador de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a in-

vestidores qualificados deve elaborar uma lâmina de informações essenciais con-

forme modelo específico definido na ICVM 555.

É facultado ao administrador de fundo formatar a lâmina livremente desde que:

• a ordem das informações seja mantida;

• o conteúdo não seja modificado;

• os logotipos e formatação não dificultem o entendimento das informações; e

• quaisquer informações adicionais:

a) sejam acrescentadas ao final do documento;

b) não dificultem o entendimento das informações contidas na lâmina; e

c) sejam consistentes com o conteúdo da própria lâmina e do regulamento.

O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores

tenham acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo, que não pode ter a deno-

minação “lâmina” atribuída a qualquer outro material de divulgação.

A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com

os dados relativos ao mês imediatamente anterior.

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Formulário de Informações Complementares

O formulário de informações complementares deve abranger pelo menos o

seguinte:

• periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo;

• local, meio e forma de divulgação das informações;

• local, meio e forma de solicitação de informações pelo cotista;

• exposição, em ordem de relevância, dos fatores de riscos inerentes à compo-

sição da carteira do fundo;

• descrição da política relativa ao exercício de direito do voto decorrente dos

ativos financeiros detidos pelo fundo;

• descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando

a política a ser adotada pelo administrador quanto ao tratamento tributário

perseguido;

• descrição da política de administração de risco, em especial dos métodos uti-

lizados pelo administrador para gerenciar os riscos a que o fundo se encontra

sujeito, inclusive risco de liquidez;

• quando houver, identificação da agência de classificação de risco de crédito

contratada pelo fundo, bem como a classificação obtida e advertência de que

a manutenção desse serviço não é obrigatória, podendo ser descontinuado a

critério do administrador do fundo ou da assembleia geral de cotistas;

• apresentação detalhada do administrador e do gestor, inclusive informações

sobre o departamento técnico e demais recursos e serviços utilizados pelo

gestor para gerir a carteira do fundo;

• relação dos demais prestadores de serviços do fundo;

• política de distribuição de cotas; e

• quaisquer outras informações que o administrador entenda relevantes.

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Termo de Adesão e Ciência de Risco

Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante formalização de ter-

mo de adesão e ciência de risco, que:

• teve acesso ao inteiro teor:

a) do regulamento;

b) da lâmina, se houver; e

c) do formulário de informações complementares;

• tem ciência:

a) dos fatores de risco relativos ao fundo;

b) de que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que

possam ser incorridas pelo fundo;

c) de que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica,

por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de ade-

quação do regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a quali-

dade do fundo ou de seu administrador, gestor e demais prestadores de serviços; e

d) se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar

em perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de

aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

Sobre Fundos de Investimento, vale a pena ler:

• “Cartilha da Nova Classificação de Fundos” elaborada pela Anbima – Associa-

ção Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, disponível

no endereço: goo.gl/jwX1n7 – consulta em 13;11;2018.

• “Cadernos CVM 3 - Fundos de Investimento”, 3ª edição, 2016, elaborada

pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, disponível no endereço: goo.gl/

WshKQ3 – consulta em 13/11/2018

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58. TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

É um produto onde parte dos pagamentos realizados pelo subscritor é usado


para formar um capital que será pago em moeda corrente num prazo máximo

estabelecido.

O restante dos valores dos pagamentos é usado para custear os sorteios, quase

sempre previstos neste tipo de produto e as despesas administrativas das socieda-

des de capitalização.

Podem ser:

• Modalidade I: Tradicional

• Modalidade II: Compra-Programada

• Modalidade III: Popular

• Modalidade IV: Incentivo

Modalidade Tradicional – restitui ao titular, ao final do prazo de vigência, no

mínimo, o valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor, desde que todos

os pagamentos previstos tenham sido realizados nas datas programadas. Remune-

ração: 0,35% a.m.

Modalidade Compra-Programada – garante ao titular, ao final da vigência,

o recebimento do valor de resgate em moeda corrente nacional, podendo o titular

optar, sem qualquer outro custo, pelo recebimento do bem ou serviço referenciado

na ficha de cadastro, subsidiado por acordos comerciais celebrados com indústrias,

atacadistas ou empresas comerciais. Remuneração: 0,35% a.m.

Modalidade Popular – propicia a participação do titular em sorteios, sem que

haja devolução integral dos valores pagos. Remuneração: 0,08% a.m.

Modalidade Incentivo – está vinculado a um evento promocional de caráter

comercial instituído pelo subscritor. Remuneração: 0,08% a.m.

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A decomposição das mensalidades de um título de capitalização é composta

pelo menos de três elementos, a saber:

• reserva matemática – é a parcela deduzida de cada mensalidade para cons-

tituir as quantias economizadas pelo subscritor. É somente sobre a reserva

matemática que se aplicam correção monetária e juros e não sobre o total

das mensalidades. A reserva matemática nada mais é que o valor de resgate

ao final do plano;

• despesas operacionais – é a parcela deduzida de cada mensalidade para

cobrir despesas operacionais e administrativas da Companhia tais como: sa-

lários, honorários, aluguéis, publicidade, material, correios etc; e

• custo de sorteios – é a parcela deduzida de cada mensalidade para garantir

o pagamento dos prêmios aos subscritores contemplados.

Os títulos de capitalização não poderão ser estruturados com prazo de vigência

inferior a doze meses.

A data de início de vigência do Título de Capitalização deverá ser a data do

primeiro pagamento ou do pagamento único, ou ainda a data de aquisição, a que

ocorrer primeiro.

A sociedade de capitalização não poderá se apropriar da provisão matemática

dos títulos suspensos ou caducos por inadimplência dos pagamentos, devendo co-

locar à disposição do titular, independentemente do número de pagamentos efetu-

ados, o valor de resgate após o prazo de carência, ainda que a inadimplência ocorra

em data anterior ao prazo de carência fixado.

O pagamento do resgate deverá ser disponibilizado em até quinze dias úteis

após o término da vigência ou após o cancelamento do título, ou ainda, após a so-

licitação por parte do titular, no caso de resgate antecipado.

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Quanto a forma de pagamento, são:

• PM – pagamento mensal durante a vigência;

• PP – o número de pagamentos e o número de meses de vigência do título

não são os mesmos;

• PU – pagamento único, tendo sua vigência estipulada na proposta.

O prazo de vigência e o prazo de pagamento do título não são a mesma coisa.

O prazo de pagamento é o período durante o qual o subscritor compromete-se

a efetuar os pagamentos.

Já o prazo de vigência é o período durante o qual o título de capitalização está

sendo administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao

título capitalizado pela taxa de juros informada nas condições gerais. Tal período

deverá ser igual ou superior ao período de pagamento, que se inicia com a data do

primeiro pagamento ou do pagamento único, ou ainda a data de aquisição, a que

ocorrer primeiro.

59. PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS ABERTOS

Segundo o art. 1º da Lei Complementar n. 109, de 29/05/2001, o regime de

previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em

relação ao regime geral de previdência social, é facultativo, baseado na constitui-

ção de reservas que garantam o benefício.

O regime de previdência complementar é operado por entidades de previdência

complementar que têm por objetivo principal instituir e executar planos de benefí-

cios de caráter previdenciário.

Considera-se:

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

• participante, a pessoa física que aderir aos planos de benefícios; e

• assistido, o participante ou seu beneficiário em gozo de benefício de presta-

ção continuada.

Aposentadoria básica é a aposentadoria oficial paga pelo Instituto Nacional de

Seguridade Social (INSS).

A previdência complementar aberta oferece uma opção de aposentadoria com-

plementar para qualquer pessoa que adquira seu plano.

Ao final do prazo definido para contribuições, o investidor pode sacar todo o

valor acumulado de uma só vez ou pode passar a receber uma renda vitalícia, com

a possibilidade de ser transferida para um beneficiário indicado quando do faleci-

mento do investidor.

Os planos de benefícios instituídos por entidades abertas poderão ser:

• individuais, quando acessíveis a quaisquer pessoas físicas; ou

• coletivos, quando tenham por objetivo garantir benefícios previdenciários a

pessoas físicas vinculadas, direta ou indiretamente, a uma pessoa jurídica

contratante.

O plano coletivo poderá ser contratado por uma ou várias pessoas jurídicas.

Observados os conceitos, a forma, as condições e os critérios fixados pelo órgão

regulador, é assegurado aos participantes o direito à portabilidade, inclusive para pla-

no de benefício de entidade fechada, e ao resgate de recursos das reservas técnicas,

provisões e fundos, total ou parcialmente. A portabilidade não caracteriza resgate.

No caso de portabilidade, é vedado:

• que os recursos financeiros transitem pelos participantes, sob qualquer

forma; e

• a transferência de recursos entre participantes.

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Os planos previdenciários podem ser contratados de forma individual ou coletiva

(averbados ou instituídos); e podem oferecer, juntos ou separadamente, os seguin-

tes tipos básicos de benefício:

• Renda por sobrevivência

–– renda a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo de dife-

rimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria.

• Renda por invalidez

–– renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e

permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido

o período de carência estabelecido no plano.

• Pensão por morte

–– renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição

em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de co-

bertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

• Pecúlio por morte

–– importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indi-

cado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante

ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de

carência estabelecido no plano.

• Pecúlio por invalidez

–– importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante,

em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o pe-

ríodo de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido

no plano.

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PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

É mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo

formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não há garantia

de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho,

ele é repassado integralmente ao participante.

O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez,

ou transformado em parcelas mensais.

Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de Renda

e tem taxa de carregamento de até 10%. É comercializado por seguradoras.

Com o PGBL, o dinheiro é colocado em um fundo de investimento exclusivo,

administrado por uma empresa especializada na gestão de recursos de terceiros e

é fiscalizado pelo Banco Central.

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre

Uma de suas principais vantagens está na possibilidade de se optar, já quando

da adesão ao plano, pela idade de quando se começará a receber o rendimento

investido.

Essa renda poderá ser recebida em uma única parcela ou então em quantias

mensais.

Também há a possibilidade de se contribuir com quantias variáveis, podendo se

fazer um aporte maior quando houver disponibilidade para tal.

O valor acumulado pelo participante também pode ser sacado há qualquer mo-

mento.

É aconselhável para aqueles que não têm renda tributável, já que não é dedu-

tível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o

ganho de capital.

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60. PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS


FECHADOS

As características desses planos variam dependendo do grupo dos trabalhado-

res a que se refere e também à disposição do empregador em arcar com a parte

que lhe cabe.

Destinam-se, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de

empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-

pios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas

jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominados instituidores.

Os planos de benefícios devem ser, obrigatoriamente, oferecidos a todos os em-

pregados dos patrocinadores ou associados dos instituidores.

61. PLANOS DE SEGUROS

A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico pertur-

bado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto de jogo ou

dar lucro ao segurado.

Segundo o dicionário Aurélio, seguro é o “contrato pelo qual uma das partes se

obriga, mediante cobrança de prêmio, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo

eventual”.

Na estrutura da operação de seguro, são identificados cinco elementos básicos

e essenciais previstos no contrato de seguro:

• risco – evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das par-

tes contratantes e contra o qual é feito o seguro; o risco é a expectativa de

sinistro; sem risco não pode haver contrato de seguro;

• segurado – é a pessoa física ou jurídica que possui um interesse legítimo, re-

lativo à pessoa ou bem, e que transfere à seguradora, mediante o pagamento

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do prêmio, o risco de um determinado evento atingir o bem ou a pessoa do

seu interesse. É a pessoa em nome de quem se faz o seguro;

• segurador – é a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos

contratados e paga indenização ao segurado ou ao(s) seu(s) beneficiário(s),

no caso de ocorrência do sinistro coberto;

• prêmio – é o pagamento efetuado pelo segurado à seguradora, ou seja, é o

custo do seguro;

• indenização – é o pagamento devido pela seguradora ao(s) beneficiário(s)

do seguro, no caso de risco coberto na ocorrência do sinistro.

O contrato de seguro tem as seguintes características ou princípios:

• nominado – porque é regulado por lei, com um padrão definido;

• adesão – porque as condições da apólice são padronizadas e aprovadas por

órgãos governamentais; assim, ao aceitar as condições, o segurado está ade-

rindo com uma margem de opção limitada;

• bilateral – porque gera obrigações para as duas partes envolvidas; o não

cumprimento de obrigações por uma das partes desobriga a outra;

• oneroso – porque implica ônus e vantagens econômicas para ambas as partes;

• aleatório – porque depende exclusivamente de um evento futuro e incerto;

• formal ou solene – porque, para sua prova, a lei obriga a formalidade, de-

terminando que o contrato seja instrumentalizado pela apólice ou pelo bilhete

de seguro; e

• da máxima boa-fé – porque o conhecimento e a mensuração do risco pelo

segurador dependem da veracidade das informações prestadas pelo segurado.

Para a efetivação do seguro é indispensável a formulação de um contrato.

Os instrumentos essenciais do contrato de seguro são:

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• proposta – é o instrumento formal da manifestação da vontade quem quer


efetivar um contrato de seguro;
• apólice – é o documento emitido pelo segurador a partir da proposta; é o
contrato de seguro propriamente dito.

Podem ser constituídos para proteção:


• pessoal – envolve a pessoa, cobrindo morte, invalidez doença grave; e
• patrimonial – diz respeito ao patrimônio, ou seja, os bens do segurado, co-
brindo danos decorrentes de acidentes, incêndios, roubo, incêndio, garantia
de obrigações contratuais e quebra de maquinário.

62. COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS

Trata-se de uma prestação de serviços voltada para o setor privado.


Entende-se por cobrança a ação de cobrar ou receber uma dívida.
As empresas podem promover a cobrança de seus títulos mercantis de várias
formas, entre as quais:
• recebimento por meio da tesouraria;
• cobrança no local do estabelecimento ou da residência do cliente (devedor),
utilizando cobradores; e a
• cobrança através de estabelecimentos bancários ou financeiros.

Cobrança bancária é a operação que consiste em o banco receber títulos e dívi-


das em favor de seus clientes cedentes, tais como: notas promissórias, duplicatas
etc., cuja cobrança o banco se encarrega, por conta dos donos das importâncias
neles consignadas.

É um produto que apresenta um dos maiores potenciais de geração de receitas

de tarifas bancárias para os bancos, também atuando como importante fidelizador

de clientes, abrindo caminho para outros negócios.

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O valor cobrado é automaticamente creditado na conta corrente do cliente em

D ou D+1, de acordo com o acertado entre o banco e o cliente.

Pode ainda, ser combinado o “float”, que é o número de dias que o banco per-

manece com os recursos do cliente antes do repasse. Esse procedimento possibilita

a isenção de cobrança da tarifa pelo serviço prestado.

A cobrança bancária é feita por meio dos bloquetos que substituem duplicatas,

notas promissórias, letras de câmbio ou recibos, e que circulam pela câmara de

compensação.

Esses bloquetos são todos emitidos com código de barras, o que permite que

eles sejam recebidos em qualquer agência bancária.

Por conta do sistema de compensação, os títulos podem ser cobrados em qual-

quer praça, se pagos:

• até o vencimento, em qualquer agência bancária;

• após o vencimento, apenas nas agências do banco emissor do boleto.

Atualmente, a cobrança é eletrônica e totalmente automatizada. Por meio do

bloqueto, os dados dos títulos a serem cobrados são passados aos bancos via com-

putador, e seu valor automaticamente creditado na conta do cedente.

Vantagens do Produto

Para o banco

• aumento de depósitos à vista, pelo crédito das liquidações;

• aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços;

• consolidação do relacionamento com o cliente;

• inexistência do risco de crédito nessa prestação de serviço.

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Para o Cliente

• capilaridade da rede bancária;

• não há necessidade de o devedor (sacado) dirigir-se a empresa para o paga-

mento;

• a empresa não precisa contratar cobradores;

• crédito imediato do título recebido, a menos que algum “float” tenha sido

negociado;

• consolidação do relacionamento com o banco;

• garantia do processo de cobrança, inclusive com o protesto do título, quando

necessário.

63. CONVÊNIOS DE ARRECADAÇÃO/PAGAMENTOS

Concessionárias de Serviços Públicos, Tributos, INSS e Folha de Pagamento

Os pagamentos envolvem a prestação de serviços pagando os compromissos

previamente definidos pelas instituições públicas e concessionárias de serviços pú-

blicos, envolvendo basicamente fornecedores e a folha de pagamento dos funcio-

nários daquelas instituições.

A arrecadação consiste no serviço de recebimento de valores das instituições

públicas e concessionárias de serviços públicos, por meio de acordos e convênios es-

pecíficos, que estabelecem as condições e a forma do repasse desses tributos/tarifas.

Os prazos que os recursos ficam retidos no banco, o fluxo dos documentos e as

formas de repasse variam conforme cada tributo/tarifa.

Os bancos por meio de seus pontos de atendimento substituem, na verdade, as

antigas coletorias; este serviço já foi o maior gerador de filas nas agências bancá-

rias, hoje isso está minimizado por conta das várias alternativas e facilidades de

pagamento que há fora das agências, por meio de:

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• terminais de auto atendimento;

• home/office banking;

• mobile banking; e

• correspondentes bancários (lotéricas e outros).

Os bancos cada vez mais aperfeiçoam a tecnologia de informática e criam mé-

todos alternativos para o recolhimento e o repasse mais ágeis deste serviço.

Vantagens do Produto

Para o Banco

• aumento de aplicações graças aos valores arrecadados, com consequente

aumento das receitas;

• atrativo para a conquista de novos clientes;

• ancoragem do cliente no banco (domicílio bancário).

Para o cliente/instituição pública:

• certeza do rigor no cumprimento das cláusulas contratuais;

• eliminação de custos administrativos;

• segurança e tranquilidade no manuseio dos valores.

Para o cliente/contribuinte:

• comodidade do recolhimento/pagamento do tributo num domicílio bancário;

• financiamento/remuneração dos recolhimentos;

• segurança dos serviços executados;

• eliminação da perda de tempo e do trabalho de pagamento em diferentes

órgãos públicos;

• possibilidade do agendamento através do débito em conta.

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64. SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas


e os procedimentos relacionados com o processamento e a liquidação de operações
de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou com ativos
financeiros e valores mobiliários. São integrantes do SPB, os serviços de compensa-
ção de cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de
crédito, de transferência de fundos e de outros ativos financeiros, de compensação
e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, de compensação e de
liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e outros,
chamados coletivamente de entidades operadoras de Infraestruturas do Mercado
Financeiro (IMF). A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei n. 12.865, os ar-
ranjos3 e as instituições de pagamento4 passaram, também, a integrar o SPB.
As infraestruturas do mercado financeiro desempenham um papel fundamental
para o sistema financeiro e a economia de uma forma geral. É importante que os mer-
cados financeiros confiem na qualidade e continuidade dos serviços prestados pelas
IMF. Seu funcionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira e condi-
ção necessária para salvaguardar os canais de transmissão da política monetária.
Para acesso à lista de sistemas em funcionamento no âmbito do Sistema de Pa-
gamentos Brasileiro acessar “Comunicados”.
Para informações detalhadas acerca de cada infraestrutura, acesse “IMF – Infra-
estruturas do Mercado Financeiro”.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB apresenta alto grau de automação,
com crescente utilização de meios eletrônicos para transferência de fundos e liqui-

dação de obrigações, em substituição aos instrumentos baseados em papel.


3 Arranjo de pagamento: conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de determinado ser-
viço de pagamento ao público aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto pelos usuários finais,
pagadores e recebedores.
4 Instituição de pagamento: pessoa jurídica não financeira que preste serviço de pagamento, tais como gerir
conta de pagamento, emitir instrumento de pagamento, credenciar para aceitação desses instrumentos,
fazer remessa de fundos e outras atividades previstas na lei.

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Até meados dos anos 90, as mudanças no SPB foram motivadas pela necessida-

de de se lidar com altas taxas de inflação e, por isso, o progresso tecnológico então

alcançado visava principalmente o aumento da velocidade de processamento das

transações financeiras.

Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil – BCB até 2002, o foco foi

redirecionado para a administração de riscos. A entrada em funcionamento do Sis-

tema de Transferência de Reservas – STR, em abril de 2002, marca o início de uma

nova fase do SPB.

O STR, operado pelo BCB, é um sistema de liquidação bruta em tempo real onde

há a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil. São participantes

do STR as instituições financeiras, as câmaras de compensação e liquidação e a

Secretaria do Tesouro Nacional.

Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em que transferências de

fundos interbancárias podem ser liquidadas em tempo real, em caráter irrevogável

e incondicional. Além disso, qualquer transferência de fundos entre as contas dos

participantes do STR passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de

recursos na conta do participante emitente da transferência. Para que haja liquidez

e consequentemente um melhor funcionamento do sistema de pagamentos no am-

biente de liquidação em tempo real, três aspectos são especialmente importantes:

• o BCB concede, às instituições financeiras participantes do STR, crédito in-

tradia na forma de operações compromissadas com títulos públicos federais,

sem custos financeiros;

• utilização pelos bancos dos saldos do recolhimentos compulsórios ao longo do

dia para fins de liquidação de obrigações, já que a verificação de cumprimen-

to é feita com base em saldos de final do dia; e

• acionamento pelo BCB de rotina para otimizar o processo de liquidação das or-

dens de transferência de fundos mantidas em filas de espera no âmbito do STR.

