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Cadastro

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Educando para a sustentabilidade

Papel
Desenvolver a excelência humana e profissional de seus públicos, por
meio da criação de valor em soluções educacionais, contribuindo para a
melhoria do desempenho organizacional e para o fortalecimento da imagem
institucional do Banco do Brasil.

O profissional
O atual contexto empresarial, altamente dinâmico, exige profissionais
igualmente dinâmicos que possam situar-se como protagonistas de
sua trajetória pessoal e profissional. Que sejam capazes de se manter
atualizados com os acontecimentos do mundo e, a partir de seus valores e
relacionamentos, refletir sobre a influência desses fatos na organização do
trabalho e na sociedade. Que elaborem, por fim, respostas novas aos novos
problemas.
Essa atitude exige do profissional o comprometimento ético, assim como
exige do Banco a oferta de condições de desenvolvimento e de trabalho para
que sejam firmados compromissos nas seguintes dimensões:
Compromissos consigo mesmo: autodesenvolvimento, autonomia,
autoconhecimento, qualidade de vida, construção de projeto de vida (pessoal
e profissional) e coerência entre sua prática e seus valores.
Compromissos com os outros sujeitos: apoio mútuo, aprendizagem coletiva,
cooperação, solidariedade, empatia, reciprocidade, transparência, atitude
dialógica, tolerância, aceitação e valorização da diversidade humana.
Compromissos com o trabalho: reflexão sobre a natureza e o sentido do
trabalho, aprimoramento permanente da sua qualificação – por meio do
acompanhamento das ciências e tecnologias – e de sua atuação profissional
– por meio da sua participação na construção e reconstrução da realidade.
Compromissos com a Organização: conhecimento e realização das
estratégias e dos objetivos organizacionais, seja no âmbito mercadológico
ou no tocante às suas funções sociais, gerindo as possíveis tensões entre
esses dois papéis.
Compromissos com a sociedade: atuação crítica, democrática e
transformadora nas redes sociais em que se insere, para fortalecer os
princípios de solidariedade, justiça social, cidadania e sustentabilidade
ambiental.
Extraído da Proposta Político-Pedagógica para
Atuação em Gestão de Pessoas

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Sumário
7 Considerações Iniciais
9 Apresentação
11 Cadastro
35 Composição e Organização do Cadastro
55 Cadastramento – Pessoa Física
75 Cadastramento – Pessoa Jurídica
103 Cadastramento – Módulos Comuns
135 Anotações Cadastrais
149 Gerenciamento do Cadastro
177 Mensagem de Encerramento

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Considerações Iniciais
Os cursos voltados para a área de crédito apre-
sentam composição interna coerente com a
premissa de estruturação do processo.
O curso Introdução ao Processo de Cré-
dito oferece abrangente visão de todo o
processo, desde a conceituação de ris-
co até à formalização e ao acompanha-
mento de uma operação de crédito.
O curso Risco de Clientes aborda
com profundidade as formas adota-
das pelo Banco para a atribuição do
risco e o estabelecimento do limite
de crédito.
O curso Risco de Operações re-
fere-se especificamente à concretização do negócio de crédito, que
se inicia com uma efetiva proposição por parte do cliente – emprésti-
mo ou financiamento. Logo, pressupõe que o cadastro tenha sido ela-
borado – e que esteja atualizado – de forma a ter dado sustentação
ao prévio e seguro estabelecimento de limite de crédito.
É neste contexto que se insere o presente treinamento: oferece
as diretrizes necessárias para a confecção e a manutenção de um ca-
dastro com informações completas, confiáveis e atualizadas, como
veremos.
Além desses, considerados básicos, outros existem, para apro-
fundamento de temas específicos, como Análise Econômico-Finan-
ceira de Empresas e Operações de Investimentos.

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CURSO CADASTRO

Esses cursos todos integram as ações voltadas para a formação


do profissional responsável pela viabilização do principal negócio de
um banco: emprestar e receber, para novamente emprestar, num ci-
clo contínuo.
Por oferecer o aporte conceitual e as diretrizes traçadas pelo
Banco para a coleta e registro de informações cadastrais de clientes
– reais e potenciais –, o curso Cadastro, que ora oferecemos, desti-
na-se a todo funcionário recém-ingressado no Banco, como parte de
sua formação básica. A ele agrega-se um curso Cadastro em versão
web, que trata da interpretação das informações para o efetivo regis-
tro nos aplicativos do Banco.

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Apresentação
Este curso foi desenvolvido para que você possa, ao final do
estudo, reconhecer-se protagonista no contexto da manutenção da
qualidade dos registros cadastrais. Essa é condição fundamental pa-
ra você desempenhar com correção as funções ligadas à gestão do
cadastro. Esperamos que, ao final, você esteja apto a demonstrar as
competências abaixo.

Reconhecer a importância do cadastro nos processos do Banco e no


relacionamento com o cliente.
Utilizar as informações cadastrais como alicerce à decisão e condução
de negócios.
Confeccionar, atualizar e gerenciar cadastros atendendo seus requisitos
e as políticas do Banco.
Prevenir fraudes e situações de utilização do Banco para lavagem de
dinheiro.
Contribuir para o atendimento de aspectos legais que envolvem a atividade
do Banco.

Com relação às competências fundamentais da GDP, está voltado


para a perspectiva clientes, ao fornecer condições de que você possa
prestar atendimento com cortesia e agilidade, consideradas as ex-
pectativas do cliente e as orientações da empresa.

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CURSO CADASTRO

Para que os objetivos sejam atendidos, é importante que


você:

Busque no LIC as informações completas sobre o curso.


Inicie o treinamento em um momento em que as condições pessoais e
profissionais contribuam para a efetiva assimilação e compreensão dos
assuntos estudados.
Dedique um mínimo de vinte horas – distribuídas em dez dias de duas
horas – para estudo do conteúdo e resolução dos exercícios, mais duas
horas para a realização da verificação da aprendizagem.
Evite interrupções que quebrem a concentração necessária à perfeita
compreensão dos assuntos.
Estude em um ambiente agradável, livre de ruídos que possam causar
dispersão.
Relacione o que aprendeu com seu dia-a-dia, pois, quando não se pratica,
se esquece, se perde o que se estudou.

Ao final do estudo, combine com


o coordenador a aplicação da verifi-
cação da aprendizagem, cuja aprova-
ção é condição necessária ao regis-
tro do treinamento no Cadastro de
Formação Profissional.

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Primeira Unidade
Cadastro
Objetivos
• Conceituar cadastro e conhecer sua importância.

• Descrever os requisitos e as políticas que orientam o cadastro.

1 – Introdução
Somos seres eminentemente sociais. Conhecemos muitas pes-
soas – amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de estudo – e com
elas mantemos relacionamentos em diversos graus. A respeito des-
sas pessoas sabemos alguma coisa, principalmente as que podem
interferir na forma como nos relacionamos. Essas informações, mes-
mo que guardadas em nossa memória de forma assistemática, cons-
tituem um “cadastro”, ou seja, “um conjunto de informações sobre
pessoas ou coisas”.
Dessa forma, as listas de contatos nos nossos provedores de e-
mails, com informações sobre nomes completos e apelidos, endere-
ços físicos e eletrônicos, telefones, etc. são o nosso cadastro pes-
soal. Têm o tamanho da nossa capacidade de fazer amigos, reais ou
virtuais, e a quantidade de dados que nosso interesse determina.
Em qualquer cadastro, seja ele formal ou informal, com registros
informatizados ou em uma caderneta comprada na livraria da esqui-
na, é importante que ele contenha informações que sirvam de base
para a tomada de decisão.

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CURSO CADASTRO

No mundo dos negócios, a informação é elemento essencial para


a decisão. Gestores que decidem com base em dados insuficientes
e de qualidade duvidosa conduzem seu empreendimento ao fracas-
so. Assim, as empresas de qualquer porte, os órgãos e entidades da
administração pública, os sindicatos e os profissionais liberais regis-
tram e cuidam dos dados sobre as pessoas com quem se relacionam.
Em outras palavras, mantêm cada qual o “seu” cadastro.
É a partir dos dados existentes em seus registros que as empre-
sas gerenciam relacionamentos, decidem sobre a venda de produtos
e serviços, reduzem a incerteza quanto ao recebimento de suas ven-
das, estabelecem campanhas de marketing. É também a partir do ca-
dastro que órgãos e entidades do governo exercem sua função fisca-
lizatória, recebem tributos, prestam serviços de seguridade, efetuam
pesquisas econômicas e sociais. E as entidades de classe oferecem
serviços e promovem o bem-estar de seus associados.

Se informações confiáveis contribuem para uma boa atuação, o inverso


também é verdadeiro.
Se incorretas, podem trazer danosas
Estima-se que a má conseqüências, pois induzirão
qualidade dos dados custe estratégias equivocadas, dificultarão o
611 bilhões de dólares às relacionamento com o cliente e levarão
empresas norte- americanas. a decisões individuais erradas, além
(Eckerson, 2002) do custo financeiro, como mostram as
estimativas americanas.
Além disso, a imagem do Banco poderá ficar comprometida no mercado
e nos órgãos de fiscalização (Conselho Fiscal do Banco, Banco Central,
TCU, auditoria independente).

2 – O Cadastro no Banco
No Banco do Brasil, cadastro é “um conjunto de informações
a respeito de clientes, correntistas ou não, que mantêm ou
mantiveram algum relacionamento com o Banco”.

Todos os dias, milhões de pessoas estão em contato com o Ban-


co, realizando negócios e efetuando transações. São pessoas que
precisamos conhecer, se quisermos manter relacionamento que re-
sulte em bons negócios para ambas as partes. Assim, coletamos in-

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Primeira Unidade – CADASTRO

formações, solicitamos documentos, pesquisamos a vida dessas pes-


soas. E registramos as informações colhidas em um banco de dados
periodicamente atualizado. Com isso, confeccionamos e mantemos
atualizado o cadastro de nossos clientes.
São essas informações que subsi-
diam e apóiam nossas decisões em to-
dos os níveis, das definições estra-
tégicas ao processo de comunicação
com o mercado. São elas também
que servem de base para avaliação
do risco de crédito, contratação
e condução de operações, pros-
pecção e realização de negócios,
prevenção e combate a ilícitos
financeiros, prevenção e detec-
ção de fraudes e, ainda, cum-
primento da legislação.
Para que você possa melhor compreender o cadastro
e sua importância no contexto do Banco do Brasil, vamos relem-
brar um pouco sua história.

2.1 – A História do Cadastro no Banco


Antigamente, havia no Banco do Brasil um funcionário responsá-
vel pela coleta e manutenção dos dados cadastrais. Era o Investiga-
dor de Cadastro. O cadastro era referência de qualidade e confiabi-
lidade no mercado financeiro. Esse profissional era encarregado do
registro e da atualização das informações cadastrais, cujas fichas
eram mantidas de forma criteriosa, sob rígidos controles. Naquele
tempo ainda não havia sido inventado o computador... Tudo era feito
manualmente!
Com o passar dos anos, a crescente competitividade do mercado
financeiro passou a exigir cada vez mais que os bancos se moderni-
zassem. Redução nos custos, agilidade no atendimento e, principal-
mente, consolidação e expansão da base de clientes passaram a fa-
zer parte da dinâmica do sistema financeiro.
Foi nesse contexto que o Banco iniciou seu processo de organiza-
ção e automação do registro das informações cadastrais. Em 1993,
o cadastramento, antes manual, passou a ser eletrônico, com ativida-
des descentralizadas, diluídas entre as funções de atendimento e de
suporte. Com isso, o que era atribuição de uma única pessoa, passou
a ser responsabilidade de todos.

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CURSO CADASTRO

Isso foi possível com a implantação do sistema BDC – Base de Da-


dos Cadastrais, o que possibilitou o acesso às informações de clientes
cadastrados em qualquer de nossas bases, pois o sistema consistia em
onze bancos de dados independentes, distribuídos pelo País.
Apenas em 1996 foi possível a criação de uma base única de
clientes, automatizada e centralizada: o MCI – Mercado Interno. Is-
so tornou possível ao Banco adaptar-se às exigências do mercado e
proporcionar comodidade e confiabilidade, tanto no acesso ao cadas-
tro, como no gerenciamento das informações. Na seqüência, e com
o mesmo propósito, em 2001 o MCI foi ramificado com a criação do
MCE – Mercado Externo, para abrigar os cadastros dos clientes das
agências localizadas no exterior.
Em 2002 foi implantado o Plano de Cadastro, conjunto de ações
com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade das informações
cadastrais. Compreendia a capacitação e a conscientização dos fun-
cionários, o aperfeiçoamento de sistemas e de normas internas, além
da definição de políticas de cadastro. Essas ações envolveram todo
o Banco, reforçando o reconhecimento que a Instituição confere à in-
formação cadastral.
As ações adotadas no Plano de Cadastro geraram bons frutos,
mas não pararam no tempo. A concorrência no mercado financeiro,
novas leis e alterações das existentes, o acompanhamento e a fisca-
lização dos órgãos controladores, a sofisticação dos hábitos de con-
sumo, são fatores que fazem com que normas, sistemas e a forma de
atuação do Banco sejam permanentemente aperfeiçoados. Do mesmo
modo, todos nós, funcionários que participamos ativamente desse
processo, também devemos continuamente buscar a capacitação e o
conhecimento para atuar nesse ambiente.
Embora muito já tenha sido feito para a confiabilidade do cadas-
tro de clientes, existem ainda desafios a serem vencidos e melho-
rias a serem alcançadas, a exemplo da busca contínua pelo aperfei-
çoamento de processos e a melhoria da qualidade das informações
cadastrais.
E é, também, o nosso desafio, neste Banco do presente.

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Primeira Unidade – CADASTRO

2.2 – Aspectos Atuais

No Banco do Brasil, o Cadastro está sob gestão da Diretoria de


Crédito, mais especificamente na Genop – Gerência de Cadastro,
Normatização e Padronização do Processo de Crédito, localizada
em Brasília.
A essa Gerência compete, dentre outras funções, elaborar e
manter normas e procedimentos, definir parâmetros e padrões
relativos ao cadastro de clientes, e acompanhar a elaboração,
implementação, manutenção e revisão de sistemas de
processamento de dados relacionados com o cadastro.

Quando falamos de cadastro no Banco do Brasil, estamos falan-


do de uma base de informações a respeito de dezenas de milhões de
clientes, informações essas que subsidiam todos os nossos negó-
cios. Por isso, a qualidade das informações é condição fundamental
para garantir nosso sucesso.
Realmente, só um cadastro de qualidade, com informações com-
pletas, confiáveis e atualizadas permite a realização de bons ne-
gócios, pois minimiza riscos, proporciona agilidade nos processos,
cumpre a legislação, evita penalidades, protege o Banco contra da-
nos à sua imagem e mantém sua confiabilidade no mercado.
Em linhas gerais, o cadastro é fonte de informações que visam a
quatro grandes objetivos:

Subsidiar decisões – Concessão de crédito, decisão pela oferta de


um produto ou serviço, análise da compatibilidade de movimentações
financeiras com vista à prevenção de ilícitos financeiros, tudo exige
conhecimento do cliente e de seu histórico.

Apoiar comunicação com o cliente – Oferta de produtos e serviços,


convites para eventos, envio de correspondências, extratos, notifi-
cações, entre outras, são situações que exigem informações precisas
sobre o perfil e a localização do cliente.

Apoiar ações estratégicas – Ações como desenvolvimento e lança-


mento de novos produtos e serviços, campanhas de marketing, desen-
volvimento de metodologias de análise de risco e, até mesmo, deci-
sões sobre a estrutura de agências exigem conhecimento do mercado
consumidor, o que é feito a partir da análise de perfil dos clientes.

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CURSO CADASTRO

Alimentar sistemas com informações necessárias à execução de su-


as rotinas – Abertura de conta corrente, contratação de produtos de
seguridade, contratação de operações de crédito, identificação po-
sitiva de clientes em atendimento prestado por meio de telefone ou
de terminais eletrônicos são processadas por sistemas diferentes que
dependem de informações a respeito do cliente.

3 – A Importância do Cadastro
Apresentamos a seguir alguns exemplos em que o cadastro apre-
senta-se como de grande importância para o Banco.

3.1 – Na Avaliação do Risco de Crédito


Segundo o dicionário Aurélio, no campo da Economia, crédito sig-
nifica a cessão de mercadoria, serviço ou impor-
tância em dinheiro, para pagamento futuro.
Trazendo esse conceito para dentro de uma
instituição financeira, crédito representa a
ação de colocar uma quantia em dinheiro à
disposição do cliente, mediante promessa
de pagamento em data e condições pre-
viamente pactuadas.
Assim, crédito é uma relação de
confiança, que varia em função do co-
nhecimento e da experiência vivida com
o cliente. Confiança, portanto, é a pala-
vra-chave do crédito. E conceder crédito é uma das funções básicas
dos bancos, pois é nessa atividade que se concentra a fonte de sig-
nificativa parcela de seu lucro.
Agora, pense: você emprestaria seu automóvel para um
desconhecido?
Certamente não. Ninguém confia em um desconhecido. Para que
confiemos em pessoas, precisamos conhecê-las. Para conhecê-las,
precisamos colecionar suficiente informação sobre elas. Da mesma
forma, para emprestar dinheiro, o Banco deve conhecer o cliente, ou
seja, ter informações que levem à crença de que seja merecedor da
confiança que nele está sendo depositada e, assim, minimizar o risco
do negócio.

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Primeira Unidade – CADASTRO

Os conceitos de crédito e risco, a par de serem


fundamentais dentro do processo de concessão de
empréstimos e financiamentos, extrapolam o foco deste
treinamento.
São, entretanto, profundamente abordados nos demais
cursos que compõem o Programa Qualidade do Crédito,
principalmente Risco de Clientes e Risco de Operações.

3.2 – Na Contratação e Condução de Operações


Numa visão geral, a contratação de operação de crédito envolve
a análise do cliente e da operação.
Analisar o cliente significa avaliar as in-
formações que temos sobre ele para con-
cluir sobre a conveniência de lhe conceder
crédito.
Analisar a operação significa estrutu-
rá-la de modo a minimizar os riscos, esta-
belecendo parâmetros que compatibilizem
as necessidades e possibilidades do clien-
te com os interesses do Banco.
Essas análises, que dão sustentação ao
deferimento de uma operação, apóiam-se em informações, principal-
mente naquelas existentes nos registros cadastrais. Se não forem su-
ficientes e confiáveis, a análise estará fragilizada e a decisão acabará
por colocar em risco o negócio, com possíveis prejuízos ao Banco.
Na condução das operações, a existência de informações atuali-
zadas pode contribuir para adoção de medidas preventivas ou, se for
o caso, de ações de recuperação. O endereço incompleto, por exem-
plo, impede o Banco de contatar o cliente.
Portanto, é fundamental primarmos pela autenticidade, exatidão,
confiabilidade e atualização das informações registradas no cadas-
tro, para que todos os envolvidos no processo tenham insumos sufi-
cientes e seguros para tomar a decisão mais adequada ao Banco, e
que atenda aos interesses do cliente.

Tomar decisão com base em cadastro de baixa qualidade


significa confiar cegamente em quem não se conhece.

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CURSO CADASTRO

3.3 – Na Alavancagem de Negócios


No âmbito da Direção Geral, as diretorias buscam informações
cadastrais registradas no sistema para:
• desenvolver novos produtos e serviços;
• efetuar pesquisas segmentadas para definir públicos-alvos;
• enviar mala direta para auxiliar na divulgação de produtos ou
promover vendas em épocas especiais (dia dos namorados, dia
das mães, dia da criança, etc.).

De igual forma, você, na agência, consulta os registros cadastrais


para melhor direcionar seus esforços de venda, munir-se de informa-
ções que auxiliarão em uma negociação, ou propiciar ao cliente aten-
dimento de excelência.

Lembre-se:
Os registros cadastrais reúnem o conhecimento de todos
os colegas a respeito de um cliente. Esse conhecimento
será, pelo menos em tese, maior que o seu individual. Por
isso, não resista. Consulte o cadastro do cliente. Você irá
sentir-se muito mais seguro nas negociações.

Mesmo que você conheça muito bem os clientes de sua carteira,


consulte o Cadastro. É possível que alguma informação relevante que
você possua tenha ficado sem registro. Ela poderá vir a fazer falta
amanhã. Lembre-se: os registros cadastrais reúnem o conhecimento
de cada um, para uso de todos.
Só para ilustrar, veja alguns exemplos, entre muitos outros, de como
algumas informações cadastrais podem ajudar na realização de negócios:
• A quantidade de empregados pode subsidiar a montagem de
ações para conquista de folha de pagamento ou venda de pro-
dutos de seguridade para os funcionários da empresa.
• A informação sobre receita ou renda permite conhecer o poten-
cial financeiro do cliente, subsidiando estratégia de abordagem
para venda de produtos. É, também, uma forma de avaliar se o
cliente centraliza sua movimentação no Banco.
• A análise do módulo bens e patrimônio e do tipo de moradia
pode indicar a possibilidade de oferta de seguros.
• A inexistência do registro de equipamentos de informática pode su-
gerir a oportunidade de oferta de financiamento para sua aquisição.

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Primeira Unidade – CADASTRO

Poderíamos listar uma série de outros exemplos. Mas preferimos


que você mesmo analise os campos do cadastro e reflita sobre essas
oportunidades.
Porém, cuidado com o que você vai oferecer ou para qual ende-
reço enviará sua oferta! Critique primeiro a compatibilidade da in-
formação, para não perder seu tempo nem se colocar em situação
desconfortável.

E agora, para sua reflexão:


Você já imaginou a quantidade de correspondências que se
extraviaram ou deixaram de ser recebidas pelo simples fato
de que o endereço do cliente está incompleto, inválido ou
desatualizado?
Tem idéia da quantidade de clientes
que deixaram de entrar na estatística
de público-alvo de determinado
produto por figurarem no cadastro
com registros incorretos,
incompletos ou desatualizados
sobre renda, profissão, idade ou
atividade econômica?
Qual a importância da fidedignidade
dos dados cadastrais na hora de
formular estratégias de vendas de
determinados produtos?

3.4 – Na Prevenção e Combate a Ilícitos Financeiros


“Lavagem de dinheiro” é o processo pelo qual o criminoso trans-
forma recursos ganhos nas atividades ilegais em dinheiro de origem
aparentemente legal. Essa prática geralmente envolve múltiplas tran-
sações comerciais ou financeiras, com a finalidade de ocultar sua
origem e, dessa forma, permitir sua utilização sem comprometer os
criminosos.
Por que devemos combatê-la?
Antes do processo de “lavagem de dinheiro”, ocorreram outras
atividades criminosas, como sequestros, tráfico de drogas e con-

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trabando de armas, entre outros. A la-


vagem do dinheiro irá proporcionar re-
cursos para novamente financiar estes
crimes. Assim, essa prática acarreta
conseqüências econômicas, sociais e de
segurança potencialmente devastado-
ras. Quando associada a instituições fi-
nanceiras, pode prejudicar sua imagem
e integridade, além de expô-la a sanções
legais e administrativas.
O Banco não pode arriscar-se a ter sua reputação, de instituição
financeira sólida e séria, arranhada por suspeitas de facilitação ou de
associação com a lavagem de dinheiro. Repercussão negativa sobre
o envolvimento com essa atividade reduz a confiança do mercado e
pode prejudicar a atuação e o resultado do Banco.
Assim, a exigência de documentos e comprovantes e as informa-
ções registradas no sistema do Banco, em acordo com os critérios de
segurança, os requisitos e as políticas de cadastro, constituem parâ-
metros para validação de dados, acompanhamento da situação finan-
ceira e econômica e a detecção de indícios que possam caracterizar
a lavagem de dinheiro.
Além de representar interesse do Banco na preservação de sua
imagem, a adoção de mecanismos para o combate e prevenção a ilí-
citos financeiros é também exigência legal (Lei 9.613/98, posterior-
mente alterada pelas leis 10.467/02 e 10.701/03), que sujeita as
instituições e seus funcionários a pesadas penas pela não-adoção de
providências no sentido de evitar a ocorrência de tais práticas.
Dentro desse contexto, o Banco Central instituiu o Cadastro de
Clientes do Sistema Financeiro Nacional – CCS, implementado pa-
ra atender a disposição da Lei 9.613 e suas alterações e tem como
principal objetivo auxiliar investigações financeiras conduzidas pelo
Poder Judiciário ou por outras autoridades competentes.
Com o CCS, as instituições financeiras são obrigadas a enviar ao
Bacen informações sobre os seus clientes, representantes legais e
procuradores. No Banco, essas informações são capturadas no Ca-
dastro para envio ao CCS. E é por isso que voltamos a afirmar sobre
a necessidade de termos os dados registrados corretamente, obser-
vando-se, sempre, os normativos do Banco.

Sobre o assunto, está disponível na Intranet o treinamento


“Práticas de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro”.

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Primeira Unidade – CADASTRO

No entanto, o esforço de todos os funcionários deve ir além de


ações institucionais desenvolvidas pelo Banco. Além de funcionários
somos cidadãos. Quando auxiliamos no combate ao crime de lava-
gem de dinheiro, estamos contribuindo para que a sociedade se pro-
teja de investidas criminosas.

3.5 – Na Prevenção a Fraudes


Numa fraude temos, simplificadamente: de um lado, a presença
do fraudador ou golpista, pessoa que se utiliza de informações e ar-
tifícios com interesse próprio e de forma criminosa, iludindo e preju-
dicando outrem; do outro lado, a vítima que acredita no golpista e na
hipótese de obter alguma vantagem.
O cadastro é importante ferramenta para prevenção de fraudes,
para proteger tanto o Banco como o cliente.
Prevenimos fraudes já no contato inicial com o cliente, ao obser-
varmos atentamente seu comportamento e suas intenções. Da mesma
forma, inibimos ações do fraudador quando exigimos documentos ca-
dastrais e os examinamos. A pesquisa cadastral, com consulta a refe-
rências reconhecidamente idôneas, também pode prevenir ilícitos.
Também prevenimos fraudes quando solicitamos documento pa-
ra comparação com os dados registrados nos sistemas do Banco. Da
mesma forma, prevenimos fraude nos atendimentos telefônicos ou
nos terminais eletrônicos, no momento em que os sistemas efetuam
a “identificação positiva”, ou seja, comparam informações forneci-
das pelo cliente com aquelas já registradas no cadastro.
Nessa função de prevenção a fraudes também cumpre ressaltar a
qualidade do cadastro. Informações registradas corretamente e atua-
lizadas irão proporcionar segurança ao Banco e ao cliente e efetivida-
de no atendimento. Do contrário, poderá prejudicar o relacionamento
do cliente com o Banco e favorecer a ação do golpista.
É importante, ainda, estarmos preparados. Lembre-se: deter co-
nhecimento e informação confere-nos não somente vantagem para
realizar bons negócios, mas também para evitar prejuízos.

3.6 – No Cumprimento da Legislação


A existência do cadastro e a manutenção de suas informações
atualizadas, além de constituírem ferramenta eficaz para conhecer
melhor o cliente, são, também, exigência legal.
O Conselho Monetário Nacional – CMN é o órgão responsável pe-
las normas gerais para o bom funcionamento do sistema financeiro
nacional. O Banco Central do Brasil – Bacen, principal executor das

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CURSO CADASTRO

normas do CMN, regulamenta a forma de atuação das instituições fi-


nanceiras, entre outras funções. Em seus normativos, o Bacen esta-
belece que elas estão obrigadas a manter atualizadas as informações
cadastrais dos respectivos clientes, bem como determina a observân-
cia dos requisitos de seletividade, garantia, liquidez e diversificação
em suas operações.
Periodicamente, o Bacen realiza auditorias nas operações realizadas
pelo Banco. Um dos itens de verificação é o exame dos registros ca-
dastrais dos clientes. Eventuais irregularidades detectadas no proces-
so, aí incluído o cadastro incompleto ou desatualizado, sujeita o Banco
a processo administrativo, cujas penalidades podem ser advertência,
multa e, até mesmo, a cassação da autorização de funcionamento.
Além disso, e por definição contida na Lei das Sociedades Anôni-
mas, o Banco é auditado por entidades independentes. Essa auditoria
tem por finalidade informar ao mercado – acionistas, investidores,
governo, clientes e sociedade em geral – a qualidade dos números e
das operações ativas e passivas do Banco.
São pontos de verificação, entre outros, a regularidade das infor-
mações contidas nos cadastros dos clientes, a compatibilidade das
informações cadastrais com a documentação arquivada na agência, a
efetiva consulta às fontes de pesquisa e seu registro no cadastro.

Imagine a magnitude do dano causado à imagem do Banco


se, por ocasião da publicação do balanço, a auditoria
divulgar nota em todos os jornais de grande circulação do
País, informando que os registros cadastrais dos clientes do
Banco não são confiáveis, ou que as operações de crédito
são contratadas com clientes cujos dados cadastrais são
incompletos, desatualizados ou não fidedignos.

4 – Requisitos do Cadastro
Como vimos, o Banco utiliza uma base única de cadastro, o MCI.
Isso quer dizer que o acesso às informações de um cliente pode ser
feito por qualquer dependência do Banco.
Para cumprir efetivamente seu papel e beneficiar toda a Organiza-
ção, o cadastro deve atender aos requisitos de fidedignidade, corre-
ção, completeza, atualização, unicidade, sigilo e seriedade.
É importante destacarmos que, quando falamos de cadastro de
clientes, não nos referimos apenas àqueles detentores de operações
de crédito mas, sim, de todo e qualquer cliente, independentemente
do tipo de negócio que realize com o Banco.

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Primeira Unidade – CADASTRO

Portanto, os requisitos devem estar presentes em todos os cadas-


tros, qualquer que seja o nível de relacionamento.
E o que vêm a ser esses requisitos, como atendê-los, em que par-
te do processo se inserem? É o que vamos aprender em seguida.
Fidedignidade
Somente devem ser registradas informações verdadeiras. Como
são, em sua maioria, prestadas pelo cliente, certifique-se. Registre
somente aquelas sobre as quais você tenha convicção. Por isso, é
preciso estar alerta no momento de sua coleta, atentando principal-
mente para a legitimidade dos documentos apresentados.
Correção
Os dados registrados no cadastro devem ser
os que dizem respeito ao cliente, conforme in-
formações e documentos fornecidos e pesqui-
sas efetuadas. Os registros são efetuados de
forma organizada e padronizada, em módulos
adequados, possibilitando o acesso às informa-
ções do cliente de forma corporativa, por todas
as áreas e funcionários.
Completeza
O cadastro deve conter todas as informações necessárias de
acordo com o relacionamento que o cliente mantenha com o Banco.
Esse relacionamento define o tipo de cadastro a ser efetuado e, para
cada tipo, haverá informações cadastrais mínimas a serem registra-
das. Assim, para atender a esse requisito, devemos estar atentos ao
relacionamento que o cliente mantém com o Banco e ao tipo de ca-
dastro adequado.
Atualização
O cadastro precisa refle-
tir o momento atual do clien-
te. Periodicamente, as infor-
mações cadastrais devem ser
revistas e atualizadas. Por-
tanto, seja proativo. Esteja
atento a situações que pos-
sam gerar informações que
mereçam registro, e anote-
as no cadastro. No atendi-
mento ao cliente, antes de visitas, negociações, verifique se os re-
gistros são atuais. Regularize-os, se for o caso. Esclareça o cliente,

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CURSO CADASTRO

sempre que possível, sobre os benefícios do cadastro atualizado.


Sempre que acessar os registros de um cliente, verifique a atualiza-
ção do cadastro.
Unicidade
Cada cliente é cadastrado uma única vez. Assim, deve haver um
único cadastro para cada pessoa, seja física ou jurídica, bem como
um único cadastro para cada representante legal ou procurador des-
tas pessoas.
Sigilo
As informações cadastrais e as relativas a operações com clien-
tes são protegidas pela Lei do Sigilo Bancário. Por isso, os registros
existentes no cadastro devem ser utilizados única e exclusivamente
para dar suporte aos negócios do Banco. Utilizar informações sigilo-
sas para outros fins ou divulgá-las a terceiros, além de constituir fal-
ta gravíssima, imputa ao Banco riscos legais e de imagem.
Seriedade
O cadastro deve ser feito com atenção e cuidado, espelhando a
seriedade de uma instituição como o Banco do Brasil. Não registre
dados de qualquer forma, só para ver sua
tarefa concluída. Registros indevidos po-
dem ocasionar transtornos ao cliente e ao
Banco, além de constituir irregularidade
sujeita a exame sob aspecto disciplinar.

Que tal, agora, dar uma pausa na leitura e ir até o sistema verificar
alguns cadastros de clientes? No SisBB, acesse o aplicativo Clientes,
opção Cadastramento – Brasil, e consulte o cadastro de um cliente
pessoa física da agência. Caso não possua acesso à opção, solicite-
o ao administrador.
Informe o CPF e observe se há mais de um MCI. Veja se o cadastro
está atualizado. Com o dossiê do cliente, confira os dados com
os documentos e observe se está faltando algum dado ou se há
registros incorretos. Atente para o fato de que tais consultas são de
uso interno, e não devem ser divulgadas a terceiros.
Se encontrou alguma informação que não esteja em acordo com
os requisitos do cadastro, ou tiver alguma dúvida, converse com o
responsável, para regularização e esclarecimento.

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Primeira Unidade – CADASTRO

6 – Políticas de Identificação de Clientes


Políticas organizacionais são princípios estabelecidos pelo nível
estratégico de uma instituição, que orientam tanto seu comporta-
mento como os procedimentos interno e externo. Possuem caráter
perene e são elaboradas visando o longo prazo.
As políticas definidas pelo Banco compõem um dos documentos
que regulam o comportamento da organização. Dividem-se em:
• gerais – orientações que compreendem situações de interesse
de todas as áreas administrativas, e
• específicas – orientam o desenvolvimento de funções ou o
comportamento de determinadas áreas administrativas, com
ênfase nas recomendações de órgãos reguladores.
Assim, visando reforçar a importância de ter um cadastro de qua-
lidade, atender recomendação de órgãos reguladores, e orientar o
comportamento, ao envolver toda a organização (diretorias, unidades
e agências), o Conselho de Administração do Banco definiu as Políti-
cas de Identificação de Clientes.
Essas políticas norteiam as definições referentes ao cadastro e
visam padronizar e garantir a qualidade que deve estar presente em
todas as ações que envolvam o cadastro, desde o desenvolvimento
e aperfeiçoamento de aplicativos até o registro dos dados. Entre as
orientações definidas nas Políticas de Identificação de Clientes, po-
demos citar, sem esgotar o assunto:
• registro e organização das informações cadastrais em base única;
• realização de negócios com clientes cujas informações cadas-
trais encontrem-se atualizadas e em normalidade;
• adoção de mecanismos que garantam a confiabilidade e a apli-
cação dos princípios de segurança da informação;
• diferenciação de critérios de cadastramento, atualização e re-
visão dos dados cadastrais, de acordo com a natureza do rela-
cionamento mantido com o Banco.

