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Análise do contributo do Setor Bancário: incidências dos Créditos Comerciais para o

crescimento econômico de Angola


[Analysis of the contribution of the Banking Sector: incidences of Commercial
Credits for Angola's economic growth]

Emmanuel Paulo Dala Zua

Formado em Economia na Especialidade de Economia Monetária pela Faculdade de Economia do


Uíge, da Universidade Kimpa Vita-Angola.

E-mail: paulo.pm739@gmail.com

Resumo

Segundo Franklin Allen e Douglas Gale “sistemas financeiros são cruciais para a alocação de
recursos em uma economia moderna. Eles canalizam as poupanças das famílias para o setor
produtivo e alocam fundos de investimento entre as firmas”. Após, essas cogitações a apresente
pesquisa surge no intuito de analisar a incidências da concessão dos créditos comerciais para o
crescimento econômico de Angola no período de 2003-2022. Está mesma pesquisa assentasse na
moderna literatura empírica onde formulamos um modelo econométrico que nos possibilitou verificar
a relação entre as variáveis ligadas à nossa pesquisa. Sendo assim, tivemos como resultado, que o
contributo dos créditos comerciais para o crescimento econômico de Angola, não é significativo,
devido a sua dimensão numérica. Pois com uma variação de 1% elevará o PIB na ordem de 0.3571%.
E para a concretização desta obra de monografia, utilizou-se os métodos descritivos, quantitativos e
bem como as técnicas bibliográficas, documental, estatísticas que nos ajudaram na realização deste
trabalho de fim de curso.

Palavras-chave

Setor Bancário, Créditos Comerciais, Crescimento Econômico.

ABSTRACT

According to Franklin Allen and Douglas Gale “financial systems are crucial to the allocation of
resources in a modern economy. They channel household savings to the productive sector and
allocate investment funds between firms”. After these considerations, the present research appears
in order to analyze the incidence of the concession of commercial credits for the economic growth of
Angola in the period of 2003-2022. This same research was based on the modern empirical literature
where we formulated an econometric model that enabled us to verify the relationship between the
variables linked to our research. Therefore, we had as a result that the contribution of trade credits to
Angola's economic growth is not significant, due to its numerical dimension. Because with a variation
of 1% it will increase the GDP in the order of 0.3571%. And for the realization of this monograph work,
descriptive and quantitative methods were used, as well as bibliographical, documental and statistical
techniques that helped us in carrying out this end-of-course work.

Keywords

Banking Sector, Trade Credits, Economic Growth.


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1. INTRODUÇÃO

O setor bancário é muito importante para o desenvolvimento de qualquer país e, neste sentido,
conhecer ao menos o básico a respeito dos principais tipos de bancos e o seu impacto no
crescimento econômico de Angola, é proposta feita por nós, o setor bancário é bastante importante
para qualquer nação que queira ver os seus resultados mais significativos no longo prazo por meio
dos investimentos privados a sua economia.

O setor financeiro é indubitavelmente um dos setores mais importantes e sensíveis da economia de


qualquer país, não só pelas repercussões que exerce de forma direta, mas também de forma indireta,
designadamente a nível dos seus clientes a montante e a jusante.

O atual sistema bancário angolano é constituído por bancos comerciais, instituições de crédito e de
investimentos, subordinadas ao Banco Central de Angola (BNA). Além de bancos comerciais e de
investimentos, incorporam também o sistema financeiro angolano os fundos de investimentos,
fundos de pensões, a futura bolsa de valores de Angola e companhias de seguros e instituições
bancárias estrangeiras.

No entanto, o setor bancário angolano tem enfrentado problemas ligados a falta de controlo e
fiscalização das atividades das instituições bancarias, dificultando a extensão dos financiamentos a
todos os estratos sociais. Muitas instituições bancárias preferem conceder empréstimos a taxas de
juros elevadas, com o intuito de obter maiores rendimentos, com prazos muito limitados e com
montantes mínimos de depósitos muito elevados. Portanto, a pobreza coloca barreiras na expansão
dos serviços destas instituições financeiras.

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Neste ponto designado por enquadramento teórico visa proporcionar um esclarecimento dos
conteúdos teóricos que estão relacionados ao nosso estudo sobre análise do contributo do setor
bancário, bem como das incidências dos créditos comerciais para o crescimento econômico de
Angola.