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Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação5 nas operações

interbancárias, com consequente redução também do risco sistêmico, isto é, o

risco de que a quebra de uma instituição financeira provoque a quebra em cadeia

de outras, no chamado “efeito dominó”. Até abril de 2002, para mitigar tal risco e

não propagar a falta de liquidez de um participante aos outros, muitas vezes o BCB

bancava operações a descoberto em conta Reservas Bancárias, o que significava

elevar o seu risco de não receber os recursos em caso de liquidação da instituição

financeira, consequentemente, provocando prejuízo para a sociedade brasileira.

Com as alterações nos procedimentos, houve significativa redução do risco de cré-

dito incorrido pelo BCB.

A reforma de 2002, entretanto, foi além dessas modificações. Para redução do

risco sistêmico, que era o objetivo maior da reforma, foram igualmente importan-

tes algumas alterações legais.

A base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi fortalecida por in-

termédio da Lei n. 10.214, de março de 2001, que, entre outras disposições, reco-

nhece a compensação multilateral e possibilita a efetiva realização de garantias no

âmbito desses sistemas mesmo no caso de insolvência civil de participante. Caso

uma entidade opere algum sistema sistemicamente importante6, é necessário que

atue como contraparte central7 e, ressalvado o risco de emissor, assegure a liqui-

dação dessas operações em seu sistema.

As entidades que atuam como contraparte central devem adotar adequados

mecanismos de proteção, dependendo do tipo de sistema e da natureza das ope-

5 Os riscos de liquidação compreendem os riscos de crédito e de liquidez, isto é, respectivamente, o risco de


perda definitiva do valor total ou parcial de uma operação e o risco de a liquidação de uma operação ocorrer
em data posterior à combinada.
6 Sistema sistemicamente importante: sistema de liquidação em que o volume ou a natureza dos negócios, a
critério do BCB, é capaz de oferecer risco à solidez e ao normal funcionamento do Sistema Financeiro Nacional.
7 Contraparte central: entidade que atua como comprador para todo vendedor e como vendedor para todo
comprador para uma série específica de contratos, por exemplo, aqueles que se executam em uma bolsa ou
bolsas particulares.

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rações cursadas em seus sistemas, e devem ser autorizadas pelo BCB. O princípio

da entrega contra pagamento é observado em todos os sistemas de compensação

e de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação em câmara de

compensação e de liquidação envolvendo moeda estrangeira, o princípio de paga-

mento contra pagamento também é observado.

Após a implantação das reformas de 2002, o Banco Central do Brasil iniciou um

projeto institucional de modernização de pagamentos de varejo. O processo ge-

rou os relatórios “Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil”, em

2005, e “Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos”, em 2010, apon-

tado ineficiências e sugerindo melhorias no mercado de pagamentos de varejo,

culminando com edição da Lei n. 12.865 em 2013.

Em decorrências das novas competências atribuídas pela referida lei, o Conse-

lho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil editaram normas disciplinando

arranjos e instituições de pagamento8 . Esse novo arcabouço normativo buscou es-

tabelecer condições mínimas para a oferta segura de serviços de pagamento, esti-

mular a competição, com a entrada de novos atores, potencializando o surgimento

de modelos mais competitivos e eficientes, criando, portanto, um ambiente mais

inclusivo e favorável a inovações em pagamentos de varejo.

O CMN estabeleceu as diretrizes a serem observadas pelo BCB na regulamenta-

ção, supervisão e vigilância e, em linha com os objetivos estabelecidos pela lei, e

direcionou as ações desta autarquia no sentido de promover a interoperabilidade,

a inovação, a solidez, a eficiência, a competição, o acesso não discriminatório aos

serviços e às infraestruturas, o atendimento às necessidades dos usuários finais e

a inclusão financeira.

Fonte: bcb.gov.br/htms/novaPaginaSPB/VisaoGeralDoSPB.asp, consulta em

13/11/2018.
8 Resoluções nº 4.282 e nº 4.283 e circulares nº 3.680, nº 3.681, nº 3.682 e nº 3.683, todas de 4 de novem-
bro de 2013, e circulares nº 3.704 e nº 3.705, ambas de 24 de abril de 2014.

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65. NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Sujeitos do Direito

Sujeitos de direito são todos os centros subjetivos de direito ou dever, ou seja,

tudo aquilo que o direito reputa apto a ser titular de direito ou devedor de prestação.

Os sujeitos de direito podem ser classificados, inicialmente, em dois tipos de

acordo com seu objeto:

• sujeito de direito humano – a pessoa física e o nascituro; e

• sujeito de direito inanimado – as pessoas jurídicas e as entidades desperso-

nalizadas.

Sujeito de Direito Personalizado ou Despersonalizado

Os sujeitos de direito, no campo do direito privado, podem ser também clas-

sificados quanto à necessidade de autorização para a prática de atos jurídicos em

sujeitos de direito personalizados e sujeitos de direito despersonalizados.

O que distingue o sujeito de direito personalizado do despersonalizado é o regi-

me, é a existência de autorização ou não para a prática de atos jurídicos.

O sujeito de direito personalizado pode praticar todos os atos jurídicos que a lei

não lhes proíbe. Qualquer pessoa pode comerciar, exceto aqueles proibidos, como,

por exemplo, o funcionário público, segundo seu estatuto; o falido, enquanto não

reabilitado etc.

O sujeito de direito despersonalizado somente pode praticar os atos jurídicos

que a lei lhes autoriza ou aqueles correspondentes à sua função essencial. O nas-

cituro e o condomínio não podem comerciar por faltar norma expressa no ordena-

mento jurídico que lhes permita esta atividade e por não ser esta atividade corres-

pondente à sua função essencial. Entretanto, o nascituro pode ser sujeito passivo

de tributos e o condomínio pode contratar e despedir empregados, ser credor da

contribuição condominial etc.

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Objetos do Direito

O objeto do direito é o bem ou a vantagem determinada pela ordem jurídica em

relação à pessoa.

A relação do direito é a garantia que a ordem jurídica estabelece para proteger

o sujeito de direito e seu objeto.

Os bens podem ser classificados em:

• móveis e imóveis;

• corpóreos e incorpóreos;

• fungíveis e infungíveis;

• consumíveis e inconsumíveis;

• divisíveis e indivisíveis;

• singulares e coletivos;

• comercializáveis ou fora do comércio;

• principais e acessórios, públicos ou particulares; e

• semoventes.

Bens Móveis

São os que podem ser transportados por movimento próprio ou removidos por

força alheia.

Por determinação de lei são:

• os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

• os direitos de obrigação e as ações respectivas; e

• os direitos de autor.

Por natureza, são as coisas corpóreas que se podem remover sem danos, por

força própria ou alheia, com exceção das que acedem aos imóveis; logo, os mate-

riais de construção, enquanto não forem nela empregados, são bens móveis.

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Bens Imóveis

São os que não podem ser transportados sem alteração de sua substância.

Por sua natureza, abrange o solo com sua superfície, os seus acessórios e ad-

jacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo

e o subsolo.

Por acessão física artificial, inclui tudo aquilo que o homem incorporar perma-

nentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções,

de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.

Por acessão intelectual, são todas as coisas móveis que o proprietário do imóvel

mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, aformosea-

mento ou comodidade (ex.: árvores, frutos, pedras e metais, aderentes ao imóvel,

são imóveis).

O que for separado, para fins humanos, para consumo das pessoas, tornam-se

móveis (ex.: são móveis por antecipação árvores convertidas em lenha).

Fato e Ato Jurídico

O fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano suscetível de produzir

efeitos jurídicos.

Os fatos jurídicos constituem gênero que inclui eventos puramente naturais (fa-

tos jurídicos em sentido restrito) e atos humanos de que derivam efeitos jurídicos,

quais sejam, atos jurídicos e atos ilícitos.

Tal a classificação adotada pelo Código Civil ao considerar que, no ato jurídico

ou lícito, o efeito jurídico deriva da vontade do agente (contratos, testamentos),

ao passo que no ato ilícito o feito independe da vontade do agente, que, ao agir

com dolo ou culpa e ocasionar dano a outrem, ocasionará efeitos jurídicos que, em

absoluto, desejou, porque sempre sujeito às sanções legais.

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O caso fortuito ou de força maior são fatos capazes de modificar os efeitos de

relações jurídicas já existentes, como também de criar novas relações de direito.

São eventualidades que, quando ocorrem, pode escusar o sujeito passivo de

uma relação jurídica pelo não cumprimento da obrigação estipulada.

É o caso, por exemplo, de uma tempestade que provoque o desabamento de uma

ponte por onde deveria passar um carregamento confiado a uma transportadora.

Diante de tal situação e da impossibilidade da continuação do itinerário, a trans-

portadora livra-se da responsabilidade pela entrega atrasada do material.

Porém, para que determinado caso fortuito ou força maior possa excluir a obri-

gação estipulada em um contrato, é necessária a observação de certas circunstân-

cias, tais como a inevitabilidade do acontecimento e a ausência de culpa das partes

envolvidas na relação afetada.

Caso não haja a presença de qualquer destes requisitos, não pode haver caso

fortuito ou força maior que justifiquem o descumprimento contratual.

O ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade do ho-

mem devidamente manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a devida partici-

pação volitiva humana.

Para que se constitua um ato jurídico, o direito brasileiro adotou a necessidade

da declaração da vontade, que pode ser expressa ou tácita.

Convém ressaltar que os efeitos jurídicos decorrentes da vontade humana são

instituídos pela norma jurídica, assim como os provenientes da ação da natureza

também o são.

Porém, no âmbito dos atos jurídicos, o caminho para a realização dos objetivos

visados pelo declarante da vontade depende da natureza ou do tipo do ato realizado.

Tal caminho terá que ser seguido na conformidade da lei ou poderá ser traçado

autonomamente pela parte interessada.

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Conforme a doutrina alemã, os atos jurídicos no sentido estrito são aqueles

decorrentes de uma vontade moldada perfeitamente pelos parâmetros legais, ou

seja, uma manifestação da vontade submissa à lei.

São atos que se caracterizam pela ausência de autonomia do interessado para

autorregular sua vontade, determinando o caminho a ser percorrido para a realiza-

ção dos objetivos perseguidos.

São considerados defeitos dos atos jurídicos:

• vícios do consentimento – erro, dolo e coação;

• vícios sociais – simulação, fraude contra credores e atos ilícitos.

66. CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO E PARTICULAR

O Código Civil Brasileiro trata do contato de forma bem extensa. Os artigos de

421 a 435 tratam das preliminares e das regras que devem ser observadas na for-

mação de contratos.

Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito cor-

respondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela

segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas ou mais

vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regu-

lamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou

extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.

Sendo um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requi-

sitos legais:

• agente capaz;

• objeto lícito; e

• forma prescrita ou não defesa em lei.

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Teoria e 300 Exercícios Gabaritados

É relativamente comum surgirem dúvidas sobre a validade ou não de contratos

realizados por instrumento particular em comparação com os contratos formaliza-

dos por instrumento público.

O contrato por instrumento público é o que é feito no cartório com testemunhas.

O particular pode ser feito em casa mesmo e depois só reconhecer firma em cartório.

A escritura pública, que reflete um contrato por instrumento público, é o ins-

trumento jurídico de declaração de vontades celebrado entre uma ou mais pessoas

perante um tabelião, que tem a responsabilidade legal e formal para a sua lavratu-

ra, pois, através de aprovação em concurso público de provas e títulos, está legal-

mente investido da fé pública outorgada pelo Poder Público competente.

A escritura pública é necessária para dar validade formal ao ato jurídico exigido

por lei e proporcionar maior segurança jurídica às pessoas que a formalizam no

cartório de tabelionato de notas do seu município.

A escritura pública pode ser feita em qualquer cartório de notas, independente

da onde esteja situado o imóvel ou de onde sejam domiciliadas as partes.

Sendo assim, caberá ao interessado decidir sobre a lavratura de uma escritura

pública ou a elaboração de um instrumento particular de compra e venda.

Para esta escolha, cabe entender a diferença entre as duas modalidades.

Instrumento Particular

O contrato particular é feito por qualquer pessoa capaz, sem qualquer inter-

venção do Poder Público, assinados pelas partes e ao menos duas testemunhas.

Sugere-se que todas as firmas sejam reconhecidas.

Escritura Pública

O instrumento público notarial é todo aquele elaborado pelo notário, investido

na função de acordo com a lei, preenchidos todos os requisitos legais, cujo objeto

seja lícito, os agentes capazes e a forma esteja prescrita em lei.

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Na elaboração de um documento público, o notário age como órgão da Adminis-

tração Pública dos interesses privados, e esse é o critério fundamental para clas-

sificarmos um documento, ou seja, o seu autor, não a pessoa que materialmente

o escreve, mas sim o sujeito a quem poderemos imputar a responsabilidade pelo

documento, ou seja, o autor é que o caracteriza como instrumento público.

Com relação à necessidade, há contratos que por lei só podem ser por instru-

mento público, como, por exemplo: compra e venda de imóveis.

Se não há necessidade legal que o documento seja por instrumento público,

normalmente ele será feito por instrumento particular.

Cabe lembrar que o público é mais confiável, fica uma cópia no cartório, e de-

pendendo do contrato pode ser que se queira mais segurança jurídica, mas por ser

muito mais caro, no dia a dia se não for obrigatório por lei usa-se o contrato por

instrumento particular.

E, para finalizar, será que um contrato dá mais garantia do que o outro? Será

que contrato por instrumento púbico é mais garantido do que o contrato por ins-

trumento particular?

Em tese, não. Ambos são vistos como acordo entre partes e válidos perante a lei.

Entretanto, quando realizado por escritura pública a chance de ocorrência de

um erro, uma anulabilidade ou nulidade, é muito menor, prevenindo-se litígios.

67. INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE


CRÉDITO

Quando qualquer pessoa se dirige a algum estabelecimento bancário com a

pretensão de obter crédito, a instituição financeira solicitará ao interessado o pre-

enchimento de um cadastro a fim de que o analista de crédito possa decidir se o

proponente, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, merece ser contemplado com

a liberação de recursos financeiros daquele banco.

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Naturalmente que o analista de crédito ou o gerente da agência bancária, ao

tomar a decisão de conceder crédito, examinou as informações contidas na ficha

cadastral para definir o quanto seria liberado, a taxa de juros que seria praticada, o

prazo para pagamento, o valor dar parcelas e as garantias que devem ser oferecidas.

O banco só libera recursos financeiros, só empresta, só financia, quando ele

acredita que de fato o cliente reúne as condições que permitem efetuar o pagamen-

to da dívida nas condições que serão pactuadas.

Mas será que o cliente entra numa agência bancária e sai com dinheiro sem a

necessidade de formalizar a operação?

Claro que não. Para que o dinheiro seja liberado, é necessário que a operação

seja formalizada. Para isso, existem os mais diversos instrumentos que servem

para a formalização das operações de crédito.

Em geral, as operações de crédito são formalizadas por meio da assinatura de

um contrato ou de um título de crédito.

Tanto os contratos como os títulos de crédito utilizados nas operações de crédito

bancário são padronizados, pré-impressos, sobrando pouquíssima ou nenhuma chan-

ce de o tomador de recursos questionar ou alterar alguma coisa. Para esses casos,

costuma-se utilizar a expressão contrato de adesão, ou seja, o tomador de recursos

adere àquelas cláusulas contratuais sem praticamente questionar coisa alguma.

O tomador de recursos, precisando do dinheiro, ou assina aquele contrato na-

quelas condições ou não conseguirá tomar o dinheiro emprestado.

Nas operações de financiamento de veículos na modalidade de Crédito Direto ao

Consumidor – CDC, a operação é formalizada por meio de um contrato.

As operações de arrendamento mercantil, as operações de leasing, são formaliza-

das por meio de um contrato firmado entre a arrendadora, que pode ser a sociedade

de arrendamento mercantil ou o banco múltiplo com carteira de leasing, e o cliente,

aquele que recebe algum bem na forma de leasing, que é chamado de arrendatário.

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Nesse contrato ficam definidos o valor do arrendamento, os encargos financei-

ros, o prazo, o valor residual garantido e valor da parcela periódica a ser paga, que

no leasing é chamada de contraprestação.

Uma operação muito comum, a de cheque especial, onde um determinado li-

mite de recursos financeiros fica disponível ao correntista sem burocracia alguma.

O cliente pode pegar o dinheiro na hora que ele quiser, pagar do jeito que puder e

quando quiser. Naturalmente que em função do valor utilizado e do tempo utilizado

incidirão juros e IOF.

O dinheiro fica à disposição do cliente. Ele não precisa falar com alguém. Na

hora que ele quiser, é só sacar na sua conta e pegar na hora que ele quiser.

Mas será que esse limite de crédito colocado na conta corrente foi liberado sem

procedimento algum? Sem formalização alguma?

Claro que não. Para o limite do cheque especial ser liberado, antes a operação

teve que ser formalizada por meio de um contato.

Quando uma empresa quer fazer uma operação de desconto de títulos, a ope-

ração é formalizada mediante a apresentação de títulos de crédito, em geral dupli-

catas, notas promissórias ou cheques pré-datados.

Nas operações de crédito rural, é muito comum serem formalizadas por meio

de títulos de crédito denominados cédula de crédito rural ou nota de crédito rural.

68. CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO E PARTICULAR

O Código Civil Brasileiro trata do contato de forma bem extensa. Os artigos de

421 a 435 tratam das preliminares e das regras que devem ser observadas na for-

mação de contratos.

Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito cor-

respondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela

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segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas ou mais

vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regu-

lamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou

extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.

Sendo um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requi-

sitos legais:

• agente capaz;

• objeto lícito; e

• forma prescrita ou não defesa em lei.

É relativamente comum surgirem dúvidas sobre a validade ou não de contratos

realizados por instrumento particular em comparação com os contratos formaliza-

dos por instrumento público.

O contrato por instrumento público é o que é feito no cartório com testemunhas.

O particular pode ser feito em casa mesmo e depois só reconhecer firma em cartório.

A escritura pública, que reflete um contrato por instrumento público, é o ins-

trumento jurídico de declaração de vontades celebrado entre uma ou mais pessoas

perante um tabelião, que tem a responsabilidade legal e formal para a sua lavratu-

ra, pois, através de aprovação em concurso público de provas e títulos, está legal-

mente investido da fé pública outorgada pelo Poder Público competente.

A escritura pública é necessária para dar validade formal ao ato jurídico exigido

por lei e proporcionar maior segurança jurídica às pessoas que a formalizam no

cartório de tabelionato de notas do seu município.

A escritura pública pode ser feita em qualquer cartório de notas, independente

da onde esteja situado o imóvel ou de onde sejam domiciliadas as partes.

Sendo assim, caberá ao interessado decidir sobre a lavratura de uma escritura

pública ou a elaboração de um instrumento particular de compra e venda.

Para esta escolha, cabe entender a diferença entre as duas modalidades.

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Instrumento Particular

O Contrato Particular é feito por qualquer pessoa capaz, sem qualquer inter-

venção do Poder Público, assinados pelas partes e ao menos duas testemunhas.

Sugere-se que todas as firmas sejam reconhecidas.

Escritura Pública

O instrumento público notarial é todo aquele elaborado pelo notário, investido

na função de acordo com a lei, preenchidos todos os requisitos legais, cujo objeto

seja lícito, os agentes capazes e a forma esteja prescrita em lei.

Na elaboração de um documento público, o notário age como órgão da adminis-

tração pública dos interesses privados, e esse é o critério fundamental para clas-

sificarmos um documento, ou seja, o seu autor, não a pessoa que materialmente

o escreve, mas sim o sujeito a quem poderemos imputar a responsabilidade pelo

documento, ou seja, o autor é que o caracteriza como instrumento público.

Com relação a necessidade têm contratos que por lei só podem ser por instru-

mento público, como por exemplo: compra e venda de imóveis.

Se não há necessidade legal que o documento seja por instrumento público,

normalmente ele será feito por instrumento particular.

Cabe lembrar que o público é mais confiável, fica uma cópia no cartório, e de-

pendendo do contrato pode ser que se queira mais segurança jurídica, mas por ser

muito mais caro, no dia a dia se não for obrigatório por lei usa-se o contrato por

instrumento particular.

E para finalizar, será que um contrato dá mais garantia do que o outro? Será

que contrato por instrumento púbico é mais garantido do que o contrato por ins-

trumento particular?

Em tese não. Ambos são vistos como acordo entre partes e válidos perante a lei.

Entretanto, quando realizado por escritura pública a chance de ocorrência de

um erro, uma anulabilidade ou nulidade, é muito menor, prevenindo-se litígios.

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69. NOTA PROMISSÓRIA

A nota promissória é uma promessa direta de pagamento emitida pelo próprio

devedor em favor do credor, que é o beneficiário.

Na nota promissória vamos encontrar apenas as figuras do emitente e do bene-

ficiário.