Vamos ao LIC!
Antes de iniciarmos a revisão e os exercícios, e como parte integrante desta unidade,
acesse na intranet o LIC 470.1.2.1927 e conheça integralmente as Políticas de
Identificação de Clientes.
E lembre-se: a existência das Políticas de Identificação de Clientes e sua observância
por todos os funcionários constituem elementos essenciais para a segurança e a
vitalidade do Banco.

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Concluído o estudo da primeira unidade do curso, e antes de se-
guir em frente, verifique sua compreensão dos conceitos até aqui
estudados.
Por definição, para o Banco cadastro é o conjunto de informações
a respeito de clientes que mantêm ou mantiveram algum tipo de re-
lacionamento, sejam eles correntistas ou não.
Mas afinal, qual a importância do cadastro para o Banco?
Reveja os objetivos e os aspectos específicos em que o cadastro
representa papel fundamental.
Subsidiar Decisões
O cadastro atualizado com informações completas e confiáveis
permite ao Banco tomar decisões de concessão de crédito em todas
as suas etapas:
• quando da elaboração ou revisão de metodologias de análise de
risco, a Diretoria de Crédito tem como insumo, dentre outros,
as informações constantes da base de cadastro.
• no momento do calculo do risco e estabelecimento de cré-
dito, mais uma vez os registros cadastrais entram em cena,
pois compõem os elementos de apuração do chamado risco
subjetivo.
• quando do deferimento das operações, é o cadastro que for-
nece, por exemplo, informações sobre quem deverá assinar os
documentos de crédito.
• no acompanhamento de operações, algum registro cadastral
que possa influenciar no conceito ou no patrimônio do cliente
deverá ser corretamente avaliado para decisão sobre a conve-
niência de se manterem ou não os créditos do cliente.
Apoiar a Comunicação com o Cliente
Sabendo quem é ele e onde localizá-lo, o Banco tem elementos
para manter bom relacionamento com o cliente, seja para envio de
correspondências, extratos, cobranças ou para a oferta de produtos
e serviços.
Apoiar Ações Estratégicas
O cadastro é fonte em que as diversas diretorias do Banco bus-
cam informações para subsidiar suas ações estratégicas, tanto para

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Pimeira Unidade – CADASTRO

definir a estrutura de agências, como quando:


• decidem desenvolver novos produtos e serviços;
• definem o público-alvo de um produto ou linha de crédito;
• desenvolvem campanhas de marketing.
Alimentar Sistemas
Com o avanço tecnológico, o acirramento da concorrência e a
tendência cada vez maior de queda nas taxas de juros, o Banco pre-
cisa manter-se competitivo no mercado e, portanto, precisa de agili-
dade e confiabilidade.
Desta forma, os sistemas internos do Banco estão cada vez mais
integrados, de forma a se obter menor tempo de resposta às neces-
sidades de informação e execução de rotinas.
O cadastro tem papel fundamental nesse particular. Todo o conjun-
to de informações alimenta os diversos sistemas corporativos do Ban-
co, como, por exemplo, os que processam cartões de crédito, seguros,
operações de crédito, processamento de folha de pagamento, etc.
A partir das informações sobre renda e patrimônio do cliente, o
Banco pode verificar a compatibilidade de suas movimentações fi-
nanceiras com vista à prevenção de ilícitos financeiros.
Finalmente, o cadastro contribui na prevenção a fraudes e é exi-
gência legal.
Você sabe que o Banco utiliza uma base única de cadastro – o
MCI – o que permite que todas as dependências tenham acesso às
informações. Portanto o cadastro deve revestir-se de alguns requisi-
tos: fidedignidade, correção, completeza, atualização, unicidade, si-
gilo e seriedade. Vale a pena voltar um pouco ao texto e rever cada
um deles.
Cabe destacar que em decorrência das políticas organizacionais,
o Banco definiu as Políticas de Identificação de Clientes, as quais en-
volvem – necessariamente – o cadastramento dos clientes, com vista
a nortear decisões que envolvam toda a organização, além de aten-
der às recomendações dos órgãos reguladores.
Finalmente, lembre-se de que informações inconsistentes podem
expor o Banco a riscos desnecessários, como inadimplência de crédi-
tos, perda de clientes, danos à imagem e sanções por parte dos ór-
gãos fiscalizadores.

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
Responda as questões a seguir. Se necessário, volte a estudar o
conteúdo e depois confira as respostas.
1. Sobre os requisitos do cadastro, marque a alternativa correta.
a) O requisito completeza aplica-se ao cadastro do tipo completo.
b) O acolhimento e a conferência das cópias com os originais de do-
cumentos atendem ao requisito correção.
c) O requisito atualização é atendido somente com o fornecimento
de comprovante do novo endereço do cliente e respectivo regis-
tro no cadastro.
d) NÃO devemos fornecer informações cadastrais a terceiros, em
atendimento ao requisito sigilo.
e) Registrar dados conforme documentos e informações fornecidas
pelo cliente atende aos requisitos correção e seriedade.

2. Cadastro, no Banco, é o conjunto de informações sobre os clien-


tes, registradas no aplicativo MCI. São registrados no cadastro,
exceto.
a) Informações contidas nos documentos fornecidos pelo cliente.
b) Informações sobre o patrimônio pertencente ao cliente.
c) Informações fornecidas por terceiros, idôneos.
d) Informações sobre o cônjuge, os filhos e os empregadores.
e) Informações ao acaso que complementem o cadastro.

3. Não é objetivo do cadastro.


a) Atribuir conceito para o cadastrado.
b) Fornecer dados para segmentação de clientes.
c) Gerar subsídios à criação de novos produtos.
d) Prover informação para avaliação de risco e concessão de crédito.
e) Apoiar a oferta e comercialização de produtos.

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Primeira Unidade – CADASTRO

4. Toda empresa precisa conhecer as pessoas com quem negocia.


Por isso, armazena informações sobre elas em seu cadastro de
clientes, tornando corporativo o conhecimento que cada funcio-
nário possui sobre os respectivos clientes.
Em uma instituição financeira, o cadastro de clientes atende a di-
versos objetivos relacionados a suas operações e permite a iden-
tificação de clientes, que é um dos princípios que devem compor
suas políticas de “conheça seu cliente”.
No Banco do Brasil, as políticas de identificação de clientes defi-
nem as orientações para registro, guarda, uso e atualização das
informações cadastrais. Sobre esse assunto, considere as afirma-
tivas a seguir.
I A atualização e a comprovação de dados cadastrais podem ser
dispensadas, quando se tratar de correntistas com os quais o
Banco não mantenha relação de crédito.
II As informações cadastrais são administradas de forma sigilosa e
utilizadas no atendimento dos interesses do Banco, de seus clien-
tes e de potenciais fornecedores com os quais o Banco mantenha
convênio para troca de informações cadastrais.
III O Banco registra e organiza, em várias bases de dados, informa-
ções cadastrais de clientes e fornecedores, bem como de seus re-
presentantes legais e procuradores.
Considerando as políticas de identificação de clientes do Banco
do Brasil, está(ão) INCORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
a) III.
b) I.
c) I e III.
d) I e II.
e) I, II e III.

5. Marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa corre-


ta.
( ) O plano de cadastro consistia na determinação de que todos os
clientes do Banco deveriam ser cadastrados com o tipo de cadas-
tro completo.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 29

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CURSO CADASTRO

( ) O cadastro desatualizado NÃO prejudica os demais sistemas que


procedem à busca das informações nele contidas.
( ) As informações sobre patrimônio e renda são importantes para a
prevenção de ilícitos financeiros.
( ) Informações confiáveis e de boa qualidade eliminam o risco de
crédito.
( ) O registro e a organização das informações cadastrais em base
única são orientações das Políticas de Identificação de Clientes.
a) F, F, F, V, V.
b) F, F, V, F, V.
c) V, V, F, V, F.
d) V, F, V, V, F.
e) F, F, V, V, F.

6. Considere os itens 7.1, 7.4 e 7.8 das Políticas de Identificação de


Clientes do Banco do Brasil, para analisar as afirmativas a seguir,
assinalando V (verdadeiro) ou F (falso).
Item 7.1: “Registramos e organizamos, em base única de dados, in-
formações cadastrais de clientes e fornecedores, seus represen-
tantes legais e procuradores.”.
Item 7.4: “Condicionamos a realização de negócios à existência de
cadastro do cliente, em base única de dados, com informações
atualizadas e em situação de normalidade, consideradas as parti-
cularidades de cada categoria de clientes e do tipo de negócio”.
Item 7.8: “Estabelecemos critérios diferenciados de identificação, re-
gistro, atualização e revisão de informações cadastrais, baseados
em risco e na natureza do relacionamento mantido conosco”.
( ) Na definição das exigências mínimas de informações e documen-
tação do cliente, levam-se em conta o nível de relacionamento
pretendido com o cliente e os negócios que ele deseja manter
com o Banco.
( ) O cadastramento do cliente é uma formalidade que se justifica apenas
pela necessidade de se cumprir a “política” de que trata o item 7.1 e de
atender às exigências legais e à regulamentação do Banco Central.
( ) Os itens 7.1 e 7.4 se aplicam apenas aos clientes detentores de

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Primeira Unidade – CADASTRO

operações de crédito, visto que os demais produtos não envolvem


risco de crédito para o Banco.
( ) Os procuradores e os representantes legais de pessoas que man-
tenham negócios com o Banco também devem ser cadastrados.
A seqüência correta é:
a) V, V, V, F.
b) V, F, F, F.
c) V, F, F, V.
d) F, V, F, V.
e) F, V, V, V.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 31

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CURSO CADASTRO

GABARITO
1 – D
Os requisitos são aplicados a todos os tipos de cadastro. No ca-
so da completeza, significa que o cadastro deve conter informações
mínimas necessárias de acordo com o relacionamento que o cliente
mantenha com o Banco.
Ao acolher e conferir cópias com os originais de documentos, ates-
tamos sua legitimidade e atendemos ao requisito de fidedignidade.
O requisito atualização pode ser cumprido se verificado que os
dados estão atualizados, mesmo que nenhum deles tenha sido alte-
rado. O requisito também é atendido quando atualizado um ou outro
dado, como endereço ou renda. O importante é que o cadastro reflita
o momento atual do cliente.
As informações a respeito dos clientes são protegidas pela Lei do
Sigilo Bancário e, portanto, devem ser utilizadas única e exclusiva-
mente para subsidiar os negócios do Banco.
Além de documentos e informações fornecidas pelo cliente, de-
vidamente comprovadas, o cadastro deve ser atualizado também
com base em pesquisas efetuadas (referências, SPC, Serasa, Cadin,
etc.).

2 – E
Não devemos incluir no cadastro informações inverídicas ou in-
devidas, como mera formalidade. Devemos ficar atentos ao requisito
da seriedade.

3 – A
Realmente, o cadastro não “atribui” conceito ao cliente. As infor-
mações dele extraídas são partes componentes do risco do cliente, o
qual é calculado por meio de metodologia desenvolvida pela Diretoria
de Crédito.
O risco do cliente, conjugado com o risco da operação e o com o
risco conjuntura forma o que chamamos risco de crédito.

4 – E
Aqui todas as afirmativas apresentam incorreções. Vejamos:
I É o relacionamento que o cliente mantém com o Banco que de-
termina o tipo de cadastro a ser elaborado; todavia é necessá-

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Primeira Unidade – CADASTRO

rio atualizar e comprovar as informações requeridas, ainda que


mínimas.
II Você já sabe que as informações cadastrais são protegidas pe-
la Lei do Sigilo Bancário e, portanto, devem ser utilizadas ex-
clusivamente para suporte aos negócios do Banco. Seu conte-
údo não pode ser divulgado ou fornecido a terceiros.
III Na verdade, o Banco utiliza uma base única de dados. Lembra-
se do MCI?

5 – B
O Plano de Cadastro estabelecido em 2002 previa um conjunto
de ações bem amplo que incluía a capacitação e conscientização dos
funcionários, o aperfeiçoamento de normas e sistemas, além da de-
finição das políticas de cadastro, as quais definem a adoção da base
única de cadastramento.
As informações cadastrais devem ser completas e espelhar a real
situação do cliente naquele momento, pois servem de base para di-
versas medidas e ações que o Banco precisa tomar na condução dos
negócios com o cliente. Embora não eliminem, possibilitam minimizar
o risco de crédito.
Um cliente detentor de baixo patrimônio e renda não pode, de
repente, apresentar elevado volume de movimentações financeiras.
Alimentar o sistema com informações incompletas ou não verdadei-
ras pode trazer graves conseqüências.

6 – C
O cadastro atualizado é, antes de tudo, segurança em qualquer
tipo de relacionamento que o cliente mantenha com o Banco e aí se
incluem também as operações de crédito.
Por meio do cadastro, o Banco dispõe de uma variada gama de
informações, que tanto podem servir, por exemplo, na prevenção de
ilícitos financeiros, como na oferta de produtos e serviços.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 33

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CURSO CADASTRO

Encerramos o estudo dos principais conceitos e orientações que


norteiam o processo “cadastro” no âmbito do Banco.
Isso era essencial para que pudéssemos efetivamente conhecer
a composição e a organização do cadastro, para, em seguida,
penetrarmos no mundo do registro e do gerenciamento dos cadastros
de nossos clientes.
Na próxima unidade, daremos início a esse estudo, começando pela
composição e organização do cadastro.
Lembramos que o enfoque deste curso é fundamental, o que significa
que não nos deteremos na efetiva prática dos registros cadastrais.
Esse assunto será objeto do curso Cadastro na web, que deverá
ser realizado depois que os conceitos aqui tratados estiverem
suficientemente internalizados.

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Segunda Unidade
Composição e Organização
do Cadastro
Objetivos

• Listar aspectos sobre a composição do cadastro.

• Descrever a organização do cadastro.

1 – Introdução
Neste momento do Curso, em que reconhecemos a efetiva neces-
sidade de imprimirmos qualidade aos registros cadastrais e a impor-
tância que eles possuem no Banco, vamos ver os aspectos e proce-
dimentos para composição do cadastro.
O cadastro começa a ser formado na entrevista cadastral. Ne-
la, identificaremos o tipo de relacionamento e os produtos ou ser-
viços que o cliente deseja manter com o Banco. Por isso, devemos
conhecer aspectos que envolvem os tipos
de cadastramento, a documenta-
ção necessária e as fontes de
pesquisa de informações
cadastrais. É o que vere-
mos a seguir.

2 – Entrevista
A qualidade do cadas-
tro começa com a entre-

Universidade Corporativa Banco do Brasil 35

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CURSO CADASTRO

vista inicial. Funcionários conscientizados sobre a importância da ta-


refa, bem orientados e capacitados saberão extrair, com segurança,
dados que permitam conhecer o cadastrado.
Não existe forma padronizada de conduzir uma entrevista. O su-
cesso desse momento depende de você. Crie um clima amistoso. Is-
so, por si só, irá contribuir para que o cliente fale mais sobre ele.
Use linguagem adequada, levando em conta o perfil do cliente
que está sendo atendido. Procure conduzir a conversa em uma se-
qüência lógica. Isso evitará que você se esqueça de abordar algum
aspecto importante, ou que volte a assunto já discutido, deixando
transparecer ao cliente insegurança ou inabilidade para a tarefa.
Além disso, por ser o momento em que ficamos frente a frente
com o cliente, a entrevista cadastral constitui excelente oportunidade
para coletarmos dados não disponíveis em documentos, mas que for-
necem informações valiosas para melhor conhecê-lo. Isso porque a in-
formação obtida pode até não ter relação direta com um eventual cré-
dito solicitado ou com um produto desejado pelo cliente, mas poderá
ser relevante para o Banco.
Vamos admitir que
você esteja entrevistan-
do um cliente que dese-
je apenas abrir uma con-
ta de poupança. Durante
a conversa, você detec-
ta que ele tem dois filhos
menores de idade e regis-
tra a informação no ca-
dastro. Após um tempo,
digamos, vinte dias, a
Brasilprev, em campanha
massificada de venda de
planos Brasilprev Júnior, encaminha mala-direta a todos os cadastra-
dos que possuam dependentes menores.
Você poderá ser surpreendido pela visita daquele cliente, agora
desejoso de adquirir o produto. Ele havia sido incluído no público-al-
vo do produto apenas porque você se lembrou de registrar seus filhos
no cadastro.
Imaginemos outra situação: em conversa com um cliente solteiro,
este revela viver maritalmente em união estável. Esse tipo de união
garante, por lei, a meação à companheira dos bens adquiridos na cons-
tância da união, salvo contrato escrito entre os companheiros. Mesmo

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

que, no momento, o cliente não se interesse por crédito, poderá vir


a solicitá-lo no futuro, ocasião em que essa informação será de suma
importância, por refletir alteração em sua situação patrimonial.
Lembre-se: entrevista bem realizada pode colher informações que si-
nalizem risco elevado em operações de crédi-
to, evitem a ocorrência de fraudes ou, ain-
da, indiquem condutas relacionadas a ilí-
citos financeiros. Além, é claro, de sub-
sidiar a venda de produtos e serviços.
E não se esqueça de coletar fon-
tes de referências. Elas permitirão,
na etapa seguinte, conhecer me-
lhor o cliente.
Enfim, conduza a entrevista
de forma objetiva, maximize o
tempo e evite assuntos que não tragam informações de interesse.
Dessa forma, você conhecerá melhor seu cliente, saberá quais são
suas potencialidades e pretensões em relação ao Banco, poderá co-
lher informações que não constem da documentação solicitada e,
ainda, poderá esclarecer-lhe eventuais dúvidas.
Como opção de auxílio à obtenção de informações, estão disponí-
veis na Intranet e no aplicativo IRA formulários para cadastramento
de pessoa física ou jurídica.

Importante:
Não se esqueça de que o
cadastro tem vários usuários.

3 – Tipos de Cadastramento
Na introdução deste curso, citamos algumas situações corriquei-
ras em que fazemos cadastro. Nelas, quanto mais estreito e aprofun-
dado os relacionamentos que mantemos, mais informações acumu-
lamos sobre o cadastrado. Isso é semelhante ao que ocorre com o
cadastro no Banco.
Durante a conversa com o cliente, por ocasião do cadastramento,
podemos obter informações que podem revelar o seu grau de interes-
se em relacionar-se com o Banco, bem como sua disponibilidade em
adquirir os produtos e serviços oferecidos. São essas informações
que definirão o tipo de cadastro que o cliente terá.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 37

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CURSO CADASTRO

O ideal, numa entrevista, é que obtenhamos o maior número pos-


sível de informações. Mas como o cadastro, de maneira geral, é uma
relação de interesses, o cliente só fornecerá informações que reflitam
seu interesse ou sua necessidade imediata. Assim, nem sempre será
possível obter todos os dados para um cadastramento completo.
Diferentes situações como, por exemplo, atendimento para solici-
tação de CPF, cadastramento de procurador, abertura de conta cor-
rente, financiamento de veículo, etc., constituirão diferentes relacio-
namentos e negócios, e exigirão uma quantidade maior ou menor de
informações para o cadastro.
Por essa razão, são definidos tipos mínimos de cadastro, adequa-
dos ao relacionamento e negócios que o cliente mantém com o Banco
e, para cada um deles, as informações e documentos mínimos neces-
sários. Temos, então, seis tipos de cadastro: indicativo, identifica-
ção, simplificado, básico, intermediário e completo.
A ordem apresentada relaciona-se com a exigência de documen-
tos e informações que irão compor o cadastro. O tipo identificação
requer mais dados que o indicativo, o simplificado requer mais dados
que identificação, e assim sucessivamente, até chegarmos ao tipo
completo, que deverá conter a maior quantidade de dados e propor-
cionar o maior conhecimento sobre o cliente.
Esses diferentes tipos de cadastro estão em consonância com a
Política de Identificação de Clientes, que estabelece a diferenciação
de critérios de cadastramento, atualização e revisão das informações
cadastrais, de acordo com o risco e a natureza do relacionamento
mantido com o Banco.

Fique atento!
Os tipos de cadastro aqui relacionados destinam-se a cadastramentos
efetuados no Banco. Você encontrará clientes cujo cadastro foi originado em
empresas parceiras do Banco, em que constará, junto ao tipo de cadastro,
o termo “externo”.
Abertura de registros cadastrais por iniciativa do Banco, sem o comparecimento
do cliente, deve ser objeto de comunicação escrita ao interessado, conforme
determina o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90, art. 43).

Como se trata de aspecto normativo, que pode sofrer alterações,


não descreveremos aqui qual o tipo de cadastro adequado ao relacio-
namento que o cliente mantém. Busque-o nas instruções contidas no
LIC 405. Mesmo que já sejam de seu inteiro conhecimento, consulte

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

e incentive seus colegas a fazê-lo também, pois são de grande utili-


dade no momento da entrevista cadastral e no decorrer do relaciona-
mento do cliente com o Banco. Nunca é demais repetir: a qualidade
do cadastro depende de todos.

4 – Documentos Necessários
Como dissemos, para cada tipo de cadastro haverá uma docu-
mentação mínima exigida. A relação dos documentos não será for-
necida aqui. Alterações na legislação ou nas normas do Banco Cen-
tral ou mesmo decisões administrativas podem provocar mudanças
a qualquer tempo. Por isso, mais uma vez, você deverá recorrer às
instruções constantes no LIC 405. Mas é muito importante atentar
para as seguintes orientações:
• devem ser apresentados originais e cópias dos documen-
tos, para que se possa certificar a autenticidade das cópias
apresentadas;
• as cópias devem ser autenticadas, registrando-se a expressão
“CONFERE COM O ORIGINAL”, mediante rubrica sobre carimbo
identificador do funcionário da agência;
• mesmo quando se tratar de cópia autenticada em cartório, é
obrigatório conferi-la com o original. O Banco adota essa práti-
ca para evitar, por exemplo, que ocorra fraude em documentos,
pela aposição de carimbos falsos que simulem autenticação em
cartório;
• quando se tratar de documento que confere poderes, o aco-
lhimento e o exame devem ser feitos com base na via original
do documento, tarefa que ficará a cargo de funcionário comis-
sionado do segmento organizacional gerencial, que irá auten-
ticar as cópias extraídas com os dizeres “CONFERE COM O
ORIGINAL”.
São alguns documentos que conferem poderes: procuração,
determinação judicial, mandato de curatela ou de tutela, esta-
tuto ou ata, delegação, contrato social e suas alterações, de-
claração de firma individual ou requerimento de empresário e
suas alterações, etc.
• os documentos comprobatórios de registros existentes no ca-
dastro ou suas respectivas cópias, devidamente autenticadas,
devem ficar arquivados no dossiê do cliente. O prazo para ex-

Universidade Corporativa Banco do Brasil 39

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CURSO CADASTRO

purgo está estipulado em normas. A qualquer momento, podem


ser solicitados por auditorias (internas ou externas) ou pelo
Bacen.
Essas orientações são importantes para a qualidade do cadastro e
a prevenção à fraudes, mas não se limite somente a elas. Para maior
segurança no desenvolvimento de suas atividades, é imprescindível
que você conheça os procedimentos preventivos do LIC 535.4, que
contém dicas de prevenção de fraudes relativas a produtos e servi-
ços do Banco.

5 – Pesquisa Cadastral
As pesquisas cadastrais permitem reforçar o conhecimento e fir-
mar conceito a respeito do cliente. Isso porque trazem fatos que con-
firmam informações prestadas na entrevista, ratificam o contido nos
documentos entregues e permitem verificar sua conduta no relacio-
namento com outras pessoas e empresas.
Na pesquisa cadastral, podemos utilizar diversas fontes de infor-
mação, internas ou externas. As fontes internas referem-se à exis-
tência de eventuais anotações cadastrais sobre o cliente, seu rela-
cionamento com o Banco ou impedimentos legais/estatutários/admi-
nistrativos. Podem ser verificadas por meio de consulta à base de
Anotações Cadastrais de Pessoas – ACP, no aplicativo Clientes.
A consulta às referências fornecidas pelo cliente constitui uma
das fontes externas de informação. As referências podem ser pes-
soais, comerciais ou bancárias (pessoas físicas ou jurídicas). É im-
portante que as fontes sejam idôneas, para que possamos acreditar
na informação fornecida.
Não podemos nos esquecer de registrar no cadastro (módulo Re-
ferências) as fontes de referência e as informações obtidas. Além
de evidenciar a conduta do cliente, a consulta a referências e o res-
pectivo registro no cadastro atendem a exigência legal prevista na
Resolução 2.025/93 do Conselho Monetário Nacional.
Os serviços de informações cadastrais, como a Serasa (Centra-
lização de Serviços dos Bancos S/A) e o SCPC (Serviço Central de
Proteção ao Crédito) também são importantes fontes externas. Es-
ses serviços mantêm informações fornecidas por bancos, financei-
ras, empresas comerciais, cartórios de protesto de títulos, etc.
Tais informações referem-se à inadimplência do cliente junto a
instituição que forneceu a informação. Também podem referir-se a
pendências de natureza judicial, como ações, falência e concorda-

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

ta. O Banco mantém convênio com a Serasa e o SCPC, que podem


ser consultados por meio do aplicativo Clientes, base de Anotações
Cadastrais de Pessoas.
Na base de Anotações, podemos consultar também o Cadastro
de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF e verificar eventuais
emissões de cheques sem fundos pelo cliente.
Da mesma forma, podemos consultar a existência de registros
no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Públi-
co Federal – Cadin. O registro no Cadin indica que a pessoa possui
pendência, de natureza cadastral, tributária ou financeira, com ór-
gãos públicos e instituições financeiras. Quando o registro é origi-
nado de instituição financeira, indica que a pessoa esta inadimplente
em operação que utiliza recursos públicos federais.
Além das fontes externas descritas, outras podem ser utilizadas,
se ainda restarem dúvidas quanto ao conceito do cliente. Impren-
sa e publicações especializadas, certidões ou verificação direta nos
cartórios, comunicação oficial sobre sanções creditícias, reclama-
ções no Procon da cidade são algumas que aqui citamos.
Em algumas situações, será necessário que a pesquisa cadastral
estenda-se a outras pessoas e locais relacionados ao cliente. As-
sim, devemos efetuar pesquisa referente:
• ao grupo empresarial a que pertença a pessoa jurídica;
• aos locais de procedência, sede ou residência, onde o cadastra-
do mantém negócios ou filial;
• aos dirigentes e controladores, quando existentes, no caso de
pessoa jurídica;
• aos empregadores ou sócios anteriores, quando se tratar de
cliente com emprego recente ou iniciante na atividade.
Essas pesquisas são importantes no cadastramento inicial. Mas
são igualmente importantes durante o relacionamento mantido com o
Banco, pois poderão ocorrer situações que
alterarão o conceito formado inicialmente.
Assim, deverão ser atualizadas sempre que
a situação recomendar.
Enfim, as pesquisas cadastrais, feitas com
consistência e atualizadas, serão fundamentais
para melhor conhecermos o cliente e propiciar
decisões seguras à condução de negócios.
Os aspectos vistos aqui não esgotam o

Universidade Corporativa Banco do Brasil 41

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CURSO CADASTRO

assunto. Trataremos mais adiante de outros que envolvem as anota-


ções cadastrais. Além disso, você poderá conhecer melhor o assunto
consultando as normas do LIC 405.

6 - Organização das Informações


Durante a entrevista cadastral percebemos as pretensões do clien-
te em relação ao Banco. Definimos o tipo de cadastro adequado, reu-
nimos as informações e documentos necessários e efetuamos pes-
quisas cadastrais. Mas aonde serão registrados todos esses dados?
Lembra-se de quando falamos da criação do aplicativo MCI, a ba-
se de dados única para o cadastro de clientes do Banco? É nesse mo-
mento em que começamos a utilizá-lo, a alimentá-lo.
Um dos meios de registro de informações no MCI se dá pelo apli-
cativo Clientes no SisBB, na opção Cadastramento - Brasil. Outra
forma ocorre pelo Gerenciador de Aplicativos – GA. Mas o próprio
cliente também efetua registros no MCI, quando altera seus dados
cadastrais na internet.
Uma informação será registrada em um campo, que, em conjunto
com outras, compõem um módulo do cadastro. Cada módulo contém
um conjunto de informações sobre determinado assunto cadastral.
Com o registro das informações respectivas para cada módulo, com-
pomos o cadastro do cliente.
É essa divisão em módulos e campos que confere organização e
padronização ao processo de cadastro. Isso torna possível saber que
uma informação tem um campo e um módulo específico para regis-
tro. Também facilita a consulta à informação, tanto na ocasião em
que verificamos o cadastro quanto na busca por diversos outros sis-
temas, uma vez que a informação possui um “endereço”.

Veja alguns exemplos e telas SisBB.

No cadastro de pessoa física, módulo Dados Profissionais, re-


gistramos informações que dizem respeito à atividade profissional
do cliente. Nos campos desse módulo, são registrados dados co-
mo a ocupação, a renda mensal, o inicio da atividade e os dados
do empregador, quando for o caso. Assim, se quisermos, por exem-
plo, saber qual a renda do cliente, é nesse módulo que buscamos a
informação.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

Tela 1: campos ocupação, cargo, renda mensal, empregador e os


demais que compõem o módulo Dados Profissionais.

MCIM3020 SISBB - Sistema de Informações Banco do Brasil 10/07/2007


FXXXXXXX Clientes 15:10:14
-------- Renovação de Cadastro - Pessoa Física - Dados Profissionais ---------

Nome........: XXXXX XXXXX


CPF.........: 123.456.789-01 - Tit. Nasc.: 01/01/1974 Cliente: XXX.XXX.XXX

Ocup/Profis.: ___ (+) _______________________ Principal?: _ (S/N)


Nat. Ocupac.: __ (+) _______________________________________

Cargo.......: _______________________________ Nível: X (+) ______________

Renda Mensal Comprovada: ___________ (...9,99) Referência: ______ (MMAAAA)

Renda Mensal Declarada.: ___________ (...9,99) Referência: ______ (MMAAAA)

Empregador..: _________ (+) ________________________________________________

CNPJ/CPF....: ______________ Data Início: ______ (MMAAAA)

------------------------------------------------------------------------------

F3 Sai F4 Seleciona (+) F5 Encerra F6 Exclui F9 Incl. Margem/Sindical

Tela 2: módulo Dados Profissionais e os demais que compõem o


cadastro de pessoa física.

MCIM100F SISBB - Sistema de Informacoes Banco do Brasil 10/07/2007


FXXXXXXX Clientes 15:11:02
----------- Consulta de Cadastro - Pessoa Fisica - Menu Principal ------------
Nome. . . . .: XXXXX XXXXX
CPF . . . . .: 123.456.789-01 - Tit. REGULAR Ult.Atual: 04/07/2007
Dt.Nasc. 01/01/1974
Agencia . . .: XXXX – XXXXXXXXX Codigo/DV: XXXXXXXXX X
Tipo Cadastro: BASICO Situação: NORMAL
Restricao....: Cliente desde.: 30/12/2000
Selecione com ‘X’ as opcoes desejadas:
01. _ Dados Pessoais 13. _ Condicao de CPMF
02. _ Dados Profissionais 14. _ Anotacoes Cadastrais
03. _ Enderecos & Telefones 15. _ Dirigente em Empresas
04. _ Relacionamentos/Dependentes 16. _ Participacao em Empresas
05. _ Bens/Patrimonio 17. _ Operacoes no Brasil
06. _ Dados Sociais 18. * Operacoes no Exterior
07. _ Referencias 19. _ Dispensa de Retencao de Imposto
08. _ Poderes/Instrumento de Mandato 20. _ Autorizações
09. _ Debitos/Creditos com Terceiros
10. _ Caracteristicas Especiais (*) Usuario nao autorizado
11. _ Producao Agropecuaria (#) Opcao nao disponivel
------------------------------------------------------------------------------
Consulta efetuada em 10/07/2007 as 15:11:02 por FXXXXXXX
F3 Sai F5 Encerra F6 Firma Individual

No cadastro de pessoa jurídica, módulo Dados Básicos, registramos,


entre outros, dados de identificação, como a data de constituição, a
natureza jurídica e o tipo de documento em que foi constituída.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 43

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CURSO CADASTRO

Tela 3: campo natureza jurídica e demais campos que compõem


o módulo dados básicos.
MCIM3510 SISBB - Sistema de Informacoes Banco do Brasil 10/07/2007
FXXXXXXX Clientes 15:12:16
---------- Renovacao de Cadastro - Pessoa Juridica - Dados Basicos -----------
Razao Social....: XXXXX XXXXX XXXX
CNPJ............: 12.345.678/0001-23
Cliente ........: XXX.XXX.XXX
Tipo Cadastro...: _6 (+) COMPLETO Situação.....: NORMAL
Cadastr. Inicial: 09/07/1998 Ult. Atualiz.: 04/07/2007
Tipo da Empresa.: MATRIZ
Natur. Jur.(SRF): SOC.EMPRESÁRIA LIMITADA
Natur. Jur.(BB).: 46 (+) SOCIEDADE LIMITADA
Data Doc. Const.: 10101975 (DDMMAAAA) Cliente Desde : 09071998 (DDMMAAAA)
Tp. Doc. Const. : _3 (+) CONTRATO SOCIAL
Nr.Reg.Doc.Const: 1230043-4___________ Domic.Fisc.: 1__ (+) BRASIL
Org. Registro...: JUCESP_________ Data Registro.: 23101975 (DDMMAAAA)
Sit. Funcionam. : _2 (+) OPERACIONAL Data Situacao.: 23101975 (DDMMAAAA)
Dt.Inic.Operacao: 23101975 (DDMMAAAA) Encerramento..: (DDMMAAAA)
Grupo Economico : -

Matriz..........: -
Código SWIFT....:
------------------------------------------------------------------------------

F1 Ajuda F3 Sai F4 Sel.(+) F5 Encerra F6 Empr./Firma Ind. F9 Código SWIFT

Tela 4: módulos Dados Básicos, Dados Complementares e demais


campos que compõem o cadastro de pessoa jurídica.