2.1 Sistema Financeiro

Em termos gerais, o sistema financeiro tem como finalidade primordial transferir os recursos em
poder dos poupadores (investidores) para o setor produtivo ou para o setor de consumo. É
constituído basicamente pelos mercados (onde vários agentes realizam essa transferência mediante
operações de compra, venda ou troca de ativos financeiros), por instituições financeiras e pelos
órgãos reguladores do sistema.

Segundo Franklin Allen e Douglas Gale em Comparing Financial Systems, "sistemas financeiros são
cruciais para a alocação de recursos em uma economia moderna. Eles canalizam as poupanças das
famílias para o setor produtivo e alocam fundos de investimento entre as firmas."

O sistema financeiro engloba o mercado financeiro que pode ser dividido em quatro grandes
mercados:

• Mercado de capitais
• Mercado de crédito
• Mercado de câmbio
• Mercado monetário
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2.1.1 Banco
O Banco é uma instituição muito utilizada em nossa sociedade como forma de, por exemplo, receber
salário, fazer pagamentos, guardar dinheiro, fazer operações financeiras, entre outras coisas. Mas,
você saberia dizer o que é um banco para além de suas funções? No mundo atual o banco é uma
instituição que organiza as operações financeiras de modo que contribui para acelerar as relações
econômicas. Mas, o banco também funciona como instituição que concentra e multiplica o capital.
Como isso acontece? O banco oferece seu serviço, mas em troca você paga por este serviço por
meio das taxas de juros, ou taxa sobre operações financeiras. Por exemplo, quando você retira
dinheiro de um banco você paga uma taxa por esse serviço feito por ele, ou seja, por guardar seu
dinheiro durante determinado tempo no banco. Então este funciona como agência de movimentação
de capital na forma de dinheiro.

2.1.2 Tipos de bancos


Os principais tipos de bancos são: Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Bancos de
Desenvolvimento e Bancos Múltiplos. Definiremos duas categorias somente que vamos agora
comentar sobre cada um deles e suas características.

• Bancos Comerciais: Os bancos comerciais são, de uma maneira geral, praticamente


a base do sistema monetário nacional. Atuando de maneira significativa, essas
instituições são intermediários financeiros que recebem recursos de quem os possui
em abundância, normalmente através de depósitos à vista, a prazo e/ou prestações
de serviços, com cobranças de tarifas. Feito isso, os bancos comerciais distribuem
esse capital que levantam na forma de crédito seletivo de curto e médio prazo,
geralmente para comércios, industrias, prestadores de serviços e pessoas físicas.
• Bancos de Investimentos: São instituições que realizam operações de fusões e
aquisições, administrando recursos de terceiros e que fornecem crédito de médio e
longo prazo para empresas (pessoa jurídica). Atuando dessa forma, normalmente os
bancos de investimentos administram fundos de investimentos, realizam aberturas de
capital de bolsa de valores, fornecem capital de giro e/ou, ainda, capital fixo (projetos).
A grande diferença entre bancos comerciais e de investimentos é que a primeira
procura captar recursos à vista ou a prazo, ao passo que o segundo não pode captar
recursos através de depósito à vista, e sim somente a prazo. Ainda, os bancos
comerciais costumam apresentar muitos clientes de pequeno e médio porte, tanto
pessoas físicas quanto jurídicas. Já os bancos de investimentos normalmente
possuem poucos e grandes clientes de caráter pessoa jurídica.
2.2 Papel do banco central na promoção do crescimento econômico

De acordo com Franga e Goldfajn (2002, p. 117), a principal atribuição de um banco central
independente é manter a solidez do sistema financeiro e a estabilidade do poder de compra da
moeda - mediante o monitoramento e, quando necessário, atuando para influir sobre os movimentos
das taxas de juros e de câmbio. Existe um forte debate sobre as atribuições legais de um banco
central, bem como sobre o seu possível papel no comportamento da demanda agregada. De fato, a
relação entre taxa de juros, investimento e crescimento econômico é bastante controversa entre os
economistas. No entanto, muitos concordam que, se realmente existe alguma influência da taxa de
juros nas decisões de investimento produtivo, a taxa a ser considerada é a taxa de juros real de longo
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prazo (observando-se, porém, que taxas de juros de curto prazo elevadas e voláteis desfavorecem
o investimento produtivo, pois criam um custo de oportunidade elevado para quem imobiliza capital).
A redução da taxa de juros real de longo prazo depende de, ao menos, três fatores:

• Estabilização da inflação
• Estabilização ou queda na relação dívida/PIB
• Estabilização da taxa de câmbio
Embora o banco central seja o responsável pela implementação da política monetária, esta, por si
só, é incapaz de gerar crescimento do produto acima da produtividade da economia, no longo prazo,
enquanto que a política fiscal e demais componentes da política econômica estão, normalmente, fora
da alçada do banco central.

2.3 Conceito de créditos

De acordo com Emerson R. Fabiani (2011), o crédito é uma forma de fomentar a economia, pois é
através dele que a economia é impulsionada na geração de emprego, renda, consumo das pessoas
e também para financiar as atividades das empresas, o crédito por si só não garante o crescimento
da economia, mas é um grande acelerador do consumo que consequentemente aumenta a produção
das empresas.

2.3.1 Definição de créditos comerciais


O crédito comercial consiste no oferecimento de crédito por parte de um fornecedor de produtos e
serviços ao seu cliente, permitindo o pagamento mais tarde, ou seja, no futuro. Ambos determinam
uma data de pagamento que deve ser respeitada e cumprida pelo cliente. Do contrário, ações legais
podem surgir caso o cliente não respeite o prazo estipulado.

Sem dúvida esta ação comercial é uma das mais usadas no mundo comercial por parte das
empresas, inclusive existem várias entidades financeiras que oferecem empréstimos como serviço
principal.

O uso dessa ação permite que a mercadoria seja entregue de forma imediata ao cliente sem a
necessidade de um pagamento antecipado. Provavelmente essa mesma mercadoria vendida
permitirá seu pagamento posterior ao fornecedor. Neste caso, o crédito comercial serve como um
financiamento da empresa.

2.4 Crescimento Econômico

De acordo Stanley L. Brue (1945, p. 551) diz que o crescimento econômico não se processa
simplesmente pelo aumento do PNB. Muitas vezes, para que isso ocorra, todo um conjunto de fatores
são fundamentais para que uma economia obtenha resultado positivos. Essas mudanças de cunho
quantitativo, nos níveis de produto (Y), podem estar associados ao estoque de Capital (K), à força
de trabalho (N) e ao próprio período de tempo (t). Segundo a teoria macroeconômica, podemos
expressar esse modelo por: [Y= f (K, N, t)].

Entretanto, atualmente, sabemos que não bastam apenas essas variáveis para explicar o fenômeno
do crescimento. A elas pode-se associar a questão de melhoria na qualidade da mão de obra (obtida
pela melhoria nos níveis educacionais, de treinamento e de especialização), na melhoria tecnológica
(por meio do aumento da eficiência na utilização do estoque de capital) e na eficiência organizacional
(maximização na utilização dos recursos disponíveis).
5

Finalizando, podemos conceituar o crescimento econômico como o processo de crescimento do PNB


per capita, em função da melhoria no padrão de vida da sociedade e pelas alterações essenciais que
possam ocorrer na estrutura da atividade econômica.

Crescimento econômico é um conceito quantitativo que consiste no aumento da capacidade


produtiva de uma nação. Ou seja, o crescimento envolve uma elevação no nível de atividade
econômica de um local, quando se avalia todos os setores produtivos que fazem parte daquela
economia.

No entanto, é importante destacar que essa métrica econômica pode ser medida em termos nominais
ou reais, sendo o último normalmente ajustado pela inflação.

3. METODOLOGIA

De acordo com Cervo, Al; & Bervian, P. (1983, p. 38) a metodologia é a ordem que se deve impor
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas
ciências entende-se por método o conjunto de processos que o espirito humano deve empregar na
investigação e demonstração da verdade.

3.1 Metodologia de Pesquisa econométrica

Em resumo a metodologia de pesquisa econométrica, tem o objetivo de explicar as relações entre


variáveis econômicas, por meio de modelos matemáticos e ferramentas estatísticas.

3.1.1 O método dos minimos quadrados ordinários


Ao usar o método dos mínimos quadrados, assumimos algumas premissas a respeito das variáveis:

• Os regressores são fixos: As variáveis da matriz X não são estocásticas.