A nota promissória é um título de dívida líquida e certa, cuja origem não se dis-

cute, sendo, portanto, um título de crédito autônomo que vale por si só, indepen-

dentemente, e não possibilitando maiores indagações ou questionamentos quanto

à causa ou origem.

Requisitos Essenciais

São considerados requisito essenciais da nota promissória:

• a denominação “nota promissória”, inserida no próprio texto, expressa na lín-

gua empregada para a redação;

• a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

• o nome da pessoa a quem deve ser paga;

• a indicação da data em que a nota promissória foi passada;

• a assinatura do emitente ou de mandatário com poderes especiais.

A época e o lugar do pagamento e o lugar da emissão não são considerados

requisitos essenciais.

A nota promissória em que não se indica a época do pagamento será pagável à

vista. Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se

como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do

subscritor (emitente) da nota promissória. A nota promissória que não contenha

indicado o lugar onde foi passada considera-se como tendo sido no lugar designado

ao lado do nome do subscritor (emitente).

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70. DUPLICATA

A duplicata é um título genuinamente brasileiro, só existindo em nosso país. É

um título de crédito especial, regulamentado por lei própria, a Lei nº 5.474/1968 e

suas alterações.

A duplicata é um título de crédito emitido com base em transação decorrente

de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Ou seja, a duplicata se

origina da celebração de uma transação a prazo de compra e venda mercantil a ela

anterior, sendo emitida de forma facultativa pelo vendedor contra o comprador.

Relação entre Nota Fiscal, Fatura e Duplicata

• Nota fiscal – como o próprio nome diz, um documento fiscal, é comprovante

fiscal, sendo o documento obrigatório da saída de mercadoria de um esta-

belecimento industrial/comercial ou de serviços, após sua comercialização,

devendo ser emitida em toda e qualquer transação de venda mercantil;

• Fatura – documento que comprova a venda a prazo, podendo numa mesma

fatura serem incluídas várias notas fiscais;

• Duplicata – documento que espelha, que duplica, que reflete os dados da

fatura.

Características da Duplicata

A duplicata mercantil contempla duas figuras que a integram: o sacador e o sa-

cado. O sacador é o vendedor da mercadoria e deverá ser comerciante, e o sacado

é o comprador. Logo, o sacador emite a duplicata em seu favor e contra o sacado.

Podem figurar na duplicata outras duas figuras: o endossante e o avalista.

A duplicata, como título formal que é, poderá circular por meio de endosso. E

o primeiro endossante do título, como é óbvio, será o vendedor, que emite a du-

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plicata em benefício próprio contra o comprador. O endosso em preto transfere a

propriedade da duplicata.

São os seguintes os requisitos essenciais da duplicata:

• a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem;

• o número da fatura;

• a data certa do vencimento, ou a declaração de ser a duplicata à vista;

• o nome e o domicílio do vendedor e os do comprador;

• a importância a pagar, em algarismo e por extenso;

• a praça de pagamento;

• a cláusula à ordem (diferentemente dos outros títulos de crédito, a duplicata

não pode ser emitida com a cláusula não à ordem);

• campo destinado à declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obri-

gação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial;

• a assinatura do emitente.

A duplicata é um documento de emissão facultativa, que tem liquidez e certeza

e que representa um valor que poderá ser exigido por seu possuidor.

O aceite dado pelo comprador mediante sua assinatura na duplicata é uma ma-

neira de reconhecer a exatidão da mesma e a obrigação de realizar o seu pagamento.

Em certas circunstâncias poderá o comprador deixar de aceitar a duplicata:

• avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não

entregues por sua conta e risco;

• vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias,

devidamente comprovados;

• divergências nos prazos ou nos preços ajustados.

Quando o comprador se recusar a aceitar a duplicata, deve devolvê-la com uma

justificativa escrita de sua recusa.

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A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou falta de pagamento.

O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título.

O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do

prazo de 30 dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso

contra os endossantes e respectivos avalistas.

A pretensão à execução da duplicata prescreve:

• contra o sacado e respectivos avalistas, em três anos, contados da data do

vencimento do título;

• contra endossante e seus avalistas, em um ano, contado da data do protesto;

• de qualquer dos coobrigados contra os demais, em um ano, contado da data

em que haja sido efetuado o pagamento do título.

71. CHEQUE - REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO,


ENDOSSO, CRUZAMENTO

Cheque

Requisitos Essenciais

O art. 1º da Lei n. 7.357/1985 define os requisitos essenciais que o cheque deve

conter, a saber:

• a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua

em que este é redigido;

• a ordem incondicional de pagar uma determinada quantia;

• o nome do banco (sacado) que deve pagar;

• a indicação do lugar onde deve ser pago;

• local e data de emissão;

• a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como poderes es-

peciais.

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Dentro do princípio geral da Lei Uniforme, coube ao Banco Central do Brasil a

regulamentação e padronização do cheque no nosso país, acrescentando aos requi-

sitos essenciais estabelecidos pela lei os denominados elementos de padronização,

que compõem o layout padronizado do cheque.

Podemos verificar que, independentemente do banco, os campos do layout do

cheque são sempre os mesmos nas mesmas posições. A quantia a ser paga deve ser

determinada por cifra e por extenso, prevalecendo o extenso em caso de divergência.

Indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismo, pre-

valece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.

Indicada a quantia três ou mais vezes, prevalece, em caso de divergência, a

indicação da menor quantia.

O não preenchimento da quantia em algarismos não impede o pagamento do cheque.

A data de emissão compreende o dia, o mês e o ano. Não se admite o mês gra-

fado numericamente.

A assinatura do emitente pode ser constituída por chancela mecânica ou pro-

cesso equivalente.

Salvo a assinatura do emitente, todas as indicações podem ser impressas, datilo-

grafadas ou manuscritas, no todo ou em parte, não podendo conter rasura ou emenda.

Lugar de Pagamento

Diz o art. 2º da Lei Uniforme relativa ao cheque: “Na falta de indicação especial,

o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do

pagamento. Se forem indicados vários lugares ao lado do nome do sacado, o che-

que é pagável no primeiro lugar indicado.”

Na ausência destas indicações ou de qualquer outra indicação, o cheque é pagá-

vel no lugar em que o sacado tem o seu estabelecimento principal.

O cheque sem indicação do lugar de sua emissão considera-se passado no lugar

designado ao lado do nome do emitente.

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Cheque ao portador e cheque nominativo

As normas em geral tratam do cheque como sendo ao portador ou nominativo.

O cheque é considerado ao portador quando não indica o nome do beneficiário,

sendo pagável a quem o apresentar.

Todavia, o prof. Cabral, renomado professor de Conhecimentos Bancários, de-

fende a tese de que só existem dois tipos de cheques: ao portador ou à ordem.

O professor Cabral destaca que o Código Civil Brasileiro, de 2002, fala de títulos

ao portador e à ordem.

No que diz respeito ao título nominativo, a característica desse título é o que o

nome do favorecido conste em livro de registro do emitente e transferência ocorre

mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.

Todavia, a grande maioria de autores de livros e apostilas, inclusive o Carlos

Arthur Newlands Jr., o Banco Central do Brasil e as demais instituições financeiras

tratam do assunto desconsiderando esse particular apontado pelo Cabral. Ou seja,

entendem que o cheque pode ser ao portador ou nominativo.

A lei determina que o Bacen – Banco Central do Brasil – estabeleça um valor

máximo para a emissão de cheques ao portador. Acima deste valor – que desde

julho/1994 está estabelecido em R$ 100,00 – o cheque será emitido obrigatoria-

mente na forma nominativa.

No caso específico de cheque emitido por entidade pública, é obrigatória a emis-

são de cheque na forma nominativa para qualquer valor de emissão.

O cheque é nominativo quando indica o nome do beneficiário. Pode ser nomina-

tivo à ordem e nominativo não à ordem.

Nominativo à ordem é o cheque no qual é indicado o nome do beneficiário, que pode

sacá-lo ou transferir os direitos a outrem, mediante assinatura no verso (endosso).

Nominativo não à ordem é o cheque cujo beneficiário indicado para sacá-lo não

pode transferir os direitos por endosso, admitindo-se, porém, a transferência através

de cessão civil, ou seja, através de transferência de direitos registrada em cartório.

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Para tornar o cheque não à ordem, o emitente deve escrever esta expressão

logo após o nome do beneficiário, sem rasurar a expressão pré-impressa “à ordem”.

Endosso

O endosso é a forma em que o beneficiário transfere a propriedade de um che-

que nominativo à ordem, mediante assinatura no verso do documento. O endosso

pode ser feito por pessoa física maior ou emancipada ou por pessoa jurídica.

O endosso pode ser em branco ou em preto.

Endosso em branco é aquele em que o beneficiário apenas apõe sua assinatura

no verso do cheque, sem mencionar um novo beneficiário.

Até 31 de dezembro de 2007, devido à Lei da CPMF – Contribuição Provisória

sobre Movimentações Financeiras, extinta naquela data, não se admitia a transfe-

rência por endosso em branco.

Endosso em preto é aquele em que o beneficiário apõe sua assinatura no verso

do cheque, mencionando o novo beneficiário.

O endosso pode ser dispensado:

• para depósito em nome do beneficiário indicado no anverso do cheque ou do

beneficiário final indicado no verso do cheque;

• para depósito ou pagamento de compromisso em nome do emitente, no caso

de cheque nominativo ao banco no qual o emitente deve efetuar o depósito

ou o pagamento do compromisso.

Cruzamento

Para maior segurança do portador e do sacador, foi instituído o cruzamento de che-

ques, que poderá ser feito por qualquer um dos interessados: beneficiário, emitente

ou sacado (banco). O cruzamento impede o saque do cheque em espécie no guichê.

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Cruzamento de cheque é a aposição de duas linhas paralelas no anverso, tor-

nando-o pagável pelo sacado apenas a banco ou a cliente do sacado. Ressaltamos

que a Lei do Cheque não estabelece tamanho para as linhas que compõem o cru-

zamento; portanto, mesmo duas pequenas linhas paralelas no canto do anverso

(frente) do cheque já caracterizam o cruzamento.

O cruzamento pode ser em branco ou em preto, conforme explicamos a seguir:

• cruzamento em branco não contém na entrelinha o nome do banco, sendo,

portanto, pagável a qualquer banco;

• cruzamento em preto contém na entrelinha o nome do banco a que deve ser

pago, sendo, portanto, apresentável única e exclusivamente ao banco men-

cionado entre as linhas.

É vedado o acolhimento por um banco de cheque com cruzamento em preto de

outro banco.

A lei não admite a anulação do cruzamento; qualquer declaração neste sentido

não surtirá efeito algum. Admite-se a transformação do cruzamento em branco em

cruzamento em preto; entretanto, o contrário não é admitido.

A lei admite também a chamada Cláusula para ser levada em conta, que consis-

te em uma anotação no anverso do cheque, estabelecendo a finalidade para a qual

o emitente deseja que seja utilizado este cheque.

As mais comuns são “para depósito em conta-corrente”, “apenas para paga-

mento ao favorecido ou depósito em sua conta-corrente” e similares. Não é permi-

tida anulação da inscrição. A inscrição obrigatoriamente deverá ser cumprida.

O cheque contendo no anverso do título a expressão “Para ser creditado em

conta do favorecido” não pode ser transferido por endosso.

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Circulação

O cheque circula passando de mão em mão, sendo transferido a outra pessoa

quando não for ao portador, por meio de endosso.

Apresentação, Pagamento e Prescrição do Cheque

A lei determinou prazos para apresentação e prescrição do cheque. Isso tudo

para evitar que o beneficiário permanecesse com o cheque por um período indeter-

minado de tempo.

O prazo de apresentação do cheque é de 30 dias para o cheque da mesma praça

e de 60 dias para o cheque de outra praça.

Do ponto de vista legal e prático, o prazo de apresentação é aquele durante o

qual os coobrigados também respondem pelo pagamento do cheque.

Após o prazo de apresentação, dentro do prazo de prescrição, apenas os obri-

gados diretos (o emitente e seus avalistas) respondem pelo pagamento do cheque.

A prescrição cambial do cheque consiste na perda do direito do beneficiário de

executar o título em ação cambial (prescrição cambial).

No caso do cheque, a prescrição cambial também implica que o beneficiário per-

de o direito de descontar o cheque junto ao banco.

Segundo a Lei do Cheque, prescreve em seis meses após vencido o prazo de

apresentação o direito à ação cambial.

Portanto, a prescrição do cheque ocorre em:

• 30 dias mais 6 meses, para o cheque emitido na mesma praça em que deve

ser pago;

• 60 dias mais 6 meses, para o cheque emitido em praça diferente daquela em

que deve ser pago.

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Caso o cheque não mencione a praça de emissão, entende-se que foi emitido

na mesma praça.

Para a Lei do Cheque, praça equivale a município.

A morte do emitente ou a sua incapacidade posterior à emissão não invalida os

efeitos do cheque.

A figura do cheque pré-datado inexiste na Lei do Cheque; portanto, o banco

pagará o cheque na data em que este for apresentado.

Entretanto, o Judiciário consolidou jurisprudência no sentido de que o cheque

pré-datado é um contrato verbal entre o emitente e o beneficiário, e que a apresen-

tação para pagamento de um cheque pré-datado antes do dia aprazado constitui

quebra deste contrato verbal.

Em 17/02/2009, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que a apresentação de

cheque pré-datado antes da data ajustada pelas partes pode gerar dano moral. A

decisão deu origem à Súmula n. 370.

O banco tem obrigação de pagar o cheque, havendo provisão de fundos, até o

prazo de prescrição.

Entretanto, há determinadas situações em que a lei prevê ao sacado (banco) o

direito de recusar-se ao pagamento do cheque, mesmo que seja apresentado den-

tro dos prazos previstos e que tenha suficiente provisão de fundos, quais sejam:

• apresentação de cheque em que falte qualquer requisito essencial (por exem-

plo, cheque sem preenchimento do extenso ou sem assinatura);

• cheque emitido na forma que não seja a fornecida pelo sacado – como já comen-

tamos anteriormente, apenas o banco pode confeccionar o talonário de cheque:

não se admite que o correntista confeccione um cheque em casa ou “compre

modelo em papelaria”. Esta restrição não existe para os outros títulos de crédito:

a duplicata, a letra de câmbio e a nota promissória podem ser confeccionadas

pelo emitente ou preenchidas a partir de modelo comprado em papelaria;

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• dúvida quanto à autenticidade do documento ou de alguns dos seus lan-

çamentos;

• cheque mutilado, partido, rasurado ou com data suspeita;

• aviso de extravio do cheque ou do talão;

• oposição/contraordem de cheque;

• falência do titular da conta para que não possa o falido subtrair do total o va-

lor correspondente, devendo o pagamento ser feito ao sindico ou liquidatário;

• incapacidade do portador;

• assinatura divergente ou insuficiente;

• cheque com irregularidade de endosso.

Comentamos acima que um dos motivos que impede o pagamento do cheque é

a oposição.

Oposição é a solicitação feita para sustação do pagamento do cheque, por escri-

to, não cabendo ao banco sacado questionar o motivo alegado.

A oposição pode ser feita pelo emitente do cheque ou pelo portador legitimado.

Portador legitimado é qualquer pessoa que declare possuir direitos sobre o che-

que; para comprovar esta condição, é necessário e suficiente que o portador infor-

me os dados do cheque ao banco.

Caso o motivo alegado seja furto ou roubo, o solicitante deve apresentar o Bo-

letim de Ocorrência Policial.

O cancelamento da oposição somente pode ocorrer por iniciativa do próprio so-

licitante, que deve formalizar o cancelamento, por escrito, no verso do modelo da

solicitação inicial.

A diferença entre oposição/contraordem e aviso de extravio é que, no caso da

oposição, o cheque foi emitido e, no caso do aviso de extravio, o cheque foi perdido

em branco.

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Quando não existir provisão de fundos, o cheque pode ser protestado por falta

de pagamento. No caso de falta de pagamento, o protesto do cheque é necessário e

importante para que o portador assegure direito de regresso contra os endossantes

e seus respectivos avalistas.

72. GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

As instituições financeiras ao analisar suas operações levam em conta vários

fatores e, ao concluir pela viabilidade do negócio, fixa as condições em que ele será

realizado, definindo:

• valor liberado;

• prazo;

• encargos financeiros; e

• garantias.

A constituição de garantias visa gerar maior comprometimento pessoal e patri-

monial do tomador de recursos e aumentar, caso o cliente se torne insolvente, a

possibilidade de retorno do capital emprestado.

A garantia assume papel acessório à decisão de crédito, não podendo ser deter-

minante para a realização do negócio, já que sua execução é sabidamente onerosa

e demorada.

O negócio de um banco não é cobrar judicialmente seus créditos; é emprestar

bem e receber.

As garantias são previsões legais para se garantir um contrato, em regra, de

mútuo (dinheiro).

As garantias podem ser:

• pessoal ou fidejussória; e

• real.

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Garantia Pessoal (Fidejussória)

Podem ser por meio de: Aval ou Fiança.

Garantia Real

Podem ser por penhor mercantil, alienação fiduciária e hipoteca.

73. AVAL

É a garantia de pagamento do título de crédito, dada por um terceiro que se

torna responsável pelo pagamento nas mesmas condições do devedor.

Consiste na:

• declaração unilateral da vontade incondicional; e

• obrigação cambiária, que só pode ser lançada no título (ou em folha de alongue).

Tem a função de reforçar a garantia de pagamento do título no seu vencimento,

visto que o garantidor promete pagar a dívida, caso o devedor não o faça.

É garantia tipicamente cambiária; por isso, somente pode ser passado em títu-

los de crédito, não sendo válido em contrato.

O avalista assume uma obrigação autônoma e solidária, sem relevância a data

em que foi dado.

O aval após o vencimento do título produz idênticos efeitos.

O caráter de solidariedade é próprio do aval; assim, vencido o título, o credor

pode cobrar indistintamente do devedor ou do avalista.

No aval, há três figuras distintas:

• avalista – aquele que se obriga a cumprir a obrigação, caso o devedor não

o faça;

• avalizado – é o devedor principal da obrigação originária do aval;

• beneficiário - o credor.

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O aval pode ser das seguintes espécies:

• em preto – aponta o avalizado. Exemplo: por aval a Antônio Pontes.

• em branco – a regra é que será em favor do devedor principal.

Segundo a regra geral, contida no art. 897, parágrafo único, do Código Civil

Brasileiro, o aval parcial é vedado. Todavia, é possível haver exceções, desde que

haja previsão na legislação especial.

Dessa forma, como há lei específica tratando do cheque, da nota promissória e

da letra de câmbio, o aval parcial é admitido nesses títulos de crédito.

O avalista é responsável da “mesma maneira” que a pessoa por ele avalizada,

a saber:

• a natureza da obrigação do avalista é a mesma da do avalizado, mas o ava-

lista não toma o lugar do avalizado;

• a responsabilidade subsiste, ainda que obrigação do avalizado seja nula por

qualquer razão (a menos que a nulidade decorra de vício de forma);

• o avalista é devedor solidário cambiário.

O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. Para a validade

do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.

Para cancelar o aval, basta riscá-lo, apagá-lo ou sobrescrever expressões como

“cancelado”, “não vale” etc. Considera-se não escrito o aval cancelado.

Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação

regular.

No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. No

caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da qui-

tação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.

O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emi-

tente ou devedor final.

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Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e de-

mais coobrigados anteriores.

É anulável o aval sem a outorga conjugal (marido ou consorte), exceto no regi-

me de casamento de separação absoluta de bens.

74. FIANÇA

É uma obrigação escrita, firmada em contrato por meio do qual alguém, chama-

do fiador, garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso

este não a cumpra.

Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra

a sua vontade.

As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, nesse caso, não

será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal

devedor.

Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida prin-

cipal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.

A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em con-

dições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa

que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.

As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar

apenas de incapacidade pessoal do devedor.

A exceção acima mencionada não abrange o caso de mútuo feito a menor.

O credor não pode ser obrigado a aceitar fiador se ele não for pessoa idônea,

domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança e não possua bens sufi-

cientes para cumprir a obrigação.

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Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja

substituído.

É um contrato acessório, pois, para a sua existência, pressupõe a existência de

um contrato principal, da qual é a garantia do credor.

Só existe até o limite estabelecido e somente pode ser cobrado caso o devedor

não pague a dívida afiançada.

Na fiança, há três figuras distintas:

• fiador – aquele que se obriga a cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça;

• afiançado – é o devedor principal da obrigação originária da fiança;

• beneficiário – o credor.

Quando o fiador for pessoa física casada, a fiança só é válida com a participação

dos dois cônjuges, exceto no regime de casamento de separação absoluta de bens.

Trata-se de garantia acessória.

É uma obrigação subsidiária, pois, devido ao seu caráter acessório, o fiador só

se obrigará se o devedor principal ou afiançado não cumprir a prestação devida, a

menos que se tenha estipulado solidariedade.

É unilateral, pois gera obrigações para o fiador, em relação ao credor, que só

terá vantagem não assumindo nenhum compromisso em relação ao fiador.