MCIM100J SISBB - Sistema de Informacoes Banco do Brasil 10/07/2007


FXXXXXXX Clientes 15:13:33
----------- Consulta de Cadastro - Pessoa Juridica - Menu Principal ----------
Razao .: XXXXX XXXXX XXXX Codigo/DV: XXXXXXXXX X
CNPJ. .: 12.345.678/0001-23 ATIVO Dt.atual.: 04/07/2007
Agencia: XXXX – XXXXXXXXXX Dt.Const. 10/10/1975
Tipo Cadastro: COMPLETO Situação: NORMAL
Cliente desde.: 09/07/1998
Selecione com ‘X’ as opcoes desejadas:
21. _ Dados Basicos 35. _ Debitos/Creditos com Terceiros
22. _ Dados Complementares 36. _ Producao Agropecuaria
23. _ Dados Negociais 38. _ Dispensa de Retencao de Impostos
24. _ Enderecos e Telefones 39. _ Cooperativas
25. _ Caracteristicas Especiais 40. _ Condicao de CPMF
26. _ Bens/Patrimonio 41. _ Anotacao Cadastral
27. _ Recursos Tecnologicos 43. _ Operacoes no Brasil
28. _ Referencias 44. * Operacoes no Exterior
29. _ Atividade Economica 45. _ Relacionamentos
33. _ Poderes/Instrumento de Mandato 46. _ Autorizações
34. _ Alteracao Contratual/Estatut.
(*) Usuario nao autorizado.
------------------------------------------------------------------------------
Consulta efetuada em 10/07/2007 as 15:13:33 por FXXXXXXX
F3 Sai F5 Encerra

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

Como exemplo, na seleção de público-alvo de linha de crédito


destinada à pessoas jurídicas de natureza empresária com faturamen-
to até 10 milhões, o sistema verifica a natureza jurídica, no módulo
Dados Básicos, e o faturamento, no módulo Dados Complementares,
bem como captura outros dados de identificação, endereços e tele-
fones do cliente.
Outro aspecto que diz respeito à organização do cadastro refere-
se ao arquivo dos documentos utilizados. Para cada cliente deverá
ser montado dossiê único em que são armazenados tais documen-
tos, guardado pela agência detentora do cadastro. Outras dependên-
cias deverão arquivar documentos cadastrais em dossiê simplificado
quando nelas o cliente mantiver negócios.
Na próxima unidade daremos início ao estudo dos aspectos que envol-
vam módulos cadastrais, no caso os específicos para pessoas físicas.

Fique atento:
No momento em que você estiver efetuando o
cadastramento no aplicativo Clientes, critique as
informações colhidas.
Caso surjam dúvidas em relação à documentação
apresentada ou na interpretação dos normativos,
consulte seus colegas.
Se, ainda assim, permanecerem dúvidas, utilize
o aplicativo Resolve, ou contate o Núcleo de
Informações da Diretoria de Crédito ou o Serviço
Jurídico que atende sua dependência.
Abstenha-se de efetuar qualquer registro sem
que haja plena convicção!
E vamos ao LIC!
As normas do LIC 405.1 tratam dos assuntos
dessa unidade. Acesse-as nesse momento e boa
leitura.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 45

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Antes de prosseguir, que tal relembrar alguns pontos desta
unidade?
Vimos que a qualidade do cadastro começa com uma boa entre-
vista inicial. Nela você deverá dispensar especial atenção ao cliente,
criando clima de confiança, para que ele, sentindo-se seguro, possa
fornecer informações confiáveis.
É nessa conversa inicial que você irá perceber quais as reais pre-
tensões do cliente em relação ao Banco e, a partir daí, definir o tipo
de cadastramento necessário àquele cliente. De acordo com o tipo de
cadastro é que você irá solicitar documentos e informações.
Mas tenha sempre em mente que, no futuro, o cliente poderá de-
mandar outros tipos de produtos ou serviços. Portanto, procure ob-
ter o máximo possível de informações, mesmo que naquele momento
elas pareçam dispensáveis.
Lembre-se de que devem ser apresentados documentos originais
e cópias, nas quais você deverá apor a expressão “confere com o ori-
ginal” e rubricar sobre carimbo identificador. No caso de cópias au-
tenticadas em cartório, o Banco exige que os originais também sejam
apresentados, com vista a prevenir possíveis fraudes.
Se forem documentos que confiram poderes (procurações, esta-
tutos, etc.) também devem ser apresentados os originais e as cópias,
e estas devem ser autenticadas por funcionário comissionado do seg-
mento organizacional gerencial.
Relembrando os tipos de cadastro – indicativo, identificação,
simplificado, básico, intermediário e completo – vale parar um tempi-
nho, consultar o LIC 405.1 sobre o assunto e conhecer melhor cada
um deles, bem como sua adequação ao relacionamento que o cliente
mantém.
Durante o estudo, você viu que, além dos documentos e informa-
ções prestadas pelo cliente, é necessário proceder a algumas pesqui-
sas. Elas são de fundamental importância, porque podem confirmar
ou não as informações prestadas pelo cliente e trazer ao seu conhe-
cimento fatos até então ignorados.
As fontes de pesquisa podem ser internas ou externas. Como fon-
tes internas, podemos citar as anotações constantes no aplicativo
Clientes – base de Anotações Cadastrais de Pessoas. Como fontes
externas, podemos consultar as referências fornecidas pelo cliente,

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Pimeira UnidadeDO– CADASTRO

sejam pessoas, estabelecimentos comercias ou bancos. É importante


estar seguro da idoneidade de tais fontes.
Outras fontes externas bastante valiosas são os serviços de in-
formações cadastrais, como a Serasa e SPC, além do CCF e Cadin.
Além delas, você também poderá obter informações em cartórios, na
imprensa e em muitas outras, sempre lembrando da idoneidade e le-
galidade de tais fontes.
Pronto!
Já entrevistamos o cliente, consultamos as fontes, determinamos
qual o tipo do cadastramento. Chegou o momento de colocar todas
as informações no Sistema.
Você poderá optar pelo aplicativo Clientes – Cadastramento Bra-
sil ou pelo Gerenciador de Aplicativos – GA. O próprio cliente tam-
bém poderá fazê-lo ao atualizar seus dados cadastrais via Internet.
Cada informação irá para um campo que, em conjunto com ou-
tros, comporá um módulo que, também em conjunto com outros,
comporão o cadastro do cliente.

Tenha calma!

Os módulos serão objeto de estudo nas unidades seguintes.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 47

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
As questões a seguir extrapolam o conteúdo do curso. Por isso, a
leitura do LIC é essencial para a perfeita compreensão e para o assi-
nalamento da resposta correta.

1. Assinale a alternativa que relaciona as possíveis fontes de pesqui-


sa cadastral.
a) CCF, Cadin, cartórios de protesto e passaporte.
b) Cartórios de protesto, publicações especializadas, Serasa e Cadin.
c) Serasa, carteira de identidade, SFN e SPC.
d) SCR, SPC, Cartório Distribuidor de Títulos Protestados e título eleitoral.
e) SCR, SPC, CCF, CNPJ.

2. Assinale a alternativa correta.


a) Ao entrevistar o cliente, devemos obter as informações estrita-
mente necessárias ao seu tipo de cadastramento, para não abor-
recê-lo com muitas perguntas.
b) A autenticação dos documentos de poder com a expressão “con-
fere com o original” pode ser feita pelo funcionário que atendeu
ao cliente.
c) São válidas as cópias apresentadas com autenticação em cartó-
rio.
d) O Banco pode abrir um cadastro sem o conhecimento do cadas-
trado.
e) Não existe um modelo padronizado de entrevista inicial.

3. Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa corre-


ta.
( ) A pesquisa junto a terceiros é imprescindível para a apuração de
informações sobre o cliente.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO EPrimeira
ORGANIZAÇÃO
UnidadeDO– CADASTRO

( ) Informações prestadas por cliente tradicional do Banco pode ser


considerada fonte interna de informações.
( ) A divisão do cadastro em grupos e módulos permite o registro se-
qüencial das informações, à medida que os fatos forem surgin-
do.
( ) As pesquisas são importantes quando do cadastramento inicial do
cliente, tornando-se irrelevantes nas renovações do cadastro.
( ) Cada cliente deverá ter um dossiê único para arquivo dos docu-
mentos utilizados.
a) F, V, V, V, F.
b) F, F, V, F, F.
c) V, F, F, F, V.
d) V, V, F, V, F.
e) F, V, F, F, V.

4. Em relação à origem de anotações cadastrais e considerando as du-


as situações a seguir:
I. Inadimplência em banco privado por atraso no pagamento de ope-
rações com recursos do BNDES.
II. Inadimplência no Banco por atraso no pagamento de operação
com recursos do BNDES.
É correto afirmar.
a) As duas situações geram anotações no Cadin e Serasa e são con-
sideradas de origem externa.
b) As duas situações geram anotações de origem interna e podem
ser registradas apenas no Cadin.
c) A situação I pode gerar anotações de origem externa no Cadin e
Serasa; a situação II gera anotações internas e podem ser incluí-
das no Cadin e Serasa.
d) A situação I gera anotações de origem interna no Cadin e Serasa;
a situação II pode gerar anotações externas originadas do Cadin
e Serasa.
e) Nenhuma das situações geram anotações, já que os recursos utiliza-
dos não são dos bancos detentores da operação.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 49

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CURSO CADASTRO

5. Um cliente comparece à agência pretendendo abrir duas contas


correntes: uma para si e outra para sua empresa. Na entrevista
você fica sabendo que, na verdade, ele é sócio com outras duas
pessoas, as quais também possuem participações em outras em-
presas. Embora a empresa situe-se na cidade onde está localiza-
da a agência, o cliente reside em outro município e, para melhor
gestão de sua empresa contratou profissionais de mercado.
Sobre como você deverá proceder, considere as afirmações a se-
guir.
I É desnecessário consultar a respeito dos sócios.
II Estende-se a consulta para a localidade onde o cliente reside.
III É desnecessário consultar a respeito dos dirigentes da empresa.
IV Estende-se a consulta aos dirigentes, aos sócios e às demais em-
presas.
São corretas as afirmativas:
a) I, II.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I e III.

6. Uma sociedade limitada, com proposta de financiamento no Ban-


co, tem participação de dois sócios pessoas físicas que possuem
ingerência na empresa, sendo que um deles possui 5% do capital
social.
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) e assinale a opção correta.
( ) Somente a pessoa jurídica será cadastrada, uma vez que não ha-
verá relacionamento com os sócios.
( ) O percentual de participação e a ingerência na empresa são itens
que influenciam a definição do tipo de cadastro para os sócios/di-
rigentes.
( ) Para definição do tipo de cadastro dos sócios também deverá ser
considerada a possibilidade de os mesmos serem avalistas/fiado-
res no financiamento proposto.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO EPrimeira
ORGANIZAÇÃO
UnidadeDO– CADASTRO

( ) Enquanto não concretizado o negócio proposto, não há relaciona-


mento com o Banco, sendo desnecessário definir o tipo de cadas-
tro para a empresa e sócios.
( ) O negócio proposto, a participação no capital e a ingerência são
fatores irrelevantes para definição do tipo de cadastro.
a) F, V, F, V, F.
b) F, V, V, F, F.
c) F, F, V, V, F.
d) V, F, V, F, F.
e) F, V, F, F, F.

7. Assinale a alternativa onde todos os casos exigem o cadastra-


mento completo do cliente.
a) Pessoa em litígio com o Banco, empresa proponente de operação
de crédito e correntista.
b) Proponente de operação de crédito, firma vendedora de insumos
objeto de financiamento rural, funcionário do Banco.
c) Firma vendedora de insumos objetos de financiamento rural, em-
presas interessadas em prestar serviços ao Banco eventualmente
e proprietário de imóvel cedido a cliente.
d) Empresa proponente de operação de crédito, fiel depositário e
empresa de armazéns gerais responsável pela guarda de produtos
vinculados a operações de crédito.
e) Proprietário de imóvel rural cedido a clientes, correntista e impe-
dido de operar no crédito rural.

8. Qual das opções abaixo contém documentos indispensáveis para


elaboração do cadastro do cliente pessoa física, funcionário pú-
blico, com proposta para abertura de conta corrente e cartão de
crédito?
a) Documento de identidade, passaporte, comprovante de residên-
cia e carteira de trabalho.
b) Documento de identificação, CPF, comprovantes de renda e de
endereço residencial.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 51

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CURSO CADASTRO

c) Documento de identidade, CPF, comprovante de rendimento,


comprovante de endereço residencial e comprovantes de proprie-
dade de bens.
d) Documento de identidade, CPF, comprovante de rendimento e
comprovantes de endereços residencial e comercial.
e) Comprovantes de residência e de rendimentos, título de eleitor,
documento de identidade e CPF.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO EPrimeira
ORGANIZAÇÃO
UnidadeDO– CADASTRO

GABARITO
1 – B
Documentos pessoais e de constituição de empresas não são con-
siderados fontes de pesquisas, eles servem a seus fins específicos.
Para pesquisas cadastrais devem-se utilizar sistemas corporativos e
empresas ou organizações externas.

2 – E
Uma boa entrevista depende, principalmente, das qualidades do
entrevistador. Você deverá conduzi-la de forma amistosa, clara e ob-
jetiva, tentando extrair o máximo possível de informações, lembran-
do que é nesse momento que você irá definir o tipo de cadastramento
a ser efetuado.
Fique atento aos documentos, pois as cópias deverão ser conferidas
com os originais, mesmo que autenticadas em cartório. Nos documen-
tos que conferem poderes, o exame e a autenticação devem ser feitos
por funcionário comissionado do segmento organizacional gerencial.

3 – C
Fontes internas de pesquisas são aquelas em que as informações
são obtidas exclusivamente nos sistemas do Banco.
O cadastro é dividido em campos e módulos, nos quais as infor-
mações que lhes dizem respeito devem ser registradas, tão logo ob-
tidas e confirmadas. Isso permite atribuir um “endereçamento” ao
dado cadastral, facilitando sua localização e consulta.
Pesquisas cadastrais são importantes em qualquer etapa do rela-
cionamento com o cliente, pois podem trazer informações que modi-
fiquem o conceito até então desfrutado.

4 – A
As duas situações referem-se a inadimplência em operações com
recursos públicos, o que enseja inclusão no Cadin e Serasa.
Na primeira situação o banco privado pode efetuar inclusões nes-
sas duas bases externas e, uma vez que a consultarmos, serão regis-
tradas anotações cadastrais originadas de fontes externas na base
do Banco.
A segunda situação gera anotação interna na base do Banco e o
cliente poderá ser incluído no Cadin e Serasa.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 53

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CURSO CADASTRO

5 – C
Em determinadas situações, é necessário estender as pesquisas
para outras pessoas e localidades relacionadas ao cliente, como no
caso de grupos empresariais, sócios, procuradores, dirigentes de
pessoas jurídicas, filiais, etc.
Lembre-se de que, quanto maior a quantidade – e a qualidade
– das informações, melhor será a percepção que você terá sobre o
cliente.

6 – B
A pessoa jurídica e seus sócios e dirigentes devem ser cadastra-
dos com o tipo adequado ao relacionamento mantido ou proposto.
O negócio/produto, participação no capital, ingerência e coobri-
gação em operações são alguns dos itens que influenciam o tipo de
cadastro adequado ao relacionamento.

7 – D
Das pessoas listadas, necessitam de cadastramento completo, de
acordo com as instruções vigentes, conforme LIC 405.1.2.0300: em-
presa proponente de operação de crédito, fiel depositário e empresa
de armazéns gerais responsável pela guarda de produtos vinculados
a operações de crédito.
Quanto aos demais tipos de cadastramento requeridos, temos:
• pessoa em litígio com o Banco, impedido de operar no crédito
rural e proprietário de imóvel cedido a cliente, caso não se en-
quadrem em outra situação: indicativo.
• correntista: básico, caso não possua operações de crédito.
• funcionário do Banco, empresas interessadas em prestar ser-
viços ao Banco eventualmente: aplicam-se as mesmas normas
dos demais clientes.

8 – B
Nesse caso, o cliente deve ser cadastrado com o tipo de cadastro
Intermediário (detentor de produtos de crédito massificado).

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Terceira Unidade
Cadastramento–Pessoa Física
Objetivo
• Identificar aspectos do cadastramento de pessoa física.

1 – Introdução
Definido o tipo de cadastro, obtidas as informações e a documen-
tação necessária, efetuadas as pesquisas cadastrais, chega-se ao
momento de registrar os dados no cadastro. Para tanto, utilizaremos
os módulos do cadastro existente no aplicativo Clientes.
Nesta unidade, iremos detalhar, em cada módulo, os campos que
merecem maiores esclarecimentos sobre o cadastramento de pes-
soa física. No LIC 405 você encontrará, detalhadamente, as normas
e procedimen-
tos sobre o as-
sunto. Não dei-
xe de acessar o
LIC. O conhe-
cimento de seu
conteúdo cons-
titui comple-
mento neces-
sário ao conti-
do no texto da
unidade.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 55

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CURSO CADASTRO

2 – Módulo Dados Pessoais


2.1 – Campo Nome
Neste campo deve ser registrado o nome civil por extenso, sem
abreviaturas.
Esse procedimento é necessário para a correta identificação do
cliente, além de atender exigência do Banco Central (Resolução CMN
2.025/93 e alterações). Registro incorreto poderá invalidar documen-
tos emitidos pelo sistema, como instrumentos de crédito, apólices de
seguro, por exemplo.
No caso de espólio, o cadastro também deverá estar intitulado
com nome civil por extenso da pessoa falecida. Espólio é o conjunto
de bens, direitos e obrigações deixados pela pessoa falecida, e é ne-
cessário durante o processo de inventário.
Por isso, não deverá constar o termo “espólio” no campo “No-
me”. A indicação do espólio deverá ser efetuada por meio de ano-
tação cadastral específica na base de anotações do Banco, assunto
que veremos mais adiante.
Divulgue esse procedimento a todos os seus colegas, porque
ainda é grande o número de cadastros que apresentam a expressão
“espólio” ou outras que não compõem o nome civil do cliente.

Faça agora um teste. Entre no aplicativo Clientes,


opção Consulta/Cliente da Agência (pesquisa por
nome) e digite o termo “espolio”. Você poderá se
surpreender com a quantidade de registros.

E então? Vamos fazer nossa parte? Que tal


regularizar os registros porventura existentes?

2.2 – Campo Filiação


Os dados referentes à filiação do cliente devem ser extraídos de
seu documento de identificação. No caso de ausência do nome da
mãe, registre a informação “CAMPO EM BRANCO NO DOCUMENTO
DE IDENTIFICAÇÃO”. Tratando-se de ausência do nome do pai, tal
campo poderá ficar em branco.

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA FÍSICA

2.3 – Campo CPF – Cadastro de Pessoas Físicas


O número do CPF é o que identifica o contribuinte (pessoa física)
inscrito na Receita Federal. A Receita atribui as seguintes situações
ao CPF:
• regular: quando a pessoa entregou a declaração anual de ren-
da ou de isento a que estava obrigada;
• pendente de regularização: quando a pessoa deixou de entre-
gar a declaração anual a que estava obrigada;
• suspenso (ou cancelado por omissão, no Banco): a pessoa não
entregou, nos últimos dois anos, a declaração a que estava
obrigada;
• cancelado: em decorrência de óbito, multiplicidade de inscri-
ção ou por decisão administrativa;
• nulo: o assim declarado por vício (fraude) na inscrição.
Para que seja efetuado o cadastramento, o CPF do cliente deve
estar com situação “regular” ou “pendente de regularização” na Re-
ceita Federal. Caso contrário, deve ser orientado a regularizar a situ-
ação do CPF.
Ao digitar o CPF, o sistema criticará as informações “nome” e
“data de nascimento” com base nos dados existentes na Receita Fe-
deral. Caso encontre alguma divergência, emitirá aviso.
Quando nome e data de nascimento estiverem divergentes, cer-
tifique-se de que o cliente é o titular do CPF, situação em que deve
ser orientado a regularizar seus dados no CPF.
Se a divergência referir-se apenas a um dos dados (nome ou data
de nascimento), e não persistirem dúvidas quanto à correção das in-
formações, cadastre o cliente de acordo com o documento de identi-
dade apresentado e oriente-o a regularizar seus dados no CPF.
As instruções sobre regularização da situação e alteração de da-
dos do CPF estão no LIC 555.6.2.0300.

2.4 – Campos Estado Civil/Regime de Bens do Casamento e União Estável


A lei brasileira prevê, atualmente, os seguintes estados civis: sol-
teiro, casado, separado judicialmente, divorciado e viúvo.
Conhecer o estado civil do cliente é condição essencial, pois a
pessoa casada só poderá praticar certos atos com o consentimento
do cônjuge (Código Civil, artigo 1.647). Disso decorre a necessida-
de de registrar, também, o regime de bens do casamento, pois é es-
te que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges. É como um

Universidade Corporativa Banco do Brasil 57

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CURSO CADASTRO

código de regras que disciplina a relação econômica entre marido e


mulher durante o casamento. O Código Civil vigente define quatro
espécies de regime de bens:
Comunhão universal – Neste regime, todos os bens dos cônjuges,
mesmo que anteriores ao casamento, constituem um único patrimô-
nio. Essa é a regra geral, pois há exceções previstas no Código Civil
(art. 1.668).
Comunhão parcial – Entram em comunhão parcial todos os bens ad-
quiridos na constância do casamento, bem como seus frutos e benfei-
torias, ainda que provenientes de bens particulares de um só cônjuge. O
Código Civil também prevê exceções a essa regra (art. 1.659).
Separação de bens – Este regime é caracterizado pela incomuni-
cabilidade dos bens adquiridos antes e durante o casamento, ou seja,
os bens permanecem sob administração exclusiva de cada cônjuge.
O patrimônio dos cônjuges deve ser considerado isoladamente quan-
to à propriedade, administração e gozo dos bens que o constitui.
Participação final nos aquestos – Neste regime, os bens de ca-
da cônjuge constituem patrimônio individual e separado. Porém, na
ocorrência de separação ou divórcio, os bens adquiridos durante o
casamento, a título oneroso, são divididos em partes iguais, exceto
nos casos previstos no art. 1.674 do Código Civil.
Sempre que o estado civil for casado, o cônjuge deve ser informa-
do/vinculado ao cadastro no módulo Relacionamentos/Dependentes.
A lei brasileira reconhece a união estável como entidade familiar
e garante aos companheiros ou conviventes os mesmos direitos e de-
veres garantidos aos cônjuges. Se informada pelo cliente, deve tam-
bém ser registrada no cadastro.
União estável é a convivência pública, contínua e
duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida
com a intenção de constituir família.

Quando o estado civil for casado, em qualquer regime de bens,


é facultativo preencher o campo união estável. Nos demais esta-
dos civis, deve ser informado se há ou não união estável. Em ca-
so positivo, registre os dados do(a) companheiro(a) no módulo
Relacionamentos/Dependentes.
O preenchimento desses campos, além de essencial, merece cui-
dado. Lembre-se de que essas informações são de grande relevân-
cia, por exemplo, na contratação de operações de crédito, por indi-

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA FÍSICA

car condicionantes à prestação de garantias como hipoteca, fiança e


aval, principalmente.

2.5 – Campo Capacidade Civil


Ao falarmos da capacidade civil, cabe tratar, também, do concei-
to de pessoa física ou natural.
Todo ser humano, independentemente de idade, raça, cor ou se-
xo, é pessoa natural. Toda pessoa natural – ou física – é dotada de
personalidade civil, ou seja, do direito de participar de uma relação
jurídica, direito esse já garantido por lei a todo ser humano mesmo
antes de seu nascimento (nascituro).
No entanto, embora detentoras desse direito, nem todas as pes-
soas podem exercê-los em sua plenitude. A capacidade para o exercí-
cio desse direito, chamada capacidade civil, refere-se à possibilidade
de a pessoa exercer diretamente seus direitos, aceitar obrigações e
praticar os atos da vida civil. A capacidade pode ser:
• plena, quando a pessoa é reconhecida apta a praticar sem res-
trições todos os atos da vida civil. A pessoa detém a capacida-
de de direito, adquirida antes mesmo de nascer, como vimos,
e a capacidade de fato, ou seja, de exercer livremente seus di-
reitos ou obrigações.
• relativa, quando a pessoa não tiver o necessário discernimen-
to para a prática dos atos da vida civil, em decorrência da ida-
de, do estado psíquico, do estado de saúde e outros. A pessoa
detém a capacidade de direito, mas não a capacidade de fato.
Nesse caso, a pessoa é classificada como incapaz e, para pra-
ticar os atos da vida civil, precisa de um representante ou as-
sistente legal.
De acordo com o Código Civil (artigos 3º e 4º), a incapacidade
pode ser absoluta ou relativa.

Fique atento:
Pelo Código Civil, o negócio jurídico é:
• nulo, quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz, e
• anulável, por incapacidade relativa do agente.

2.5.1 – Incapacidade Absoluta


É a que impede a pessoa de exercer diretamente quaisquer atos
da vida civil. São absolutamente incapazes:

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CURSO CADASTRO

1. os menores de dezesseis anos (menores impúberes);


2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática de atos da vida civil;
3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
A incapacidade absoluta prevista nos itens 2 e 3 deverá ser reco-
nhecida judicialmente.
O exercício dos atos da vida civil dá-se por representantes legais.
No caso de menores de dezesseis anos, por intermédio dos pais ou, na
falta destes, de um tutor, nomeado legalmente por meio de mandato
de tutela. Nos demais casos, por intermédio de curador, nomeado le-
galmente por mandato de curatela.
Com isso, evita-se a nulidade do negócio jurídico, a exemplo da
abertura de conta corrente para menor impúbere, cujo contrato é for-
malizado por seu representante legal.
Assim, todo negócio com pessoa absolutamente incapaz sempre
será formalizado por intermédio de seu representante legal.

2.5.2 – Incapacidade Relativa


É aquela em que a pessoa pode praticar pessoalmente certos atos
da vida civil, quando permitidos em lei. Os demais atos somente po-
dem ser praticados quando autorizados pelo assistente legal. São re-
lativamente incapazes:
1. os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos (menores
púberes);
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por de-
ficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
4. os pródigos, assim considerados por ato da justiça.

São consideradas pródigas as pessoas que gastam e se


desfazem desordenadamente de seus próprios recursos
e bens e se põem em situação tal, que poderão ser
conduzidas à miséria, caso não sejam impedidos.

A incapacidade relativa prevista nos itens 2, 3 e 4 deverá ser re-


conhecida judicialmente, com a nomeação do respectivo curador.
O exercício de alguns atos da vida civil podem ser praticados pes-
soalmente, desde que com a presença dos assistentes legais. No ca-
so de menores púberes, com a presença dos pais ou, na falta destes,
de um tutor, nomeado legalmente por meio de mandato de tutela.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

Nos demais casos, com a presença de um curador, nomeado legal-


mente por mandato de curatela.
Portanto, a formalização de negócio com pessoa relativamente
incapaz sempre deverá ter a presença de seu assistente legal, supri-
mindo a possibilidade de anulação do ato, como o exemplo de um
empréstimo para pessoa excepcional em que também haja a presença
de curador na formalização do contrato.

2.5.3 – Cessação da Incapacidade


A incapacidade – absoluta ou relativa – cessará com o desapa-
recimento da causa que a gerou. No caso de pessoas declaradas in-
capazes por atos da justiça, somente esta tem o poder de restituir a
capacidade plena.
A incapacidade do menor acaba nas seguintes situações:
• com a maioridade, ou seja, aos dezoito anos;
• pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, me-
diante instrumento público, independentemente de homologa-
ção judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o me-
nor tiver dezesseis anos completos;
• pelo casamento;
• pelo exercício de emprego público efetivo;
• pela colação de grau em curso de ensino superior;
• pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.

2.5.4 – Capacidade dos Índios


Os índios ou silvícolas são incapazes e, nos negócios jurídicos em
que forem partes, deverão, conforme o grau de sua incapacidade, ser
representados ou assistidos pelo órgão competente, a Funai (Funda-
ção Nacional do Índio). Cessará a necessidade de representação ou
assistência quando reconhecida, em sentença judicial, a plenitude de
sua capacidade civil.
Não estão sujeitos à representação ou assistência da Funai os ín-
dios considerados integrados, ou seja, que estejam no pleno exercí-
cio de seus direitos civis e políticos, em igualdade de condições com
qualquer outra pessoa de nacionalidade brasileira. Tal fato pode ser
demonstrado por meio da identificação civil ou documento equivalen-
te, inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, título de eleitor, etc.,
aplicando-se-lhes as regras gerais para operar com o Banco.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 61

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CURSO CADASTRO

3 – Módulo Dados Profissionais


Neste módulo devem ser registrados os dados profissionais que
gerarão informações sobre o empregador, a profissão ou emprego e
sua estabilidade, a importância do cargo na estrutura da empresa, a
capacidade de pagamento do cliente, entre outras. Além disso, auxi-
liarão na apuração do risco do cliente, além de indicarem o potencial
para aquisição de produtos e serviços.
Os dados devem ser obtidos por meio de um dos documentos
aceitos de acordo com a atividade exercida pelo cliente. Dada a par-
ticularidade de cada caso, não trataremos aqui de cada um. Consulte
o LIC 405 para conhecer os documentos aceitos para
comprovar os dados profissionais e, também, as si-
tuações de dispensa de comprovação.
Atenção especial deve ser dada à docu-
mentação comprobatória. Se houver indícios
de fraude, comprove sua autenticidade na
empresa ou no órgão competente. Se ne-
cessário, confirme o vínculo empregatício
pela carteira de trabalho (o cliente po-
de ter sido demitido). Se a empresa for
desconhecida no mercado e não for ca-
dastrada no Banco, procure confirmar
sua existência. Nestes casos, desconfie
de informações positivas prestadas por
telefone.

3.1 – Campos Ocupação, Cargo e Natureza da Ocupação


Registre os dados da atividade ou profissão. Caso o cliente pos-
sua mais de uma ocupação, registre como principal aquela que gerar
maior renda.
Informe, ainda, o cargo do cliente. Isso revelará a importância de
sua função na estrutura da empresa em que trabalha e possibilitará
quantificar o risco de o cliente vir a perder o emprego. Permitirá, tam-
bém, medir sua empregabilidade (algumas profissões são mais reque-
ridas que outras e oferecem melhores condições de recolocação).

3.2 – Campo Renda Mensal


A agência deve verificar a compatibilidade da renda constante no
comprovante apresentado com a atividade desenvolvida pelo cliente
e, quando houver dúvidas, solicitar esclarecimentos adicionais ou a

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA FÍSICA

retificação do documento apresentado. Renda superior ao valor mé-


dio do mercado deve merecer acurada análise.

Uma pessoa exerce cargo de execução em uma indústria e


apresenta comprovante de renda no valor de R$ 10.000,00. Será
que esse rendimento é compatível com a ocupação do cliente?
Tendo em vista a natureza da ocupação, o cargo, o grau de
importância do cargo, a atividade econômica da empresa e
considerando, ainda, a média de salários pagos aos profissionais
da mesma área, você percebe de imediato que essa informação
deve ser confirmada antes de seu registro no cadastro.

É importante ressaltar que estes dados devem, assim como os


dos demais módulos do cadastro, ser registrados com cuidado e se-
riedade. A renda servirá de base para definição do risco e limite de
crédito e para apuração da capacidade de pagamento do cliente.

3.3 – Campo Empregador


Identificar o empregador possibilitará conhecer o porte da empre-
sa, o ramo da atividade, a solidez e posição no mercado. Isso pode
revelar o nível de estabilidade do cliente no emprego e, ainda, sua
capacidade de reinserção no mercado, no caso de demissão.

3. 4 – Campo Data de Início


Refere-se à data do início da relação de trabalho com o emprega-
dor registrado. O tempo de emprego está intimamente ligado à esta-
bilidade do cliente naquela empresa.

4 – Módulo Endereços & Telefones


Neste módulo deverão ser registradas as informações sobre onde
e como contatar o cliente.
Mesmo com todo o avanço tecnológico, o endereço continua
sendo fator determinante para o sucesso da comunicação do Banco
com seus clientes. Da correta informação de todos os campos des-
se módulo depende toda a estratégia de bom relacionamento com o
cliente.
É com base nessas informações que a agência contata o clien-
te, que são enviados talonários de cheques, cartões magnéticos, ex-
tratos de conta corrente e poupança, correspondências que neces-

Universidade Corporativa Banco do Brasil 63

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CURSO CADASTRO

sitem da ciência do cliente por de-


terminação legal, entre outros. Elas
também permitem ao Banco locali-
zar o cliente para ofertas ativas de
produtos, seja por telemarketing ou
correspondência.
Além disso, o correto registro de
todos os campos atende a fatores de
segurança e cumpre determinações
do Banco Central, inclusive no que
diz respeito à prevenção e combate
à lavagem de dinheiro.
Por esses motivos, a comprova-
ção e o registro de endereço, assim como todo o cadastro, deve me-
recer atenção especial. Para tanto, confira no LIC 405 os documen-
tos aceitos como comprovante de endereço, e os casos de dispensa
de comprovação. E, se necessário, cheque a veracidade da informa-
ção por outros meios, como verificação in loco, por exemplo.
Muitos são os exemplos de prejuízos que poderão advir da incor-
reção desses dados. Verifique em sua agência as correspondências,
dos mais variados tipos, que são diariamente devolvidas pelos Cor-
reios por erro na informação do endereço. Além do gasto financeiro,
pense no prejuízo do Banco, no que se refere à sua imagem e à perda
da oportunidade de exposição da marca. Além, certamente, do preju-
ízo que poderá estar causando ao cliente.
Imagine, por exemplo, que um cliente solicite um talonário de
cheques para ser entregue em sua residência, via correio e que seu
endereço esteja incompleto ou incorreto no cadastro do Banco. Qual
a certeza que você terá de que o cliente realmente irá receber o que
foi solicitado? O que poderá acontecer se houver extravio?
Adicionalmente, imagine que o Banco, visando potencializar os
resultados das agências, decida oferecer nova linha de crédito a de-
terminado público-alvo. Você tem idéia do número de correspondên-
cias que poderão ser devolvidas pelo fato de o endereço registrado
no cadastro estar incorreto?