• Erro é aleatório com média 0: O erro ℇ é aleatório e sua esperança ℇ (e) = 0.
• Homoscedasticidade: A variância do erro é constante.
• Sem correlação: Não existe correlação entre os erros das observações, ou seja, ℇ (e, ej) =
0 para qualquer i ≠ j.
• Parâmetros são constantes: ꞵꭤꝹℇαsão valores fixos desconhecidos.
• Erro tem distribuição normal: O erro é distribuído conforme a curva de distribuição normal.

Caso alguma dessas premissas não seja verdadeira, o método pode gerar resultados sub-ótimos ou
com viés.

3.1.2 Regressão linear simples


De acordo com KENNEY, J. F. and Keeping, E. S. (1962), em estatística, regressão linear simples é
o quadrado mínimo estimador de um modelo de regressão linear com uma única variável explicativa.
Em outras palavras, regressão linear simples se encaixa uma linha reta através do conjunto de
pontos n de tal forma que faça a soma dos quadrados residuais do modelo (isto é, as distâncias entre
os pontos verticais do conjunto de dados e a linha reta) tão pequena quanto possível. O adjetivo
simples refere-se ao fato de que esta regressão é uma das mais simples na estatística. O declive da
linha reta é igual à correlação entre y e x seja corrigida pela relação de desvios padrão destas
variáveis. A intercepção da linha reta é tal que passa pelo centro de massa (x, y) dos pontos de
dados.

Também existem outros métodos de regressão, além do simples quadrado mínimo ordinário (QMO)
(ver modelo de regressão linear). Em particular, quando se quer fazer a regressão por olho, as
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pessoas geralmente tendem a desenhar uma linha um pouco mais íngreme, mais próximo ao
produzido pelo método do quadrado mínimo total. Isso ocorre porque é mais natural para a mente
humana considerar as distâncias ortogonais para a linha de regressão, ao invés das verticais como
o método QMO faz.

3.1.3 Metodologia da Econometria


• Formulação da teoria ou da hipótese.
• Especificação do modelo matemático da teoria.
• Especificação do modelo econométrico da teoria.
• Obtenção de dados.
• Estimativa dos parâmetros do modelo econométrico.
• Teste de hipótese.
• Previsão ou predição.
• Utilização do modelo para fins de controle ou política.

3.1.4 Métodos
Métodos Descritivo este método permitiu descrever conceitos relacionados ao presente trabalho,
observar, analisar, e ordenar os dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador.

Método Quantitativo consistiu no processo sistemático de colheita de dados observáveis e


quantitativos no modelo econométrico. Pois, ele enfatiza o desenvolvimento da investigação cientifica
dentro de protocolos estabelecidos e técnicas especificas.

3.1.6 Técnicas
Técnicas são procedimentos que servem ou guia-nos para auxiliar na chegada do objectivo desejado.

Técnica Bibliográfica consiste na análise de literaturas já publicadas em forma de livros, revistas,


artigos, dissertações, teses, e etc. Com está técnica permitiu-nos alcançar os objectivos
preconizados quanto a revisão bibliográfica.

Técnica Estatística por meio desta técnica foi possível elaborar as probabilidades estatísticas.
Permitiu-nos também utilizar os testes de hipóteses e as teorias de probabilidades econométricas a
fim de validar os resultados quantitativos sempre com uma certa margem de erro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta presente secção abordaremos sobre análise do contributo do setor bancário nos créditos
comerciais para o crescimento econômico de Angola. Faremos menção de alguns indicadores
macroeconômicos, bem como apresentação e interpretação de gráficos inerentes ao setor bancário.
Salientar que recorremos a ferramenta do software Eviews para poder estimar os dados, ou seja, os
parâmetros.

4.1 Indicadores macroeconômicos

Dentre os indicadores macroeconomicos existentes decide selionar dois deles, que é o ativo de
reservas e os emprestimos aos bancos comerciais.
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Gráfico 1

Evolução dos Ativos de reserva

Activos de reserva
35.000,0
30.000,0
25.000,0
20.000,0
15.000,0
10.000,0
5.000,0
0,0
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
Fonte: BNA (Elaborado pelo Autor), 2023.