É dado somente em contratos – nunca em cambiais.

É retratável, ou seja, o fiador poderá exonerar-se da obrigação a todo tempo se

a fiança tiver duração ilimitada, mas ficará obrigado por todos os efeitos da fiança,

anteriores ao ato amigável ou à sentença que o exonerar.

Goza do “benefício de ordem”, ou seja, antes de ser cobrada a dívida do fiador,

deve ser cobrada do devedor.

O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a con-

testação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.

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O fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do devedor, situados

no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.

Não aproveita o benefício da ordem o fiador:

• se ele o renunciou expressamente deste benefício;

• se ele se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;

• se o devedor for insolvente, ou falido.

A fiança não admite interpretação extensiva, de modo que o fiador só responde-

rá pelo que estiver expresso no instrumento da fiança e, se alguma dúvida houver,

será ela solucionada em favor do fiador.

Quando houver pluralidade de fiadores, há responsabilidade solidária entre os

cofiadores entre si, ou seja, os fiadores respondem proporcionalmente, em partes

iguais, pela dívida, salvo se declararam o benefício de divisão.

Nesse caso, cada um dos fiadores responderá pela sua parte que foi estipulada

quando o benefício da divisão foi definido.

Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua respon-

sabilidade, caso em que não será por mais obrigado.

O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do cre-

dor, mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota.

A parte do fiador insolvente, se houver, será distribuída entre os outros fiadores.

O devedor responde também perante o fiador por todas as perdas e danos que

este pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.

O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipulada na obrigação

principal, e, não havendo taxa convencionada, aos juros legais da mora.

Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o deve-

dor, poderá o fiador promover-lhe o andamento.

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O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tem-

po, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante

sessenta dias após a notificação do credor.

A obrigação do fiador passa aos herdeiros, mas a responsabilidade da fiança se

limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças

da herança.

A fiança será extinta, ou seja, o fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:

• se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;

• se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e pre-

ferências;

• se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor

objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a

perdê-lo por evicção.

Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair

em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele

indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.

75. PENHOR

A regra geral diz que se constitui o penhor pela transferência efetiva da posse

que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou

alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.

É o contrato segundo o qual uma pessoa dá a outra coisa móvel, por vínculo

real, em garantia do cumprimento de obrigação.

O credor pignoratício tem direito:

• à posse da coisa empenhada;

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• à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas,

que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa sua;

• ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada;

• a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expres-

samente o contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração;

• a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;

• a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre

que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore,

devendo o preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode impedir a

venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea.

O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada, ou uma

parte dela, antes de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do

proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa

empenhada, suficiente para o pagamento do credor.

O credor pignoratício é obrigado:

• à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou dete-

rioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a con-

corrente quantia, a importância da responsabilidade;

• à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das cir-

cunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória;

• a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar nas despesas de guarda e

conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;

• a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida;

• a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso de exe-

cução judicial.

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Extingue-se o penhor:

• extinguindo-se a obrigação;

• perecendo a coisa;

• renunciando o credor;

• confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;

• dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada,

feita pelo credor ou por ele autorizada.

Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particular do pe-

nhor sem reserva de preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando

anuir à sua substituição por outra garantia.

Operando-se a confusão tão somente quanto a parte da dívida pignoratícia, sub-

sistirá inteiro o penhor quanto ao resto.

Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do re-

gistro, à vista da respectiva prova.

Podem ser objeto de penhor mercantil coisas móveis, corpóreas ou incorpóreas,

fungíveis ou infungíveis, passíveis de alienação, os direitos suscetíveis de cessão,

sobre coisas móveis e os títulos de crédito.

Os contratos de penhor declararão, sob pena de não terem eficácia:

• o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;

• o prazo fixado para pagamento;

• a taxa dos juros, se houver;

• o bem dado em garantia com as suas especificações.

A pessoa que oferece o objeto em penhor tem o nome de dador ou devedor e a

que a recebe é denominada credor pignoratício.

O dador pode ser o próprio devedor ou um terceiro por ele.

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A regra no penhor é que o bem empenhado fique na posse do credor, havendo

exceções, visto que no penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas

empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

O penhor pressupõe uma obrigação principal, cujo cumprimento é garantido

pela coisa oferecida ao credor pelo devedor.

No que diz respeito ao penhor, podemos resumir assim:

• é o contrato acessório e formal;

• é direito real de garantia;

• recai sobre coisa móvel (em regra), do devedor ou terceiro;

• o devedor oferece um móvel ao credor;

• há entrega efetiva da coisa ao credor (em regra);

• o credor é chamado de credor pignoratício.

Penhor Rural

Envolve bens móveis utilizados na atividade rural.

Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor rural, o deve-

dor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determi-

nada em lei especial.

O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem ser convencionados por pra-

zos superiores aos das obrigações garantidas.

Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os

bens que a constituem.

A prorrogação deve ser averbada à margem do registro respectivo, mediante

requerimento do credor e do devedor.

Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá constituir-se indepen-

dentemente da anuência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de

preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser executada.

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Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionan-

do-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Penhor Agrícola

Podem ser objeto de penhor agrícola:

• máquinas e instrumentos de agricultura;

• colheitas pendentes, ou em via de formação;

• frutos acondicionados ou armazenados;

• lenha cortada e carvão vegetal;

• animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.

O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, ou em via de formação,

abrange a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que

se deu em garantia.

Se o credor não financiar a nova safra, poderá o devedor constituir com outrem

novo penhor, em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor

terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na

colheita seguinte.

Penhor Pecuário

Podem ser objeto de penhor pecuário os animais que integram a atividade pas-

toril, agrícola ou de lacticínios.

O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimen-

to, por escrito, do credor.

Quando o devedor pretende alienar o gado empenhado ou, por negligência,

ameace prejudicar o credor, poderá este requerer que se depositem os animais sob

a guarda de terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato.

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Os animais da mesma espécie, comprados para substituir os mortos, ficam sub-

-rogados no penhor.

Presume-se a substituição acima prevista, mas não terá eficácia contra terceiros, se

não constar de menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.

Penhor Industrial e Mercantil

Podem ser objeto de penhor:

• máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamen-

to, com os acessórios ou sem eles;

• animais, utilizados na indústria;

• sal e bens destinados à exploração das salinas;

• produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e

derivados;

• matérias-primas e produtos industrializados.

Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou

mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédi-

to, na forma e para os fins que a lei especial determinar.

O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as

coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor. O devedor que,

anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas deverá repor outros bens da mes-

ma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.

Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionan-

do-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

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Penhor de Direitos e Títulos de Crédito

Podem ser objeto de penhor direitos, suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis.

O titular de direito empenhado deverá entregar ao credor pignoratício os documen-

tos comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los.

O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado ao devedor; por

notificado tem que o devedor, em instrumento público ou particular, declarar-se

ciente da existência do penhor.

O credor pignoratício deve praticar os atos necessários à conservação e defesa

do direito empenhado e cobrar os juros e mais prestações acessórias compreendi-

das na garantia.

Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito empenhado, assim que se torne

exigível. Se este consistir numa prestação pecuniária, depositará a importância

recebida, de acordo com o devedor pignoratício, ou onde o juiz determinar; se con-

sistir na entrega da coisa, nesta se sub-rogará o penhor.

Estando vencido o crédito pignoratício, tem o credor direito a reter, da quantia

recebida, o que lhe é devido, restituindo o restante ao devedor; ou a excutir a coisa

a ele entregue.

Se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, só ao credor pignoratício,

cujo direito prefira aos demais, o devedor deve pagar; responde por perdas e danos

aos demais credores o credor preferente que, notificado por qualquer um deles,

não promover oportunamente a cobrança.

O titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento com a anuência,

por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se extinguirá.

O penhor, que recai sobre título de crédito, constitui-se mediante instrumento

público ou particular ou endosso pignoratício, com a tradição do título ao credor,

regendo-se pelas Disposições Gerais deste Título.

Ao credor, em penhor de título de crédito, compete o direito de:

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• conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha;

• usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus direitos, e os do

credor do título empenhado;

• fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, enquanto

durar o penhor;

• receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros, se

exigíveis, restituindo o título ao devedor, quando este solver a obrigação.

O devedor do título empenhado que receber a intimação acima prevista, ou se

der por ciente do penhor, não poderá pagar ao seu credor. Se o fizer, responderá

solidariamente por este, por perdas e danos, perante o credor pignoratício.

Se o credor der quitação ao devedor do título empenhado, deverá saldar ime-

diatamente a dívida, em cuja garantia se constituiu o penhor.

Penhor de Veículos

Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de

transporte ou condução.

Constitui-se o penhor de veículos e o artigo antecedente, mediante instrumento

público ou particular, registrado no cartório de títulos e documentos do domicílio do

devedor, e anotado no certificado de propriedade.

Prometendo pagar em dinheiro a dívida garantida com o penhor, poderá o deve-

dor emitir cédula de crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.

Não se fará o penhor de veículos sem que estejam previamente segurados con-

tra furto, avaria, perecimento e danos causados a terceiros.

Tem o credor direito a verificar o estado do veículo empenhado, inspecionando-

-o onde se achar, por si ou por pessoa que credenciar.

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A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado sem prévia comunicação ao


credor importa no vencimento antecipado do crédito pignoratício.
O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de dois anos,
prorrogável até o limite de igual tempo, averbada a prorrogação à margem do re-
gistro respectivo.
O penhor tradicional (ou penhor comum), o penhor de direitos e títulos de crédi-
to e o penhor de veículos devem ser registrados no cartório de títulos e documentos.
O penhor rural, industrial e mercantil devem ser registrados no cartório de regis-
tro de imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.

76. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

A alienação fiduciária em garantia é o contrato pelo qual o devedor, ou fiducian-


te, como garantia de uma dívida, pactua a transferência da propriedade fiduciária
do bem móvel ou imóvel ao credor, ou fiduciário, sob condição resolutiva expressa.
A alienação fiduciária em garantia não tem por finalidade precípua a transmis-
são da propriedade, embora esta seja de sua natureza.
A transferência do domínio do bem ao credor não é o objetivo das partes, mas
um meio de garantir o credor contra a inadimplência do devedor. Por isso, ressalta
sua natureza de contrato acessório.
Possui as seguintes características:
• é um contrato acessório e formal;
• recai sobre bens móveis ou imóveis, o mútuo, ou o parcelamento de débitos
previdenciários;
• credor passa a ser proprietário e possuidor indireto ou mediato da coisa;
• devedor fica com a posse direta ou imediata (usuário e depositário); e
• trata-se de uma propriedade limitada, que só serve para os fins previstos na
lei; e resolúvel, pois retorna automaticamente para o devedor fiduciante, no

momento em que for paga a última prestação.

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É considerada uma garantia real sui generis, porque não se exerce sobre coisa

alheia, mas sobre coisa própria, ou seja, o financiado, ou devedor fiduciante, dá em

alienação um bem móvel ou imóvel ao credor fiduciário, que se torna proprietário

e possuidor indireto da coisa, ficando o devedor fiduciante com a posse direta, na

qualidade de usuário e depositário.

Essa transferência, porém, é apenas em garantia, tornando-se sem efeito, au-

tomaticamente, logo que a última prestação é paga. Essa é a condição resolutiva

expressa.

O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá:

• o total da dívida, ou sua estimativa;

• o prazo, ou a época do pagamento;

• a taxa de juros, se houver; e

• a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensá-

veis à sua identificação.

No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas me-

diante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa

a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qual-

quer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário

prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu cré-

dito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver,

com a devida prestação de contas.

Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o crédito do proprietário

fiduciário e despesas, na forma do parágrafo anterior, o devedor continuará pesso-

almente obrigado a pagar o saldo devedor apurado.

É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alie-

nada em garantia, se a dívida não for paga no seu vencimento.

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Após o vencimento e ultrapassado o eventual prazo de carência concedido em

contrato, ocorre a constituição em mora do fiduciante, de modo que ele é notifica-

do para pagar em 15 dias todos os valores, juros, penalidades, encargos, tributos,

condomínios e despesas de cobrança.

A notificação é realizada através do Oficial de Registro de Imóveis, que poderá

delegar a atribuição ao Oficial de Registro de Títulos e Documentos da comarca da

situação do imóvel ou do domicílio do notificado. De forma que o próprio oficial do

cartório (de registro de imóveis ou de títulos e documentos) vai “notificar” o deve-

dor do pagamento da dívida.

A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor, deverá, para fins pro-

batórios, constar do Certificado de Registro de Veículos.

77. HIPOTECA

É um direito real de garantia, ou seja, a garantia recai sobre os imóveis, de pro-

priedade do devedor ou de terceiros.

O devedor oferece um bem imóvel (em regra) seu ou de terceiros.

Podem ser objeto de hipoteca:

• os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;

• o domínio direto;

• o domínio útil;

• as estradas de ferro;

• os recursos naturais (jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais

de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos

por leis especiais), independentemente do solo onde se acham;

• os navios;

• as aeronaves;

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• o direito de uso especial para fins de moradia;

• o direito real de uso; e

• a propriedade superficiária.

A regra geral, é que na hipoteca os bens dados em garantia sejam imóveis.

Todavia, como já vimos, há bens que se movem, mas que podem ser objeto de

hipoteca:

• os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles (tratores, máquinas agrí-

colas e demais acessórios);

• navios;

• aeronaves; e

• as locomotivas e os vagões que circulam nas estradas de ferro.

A hipoteca dos navios e das aeronaves são regidas pelo disposto em lei especial.

A hipoteca é feita mediante contrato acessório e formal, abrangendo todas as

acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.

Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca,

sobre o mesmo imóvel.

A coisa hipotecada permanece com o devedor.

O credor é chamado de credor hipotecário.

Os contratos de hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia:

• o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;

• o prazo fixado para pagamento;

• a taxa dos juros, se houver;

• o bem dado em garantia com as suas especificações.

A dívida considera-se vencida:

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• se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar

a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;

• se o devedor cair em insolvência ou falir;

• se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se

achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da presta-

ção atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata;

• se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído;

• se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a

parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor.

Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na in-

denização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem

assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso.

É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. Todavia,

pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado.

O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante

novo título, em favor do mesmo ou de outro credor.

Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora

vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira.

Em regra, exige-se escritura pública.

Deverá ser registrada no cartório de registro de imóveis do lugar do imóvel, ou

no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.

A hipoteca extingue-se:

• pela extinção da obrigação principal;

• pelo perecimento da coisa;

• pela resolução da propriedade;

• pela renúncia do credor;

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• pela remição;

• pela arrematação ou adjudicação.

Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do can-

celamento do registro, à vista da respectiva prova.

Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação ou adjudica-

ção, sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipo-

tecários, que não forem de qualquer modo partes na execução.

1. Contratos por Instrumento Público e Particular

O Código Civil Brasileiro trata do contato de forma bem extensa. Os artigos de

421 a 435 tratam das preliminares e das regras que devem ser observadas na for-

mação de contratos.

Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito cor-

respondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela

segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas ou mais

vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regu-

lamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou

extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.

Sendo um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requi-

sitos legais:

• agente capaz;

• objeto lícito; e

• forma prescrita ou não defesa em lei.

É relativamente comum surgirem dúvidas sobre a validade ou não de contratos

realizados por instrumento particular em comparação com os contratos formaliza-

dos por instrumento público.

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O contrato por instrumento público é o que é feito no cartório com testemunhas.

O particular pode ser feito em casa mesmo e depois só reconhecer firma em cartório.

A escritura pública, que reflete um contrato por instrumento público, é o ins-

trumento jurídico de declaração de vontades celebrado entre uma ou mais pessoas

perante um tabelião, que tem a responsabilidade legal e formal para a sua lavratu-

ra, pois, através de aprovação em concurso público de provas e títulos, está legal-

mente investido da fé pública outorgada pelo Poder Público competente.

A escritura pública é necessária para dar validade formal ao ato jurídico exigido

por lei e proporcionar maior segurança jurídica às pessoas que a formalizam no

cartório de tabelionato de notas do seu município.

A escritura pública pode ser feita em qualquer cartório de notas, independente

da onde esteja situado o imóvel ou de onde sejam domiciliadas as partes.

Sendo assim, caberá ao interessado decidir sobre a lavratura de uma escritura

pública ou a elaboração de um instrumento particular de compra e venda.

Para esta escolha, cabe entender a diferença entre as duas modalidades.

Instrumento Particular

O contrato particular é feito por qualquer pessoa capaz, sem qualquer inter-

venção do Poder Público, assinados pelas partes e ao menos duas testemunhas.

Sugere-se que todas as firmas sejam reconhecidas.

Escritura Pública

O instrumento público notarial é todo aquele elaborado pelo notário, investido

na função de acordo com a lei, preenchidos todos os requisitos legais, cujo objeto

seja lícito, os agentes capazes e a forma esteja prescrita em lei.

Na elaboração de um documento público, o notário age como órgão da Adminis-

tração Pública dos interesses privados, e esse é o critério fundamental para clas-

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sificarmos um documento, ou seja, o seu autor, não a pessoa que materialmente

o escreve, mas sim o sujeito a quem poderemos imputar a responsabilidade pelo

documento, ou seja, o autor é que o caracteriza como instrumento público.

Com relação à necessidade, há contratos que, por lei, só podem ser por instru-

mento público, como, por exemplo: compra e venda de imóveis.

Se não há necessidade legal que o documento seja por instrumento público,

normalmente ele será feito por instrumento particular.

Cabe lembrar que o público é mais confiável, fica uma cópia no cartório, e de-

pendendo do contrato pode ser que se queira mais segurança jurídica, mas, por ser

muito mais caro, no dia a dia, se não for obrigatório por lei, usa-se o contrato por

instrumento particular.

E, para finalizar, será que um contrato dá mais garantia do que o outro? Será

que contrato por instrumento púbico é mais garantido do que o contrato por ins-

trumento particular?

Em tese, não. Ambos são vistos como acordo entre partes e válidos perante a lei.

Entretanto, quando realizado por escritura pública, a chance de ocorrência de

um erro, uma anulabilidade ou nulidade, é muito menor, prevenindo-se litígios.

Quando qualquer pessoa se dirige a algum estabelecimento bancário com a pre-

tensão de obter crédito, a instituição financeira solicitará ao interessado o preen-

chimento de um cadastro para o analista de crédito possa decidir se o proponente,

seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, merece ser contemplado com a liberação

de recursos financeiros daquele banco.

Naturalmente que o analista de crédito ou o gerente da agência bancária, ao

tomar a decisão de conceder crédito, examinou as informações contidas na ficha

cadastral para definir o quanto seria liberado, a taxa de juros que seria praticada, o

prazo para pagamento, o valor dar parcelas e as garantias que devem ser oferecidas.

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O banco só libera recursos financeiros, só empresta, só financia, quando ele

acredita que de fato o cliente reúne as condições que permitem efetuar o pagamen-

to da dívida nas condições pactuadas.

Mas será que o cliente entra numa agência bancária e sai com dinheiro sem a

necessidade de formalizar a operação?

Claro que não. Para que o dinheiro seja liberado, é necessário que a operação

seja formalizada. Para isso, existem os mais diversos instrumentos que servem

para a formalização das operações de crédito.

Em geral, as operações de crédito são formalizadas por meio da assinatura de

um contrato ou de um título de crédito.

Tanto os contratos como os títulos de crédito utilizados nas operações de crédi-

to bancário são padronizados, pré-impressos, sobrando pouquíssima ou nenhuma

chance de o tomador de recursos questionar ou alterar alguma coisa. Para esses ca-

sos costuma-se utilizar a expressão contrato de adesão, ou seja, o tomador de recur-

sos adere àquelas cláusulas contratuais sem praticamente questionar coisa alguma.

O tomador de recursos, precisando do dinheiro, ou assina aquele contrato na-

quelas condições ou não conseguira tomar o dinheiro emprestado.

Nas operações de financiamento de veículos na modalidade de Crédito Direto ao

Consumidor – CDC, a operação é formalizada por meio de um contrato.

As operações de arrendamento mercantil, as operações de leasing, são formali-

zadas pela sociedade de arrendamento mercantil ou banco múltiplo com carteira de

leasing, denominado de arrendador, e o cliente, aquele que recebe algum bem na

forma de leasing, que é chamado de arrendatário. Nesse contrato ficam definidos o

valor do arrendamento, os encargos financeiros, o prazo, o valor residual garantido

e valor da parcela periódica, que no leasing é chamada de contraprestação.

Uma operação muito comum, a de cheque especial, um determinado limite de

recursos financeiros fica disponível ao correntista sem burocracia alguma. O cliente

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pode pegar o dinheiro na hora que ele quiser, pagar do jeito que puder e quando

quiser. Naturalmente que em função do valor utilizado e do tempo utilizado incidi-

rão juros e IOF.

O dinheiro fica à disposição do cliente. Ele não precisa falar com alguém. Na

hora que ele quiser é só sacar na sua conta e pegar na hora que ele quiser.