5 – Módulo Relacionamentos
Neste módulo são registrados os dados das pessoas que têm algum
tipo de vínculo com o cliente, seja como cônjuge, companheiro(a),
filho(a) e outros.

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Segunda Unidade – COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CADASTRO

Nele, podemos consultar quem é o representante ou assistente le-


gal, no caso de o cliente ser absoluta ou relativamente incapaz, dado
registrado automaticamente a partir das informações constantes no
módulo Dados Pessoais.
Essas informações são importantes tanto para operações de cré-
dito quanto para a comercialização de produtos e serviços.
Nas operações de crédito, permitem, por exemplo:
• identificar os dados pessoais do cônjuge ou companheiro(a)
para vinculação em instrumento de crédito, no tocante à pres-
tação de garantias;
• auxiliar no cálculo da capacidade de pagamento, tanto pela pos-
sibilidade de somar os rendimentos do cônjuge aos do cliente,
quanto pela mensuração de suas despesas considerando o nú-
mero de dependentes que possui.
Na comercialização de produtos e ser-
viços, facilitam a abordagem no momento
da venda, por permitirem que seja ofereci-
do ao cliente o produto ou o serviço ade-
quado. Por exemplo, a oferta de plano Bra-
silprev Júnior a um cliente, quando sabe-
mos que tem filhos menores.
Também permitem a identificação e
registro de característica especial no ca-
dastro de relacionados com clientes con-
siderados pessoas politicamente expos-
tas - PPE, procedimentos requeridos pela
Legislação.
Portanto, o correto preenchimento
desse módulo também reveste-se de grande importância, conforme
os aspectos negociais e legais apresentados.
Até aqui você viu as principais informações que devem estar con-
tidas no cadastro da pessoa física. Existem outros módulos, comuns
às pessoas físicas e jurídicas, que iremos conhecer nas próximas
unidades.

Vamos ao LIC!
Neste momento, acesse o LIC 405.5 e consulte as normas sobre
cadastramento de pessoa física. Isso é muito importante, pois irá
complementar seus conhecimentos tanto para o desempenho de atividades
ligadas ao cadastro, como para resolução dos exercícios logo mais.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 65

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Navegou pelo LIC, viu as normas sobre cadastramento de pessoa
física? Vamos agora juntar o observado nos normativos com o estu-
dado no curso, para rever alguns pontos.
1. O nome do cliente deve ser registrado por extenso, sem abre-
viaturas. Lembre-se de que não existe o Sr. ou Sra. Espólio. Portan-
to, o cadastro de pessoas falecidas deve ser intitulado por seus no-
mes completos.
2. Inconsistências entre o documento de identificação e o CPF
merecem atenção. Se oferecerem segurança, cadastre o cliente e
oriente-o a regularizar sua situação na Receita Federal.
3. Todo registro cadastral merece atenção. Isso não é diferente com
o do estado civil e, se for o caso, do regime de casamento do clien-
te. Lembre-se de que existem alguns atos que só podem ser pratica-
dos com a anuência do cônjuge, sob pena de serem declarados nulos.
O Banco pode sofrer sérias conseqüências, por exemplo, caso venha a
contratar uma operação de crédito com cliente casado em comunhão
de bens, sem colher anuência ou coobrigação do cônjuge, pelo simples
fato de o cadastro registrar “solteiro” no campo Estado Civil.
4. O Código Civil define quatro regimes de casamento: comunhão
universal, comunhão parcial, separação de bens e participação final
nos aqüestos. Vale a pena voltar um pouco e rever os conceitos de
cada um deles.
5. A lei brasileira reconhece, ainda, a união estável, que é a con-
vivência pública, contínua e duradoura entre homem e mulher, com a
intenção de constituir família.
Outro assunto em que você deverá prestar atenção é o da capa-
cidade civil, que se refere à possibilidade de a pessoa exercer dire-
tamente seus direitos, aceitar obrigações e praticar os atos da vida
civil. Ela pode ser plena ou relativa.
Diz-se que a pessoa é plenamente capaz quando ela está apta a
praticar todos os atos da vida civil, sem restrições.
A capacidade relativa sobrevém quando a pessoa, mesmo pos-
suindo capacidade de direito (adquirida antes mesmo do nascimen-
to), não a detém de fato, em decorrência de fatores como idade, es-
tado psíquico, estado de saúde e outros que de algum modo possam
obstar a capacidade da pessoa de discernir plenamente.

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Terceira |Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA
Pimeira Unidade FÍSICA
– CADASTRO

Nesse caso, a pessoa é definida como incapaz e necessita de re-


presentante ou assistente legal para praticar plenamente os atos da
vida civil.
A incapacidade pode ser absoluta – a pessoa não pode exercer
diretamente qualquer ato da vida civil, necessitando de um repre-
sentante legal –, ou relativa, no caso em que a pessoa pode praticar
atos permitidos em lei pessoalmente, em alguns casos, ou por meio
de autorização de um assistente legal, em outros.
Não vamos citar novamente quem são as pessoas absoluta ou re-
lativamente incapazes. Se você tiver dúvidas, volte ao texto e leia-
o novamente, procure entender as diferenças entre tutor e curador.
Reveja as situações em que cessa a incapacidade.
Quanto aos índios ou silvícolas, sua capacidade civil é regida por
legislação específica, restando saber que, quando integrados à so-
ciedade, podem exercê-la plenamente. Caso contrário, precisam ser
representados ou assistidos pela Funai.
Vale repetir o que foi dito:

“É nulo o negócio jurídico quando celebrado por pessoa absolutamente


incapaz”.
“É anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa do agente”

Vamos ainda rever aspectos ligados ao registro de outros dados


do cadastrado.
É de suma importância o registro correto das informações re-
queridas no módulo dados profissionais, pois é pela renda, por
exemplo, que o Banco pode dimensionar o limite de crédito para
o cliente, direcionar produtos e serviços e atuar na prevenção a
ilícitos financeiros. A profissão, cargo, empresa em que trabalha,
tempo de serviço, etc., também são importantes para se definir o
perfil do cliente.
Não se esqueça do endereço, pois ele é o caminho (sem trocadi-
lhos!) para se chegar ao cliente.
E por fim, não deixe de registrar as pessoas com quem o cliente
mantém algum tipo de vínculo, seja cônjuge, companheiro(a), filhos
ou outros. Fornecem importantes informações para, por exemplo, di-
mensionar a capacidade de pagamento do cliente e para identificar
relacionamentos com pessoas politicamente expostas. Lembre-se do
que dissemos com relação a cônjuges, regime de casamento, presta-
ção de garantias. Mas isso é assunto que você já domina!

Universidade Corporativa Banco do Brasil 67

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
E agora, chegou a hora de mostrar que você aprendeu.
Mais uma vez lembramos a importância da navegação pelo LIC para
complementar o conteúdo do curso.

1. São alguns aspectos a serem observados quando da análise das


informações cadastrais de uma pessoa física, exceto.
a) Dependentes.
b) Cargo atual e renda.
c) Participações em empresas.
d) Sócios e acionistas.
e) Dívidas.

2. A incapacidade, absoluta ou relativa, não impede uma pessoa de


figurar nos negócios jurídicos, desde que suprida a capacidade na
forma prevista em lei. Qual das pessoas abaixo pode abrir conta
corrente no Banco?
I Menor de 16 anos, órfão, devidamente acompanhado por seu tio.
II Silvícola portador de documento de identificação e título eleito-
ral.
III Com 21 anos, sem desenvolvimento mental completo, reconheci-
do pelo Poder Judiciário.
IV Com 16 anos, casado.
V Maior de 18 anos, com curso superior, transitoriamente impedido
de exprimir sua vontade, situação reconhecida judicialmente.
São corretas as afirmativas:
a) I, III e V.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) III, IV e V.
e) I e II .

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA
Primeira Unidade FÍSICA
– CADASTRO

3. As ocorrências abaixo determinam a incapacidade absoluta, EX-


CETO.
a) Menores de 16 anos.
b) Alienados mentais.
c) Surdos-mudos que não expressem sua vontade.
d) Menores púberes.
e) Ausentes, assim declarados por sentença judicial.

4. Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso e escolha a alternativa corre-


ta.
( ) Capacidade de direito não habilita o indivíduo para praticar, pes-
soalmente, todos os atos de seu interesse.
( ) Quando não constar nome do pai no documento de identidade,
deve-se registrar no campo filiação a expressão “campo em bran-
co no documento de identificação”.
( ) Os pródigos são relativamente incapazes.
( ) O módulo Relacionamentos/Dependentes pode fornecer subsídios
para o acolhimento de garantias em operações de crédito.
( ) Quando o cliente possuir mais de uma fonte de renda pode-se re-
gistar, como principal, a menor delas no campo renda mensal.
a) F, F, V, F, F.
b) F, V, V, F, V.
c) V, V, F, V, F.
d) V, F, V, V, F.
e) V, V, F, F, V.

5. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) A identificação prévia e a existência de cadastro atualizado e em
normalidade são condicionantes para a realização de negócios
com o Banco do Brasil.
b) Em certas situações do relacionamento com o cliente, pode ser
necessário obter a anuência ou a coobrigação da pessoa com
quem ele mantém união estável.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 69

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CURSO CADASTRO

c) Ao cadastrar um cliente, você pode aferir seu grau de empregabi-


lidade.
d) No regime de participação final nos aqüestos os bens adquiridos
durante o casamento a titulo oneroso são divididos em partes
iguais, no caso de separação ou divórcio.
e) Se houver divergência entre o CPF e o documento de identidade
em relação à data de nascimento, o cliente não poderá ser cadas-
trado no Banco.

6. O Senhor X procura a agência do Banco em Xzolândia para abrir


uma conta de depósitos. Xzolândia é uma pequena cidade, cuja
economia local é formada predominantemente por industrias arte-
sanais de móveis. O Senhor X presta as seguintes informações:
Reside em uma cidade vizinha, situada a 80 km de Xzolândia.
É funcionário da X móveis, uma das pequenas indústrias existen-
tes em Xzolândia, cujos proprietários não residem em Xzolândia.
Pretende transferir para o Banco os negócios que mantém no Ban-
co Concorrência, aí incluídas suas aplicações financeiras.
Na abertura da conta, realizará depósito em dinheiro, cujo valor
é superior à média de rendimento da ocupação exercida. Informa
que tais recursos são provenientes do recebimento de salários
atrasados.
Futuramente gostaria de ter conta especial, cartão de crédito e li-
mite disponível para operação de CDC, de valor, no mínimo, igual
ao que tem no Banco Concorrência.
Na documentação para confecção do cadastro, o cliente apresen-
ta declaração de rendimentos assinada pela empresa em que tra-
balha. O salário informado é bem superior à média salarial de ou-
tros clientes da agência, mesmo daqueles que também trabalham
na X móveis.
Com base no relato, assinale a atitude correta que deveria ser
adotada pelo funcionário responsável pelo atendimento.
a) Preencher o campo “Renda Bruta” do cadastro com valor igual à
média salarial da região.
b) Realizar cadastramento do tipo indicativo, preencher o campo
“Renda Bruta” com o valor informado, acatar o depósito e condi-

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA
Primeira Unidade FÍSICA
– CADASTRO

cionar a entrega de talonário de cheque ao resultado das pesqui-


sas cadastrais.
c) Realizar o cadastramento e acatar a abertura de conta, sem qual-
quer restrição, uma vez que a documentação apresentada está
amparada nos normativos do Banco.
d) Solicitar ao cliente documentos ou esclarecimentos adicionais, ou
a retificação do comprovante de renda apresentado.
e) Solicitar ao cliente que substitua o comprovante de renda apre-
sentado pelo recibo de declaração de imposto de renda.

Analise a seguinte situação e responda às questões 07 e 08:


“Comparece à agência o Sr. Exemplo com o intuito de abrir conta
corrente para um menor sob sua guarda, para fins de recebimento de
pensão. Na ocasião, ele solicita que os rendimentos do menor sejam
aplicados em conta de poupança e manifesta interesse em obter, pa-
ra si, cartão de crédito com a marca do Banco”.

7. Sobre os documentos, você deverá requisitar:


a) Apenas os documentos pessoais do Sr. Exemplo.
b) Os documentos pessoais de ambos.
c) Os documentos pessoais de ambos e o mandato de curatela.
d) Apenas os documentos pessoais do menor.
e) Os documentos pessoais de ambos e o mandato de tutela.

8. Sobre o tipo de cadastro, você deverá elaborar:


a) Completo para ambos.
b) Intermediário para o Sr. Exemplo e básico para o menor.
c) Simplificado para ambos.
d) Indicativo para o menor e simplificado para o Sr. Exemplo.
e) Completo para o Sr. Exemplo e indicativo para o menor.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 71

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CURSO CADASTRO

9. Sobre capacidade civil, correlacione as duas colunas e escolha a


alternativa correta.
A – Capacidade civil plena. ( ) Ébrio habitual.
B – Incapacidade relativa. ( ) Menor impúbere.
C – Incapacidade absoluta. ( ) Pródigos.
( ) Índio portador de CPF.
( ) Menor, com 16 anos e
renda própria.
A seqüência correta é:
a) C – C – B – A – A.
b) A – A – B – B – C.
c) B – B – C – B – C.
d) B – C – B – A – A.
e) A – B – C – A – B.

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Terceira Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA
Primeira Unidade FÍSICA
– CADASTRO

GABARITO
1 – D
Sócios/acionistas são informações inerentes a pessoas jurídicas.

2 – C
Pessoas consideradas pela lei como absolutamente incapazes so-
mente podem exercer seus direitos por meio de representantes le-
gais. Menores de dezesseis anos, por intermédio dos pais, ou na falta
destes, de um tutor, nomeado legalmente. Nos demais casos, a re-
presentação se dá por meio de um curador, legalmente constituído.
Os relativamente incapazes podem exercer seus direitos pessoal-
mente ou autorizados por seu assistente legal, conforme o caso.
A incapacidade cessa, entre outras razões, pela maioridade, pelo
casamento ou colação de grau em nível superior.
Os silvícolas, quando integrados à sociedade, podem exercer ple-
namente seus direitos.

3 – D
Os menores púberes (maiores de dezesseis e menores de dezoito)
são considerados relativamente incapazes. Podem, em alguns casos,
praticar os atos da vida civil; em outros só poderão fazê-lo mediante
autorização de um assistente legal.

4 – D
Cuidado: capacidade de direito é aquela que se adquire ao nascer.
Capacidade de fato é a que determina se e quando a pessoa pode
praticar atos da vida civil.
Quanto ao cadastramento, tenha em conta o seguinte:
• você deve registrar como principal fonte de renda aquela em
que o cliente aufira maior rendimento.
• caso não conste o nome do pai no documento de identidade,
o campo filiação pode ficar em branco
• o registro dos relacionamentos é importante, principalmente
nos casos de cliente casado ou que conviva em união estável,
situação em que pode ser necessária a anuência ou coobriga-
ção do cônjuge ou companheiro(a), e de atendimento à legis-
lação sobre pessoas politicamente expostas.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 73

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CURSO CADASTRO

5 – E
Se a divergência referir-se apenas a um dos dados (nome ou data
do nascimento) e não houver dúvidas quanto à correção dos dados,
o cliente poderá ser cadastrado. Todavia deverá ser orientado a pro-
videnciar a regularização da incorreção.

6 – D
Pelo tipo de relacionamento que o cliente pretende manter com o
Banco, deverá ser cadastrado com o tipo Intermediário (possuir produ-
tos de crédito massificado: CDC, cartões, conta especial, etc.).
Todavia, alguns aspectos recomendam cuidados, pois esse cliente
supostamente poderia estar ocultando alguma atividade ilícita, haja vis-
ta o volume de dinheiro apresentado para depósito e a apresentação de
documento que comprova renda superior ao segmento a que pertence.
Em situação semelhante, você deverá efetuar diligências junto ao
empregador e ao banco onde informa ser correntista, bem como solicitar
fontes de referência nas cidades onde o cliente trabalha e reside.
Cuidados especiais devem ser tomados também com relação à
documentação apresentada. Devemos exigir a apresentação das vias
originais e nos certificarmos de que os comprovantes de residência e
de rendimentos são verdadeiros e confiáveis.

7 – E
Menor impúbere deverá ser representado; menor púbere deverá
ser assistido. Em todo o caso, como não se trata de pai, o cliente de-
verá apresentar o mandato de tutela.

8 – B
Como o cliente tem interesse apenas no cartão de crédito, deverá
ser cadastrado com o tipo intermediário. O menor deverá ter cadas-
tramento básico, por se tratar de conta de poupança.
Importante: no cadastro do menor, módulo Dados Pessoais, não
esquecer de vincular o representante legal. Feito isso, o vínculo po-
derá ser consultado no módulo Relacionamentos/Dependentes de
ambos.

9 – D
Atenção para os casos em que cessa a incapacidade do menor,
por exemplo quando ele possua rendimentos próprios que garantam
sua subsistência.

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Quarta Unidade
Cadastramento – Pessoa
Jurídica
Objetivo
• Identificar aspectos do cadastramento de pessoa jurídica.

1 – Conceito
A pessoa jurídica não é um ente natural, como a pessoa física.
Ela é resultado de um ato de vontade, que se materializa por força
do Direito. Cria-se, juridicamente, um novo ente, dotado de persona-
lidade jurídica própria.
O Código Civil define dois tipos de pessoas jurídicas: as de direito
público – interno e externo – e as de direito privado. Veja como as
entidades se enquadram nessas classificações.
De direito público interno: a União, os estados, o Distrito Federal
e os territórios, os municípios, as autarquias e as demais entidades
de caráter público criadas por lei.
De direito público externo: os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
De direito privado: as sociedades simples e empresárias, as as-
sociações, as fundações, as organizações religiosas e os partidos
políticos.
Além das pessoas jurídicas definidas no Código Civil, devem ser
cadastrados como pessoa jurídica outros entes previstos nas normas
do Banco, como o empresário individual, o cartório de registro e de
notas e o condomínio em edifício comercial ou residencial.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 75

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CURSO CADASTRO

Os procedimentos para cadastramento da pessoa jurídica diferem


daqueles utilizados para a pessoa física, tanto na exigência da docu-
mentação necessária, como nas informações que serão registradas.
Por isso, o cadastro da PJ possui módulos próprios para o registro
das informações.
O documento legal que dá materialidade a esse novo ente, a pes-
soa jurídica, é chamado, dentro do Banco, documento de constituição.
Por ser a base legal em que se sustenta a PJ, esse documento consti-
tui importante fonte de informação. Por isso, vamo-nos deter um pou-
co mais nesse assunto.

2 – Documento de Constituição e Alterações Posteriores


Vimos que a criação da pessoa jurídica ocorre por meio de um ato
jurídico (uma declaração de vontade que produz efeito na esfera do
Direito). Esse ato jurídico pode ser uma lei, um decreto, um estatuto
ou contrato social, entre outros. São esses documentos que, no Ban-
co, chamamos de documento de constituição da pessoa jurídica.
O documento de constituição, por si só, não confere ao novo en-
te a capacidade para adquirir direitos e assumir obrigações. Para que
isso ocorra, é necessário que o documento seja publicado ou regis-
trado em órgão competente, conforme o caso. Assim, é a publicação
– ou o registro – que dá personalidade jurídica ao novo ente, ou seja,
que atribui à recém-nascida pessoa jurídica a plena capacidade para
adquirir direitos e assumir obrigações.
Veja nas páginas seguintes um exemplo de documento de constitui-
ção: um contrato social, com alguns itens cadastrais em destaque.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

CONTRATO SOCIAL
Exemplo IV Ltda
Beltrano Exemplo 7 ,
brasileiro, casado – comunhão parcial de bens,
empresário, residente e domiciliado à Rua Camelo, nr. 533, Bairro do Sino,
Prateleiras – MG, CEP 33123-321, portador da carteira de identidade nº
98.765.432-1, emitida por SSP-MG, CPF nº 123.456.789-00, e Ciclano
Exemplo 7 , brasileiro, solteiro, empresário, residente e domiciliado à
Rua Baleia, nr. 835, Bairro do Açu, Prateleiras – MG, CEP 33143-341,
portador da carteira de identidade nº 1.765.432-1, emitida por SSP-MG,
CPF 123.123.123.13, constituem uma sociedade limitada 1 ,mediante as
seguintes cláusulas:
1ª A sociedade girará sob o nome empresarial Exemplo IV Ltda. 1 com
sede e domicílio na Rua Inácio, nr. 136, Distrito Industrial, Prateleiras
– MG, CEP 33134-441 3 .
2ª A sociedade iniciará suas atividades em 22/08/2003 e seu prazo
de duração é indeterminado.
3ª O objeto da sociedade é a editoração e impressão de livros,
fascículos e revistas e a prestação de serviços gráficos 1,4 .
4ª O capital social será de R$ 100.000,00 2 (cem mil reais), dividido
em 1.000 quotas de valor nominal de R$ 100,00 (cem reais) cada uma,
subscritas e integralizadas 2 neste ato em moeda corrente do País, pelos
sócios Beltrano Exemplo 7 que integraliza 950 quotas 2,7 , no valor de R$
95.000,00, e Ciclano Exemplo 7 , que integraliza 50 quotas 2,7 , no valor
de R$ 5.000,00.
5ª As quotas são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou
transferidas a terceiros sem o consentimento dos outros sócios, a
quem fica assegurado, em igualdade de condições e preço direito de
preferência para a sua aquisição se postas à venda, formalizando, se
realizada a cessão delas, a alteração contratual pertinente.
6ª A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do
capital social.
7ª A administração da sociedade caberá ao sócio Beltrano Exemplo
com os poderes e atribuições de representação, gestão e administração de
negócios, autorizado o uso do nome empresarial, vedado, no entanto, em
atividades estranhas ao interesse social ou assumir obrigações seja em favor
de qualquer dos quotistas ou de terceiros, bem como onerar ou alienar bens
imóveis da sociedade, sem autorização dos outros sócios 5,6,7 .
8ª Ao término da cada exercício social, em 31 de dezembro,
o administrador prestará contas justificadas de sua administração,
procedendo à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do
balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de
suas quotas, os lucros ou perdas apurados.

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CURSO CADASTRO

9ª Nos quatro meses seguintes ao término do exercício social,


os sócios deliberarão sobre as contas e designarão administrador(es)
quando for o caso.
10 A sociedade poderá a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra
dependência, mediante alteração contratual assinada por todos os sócios.
11 Os sócios poderão, de comum acordo, fixar uma retirada mensal,
a título de “pro labore”, observadas as disposições regulamentares
pertinentes.
12 Falecendo ou interditado qualquer sócio, a sociedade continuará
suas atividades com os herdeiros, sucessores e o incapaz. Não sendo
possível ou inexistindo interesse destes ou do(s) sócio(s) remanescente(s),
o valor de seus haveres será apurado e liquidado com base na situação
patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço
especialmente levantado.
Parágrafo único - O mesmo procedimento será adotado em outros casos
em que a sociedade se resolva em relação a seu sócio.
13 O(s) Administrador(es) declara(m), sob as penas da lei, de que
não está(ão) impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei
especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrar(em)
sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita
ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra
o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência,
contra as relações de consumo, fé pública, ou a propriedade.
14 Fica eleito o foro de Prateleiras para o exercício e o cumprimento
dos direitos e obrigações resultantes deste contrato.
E por estarem assim justos e contratados assinam o presente instrumento
em três vias e na presença de 2 (duas) testemunhas a tudo cientes.
Prateleiras - MG, 12 de julho de 2003 1 , 2 .
Beltrano Exemplo Ciclano Exemplo

Testemunhas:
Fontes Temunha Conteste Munha
RG 963.258 – SSP/MG RG 852.369 – SSP/MG
CPF: 963.963.963-96 CPF: 396.396.396-39

Junta Comercial do Estado de Montes Gerais 1


Certifico o registro em: 15/08/2003 1
J U C E M G

Sob o número: 920292074 1


Protocolo: 03/71852-4
Exemplo IV Ltda
Fulano Secretário
Secretaria Geral

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Esse exemplo não esgota os tipos de documentos e de cláu-


sulas, mas, em geral, do documento de constituição extraímos
informações:
1. de identificação: razão social, forma (natureza jurídica), data de
constituição e registro (número, órgão e data);
2. econômicas: quantidade de ações ou quotas, valor do capital
subscrito e realizado, data contratual do capital vigente;
3. de localização: endereço da sede;
4. sobre a atividade econômica desenvolvida;
5. sobre a forma como é administrada (isoladamente, em conjun-
to, etc.) e quem detém poderes para isso;
6. sobre os poderes atribuídos para representação da pessoa jurí-
dica: quais são os poderes, os limites e condições para exercê-
los e que os detém;
7. de relacionamentos: quem participa do capital, quem é dirigen-
te, grupo empresarial a que pertence e participação em outras
empresas.
Assim como a pessoa física, que nasce, cresce, muda de endere-
ço e de profissão, etc., a pessoa jurídica também é um ente dinâmi-
co. Durante sua existência, ela poderá mudar de localização, alterar
os participantes e dirigentes, aumentar o capital social, desenvolver
outra atividade, abrir filiais, encerrar suas atividades, entre outras
situações. Essas mudanças tornam necessária a alteração do docu-
mento de constituição.
As alterações compõem um novo documento que, da mesma for-
ma que o de constituição, deve ser publicado ou levado a registro no
órgão competente.
Além das últimas alterações, o documento poderá também trazer
consolidadas todas as alterações anteriores. É, na verdade, como se
fosse um novo contrato ou estatuto social. Nesse caso, nos atos de
cadastramento e atualização cadastral, devemos utilizar esse docu-
mento consolidado, dispensando todos os anteriores, desde que con-
tenha todas as informações necessárias. Do contrário, devemos ob-
ter outros documentos que satisfaçam às necessidades de registro.
Assim, é importante que você conheça as normas sobre documento
de constituição, constantes no LIC 405.10.

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CURSO CADASTRO

Como vimos, o documento de constituição e as alterações posteriores


relatam a “vida” da pessoa jurídica, seu nascimento e evolução. Por
isso, merecem atenção especial! São fontes de informação importantes
para a manutenção do cadastro atualizado e, consequentemente, do
relacionamento com o cliente.

Vistos esses aspectos, vamos tratar dos módulos do cadastro da


pessoa jurídica.

3 – Módulo Dados Básicos

3.1 – Campo Razão Social


Deve, obrigatoriamente, abrigar a razão social na forma como
constante no documento de constituição ou alteração.
Vale aqui o que dissemos com relação ao nome da pessoa física:
esse procedimento é necessário para a correta identificação do clien-
te. Registro incorreto poderá invalidar documentos emitidos pelo siste-
ma, como instrumentos de crédito, apólices de seguro, etc. Além dis-
so, é exigência do Bacen (Resolução CMN 2.025/93 e alterações).

3.2 – Campo Número do CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica


O CNPJ é o cadastro de pessoas jurídicas administrado pela Re-
ceita Federal. Nele também são cadastradas, por motivo de exigência
legal ou fiscal, entidades e pessoas não caracterizadas como pessoa
jurídica, como condomínios, empresários individuais, representações
diplomáticas e consulares e os serviços notariais e de registro (car-
tórios), entre outros.
O número do CNPJ é o que identifica o contribuinte (pessoa jurí-
dica) inscrito na Receita Federal. A Receita atribui as seguintes situ-
ações ao CNPJ: ativa, suspensa, inapta, baixada e nula.
A situação “ativa” indica que a pessoa jurídica está em regulari-
dade e em atividade perante o cadastro da Receita Federal. Nas de-
mais, indica irregularidade (fiscal, cadastral, etc.) ou inatividade. O
cadastramento, no Banco, somente pode ser efetuado se o CNPJ es-
tiver em situação “ativa”.
O número é encontrado no comprovante de inscrição do cliente
no CNPJ e, ao registrá-lo, o sistema verifica automaticamente a re-
gularidade na Receita Federal.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Matriz e filial devem possuir cadastros distintos, um MCI para ca-


da CNPJ. Isso porque cada unidade administrativa da empresa pode
ter suas próprias contas, empregados, carteiras de cobrança, etc.

3.3 – Campo Natureza Jurídica


Informação que deve ser identificada no documento de constitui-
ção ou alteração e define a forma de constituição da pessoa jurídica.
O registro da natureza jurídica influencia a classificação do be-
neficiário de crédito (por exemplo, algumas linhas de crédito são di-
recionadas exclusivamente às pessoas jurídicas de natureza empre-
sária) ou determina o contingenciamento de operações com pessoas
jurídicas do setor público, entre outras situações.
As naturezas jurídicas constantes do aplicativo Clientes estão rela-
cionadas com os tipos de pessoa jurídica definidas no Código Civil.
Com relação às pessoas jurídicas de direito público interno, há
naturezas jurídicas distintas para as esferas federal, estadual ou mu-
nicipal, que abrangem os poderes executivo, judiciário (este exceto
na esfera municipal) e legislativo, as autarquias, as fundações e as
instituições/entidades públicas criadas por lei.
Com relação às pessoas jurídicas de direito privado, as naturezas
estão agrupadas em “sociedade não empresária” (sociedade simples)
e “sociedade empresária/empresário”, inclusive aquelas que tenham
participação pública, como as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
Outro grupamento de naturezas jurídicas atende às demais enti-
dades, que abrangem desde pessoas jurídicas de direito privado, co-
mo partidos políticos, fundações privadas e organizações religiosas;
pessoas jurídicas de direito público externo, como as representações
estrangeiras governamentais (consulados, embaixadas, etc.); até ou-
tras entidades não consideradas pessoa jurídica pelo Código Civil,
mas que assim devem ser cadastradas no Banco, como cartórios e
condomínios.
Para melhor compreensão do assunto, vamos ver algumas carac-
terísticas das associações, fundações, empresários e sociedades.
As associações caracterizam-se pela união de pessoas que se or-
ganizam para o desenvolvimento de atividades com um objetivo co-
mum, sem fins lucrativos.
As fundações são instituídas por uma pessoa, o instituidor, que é
o doador de bens livres para constituição do patrimônio da fundação,
e quem define sua finalidade, que poderá ser religiosa, moral, cultu-
ral ou de assistência.

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CURSO CADASTRO

O empresário é a pessoa natural (física) que se dedica profissio-


nalmente à atividade econômica organizada de produção e circulação
de bens ou de serviços. Para iniciar suas atividades, é exigida inscri-
ção no órgão competente. Não são enquadradas nessa natureza as
pessoas que exerçam profissão intelectual de natureza científica, li-
terária ou artística.
As sociedades são constituídas por pessoas que reciprocamente
se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o desenvolvi-
mento de atividade econômica e a obtenção de lucro, que é dividido
entre os participantes. Com relação à atividade desenvolvida, são
classificadas em simples ou empresárias.
As sociedades simples (não empresárias) são caracterizadas pela
prestação de serviços em atividade intelectual de natureza científica,
literária ou artística.
As sociedades empresárias caracterizam-se por realizar atividade eco-
nômica organizada para a produção ou venda de bens ou serviços.

Por determinação legal, as sociedades por ações


têm sempre natureza jurídica empresária. As
cooperativas, independentemente da atividade
desenvolvida, têm natureza jurídica simples.

3.3. 1 – Adequação ao Novo Código Civil


As associações, fundações e sociedades (exceto as sociedades
anônimas, regidas por lei especial) constituídas antes de 12.01.2003
ficaram obrigadas a adequar seus contratos ou estatutos às disposi-
ções do Novo Código. As que não o fizeram, passaram a ser conside-
radas irregulares a partir de 11.01.2007.
A irregularidade gera conseqüências nas relações dessas pessoas
jurídicas com o Banco. Até que regularizem a situação, as associa-
ções, fundações e sociedades civis sem fins lucrativos consideradas
irregulares estão impedidas de operar com o Banco; admite-se operar
com os outros tipos de sociedades, desde que com a coobrigação de
todos os sócios.
Mas qual a conseqüência da adequação ao Código Civil na natu-
reza jurídica?
A nova legislação alterou a forma de constituição das pessoas jurídi-
cas, extinguiu algumas denominações e criou outras. E deu prazo de qua-
tro anos, como vimos, para que aquelas pré-existentes promovessem al-
terações em seus documentos constitutivos para adequação à nova lei.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Em decorrência disso, novas naturezas jurídicas foram criadas no


aplicativo Clientes, para possibilitar a identificação das novas pesso-
as jurídicas e daquelas que promovessem alterações em seus docu-
mentos constitutivos.
A adequação exigida pelo Código Civil deve ser efetuada em do-
cumento de alteração contratual ou estatutária, de forma expressa
ou mediante remissões a dispositivos da nova lei.
Quando o documento com a adequação for apresentado ao Ban-
co, devemos atualizar a natureza jurídica no cadastro. Evidentemen-
te, novas empresas somente devem ser cadastradas em obediência
à lei atual. Se persistirem dúvidas quanto à natureza jurídica da em-
presa, ou à adequação ao novo dispositivo legal, o serviço jurídico
jurisdicionante deve ser consultado.

Para verificar as naturezas jurídicas correspondentes


à legislação anterior e à atual, consulte a norma que
trata de identificação da pessoa jurídica no LIC 405.

3.4 – Campos Tipo do Documento de Constituição e Órgão de Registro


São tipos de documento o contrato social, o estatuto social, leis
e decretos, entre outros. São órgãos ou locais de registro o Registro
Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) e o Registro Civil
das Pessoas Jurídicas.
A forma de constituição da pessoa jurídica determina o tipo de do-
cumento de constituição e o órgão para registro. Por exemplo, uma
sociedade irá constituir-se por meio de contrato ou estatuto social. Se
for empresária, o documento será registrado no Registro Público de
Empresas Mercantis (Junta Comercial). Sociedades simples, exceto
cooperativas, são inscritas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Como as situações são variadas, não vamos especificá-las aqui. Acesse no


LIC 405 as normas que tratam do cadastro de pessoa jurídica e consulte o
tipo de documento de constituição e o local de registro para cada caso.