Os ativos de reserva são de extrema importância para uma economia, pois representam uma grande
parte da sustentabilidade de financiamento da balança de pagamentos, e bem como da estabilidade
da taxa de câmbio.

Desta feita, analisando o nosso gráfico, conseguimos observar que nos primeiros três anos a
economia registra um baixo poder de financiamento por parte dos ativos de reserva. E já nos anos
subsequentes é notório um movimento não uniforme que rondavam num intervalo demais 5.000,00
milhões de USD e menos 25.000,00 milhões de USD. Os picos máximos de financiamento foram de
30.000,00 milhões de USD nos anos de 2012 e 2013.

O comportamento dos ativos de reservas já não foi tão significativo conforme nos anos anteriores,
criando assim uma certa desestabilização quanto a aquisição de moedas estrangeiras num valor
mais baixo. O mesmo também repercutiu na adoção de uma nova política cambial, passando assim
a um novo regime de câmbio.
Gráfico 2

Evolução dos empréstimos aos bancos comerciais

Empréstimos
5.000,0

4.000,0

3.000,0

2.000,0

1.000,0

0,0
2010
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009

2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022

Fonte: BNA (Elaborado pelo Autor), 2023.

Este segundo gráfico com o título de empréstimo aos bancos comerciais, revela-nos que houve um
fraco investimento por parte do governo em termo de conceção de empréstimo de valores monetários
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aos bancos de segunda ordem no período compreendido entre 2003 a 2011. Mas, no ano de 2012 a
2015 conseguimos constatar que o paradigma do sistema financeiro angolano foi diferente. Pois,
neste período se registrou um empréstimo nunca visto antes na economia. Empréstimos estes que
rondavam até mais de 4000 milhões de dólar norte americano.

Desde o ano de 2016 até ao ano de 2022 é notório que o volume de empréstimos baixa de uma
forma significativa, isto por diversos factores. Dentre eles:

• A aqueda de preço do barril de petróleo a nível do mercado internacional;


• Recessão econômica;
Com a aqueda de preço do barril de petróleo no mercado internacional, desencadeou vários males
na economia angolana. O aparecimento da crise econômica e financeira, pois a nossa economia é
totalmente dependente das exportações petrolíferas. Esses males impulsionaram de certa forma no
baixo nível de empréstimo concedidos aos bancos comerciais.

4.2 Modelização econométrica

De acordo OLIVEIRA, M. Mendes (2011, p. 2) define um modelo econométrico como uma


representação simbólica corporizada num conjunto de relações matemáticas estabelecidas entre
grandezas quantitativas, com objetivo de descrever hipóteses formuladas pela teoria econômica.

• LogdPIB = α0 + α1LogdCC + Ꜫt

Onde temos as seguintes designações:

• LogdPIB: Logaritmo estacionário do Produto Interno Bruto.


• LogdCC: Logaritmo estacionário dos Créditos Comerciais.

4.2.1 Especificação econômica dos modelos


Para a sustentabilidade do nosso trabalho apoiamo-nos na teoria econômica que fundamenta com
precisão de que, o PIB tem uma relação direita, ou seja, positiva com os créditos comerciais.

Assim sendo, depois da estimação dos parâmetros do nosso modelo, esperamos que os coeficientes
de estimação do modelo respeitem os seguintes sinais:

α0 > 0: Deve ser positivo ou maior que zero, e é o intercepto do modelo ou coeteris paribus,
materializa a constância de todos outros factores que podem explicar o crescimento econômico (PIB)
sem a influência dos créditos comerciais, pois este é um parâmetro autônomo.

α1 <0: Este parâmetro alpha índice 1, representa o nível de senilidade do PIB em função da variação
dos créditos comercias.
Tabela 1

Estimação dos parâmetros

Pârametros Estimados
Modelo Econométrico PIB = 8.37555244726 + 0.357075082456*CC
Desvio-Padrão 0.632272 0.077528

t-Student 13.24675 4.605754


Probabilidade 0.0000 0.0002
R2 = 54% DW = 2 Prob (F-stastistic) = 0.000219
Fonte: Elaborado pelo autor por meio do software Eviews.
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4.2.2 Apresentação dos resultados empíricos


Gráfico 3

Evolução temporal do PIB


PIB
160,000

140,000

120,000

100,000

80,000

60,000

40,000

20,000
2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022

Fonte: Elaborado pelo autor por meio do software Eviews.