Mas será que esse limite de crédito colocado na conta corrente foi liberado sem

procedimento algum? Sem formalização alguma?

Claro que não. Para o limite do cheque especial ser liberado, antes a operação

teve que ser formalizada por meio de um contato.

Quando uma empresa quer fazer uma operação de desconto de títulos, a ope-

ração é formalizada mediante a apresentação de títulos de crédito, em geral dupli-

catas, notas promissórias ou cheques pré-datados.

Nas operações de crédito rural, é muito comum serem formalizadas por meio

de títulos de crédito denominados cédula de crédito rural ou nota de crédito rural.

EXERCÍCIOS

(BRB/CESPE/2011) Considerando as possibilidades de operações de crédito em

uma pequena empresa, julgue os itens a seguir.

301. A referida empresa poderá oferecer aos seus clientes pessoas naturais o cré-

dito direto ao consumidor com interveniência provido pelo BRB, para que eles ad-

quiram os seus produtos.

302. A conta garantida é modalidade de linha de crédito adequada para cobrir even-

tuais deficiências do fluxo de caixa dessa empresa.

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303. A melhor opção de financiamento para aquisição de uma máquina com longo

prazo para pagar seria o desconto de duplicatas.

(BASA/CESPE/2012) Com referência aos aspectos diversos do SFN e às opções di-

versas de crédito disponíveis no âmbito desse sistema, julgue os itens seguintes.

304. Uma das diferenças entre os financiamentos de capital de giro e os financiamen-

tos de capital fixo é que, nestes, o contrato, em geral, é de médio prazo, enquanto,

naqueles, é de prazo maior.

305. Na operação de crédito direto ao consumidor entre uma financeira e seus clien-

tes, o bem adquirido serve como garantia da operação, quando possível, ficando

vinculado à financeira pela alienação fiduciária. Trata-se de um contrato sem amor-

tização obrigatória, no qual a posse direta do bem permanece com o cliente.

306. Desconto bancário é o contrato em que um estabelecimento bancário antecipa

ao empresário ou à sociedade empresária o valor de um crédito contra terceiro,

crédito este representado por título de crédito acrescido em seu valor de face por

juros pertinentes ao período compreendido entre a antecipação do crédito e o ven-

cimento do título.

(BASA/CESPE/2007) Os bancos são instituições empresárias que têm por finalidade

a mobilização do crédito mediante o recebimento, em depósitos, de capitais de ter-

ceiros, que são as operações bancárias passivas, isto é, as fontes de recursos dos

bancos. Por outro lado, os empréstimos são as operações bancárias ativas, ou seja,

as aplicações dos recursos dos bancos. Além dessas operações (ativas e passivas),

há operações acessórias, ou seja, aquelas em que o banco não está emprestando

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nem recebendo dinheiro, mas prestando serviços diversos, tais como recebimentos

de contas de luz, água, tributos, condomínios, transferindo dinheiro de pessoas

para pessoas, cofres de alugueres, custódia de valores etc. Nessas operações, o

banco ganha, principalmente, em tarifas. Acerca das operações e produtos bancá-

rios, julgue os itens subsequentes.

307. São operações passivas bancárias: RDB, CDB e cheque especial.

308. Nas operações de crédito rural, as garantias reais podem ser hipotecárias (hi-

potecas) ou pignoratícias (penhores), não se podendo acumular as duas garantias

em um só contrato.

309. O CDC é um financiamento para aquisição de bens e serviços, não servindo o

próprio bem adquirido como garantia da operação.

310. O desconto bancário, operação tipicamente ativa para o banco, é o contrato

pelo qual o banco antecipa ao cliente o valor de um crédito contra terceiro.

(BASA/CESPE/2010) Acerca de crédito bancário, julgue os itens seguintes.

311. As operações de crédito, sob o ponto de vista do banco, são denominadas ope-

rações ativas.

312. As contas garantidas assemelham-se em funcionamento ao cheque especial e

destinam-se, prioritariamente, às empresas (pessoas jurídicas).

313. O desconto de títulos é uma modalidade de empréstimo bancário em que é fei-

ta uma antecipação de recursos aos quais o cliente do banco apenas iria ter acesso

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em data futura, recursos esses provenientes da liquidação de títulos de crédito cujo

credor/beneficiário é esse cliente.

314. No desconto de duplicatas, se o sacado não pagar, o banco não pode requerer

de volta o dinheiro antecipado ao seu clientes, isto é, não há direito de regresso.

315. O crédito direto ao consumidor é uma modalidade destinada exclusivamente à

compra de bens imóveis comerciais e residenciais, e seus principais clientes são as

pessoas físicas.

316. (BANESE/CESPE/2004) Descontos são operações passivas, tendo por base du-

plicatas e notas promissórias, transferidas por endosso para o banco, em geral com

aval de seus emitentes ou beneficiários.

(BANESE/CESPE/2002/TRAINEE) Uma determinada empresa desconta um título

de R$ 70.000,00 junto a um banco, em data 46 dias anterior à de seu vencimen-

to. Na operação, é cobrada taxa de desconto de 2,7% ao mês, e o IOF incidente

sobre a operação é de 0,0041%. O banco cobra ainda taxa de abertura de crédito

de 6,0% sobre o valor nominal do título no ato da liberação dos recursos. Consi-

derando a legislação vigente no Brasil, julgue os itens que se seguem, relativos à

situação apresentada.

317. Não deveria haver incidência de IOF, mas de ISS sobre esse tipo de operação.

318. A cobrança de taxa de abertura de crédito nessa operação contraria as normas

do BACEN.

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(PF-PERITO/CESPE/2018) Tendo em vista que estudos do Banco Central do Brasil,

com base em dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financei-

ro e de Capitais (ANBIMA), revelaram que, em 2017, as 277 empresas brasileiras

que obtiveram recursos no mercado de capitais tiveram custos menores que aque-

las que se financiaram por meio dos canais tradicionais de crédito bancário, julgue

os próximos itens, relativos aos instrumentos de captação de recursos disponíveis

no mercado de crédito e no mercado de capitais para as empresas brasileiras.

319. No desconto de títulos — empréstimo mediante a garantia de um título repre-

sentativo de crédito futuro —, o valor liberado ao tomador do crédito será igual à

soma dos valores nominais dos títulos cujos direitos estiverem sendo cedidos à

instituição financeira responsável pela concessão do empréstimo.

320. Uma forma de obtenção de crédito bancário pelas empresas é a conta garan-

tida, caso em que a liberação dos recursos está condicionada ao oferecimento de

garantias pelo tomador do crédito.

(BB/CESPE/2007) Com a melhoria do cenário econômico do Brasil e as constan-

tes reduções da taxa básica de juros, as aplicações em títulos públicos se tornam

menos atraentes. Diante disso os bancos trabalham para aumentar sua participa-

ção nas operações de crédito. O BB registrou lucro líquido de R$ 6,044 bilhões em

2006, valor 45,5% superior ao observado no ano anterior. O resultado foi influen-

ciado, sobretudo, pelo crescimento de 30,8% da carteira de crédito, que superou o

desempenho da indústria financeira; e pelo incremento das receitas de prestação

de serviços em 16,2% contra a expansão de apenas 4,6% das despesas adminis-

trativas. Banco do Brasil Balanço 2006. Acerca das operações de crédito, julgue os

itens seguintes.

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321. Cobrança e pagamento de títulos e carnês é a operação de cobrança realiza-

da pelos bancos em geral, de títulos c carnês emitidos por empresas-clientes. Os

bancos cobram pelos serviços executados uma comissão em percentual ou fixa por

documento. Os bancos, na qualidade de mandatários, passam a ter a propriedade

dos títulos e carnês.

322. Na operação de desconto de títulos, uma das vantagens para o cliente é que,

por meio dessa operação, ele pode antecipar o seu fluxo de caixa, antecipando o

recebimento do titulo. Caso o devedor não pague o título no vencimento, em função

do direito de regresso, o cliente não é responsável pelos encargos como multa e

juros de mora.

(CAIXA/CESPE/2006) Uma das formas de um banco liberar créditos é usar contas

garantidas, cheques especiais e contratos de crédito rotativo. Acerca desse tema,

julgue os itens subsequentes.

323. Contrato de crédito rotativo é o contrato no qual há a obrigação de amortização

durante o pagamento dos juros, que são cobrados mensalmente.

324. A conta garantida é um empréstimo associado à conta corrente, que pode ser

utilizado pelo cliente, sempre que este necessitar. Nesse caso, não se exige que o

empréstimo seja de contrato de crédito rotativo nem que a conta seja especial.

325. Cheque especial é um contrato de abertura de crédito exclusivo para pessoas

físicas, pelo qual o banco põe certa quantia de dinheiro à disposição do cliente, que

pode ou não se utilizar desses recursos, pagando juros e encargos somente se lan-

çar mão do crédito.

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326. O banco só pode conceder limite de cheque especial se o contrato for do tipo

contrato de crédito rotativo.

327. A conta garantida tem como garantias, em regra, nota promissória com aval,

penhor de títulos de crédito, hipoteca ou alienação fiduciária, a critério da institui-

ção financeira.

(BB/CESPE/2011/CERTIFICAÇÃO INTERNA) Com relação a contratos em espécie

e negócios jurídicos a que correspondem esses contratos, julgue os itens a seguir.

328. O contrato de abertura de crédito distingue-se do contrato de mútuo propria-

mente dito, porque, neste último, o banco entrega o dinheiro ao cliente, que se torna

de imediato seu titular, e, naquele, há a outorga do direito de utilização do crédito.

329. Aprovado o pedido de empréstimo bancário, com o exame da ficha cadastral e

da situação patrimonial do requerente, o banco libera o objeto do mútuo, que pode

ser dinheiro, ações ou outra coisa móvel, ao seu cliente, que se obriga a restituí-lo,

no prazo avençado, com a mesma coisa, acrescida de juros e comissões, na forma

pactuada em contrato.

(BB/CESPE/2007) Os produtos e serviços financeiros têm características próprias

e particulares; apesar disso, não é incomum tentar agrupá-los por afinidade. Os

bancos procuram atender seus clientes oferecendo uma ampla gama de produtos

e serviços, desde os mais comuns até aos mais sofisticados. Acerca de produtos e

serviços financeiros, julgue os itens seguintes.

330. O contrato de cheque especial é considerado um contrato sem garantias.

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331. Capital de giro é um tipo de empréstimo com direcionamento para investimen-


tos de curto prazo que se destina a cobrir as necessidades de fluxo de caixa de
empresas.

(PF-PERITO/CESPE/2018) Acerca das consequências que poderão advir no caso de


um cliente não liquidar integralmente, na data do vencimento, o saldo devedor da
fatura do seu cartão de crédito, julgue os itens a seguir.

332. A parcela não quitada do saldo devedor poderá ser financiada por meio da mo-
dalidade de crédito rotativo, com prazo de vigência de até doze meses, contados
da data do vencimento da fatura não paga integralmente.

333. É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o saldo devedor não qui-
tado pelo cliente, além de multa e juros de mora, nos termos da legislação em vigor.

334. Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar parcial ou integralmente
o seu débito a qualquer momento, outras modalidades de crédito em condições mais
favoráveis poderão ser-lhe oferecidas a qualquer tempo, antes do vencimento da fatura
subsequente, com vistas a financiar o saldo devedor remanescente do cartão de crédito.

(CAIXA/CESPE/2014) A respeito dos meios de pagamento eletrônico conhecidos

como cartões de crédito e cartões de débito, julgue os itens subsecutivos.

335. O valor mínimo da fatura de cartão de crédito emitida por instituições financei-
ras, a ser paga mensalmente, não pode ser inferior a 20% do saldo total da fatura.

336. A cobrança do uso de cartões de crédito emitidos por instituições financeiras


está limitada a três tarifas específicas: anuidade, segunda via do cartão magnético

e uso da função saque.

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337. A cobrança de tarifa para a emissão de segunda via de cartões com a função

débito é permitida nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista e

decorrentes de motivos não imputáveis à instituição financeira emitente.

(BRB/CESPE/2011) A respeito de contrato de cartão de crédito, julgue os itens

seguintes.

338. É permitida a cobrança da tarifa de anuidade ainda que o cartão de crédito seja

o básico.

339. Conforme as novas regras do conselho monetário nacional os cartões de crédi-

tos básicos podem ser tanto nacionais quanto internacionais.

340. O percentual para pagamento mínimo é superior a 10% do valor da fatura do

cartão de crédito.

(BB/CESPE/2007) Com relação a cartões de crédito, julgue os itens subsequentes.

341. Na sistemática observada no Brasil, o titular do cartão de crédito não paga

encargos financeiros quando as compras de mercadorias e serviços são pagas inte-

gralmente na primeira data de vencimento seguinte à compra.

342. Cartões com valor armazenado, conhecidos como charge cards, são utilizados

para pagamentos de serviços diversos e para compras de grande valor.

(BANESE/CESPE/2002/TRAINEE) É comum, atualmente, o uso da expressão di-

nheiro de plástico para se referir às transações realizadas por intermédio de cartões

de crédito. Esses cartões são fornecidos por instituições denominadas administra-

doras de cartões de crédito. A respeito desse tema, julgue os itens subsequentes.

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343. Em uma transação de compra com cartão de crédito, o estabelecimento comer-

cial registra essa transação com o uso de máquinas mecânicas ou informatizadas,

fornecidas pela administradora do cartão de crédito, gerando um débito do usuá-

rio-consumidor a favor da administradora e um crédito do fornecedor do bem ou

serviço contra a administradora, de acordo com os contratos firmados entre essas

partes. Periodicamente, a administradora do cartão de crédito emite e apresenta a

fatura ao usuário-consumidor, com a relação e o valor das compras efetuadas.

344. O cartão de crédito é um serviço de intermediação que permite ao consumidor

adquirir bens e serviços em estabelecimentos comerciais previamente credencia-

dos mediante a comprovação de sua condição de usuário. Essa comprovação é ge-

ralmente realizada, no ato da aquisição, com a apresentação de cartão de crédito

ao estabelecimento comercial.

345. A empresa emitente do cartão, de acordo com o contrato firmado com o con-

sumidor, fica responsável pelo pagamento das aquisições feitas por ele com o uso

do cartão, até o valor-limite combinado.

346. O BACEN não autoriza nem fiscaliza empresas administradoras de cartão de

crédito, mas apenas as instituições financeiras e assemelhadas. As instituições fi-

nanceiras, únicas que podem conceder financiamentos quando o usuário opta por

não pagar total ou parcialmente a fatura mensal do cartão, estão subordinadas ao

BACEN. As operações realizadas pelas instituições financeiras, inclusive o financia-

mento aos usuários para o pagamento da fatura mensal, estão sujeitas à legislação

própria e às normas editadas pelo CMN e pelo BACEN.

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(BRB/CESPE/2010) Com relação a produtos e serviços financeiros, julgue os itens

a seguir.

347. Uma das fontes de recursos para o crédito rural consiste nas multas impostas

aos bancos que deixam de aplicar nessa atividade o percentual exigido pelo CMN.

348. Para o ressarcimento das suas despesas, as instituições financeiras estão au-

torizadas a cobrar taxas por emissão de boletos de cobrança.

349. Tanto o documento de crédito (DOC) quanto a transferência eletrônica disponí-

vel (TED) constituem instrumentos de transferência de fundos que transitam pelos

serviços da centralizadora da compensação de cheques.

(BB/CESPE/2007) No crédito rural existem vários tipos de recursos, em geral, clas-

sificados pela origem: controlados (recursos oficiais); não controlados (livremente

pactuados entre as partes); e recursos das operações oficiais de crédito destinados

a investimentos. Considerando que cada tipo de recurso do crédito rural tem carac-

terísticas específicas, julgue os itens seguintes.

350. Pessoa física ou jurídica, que mesmo não sendo produtor rural, se dedique à

pesquisa de mudas ou sementes certificadas pode se utilizar do crédito rural.

351. O adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) é

uma das despesas a que está sujeito o crédito rural.

352. A comercialização da produção é uma das atividades que podem ser financia-

das pelo crédito rural.

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353. Os investimentos em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por

vários ciclos produtivos não podem ser objeto de financiamento pelo crédito rural.

(BB/CESPE/2007) Antes de 1965, o crédito rural era executado somente pelo BB,

por meio de sua Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (CREAI), criada em 1935.

A legislação básica, como se depreende, foi elaborada em um contexto bastante

diferente do atual agronegócio brasileiro e, por isso mesmo, vem sendo comple-

mentada com outras leis, decretos e programas no decorrer dos anos, para que se

mantenha adequada à realidade da agropecuária nacional (Política Agrícola, ano

XII, nº 4, 2004). Com relação ao crédito rural, julgue os itens seguintes.

354. É objetivo do crédito rural estimular o incremento ordenado dos investimentos

rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamento e industrialização dos pro-

dutos agropecuários, quando efetuados por cooperativas ou pelo produtor na sua

propriedade rural.

355. Por ferir o princípio da isonomia, é vedada a prática de subsídio à produção

agropecuária.

356. As fontes de recursos para o crédito, conforme sua origem, podem ser clas-

sificadas em três grupos: recursos controlados (taxas controladas pelo governo),

recursos não controlados (taxas livres) e fundos especiais (taxas subsidiadas equa-

lizadas por fundos multilaterais, em especial, dos exportadores para os EUA.

357. Os recursos controlados se originam da exigibilidade dos depósitos a vista, da

poupança rural, do fundo de amparo ao trabalhador e do tesouro nacional.

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(BB/CESPE/2007) O BB tem importância primordial na concessão de crédito rural

no país. Desde a institucionalização do crédito rural por meio da Lei n° 4.829/1965,

passou a integrar o sistema nacional de crédito rural. Na safra 2005/2006, o BB

destinou RS 26,9 bilhões ao setor rural. Os recursos foram distribuídos em mais

de 1,3 milhão de operações de investimento, custeio e comercialização. Para a

safra 2006/2007, está prevista a liberação de RS 33 bilhões. Desse montante, R$

27 bilhões serão destinados à agricultura empresarial e R$ 6 bilhões à agricultura

familiar. Banco do Brasil Balanço 2006. No que diz respeito a crédito rural, julgue

os itens a seguir.

358. Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista), os

oriundos do Tesouro Nacional e os subvencionados pela União sob a forma de equa-

lização de encargos são fontes de recursos para o crédito rural no Brasil.

359. Os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a finalidade, como de in-

vestimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes

se realizem no curso de vários períodos.

360. Um dos objetivos específicos do crédito rural é incentivar a introdução de mé-

todos racionais de produção, visando ao aumento da produtividade, à melhoria do

padrão de vida das populações rurais e à adequada defesa do solo.

361. A cédula de produto rural (CPR) é um título negociável no mercado que permi-

te ao BB, ao emiti-lo, obter recursos diretamente dos grandes investidores para o

financiamento de pequenos produtores rurais.

(BB/CESPE/2003) As despesas a que está sujeito o crédito rural incluem

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362. remuneração financeira.

363. custo de prestação de serviços.

364. imposto sobre a prestação de serviços (ISS).

365. sanções pecuniárias.

(BASA/CESPE/2007) No mercado financeiro, de forma semelhante ao que aconte-

ce no mercado de forma geral, produtos específicos são criados para atenderem a

diferentes grupos de pessoas e a diversas classes sociais. Dessa forma, surgiram

produtos de aplicação financeira, como o recibo de depósito bancário (RDB), o cer-

tificado de depósito bancário (CDB), as cadernetas de poupança, os fundos mútu-

os, bem como formas de empréstimos e financiamentos, como o crédito direto ao

consumidor (CDC) e, também, as diversas formas de prestações de serviços, como

a arrecadação de tributos, os bancos remotos e o dinheiro de plástico, entre outros

serviços. Julgue os seguintes itens, com relação aos serviços e produtos financeiros.

366. Equalização uma forma de apoio dado pelo governo federal às atividades agro-

pecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor

rural e de sua família.

367. Nos títulos de capitalização, se o investidor não contar com a sorte nos sorteios,

o rendimento do investimento poderá ser inferior ao da caderneta de poupança.

368. Dinheiro de plástico é gênero da espécie cartão, que pode ser de débito, de

crédito, magnético, entre outras classificações.

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369. Por lei, não pode haver período de diferimento, nos planos privados de aposen-

tadoria.

(BB/CESPE/2003) Julgue os itens a seguir quanto aos tipos de conta bancária exis-

tentes no mercado brasileiro.

370. Da conta de poupança, o dinheiro só pode ser sacado depois de um prazo fixa-

do por ocasião do depósito.

371. A conta de depósito a prazo foi criada com o fim específico de estimular a eco-

nomia popular e permite a aplicação de valores até R$ 1.000,00, que passam a

gerar rendimentos mensalmente.

372. A conta-salário – tipo especial de conta de depósito à vista destinada a receber

salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares – é movimentável por

cheques e está sujeita aos regulamentos aplicáveis às demais contas de depósitos,

mas é isenta da cobrança de tarifas.

373. Na conta de depósito à vista, o dinheiro depositado fica à disposição do titular

para ser sacado a qualquer momento.