3.5 – Campos Data de Constituição, Número de Registro do Documento de


Constituição e Data de Registro
A data de constituição fornece informação sobre o tempo de
existência da empresa, fator considerado para a formação de seu
conceito.

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CURSO CADASTRO

O número e a data de registro no órgão competente são informa-


ções imprescindíveis: é a partir do registro que a pessoa assume per-
sonalidade jurídica, passando a ter direitos e obrigações.
Cuidado para não confundir a data de constituição com a de re-
gistro. A primeira é a data em que foi elaborado o documento de
constituição; a segunda, a data em que houve o registro no órgão
competente.

3.6 – Campos Situação de Funcionamento e Data da Situação


O registro da situação de funcionamento da pessoa jurídica e a
data a que se refere a situação admitem quatro opções:
Em instalação – constituída formalmente, porém sem ainda ter
iniciado suas atividades operacionais.
Operacional – constituída formalmente, iniciou e continua reali-
zando suas atividades operacionais.
Paralisada – constituída formalmente, sua atividade operacional
foi interrompida, porém sem baixa nos órgãos de registro. É informa-
ção que merece cuidado: utilize somente nos casos em que não so-
brarem dúvidas. Se necessário, verifique o fato in loco.
Desativada – encerrou suas atividades operacionais, com a res-
pectiva baixa nos órgãos de registro. O registro dessa situação deve
ser precedido de apresentação dos documentos legais que compro-
vem o encerramento das atividades, ou Certidão de Baixa de Inscri-
ção no CNPJ, emitida na página eletrônica da Receita Federal.

A situação de funcionamento é considerada na


análise de limite de crédito. Registro incorreto
poderá impedir a realização da análise, ou
permitir a concessão de crédito a clientes que
não tenham condições de honrá-lo.

4 – Módulo Dados Complementares

4.1 – Campos Faturamento Bruto Anual e Data de Referência


Destina-se ao registro do faturamento anual da pessoa jurídica,
inclusive empresário individual.
Observe algumas situações para o preenchimento desses
campos:

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

1. No caso de clubes, escolas, fundações, associações e outras


pessoas jurídicas sem fins lucrativos, deve ser informada a ar-
recadação anual proveniente de mensalidades, doações, con-
tribuições, subvenções, repasses e outras receitas.
2. Quando se tratar de pessoa jurídica em atividade há mais de
um ano, o valor a ser registrado deve ser o constante do com-
provante de faturamento apresentado; caso contrário, o fatu-
ramento anual deve ser apurado a partir da média mensal de
faturamento.
3. A data de referência é o último mês/ano considerado para apu-
ração do faturamento.
4. No caso de empresa com menos de um mês de atividade, o fatura-
mento deve ser “zero” e a data de referência, o mês e ano atual.
Para saber quais comprovantes de faturamento
são aceitos, consulte as normas que tratam do
cadastro de pessoa jurídica no LIC 405.

O valor do faturamento deve ser compatível com a atividade


desenvolvida pela empresa e sua capacidade instalada. Tome por
exemplo uma pousada com dez apartamentos, localizada num cen-
tro urbano pequeno, e que declare faturamento mensal de R$ 300
mil. Faça a crítica: considerado o mês de 30 dias, com lotação total,
a diária teria de ser de mil reais por apartamento, valor provavelmen-
te incompatível com o praticado pelo mercado. Há várias formas para
checar essa informação:
• verificar o volume da movimentação da conta corrente, de fa-
turas Visanet, de títulos em cobrança e da custódia de cheques
mantidos no Banco.
• comparar com o faturamento de empresas do mesmo ramo
e porte existentes na
praça.
• observar o fluxo de clien-
tes no interior da loja, no
caso de estabelecimento
comercial.
• analisar a evolução his-
tórica das vendas da
empresa.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 85

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CURSO CADASTRO

O valor do faturamento é utilizado na classificação do porte, na


segmentação de clientes e na atribuição do limite de crédito. Além
disso, serve como parâmetro para apontamentos de indício de lava-
gem de dinheiro, entre outras situações. Pela importância que tem,
deve ser correto, comprovado e atualizado.
Tenha sempre em mente que o conhecimento da empresa por
meio de visitas, do acompanhamento do mercado de atuação e das
informações disponíveis na mídia são fundamentais para registro de
dados confiáveis.

O registro de faturamento inexistente, no caso de empresas


em instalação ou com menos de um mês de atividade,
apenas para “antecipar” eventual cálculo de limite de
crédito, poderá ensejar interpretações equivocadas.

4.2 – Campo Quantidade de Empregados


Essa informação fornece importantes subsídios para a alavanca-
gem de negócios e para a análise de risco da empresa.
No primeiro caso, pode sugerir direcionamento da folha de paga-
mento para o Banco, contratação de CDC Salário para empregados,
venda de seguros de vida em grupo, contratação de contas espe-
ciais e de planos de previdência privada Brasilprev Empresarial, entre
outros.
No segundo caso, a informação pode trazer subsídios para a aná-
lise crítica de dados apresentados no balanço, como faturamento,
despesas administrativas, encargos trabalhistas, etc.

4.3 – Campos Quantidade de Ações Ordinárias e de Ações Preferenciais


Aplicável apenas a sociedades anônimas e sociedades em coman-
dita por ações. A informação pode ser colhida no estatuto social e nas
atas das assembléias gerais, ordinária (AGO) ou extraordinária (AGE).

4.4 – Campos Valor do Capital Subscrito, Valor do Capital Realizado e Data


Contratual do Capital Vigente
Você terá acesso a essas informações consultando o documento
de constituição e as suas alterações. Capital subscrito é aquele que
foi definido pelos proprietários como o valor total que os sócios pre-
tendem investir na empresa, enquanto o realizado é aquele que foi
efetivamente aplicado.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Se, na data da atualização cadastral, você verificar que os valo-


res registrados como capital social subscrito e realizado são inferio-
res aos constantes nos demonstrativos contábeis apresentados pela
empresa, há indícios de que existem alterações contratuais ou esta-
tutárias não encaminhadas ao Banco. Confirme e solicite.

5 – Módulo Dados Negociais

5.1 – Campos Plano de Saúde, Plano de Previdência para Funcionários, Títulos


de Capitalização e Seguridade.
Essas informações permitem identificar o público-alvo para campa-
nhas de venda de planos de previdência, capitalização, seguros, etc.
Este módulo, além de permi-
Sua empresa proporciona
planos de saúde aos tir a visualização dos produtos
funcionários? mantidos no BB, possibilita listar
os produtos que o cliente pos-
sui na concorrência, bastando,
nesse caso, que os dados sejam
registrados e atualizados.
Essas informações facilita-
rão a atuação dos gerentes de
módulo no agendamento de vi-
sitas e na abordagem dos clien-
tes, favorecendo a proatividade nos negócios.

6 – Módulo Endereços e Telefones


Neste módulo devem ser registrados os endereços da sede, ou-
tros endereços e telefones, para localização e contato com o cliente.
Vale aqui o que foi dito para a pessoa física, pois incorreções nos re-
gistros causam semelhantes transtornos.
O endereço da sede deve ser o constante no documento de cons-
tituição ou alteração, ou comprovante de inscrição no CNPJ. Quando
o endereço da administração financeira ou para contato e correspon-
dência for diferente do constante no documento apresentado, admi-
te-se a comprovação por um dos documentos relacionados no norma-
tivo que trata do assunto (LIC 405). Nesse caso, deve ser registrado
como “outro tipo de endereço” (contato ou outros).
No cadastramento da filial, cadastre como endereço da sede o en-
dereço em que a filial se localiza.

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CURSO CADASTRO

7 – Módulo Recursos Tecnológicos


Destinado ao registro dos recursos tecnológicos de que disponha
a empresa: computadores, fax, modem, scanner, etc. Essas informa-
ções podem ser obtidas na entrevista cadastral ou em visita às ins-
talações da cliente.

8 – Módulo Atividade Econômica


Destina-se ao registro da atividade desenvolvida pela empresa.
No caso de existir mais de uma atividade econômica, podemos ca-
dastrar todas: a de maior relevância no faturamento da empresa deve
ser a atividade principal e as demais, secundárias. A atividade eco-
nômica principal deve necessariamente estar de acordo com o docu-
mento de constituição ou com as alterações posteriores.
Por meio da atividade econômica, o Banco pode, entre outras coisas:
• gerenciar corretamente sua carteira de ativos por segmento de
atividade;
• direcionar maior quantidade de recursos para determinado se-
tor, dependendo da estratégia do BB no momento;
• verificar o impacto de medidas econômicas ou das condições
de mercado em determinado setor;
• usar a informação na análise do limite de crédito, para comparar o
cliente com outras empresas que atuam no mesmo segmento, e
• analisar o comportamento do mercado em que atua.
Por isso, evite informação que possa dificultar a identificação da
real atividade desenvolvida pela empresa. Se necessário, verifique
in loco se a atividade informada é compatível com a efetivamente
desenvolvida.

9 – Módulo Alteração Contratual/Estatutária


Ao cadastrarmos uma pessoa jurídica, identificamos seus proprie-
tários e os responsáveis pela administração, além de outras carac-
terísticas. Com o passar do tempo, podem ocorrer situações que al-
teram suas condições iniciais (mudança na atividade econômica, no
endereço, no capital social, ingresso e saída de sócios ou acionistas,
etc.). Essas mudanças estarão descritas em documento de alteração
das condições iniciais e exigem atualização das informações registra-
das no cadastro.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Algumas alterações podem expor o Banco a riscos operacionais,


como a mudança de poderes, de dirigentes e sócios, e na forma de
administração. Por isso, as atualizações cadastrais devem ser efetu-
adas no momento do recebimento do documento, principalmente as
que mudam dirigentes, participantes e a forma de administração, pa-
ra evitar que pessoas não autorizadas realizem negócios que prejudi-
quem o Banco e o cliente.
Além da atualização das informações existentes no cadastro, no
módulo Alteração Contratual/Estatutária devem ser registrados os
dados do documento de alteração: data do documento, órgão de re-
gistro, número e data do registro e descrição da alteração.
Nem sempre o cliente se lembra de comunicar ao Banco as alte-
rações ocorridas em sua empresa. Por isso, você deve:
1. Estar atento a publicações no Diário Oficial do Estado e nos
periódicos de grande circulação sobre alterações contratuais
que envolvam empresas clientes ou que tenham negócios com
o Banco.
2. Nas atualizações cadastrais, verificar se houve alteração na
composição do quadro de sócios ou acionistas, no capital, no
endereço, na gerência, entre outros.
3. Sempre que possível, saber do cliente sobre a existência de al-
terações contratuais ou estatutárias e, caso afirmativo, solici-
tar os documentos que as originaram:
• alteração do contrato social, no caso de sociedades consti-
tuídas com esse tipo de documento;
• atas de assembléias gerais ordinárias e extraordinárias, no ca-
so de sociedades anônimas, cooperativas, associações, etc.
• documentos utilizados para encerramento de sociedades, se
for o caso;
4. No caso de sociedade limitada, se houver dúvidas quanto à
existência de eventuais alterações contratuais, solicitar à Jun-
ta Comercial jurisdicionante a emissão de certidão com históri-
co de alterações contratuais.
Veja a seguir duas situações que comprometem a qualidade de
nossas operações de crédito.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 89

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CURSO CADASTRO

1. Uma empresa limitada encerrou as suas atividades. Como não


possuía responsabilidades no Banco, deixou de comunicar o fato
à agência de relacionamento.
Sabendo disso, um dos antigos sócios utiliza a margem disponível
do limite de crédito para descontar duplicatas. No vencimento,
os títulos não são honrados pelos sacados, não há recursos na
conta corrente da empresa e, ao serem cobrados, os demais
sócios alegam desconhecer a dívida e apresentam documento
comprovando o encerramento da firma bem antes da contratação
da operação.
O recebimento dos créditos está grandemente comprometido.

2. Houve alterações na composição societária da empresa e a


informação não consta da base cadastral do Banco.
Ao elaborar uma cédula de crédito ou um contrato, no momento
de acolher as assinaturas, você descobre que algumas daquelas
pessoas que você relacionou não fazem mais parte da empresa
e, portanto, não poderão assinar.
Além do constrangimento, pense no retrabalho que você
terá para atualizar o cadastro, refazer os documentos de
crédito, etc.
Neste caso, é a tempestividade que fica comprometida.

10 – Módulo Relacionamentos
Para cadastrarmos uma pessoa jurídica, é fundamental sabermos
quem são seus sócios ou acionistas, e, principalmente, quem tem
poderes para representá-la no Banco. Esses dados, além daqueles
relativos a dirigentes e participações no capital, são registrados no
módulo Relacionamentos.
É nesse módulo que buscamos informações sobre as pessoas com
poderes outorgados pela cliente e sobre eventuais participações que
possua em outras empresas ou grupos empresariais.

10.1 – Participação no Capital


Informação constante do documento de constituição ou de suas
alterações. Devem ser registrados:

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

• na sociedade anônima: os maiores acionistas que, no conjun-


to, detenham a maioria do capital votante. O capital votante é
constituído pelas ações ordinárias, que conferem ao acionista
o direito de voto em assembléias gerais;
• em outras sociedades: todos os participantes;
• no caso de empresário individual: o empresário (neste caso, o
sistema registra automaticamente o percentual de participação
no capital e a condição de dirigente).
A participação que uma pessoa física ou jurídica detém sobre o
capital da empresa, em cotas, ações ou quinhão, deve ser informada
na forma percentual. Deve ser também informado se a pessoa possui
algum tipo de ingerência, ou seja, se atua como dirigente.
As datas de inicio e de fim de participação devem corresponder à
data do documento de constituição ou de alteração. No caso de al-
teração do percentual de participação, deve ser encerrado o registro
existente e incluído novo, com o percentual atual e a data do docu-
mento de alteração.
Existem pessoas jurídicas que não têm proprietários, sócios ou
acionistas. Nesse caso, não há registro a ser efetuado nesse módu-
lo. São exemplos, entre outros, o governo estadual, as prefeituras e
órgão/entidades públicas, as associações e fundações, as coopera-
tivas, os condomínios em edifícios comerciais ou residenciais, as en-
tidades sindicais e os partidos políticos.

10.2 – Dirigentes
São dirigentes as pessoas com ingerência na pessoa jurídica, isto
é, aquelas às quais foram atribuídos poderes de administração. As
informações sobre quem são os dirigentes devem ser extraídas do
documento de constituição ou de alteração, da ata de eleição ou de
documento de posse de dirigentes. Os membros do conselho de ad-
ministração das sociedades anônimas e cooperativas também devem
ser registrados neste módulo.
As datas de inicio e de fim do mandato devem corresponder à da-
ta desses documentos, ou às datas ou períodos neles especificadas.

11 – Pessoa Jurídica de Direito Público


O cadastramento das pessoas jurídicas de direito público apre-
senta algumas particularidades, como veremos a seguir.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 91

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CURSO CADASTRO

11.1 – Tipo de Documento de Constituição, Data da Constituição, Órgão de


Registro e Data do Registro
As pessoas jurídicas de direito público interno são criadas de acor-
do com a Constituição (Federal, dos estados ou do Distrito Federal) ou
Lei Orgânica do município a que forem ligadas. Portanto, ao cadas-
trar um órgão ou entidade pública, o documento de constituição a ser
exigido é a lei que autorizou a sua criação.
Além disso, no caso de fundação, autarquia ou órgão público,
deve ser exigido também o decreto do poder executivo que regula-
mentou a forma de funcionamento, o local da sede, os fins a que se
destina e a forma de representação.
Não há necessidade de registro desses documentos em cartório
ou na Junta Comercial, formalidade suprida pela publicação em diário
oficial. No caso de órgão ou entidade municipal, a publicação deve
estar de acordo com o previsto na lei orgânica do município.

11.2 – Representantes
São nomeados pela autoridade competente e os documentos de
nomeação devem ter sido publicados em diário oficial ou, no caso de
órgão ou entidade municipal, estar de acordo com o previsto na lei
orgânica.
Os representantes não devem ser registrados no módulo Dirigen-
tes, mas, sim, no módulo Poderes/Instrumento de Mandato.
Os poderes outorgados devem constar do documento que regu-
lamentou a criação do órgão ou entidade pública. Se houver dúvidas
quanto aos representantes ou aos poderes outorgados, solicite auxí-
lio ao serviço jurídico da jurisdição.

11.3 – Receita Orçamentária Anual


Essa informação deve ser obtida na Lei Orçamentária Anual assi-
nada pelo chefe do Poder Executivo e ser registrada no módulo Da-
dos Complementares.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA JURÍDICA

Nesta parte, você conheceu as informações a respeito das


pessoas jurídicas e as formas com que elas devem ser registradas
no cadastro. Que tal dar uma pausa na leitura?
Acesse o aplicativo Clientes, opção Consulta, escolha alguns
clientes PJ e verifique se os respectivos cadastros atendem aos
requisitos até agora vistos.
E mais: vamos ao LIC!
Os LICs 405.10 e 405.15 abordam os assuntos vistos nesta
unidade e outros sobre o cadastro de pessoa jurídica. São
consultas que constituem o próximo passo do curso.
Feito isso, é tempo de revisão.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 93

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Na próxima unidade, entraremos em contato com outros módu-
los do cadastro que apresentam uma particularidade: são comuns às
pessoas físicas e às jurídicas.
Antes de prosseguirmos, vamos revisar o conteúdo da unidade
que acabamos de estudar.
No estudo, você percebeu que a correta identificação da pessoa
jurídica é tão importante quanto à das pessoas físicas. Mas há dife-
renças nos procedimentos. A começar pela existência em si da pes-
soa jurídica: ela é criada sob o amparo do Direito, que dota o novo
ente de personalidade jurídica própria. Além disso, existem dois tipos
de pessoa jurídica: de direito público (interno e externo) e de direito
privado.
A razão social é o “nome” da pessoa jurídica. Portanto, deve ser
corretamente preenchido, sob pena de comprometimento da qualida-
de do cadastro, além dos transtornos que pode causar, tanto ao Ban-
co quanto ao cliente.
Os documentos de constituição de uma pessoa jurídica também
são diferentes, conforme seja o tipo de empresa definido pelo Código
Civil. Podem ser leis ou decretos (empresas públicas), estatutos (as-
sociações, fundações), contrato social (sociedades), dentre outros.
Vamos relembrar os tipos de pessoa jurídica, tal qual definidos
no Código Civil:
São pessoas jurídicas de direito público interno a União, os esta-
dos, o Distrito Federal e os territórios; os municípios; as autarquias e
as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas
pelo direito internacional público são definidos como pessoas jurídi-
cas de direito público externo.
As associações, as sociedades, as fundações, as organizações religio-
sas e os partidos políticos são as pessoas jurídicas de direito privado.
A exemplo do que ocorre com o CPF, o sistema verifica automa-
ticamente a regularidade do CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica na base de dados da Receita Federal.
Ao examinar o documento de constituição ou de alteração, você
deve dispensar especial atenção à natureza jurídica da empresa, pois
é por meio dessa informação que o Banco classifica os beneficiários
de crédito.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – PESSOA
Pimeira Unidade – JURÍDICA
CADASTRO

É importante saber que existem algumas linhas de crédito direcio-


nadas apenas para alguns tipos de empresas. No caso de entes pú-
blicos, existem regras de contingenciamento.
As naturezas jurídicas constantes no aplicativo Clientes estão re-
lacionadas com o ordenamento jurídico vigente.
Procure relembrar as definições de associações, fundações, so-
ciedades e empresário individual.
Dispense cuidado especial no preenchimento do cadastro. Veja os
seguintes exemplos:
1. Situação de funcionamento: é preciso registrar corretamente se
a empresa está em fase de instalação, operacional, paralisada ou
desativada. Se não estiver seguro, investigue, solicite documen-
tos, se necessário, verifique in loco. Informação incorreta ou ape-
nas para cumprir formalidades pode ensejar perda de negócios ou
concessão indevida de créditos.
2. Faturamento: serve como base para a atribuição do porte e a seg-
mentação de clientes, para o cálculo do limite de crédito e para
a verificação de indícios de lavagem de dinheiro. Tome cuidado,
pois a mera impostação de valores, sem a devida comprovação,
pode comprometer o cálculo da real necessidade do cliente ou
ocultar outras situações.
Cadastro bem elaborado, com informações corretas, comple-
tas e atualizadas é a base de dados de que o Banco dispõe pa-
ra conhecer seu cliente. Portanto, vale a pena dispensar atenção
com as alterações contratuais/estatutárias efetuadas, registrando
as alterações cadastrais promovidas, inclusive no módulo Alteração
Contratual/Estatutária.
De igual importância reveste-se o módulo Relacionamentos, em
que registramos as pessoas que dirigem ou controlam a empresa, co-
mo sócios e dirigentes. É nele também que consultamos as partici-
pações da cliente em outras empresas. Finalmente, serve para con-
sulta a respeito das pessoas que detêm poderes para representar a
cliente.
O cadastramento de pessoas jurídicas de direito público obedece
às mesmas regras das pessoas jurídicas de direito privado. As dife-
renças estão relacionadas basicamente com o tipo de documento de
constituição, a forma de nomeação dos representantes e a receita
orçamentária.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 95

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
Chegou o momento de você verificar o quanto assimilou no estudo
da unidade. Vale lembrar novamente que as questões extrapolam o
conteúdo do texto, ao abordarem questões descritas no LIC.

1. São aspectos a serem observados quando da análise das informa-


ções cadastrais de uma pessoa jurídica, EXCETO.
a) Ramo de atuação.
b) Cargo atual.
c) Número de empregados.
d) Situação de funcionamento.
e) Administradores.

2. Sobre o empresário individual, assinale a alternativa correta.


a) Pessoa jurídica dedicada à atividade de produção e circulação de
bens ou serviços, com registro no órgão competente.
b) Pessoa física dedicada à atividade de produção e circulação de
bens ou serviços, com registro no órgão competente.
c) Pessoa jurídica que exerce atividade científica ou literária, com
registro no órgão competente.
d) Pessoa física dirigente de empresa dedicada à atividade de produ-
ção e circulação de bens ou serviços, com registro no órgão com-
petente.
e) Pessoa física participante de empresa dedicada à atividade de
produção e circulação de bens ou serviços, com registro no órgão
competente.

3. Sobre o faturamento anual, analise as afirmativas e marque a op-


ção correta.
I É utilizado na classificação do porte da empresa e na atribuição
de limite, além de servir como parâmetro para apontamentos de
indício de lavagem de dinheiro.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – Unidade
Primeira PESSOA– JURÍDICA
CADASTRO

II Para empresa recém constituída ou em atividade há menos de um


ano, podemos utilizar previsão de faturamento.
III Não deve ser registrado para associações e fundações, que ob-
têm receita, não faturam.
IV Quando comprovado por documento aceito pelo Banco, NÃO é
necessário verificar se é compatível com a atividade e a capaci-
dade da empresa.
a) I e III estão corretas.
b) II e IV estão corretas.
c) Somente a III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) Somente a I está correta.

4. Analise as afirmativas abaixo e selecione a opção correta.


I O tipo de documento de constituição e o local de registro são os
mesmos para todas as pessoas jurídicas do setor privado.
II Data de constituição é aquela em que o documento de constitui-
ção foi elaborado.
III Data de registro é aquela em que o documento de constituição foi
assinado.
IV A situação de funcionamento indica como estão a atividade e a
constituição da empresa.
V O contrato social, o estatuto social e o requerimento de empresá-
rio são documentos de constituição de sociedades.
a) I, III e IV estão incorretas.
b) I, III e V estão incorretas.
c) III e IV estão corretas.
d) II, IV e V estão corretas.
e) I, II e III estão incorretas.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 97

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CURSO CADASTRO

5. Das situações a seguir, assinale aquela que NÃO estará contida


em alteração contratual ou estatutária.
a) Inclusão de dirigente que já detinha participação majoritária em
sociedade limitada.
b) Abertura de filial na mesma cidade de localização da matriz.
c) Diminuição do capital social, com redistribuição de cotas entre
os sócios.
d) Elevação do lucro, com aumento do valor distribuído entre os só-
cios.
e) Alteração na forma de administração, que passa a ser exercida
isoladamente por qualquer um dos três dirigentes.

6. Sobre a pessoa jurídica de direito público, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) A câmara de vereadores, as autarquias estaduais, as instituições
publicas federais e as fundações públicas municipais são exem-
plos de pessoas jurídicas de direito público.
b) O documento de nomeação dos representantes, para ter efeito,
deve ser publicado e registrado no órgão competente onde regis-
trado o documento de constituição da pessoa jurídica.
c) O documento de constituição deve ser publicado em diário oficial
ou, no caso de autarquia municipal, conforme previsto na lei orgâni-
ca.
d) A receita orçamentária anual das entidades municipais é obtida
na lei orçamentaria anual do município.
e) Consideram-se indevidos os registros efetuados nos módulos Di-
rigentes e Participação no Capital.

7. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta.


I Capacidade de fato é a aptidão do indivíduo para o exercício dos
direitos que possui.
II As cooperativas são classificadas como sociedades simples ou
empresárias.
III Sociedade cooperativa que produza e venda calças e camisas é

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – Unidade
Primeira PESSOA– JURÍDICA
CADASTRO

considerada sociedade simples.


IV As autarquias são pessoas jurídicas de direito público.
V O arquiteto que atende clientes e elabora projetos em sua própria
residência é considerado empresário.
a) I, II e III são corretas.
b) I e IV e V são corretas.
c) II e III são incorretas.
d) I, III e IV são corretas.
e) II, III e V são incorretas.

8. Com relação às sociedades, é INCORRETO afirmar.


a) Podem ser simples ou empresárias.
b) Adquirem personalidade jurídica com o registro de seu documento
de constituição no órgão competente.
c) Os dirigentes podem ser os próprios sócios ou terceiros nomea-
dos para a função.
d) Se simples, têm finalidade lucrativa; se empresária, não.
e) As que se dedicam ao transporte de mercadorias são empresá-
rias.

9. São pessoas jurídicas de direito público.


a) União, estados-membros, municípios, Distrito Federal e territórios.
b) União, estados-membros, municípios e empresa pública.
c) União, estados-membros, municípios e sociedades de economia mista.
d) União, estados-membros, municípios, autarquias e empresa pública.
e) União, estados-membros, fundações, autarquias e sociedades ci-
vis sem finalidade lucrativa.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 99

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CURSO CADASTRO

GABARITO
1 – B
Você deve observar, dentre outros aspectos:
• ramo de atuação, importante para a classificação da natureza
jurídica;
• número de empregados, que permite extrair idéia do tamanho
da empresa, além de servir como base para a oferta de produ-
tos e serviços;
• situação de funcionamento, importante para a análise do limite
de crédito, e
• administradores, por indicar quem responde comercial e juridi-
camente pela empresa.

2 – B
Não confundir empresário individual com empresa simples ou
sócio de sociedade empresária. O empresário individual é sempre
uma pessoa natural, dedicada a uma atividade econômica de produ-
ção e circulação de bens ou serviços, inscrito no órgão de registro
competente.

3 – E
O faturamento deve, sim, ser compatível com o porte da empre-
sa, pois é um dos parâmetros considerados para cálculo de limite de
crédito, além de revelar indícios de ilícitos financeiros.

4 – B
O documento de constituição e o órgão de registro diferem em fun-
ção da forma de constituição da empresa. Veja os exemplos abaixo.
• Uma sociedade empresária será constituída a partir do contrato
social, registrado no Registro Público de Empresas Mercantis
(Junta Comercial).
• Um condomínio comercial ou residencial é constituído por
convenção condominial registrada no Cartório de Registro de
Imóveis.
• Uma fundação, a partir de seu estatuto social, registrado no
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

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Quarta Unidade – CADASTRAMENTO – Unidade
Primeira PESSOA– JURÍDICA
CADASTRO

• O empresário individual constitui-se pelo requerimento de em-


presário, registrado na Junta Comercial.
Também: não confunda data de constituição (data em que o do-
cumento foi elaborado/assinado) com data de registro (data em que
houve o registro no órgão competente).

5 – D
Alterações contratuais e estatutárias dizem respeito a aspectos
legais que modifiquem de alguma forma a constituição ou represen-
tação da empresa. A escrituração contábil merece registro em demons-
trativos próprios.

6 – B
A nomeação de representantes deve ser publicada em diário ofi-
cial; no caso de órgão ou entidade municipal, nomeação e publicação
devem estar de acordo com o previsto na lei orgânica.
Essas informações devem ser registradas no módulo Poderes/Ins-
trumento de Mandato, objeto de estudo na próxima Unidade.

7 – D
Não confundir capacidade de direito com a capacidade de fato. A
primeira é adquirida com o nascimento da pessoa e a segunda está di-
retamente ligada à possibilidade de a pessoa exercê-la plenamente.
As cooperativas são sempre classificadas como sociedades
simples.
Por estarem ligadas a órgãos de governo, as autarquias são con-
sideradas pessoas jurídicas de direito público.

8 – D
Todos os tipos de sociedade visam à obtenção de lucro, tanto as
empresárias quanto as simples. As sociedades cooperativas, conquan-
to não tenham a finalidade de lucro, buscam gerar resultado para aten-
der aos interesses de seus cooperados.

9 – A
São pessoas jurídicas de direito público interno.
A empresa pública e a sociedade de economia mista, embora te-
nham participação de pessoa jurídica de direito público, são constitu-
ídas e regidas na forma de pessoa jurídica de direito privado.

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Quinta Unidade
Cadastramento – Módulos
Comuns
Objetivo
• Identificar aspectos do cadastramento de poderes, bens, caracte-
rísticas especiais, referências e produção agropecuária.

Os módulos Poderes/Instrumento de Mandato, Bens/


Patrimônio, Características Especiais, Referências e
Produção Agropecuária destinam-se ao registro de
informações cadastrais tanto da pessoa física quanto da
pessoa jurídica. Eles serão objeto de estudo nesta Unidade.

1 – Módulo Poderes/Instrumento de Mandato


Determinado cliente, em função de ausência, idade, estado
psíquico ou de saúde, falta de tempo ou por qualquer outro mo-
tivo, pode ficar temporária ou definitivamente impossibilitado de
movimentar conta corrente, contrair operações de crédito, enfim,
praticar qualquer outro ato da vida civil.
Ocorreram eleições municipais e um novo prefeito e novo se-
cretariado assumirão em breve a administração do município. Os
atuais, ao deixarem o cargo, não mais poderão representar o mu-
nicípio junto ao Banco.

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CURSO CADASTRO

Uma entidade assistencial foi criada e necessita abrir e movimen-


tar conta corrente no Banco, para receber repasses e doações.
Um grupo de empresários investe em um novo negócio e, para tan-
to, contratam profissional de mercado para gerir o empreendimento.
Parte do negócio precisa de amparo por parte do Banco.
Observe nessas situações que alguém precisará comparecer ao
Banco para assinar os documentos necessários à abertura e movi-
mentação da conta, contratar empréstimos, fazer aplicações finan-
ceiras, etc., mas nem todos poderão fazê-lo pessoalmente.
Os exemplos citados são muito comuns e é provável que, um dia,
você irá se deparar com algum deles. São casos em que o cliente
pode, em seus negócios com o Banco, fazer-se representar por ou-
tra pessoa, ou seja, o cliente pode transferir a outrem poderes para
representá-lo.
Essa transferência de poderes é chamada mandato, formalizado
por meio de um documento, o instrumento de mandato.
No sentido genérico, os instrumentos de mandato são contratos,
mediante os quais alguém recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. São, assim, documen-
tos que conferem poderes.
Para fins de cadastramento, o Banco considera como instrumen-
tos de mandato: procuração, ato de nomeação, contrato social e su-
as alterações, requerimento de empresário e suas alterações, deter-
minação judicial, documento de posse, estatuto social, ata, lei, man-
dato de curatela e mandato de tutela.
São esses documentos o objeto de cadastramento do módulo que
estudamos agora.

1.1 – Procuração
Termos jurídicos que interessam no estudo da procuração:
Mandante, outorgante ou constituinte: a pessoa que confere a outrem poderes
para representá-la em determinados atos.
Mandatário, outorgado, constituído ou procurador: a pessoa que recebe os poderes.
Substabelecimento: a transferência que o mandatário faz, para uma terceira
pessoa, dos poderes que recebeu do mandante.

A idéia principal da procuração é a representação: o procurador


representa o outorgante e em seu nome pratica os atos autorizados
no documento. Nessa representação, o mandatário deve agir dentro
dos limites dos poderes concedidos pelo mandante.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

A procuração pode ser pública ou particular. Será obrigatoriamen-


te pública quando:
• os atos assim o exigirem, como, por exemplo, a formalização
de escritura pública;
• o mandante for relativamente incapaz, caso em que deverá ser
emitida com seu assistente legal;
• o mandante for absolutamente incapaz. Nesse caso, a procu-
ração é outorgada pelos pais ou pelo representante legal, em
nome do incapaz;
• o mandante for analfabeto, deficiente visual ou estiver fisica-
mente impossibilitado de assinar.
A procuração, pública ou particular, deve conter os seguintes
requisitos:
• indicação do local onde foi passada;
• qualificação do outorgante e do outorgado;
• data e objetivo da outorga, sua natureza, designação e exten-
são dos poderes conferidos;
• assinatura do outorgante com firma reconhecida em cartório.
Para clientes tradicionais e idôneos (outorgante e outorgado) e a
critério da administração, a firma lançada no instrumento particular
pode ser conferida pela dependência, dispensado-se o reconhecimen-
to em cartório.
Os poderes concedidos na procuração podem ser gerais e especiais.
São gerais os poderes para a prática de atos de administração.
São especiais os poderes para a prática de atos que impliquem
disposição patrimonial direta dos bens do outorgante. Procurações
destinadas a movimentar conta corrente, por exemplo, deve conter
poderes especiais, que descrevam especificamente as transações au-
torizadas, como movimentar conta corrente com cartão eletrônico,
emitir e endossar cheques, autorizar débitos, solicitar extratos de
conta, requisitar talonário de cheques, etc.
Da mesma forma, procurações para formalização de operações de
crédito e concessão de garantias também devem especificar as tran-
sações autorizadas. O procurador não poderá, por exemplo, alienar,
hipotecar, prestar fiança e aval, aceitar e avalizar títulos, contrair
empréstimos, ou substabelecer o mandato, se esses atos não estive-
rem claramente expressos na procuração.