Gráfico

Evolução temporal dos créditos comerciais

CC
14,000

12,000

10,000

8,000

6,000

4,000

2,000

0
2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022

Fonte: Elaborado pelo autor por meio do software Eviews.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mercado angolano aloja um conjunto de atividades económicas que sentem afetados por
dificuldades no acesso ao crédito que assegura a estrutura económica do país. O empréstimo total
da banca comercial angolana por sectores de atividade económica cifrava-se em Kz23.493 milhões.
O total de crédito por sector de atividade económica foi essencialmente promovido pela evolução do
crédito concedido aos particulares 64,82%, situando-se este na ordem dos kz15.227 milhões e às
empresas em 35,18%, o que representa Kz8.266 milhões.
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Após várias análises feitas concernente ao contributo do setor bancário nos créditos comerciais para
o crescimento econômico de Angola, chegamos aos seguintes resultados baseados em uma análise
empírica fundamentada nos procedimentos matemáticos, estatísticos e econométricos. De acordo
aos parâmetros estimados no nosso modelo, observamos que, desconsiderando as demais variáveis
(α0) o Produto Interno Bruto (PIB) será de 8.37555%. E segundo os testes estatísticos (p-valor =
0,0000) este coeficiente é estatisticamente significante que é confirmado pelo t-Statistic de 13.24675,
está afirmação é coerente já que se espera um PIB positivo quando as demais variáveis se mantem
constante.

O coeficiente α1 referente aos créditos comerciais significa que, tudo mais constante, a elevação de
1% elevará o PIB na ordem de 0.35707%. Está informação de acordo ao p-valor de 0.0002 é
estaticamente significante comprovado pelo t-Statistic de 4.605754.

Os resultados obtidos quanto ao coeficiente de determinação (R2) confirmam que, o Produto Interno
Bruto (PIB) é explicado a mais de 50%, isto é, 54,0968% pela variação dos créditos comerciais.
Estatisticamente falando, o coeficiente de determinação (R2) nos confirmou que, a equação
construída neste trabalho está bem ajustada aos dados macroeconómicos de Angola tudo porque, a
qualidade de ajustamento do modelo estima-se na ordem dos 54,0968%.

Numa amostra de 20 observações, os resultados revelam-nos o seguinte: é 95% confiante que os


verdadeiros valores dos parâmetros amostrais caiam num intervalo de confiança de [7.047198 a
0.194195] para o parâmetro autônomo de 8.37555244726. E [9.703907 a 0.519955] para o parâmetro
explicativo de 0.357075082456. Os créditos comerciais tem uma incidência positiva sobre o Produto
Interno Bruto (PIB), um aumento de uma unidade monetária nos créditos comerciais implicará uma
variação positiva no PIB. Mas, este aumento não é significativo. Sendo assim, concluímos o nosso
trabalho dizendo que, o contributo do setor bancário nos créditos comerciais para o crescimento
econômico de Angola, não é significativo, devido a sua dimensão numérica (contribuição).

6. REFERÊNCIAS
FRAGA, Arminio; GOLDFAJN, Ilan; Relatório de Inflação Banco Central do Brasil “Política

FABIANI, Emerson R. (2011). Direito e crédito bancário no Brasil. São Paulo: Saraiva, S/ Data.

ALLEN, Franklin; DOUGLAS, Gale (2001). Comparing Financial Systems. Cambridge, MA

02142-1493, USA: MIT press. ISBN 978-0-262-51125-4. Arquivado do original em 9 de setembro de


2006. Consultado em 05 de Janeiro de 2023.

CAIADO, Aníbal Campos; CAIADO, Jorge; Gestão de Instituições Financeiras, 3.ª Edição,

Edições Sílabo, Lda., Lisboa, Maio de 2018.

BNA (Banco Nacional de Angola).

CERVO, AL; & BERVIAN, P., A metodologia cientifica, 3ª edição, McGrawHill do Brasil, São

Paulo, 1983.

OLIVEIRA, M. Mendes, Econometria, Lisboa, Escolar Editora Lda., 2011.

Monetária no Brasil”, dezembro 2002.

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