(BASA/CESPE/2010) Considerando que o Banco da Amazônia S. A. é um banco

comercial e que oferece a seus clientes produtos e serviços financeiros, julgue os

itens que se seguem.

374. Os bancos comerciais podem manter contas de depósitos à vista.

375. O certificado de depósito bancário (CDB) é uma modalidade de depósito a vista.

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376. Contas de depósito à vista são popularmente denominadas contas correntes.

377. A transferência eletrônica disponível (TED) é uma modalidade ágil de transfe-


rência de fundos entre contas de depósitos.

(BRB/CESPE/2010) Em consonância com a CF, a atividade financeira, como parte

da ordem econômica, funda-se na valorização do trabalho e na livre iniciativa e

objetiva assegurar existência digna a todos, conforme os ditames da justiça social,

observados, entre outros princípios, a defesa do consumidor. Acerca das normas

que disciplinam a relação das instituições financeiras com seus clientes, julgue os

itens a seguir.

378. Para facilitar a comparação entre as taxas oferecidas no mercado, as institui-

ções financeiras e as sociedades de arrendamento mercantil são obrigadas, pre-

viamente à contratação de operações de crédito, a informar o custo efetivo total

(CET), que corresponde ao custo total da operação, expresso na forma de taxa

percentual anual.

379. O CMN regulamentou, por resolução, a cobrança de tarifas pelas instituições

financeiras, vedando a cobrança de tarifas pelos serviços considerados prioritários.

380. A taxa de renovação de cadastro pode ser cobrada ao cliente, desde que pre-

viamente informada e adequadamente identificada.

381. Na hipótese das chamadas contas-salário, utilizadas exclusivamente para re-

cebimento de salários e similares, é vedado à instituição financeira cobrar dos

beneficiários, a qualquer título, tarifas destinadas ao ressarcimento dos serviços

prestados.

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(BASA/CESPE/2012) As instituições financeiras têm ofertado produtos e serviços

para atender novas demandas conjunturais e sociais, os quais devem visar o equi-

líbrio entre o retorno e o risco. Com relação aos produtos e serviços financeiros,

julgue os itens consecutivos.

382. Nos fundos de investimentos alavancados, há, geralmente, garantia de que o

valor resgatado será superior ao valor aplicado.

383. O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento, mes-

mo que haja compras parceladas cujos valores ainda não tenham sido pagos.

384. Os depósitos a prazo (CDB e RDB) e as letras de câmbio são produtos típicos

dos bancos de investimentos e das sociedades de crédito, financiamento e investi-

mento, respectivamente.

385. A conta de depósito a vista é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o di-

nheiro do depositante fica à disposição deste para ser sacado, em espécie, a qual-

quer momento, sem prévio aviso à instituição financeira, independentemente do

valor a ser sacado.

(CAIXA/CESPE/2014) No que concerne ao uso de cheque, julgue os itens seguintes.

386. Em caso de conta-corrente conjunta, a emissão de cheque sem a necessária

provisão de fundos acarretará a inscrição de todos os titulares da conta no CCF.

387. Caso um cheque fique bloqueado por motivo de compensação por prazo supe-

rior ao regulamentado, o valor depositado deve ser remunerado, por dia de exces-

so, pela taxa de juros equivalente à taxa referencial do SELIC.

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388. A instituição financeira é obrigada a fornecer, gratuitamente, até dez folhas de

cheques por mês ao correntista que reúna os requisitos legais para o uso desse

documento.

(CAIXA/CESPE/2014) Julgue os próximos itens, relativos à abertura e à movimen-

tação de contas-correntes.

389. Candidato a cargo legislativo que esteja inscrito no CCF não pode abrir conta-

-corrente.

390. É vedada a abertura de conta-corrente em nome de pessoa física que não es-

teja inscrita no CPF.

(BB/CESPE/2007) O relacionamento diário com os bancos é uma realidade insepa-

rável da vida da maioria das pessoas. Hoje, praticamente tudo passa por eles: paga-

mento e recebimento de salários, pensões, aposentadorias, taxas, contas, compras,

impostos, investimentos, empréstimos, depósitos, saques em dinheiro e transferên-

cia de valores. As contas-correntes, portanto, adquirem grande importância.


Cartilha Febraban, edição n. 3, 2005 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes.

391. No caso de encerramento de conta corrente, há obrigatoriedade da devolução

das folhas de cheque em poder do correntista ou de apresentação de declaração de

que as inutilizou.

392. Nas cláusulas do contrato de abertura de conta corrente celebrado entre o

banco e o cliente, devem estar previstos os seguintes itens: saldo médio mínimo

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exigido para manutenção da conta; condições para fornecimento de talonário de


cheques; condições para inclusão do nome do depositante no cadastro de emiten-
tes de cheque sem fundos; e valores de tarifas de serviços.

393. Se houver a convenção de solidariedade para a conta-conjunta (a conta na


qual há mais de um titular), qualquer cheque relativo a essa conta terá de ser as-
sinado por todos os titulares.

394. A instituição financeira pode livremente definir o valor mínimo para abertura
de contas-correntes. Esse valor deve ser obrigatoriamente afixado em local visível
a todos os clientes.

(BANESE/CESPE/2004) Quanto à abertura de conta corrente de pessoas físicas e


pessoas jurídicas, seus aspectos, cuidados e documentos, julgue os itens seguintes.

395. É vedada a abertura de conta em moeda estrangeira, exceto para estrangeiros


que estejam transitoriamente no país.

396. Segundo normas do BACEN, os documentos necessários e obrigatórios para


a abertura de conta de depósitos, no caso de pessoa física, são o documento de
identificação, a inscrição no cadastro de pessoa física, o comprovante de residência
e o comprovante de renda.

397. O analfabeto poderá ser titular de conta bancária, desde que apresente pro-
curador, nomeado por meio de procuração simples, com poderes específicos para

abrir e movimentar a conta em seu nome.

398. A conta-salário é um tipo especial de conta de depósito à vista, destinada a re-

ceber salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. Não é movimen-

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tável por cheques, é isenta da cobrança de tarifas e está sujeita aos regulamentos

aplicáveis às demais contas de depósitos.

399. Para abrir uma conta corrente, o jovem menor de 16 anos de idade (menor

impúbere) precisa ser assistido pelo pai ou responsável legal. O maior de 16 anos

e menor de 18 anos de idade (menor púbere) deve ser representado pelo pai ou

responsável legal.

(BB/CESPE/2002) Uma pessoa física foi abrir uma conta corrente em uma insti-

tuição bancária. No ato de abertura da conta, demandou que certas informações

fossem prestadas pelo banco e que essas informações estivessem previstas em

cláusulas explicativas na ficha-proposta, que é o contrato de abertura da conta, ce-

lebrado entre o banco e a pessoa física. Em face dessa situação, é dever do banco

informar ao cliente

400. o saldo médio mínimo exigido para a manutenção da conta.

401. as condições para fornecimento de talonário de cheques.

402. a necessidade de o cliente comunicar, por escrito, qualquer mudança de en-

dereço ou número de telefone.

403. as condições para a inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emiten-

tes de Cheques sem Fundos.

404. que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos.

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(BRB/CESPE/2005) O contato mais usual de um cliente com um banco ocorre por

meio da movimentação de uma conta bancária. Com referência à abertura e à mo-

vimentação de contas, julgue os itens seguintes.

405. Considere a seguinte situação hipotética. Marcelo, engenheiro ci-

vil recém-formado, procurou o gerente da agência bancária onde movimen-

ta uma conta- corrente para se informar acerca do destino correto a ser dado

ao seu salário, já que gostaria que o dinheiro ficasse à sua disposição para sa-

que na hora em que lhe convier. O gerente indicou-lhe fazer depósito à vista.

Nessa situação, a indicação do gerente foi correta.

406. Na caderneta de poupança, os valores depositados são atualizados com base

na TR do dia do depósito, acrescida de juros de 0,5% ao mês, correspondendo a

6% ao ano, na data em que completa um mês.

(BB/CESPE/2007) Os produtos de investimento são importantes para vários tipos

de instituições financeiras. Entre os mais comuns, podem-se mencionar os certifi-

cados de depósito bancários (CDB) e os fundos mútuos de investimentos. O mer-

cado financeiro de produtos de investimento tem obtido crescente desempenho: no

início de 2007, somente a indústria de fundos alcançou o volume de um trilhão de

reais. Acerca desses produtos, julgue os itens a seguir.

407. Os CDBs são títulos emitidos por bancos comerciais, de investimento, de de-

senvolvimento ou múltiplos com o objetivo de gerar captação de recursos (funding)

para que o banco aplique em vários ativos. Sendo assim, o CDB não é título de

emissão privada.

408. Quando indexado à taxa de inflação, o CDB tem prazo mínimo de um ano.

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409. O certificado de depósito bancário (CDB), título de crédito físico ou escritu-

ral, e o recibo de depósito bancário (RDB) são emitidos pelos bancos comerciais e

representam depósitos a prazo feitos pelo cliente. Ambos geram a obrigação de o

banco pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado, a remuneração prevista -

que será sempre superior ao valor aplicado.

(BANESE/CESPE/2002/TRAINEE) O certificado de depósito bancário (CDB) e o re-

cibo de depósito bancário (RDB) são opções de aplicação financeira existentes no

mercado brasileiro. Com relação a esses produtos bancários, julgue os itens abaixo.

410. O CDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência.

411. O RDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência.

412. O CDB é um título de crédito, físico ou escritural, e o RDB é um recibo. Ambos

são emitidos por bancos comerciais e representativos de depósitos a prazo feitos

pelo cliente. O CDB e o RDB geram a obrigação de o banco pagar ao aplicador, ao

final do prazo contratado, a remuneração prevista, que será sempre superior ao

valor aplicado.

413. O CDB e o RDB não podem ser resgatados antes do prazo contratado.

414. O prazo mínimo para aplicação e resgate de CDBs e RDBs varia de quinze dias

a 36 meses, independentemente do tipo de remuneração contratada.

415. Arnaldo Ronaldo abriu conta de depósito a prazo, pois necessita que o dinhei-

ro fique à sua disposição para ser sacado a qualquer momento.

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(BB/CESPE/2001) Os certificados de depósitos bancários (CDBs) constituem títulos

de renda fixa emitidos pelos bancos e destinam-se a lastrear operações de financia-

mento de capital de giro. Nesse sentido, considere a seguinte situação hipotética.

O Banco Gama anunciou o pagamento de 22,6% ao ano para aplica-

ções em CDBs de sua emissão. Na oportunidade, foi projetada uma infla-

ção anual de 7,2%, e o mercado adotava, como referencial de taxa pura de ju-

ros (livre de risco), o rendimento anual pago pela caderneta de poupança.

Aalíquota de imposto de renda era de 20% sobre os rendimentos auferidos.

Com relação à situação hipotética apresentada, aos CDBs e aos recibos de depósi-

tos bancários (RDBs), e desconsiderando a cobrança de IOF e de CPMF, julgue os

itens seguintes.

416. Os CDBs e os RDBs são alternativas de aplicação mais conservadoras que as

cadernetas de poupança, pois o governo garante os depósitos independentemente

do valor aplicado; na poupança, essa garantia está subordinada a um limite.

417. A característica que difere o CDB do RDB é a possibilidade de o CDB ser trans-

ferido a outros investidores por endosso nominativo.

418. O recolhimento compulsório determinado pelo Banco Central do Brasil (BA-

CEN) pode incidir sobre as captações efetuadas pelas instituições financeiras por

meio de CDBs.

419. Considere a seguinte situação hipotética. Pedro, impossibilita-

do de comparecer à agência bancária para abertura de conta corren-

te para recebimento e movimentação de seu salário, passou procuração es-

pecífica para que Paulo providenciasse a abertura dessa conta corrente.

Nessa situação, a procuração perderá o efeito quando Pedro vier a se casar.

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420. O recibo de depósito bancário (RDB) é uma modalidade de depósito à vista.

(BRB/CESPE/2011) Uma gama de produtos e serviços financeiros é atualmente co-

mercializada nas economias de mercado. Acerca desses produtos e serviços, julgue

os itens que se seguem.

421. Desde que consigam replicar o retorno de um índice de referência, os fundos de

renda fixa referenciados têm liberdade para decidir como investir seus recursos, já

que até 49% do patrimônio desses fundos pode ser investido em ações e derivativos.

422. É possível a transferência de certificado de depósito bancário mediante en-

dosso nominativo. Nesse caso, o endosso acarretará, para o endossante, a respon-

sabilidade tanto pela existência do crédito quanto pelo seu pagamento.

423. São vantagens da cobrança bancária para o cedente do título a garantia do

processo de cobrança e o crédito imediato dos títulos bancários.

(BB/CESPE/2007) Escolher o melhor investimento é tarefa complexa tanto para o

cliente quanto para o gerente que irá orientá-lo, pois existem muitas alternativas.

Riscos, prazos e tributação, entre outros, são aspectos importantes para a escolha

do investimento. Considerando os diversos produtos de investimentos, e suas ca-

racterísticas, julgue os itens a seguir.

424. Depósitos a prazo, tais como CDB e RDB, são também modalidades de inves-

timento, geralmente classificadas em pós-fixadas, prefixadas e flutuantes.

425. Os recursos aplicados por clientes em fundos mútuos de investimentos po-

derão ser utilizados pela instituição financeira para empréstimos, financiamentos a

outros clientes com taxas de juros mais altas.

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(BASA/CESPE/2004) Entre as aplicações financeiras mais comuns disponíveis no

mercado estão a poupança, o certificado de depósito bancário (CDB), o recibo de

depósito bancário (RDB) e os fundos de investimento. Com relação a essas aplica-

ções, julgue os seguintes itens.

426. O CDB é um título de débito, físico ou escritural, emitido por banco comercial

e representativo de depósitos a prazo feitos pelo cliente.

427. Tanto o CDB quanto o RDB podem ser resgatados antes do prazo contratado,

independentemente do prazo mínimo da aplicação.

428. Fundo de investimento é um tipo de aplicação financeira em que o aplicador

adquire cotas do patrimônio de um fundo administrado por instituição financeira

para o qual o valor da cota é recalculado mensalmente.

(BB/CESPE/2003) Com relação a aspectos diversos do Sistema Financeiro Nacional

e do seu funcionamento, julgue o item subsequente.

429. Na caderneta de poupança, para efeito de contagem de juros e correção mo-

netária, o depósito efetuado por meio de cheque, desde que este não seja devolvi-

do, deve ser considerado a partir da data de liberação do cheque.

(BANESE/CESPE/2002) Com relação à obediência às normas vigentes relativas à

abertura de contas bancárias, julgue a correção das situações descritas nos itens

que se seguem.

430. Uma pessoa física abriu uma conta corrente, como pessoa física, apresentan-

do como documentos a carteira de identidade, o documento de inscrição no Cadas-

tro de Pessoa Física e o comprovante de residência.

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431. Uma pessoa física, com 15 anos de idade, abriu conta bancária representada

por seu irmão de 17 anos de idade, já emancipado.

432. Uma sociedade por cotas abriu uma conta corrente, como pessoa jurídica,

apresentando como documentos seu documento de constituição, documento que

qualificava e autorizava os representantes, mandatários ou prepostos a movimen-

tar a conta, a inscrição no Cadastro Geral dos Contribuintes (CGC) e o alvará de

funcionamento.

433. (BCB/CESPE/2013) Os depósitos à vista não são remunerados, enquanto os

depósitos em poupança, independentemente da taxa Selic, têm remuneração bási-

ca definida pela taxa referencial e remuneração adicional de 0,5% ao mês.

(BRB/CESPE/2011) Acerca de conta de depósitos de poupança, julgue os itens que

se seguem.

434. Uma conta de depósitos de poupança que renda juros de 0,5% ao mês mais

a variação da TR já garante ao seu correntista, sem levar em conta a variação da

taxa referencial, mais de 6% de juros ao ano.

435. Embora todos os bancos possam cobrar tarifas sobre as contas de poupança,

os correntistas dessas contas terão direito, em qualquer banco e sem custo algum,

a extratos ilimitados nos terminais de autoatendimento.

436. O saldo na conta de poupança só pode ser resgatado no dia do aniversário;

caso precise do dinheiro antes desse dia, o titular dessa conta não poderá sacá-lo,

ainda que abra mão dos rendimentos daquele mês.

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(BB/CESPE/2008) Acerca da caderneta de poupança, produto tradicional de capta-

ção financeira no Brasil, caracterizado por depósitos que acumulam juros e corre-

ção monetária, julgue os próximos itens.

437. Os bancos são terminantemente proibidos de cobrar pela manutenção das

contas de cadernetas de poupança.

438. Os valores depositados em caderneta de poupança, até 03.05.2012, são atu-

alizados com base na taxa de referência de juros (TR) do dia do depósito, acrescida

de juros de 0,5% ao mês.

(BB/CESPE/2008) Acerca da caderneta de poupança, produto tradicional de cap-

tação financeira no Brasil, que se caracteriza por depósitos que acumulam juros e

correção, julgue os itens a seguir.

439. Os depósitos em cadernetas de poupança efetuados nos dias 29, 30 e 31 de

determinado mês serão remunerados no dia 1° do mês seguinte, aplicando-se o

índice correspondente ao dia 1° do mês do depósito.

440. O dinheiro depositado em caderneta de poupança somente poderá ser sacado

depois de transcorrido prazo fixado por ocasião do depósito.

441. Os valores depositados e mantidos em depósito por prazo inferior a um mês

recebem remuneração correspondente aos dias de depósito e proporcionalmente

àquela estabelecida para o mês.

(BASA/CESPE/2007) Os bancos desempenham uma série de atividades negociais,

que recebem o nome técnico de operações bancárias. As operações bancárias são

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aquelas economicamente organizadas para a prestação de serviços a um público-

-alvo. A função dessas operações é eminentemente creditícia. Então, para cumprir

as suas finalidades econômicas, os bancos realizam operações que se diversificam

com a especificidade de cada cliente. Julgue os itens a seguir, acerca de operações

e produtos bancários.

442. As contas-correntes são um dos serviços bancários em que o cliente do banco

guarda valores em espécie. As movimentações dessas contas são feitas, na maioria

das vezes, por meio de cartão magnético ou cheque. Nas movimentações por meio

de cheque, o emitente é o credor e o banco é o devedor.

443. Um banco não pode negar-se a abrir uma conta-salário, mesmo nos casos

em que o cliente esteja incluído no cadastro de emitentes de cheques sem fundos.

444. O banco não pode cobrar tarifa de manutenção de contas de poupança se o

saldo for superior a R$ 20,00 ou se houver movimentação nos últimos 6 meses.

445. O depósito bancário pode ocorrer com dinheiro ou com objeto móvel. Em

dinheiro, representa uma operação passiva, e o depósito de coisa móvel, uma ope-

ração acessória, ou seja, uma prestação de serviços.

(BASA/CESPE/2004) Com relação às cadernetas de poupança, julgue os itens sub-

sequentes.

446. O banco pode cobrar pela manutenção de conta de poupança desde que o sal-

do da conta seja igual ou inferior a R$ 50,00 e não apresente registros de depósitos

ou saques pelo período de 6 meses.

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447. Os depósitos em poupança realizados por meio de cheque, desde que este

não seja devolvido, devem ser considerados a partir do dia do depósito, indepen-

dentemente do prazo de liberação do cheque.

448. Os valores depositados em poupança são atualizados com base na taxa refe-

rencial (TR), acrescida de juros de 0,5% ao mês. Os valores depositados e manti-

dos em depósito por prazo inferior a um mês recebem remuneração pro rata, em

razão do número de dias úteis que permanecerem depositados.

(BB/CESPE/2003) Produto tradicional de captação financeira no Brasil, a caderneta

de poupança constitui depósito em dinheiro que acumula juros e correção mone-

tária e cujos recursos são destinados ao financiamento da construção e da compra

de imóveis. Acerca das regras atuais aplicáveis a esse produto, julgue os itens que

se seguem.

449. Os valores depositados e mantidos em depósito por prazo inferior a um mês

recebem remuneração proporcional à estabelecida para o mês.

450. Os bancos não podem cobrar pela manutenção de conta de poupança.

451. Os valores depositados em poupança são atualizados com base na taxa refe-

rencial (TR) do dia do depósito, acrescida de juros de 1% ao mês.

452. Depósitos em cadernetas de poupança efetuados nos dias 29, 30 e 31 serão

remunerados no dia 1.º de cada mês, aplicando-se o índice correspondente ao dia

1.º do mês anterior.

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(BANESE/CESPE/2002/TRAINEE) Um produto clássico de captação no Brasil são

as cadernetas de poupança. No que se refere a esse produto, julgue os itens que

se seguem.

453. Os depósitos realizados em caderneta de poupança por meio de cheque, des-

de que esse não seja devolvido, devem ser considerados a partir da data de sua

liberação.

454. Os valores depositados e mantidos em depósito por prazo inferior a um mês

recebem remuneração proporcional à estabelecida para o mês.

455. Os bancos não podem, em nenhuma hipótese, cobrar pela manutenção de

conta de poupança.