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CURSO CADASTRO

Por cautela, as procurações devem ser revigoradas a cada dois


anos, a partir da data da emissão, exceto se o documento estipular
prazo menor. O revigoramento ocorre por meio de novo instrumento
de mandato, da manifestação formal do outorgante em documento
constante dos normativos sobre o assunto ou, quando pública, me-
diante apresentação de nova cópia atualizada, extraída pelo cartório
que a registrou.
O mandato se extingue pela revogação pelo outorgante, renúncia do
outorgado, morte ou interdição de uma das partes, mudança de estado
que inabilite o mandante a conferir poderes, ou o mandatário para os
exercer, fim do prazo do mandato ou, ainda, pela conclusão do negócio.
O exame e a autenticação da procuração devem ser feitos por
funcionário detentor de comissão do segmento organizacional geren-
cial, que observará:
• a autenticidade do documento, mediante conferência da assi-
natura do tabelião;
• o reconhecimento da firma do outorgante em cartório, se ins-
trumento particular;
• os poderes que tenham sido conferidos;
• o prazo de validade, sendo necessário o revigoramento do man-
dato, se emitida há mais de dois anos, e
• a capacidade dos intervenientes, se instrumento particular.
Existem, ainda, algumas situações que devem merecer atenção
especial de todos os funcionários.
• Se forem detectadas rasuras, borrões, cancelamentos ou entre-
linhas, o instrumento deve ser recusado, salvo se dele constar,
antes das assinaturas, ressalva clara e expressa do defeito.
• A procuração lavrada ou autenticada em outra cidade deve ter
a firma do tabelião reconhecida em cartório da praça da agência
acolhedora.
• A procuração passada no exterior deve ser assinada ou autenti-
cada por autoridade consular brasileira no país de origem e tra-
duzida para a língua portuguesa por tradutor juramentado.
• No caso de sociedade limitada, se no contrato social houver ve-
dação à delegação do uso da firma ou à constituição de procu-
radores por sócios gerentes, referidos atos somente podem ser
efetuados mediante alteração do contrato social, devidamente
registrada no órgão competente.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

• Nas procurações outorgadas por pessoa jurídica, além de veri-


ficar a existência de vedação à constituição de procuradores,
devemos atentar quanto à forma de representação (em conjun-
to, isoladamente, etc.) e aos poderes outorgados, que não po-
dem exceder aos atribuídos aos representantes.

1.2 – Outros Instrumentos de Mandato


Ato de nomeação: documento pelo qual uma pessoa é indicada
ou designada pela autoridade competente, jurídica ou administrati-
va, para exercer ou desempenhar um cargo ou função, investindo-se,
após a posse, dos poderes indispensáveis ao exercício da missão ou
do emprego. Tais poderes, se não estiverem expressos no ato de no-
meação, deverão constar do documento de constituição/alteração da
instituição.
Contrato social e alterações: contrato em que duas ou mais pes-
soas, juridicamente capazes, convencionam ou ajustam a constitui-
ção de uma sociedade com vista à exploração de um negócio.
Esses documentos contêm a forma e os poderes de representação
da sociedade, que podem ser exercidos pelos próprios sócios ou por
terceiros, nomeados administradores, observado o previsto no con-
trato e a inscrição do documento de nomeação, quando em separado,
no respectivo órgão de registro.
Determinação judicial: ato escrito emanado da autoridade judi-
cial pelo qual deve ser cumprida a medida que ali se ordena ou se
determina.
Documento de posse: documento que indica o ato pelo qual a
pessoa assumiu, efetivamente, o exercício das funções para qual foi
nomeada, designada ou eleita.
Nesse caso, vale também o que vimos sobre o ato de nomeação:
ao tomar posse, a pessoa é investida de poderes para o exercício
de suas funções, que devem estar previstos no documento de pos-
se ou no respectivo documento de constituição/alteração da pessoa
jurídica.
Estatuto social, ata, lei: complexo de normas e regras que regem
os atos e as atividades de uma organização ou sociedade. Nele estão
os princípios institucionais da coletividade ou da corporação, pública
ou privada, entre eles, a forma de eleição/nomeação dos dirigentes,
o período do mandato, quando for o caso, os poderes e a forma co-
mo podem ser exercidos.

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CURSO CADASTRO

Mandato de curatela: instrumento que confere à pessoa nomeada


pela justiça – curador – poderes de representante legal do interditado
ou do ausente, bem como poder de administração dos bens deste.
Mandato de tutela: instrumento que confere à pessoa nomea-
da pela justiça – tutor – poderes de representante ou assistente do
menor órfão de pai e mãe, bem como de administração dos bens
deste.
Requerimento de empresário e alterações: documento pelo qual a
pessoa física declara publicamente que usará seu próprio nome para
desenvolver atividade econômica, investindo a si própria de amplos
poderes.

1.3 – Outras Considerações sobre Mandato


Dada a importância que cerca o assunto, e a fim de evitar frau-
des, somente deverá ser aceita a via original do documento, seja qual
for o instrumento de mandato a ser registrado.
Vale lembrar que o exame e a autenticação de cópias de docu-
mentos que conferem poderes devem ser realizados por funcionário
detentor de comissão do segmento organizacional gerencial, que ex-
trairá cópia do instrumento de mandato, acrescentando os dizeres
“CONFERE COM O ORIGINAL” seguidos de assinatura, carimbo iden-
tificador e data, para arquivo no dossiê do cliente.
Os poderes conferidos pelo instrumento de mandato são registra-
dos no cadastro de acordo com sua utilização, conforme abaixo:
• amplos poderes;
• conta corrente;
• operações;
• instrumento de crédito;
• garantias, e
• outros.

Quando falamos em amplos poderes, dizemos que o dirigente


possui poderes para praticar atos naturais de administração, desti-
nados a dar condições de funcionamento à empresa, para que esta
alcance os objetivos sociais. Estão inseridos nesses poderes os de
contrair empréstimos e operações de crédito destinados ao atingi-
mento de tais objetivos. Isso não se aplica ao empresário individual,
em que a expressão “amplos poderes” é válida para todos os atos
por ele praticado.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

Não são considerados atos naturais de administração, por exem-


plo, alienar ou gravar com ônus reais os bens de propriedade da pes-
soa jurídica ou, ainda, a prestação de aval ou fiança pela empresa.
Estes atos exigem poder específico contido no contrato social ou
estatuto ou, na falta desta especificidade, a autorização do conse-
lho de administração (nas sociedades anônimas), da assembléia geral
(nas sociedades anônimas ou cooperativas) ou a assinatura de todos
os sócios (demais sociedades).

Se o contrato ou estatuto social omitir a forma de exercício da


gerência (se em conjunto ou isoladamente), os poderes outorgados
são exercidos isoladamente, e assim devem ser cadastrados.

Também deve ser observada a existência de prazo definido para


o exercício do mandato, seja no próprio documento ou no estatuto,
por exemplo. Se houver prazo, os poderes valerão até o fim do perío-
do estabelecido, após o qual deverá ser apresentado novo instrumen-
to de mandato. No caso de sociedades anônimas, o prazo pode ser
prorrogado, mediante comunicação formal, até à data prevista para a
posse dos novos diretores.

Falamos aqui de aspectos importantes sobre instrumentos de


mandato. Porém, não esgotamos o assunto. Você deverá sempre
consultar o LIC 405 (Cadastro) e o LIC 535.4 (Gestão da Segurança
em Produtos, Serviços e Processos) a fim de conhecer as normas e
os procedimentos referentes ao acolhimento dos documentos e re-
gistro de poderes, além dos aspectos de segurança que devem ser
obrigatoriamente observados.

2 – Módulo Bens/Patrimônio
Neste módulo registramos os bens que compõem o patrimônio do
cliente, os bens objetos de financiamento ou de garantia de opera-
ções, bem como as benfeitorias objeto de financiamento ou de inte-
resse do Banco. São informações de grande importância na condu-
ção de processos de crédito e na prospecção de negócios na área de
seguridade.
Antes de nos aprofundarmos no assunto, veja nos quadros das
paginas seguintes alguns termos e expressões utilizados no texto e
que poderão gerar dúvidas na rotina de trabalho.

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CURSO CADASTRO

Existem duas formas de bem de família:


• A Lei 8.009, de 29.03.90, estabelece que o imóvel
residencial próprio do casal, ou da entidade familiar,
é impenhorável e não responderá por qualquer tipo
de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária
ou de outra natureza, contraída por qualquer dos
cônjuges.
• O Código Civil (artigos 1.711 e 1.715) prevê que os
Bem de família cônjuges, por escritura pública ou testamento, podem
destinar parte de seu patrimônio para instituir bem
de família. Os bens assim identificados ficam isentos
de execução de dívidas contraídas posteriores à sua
instituição.
No primeiro caso, o bem de família pode ser objeto
de hipoteca pela livre e espontânea vontade dos
cônjuges; no segundo, não pode ser objeto de
hipoteca nem de penhora.
São aqueles que podem ser acolhidos em garantia
de operações de crédito, ou seja, são os bens
Bens Computáveis penhoráveis, sem gravame, sem cláusula de usufruto
e que não sejam condomínio pró-indiviso (ver abaixo),
comprovados por meio dos documentos.
São aqueles que não podem ser transportados, sem
Bens imóveis destruição, de um lugar para outro, como casas,
terrenos, etc.
São aqueles que podem ser removidos de um lugar para
Bens móveis outro, sem deterioração e sem perder a essência e a
forma, como veículos, animais, frutos colhidos, etc.
Bem pertencente a mais de um proprietário
(condômino), cuja fração de cada condômino está
C o n d o m í n i o
perfeitamente delimitada (confrontações bem
pró-diviso
definidas) em documento de propriedade ou certidão
de registro.
Nessa situação, os condôminos não têm sua fração
C o n d o m í n i o
definida de fato, e, portanto, exploram o condomínio
pró-indiviso
em regime de comunhão.
Qualquer tipo de ônus imposto a um bem
Gravame (inalienabilidade, impenhorabilidade, penhor,
penhora, hipoteca, alienação fiduciária, etc.).
Cláusula restritiva da propriedade pela qual passa
a existir impossibilidade de o bem ser objeto de
Impenhorabilidade penhora em processo de cobrança judicial (inviabiliza
o acolhimento do bem em garantia de qualquer
espécie).

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

Restrição legal que recai sobre imóvel cuja área


seja igual ou inferior a um módulo rural e seja a
única propriedade de que disponha o cliente ou
Impenhorabilidade da
que, mesmo não sendo sua única propriedade, seja
pequena propriedade
trabalhada exclusivamente pela família. O tamanho
rural
do módulo rural varia de região para região. Esse
tipo de propriedade não pode ser objeto de garantia
hipotecária.
Cláusula restritiva da propriedade pela qual o
Inalienabilidade proprietário não pode dispor (alienar) do bem, nem
oferecê-lo como garantia.
Cláusula restritiva da propriedade que impede a
participação do cônjuge na propriedade do bem, mas
Incomunicabilidade
não inibe a livre disposição dele pelo titular, inclusive
dá-lo em garantia real.
Cláusulas que determinam que as partes não podem
Irretratabilidade e
voltar atrás no acordado, normalmente inseridas nas
Irrevogabilidade
escrituras de promessa de compra e venda.
Unidade de medida expressa em hectares, fixada
Módulo fiscal para cada município, considerando-se peculiaridades
definidas pelo Incra.
Unidade de medida definida pelo Incra, expressa
em hectares, que busca exprimir a relação entre
Módulo rural o tamanho, a localização geográfica e a forma e
condições do aproveitamento econômico dos imóveis
rurais.
Cláusula que indica que o bem é objeto de garantia
Penhor
de algum contrato de financiamento ou empréstimo.
Cláusula que indica que o bem é objeto de garantia
em processo judicial, normalmente em execução
Penhora judicial de dívidas (esse ato, determinado pelo juiz,
inviabiliza a alienação do bem ou seu acolhimento
em garantia de qualquer espécie).
Direito real conferido a alguém para que possa
usar e gozar de uma coisa por certo tempo, cuja
propriedade pertence a outrem. Nele existem sempre
Usufruto
duas figuras: o usufrutuário (beneficiário do direito)
e o nu-proprietário (a quem pertence a propriedade
da coisa despojada de seu uso e gozo).

Agora que já vimos, de forma simplificada, o significado de al-


guns termos e expressões que se relacionam a bens, vamos trabalhar
seu registro no cadastro.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 111

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CURSO CADASTRO

2.1 – O que Deve ser Registrado


O formulário de acolhimento de dados para o cadastro e a entre-
vista fornecem informações relativas à composição do patrimônio do
cliente. Caso existam bens e o tipo de cadastro requeira seus dados,
devemos solicitar a apresentação dos documentos correspondentes e
registrá-los no cadastro, desde que de valor expressivo, a saber:
• Imóvel rural e urbano com título de propriedade registrado,
consignando a existência ou não de gravames ou cláusulas de
inalienabilidade, impenhorabilidade, incomunicabilidade, usu-
fruto, bem de família, entre outros, ou que se trata de pequena
propriedade rural.
• Imóvel rural e urbano quitado, adquirido por escritura de pro-
messa de compra e venda, devidamente registrada, com cláu-
sula de irretratabilidade ou irrevogabilidade.
• Benfeitorias que servirão de garantia de financiamento ou de
interesse do Banco, inclusive as existentes em:
o imóvel localizado em faixa de fronteira, cujo título devida-
mente registrado se enquadre como irratificável pelo Incra;
o terras devolutas, ocupadas por portador de título de posse
ou ocupação, devidamente registrado.
• Animais de criação e de serviço (semoventes) e outros bens
agropecuários.
• Bens móveis, inclusive veículos automotores, aeronaves e
embarcações.
• Bens que componham o patrimônio inventariado, no caso de
espólio.
• Bens objeto de financiamento ou garantia de operações.

2.2 – Como Efetuar a Comprovação de Bens e a Existência de Gravames


A comprovação de propriedade dos bens é efetuada conforme
descrito na tabela a seguir.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

Certidão ou título de propriedade devidamente registrado.


Caso os documentos tenham sido emitidos há mais de
um ano, exigir também o comprovante de pagamento do
IPTU ou ITR em nome do cadastrado, relativo ao ano em
curso (ou anterior, caso ainda não expirado o prazo para
pagamento) ou cópia da Certidão Negativa de Débitos de
Imóvel Rural que pode ser obtido no endereço eletrônico da
Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br).
Quando a certidão negativa for apresentada pelo cliente,
a agência deve comprovar sua autenticidade no endereço
Bens imóveis
eletrônico da Receita Federal.
Além da descrição e localização, observe na certidão do
imóvel a existência de:
• registros de compra e venda, bem de família, doação,
cédulas de crédito, hipoteca, usufruto, etc., e
• averbações: alterações ou acréscimos referentes ao imó-
vel ou às pessoas que constam do registro ou da ma-
trícula do imóvel, como, por exemplo, edificações, al-
teração de nome e estado civil, cancelamentos de con-
tratos e hipotecas, etc.
Certificado de registro e licenciamento de veículo – CRLV,
V e í c u l o s
expedido pelo Detran, relativo ao ano em curso (ou anterior,
automotores
caso não expirado o prazo para licenciamento.
Certificado de matrícula e nacionalidade, juntamente com
o certificado de aeronavegabilidade dentro do prazo de
Aeronaves
validade, emitidos pela Agência Nacional de Aviação Civil
– Anac.
Título de inscrição de embarcações (TIE) emitido pela
Capitania dos Portos – CP, ou provisão de registro de
propriedade marítima (PRPM) emitido pelo Tribunal
Embarcações
Marítimo – TM.
Em qualquer dos casos, deve ser apresentada prova de
quitação do seguro obrigatório (DPEM).
• nota fiscal de aquisição, quando emitida em nome do
cliente há menos de 180 dias;
• laudo de vistoria ou de avaliação/opinião de valor,
emitido por funcionário do Banco ou por empresa de
assistência técnica conveniada;
Semoventes e • registro da associação dos criadores ou declaração do
demais bens cadastrado confirmada por fontes idôneas, contendo
relação detalhada dos semoventes, inclusive número
de animais e indicação do imóvel onde se encontram
localizados;
• projeto de assistência técnica credenciada.

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CURSO CADASTRO

Além da documentação de comprovação dos bens, devemos soli-


citar, também, documentação que comprove a existência ou não de
gravames sobre eles (hipoteca, penhor, alienação fiduciária, etc.).
O conhecimento da existência de gravames sobre os bens é fun-
damental para subsidiar estudos de operações de crédito no que tan-
ge à vinculação de bens em garantia e para a classificação do bem
como computável. Tal documentação está contida no LIC 405. Apro-
veite para consultá-lo.

É essencial tomar cuidados especiais


no acolhimento e conferência da
documentação comprobatória dos
bens. Se houver dúvida durante o
atendimento ao cliente, consulte
o LIC e converse com colegas
mais experientes. Persistindo,
remeta a documentação ao
serviço jurídico para análise.

Observe o exemplo e imagine


o prejuízo que poderia causar:
Você registra como bem
computável um imóvel com base na escritura que o cliente lhe
apresenta, e atribui valor com base em informações fornecidas por
uma imobiliária de sua região. Posteriormente, o Banco contrata uma
operação com o cliente. A operação não é liquidada no vencimento.
Ao iniciar os procedimentos para a cobrança judicial, o Banco
descobre que o imóvel foi vendido dois anos antes da contratação
da operação.
Neste caso, a apresentação do carnê do IPTU ou ITR do ano, quitado,
daria melhor segurança para inferir que referido imóvel ainda seria
propriedade do cliente.

Veja a seguir um exemplo de comprovante de bens: uma certidão


de imóvel urbano. Observe a seqüência de registros e averbações:
ocorreu mudança de propriedade, edificação e gravame. Estão desta-
cados e enumerados alguns dados que devem ser observados e que
serão inseridos no cadastro.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


ESTADO DE MONTES GERAIS
Comarca de Prateleiras3d
Primeiro Cartório de Registro de Imóveis3c
Tabelião de Notas
Livro 02
Matrícula nr.: 12.345 3b Data: 22.08.1987
Imóvel: Terreno urbano com área de 600m 2 1c, localizado na Rua Camelo,
1a

nr. 533, Bairro do Sino, zona urbana de Prateleiras (MG) 1b, com os
seguintes limites e confrontações: pela lateral direita de quem da rua olha
medindo 30m em confrontação com Maria Inês, no fundo medindo 20m
com João Artur, pela lateral esquerda medindo 30m com Luiz Arcanjo e
frente medindo 20m confrontando com o logradouro público.
Proprietário: Júlio Santos, brasileiro, casado em comunhão parcial de
bens, residente e domiciliado neste município.
R.2 – Data: 16.01.1998 3a
Certifico e dou fé que por Escritura Pública de Compra e Venda 2a, lavrada
em 21.12.1997 2c, no livro 36, fls. 77/78 2e, do Cartório de Notas deste
município 2b, o proprietário Júlio Santos, casado em comunhão parcial
de bens com Maria Santos, residentes e domiciliados neste município,
transmitiram a João Pedro 2d, brasileiro, casado em comunhão universal de
bens 2d com Maria Aparecida 2d, após a vigência da Lei 111/77, os direitos
e domínios sobre o imóvel constante da matrícula, sem condições.
Av.1 – Data 11.11.2000
Certifico e dou fé que, por carta de habite-se expedida pela Prefeitura
Municipal de Prateleiras (MG), datada de 15.10.2000, foi edificado no lote
constante da matrícula um galpão comercial 1a, em alvenaria e cobertura
metálica, perfazendo um total de 300m 2 1c de área construída.
Apresentada certidão negativa de contribuições à previdência social nr.
57.318/00.
R.3 – Data: 17.05.2001
Certifico e dou fé que os proprietários, João Pedro e Maria Aparecida,
constituíram hipoteca cedular de 1º grau 4a ao Banco do Brasil S.A. sobre o
imóvel constante da matrícula, por intermédio de cédula de crédito comercial
nr. 2001134, emitida em 12.05.2001 4b, no valor de R$ 31.000,00 4c e
vencimento em 12.04.2005.
Certifico que revendo os livros a meu cargo neste cartório, nada mais
consta para a presente matrícula.
Prateleiras (MG), 21.08.2004
O Oficial

Universidade Corporativa Banco do Brasil 115

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CURSO CADASTRO

Esse exemplo não esgota os tipos de documento, registros e aver-


bações, mas nele temos:
1. dados do imóvel: tipo de imóvel (1a), localização (1b), área (1c);
2. dados de aquisição e propriedade do imóvel: tipo de documento
em que foi adquirido (2a), órgão emissor (2b), data de emissão
(2c), proprietários (2d), livro e folhas (2e).
3. dados de registro no cartório de registro de imóveis (CRI): data de
registro (3a), número de matrícula (3b), cartório (3c) e comarca
de registro (3d);
4. dados de gravame: grau e tipo (4a), data de início (4b) e valor (4c).

2.3 – Valor a ser Registrado


O valor do bem é informação importante. Valores incorretos po-
dem levar a avaliações distorcidas sobre o patrimônio do cliente.
O valor dos bens computáveis pode ser extraído de relatório de
opinião de valor ou de avaliação técnica. Pode também ser atribuído
com base nos preços praticados no mercado local ou regional para
fácil negociação à vista.
Para atribuição de valor, podem ser utilizadas, dentre outras, as
seguintes fontes:
• funcionário com conhecimento do bem e do mercado;
• imprensa e publicações especializadas;
• valor venal constante do IPTU ou ITR;
• consultas a imobiliárias ou corretores de imóveis;
• consultas a revendedores ou agência de automóveis e equipa-
mentos agrícolas, desde que sem ônus para o Banco. Nesse caso, os
valores obtidos devem ser criteriosamente analisados.
Lembre-se de que estamos tratando dos principais aspectos sobre
o assunto. Por isso, você deverá sempre consultar os normativos, a
fim de conhecer particularidades não abordadas aqui.

2.4 – Cadastramento dos Bens e Regime de Casamento


No cadastramento de imóveis pertencentes a casal, atenção es-
pecial deve ser dada ao regime de casamento.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

O imóvel deve ser registrado no cadastro de apenas


No regime de comu- um dos cônjuges, exceto quando constar cláusula
nhão universal de de incomunicabilidade, hipótese em que deve ser
bens. cadastrado em nome de quem o possuir.

No regime de separa- O imóvel deve ser registrado no cadastro do cônjuge


ção de bens. que o possuir.
Se o imóvel tiver sido adquirido antes do casamento
ou recebido por herança ou doação a qualquer
No regime de comu- tempo, deve ser registrado no cadastro de quem
nhão parcial de bens o possuir.
ou de participação fi-
nal nos aqüestos. Se adquirido após o casamento, deve ser registrado
no cadastro de apenas um dos cônjuges.

Se o imóvel tiver sido adquirido antes da união


Na união estável, estável ou recebido por herança ou doação a
quando não houver qualquer tempo, deve ser registrado no cadastro
contrato escrito entre de quem o possuir.
os conviventes. Se adquirido após a união estável, no cadastro de
apenas um dos conviventes.

2.5 – Particularidade no Cadastramento de Imóvel Rural


Nos imóveis rurais, além das normas de caráter geral, algumas par-
ticularidades devem ser observadas no registro dos dados, como ces-
são de áreas para terceiros, valor, forma de pagamento, benfeitorias,
unidade armazenadora, roteiro, módulos rurais e módulos fiscais. Es-
sas informações irão subsidiar decisões relacionadas ao crédito rural.
Verifique com o cliente se existe área de imóvel rural cedida a
terceiros ou mesmo área recebida por ele, cedida por terceiros. Ca-
so exista, solicite apresentação de carta de anuência, contrato de
arrendamento ou outro documento comprobatório. Essa informação
será importante na contratação de operações de crédito rural, tendo
em vista que há necessidade de existir área cultivável suficiente para
acobertar a área a ser plantada.
Não se esqueça de verificar se existe, no cadastro do cedente,
imóvel registrado com área suficiente para a cessão.

Veja um exemplo: um cliente pleiteia custeio agrícola de 100


ha. Em seu cadastro existe somente um imóvel cadastrado
com 80 ha, sendo 60 ha de área cultivável. Como poderá
contratar este empréstimo? Provavelmente a informação
está incorreta, ou é possível que esteja plantando em terras
cedidas por terceiros, fato não informado.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 117

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CURSO CADASTRO

O valor e a forma de pagamento da cessão também são utilizados


para a análise do limite de crédito do cliente. A forma de pagamento
refere-se, nesse caso, à periodicidade dos pagamentos (se ao mês,
ao ano, ou outra forma).
A unidade armazenadora de produtos agropecuários (silos, tan-
ques, armazéns graneleiros, etc.) deve ser registrada no item Benfei-
torias, quando do preenchimento do complemento do imóvel rural.
Também devem ser registrados em item próprio do módulo Bens/Pa-
trimônio os dados sobre sua capacidade de armazenamento e locali-
zação. Isso é importante porque, nos casos em que a unidade arma-
zenadora for utilizada para a guarda de produtos agropecuários vin-
culados ao Banco, a informação será utilizada para o cadastramento
da unidade no aplicativo Agro.
Imóvel rural não tem endereço e, sim, localização. Por isso, o ro-
teiro é imprescindível para que se chegue a ele. Registre sempre es-
sa informação, quando se tratar de imóvel rural. Ela é importante no
caso de constituição de hipoteca sobre o referido imóvel, pois consta
de uma das cláusulas do instrumento de crédito.
O conceito de módulo rural deriva de um outro conceito, o de pro-
priedade familiar. É uma unidade de medida expressa em hectares. O
artigo 4º do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) define como proprieda-
de familiar o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo
agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garan-
tindo-lhe a subsistência e o progresso social e econômico, com área
máxima fixada para cada região e tipo de exploração e, eventualmen-
te, trabalhado com ajuda de terceiros.
Já o módulo fiscal é uma unidade expressa em hectares, fixada
pelo Incra para cada município, considerados fatores como tipo de ex-
ploração predominante no município, renda obtida com a exploração
predominante, outras explorações no município que, embora não pre-
dominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utili-
zada. O Incra considera, também, o conceito de propriedade familiar.
O módulo fiscal é aplicado como parâmetro para definir os be-
neficiários do Pronaf e para classificar os imóveis rurais quanto ao
tamanho.
De acordo com a Lei 8.629, de 25/02/93, os imóveis rurais são clas-
sificados segundo o número de módulos fiscais, da seguinte forma:
• minifúndio: área menor que um módulo fiscal;
• pequena propriedade: área igual ou maior que um e igual ou
menor que quatro módulos fiscais;

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

• média propriedade: área maior que quatro e igual ou menor que


quinze módulos fiscais;
• grande propriedade: área maior que quinze módulos fiscais.
Você pode obter o número de módulos fiscais e rurais no Certifi-
cado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), emitido pelo Incra.

Fique atento.
Para solidificar os conhecimentos adqui-
ridos, consulte agora as normas sobre o
assunto e, no caso de dúvidas, discuta-
o com seus colegas.

3 – Módulo Características Especiais


Destina-se ao registro de características que possam provocar al-
gum tipo de diferenciação nas relações com o cliente. As caracterís-
ticas são descritas por meio de códigos que indicarão peculiaridades
do cliente como:
• acionista do Banco;
• beneficiário do INSS;
• cliente deficiente visual, surdo ou mudo;
• dirigente de empresa ou de órgão público;
• empresa que atue fora do Brasil;
• exportador de produtos orgânicos;
• pessoa politicamente exposta;
• fornecedor do BB, entre outras.
Consulte no aplicativo Clientes, opção Consulta Tabelas, a rela-
ção das características especiais existentes, bem como seus respec-
tivos códigos.
Entre as características especiais, merece destaque a “Autoriza-
ção Central de Risco Bacen/SCR emitida”. O SCR – Sistema de In-
formações de Crédito – é um banco de dados gerenciado pelo Banco
Central que fornece informações sobre o endividamento do cliente no
sistema financeiro. Essa informação dará segurança aos analistas de
crédito e demais funcionários, na obtenção de informações importan-
tes para análises (limite de crédito, projetos de investimento, opera-
ções de crédito, leasing, prestação de garantia) e para concessão ou
renovação de operações amparadas em tetos.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 119

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CURSO CADASTRO

A agência deve envidar esforços para obter a autorização de con-


sulta ao SCR de todos os clientes, mesmo daqueles que ainda não
possuam relacionamento de crédito com o Banco. A autorização, que
deve ser formal, pode ser obtida de modelo impresso na intranet ou
por meio do aplicativo IRA.
Obtida a autorização, a característica especial deve ser obrigato-
riamente registrada no cadastro.

A realização de consultas às informações do SCR sem


autorização formal do cliente constitui crime, sujeitando
o Banco a penalidades previstas em lei. A autorização
fornecida pelo cliente deve ficar arquivada em seu dossiê,
e o funcionário responsável pelo registro da característica
no cadastro do cliente responde, também, pela existência
da autorização.

Também merecem destaque as características especiais sobre pes-


soas politicamente expostas – PPE. São registradas no cadastro de for-
ma automática para o PPE principal, a partir da base – PPE (aplicativo
Clientes, opção 01.15), e para as pessoas a ele relacionadas, a partir
dos vínculos constantes no módulo Relacionamentos/Dependentes.
A agência deve identificar os clientes considerados pessoas poli-
ticamente expostas e, caso não exista característica especial PPE no
cadastro, solicitar a inclusão na base PPE à Diretoria de Crédito. No
caso de estrangeiros, a agência detentora do cadastro poderá incluí-
lo na base PPE.
A identificação e registro da característica especial atendem à
Circular Bacen 3.339/06, que determina às instituições financeiras a
adoção de providências para o estabelecimento de relação de negó-
cios e acompanhamento das movimentações financeiras de pessoas
consideradas politicamente expostas.

4 – Módulo Referências
Neste módulo são registradas as fontes de referência fornecidas
pelo cliente, bem como outras fontes, desde que idôneas e confiá-
veis, identificadas pelo Banco. Tais fontes, pessoas físicas ou jurídi-
cas (empresas, bancos e outros) fornecem valiosas informações so-
bre o cliente.
Mas não basta o registro. É necessário que as fontes sejam efeti-
vamente consultadas, bem como deve ser registrado o resultado des-

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS COMUNS

sas consultas. Essas informações são importantes para a formação


do conceito, pois queremos conhecer melhor o cliente, seus negó-
cios, sua forma de atuação profissional e seu relacionamento social.

Lembre-se:
O registro das fontes de referência consultadas
decorre de exigência legal prevista na
Resolução 2.025/93 do Conselho Monetário
Nacional.

5 – Módulo Produção Agropecuária


Este módulo centraliza as informações necessárias à condução de
negócios com produtores rurais. Nele devem ser registrados todos os
empreendimentos agrícolas e pecuários desenvolvidos pelo cliente,
seja ele pessoa física ou pessoa jurídica.
Essas informações serão utilizadas para a análise e estabeleci-
mento de limite de crédito e para a identificação de clientes benefici-
ários de linhas de crédito específicas, como, por exemplo, o Pronaf.
A fim de permitir a adequada análise do cliente, é necessário
registrar as atividades exercidas pelo cliente no último ano ou ci-
clo e as atividades em andamento ou a
serem desenvolvidas nos próximos doze
meses.
No caso de cadastramento de ati-
vidades em andamento ou previstas, é
necessário, ainda, que o imóvel de lo-
calização da atividade (próprio ou ar-
rendado) conste no cadastro do clien-
te. Lembra-se de quando falamos do ca-
dastramento do imóvel rural no módulo
Bens/Patrimônio?

Vamos ao LIC!
Agora é hora de consultar o LIC 405.30
e conhecer mais sobre os assuntos desta
unidade.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 121

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CURSO CADASTRO

REVISÃO

Nesta unidade você tomou conhecimento dos módulos comuns ao


cadastramento de pessoas físicas e jurídicas. Com isso, certamente
você já estará apto a cadastrar um cliente em sua agência.
Mas ainda não encerramos o curso. Teremos ainda mais duas uni-
dades para estudo. A próxima versa sobre anotações cadastrais e a
última sobre o gerenciamento do cadastro.
Mas antes de prosseguir, sempre é prudente revisar o conteúdo
já aprendido. É esse o convite que lhe fazemos.
Relembrando inicialmente sobre poderes, vimos que o cliente, em
seus negócios com o Banco, pode transferir a outrem poderes para
representá-lo. Essa transferência de poderes é chamada mandato,
formalizada por meio de um documento, o instrumento de mandato.
O instrumento de mandato pode ser definido como um contrato
mediante o qual alguém recebe de outrem poderes para, em seu no-
me, praticar atos ou administrar interesses.
Dessa forma, alguém, de posse de algum documento e revestido
de poderes – gerais ou especiais – representará o cliente (pessoa fí-
sica, poder público, entidade, empresa, etc.) em seus negócios com
o Banco.
Para fins de cadastramento, o Banco considera como instrumento
de mandato: procuração, ato de nomeação, contrato social e suas al-
terações, requerimento de empresário e suas alterações, determina-
ção judicial, documento de posse, estatuto social, ata, lei, mandato
de curatela e mandato de tutela.
Não vamos entrar novamente em definições. Se você tem dúvida
sobre algum deles, volte ao texto.
Quando do acolhimento do instrumento de mandato, você precisa
verificar se está sendo apresentando em via original, sem rasuras ou
borrões. Extraia cópia, a ser autenticada por funcionário detentor de
comissão do segmento organizacional gerencial.
Verifique sempre os poderes conferidos e o prazo de validade. O
Banco adota por cautela o revigoramento da procuração após o pra-
zo de dois anos da data de sua emissão.
Assim como a todos os módulos do cadastro, dedique atenção ao
de bens e patrimônio. É nele que você irá registrar os bens que com-

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Pimeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

põem o patrimônio do cliente, importante para definição de seu porte


e perfil de forma a orientar a concessão de créditos, escolha de ga-
rantias, prospecção de negócios e oferta de produtos.
Aqui você irá relacionar imóveis rurais e urbanos, benfeitorias,
bens móveis (inclusive veículos, aeronaves e embarcações) e animais
de serviço e criação.
Você deverá, por meio de documentos, proceder à comprovação
e verificação de gravames sobre tais bens. Esse procedimento é im-
portante para definir, por exemplo, quais bens poderão ser objeto de
garantia em operações.
Procure apurar corretamente o valor dos bens, em documentos ou
fontes confiáveis.
Cuidado especial para o regime de casamento ou união estável,
para o correto registro dos bens, pois pode ser necessário o acolhi-
mento de aval/fiança ou de anuência do cônjuge ou companheiro(a).
Preste bastante atenção ao cadastrar imóveis rurais, pois um gran-
de produtor não precisa, necessariamente, ser latifundiário. Ele pode
trabalhar por meio de arrendamento ou cessão de áreas de terceiros.
Esta verificação e mais a informação sobre sua produção agropecuá-
ria são importantes para o cálculo de limite de crédito.
Falando de limite de crédito, não se esqueça de solicitar ao clien-
te e registrar a autorização para consulta à Central do Risco do Banco
Central, ainda que ele não vá, a principio, tomar empréstimos. Esta
consulta revela o montante de responsabilidades que ele possui no
sistema financeiro.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 123

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
Vamos a mais uma bateria de testes, para checar seus conheci-
mentos. Se o resultado não for bom, não desanime. Leia novamen-
te o texto, consulte o LIC 405, troque idéias com seus colegas e
tente outra vez.