456. A data de remuneração de depósitos em cadernetas de poupança efetuados

nos dias 29, 30 e 31 será o dia 1º de cada mês subsequente, aplicando-se o índice

correspondente ao dia 1º do mês anterior.

457. Os valores depositados em poupança são atualizados com base na taxa re-

ferencial (TR), acrescida de juros de 1% ao mês. A TR utilizada é aquela do dia do

depósito.

(BASA/CESPE/2012/TC) Com a evolução do mercado, produtos financeiros são mo-

dificados para atenderem a novas conjunturas econômicas. Entre eles, a poupança,

a letra de câmbio, os commercial papers e as garantias também evoluíram. Entre-

tanto, apesar das modificações, o equilíbrio entre a rentabilidade, a garantia e o ris-

co permanece no cerne da atividade bancária. Com relação aos produtos financei-

ros, às garantias e aos crimes de lavagem de dinheiro, julgue o item que se segue.

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458. Apesar das recentes modificações na poupança, nada se alterou para os de-

pósitos anteriores (feitos até 3 de maio de 2012). Nesse caso, a poupança continua

rendendo 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial de longo prazo (TRLP).

(BASA/CESPE/2012) As reformas de 1964 introduzidas no SFN, cujo modelo foi ins-

pirado pelo sistema norte-americano, priorizavam a especialização das instituições.

No entanto, ao longo do tempo, surgiram os grandes conglomerados financeiros,

incorporando atividades antes restritas aos agentes especializados. A respeito des-

se assunto, julgue os itens que se seguem.

459. As instituições financeiras não podem cobrar tarifa de manutenção de contas

de poupança independentemente do saldo ou de haver movimentação nos últimos

seis meses.

460. À FEBRABAN compete regulamentar os valores para TED e DOC. Recente-

mente, a FEBRABAN determinou o obrigatoriedade da TED para valores a partir de

R$ 3.000,00. Com isso, o DOC só poderá ser emitido para valores de, no máximo,

R$ 2.999,99.

(BB/CESPE/2002) Um investidor procurou uma agência do BB e disse ao gerente

que queria aplicar seus recursos sem muito risco, preferindo uma rentabilidade bai-

xa a correr risco de perder dinheiro. O investidor informou, ainda, que gostaria de

poder reaver seus recursos com rapidez, caso precisasse, embora não fosse esse

o seu objetivo. Em função da demanda apresentada pelo cliente, seria correto o

gerente indicar aplicação no(a)

461. caderneta de poupança.

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462. BB fundo de ações.

(PF-PERITO/CESPE/2018) Os fundos de investimento são regidos por um regulamen-


to que, além das regras básicas de funcionamento, apresenta outras informações re-
levantes, tais como: composição dos ativos, riscos envolvidos nas operações, taxa de
administração cobrada dos investidores e estratégias de investimento a serem ado-
tadas pelo gestor. As próprias classificações desses fundos são indicativas dos riscos
a que eles estarão sujeitos. A partir dessas informações, julgue os itens seguintes,
acerca da relação entre o tipo de fundo de investimento apresentado e as estratégias
e os riscos que podem estar sendo assumidos pelos gestores desses fundos.

463. Fundos referenciados buscam reproduzir, da forma mais fidedigna possível,


as variações de determinado parâmetro de desempenho por eles especificado.

464. Em se tratando de fundos genéricos, a carteira é composta de diversos tipos


de instrumentos financeiros de renda fixa e de renda variável, os quais devem
representar percentuais mínimos da carteira, conforme regras estabelecidas pelo
Banco Central do Brasil.

465. Fundos que investem em instrumentos financeiros derivativos não destinados


a hedge são classificados como fundos alavancados, já que estão sujeitos a perdas
capazes de superar o valor do seu próprio patrimônio.

(BB/CESPE/2011/CERTIFICAÇÃO INTERNA) Acerca do investimento no mercado fi-


nanceiro, julgue os itens a seguir.

466. Aos fundos de investimento de direito creditório é vedada a aplicação de


recursos em direitos creditórios e em títulos representativos desses direitos cuja

origem sejam operações no mercado financeiro.

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(BASA/CESPE/2010) Julgue os itens subsequentes, a respeito de fundos de inves-

timentos.

467. Um fundo referenciado DI deve manter uma carteira de investimentos que

apresente retorno compatível com o referencial determinado (as taxas de juros

equivalentes aos depósitos interfinanceiros de um dia).

468. A taxa de administração é a principal remuneração obtida pela instituição

financeira quando oferece um fundo de investimentos aos clientes. Ela é devida

mesmo quando o fundo em questão apresenta retorno negativo.

469. A alavancagem é uma técnica que provê total garantia quanto a possíveis

perdas, por estar baseada na manutenção de operações restritas a um único mer-

cado e indexador.

(BB/CESPE/2009) Com relação às Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mo-

biliários (SCTVMs), que são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por

quotas de responsabilidade limitada, julgue o item a seguir.

470. A normatização, a concessão de autorização, o registro e a supervisão dos

fundos de investimento são de competência do BACEN.

(BB/CESPE/2007) Quando os jornais anunciaram que o Brasil teve superávit nas

contas públicas no ano de 2006, correspondente a 4,84% do PIB, referiam-se ao

chamado superávit – sem os juros e custos da dívida pública - e mostravam o

grande esforço arrecadador do governo. As instituições financeiras têm respon-

sabilidades legais na estruturação tributária, seja como contribuintes, seja como

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responsáveis tributários. Nesse contexto, julgue os itens que se seguem, relativos

a serviços e produtos bancários.

471. O imposto de renda (IR) sobre os rendimentos em fundos de investimentos

de renda variável são devidos apenas no momento do resgate das aplicações.

472. O IOF pode incidir sobre operações de crédito, de câmbio, de seguro e com

títulos ou valores mobiliários.

473. Sobre operações de empréstimos em conta correntes incide IR segundo tabe-

la regressiva de alíquotas.

474. O imposto sobre operação financeira (IOF) para aplicações financeiras em

fundos de investimento incide apenas para resgates ocorridos em prazos inferiores

a 30 dias, excetuados os fundos com carência.

(BB/CESPE/2007) Os bancos têm ampliado sua atuação em produtos e serviços fi-

nanceiros mais sofisticados, oferecendo aos clientes, por exemplo, assessoria para

compra e venda de empresas - o que o mercado chama de corporate finance -,

equipe de especialistas com experiência em operações de mercado de capitais, e

assessoria em fundos de investimentos, em especial para os clientes pessoa física,

de renda mais alta, ou para clientes pessoa jurídica. Quanto aos produtos e servi-

ços financeiros, julgue os próximos itens.

475. Até janeiro de 2004, os fundos mútuos de investimento tinham cobrança

mensal do imposto de renda. A partir dessa data, a cobrança passou a ser semes-

tral e ocorre nos meses de novembro e maio.

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476. O BACEN autoriza e fiscaliza o funcionamento das empresas administradoras

de cartão de crédito, na situação de coligadas de instituições financeiras.

(PF/CESPE/2004/PERITO) Com relação aos conceitos básicos de comércio interna-

cional, bem como ao funcionamento do sistema financeiro nacional, incluindo-se aí

o sistema bancário, julgue os itens a seguir.

477. Entre as atribuições privativas do BACEN, além da emissão de moeda e títu-

los de responsabilidade própria, estão a fiscalização das instituições financeiras e o

financiamento do Tesouro Nacional.

478. De acordo com o estatuto dos Fundos de Ações Fechados, o cotista investe

por um prazo determinado e somente pode resgatar a aplicação no final desse pra-

zo, restando-lhe a opção de repassar suas cotas para outros investidores por meio

de transações nas bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado.

(BB/CESPE/2003) Acerca do sistema financeiro brasileiro e da sua diversidade de

instituições e de produtos, julgue os itens subsequentes.

479. No caso de cheque devolvido por sustação, cabe ao banco sacado informar
o motivo alegado para tal medida sempre que solicitado pelo favorecido nominal-
mente indicado no cheque, não cabendo ao portador esse direito, mesmo quando
se tratar de cheque cujo valor dispense a indicação do favorecido.

480. Para cheques emitidos na mesma praça do sacado, os prazos de apresentação


e de prescrição são, respectivamente, de trinta dias a contar da data de emissão e
de seis meses decorridos desde o término do prazo de apresentação. Entretanto, o
cheque prescrito ou cuja apresentação se dê fora do prazo previsto para isso será

pago se houver fundos na conta do sacado.

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481. Fundo de investimento financeiro é um tipo de aplicação financeira em que


o aplicador adquire cotas do patrimônio de um fundo administrado por uma insti-
tuição financeira. A remuneração varia de acordo com os rendimentos dos ativos
financeiros que compõem o fundo.

(BB/CESPE/2002) No Sistema Financeiro Nacional, existem órgãos de regulação e


fiscalização que se encarregam de verificar o cumprimento das leis e normas admi-
nistrativas referentes às atividades das instituições sob sua jurisdição. Com relação
a esse contexto, julgue os itens abaixo.

482. Todas as entidades ligadas aos sistemas de previdência e seguros são super-
visionadas unicamente pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

483. Todas as entidades do sistema de liquidação e custódia são fiscalizadas ex-


clusivamente pelo BACEN.

484. As bolsas de mercadorias e de futuros são duplamente supervisionadas, pelo


BACEN e pela CVM.

485. Os bancos comerciais são duplamente supervisionados, pelo BACEN e pela CVM.

(BASA/CESPE/2012) Tanto no mercado de capitais, com a negociação de títulos e


valores mobiliários, em especial ações, debêntures e commercial papers, quanto no
mercado de seguros e de previdência privada, há grande especialização e, em ge-
ral, os agentes operadores participantes têm perfil de atuação bastante específico.
Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

486. Os títulos de capitalização diferem das demais aplicações financeiras porque,


geralmente, oferecem prêmios, por intermédio de sorteios, algumas vezes confun-

dindo-se com uma espécie de loteria.

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487. Enquanto o plano de previdência PGBL tem por finalidade a acumulação de

recursos no longo prazo com vistas à complementação da renda na aposentadoria,

o plano VGBL visa reduzir o imposto de renda da pessoa física que utiliza o modelo

de declaração completo.

488. No contrato de plano de seguro, cobertura é o pagamento que o segurado faz

à companhia seguradora, para obter direito a indenização no caso de ocorrência

de evento especificado no contrato. Esse pagamento dá ao segurado o direito de

receber determinado valor, denominado prêmio, também especificado no contrato.

(BRB/CESPE/2011) Julgue os itens a seguir, acerca de planos de aposentadoria e

pensão privados e títulos de capitalização.

489. O prazo de pagamento de um título de capitalização não necessariamente

coincide com o seu prazo de vigência, que é o período no qual o título está em vigor,

dando direito aos sorteios existentes.

490. Se a taxa de carregamento do plano PGBL for igual a 5%, isso significará que,

anualmente, será debitado o valor equivalente a esse percentual do saldo mantido

do referido plano.

491. Um produto de previdência do tipo VGBL ou PGBL, por Lei, pode resultar

apenas em valorização positiva, ainda que esse plano seja considerado agressivo e

aplique parte dos recursos em renda variável.

(BASA/CESPE/2010) Clientes superavitários em termos financeiros são aqueles que

consomem menos que a renda e, em decorrência, realizam aplicações nos bancos.

Com relação a esse tema, julgue os itens seguintes.

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492. Ao aplicar em um fundo de investimentos, assim como em um CDB, o cliente

tem seus recursos garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

493. O plano de previdência privada aberta denominado plano gerador de benefí-

cio livre (PGBL) destina-se a captar recursos de curto prazo dos clientes, de prefe-

rência inferior a sessenta dias.

494. Os seguros do tipo vida gerador de benefício livre (VGBL) possibilitam o des-

conto integral dos prêmios mensais para aqueles contribuintes que utilizam o for-

mulário de declaração simplificada.

495. Os títulos de capitalização são adequados para os recursos de curtíssimo

prazo, considerando a alta liquidez, sendo vedada a distribuição de prêmios aos

detentores desses títulos por meio da realização de sorteios.

(BB/CESPE/2007) Assim como nos países de primeiro mundo, no Brasil existem

diversos produtos financeiros, com funções diversas, como previdência comple-

mentar, seguros privados, títulos de capitalização, seguro-saúde. Acerca desses

produtos, julgue os itens a seguir.

496. A distinção entre os grupos de previdência privada aberta e fechada reside

na obrigatoriedade, no caso das entidades fechadas, de vínculo empregatício entre

participante e empresa patrocinadora do fundo.

497. Os seguros de pessoas são necessariamente contratados de forma individual

e podem ter vigência por prazo determinado ou por toda a vida do segurado (se-

guro vitalício).

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498. Para os títulos de capitalização, prazo de vigência e prazo de pagamento são

sinônimos.

499. O vida gerador de benefício livre (VGBL) é um tipo de plano de seguro de

pessoas cuja principal característica é a obrigatoriedade de rentabilidade mínima

garantida durante a fase de acumulação de recursos.

500. Entidades fechadas de previdência complementar, por terem finalidade lucra-

tiva, diferenciam-se dos fundos de pensão.

(BB/CESPE/2007) No que se refere a títulos de capitalização e planos de aposenta-

doria e pensão privados, julgue os itens a seguir.

501. Uma diferença entre planos de previdência complementares dos tipos PGBL

(plano gerador de benefício livre) e VGBL (vida gerador de benefício livre) é o fato

de o último não possuir o benefício de dedução-postergação de imposto de renda.

502. Do valor aplicado pelo investidor em títulos de capitalização, a instituição fi-

nanceira separa um percentual para a poupança, outro para o sorteio e um terceiro

par cobrir suas despesas.

503. É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL e os do tipo PGBL.

(BB/CESPE/2007) O sistema de previdência social brasileiro está estabelecido basi-

camente sobre dois pilares: a previdência social básica (oferecida pelo poder público)

e a previdência privada (de caráter complementar ao regime de previdência oficial).

Tem-se, como forma complementar, ainda, os planos de saúde e os seguros-saúde.

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Outra forma de conseguir garantias é a poupança, por meio de aplicação financeira,

como títulos de capitalização. A respeito desse tema, julgue os itens que se seguem.

504. Na falta de indicação do beneficiário e na falta de cônjuge ou herdeiros, serão

beneficiados do seguro de pessoas os que provarem que a morte do segurado os

privou dos meios necessários à subsistência.

505. A SUSEP é órgão de fiscalização das entidades fechadas de previdência com-

plementar, enquanto a Secretaria de Previdência Complementar é órgão de fiscali-

zação das entidades abertas de previdência complementar.

506. As entidades abertas de previdência complementar são também conhecidas

como fundos de pensão.

507. O segurado de um seguro de pessoas não pode contratar simultaneamente

mais de um seguro, porque há um limite para o valor da indenização.

508. Com relação aos títulos de capitalização, não há obrigação prevista em lei

para que o resgate seja igual ao montante pago, podendo ser, portanto, inferior.

(BB/CESPE/2007) Os negócios com seguros, previdência e capitalização têm rece-

bido atenção por parte dos bancos, pois representam setores com grandes possibi-

lidades de crescimento. Para exemplificar, por meio desses negócios o BB agregou

R$ 1,1 bilhão em 2006, o que significa crescimento de 27,0% em relação ao ano

anterior. No segmento de previdência complementar aberta, o faturamento teve

incremento de 29,5% em relação ao ano anterior; e, no mercado de títulos de ca-

pitalização, manteve a liderança pelo décimo ano consecutivo em contribuições. No

que se refere à previdência e à capitalização, julgue os itens que se seguem.

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509. O prazo de vigência de um título de capitalização é o período durante o qual o

título está sendo administrado pela sociedade de capitalização. O capital relativo ao

título é atualizado monetariamente pela taxa convênio de pagamentos e créditos

recíprocos (CCR) e capitalizado pela taxa de juros informada nas condições gerais.

510. Durante o período de diferimento, os planos de previdência denominados

plano gerador de benefício livre (PGBL) terão como critério de remuneração a ren-

tabilidade da carteira de investimentos do plano, ou seja, durante esse período há

garantia de remuneração mínima.

(BB/CESPE/2007) O BB trabalha com intermediações em diversas áreas, tais como

sistema de seguros privados, previdência complementar, administração de cartões

de crédito e títulos de capitalização, entre outros. Acerca dessas atividades do BB,

julgue os itens subsequentes.

511. Não é permitido que uma pessoa adquira um título de capitalização para outra

pessoa, a não ser por meio de regular instrumento de procuração.

512. Quando um usuário de cartão de crédito preferir não pagar o total de sua fa-

tura, tanto as instituições financeiras quanto as bandeiras podem financiar o saldo

devedor restante.

513. Os planos de previdência privada são abertos ou fechados, sendo que os pri-

meiros podem ser adquiridos por qualquer pessoa, bastando procurar uma institui-

ção que ofereça tal produto, enquanto os últimos somente podem ser adquiridos

por grupos de pessoas específicas, como os empregados de uma empresa.

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514. No contrato de seguro, prêmio é a quantia recebida pelo segurado, quando

ocorre um sinistro, para ressarci-lo das perdas ocorridas.

515. Nos planos de aposentadoria e pensão privados, mesmo nos planos de repas-

se integral de rentabilidade, existente no PGBL, o repasse é de, no máximo, 90%

da rentabilidade real líquida nas aplicações dos ativos.

516. O instrumento do contrato de seguro é materializado por meio da apólice, da qual

deverão constar os riscos assumidos e o valor segurado, entre outras informações. de

origem humana, previsível, não desejável, que acarreta danos materiais ou pessoais.

517. O objeto do contrato de seguro é a alea, ou seja, o risco.

518. Os cartões de crédito conhecidos como cartões de loja, ou retailer card, são

aqueles emitidos por lojas e que só podem ser usados nas redes dessas lojas.

519. Na contratação de seguro, sinistro é considerado um evento de origem huma-

na, previsível, não desejável, que acarreta danos materiais ou pessoais.

(BRB/CESPE/2005) Além das contas bancárias, os bancos oferecem vários pro-

dutos e várias prestações de serviços. Com relação a esses produtos e serviços,

julgue os próximos itens.

520. Na cobrança, o banco recebe o título dos clientes e, agindo como seu manda-

tário, cobra dos devedores a quantia devida.

521. O DOC somente possibilita a transferência de valores entre clientes de agên-

cias do mesmo banco.

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522. O plano gerador de benefícios livre (PGBL) é uma aplicação oferecida como

mais uma alternativa de complementação de aposentadoria.

523. Do valor aplicado pelo investidor em título de capitalização, a instituição fi-

nanceira separa um percentual para o seguro aos riscos da apólice, outro para o

sorteio e um terceiro para cobrir suas despesas administrativas.

(BB/CESPE/2008) O Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar é

constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), pela Superinten-

dência de Seguros Privados (SUSEP), pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB),

pelas sociedades seguradoras autorizadas a operar em seguros privados e pelas

corretoras de seguros e corretores de seguros habilitados. Com relação ao Sistema

de Seguros Privados e Previdência Complementar, julgue o item que se segue.

524. O sistema de previdência social brasileiro está fundamentado sobre a previ-

dência social básica, oferecida pelo poder público, e sobre a previdência privada, de

caráter complementar à previdência social.

(BRB/CESPE/2011) Julgue os itens subsequentes, relativos ao sistema de seguros

privados e previdência complementar.

525. Por constituírem exemplo típico de sociedade de capitalização, os fundos de

pensão devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo CMN no que se refere à apli-

cação dos recursos dos planos de benefícios.

526. Compete ao Conselho Nacional de Seguros Privados fixar as diretrizes e as

normas de seguros privados bem como prescrever critérios de constituição das

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sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada aberta


e resseguradores e determinar limites legais e técnicos das respectivas operações.

527. A fiscalização das seguradoras e corretoras e a regulamentação das opera-


ções de seguros são de competência do Instituto de Resseguros do Brasil.

(BB/CESPE/2003) No Brasil, o regime de previdência privada, de caráter comple-

mentar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previ-

dência social, é facultativo. Baseia-se na constituição de reservas que garantam

o benefício, nos termos do art. 202 da Constituição Federal, observado o disposto

na Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, que dispõe sobre o regime

de previdência complementar e dá outras providências. Com relação a esse tema,

julgue os itens que se seguem.

528. O regime de previdência complementar é operado por entidades de previdên-


cia complementar cujo objetivo principal é instituir e executar planos de benefícios
de caráter previdenciário.

529. Em se tratando de planos de benefícios de entidades fechadas, os planos de-


vem ser, obrigatoriamente, oferecidos a todos os empregados dos patrocinadores
ou associados dos instituidores.

(AGU/CESPE/2007) Toni firmou contrato de seguro de dano com certa seguradora,

cujo objeto era um automóvel recentemente adquirido. Acerca dessa situação hi-

potética e do direito securitário, julgue os seguintes itens.

530. O contrato de seguro firmado entre Toni e a seguradora é considerado de na-

tureza aleatória.

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531. Na vigência do contrato, Toni não poderá contratar, pelo seu valor integral,

novo contrato de seguro sobre o mesmo bem e sobre os mesmos riscos junto a

outra seguradora de automóveis.