1. Com relação à procuração, podemos afirmar.


a) Deve ser pública somente quando o mandante for absolutamen-
te incapaz.
b) O mandante pode ser pessoa relativamente incapaz e, desde
que o instrumento seja público, pode outorgar poderes isolada-
mente.
c) O procurador deve ser registrado nos módulos Poderes/Instru-
mento de Mandato e Dirigentes.
d) O reconhecimento da assinatura do outorgante em cartório não
é obrigatório no caso de procuração pública.
e) Admite-se a dispensa do reconhecimento da assinatura do ou-
torgante em cartório, no caso de procuração particular.

2. Marque falso (F) ou verdadeiro (V) e assinale a opção correta.


( ) A pequena propriedade rural, com um módulo fiscal, não pode
ser objeto de penhora.
( ) A pequena propriedade rural, com quatro módulos rurais, pode
ser objeto de garantia hipotecária.
( ) O condomínio se diz pró-diviso quando há demarcação e identi-
ficação de cada uma das partes ideais.
( ) A o nu-proprietário conferem-se o uso e o gozo da propriedade
(posse direta e percepção dos frutos) e ao usufrutuário o direito
da propriedade.
( ) O bem gravado com cláusula de impenhorabilidade não pode ser
objeto de penhora judicial, mas pode ser objeto de garantia em

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Primeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

operações de crédito.
a) F, V, V, F, F.
b) F, F, V, V, V.
c) F, V, V, F, V.
d) V. F. V. F. V.
e) V, V, V, F, F.

3. Assinale a alternativa correta.


a) Outorgante é a pessoa que detém poderes recebidos de outro
cliente para movimentar conta corrente.
b) O procurador pode administrar os bens do mandante, independente-
mente de poderes especiais, inclusive no caso de procuração particu-
lar.
c) Para formalizar escritura pública de compra de imóvel rural, o
comprador pode outorgar poderes por meio de instrumento de
mandato particular.
d) A qualificação do mandante e do constituído, a extensão dos po-
deres conferidos e a assinatura do procurador com firma reconhe-
cida em cartório são requisitos da procuração.
e) A capacidade civil do outorgante e do procurador sempre deve
ser verificada quando o instrumento de mandato for público ou
particular.

4. São documentos que comprovam a propriedade de bens, exceto.


a) nota fiscal de aquisição, emitida há 95 dias, no caso de rebanho
bovino.
b) laudo de vistoria emitido por empresa de assistência técnica cre-
denciada, no caso de benfeitorias.
c) CRLV emitido pelo DETRAN, relativo ao ano em curso, no caso de
caminhões para transporte de cargas.
d) escritura de compra e venda de imóvel urbano emitida há 3 anos
acompanhada de comprovante de pagamento do IPTU do mesmo
ano da escritura em nome do cadastrado.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 125

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CURSO CADASTRO

e) certidão de registro de imóvel rural, emitida há 10 dias, acompa-


nhada do comprovante de pagamento do ITR em nome do proprie-
tário anterior.
5. Verifique as afirmativas abaixo e escolha a alternativa correta.
I A autorização para a consulta à Central de Risco do Bacen pode ser
fornecida verbalmente, caso o cliente não seja tomador de crédito.
II O prazo para revigoramento das procurações deve ser sempre de
dois anos após o acolhimento no Banco.
III Módulo fiscal e módulo rural são equivalentes.
IV A comprovação de propriedade de uma aeronave pode ser feita
através do diário de bordo ou do último plano de vôo.
V Quando tratar-se de cliente surdo ou mudo, esta informação deve
constar do módulo características especiais.
a) Apenas III e V estão corretas.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas V está correta.
d) Apenas IV e V estão incorretas.
e) Apenas I e IV estão incorretas.

6. Existem duas espécies de bem de família.


• A primeira, regulamentada pela Lei 8.009, de 29/03/90, decorre
de previsão legal, não necessitando de forma convencional para
sua existência e recai sobre o imóvel residencial próprio ou da en-
tidade familiar.
• A segunda, prevista nos artigos 1.711 e 1715 do Código Civil
Brasileiro, considera bem de família aquele gravado de cláusula
específica através de escritura pública, devidamente averbada no
cartório de registro de imóveis.
Em relação ao bem de família, assinale a afirmativa incorreta:
a) O bem de família previsto na Lei 8009 não responde por qualquer
tipo de dívida, exceto quando ofertado pelos proprietários em ga-
rantia hipotecária.
b) O bem de família – Código Civil Brasileiro – pode ser objeto de
hipoteca, desde que de livre e espontânea vontade dos proprietá-
rios.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Primeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

c) O imóvel gravado por escritura pública como bem de família não


pode ser oferecido em garantia, ainda que por vontade dos pro-
prietários.
d) Se do interesse dos proprietários, o bem de família – Lei 8009 –
pode ser oferecido em garantia.
e) O bem de família, constituído na forma do Código Civil, não pode
ser objeto de penhora ou sequer de hipoteca.

7.
Quadro I – Situação
A Empresa Ltda., por meio de seu procurador, Sr. Representan-
te, apresenta ao Banco a seguinte documentação para atualização
cadastral:
• Alteração do contrato social, no qual consta que a gerência será
exercida por seus dois sócios, sem definir a forma de uso (isola-
da ou conjuntamente). O contrato social não veda, porém tam-
bém não autoriza explicitamente a possibilidade de delegação do
uso da firma ou a constituição de procuradores por seus sócios
gerentes.
• Instrumento particular de procuração, no qual a Empresa Ltda.,
por meio de um de seus sócios, delega amplos poderes ao Sr. Re-
presentante. A assinatura constante da procuração foi reconheci-
da em cartório.
• Demonstrativos contábeis da empresa referentes aos três últimos
exercícios e comprovante de registro no CNPJ, extraído do sítio
da Receita Federal na Internet, cuja autenticidade foi confirmada
pelo funcionário em consulta ao referido sítio.
O Sr. Representante informa que a empresa promoveu recente
alteração contratual, com o objetivo de incluir, em suas finalidades,
atividade relacionada à prestação de serviços. Esclarece, porém, que
a composição acionária e o uso da firma permaneceram inalterados.
O portfólio de negócios da empresa com o Banco é constituído
por conta corrente, aplicações financeiras e operações de crédito ga-
rantidas por aval/fiança dos sócios.
Quadro II – Providências
I Apresentação da alteração contratual promovida.
II Alteração do contrato social e respectivo registro na Junta Co-
mercial, para explicitar a forma de uso da gerência e a possibili-

Universidade Corporativa Banco do Brasil 127

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CURSO CADASTRO

dade de delegação ou constituição de procuradores;


III Substituição da procuração por outra, passada por ambos os só-
cios, por meio de instrumento público.
Em referência à situação descrita no Quadro I, de acordo com os
normativos de Cadastro do Banco, qual(ais) providência(s), dentre as
listadas no Quadro II, deve(m) ser solicitada(s) ao cliente?
a) Apenas II e III.
b) Apenas I e III.
c) Apenas III.
d) Apenas II.
e) Apenas I.

8. São módulos do cadastro que, a princípio, podem indicar o poten-


cial do cliente para aquisição de produtos e serviços.
a) Dados profissionais e endereços.
b) Dados complementares e referencias.
c) Poderes/instrumento de mandato e dados básicos.
d) Dados profissionais e bens e patrimônio.
e) Relacionamentos e atividade econômica.

9. Sobre cadastramento de pessoa física, correlacione os registros


com os módulos respectivos e assinale a alternativa que marca a
seqüência correta.
I Representante legal do incapaz. ( ) Dados pessoais.
II Semoventes. ( ) Dados profissionais.
III Cliente deficiente visual. ( ) Relacionamentos.
IV Venda de suínos. ( ) Poderes/instrumento de mandato.
V Capacidade civil. ( ) Bens/patrimônio.
VI Ata de posse. ( ) Características especiais.
( ) Produção agropecuária.

a) III, IV, VI, I, VII, V, II.


b) V, IV, II, III, I, VII, VI.
c) V, VII, I, IV, III, II, VI.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Primeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

d) V, VII, I, VI, II, III, IV.


e) III, VII, VI, I, II, V, IV.
10.Sobre cadastramento de pessoa jurídica, correlacione os registros
com os módulos respectivos e assinale a alternativa que apresen-
ta a seqüência correta.
I Empresa que atua no Paraguai. ( ) Dados básicos.
II Grupo empresarial. ( ) Dados complementares.
III Implementos agrícolas. ( ) Dados negociais.
IV Natureza jurídica. ( ) Atividade econômica.
V Principal e secundária. ( ) Relacionamentos.
VI Substabelecimento de procuração. ( ) Poderes/instrumento de mandato.
VII Valor do capital realizado. ( ) Bens/patrimônio.
VII Títulos de capitalização. ( ) Características especiais.

a) IV, VII, VIII, V, II, VI, III, I.


b) VII, IV, V, VIII, VI, II, I, III.
c) IV, VII, VIII, V, II, I, VI, III.
d) VII, III, I, VI, II, V, VIII, IV.
e) VII, I, VI, III, VIII, II, V, IV.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 129

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CURSO CADASTRO

GABARITO
1 – E
Os incapazes (absoluta ou relativamente) precisam ser representa-
dos ou assistidos, conforme o caso, sempre em instrumento público.
A procuração também deve ser pública em outras situações, como na
formalização de escritura pública, outorgante analfabeto, etc.
A procuração precisa ter a assinatura do outorgante reconhecida
em cartório e deve ser registrada no módulo Poderes/Instrumento de
Mandato, com os respectivos outorgados e poderes conferidos.
A critério da administração da agência, pode-se dispensar o re-
conhecimento de firma em cartório quando se tratar de instrumen-
to particular e que, tanto o outorgante, quanto o outorgando sejam
clientes tradicionais da dependência.

2 – A
Para efeitos de penhora/garantia, considera-se a medida da área
em módulos rurais.
Quando houver cláusula de impenhorabilidade sobre o imóvel, es-
te não poderá ser objeto de qualquer tipo de garantia.
Com relação ao usufruto, existe a figura do usufrutuário, que é o be-
neficiário do direito e a do nú-proprietário, a quem pertence o bem.

3 – B
Nos instrumentos de procuração existem sempre duas figuras,
a do outorgante, aquele que concede os poderes, que deve ser re-
presentado ou assistido no caso de incapacidade, e a do outorgado,
aquele que recebe os poderes.
Em certos casos, é necessário instrumento público, como, por
exemplo, de incapacidade do mandante ou de formalização de escri-
tura pública.
Os poderes conferidos podem ser gerais ou especiais. Quando in-
vestido de poderes gerais, o outorgado pode administrar os bens do
outorgante; entretanto, para dispor ou gravar esses bens, é neces-
sário que haja poderes especiais expressamente admitidos no instru-
mento de procuração.

4 – D
A comprovação de imóveis rurais ou urbanos pode ser feita me-
diante apresentação de certidão ou título de propriedade devidamen-

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Primeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

te registrado. Se o documento tiver sido emitido há mais de um ano,


exigir o comprovante de pagamento do ITR ou IPTU do ano em curso
em nome do cadastrado. Se ainda não expirado o prazo para paga-
mento, pode-se apresentar o comprovante de pagamento relativo ao
ano anterior.
Veículos automotores, embarcações e aeronaves são comprova-
dos por documentos específicos emitidos pelo Detran, por órgãos
do Ministério da Marinha e pela Agência Nacional de Aviação Civil
– ANAC, respectivamente. Semoventes e demais bens são compro-
vados, dentre outras formas, por nota fiscal emitida há menos de
180 dias ou laudo de vistoria ou de avaliação e opinião de valor, emi-
tido por funcionário do Banco ou por empresa de assistência técnica
conveniada.

5 – C
A autorização para consulta à Central de Risco do Bacen deve ser
apresentada em formulário próprio e registrada no módulo Caracte-
rísticas Especiais. Devemos agir no sentido de obter a autorização de
todos os clientes.
Caso não conste prazo de vencimento inferior no instrumento,
por precaução, o Banco adota o prazo de dois anos para revigoramen-
to da procuração, a partir da data de emissão do documento.
Módulo rural e módulo fiscal são parâmetros definidos pelo Incra.
O módulo rural é calculado para cada imóvel rural em separado, e sua
área reflete o tipo de exploração predominante no imóvel, segundo
sua região de localização, enquanto que o módulo fiscal é estabeleci-
do para cada município, e procura refletir a área mediana dos módu-
los rurais dos imóveis rurais do município.

6 – B
A Lei 8.009, de 29/03/90, prevê:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade fa-
miliar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida
civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída
pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e
nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
..........
Art. 3º: A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de
execução civil, fiscal, providenciária, trabalhista ou de outra nature-
za, salvo se movido:
I - ......

Universidade Corporativa Banco do Brasil 131

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CURSO CADASTRO

............
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como ga-
rantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
................

O Código Civil prevê:


Art. 1.711 – Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, median-
te escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio
para instituir bem de família, desde que não ultrapasse 1/3 (um ter-
ço) do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas
as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabele-
cida em lei especial.
...............
Art. 1.715 – O bem de família é isento de execução por dívidas
posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos re-
lativos ao prédio, ou de despesa de condomínio.
Dessa forma, a interpretação corrente é a de que, no caso da Lei
8.009 (bem de família legal), o bem pode ser objeto de hipoteca, en-
quanto que, no caso previsto pelo Código Civil (bem de família volun-
tário), o bem não pode ser objeto de hipoteca ou de penhora.

7 – E
As condições pactuadas no contrato social, assim como as al-
terações promovidas, decorrem da manifestação de vontades dos
respectivos sócios, não assistindo ao Banco o direito de exigir que
se providencie “essa” ou “aquela” alteração nos documentos da
empresa.
Na omissão do contrato social ou estatuto sobre a forma de exer-
cício da gerência (se em conjunto ou isoladamente), os poderes de
administração dos negócios da pessoa jurídica são exercidos indivi-
dualmente. Não havendo vedação à delegação do uso da firma ou à
constituição de procuradores, a procuração pode ser emitida por ape-
nas um dos dirigentes.

8 – D
Dados profissionais dizem respeito à profissão ou emprego que o
cliente possua, inclusive seus rendimentos, o que pode ser indicativo
de oferta para produtos massificados.
Bens e patrimônio podem ser fonte de consulta para oferta de
produtos de seguridade, por exemplo.

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Quinta Unidade – CADASTRAMENTO – MÓDULOS
Primeira COMUNS
Unidade – CADASTRO

Outros módulos também podem ser indicativos para a venda de


produtos e serviços, como, por exemplo, relacionamentos e recursos
tecnológicos.

9 – D

10 – A

Universidade Corporativa Banco do Brasil 133

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Sexta Unidade
Anotações Cadastrais
Objetivos
• Conceituar anotações cadastrais
• Descrever itens relativos a operacionalização e gerenciamento
do cadastro.

1 – Considerações Iniciais
Anotações cadastrais são registros de natureza informativa, res-
tritiva ou impeditiva. Subsidiam decisões no relacionamento com o
cliente ou podem impedi-lo de realizar operações com o Banco.
As anotações poderão ser a respeito de:
• eventuais inadimplências, restrições e impedimentos com o Banco;
• ocorrências que possam influenciar o relacionamento;
• resultado da consulta externa à Serasa e ao SCPC;
• informações existentes no Cadin.
São registradas na base de Anotações Cadastrais de Pessoas –
ACP, classificadas em pesos e podem replicar no cadastro de pesso-
as vinculadas ao cliente responsável pela anotação.
Algumas anotações aceitam alteração do peso, para grau maior
ou menor, permitindo ou restringindo a realização de operações.
Quando regularizada a pendência que deu origem à anotação, es-
ta será baixada e armazenada em histórico.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 135

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CURSO CADASTRO

O acesso à base de Anotações se dá pelo aplicativo Clientes, op-


ção Anotação/Impedimento/Restrição. A opção de consulta permite
verificar a existência de anotações para o cliente. Informa também a
data de realização da última consulta à Serasa e ao SCPC, bem como
eventuais anotações baixadas por determinação do Código de Defesa
do Consumidor.
A consulta é organizada por fonte de informação. Assim, na con-
sulta às fontes Banco do Brasil, encontramos as anotações de origem
interna, inclusive aquelas em que o Banco incluiu o cliente na Sera-
sa, SCPC ou Cadin. Nas consultas às fontes Bacen/Cadin, Serasa e
SCPC, temos acesso às anotações de origem externa, referentes a
pendências do cliente com outras instituições.
Também é possível visualizar eventuais registros existentes relati-
vos à inclusão no CCF, que são atualizadas no aplicativo Compe.
Você poderá, ainda, realizar outras consultas, tanto gerenciais
(como troca de informações com a Serasa/SPC e inclusões rejeita-
das), quanto tabelas, que contêm as anotações e seus atributos, co-
mo peso, possibilidade de alteração e respectivo escalão deferidor,
quando for o caso.

Fique atento!
Quando o cliente alegar regularização de pendência constante
no Cadin, na Serasa ou no SCPC, verifique a data da última
consulta e, se for o caso, atualize-a. Permanecendo a
pendência, oriente-o a procurar o órgão/instituição responsável
pela inclusão. Não forneça qualquer documento ou impressão
de tela referente às consultas efetuadas.
Esse é o procedimento adequado: o Banco não pode excluir
registros efetuados por terceiros, e qualquer documento pode
envolvê-lo em demandas judiciais entre o cliente e o responsável
pela inclusão em cadastros externos.

A seguir, vamos abordar aspectos sobre o registro, classificação,


replicação, alteração e baixa de anotações cadastrais.

2 – Registro
Devem ser registradas na base de anotações todas as ocorrên-
cias, restritivas ou não, que possam influenciar o relacionamento
do cliente com o Banco. Isso pode ser feito por qualquer agência
que tomar conhecimento de ocorrência capaz de implicar alterações
no caráter ou no patrimônio do cliente, comunicando e enviando a

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Sexta Unidade – ANOTAÇÕES CADASTRAIS

documentação que embasou o registro à dependência detentora do


cadastro.
O registro pode ocorrer de forma manual, quando decorrente de
situações externas aos sistemas do Banco ou de rotinas não automa-
tizadas. É o caso das anotações para as situações de espólio, fale-
cimento ou a liquidação de operação de crédito com abatimento ou
prejuízo ao Banco.
A anotação referente a liquidação de operação de crédito com aba-
timento ou prejuízo é importante porque, por disposição das políticas
de crédito, o cliente que tiver causado prejuízo ao Banco não pode vol-
tar a pleitear crédito. Nesse caso, devem ser registrados, para devedor
principal e coobrigados (avalistas ou fiadores), o valor dispensado, o
número da operação, o saldo devedor na data da dispensa, o motivo
da dispensa e outras informações julgadas relevantes.

Atenção!
Algumas anotações só podem ser efetuadas pela Direção Geral ou
por órgãos regionais. Nesses casos, a dependência responsável
pelo cadastro informa a ocorrência à unidade responsável pela
anotação. Deve, também, encaminhar a documentação que embasou
o registro, quando necessário.

Em algumas situações, como as abaixo, os sistemas do Banco ge-


ram anotações automáticas na base de anotações.
• Operações em atraso no Banco – a anotação é incluída no ca-
dastro do devedor principal e, com base nas informações exis-
tentes no aplicativo Garantias–GRT dos coobrigados. Nessas
situações, o Banco também inclui registro nos serviços de in-
formações cadastrais (Serasa e SCPC) e, quando lastreadas em
recursos públicos federais, no Cadin.
• Resultado das consultas externas ao SCPC e à Serasa.
• Registros existentes no Cadin. O registro na base de anotações
ocorre independentemente de consultas externas.
Independentemente de a pessoa possuir código MCI, é possível efetu-
ar anotação cadastral a seu respeito. Para tanto, basta acessar o aplica-
tivo Clientes na opção Anotação/Impedimento/Restrição e, de posse do
número do CPF ou CNPJ, registrar a ocorrência na base de anotações.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 137

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CURSO CADASTRO

E lembre-se.
Muitas decisões no relacionamento com o cliente têm embasamento
nos registros de restrições ou no histórico restritivo no Banco e
com terceiros, os quais resultam em peso desfavorável quando da
apuração do risco do cliente, por ocasião do calculo de limite de
crédito.

3 – Classificação
As anotações estão classificadas por pesos, conforme segue:
Informativa – não restritiva, traz informações que não impe-
dem a realização de negócios, mas devem ser observadas para sua
condução.
Fraca – não impede a contratação de operações. Porém, deve ser
ponderado o impacto no conceito do cliente.
Restritiva – impede a contratação de operações. Entretanto, al-
gumas admitem alteração de peso, desde que justificado, permitindo
que o cliente venha a obter crédito no Banco.
Absoluta – impede o cliente de realizar operações com o Banco.
As anotações com esse peso são decorrentes de situações que, por
disposições legais, estatutárias, determinações ou regulamentações
do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central do Brasil, ou da
Política de Crédito do Banco, não admitem operar com o cliente.

4 – Replicação
A conduta de uma pessoa jurídica é reflexo da de seus participan-
tes e dirigentes. Assim, não é possível dissociar o comportamento da
empresa do apresentado por essas pessoas. Por esse motivo, as ano-
tações restritivas que afetem a pessoa jurídica podem modificar o pa-
trimônio ou o conceito da pessoa física, e vice-versa. Para registrar
essas influências é que há a replicação de anotações cadastrais.
A replicação é a transcrição de anotação existente no cadastro
do cliente “A” para o cadastro do cliente “B”, em razão de vinculo
entre ambos. O vinculo é caracterizado pela participação no capital,
exercício de cargo de dirigente, participação em grupo empresarial,
ou em casos de sucessão ou incorporação de empresas.
A replicação pode ser registrada de forma automática ou manu-
al. Quando registrada manualmente, deve-se anotar no campo “ob-
servação” que se trata de replicação. Para que ocorra a replicação

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Sexta Unidade – ANOTAÇÕES CADASTRAIS

automática pelo sistema, é imprescindível que seja efetuado o cor-


reto registro dos sócios e dirigentes no cadastro da empresa.
Os critérios para replicação, bem como as situações em que são
registradas automática ou manualmente estão nas normas constan-
tes do LIC 405.55. Não deixe de consultá-las.

5 – Alterações
Algumas anotações permitem a alteração do registro efetuado no
campo observações. Essa alteração, quando possível, deve ser efe-
tuada por funcionário comissionado da dependência responsável pelo
registro ou da detentora do cadastro, quando não houver indicação
da responsável.

5.1 – Alteração de Peso


Entre as anotações classificadas como informativas, fracas e res-
tritivas, algumas podem ter o peso alterado, para maior ou menor
grau, o que irá interferir na possibilidade de contratação de opera-
ções (permitindo ou restringindo o acesso ao crédito, conforme o ca-
so). Para isso, devem ser ponderados, entre outros aspectos, valor,
causa, situação atual, quantidade de anotações e impacto da ocor-
rência no caráter e no patrimônio do cliente.
Para alteração de peso, a agência detentora do cadastro deve
preencher súmula eletrônica à qual deve ser vinculada a anotação a
ser flexibilizada.

Fique atento:
• ausência de MCI na anotação: se originada do Cadin, solicite à
Diretora de Crédito (prefixo 9953) a vinculação do MCI à anotação.
Se de origem da Serasa ou SCPC, efetue nova consulta externa;
• anotação já vinculada a uma outra súmula: efetue as alterações
necessárias na outra súmula, ou dela desvincule a anotação.

Preenchida e vinculada a anotação, a súmula deve conter parecer


conclusivo do comitê de crédito da agência. Feito isso, a alteração
pode ser deferida ou não. A competência para o deferimento pode ser
da própria agência, da superintendência ou da Diretoria de Crédito.
O assunto é tratado aqui de forma geral. Por isso, é importan-
te que você consulte as normas sobre alteração de peso no LIC
405.55. Você também pode buscar auxílio nas tabelas disponíveis

Universidade Corporativa Banco do Brasil 139

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CURSO CADASTRO

na base de Anotações, que indicam o peso de cada anotação e a


instância competente para o deferimento da flexibilização, quando
possível.

6 – Baixa
A baixa das anotações cadastrais somente pode ser efetuada
após a regularização da ocorrência que motivou o registro.
As anotações registradas manualmente devem ser baixadas da
mesma forma, por funcionário comissionado da dependência respon-
sável pelo registro ou da detentora do cadastro.

Atenção:
Lembre-se também de baixar eventual negativação
manual incluída pela agência em órgão de proteção
ao crédito, como o SPC, imediatamente após a
regularização da pendência que motivou o registro.

São baixadas automaticamente as anotações:


• de origem interna, registradas pelo sistema, após a regulariza-
ção da pendência que originou a anotação. Essa regra também
se aplica aos registros incluídos pelo Banco em bases externas
(Cadin, Serasa e SCPC).
• originadas de consultas externas à Serasa e ao SCPC, por oca-
sião de nova consulta em que a ocorrência tenha sido regulari-
zada nessas bases.
• de origem do Cadin, na semana seguinte após a regularização
da pendência naquele cadastro.
A anotação também pode ser baixada automaticamente por deter-
minação do Código de Defesa do Consumidor, decorridos cinco anos
de seu registro, exceto as referentes a decisões judiciais e ao Cadin,
que não se enquadram naquele Código. As anotações baixadas por
esse motivo podem ser consultadas na base de anotações por meio
da tecla F9.
Merecem atenção as determinações judiciais para exclusão de
registros efetuados pelo Banco em bases externas. Para atendê-las,
deve ser efetuado comando de exceção (aplicativo Clientes, opção
Anotação/Impedimento/Restrição). O comando de exceção exclui os
registros efetuados pelo Banco em bases externas e inibe futuras in-

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Sexta Unidade – ANOTAÇÕES CADASTRAIS

clusões. Atentar também para eventuais revogações das determina-


ções judiciais, em que o comando de exceção deve ser baixado.

Vamos ao LIC!

Agora, dando seguimento ao curso, e para maior


aprofundamento e desenvolvimento de suas atividades no
Banco, consulte as normas sobre o assunto aqui tratato nos
LIC 405.50 e 405.55.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 141

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Como de praxe, vamos a mais uma revisão.
Vimos que as restrições cadastrais podem ser de natureza infor-
mativa, restritiva ou impeditiva. E que são classificadas em informa-
tivas, fracas, relativas e absolutas, e replicam no cadastro das pes-
soas vinculadas ao cliente.
Na base de anotações cadastrais são registradas informações re-
lativas a eventuais inadimplências, restrições e impedimentos com o
Banco, consultas à Serasa e ao SCPC, informações do Cadin e outras
ocorrências que possam influenciar o relacionamento.
Algumas anotações são registradas automaticamente pelos siste-
mas; outras devem ser feitas manualmente, como é o caso de situ-
ação de espólio e de liquidação de operações de crédito com abati-
mento negocial ou prejuízo ao Banco.
Especial atenção deve ser dada quando da ocorrência de abati-
mento negocial ou prejuízo ao Banco, pois o cliente só poderá voltar
a operar quando ressarcir o Banco.
Algumas anotações permitem alteração de peso, desde que devi-
damente justificado e ponderada a natureza da restrição, seu impacto
no caráter e na situação patrimonial do cliente, observadas as alça-
das que podem ser da agência, da superintendência ou da Diretoria
de Crédito.
A baixa das anotações cadastrais somente pode ser efetuada após
a regularização da pendência ou fato que gerou o registro.
Anotações registradas manualmente são baixadas da mesma for-
ma por funcionário comissionado da dependência que efetuou o re-
gistro, ou da detentora do cadastro.
São baixadas automaticamente as anotações de origem interna
ou externa (Serasa, SCPC e Cadin), registradas pelo sistema.
Decorridos cinco anos de seu registro, as anotações são baixadas
automaticamente por determinação do Código de Defesa do Consu-
midor, exceto aquelas originadas do Cadin e as referentes a decisões
judiciais.
A exclusão de anotações incluídas pelo Banco em bases exter-
nas (Cadin, Serasa e SPC) também pode ocorrer por determinação
judicial.

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Sexta Unidade
Primeira
– ANOTAÇÕES
Unidade CADASTRAIS
– CADASTRO

EXERCÍCIOS
Para a realização dos exercícios, lembre-se de que as normas do LIC
devem ter sido estudadas.
1. Sobre alteração de peso de anotações cadastrais, assinale falso
(F) ou verdadeiro (V) e marque a opção correta.
( ) Deve ser considerado o impacto da ocorrência no caráter e no pa-
trimônio do cliente, bem como o valor, a causa e a situação atual
da anotação.
( ) Todas as anotações cadastrais classificadas como restritivas po-
dem ter o peso alterado, desde que preenchida súmula com pare-
cer conclusivo do comitê de crédito da agência.
( ) As anotações cadastrais classificadas como absolutas e de valor
superior a R$ 50.000,00 NÃO são passíveis de alteração de pe-
so.
( ) Na anotação cadastral classificada como absoluta, de valor abaixo
de R$ 100,00, o peso pode ser alterado, desde que com parecer
conclusivo da agência e observada a alçada para deferimento.
( ) Na anotação cadastral restritiva de valor superior a R$ 10.000,00,
o peso pode ser alterado observando-se o preenchimento de sú-
mula com parecer conclusivo da agência, e a alçada competente
para o deferimento.
a) V, F, V, F, V.
b) F, F, V, F, F.
c) V, F, V, V, V.
d) V, V, V, F, V.
e) F, F, V, V, F.

2. Marque a alternativa INCORRETA.


a) Na fonte de consulta Banco do Brasil, encontramos registros na
Serasa, SCPC e Cadin efetuados pelo próprio Banco.
b) Qualquer agência pode fazer anotações no cadastro de cliente de
outra dependência, sobre ocorrências de que tiver conhecimento.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 143

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CURSO CADASTRO

c) As anotações replicadas podem ter seu peso flexibilizado, obser-


vado o critério para flexibilização das originais.
d) Cliente com registro de abatimento negocial só pode voltar a to-
mar créditos após ressarcimento ao Banco dos valores dispensa-
dos.
e) É possível fazer anotação para pessoa que não possua MCI.

3. Verifique as alternativas abaixo e escolha a resposta correta.


I As anotações sobre abatimento negocial devem pesar também
para os avalistas ou fiadores.
II O registro do Cadin é efetuado automaticamente, sem necessida-
de de consulta.
III Anotação classificada como fraca precisa ser flexibilizada para
que o cliente possa operar com o Banco.
IV As replicações ocorrem somente de pessoas jurídicas para pesso-
as físicas.
V Alteração do registro de anotações deve ser feita, exclusivamen-
te, por funcionário comissionado da dependência responsável pe-
lo registro.
a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e IV estão corretas.
d) III e V estão corretas.
e) II e III estão corretas.

4. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) e marque a alternativa corre-


ta.
( ) As alterações de peso podem ser tanto para peso maior quanto
para menor.
( ) Para flexibilizar o peso de anotações é necessário confeccionar
súmula a ser deferida pela Diretoria de Crédito.
( ) A baixa de anotação de origem do Cadin ocorre após decorrida
uma semana da regularização da pendência.

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Sexta Unidade
Primeira
– ANOTAÇÕES
Unidade CADASTRAIS
– CADASTRO

( ) No cumprimento de decisões judiciais, deve-se efetuar comando


de exceção para baixar as anotações efetuadas pelo Banco em
bases externas e inibir novas inclusões.
( ) As anotações baixadas por força do Código de Defesa do Consu-
midor deixam de constar da base de Anotações.
a) V, F, F, F, V.
b) F, V, V, F, V.
c) F, F, V, F, V.
d) V, F, F, V, F.
e) V, V, F, V, F.

5. Marque (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa corre-


ta.
( ) O cadastrado não pode ter acesso às informações consignadas
em seu cadastro.
( ) As informações sobre terceiros cadastrados no Banco são forne-
cidas a qualquer interessado que as exigir.
( ) A existência de anotação restritiva no cadastro de sociedade de-
ve ser replicada no cadastro de seus dirigentes e principais com-
ponentes.
( ) A existência de anotação restritiva no cadastro de qualquer dos
dirigentes deve ser replicada nos cadastros da sociedade e dos
principais componentes.
( ) O acolhimento e exame de procurações é de responsabilidade de
comissionado do segmento organizacional gerencial.
a) F, F, V, V, V.
b) V, F, V, F, V.
c) F, V, F, F, F.
d) F, F, V, F, V.
e) V, F, F, F, V.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 145

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CURSO CADASTRO

6. Sobre classificação de peso de restrições, sob o enfoque do rela-


cionamento com o cliente, correlacione as duas colunas e marque
a seqüência correta.
1 Não admite operar com o cliente. ( ) Informativa
2 Deve ser observada para a ( ) Fraca
condução dos negócios. ( ) Restritiva
3 Não impede a contratação de ( ) Absoluta
operações com o cliente.
4 Admite a flexibilização de peso.

a) 4, 3, 2, 1.
b) 3, 4, 1, 2.
c) 2, 3, 4, 1.
d) 1, 4, 2, 3.
e) 1, 4, 3, 2.