(BB/CESPE/2003) A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização

dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada por decreto que também

instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho

Nacional de Seguros Privados (CNSP), o IRB Brasil Resseguros S.A. (IRB Brasil Re),

as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entida-

des de previdência privada aberta e os corretores habilitados. Com relação às áreas

de atuação dessas instituições, julgue os itens seguintes.

532. O contrato de seguro é aleatório, multilateral, oneroso, solene e da mais es-

trita boa-fé, sendo essencial, para a sua formação, a existência de segurado, se-

gurador, ressegurador, risco, objeto do seguro, prêmio (prestação do segurado) e

indenização (prestação do segurador).

(BASA/CESPE/2010) Julgue os itens subsequentes, relativos a cobrança bancária.

533. A cobrança bancária possibilita que o vendedor receba do comprador os va-

lores devidos por este último, na data acertada entre as partes, mesmo que elas

residam em cidades diferentes.

534. As taxas de condomínio e mensalidades escolares não podem ser recebidas

por meio de cobrança bancária.

535. Sacado é obrigatoriamente o cliente do banco que tem valores a receber por

meio de um boleto de cobrança enviado ao cedente.

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536. Uma duplicata pode ser liquidada por meio do serviço de cobrança bancária e

as principais informações desse título de crédito podem constar do boleto bancário.

(CAIXA/CESPE/2014) Julgue os itens que se seguem, referentes ao SPB.

537. Caso a instituição financeira que será debitada não apresente saldo suficiente

no momento da liquidação, a correspondente mensagem eletrônica enviada ao BCB

por essa instituição será imediatamente cancelada.

538. A conta de reserva bancária é de titularidade obrigatória para os bancos de

investimento e bancos múltiplos sem carteira comercial.

539. Até 2002, o SPB não estava estruturado para que o BCB pudesse acompanhar

as operações em tempo real, razão por que a autoridade monetária tinha de arcar

com o risco de crédito em eventual inadimplência de alguma instituição.

540. (BCB/CESPE/2013) No SPB atualmente qualquer transferência de fundos en-

tre contas de reservas bancárias é condicionada à existência de saldo suficiente na

conta do emitente da ordem.

541. (BCB/CESPE/2013) O Sistema de Transferência de Reservas é um sistema de

transferência de fundos híbrido, pois reúne características dos sistemas de liquida-

ção diferida com compensação de obrigações e dos sistemas de liquidação bruta

em tempo real.

(CAIXA/CESPE/2006) Até meados dos anos 90 do século passado, as mudanças

no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) foram motivadas pela necessidade de

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se lidar com altas taxas de inflação e, por isso, o progresso tecnológico então al-
cançado visou principalmente ao aumento da velocidade de processamento das
transações financeiras. Na reforma recentemente conduzida pelo BACEN, o foco
foi redirecionado para a administração de riscos. Nessa linha, a entrada em funcio-
namento do Sistema de Transferência de Reservas (STR), em 22/4/2002, marca o
início de uma nova fase do SPB. Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações).
Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, com base nos fundamentos
do atual SPB.

542. O SPB é operado pelo BACEN e as transferências de fundos interbancárias,


que podem ser liquidadas em tempo real, têm caráter revogável e condicional.

543. O atual SPB possibilita a redução dos riscos de liquidação nas operações in-
terbancárias, com consequente redução do risco sistêmico, isto é, do risco de que
a quebra de um banco provoque a quebra em cadeia de outros bancos.

544. Compete ao ministro da Fazenda definir quais sistemas de liquidação são con-
siderados sistemicamente importantes.

545. No âmbito de um sistema de compensação e de liquidação, não é admitida


compensação multilateral de obrigações.

546. No Brasil, as transferências de crédito interbancárias por não-bancos, a partir


da implantação do novo SPB, passaram a ser feitas unicamente por meio das trans-
ferências eletrônicas disponíveis (TED).

547. Na nova fase do SPB, a liquidação em tempo real passou a ser utilizada nas
operações com títulos públicos federais transacionados no Sistema Especial de Li-

quidação e de Custódia (SELIC).

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(BANESE/CESPE/2002/TRAINEE) O presidente da Associação Brasileira das Com-

panhias Abertas (ABRASCA), Alfred Plöger, diz que é inviável a estreia do Sistema

de Pagamentos Brasileiro (SPB) em abril. Segundo ele, até agora as empresas e

as pessoas físicas - que, no final, vão pagar a conta - não foram chamadas para

conversar sobre o assunto com os bancos e o Banco Central do Brasil (BACEN). No

máximo, foram apenas convidadas para assistir seminários, sem o direito de dar

palpites sobre a implantação dos pagamentos em tempo real.

“Quem vai sofrer com o SPB são os empresários, as pessoas físicas. Ninguém foi

sequer consultado”, reclama Plöger, que também é diretor da FIESP.

Os bancos ainda não têm o que oferecer às empresas, já que estão desenvolvendo

produtos e serviços e trabalham em silêncio para preservar estratégias de marke-

ting. O BACEN participa de todos os seminários sobre o SPB, mas somente para

explicar o funcionamento teórico do novo sistema.

“O SPB traz problemas práticos fundamentais, cujas soluções precisam ser discuti-

das com as empresas”, defende o presidente da ABRASCA. “A situação é muito pior

que a do bug do milênio”.

Outra questão é a irreversibilidade das transferências em tempo real que o SPB vai

trazer. Se hoje uma empresa erra um pagamento, ela pede ao gerente do banco

para estorná-lo. No SPB, terá de pedir seu dinheiro de volta em caso de erro ou de

fraude. “Há problemas de segurança que precisam ser debatidos”, diz.


Valor online, 4/12/2001, n. 400 (com adaptações).

A partir das ideias do texto acima, julgue os itens a seguir, relativos à legislação e

ao SPB.

548. Nos sistemas em que o volume e a natureza dos negócios, dentro de certos

critérios do BACEN, oferecerem risco à solidez e ao funcionamento normal do sis-

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tema financeiro, as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de

liquidação assumirão, em relação a cada participante do sistema, a posição de par-

te contratante, para fins de liquidação das obrigações, sem prejuízo de obrigações

decorrentes de lei, regulamento ou contrato.

549. O SPB compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relaciona-

dos com a transferência de fundos e de outros ativos financeiros, e com o processa-

mento, a compensação e a liquidação de pagamentos em qualquer de suas formas.

550. As câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação não

respondem pelo adimplemento das obrigações originárias do emissor de resgatar

o principal e os acessórios de seus títulos e valores mobiliários objetos de compen-

sação e de liquidação.

551. As câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação res-

ponsáveis por um ou mais ambientes sistemicamente importantes deverão, obede-

cendo à regulamentação do BACEN, separar patrimônio especial, formado por bens

e direitos necessários a garantir exclusivamente o cumprimento das obrigações

existentes em cada um dos sistemas em que estiverem operando. Os bens e direi-

tos integrantes do patrimônio especial, bem como seus frutos e rendimentos, não

se comunicarão com o patrimônio geral ou outros patrimônios especiais da mesma

câmara ou do mesmo prestador de serviços de compensação e de liquidação, e não

poderão ser utilizados para realizar ou garantir o cumprimento de qualquer obri-

gação assumida pela câmara ou pelo prestador de serviços de compensação e de

liquidação em sistema estranho àquele ao qual se vinculam.

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(BB/CESPE/2011/CERTIFICAÇÃO INTERNA) Acerca da disciplina jurídica do che-

que, da duplicata e da nota promissória, julgue os itens a seguir:

552. É possível o endosso parcial desses títulos.

553. Diferentemente dos títulos de crédito em tela, o cheque não admite aval.

554. Após o decurso do prazo para apresentação do cheque, o banco sacado não

poderá pagá-lo.

555. A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de

autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

556. A duplicata mercantil, considerando a autonomia dos títulos de crédito, é tí-

tulo executivo extrajudicial mesmo sem o aceite do sacado ou o comprovante de

entrega da mercadoria.

(BB/CESPE/2011/CERTIFICAÇÃO INTERNA) Com relação aos títulos de crédito, jul-

gue os itens a seguir:

557. O novo Código Civil, ao entrar em vigor, passou a disciplinar taxativamente

todas as espécies de títulos de crédito existentes, revogando as disposições conti-

das em leis especiais anteriores.

558. Os requisitos essenciais para a caracterização de um título de crédito como

nota promissória, nos termos do Código Civil, são apenas a data da emissão, a in-

dicação precisa dos direitos que confere e a assinatura do emitente.

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559. O emitente de cheque não pode proibir, mediante a inscrição no título, que o che-

que seja pago em numerário, o que obrigaria o sacado a proceder a lançamento con-

tábil (crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento.

(SENADO/CESPE/2002/CONSULTOR LEGISLATIVO) No que diz respeito a títulos de

crédito, julgue os itens seguintes.

560. Quanto ao princípio da cartularidade, aplicável aos títulos de crédito, exige-se

que o credor apresente o título – cártula – a fim de que possa obrigar o devedor a

efetuar o pagamento de sua dívida. Não se admite, assim, que se inicie a ação cam-

bial sem que a petição inicial esteja acompanhada do respectivo título de crédito.

561. Pelo princípio da abstração, aplicável a alguns títulos de crédito, não é lícito

ao executado pretender embargar a execução e alegar fato relacionado à causa da

emissão do título.

562. A duplicata mercantil tem como uma de suas principais características a cau-

salidade.

563. Se for demonstrado que o emitente de nota promissória é absolutamente

incapaz, todos os demais possíveis signatários da letra estarão desobrigados do

pagamento do título, à exceção do avalista do emitente, cuja obrigação se mantém,

ainda que aquela que ele garantiu seja nula.

564. Se Renato emitir determinado cheque em favor de André, e este o endossar

em favor de Aldo, sustando-o em seguida, caso o título não seja pago, em decor-

rência do princípio da literalidade, Renato não poderá, em regra, opor contra Aldo

a causa que o levou a sustar o pagamento do cheque.

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(SENADO/CESPE/2002) Determinado cheque foi emitido em Brasília, no dia

1º/9/2001, contra agência bancária local, mas com data de 10/12/2001. O título

somente foi apresentado ao sacado, para pagamento, no dia 17/1/2002. Nessa

situação,

565. o sacado não poderá efetuar o pagamento, haja vista ter sido o cheque apre-

sentado fora do prazo de apresentação legal.

566. a contagem do prazo prescricional da ação executiva com base nesse cheque

será iniciada a partir da apresentação desse título ao banco, no dia 17/1/2002.

(BB/CESPE/2007) Títulos de crédito de grande utilização, tanto no mercado interno

quanto no externo, a letra de câmbio é produto bancário importante para a circula-

ção de riquezas e servem de garantia ao sistema financeiro como um todo. Acerca

desse título, julgue os itens seguintes.

567. O cheque, qualquer que seja o seu valor, poderá ser emitido à ordem do pró-

prio sacador, por conta de terceiro ou ao portador.

568. Considere a seguinte situação hipotética. Maria foi descontar um cheque no

BB, em que estava escrita, em algarismos, a quantia “R$ 5.432,00” e, por extenso,

a quantia “quatro mil, quinhentos e trinta e dois reais”. Nessa situação, é correto

que Maria receba do caixa do banco a quantia escrita por extenso.

(CAIXA/CESPE/2006) Cheque é uma ordem de pagamento à vista, dada a um ban-

co, por alguém que tenha fundos disponíveis junto ao mesmo, em favor próprio ou

de terceiro. Ele continua sendo um importante instrumento de pagamento no Brasil,

embora tenha havido redução em seu uso nos últimos anos, devido, principalmente, a

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sua substituição por instrumentos eletrônicos. Tem formato e características básicas

padronizados e as suas folhas contêm registros magnéticos que possibilitam a leitu-

ra automática de seus dados fundamentais por magnetic ink character recognition.

Acerca do cheque, julgue os itens seguintes.

569. Sob o ponto de vista cambial, um cheque pode ser objeto de aceite somente

se contiver os requisitos legais e houver a devida identificação do emitente pelo

favorecido.

570. O prazo prescricional de um cheque é de doze meses, contados da data de

sua emissão.

571. Por um cheque que contenha, expresso em algarismos, o valor de R$ 1.852,80

e, por extenso, o texto um mil oitocentos e cinquenta e dois reais, deve ser pago o

valor expresso por extenso.

572. Um cheque acima de cem reais somente pode ser emitido ao portador caso o

emitente e o favorecido sejam a mesma pessoa.

(BRB/CESPE/2005) O cheque é um instrumento usual para movimentação de con-

tas correntes. Julgue os seguintes itens, acerca das características do cheque.

573. Considere que um cheque com data para 15 de agosto de determinado ano

foi apresentado ao banco em 15 de junho do mesmo ano. Nesse caso, havendo

suficiência de fundos, o banco deverá pagá-lo.

574. Se ocorrer divergência entre o valor lançado por extenso e o valor expresso

em números, o banco deverá devolver o cheque.

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575. Se, ao endossar o cheque, se fizer constar no verso o nome de um novo be-

neficiário, fica caracterizado o endosso em branco.

576. O cheque cruzado não poderá ser resgatado diretamente no caixa.

577. O cheque emitido em praça diferente daquela do banco sacado tem prazo de

apresentação de até 60 dias.

(BASA/CESPE/2012) Em relação às garantias do SFN, que incluem aval, fiança,

penhor e hipoteca, julgue os itens seguintes.

578. Na operação de aval, o cumprimento de uma obrigação baseia-se na confian-

ça depositada no avalista.

579. A fiança deve ser autorizada pelo cônjuge do fiador, sob pena de nulidade. O

aval, por sua vez, independe de autorização do cônjuge do avalista.

580. O bem móvel consumível não pode ser penhorado, independentemente de

anotação de sua qualidade e quantidade.

581. O penhor é uma operação civil, ainda que a natureza da dívida seja comer-

cial, enquanto a hipoteca pode ser civil ou comercial, de acordo com a natureza da

dívida por ela garantida.

(BRB/CESPE/2010) Para aumentar a probabilidade de que os tomadores de crédito

em operações de empréstimos/financiamentos paguem seus compromissos nas da-

tas pactuadas, analistas e comitês de crédito podem exigir algum tipo de garantia

para aprovar uma operação. Considerando essa situação, julgue os itens seguintes.

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582. Na concessão de um aval, garantia pessoal, o avalista assume a mesma con-

dição jurídica do avalizado, sendo solidário pela liquidação da dívida. Nesse caso, o

credor poderá cobrar a dívida de qualquer avalista sem cobrar do devedor principal.

583. Em uma garantia por meio de fiança, há a condição de benefício da ordem,

o que significa que o credor deverá acionar primeiro o devedor e depois o fiador,

exceto se o fiador renunciar ao benefício.

584. Um imóvel pode ser hipotecado junto a vários credores simultaneamente

e, em todas as situações, a preferência do credor será pela ordem do registro no

cartório de imóveis de circunscrição de localização do bem. Para assegurar o paga-

mento, o credor da hipoteca de segundo grau poderá executar a garantia, promo-

vendo venda judicial, antes do vencimento da hipoteca do primeiro grau.

585. Os seguintes bens podem ser oferecidos como garantia na modalidade de hi-

poteca: imóveis, aeronaves e navios. A hipoteca se extingue quando do vencimento

do contrato principal.

586. A propriedade fiduciária é uma forma especial de garantia, próxima da ga-

rantia real, que transfere a posse direta do bem para o credor, enquanto o devedor

fica apenas com a posse indireta, isto é, o devedor alienante é proprietário do bem

alienado, podendo fazer uso dele.

(BASA/CESPE/2010) Em contratos de empréstimos bancários, assim como em ou-

tras modalidades de contrato, como aluguel de imóvel, entre outros, é normal a

exigência de avalista, fiador ou fiança bancária. Acerca de garantias financeiras,

julgue os itens subsequentes.

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587. Em uma garantia formalizada por meio de aval, o avalista assume a mesma

posição jurídica do avaliado, isto é, o avalista é solidário com o avalizado.

588. A ausência da assinatura do cônjuge em garantias formalizadas por meio de

fiança e(ou) de aval não invalida a garantia outorgada, em qualquer regime de

bens do casal.

589. Um contrato de empréstimo pode ter vários avalistas, caso o devedor princi-

pal fique inadimplente. O credor deve exigir a liquidação do empréstimo primeiro

do devedor principal e depois, proporcionalmente, de cada um dos avalistas.

590. Na garantia oferecida para o credor mediante fiança, em caso de inadimplên-

cia, o credor deve executar simultaneamente o devedor e o fiador, mesmo que o

fiador não tenha renunciado tacitamente ao benefício da ordem.

591. Quando oferecer garantia ao credor por meio de penhor mercantil, o devedor

fica como depositário dos bens oferecidos em garantia, sem transferência da posse

ao credor.

(BB/CESPE/2007) Garantia é, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,

ato ou efeito de garantir(-se); ato ou palavra com que se assegura o cumprimento

de obrigação, compromisso, promessa etc. (...). Acerca das garantias do Sistema

Financeiro Nacional, julgue os itens seguintes.

592. A fiança, o aval e a alienação fiduciária são garantias fidejussórias.

593. A alienação fiduciária em garantia é um contrato formal e exige a forma pú-

blica (escritura pública) sempre que o beneficiário seja pessoa jurídica.

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594. Não se pode estipular a fiança sem o consentimento do devedor.

595. A hipoteca não se extingue pelo perecimento da coisa hipotecada.

596. Credor pignoratício é aquele que tem como garantia coisa móvel empenhada.

597. O aval parcial não é admitido como forma de garantia em título de crédito.

(BB/CESPE/2007) Garantia é a segurança dada ao titular de um direito para que

possa exercê-lo. É uma verdadeira proteção concedida ao credor, aumentando a

possibilidade de receber aquilo que lhe é devido. Acerca das garantias do Sistema

Financeiro Nacional julgue os itens a seguir.

598. São garantias reais a hipoteca, o penhor, a alienação fiduciária e a fiança. O

aval é uma garantia pessoal.

599. O aval, uma vez dado, não poderá ser cancelado pelo avalista.

600. No penhor rural, a regra é que a coisa empenhada continua em poder do de-

vedor, que deve guardá-la e conservá-la.

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GABARITO

301. C 302. C 303. E 304. E 305. E 306. E 307. E 308. E


309. E 310. C 311. C 312. C 313. C 314. E 315. E 316. E
317. C 318. C 319. E 320. X 321. E 322. E 323. E 324. C
325. E 326. E 327. C 328. C 329. E 330. C 331. E 332. E
333. C 334. C 335. E 336. E 337. C 338. C 339. C 340. E
341. C 342. E 343. C 344. C 345. C 346. E 347. C 348. E
349. X 350. C 351. C 352. C 353. E 354. C 355. E 356. E
357. E 358. C 359. C 360. C 361. E 362. C 363. C 364. E
365. C 366. C 367. C 368. C 369. E 370. E 371. E 372. E
373. C 374. C 375. E 376. C 377. C 378. C 379. E 380. E
381. E 382. E 383. C 384. C 385. E 386. E 387. C 388. C
389. E 390. X 391. C 392. C 393. E 394. C 395. C 396. E
397. E 398. E 399. E 400. C 401. C 402. C 403. C 404. C
405. C 406. E 407. E 408. C 409. C 410. C 411. E 412. C
413. E 414. E 415. E 416. E 417. C 418. C 419. E 420. E
421. E 422. E 423. C 424. C 425. E 426. E 427. E 428. E
429. C 430. C 431. E 432. C 433. E 434. C 435. E 436. E
437. C 438. C 439. E 440. E 441. E 442. C 443. C 444. C
445. C 446. E 447. C 448. E 449. E 450. C 451. E 452. C
453. E 454. E 455. C 456. C 457. E 458. E 459. C 460. E
461. C 462. E 463. C 464. E 465. C 466. E 467. C 468. C
469. E 470. E 471. C 472. C 473. E 474. C 475. E 476. C
477. C 478. C 479. E 480. E 481. C 482. E 483. E 484. C
485. E 486. C 487. E 488. E 489. C 490. E 491. E 492. E
493. E 494. E 495. E 496. C 497. E 498. E 499. E 500. E
501. C 502. C 503. E 504. C 505. E 506. E 507. E 508. C
509. E 510. E 511. E 512. E 513. C 514. E 515. E 516. C
517. C 518. C 519. E 520. C 521. E 522. C 523. E 524. C
525. E 526. C 527. E 528. C 529. C 530. E 531. C 532. E
533. C 534. E 535. E 536. C 537. E 538. E 539. C 540. C

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541. E 542. E 543. C 544. E 545. E 546. E 547. C 548. C


549. C 550. C 551. C 552. E 553. E 554. E 555. C 556. E
557. E 558. E 559. E 560. C 561. E 562. C 563. E 564. E
565. E 566. E 567. E 568. C 569. E 570. E 571. E 572. E
573. C 574. E 575. E 576. C 577. C 578. C 579. E 580. E
581. E 582. C 583. C 584. E 585. E 586. E 587. X 588. E
589. E 590. E 591. C 592. E 593. C 594. E 595. E 596. C
597. E 598. E 599. E 600. C

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