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Sexta Unidade
Primeira
– ANOTAÇÕES
Unidade CADASTRAIS
– CADASTRO

GABARITO
1 – A
Para procedermos à flexibilização de peso de uma anotação ca-
dastral, devemos considerar o impacto da ocorrência no caráter e no
patrimônio do cliente, bem como o valor, a causa e a situação atual
da anotação. Algumas anotações restritivas podem ser flexibilizadas
mediante confecção de súmula, com parecer fundamentando do co-
mitê da dependência e observadas as alçadas competentes.
As anotações absolutas não são passíveis de alteração de peso.

2 – C
Restrições replicadas pelo sistema não são passíveis de alteração
de peso. Quando cabível, a alteração deve ser efetuada no cadastro
do responsável direto pela anotação que gerou a replicação.

3 – A
Restrição fraca não impede a contratação de operações com o
Banco. Entretanto, deve-se ponderar sua relevância e origem, além
de eventuais impactos no conceito e no patrimônio do cliente.
As replicações ocorrem entre as pessoas relacionadas, sejam fí-
sicas ou jurídicas, por exemplo, procuradores, dirigentes, empresas
participadas, etc.
As alterações das anotações cadastrais devem ser efetuadas por
funcionário comissionado da dependência responsável pelo registro.
Inexistindo indicação da responsável, o registro deve ser feito pela
detentora do cadastro.

4 – D
A flexibilização de peso deve ser efetuada por meio de súmula a
ser deferida pela própria agência, superintendência ou Diretoria de
Crédito.
A baixa do registro no Cadin ocorre na semana seguinte à regu-
larização da pendência.
As anotações baixadas por determinação do Código de Defesa do
Consumidor permanecem em registro próprio na base de anotações,
sendo possível sua consulta por meio da tecla F9.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 147

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CURSO CADASTRO

5 – D
As informações cadastrais são sigilosas. Portanto, seu conteúdo
não pode ser do conhecimento de terceiros. O cliente pode, obedeci-
das algumas formalidades, ter acesso à sua ficha cadastral.
Anotação cadastral de um dirigente replica no cadastro da empre-
sa; todavia, não pode ser replicada para os demais componentes.

6 – C
As restrições informativas devem ser observadas durante a con-
dução dos negócios com o cliente. Não são, portanto, impeditivas
para a realização de negócios.
Embora não sejam impeditivas para a contratação de operações,
as anotações fracas devem ter ponderadas sua origem e valor sobre
o caráter e o patrimônio do cliente.
Quanto às restritivas, observe que algumas delas podem ser fle-
xibilizadas para fraca ou informativa, permitindo que o cliente opere
com o Banco.
As anotações absolutas decorrem de disposições legais, estatu-
tárias ou administrativas, a exemplo de determinação ou regulamen-
tação do CMN/Bacen, Estatuto ou Políticas de Crédito do Banco do
Brasil.

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Sétima Unidade
Gerenciamento do Cadastro
Objetivo
• Compreender os itens e processos de gerenciamento do
cadastro.

1 – Introdução
As informações registradas no cadastro representam um deter-
minado momento do cliente. Mas as pessoas são dinâmicas. Endere-
ço, ocupação, atividade econômica, faturamento, renda, aquisição e
venda de bens, casamento, separação, admissão e saída de sócios,
mudança de dirigentes, entre outros, são itens e fatos que podem ser
alterados no transcorrer do tempo. Ocorrida alguma alteração, os re-
gistros atuais passam a não mais espelhar a situação do cliente.
Essa situação de constante mudança torna necessário o estreito
acompanhamento do cadastrado. Mas como fazer isso? São muitos clien-
tes! Como “vigiar” todos ao mesmo tempo para garantir a atualização do
cadastro? É nesse momento que entra o gerenciamento do cadastro.
O gerenciamento começa no momento em que definimos o tipo
de cadastro que melhor se aplica ao relacionamento com o cliente,
pois este é um dos fatores que definem as condições e os prazos de
revisão e atualização cadastral.
Definido o tipo e confeccionado o cadastro, teremos então que
acompanhar a evolução do cliente e proceder às revisões ou atuali-
zações necessárias.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 149

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CURSO CADASTRO

Para auxiliar o acompanhamento e execução desse processo, o


sistema efetua monitoramento baseado nos requisitos do cadastro.
Por meio desse monitoramento, atribui uma situação ao cadastro e
marca como inconsistência cadastral toda informação que não aten-
da aos requisitos.
Ao identificar situações e inconsistências cadastrais, você terá
meios para melhor conduzir a tarefa de gerenciamento do cadastro.
Assim, é importante conhecer qual a origem das situações e incon-
sistências, o que elas significam e como tratá-las.
Os prazos e condições para revisão e atualização cadastral, as
situações de cadastro, as inconsistências cadastrais e os aplicativos
para condução do processo são os assuntos que serão abordados
nesta unidade. Além disso, veremos os assuntos transferência de
cadastro e prestação de informações, tanto ao cadastrado quanto a
terceiros, que se revestem de aspectos de sigilo e segurança.

2 – Revisão e Atualização Cadastral


Vimos que os tipos de cadastro são elaborados de forma diferen-
ciada, de acordo com o relacionamento que o cliente mantenha com
o Banco. Da mesma forma, há distinção nos prazos mínimos para re-
visão e atualização dos cadastros.

Independentemente dos apontamentos do sistema e


dos prazos de revisão e atualização, devemos exercer
permanente acompanhamento da atuação do cliente
e registrar tempestivamente as ocorrências que
impliquem alteração de dados e mudança no conceito,
mantendo o cadastro sempre atualizado e confiável.

2.1 – Revisão Cadastral


A revisão do cadastro consiste em verificar todos os dados ca-
dastrais e efetuar as atualizações necessárias. É efetuada por meio
de opção específica do aplicativo Clientes. O prazo para revisão varia
conforme o tipo de cadastro: o completo exige revisões com freqü-
ência anual; o intermediário, a cada cinco anos; os demais tipos não
estão sujeitos a revisões obrigatórias.
Constitui item de monitoramento do sistema, que marca inconsis-
tência cadastral se extrapolado os prazos de revisão. Mas algumas
ocasiões, previstas nas normas, tornam necessária a revisão cadas-

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

tral, independentemente do tipo de cadastro e dos prazos, como as


seguintes:
• na revisão ou no estabelecimento de limite de crédito de pes-
soa jurídica, momento em que os cadastros da empresa, de seus
sócios, dirigentes e representantes devem ser atualizados.
• apontamentos do aplicativo DLD (Detecção de Indícios de La-
vagem de Dinheiro), quando a data da última revisão do cadas-
tro for superior a um ano.

2.2 – Atualização Cadastral


A atualização cadastral deve ser efetuada sempre que ocorrer
qualquer fato ou circunstância que impliquem alteração de dados
cadastrais. Também deve ser efetuada por ocasião de situação ca-
dastral diferente de normal ou normal com alerta, regularizando as
inconsistências cadastrais apontadas por monitoramento do sistema,
quando passíveis de tal ação.
Normalmente, a atualização é efetuada pela agência detentora do
cadastro. Mas, quando outras dependências detiverem conhecimen-
to de fatos que possam de alguma forma provocar alterações, podem
tomar as providências ou comunicar à detentora, enviando-lhe a do-
cumentação respectiva.
Há atualizações que são efetuadas pelo sistema, outras que são
feitas por iniciativa do próprio cliente.
O sistema atualiza os dados profissionais dos clientes que rece-
bam pagamento pelo Banco, desde que observadas algumas condi-
ções, como o correto cadastramento do empregador no módulo Da-
dos Profissionais.
O próprio cliente, por meio da Central de Atendimento ou dos ca-
nais eletrônicos Auto-Atendimento e Gerenciador Financeiro, pode
efetuar atualizações em registros, como nome, estado civil e renda
mensal (no caso de pessoa física), ou razão social, data de constitui-
ção e endereço da sede, quando se tratar de pessoa jurídica.

Fique atento: há atualizações, inclusive as efetuadas pelo


cliente, que exigem a confirmação por funcionário comissionado
da agência detentora do cadastro. É o caso de alterações de
alguns dados pessoais, razão social, renda mensal (acima de um
valor determinado), valor de bens, faturamento, entre outras.
Esse procedimento visa conferir segurança e confiabilidade
aos dados registrados, uma vez que duas pessoas verificam a
documentação e o registro efetuado.

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CURSO CADASTRO

3 – Situação do Cadastro
A situação do cadastro indica a regularidade, completeza e atuali-
zação do cadastro ou a situação dos produtos mantidos com o Banco
e é atribuída pelo sistema a partir da existência ou não de inconsis-
tências cadastrais. As situações são as seguintes:
Normal: o cadastro está atualizado e com todas as informações exigi-
das pelo seu tipo. Não há apontamento de inconsistência cadastral.
Normal com alerta: o cadastro é considerado normal; porém, há mar-
cação de inconsistência cadastral que poderá assumir a situação
“pendente” em futuro próximo.
Pendente: o cadastro apresenta indício de desatualização. Se ne-
nhuma providência for tomada, irá permanecer nessa situação até à
data limite indicada pelo sistema para regularização da inconsistên-
cia. Após essa data, se não regularizada, irá migrar para a situação
“desatualizado”.
Desatualizado: o cadastro está em desacordo com as normas vigen-
tes e a inconsistência indicada pelo sistema não foi regularizada den-
tro da data limite. Permanecerá assim até a regularização.
Bloqueado: cadastro de cliente com a conta corrente ou de poupança
bloqueada por irregularidade no CPF ou no CNPJ.
Inadimplente: cadastro de cliente responsável por operação transferi-
da para perdas ou prejuízo e que não possua qualquer outro produto
ativo.
Inativo: cadastro de cliente com todos os produtos encerrados.
Estoque: cadastro que, em 29.02.2004, possuía uma ou mais incon-
sistências e se enquadrava em alguma das situações anteriores – ex-
ceto as duas primeiras – e que permanece sem regularização.
A situação é revista pelo sistema mensalmente, ou após revisão
ou atualização, momento em que o cadastro pode ter sua situação
alterada. Pode ser consultada acessando o cadastro do cliente, na
opção de gerenciamento de carteira ou na opção de Gerenciamento
do Cadastro relacionando clientes para determinada situação.
Para ilustrar como identificar a situação e as inconsistências do
cadastro, no exemplo a seguir, observe na tela de renovação do ca-
dastro do SisBB, os itens destacados e enumerados:

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

MCIM3000 SISBB - Sistema de Informacoes Banco do Brasil 06/09/2007


FXXXXXXX Clientes 11:07:21
---------- Renovacao de Cadastro - Pessoa Fisica - Menu Principal ------------
Nome. . . . .: NNNNN OOOOOOO MMMMM EEEEEE
CPF. . . . . : XXX.XXX.XXX-XX - Tit. CANC. P/ OMISS3 Ult.Atual: 01/06/2004
Dt.Nasc. : 09/11/1980
Agencia. . . : 0000 AAAAAAAAA (EE) Codigo/DV: XXX.XXX.XXX
Tipo Cadastro: COMPLETO1 Situação: DESATUALIZADO2

Selecione com ‘X’ as opcoes desejadas:


01. _ Dados Pessoais 12. _ CPF/Nome/Dta Nasc.
02. _ Dados Profissionais 13. * Condicao de CPMF
03. _ Enderecos & Telefones 19 * Dispensa de Retencao de Imposto
04. _ Relacionamentos/Dependentes 20 _ Autorizacoes
05. _ Bens/Patrimonio
06. _ Dados Sociais
07. _ Referencias
08. _ Poderes/Instrumento de Mandato
09. _ Debitos/Creditos com Terceiros
10. _ Caracteristicas Especiais (#) Transacao nao disponivel
11. _ Producao Agropecuaria (*) Acesso nao autorizado
------------------------------------------------------------------------------
ATENÇÃO : Cadastro com inconsistência(s). Verificar módulo(s) utilizando F11.4
F1 Ajuda F3 Sai F5 Encerra F10 Menu F11 Situacao4

Nesta tela, temos:


1. Tipo de cadastro atribuído.
2. Situação do cadastro atribuída pelo sistema em função de in-
consistências (irregularidades, desatualização ou falta de da-
dos conforme o tipo de cadastro).
3. Indicação de situação irregular do CPF, um dos motivos de
inconsistência.
4. Indicação de que o cadastro possui inconsistências e tecla de
função para detalhamento dos motivos que classificaram o ca-
dastro como “desatualizado”.
Continuando com o exemplo, ao acionarmos a tecla F11 na tela
anterior, será apresentada a seguinte caixa de texto:

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CURSO CADASTRO

Cliente : NNNNN OOOOOOO MMMMM EEEEEE


Situação do Cadastro: DESATUALIZADO
O preenchimento dos campos/módulos está incompatível com o
tipo de cadastramento COMPLETO1
Informar os dados faltantes/inconsistentes do(s) módulo(s):2
- CPF/Nome/Data Nasc. 2
- Dados Pessoais2
- Endereco (Res. comprovado) e Telefones2
- Dados Profissionais2
- Referencias2
- Revisao Cadastral2
-----------------------------------------------------------
F3 Sai F7 Pag.Ant F8 Prox.Pag F9 Inconsistencia3

Nesta caixa de texto temos:


1. Informação de que os dados constantes no cadastro estão in-
compatíveis com o Tipo de cadastro.
2. Indicação de quais módulos estão faltando dados ou existem
inconsistências.
3. Tecla de função para verificar quais as inconsistências o ca-
dastro possui.

Ao acionar a tecla F9, ainda continuando com o exemplo, será


apresentada outra caixa de texto:

Cliente : NNNNN OOOOOOO MMMMM EEEEEE


Situação do Cadastro: DESATUALIZADO

Inconsistencia1 Dta.Lim.Regulz.2
CPF SUSPENSO 1a 09.04.20082
REVISAO CADASTRAL 1b 12.09.20072
CADASTRO NAO CONCLUIDO 1c
--------------------------------------------------------
F3 Sai F7 Pag.Ant. F8 Prox.Pag.

Nesta segunda caixa de texto temos:


1. Três inconsistências:
1a. decorre de situação irregular para o CPF, já demonstrada na pri-
meira tela e relacionada ao módulo CPF/Nome/Data Nasc.;

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

1b. a última revisão do cadastro ocorreu há mais de um ano,


prazo superior ao estabelecido para o cadastro do tipo
Completo;
1c. conforme a primeira caixa de texto, faltam dados nos mó-
dulo Dados Pessoais, Dados Profissionais, Endereços e
Telefones e Referências. Nesse caso, há um conjunto de
dados faltantes que originam uma única inconsistência
cadastral.
2. Indicação do prazo para regularização da inconsistência, quan-
do for o caso. Observe que, no caso das inconsistências CPF
Suspenso e Revisão Cadastral, existe data limite para regula-
rização, o que daria inicialmente outra situação ao cadastro
(Pendente). Porém, a ocorrência da inconsistência Cadastro
não Concluído é a que determina a situação Desatualizado ao
cadastro.

4 – Inconsistência Cadastral – Marcação


Uma inconsistência cadastral indica que há algo que está ou po-
derá ficar incompatível com as normas e requisitos do cadastro.
Periodicamente, o sistema examina os registros cadastrais para
apurar a consistência dos dados, a partir de critérios previamente es-
tabelecidos quanto a:
• regularidade das informações: situação do CPF ou CNPJ na Re-
ceita Federal, endereço, tipo de cadastramento, natureza jurí-
dica, entre outros;
• existência das informações mínimas exigidas para cada tipo de
cadastro;
• atualidade dos dados: renda mensal ou faturamento, valor de
bens, produção agropecuária e data da revisão cadastral.
Se detectados registros cadastrais que não atendam a algum dos
critérios, o sistema marca a respectiva inconsistência no cadastro.
Algumas inconsistências podem ser marcadas manualmente. É o
caso das relacionadas à ausência ou desatualização de dados pesso-
ais, básicos, profissionais e complementares, ou à falta de documen-
tos cadastrais.
Podem ser consultadas acessando o cadastro do cliente ou rela-
cionando clientes para determinada inconsistência cadastral na op-
ção de gerenciamento do cadastro.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 155

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CURSO CADASTRO

Como vimos nos exemplos acima, a marcação da inconsistência


influencia a classificação da situação do cadastro. Algumas
inconsistências classificam inicialmente o cadastro na situação
“pendente”. Se não regularizadas no prazo, a situação é
alterada para “desatualizado”. Em outras, a classificação da
situação é direta. Em todos os casos, o cadastro somente
retornará à situação “normal” quando regularizadas todas as
inconsistências cadastrais existentes.

5 – Inconsistência Cadastral – Regularização


A regularização ocorre mediante acerto da irregularidade ou atu-
alização do dado cadastral que gerou a inconsistência. Pode ser efe-
tuada por meio de atualização direta no cadastro ou de opção espe-
cifica para gerenciamento do cadastro, no aplicativo Clientes.
A opção de gerenciamento do cadastro deve ser verificada per-
manentemente. Ao detectarmos inconsistências cadastrais, deve-
mos providenciar, quando cabível, a imediata regularização, toman-
do por base os dados constantes nos documentos do cliente em po-
der da agência, ou solicitando-lhe a documentação necessária.
Vamos ver algumas inconsistências e as providências a serem
tomadas para regularizá-las. Mas não se limite apenas ao aqui vis-
to. É importante que você consulte as normas sobre o assunto para
conhecer também outras inconsistências.

5.1 – Cadastro não Concluído


Considerando as informações mínimas exigidas para o tipo de ca-
dastro, há algum módulo ou campo não preenchido. A regularização
ocorrerá com o registro dos dados faltantes.
Também pode ser o caso de alteração do tipo de cadastro: se o
tipo não estiver adequado ao relacionamento que o cliente mantém
no Banco, poderá estar exigindo informações desnecessárias.

5.2 – Tipo de Cadastramento Incompatível


O tipo de cadastro registrado é incompatível com o exigido para
o relacionamento que o cliente mantém com o Banco. Nesse caso, o
tipo de cadastro deve ser alterado, situação que poderá exigir a com-
plementação ou atualização de dados cadastrais.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

5.3 – Inconsistências Relativas a CPF/CNPJ Irregulares


Se o CPF estiver com a situação pendente de regularização, sus-
penso, cancelado ou inexistente na Receita Federal, é apontada in-
consistência no cadastro. O mesmo ocorre para o CNPJ suspenso,
baixado, nulo, inapto ou inexistente na Receita.

5.3.1 – Regularização de Inconsistências Relativas ao CPF


Se o CPF estiver na situação pendente de regularização ou sus-
penso, a inconsistência será baixada após sua regularização na Re-
ceita, ato que deve ser providenciado pelo cliente, inclusive por in-
termédio do Banco.
No caso de CPF cancelado, não há como regularizá-lo na Receita.
Se houver outro CPF em situação regular, pode ser aberto novo MCI,
se ainda não existir, e os produtos existentes transferidos, se possí-
vel, ou encerrados. O cadastro antigo deve permanecer na base do
Banco para fins de histórico.
Para CPF inexistente, vale o que foi dito para o cancelado, exce-
to que, se não houver produtos ou poderes outorgados, o cadastro
poderá ser unificado ao MCI com CPF regular.

5.3.2 – Regularização de Inconsistências Relativas ao CNPJ


Se o CNPJ estiver na situação suspenso ou inapto, a inconsis-
tência somente será baixada após o cliente regularizar a situação na
Receita Federal.
No caso de CNPJ baixado ou nulo, em regra, não há como regula-
rizá-lo. Deve-se obter o documento de dissolução da pessoa jurídica
ou Certidão de Baixa do CNPJ (no sítio da Receita), encerrar os pro-
dutos eventualmente existentes e efetuar as atualizações cadastrais
(módulos Dados Básicos e Relacionamentos). Esse procedimento é
necessário inclusive para evitar replicação indevida de anotação ca-
dastral para os sócios/dirigentes.
Para CNPJ inexistente, observadas as normas e a inexistência de
produtos vinculados, o cadastro poderá ser unificado. Se não for per-
mitido, permanecerá na base para fins de histórico.

5.4 – Inconsistências no Módulo Dados Profissionais


Neste módulo podem ocorrer inconsistências por motivo de desa-
tualização, inconsistência de dados ou interrupção de pagamentos.
Desatualização: gerada a partir do prazo de atualização da renda
previsto nas normas, considerando a data de referência. De posse do

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CURSO CADASTRO

novo documento comprovando a renda, os dados devem ser atualiza-


dos, o que regularizará a inconsistência.
Inconsistência de dados: relacionada a pagamentos efetuados pe-
lo empregador por meio do Banco, em decorrência de:
• falta de registro da ocupação exercida pelo cliente no cadas-
tro. Identificada a fonte pagadora e verificado que se trata de
relação de emprego, obtenha o respectivo comprovante de ren-
da e providencie a inclusão da ocupação;
• inexistência do MCI do empregador na ocupação ou divergência en-
tre o MCI do empregador registrado no cadastro com o MCI da fon-
te pagadora. Identifique a fonte pagadora e atualize a ocupação;
• duas ou mais ocupações com o mesmo MCI da fonte pagado-
ra. Verifique os dados registrados, e efetue, se necessário, as
devidas atualizações.
Interrupção de pagamentos: também relacionada a pagamentos
efetuados pelo empregador por meio do Banco. Deve ser identificado
qual o motivo da interrupção (demissão, aposentadoria, mudança de
emprego, etc.) e atualizado o módulo ou a ocupação.

5.5 – Dados Complementares Desatualizados


Inconsistência gerada a partir do prazo de atualização do fatura-
mento previsto nas normas, considerando a data de referência. De
posse do novo documento comprovando o faturamento, atualize o
módulo Dados Complementares, o que regularizará a inconsistência.

5.6 – Bens e Patrimônio Desatualizados


Inconsistência gerada a partir do prazo de atualização dos bens
previsto nas normas. Nesse caso, é considerada a data do valor de
cada bem registrado no cadastro. Para regularização, o bem deve ser
atualizado ou, caso não pertença mais ao cliente, baixado.

5.7 – Inconsistências Relativas ao Endereço


O endereço que gerou devolução de correspondência ou que te-
nha acusado CEP não localizado na base dos Correios é marcado co-
mo inválido/inexistente, gerando inconsistência cadastral.
A regularização ocorre com a atualização do endereço com dados
válidos conforme a base dos Correios. Pode ser o caso, ainda, de ex-
clusão do endereço, desde que observada as informações mínimas
exigidas para o tipo de cadastro.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

5.8 – Cliente Duplicado e Unificação Cadastral


Vimos que a pessoa, física ou jurídica, deve ser cadastrada uma
única vez, com apenas um código MCI. Essa medida, além de evitar
fraudes, garante que sejam centralizadas as operações (ativas e pas-
sivas). Permite, também, centralizar as informações provenientes do
relacionamento do cliente com o Banco em uma única base de ano-
tações cadastrais.
Mas ocorrem situações em que é criado mais de um MCI para o
mesmo cliente, ou seja, uma duplicidade de cadastro.
Uma dessas situações ocorreu com a migração das informações
das bases independentes – BDC – para o aplicativo Clientes–MCI.
Outra ocorre com a possibilidade de registro de MCI com a condição
de não titular de CPF, normalmente para filhos, pais ou cônjuges,
que, num momento posterior, se inscrevem no CPF. Também pode
ocorrer o caso em que a pessoa possua ou tenha possuído mais de
uma inscrição no CPF, com MCI para cada um deles.
A unificação cadastral, procedimento para regularização da in-
consistência que agrupa dados cadastrais e produtos em um único
MCI, deve ser revestida de cuidados especiais, pois não é possível a
reversão da unificação processada. Uma vez realizada, os produtos
vinculados ao cadastro excluído migram automaticamente para o ca-
dastro mantido na base.
Por isso, a unificação deve ser precedida da certeza de que os
dados pertençam efetivamente àquela pessoa. Verifique os dados e a
documentação cadastral, os produtos eventualmente vinculados aos
cadastros, consulte a agência em que está o cadastro/produto, se for
o caso. Se a unificação for indevida, causará transtornos, prejuízos
financeiros e, pior, danos à imagem do Banco, inclusive com possibi-
lidade de sanções sob aspecto legal.
Quando você detectar a existência de dois ou mais códigos MCI
para a mesma pessoa, observe também as orientações a seguir.
• A unificação somente deve ser realizada pela agência detento-
ra do cadastro.
• Quando se tratar de pessoa física, o cadastro escolhido para
permanecer na base deve, obrigatoriamente, ser aquele que fi-
gure como titular do CPF.
Mas há casos em que não deve ser feita a unificação de cadastros
duplicados, como veremos.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 159

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CURSO CADASTRO

5.8.1 – Cadastros com Poderes Outorgados ou Produtos Vinculados


É vedada a unificação de cadastro que envolva CPF ou CNPJ dis-
tintos, inclusive zerados, inexistentes ou isentos, quando o MCI a ser
excluído possuir operações vinculadas ou poderes de conta corrente
outorgados de outros clientes.
Alterações nessas situações podem impactar as informações enca-
minhadas ao Banco Central para compor o CCS – Cadastro de Clientes
do Sistema Financeiro Nacional, com conseqüentes sanções ao Banco.
Se for verificada a existência de mais de um cadastro para o mes-
mo cliente, sendo que um deles com CPF de terceiros (dos pais, côn-
juge ou outras pessoas) e com produtos vinculados, observe:
• se for permitido que se efetue, diretamente no sistema de ori-
gem, o acerto ou a vinculação de todos os produtos ao cadas-
tro em que o cliente seja titular de CPF regular, os cadastros
poderão ser unificados após processados os acertos.
• se não for permitido, os produtos deverão ser encerrados e o
cadastro será mantido na base para fins de histórico, não sen-
do permitida a unificação. Após encerrados os produtos, o tipo
de cadastro poderá ser alterado para Indicativo, de forma que
não se apontem inconsistências, desde que contenha as infor-
mações mínimas para este tipo de cadastro.
Essas regras também se aplicam para os casos em que o clien-
te possua ou tenha possuído mais de um CPF, sem possibilidade de
unificação.

Fique atento:
Em hipótese alguma unifique cadastros de clientes diferentes ou quando você
não tiver absoluta segurança de que se trata da mesma pessoa.
Você estará melhor preparado para efetuar unificação cadastral após a leitura
das normas sobre o assunto. Por isso não pense duas vezes: acesse o LIC a fim
de assegurar o bom desempenho das suas atividades.

6 – Transferência de Cadastro
O cadastro deve estar localizado, preferencialmente, na depen-
dência em cuja jurisdição estiver situada a residência do cliente (se
pessoa física) ou a sede da administração financeira (se pessoa ju-
rídica) ou na agência onde o cliente centralize seus negócios com o
Banco.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

Isto posto, o cadastro pode ser transferido? Pode, como veremos


a seguir.
A transferência pode ocorrer em duas situações:
• com o envio pela dependência detentora do cadastro, quando
o cliente não mantiver operação na origem, mas opere com a
dependência de destino, ou
• por solicitação da dependência não detentora do cadastro,
quando o cliente mantiver operação com esta, independente-
mente de operar com a outra.
Em ambos os casos, a transferência será automática se o cliente
não mantiver operação na agência de origem. Fora dessa situação, a
transferência não será automática: o cadastro deve ser recebido ou
liberado pela agência.
Veja outros aspectos que devem ser observados na transferência
de cadastro.
Se você estiver na dependência detentora do cadastro:
• envie, via malote, todos os documentos que embasaram a con-
fecção e a atualização do cadastro para serem arquivados no
dossiê de documentos do cliente na dependência de destino;
• caso o cliente possua conta corrente ou de poupança, ain-
da que encerrada, extraia cópias dos documentos de identifi-
cação/constituição e CPF/CNPJ e as mantenha arquivadas no
dossiê de documentos do cliente, para cumprimento de deter-
minação do Banco Central.
Se você estiver na agência de destino, aguarde o recebimento
dos documentos enviados pela agência de origem, abstendo-se de
solicitar novamente ao cliente a documentação comprobatória. Ca-
so a agência detentora do cadastro não encaminhe a documentação,
contate-a e solicite o envio.
Fique atento para a necessidade de atualização do cadastro, so-
licitando qualquer outro documento que julgue necessário. Você po-
derá sedimentar seus conhecimentos, consultando no LIC 405.45 os
normativos que tratam do assunto.

7 – Opções para Acompanhamento do Cadastro


No aplicativo Clientes estão disponíveis opções para gerencia-
mento e regularização, consulta a indicadores e estatísticas, e mo-
nitoramento dos cadastros, acessadas por meio da opção Cadastra-
mento – Brasil.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 161

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CURSO CADASTRO

7.1 – Gerenciamento e Regularização do Cadastro


Na opção Gerenciamento do Cadastro, podemos efetuar pesqui-
sas por situação ou inconsistência cadastral, com o uso opcional de
filtros para limitação do resultado ao público ou critério desejado.
Na pesquisa por situação cadastral, o resultado relaciona os clien-
tes, a carteira a que pertençam e, se for o caso, a data limite para
regularização. Ao selecionar algum cliente listado, pode-se consultar
e até mesmo regularizar as inconsistências existentes.
Na tela do SisBB a seguir, ilustramos um exemplo de pesquisa em
que foram selecionados os cadastros em situação Pendente, do tipo
Intermediário, do mercado Pessoa Física.
Nesse caso, sabemos, de acordo com os filtros de pesquisa, quais
são os clientes que poderão apresentar cadastro desatualizado. Ao sele-
cionar um cliente, visualizamos suas inconsistências cadastrais e pode-
mos adotar as medidas necessárias para regularizá-las, quando cabíveis.

MCIM3994 SISBB - Sistema de Informacoes Banco do Brasil 10/09/2007


FXXXXXXX Clientes 09:16:54
---------------------- Consulta por Situacao do Cadastro ----------------------

Agencia: 0000 NNNNNNNNN


Sit. Cadastro: _3 (+) PENDENTE Tipo Cadastro..: _5 (+) INTERMEDIARIO
Tipo Mercado.: _1 (+) Pessoa Fisica Origem Cadastro: __ (+)
Listar a Partir: ______________________________

Sel Nome/Razao social CPF/CNPJ Dta Limite Carteira


--- -------------------------- --------------------- ----------- ------------
_ ANA MARIA XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 PREFERENCIAL
_ CARLOS ANDRE XXX.XXX.XXX-XX 09/04/2008
_ EDSON MARCOS XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 EXCLUSIVO
_ FABIANA APARECIDA XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 PREFERENCIAL
_ JOAO PEDRO XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 INFORMATIVO
_ MARIA APARECIDA XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 EXCLUSIVO
_ MARIO JOSE XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007
_ PEDRO PAULO XXX.XXX.XXX-XX 12/09/2007 PREFERENCIAL
------------------------------------------------------------------------------
F1 Ajuda F3 Sai F4 Seleciona (+) F7 Anterior F8 Proxima

Quando efetuada pesquisa por inconsistência cadastral, são


mostrados os clientes, a situação cadastral e a carteira. Ao sele-
cionarmos um cliente da lista, podemos regularizar a inconsistência
pesquisada.
No exemplo a seguir, a pesquisa foi efetuada pela inconsistência Da-
dos Profissionais Desatualizados, para clientes pessoa física com cadas-

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

tro Completo em situação Desatualizado. Nesse caso, podemos consultar


e regularizar uma inconsistência específica, motivo pelo qual devemos
atentar para a existência de outras inconsistências para o cliente.

MCIM3993 SISBB - Sistema de Informações Banco do Brasil 10/09/2007


FXXXXXXX Clientes 09:54:39
------------------ Consulta por Inconsistência do Cadastro ------------------

Agência: 0000 NNNNNNNNNN


Inconsistência: 14 (+) DADOS PROFISSIO Tipo Cadastro..: _6 (+) COMPLETO
Sit. Cadastro.: _5 (+) DESATUALIZADO Origem Cadastro: __ (+)
Tipo Mercado..: _1 (+) Pessoa Fisica Listar a Partir: ______________________
Via Inclusão..: _1 (+) Todas
Sel Nome/Razao social CPF/CNPJ Situacao Carteira
--- -------------------------- --------------------- ---------- ------------
_ ANDRE MARCOS XXX.XXX.XXX-XX DESATUALIZ PREFERENCIAL
_ ELAINE MARIA XXX.XXX.XXX-XX DESATUALIZ
_ ROBERTO MARIO XXX.XXX.XXX-XX DESATUALIZ EXCLUSIVO
_ SANDRA APARECIDA XXX.XXX.XXX-XX DESATUALIZ PREFERENCIAL
_ WALTER JOSE XXX.XXX.XXX-XX DESATUALIZ INFORMATIVO

------------------------------------------------------------------------------

F1 Ajuda F3 Sai F4 Seleciona (+) F7 Anterior F8 Proxima F9 Detalhes

Na opção de gerenciamento, podemos também:


• registrar inconsistências cadastrais;
• efetuar unificação, revisão e transferência de cadastros;
• acompanhar os instrumentos de mandato a vencer, e
• tratar outras informações, como envio da data “cliente bancá-
rio desde” a outras instituições financeiras.

7.2 – Indicadores/Estatísticas do Cadastro


A opção Indicadores/Estatísticas permite acompanhar a quantida-
de de cadastros e seus indicadores de qualidade.
A quantidade de cadastros pode ser verificada em uma certa da-
ta, com opções de pesquisa por situação cadastral, tipo de cadastra-
mento, origem do cadastramento ou inconsistência cadastral. Com
as mesmas opções de pesquisa, é possível consultar a evolução dos
cadastros para um período determinado.
A qualidade cadastral é apresentada na forma de indicadores de
consistência cadastral e de acompanhamento de estoque e de pen-
dências. Os índices, que variam de 0,00 a 1,00, são os seguintes.

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CURSO CADASTRO

Índice de Consistência Cadastral – ICC: indica a quantidade de


cadastros em situações consideradas regulares (Normal, Normal com
Alerta, Aguardando Confirmação e Pendente) em relação ao total de
cadastros regulares e desatualizados.
Avaliação: quanto maior, melhor.
Índice Consistência Total – ICT: indica a quantidade de cadastros
em situações consideradas regulares em relação aos cadastros regu-
lares, desatualizados e em situação Estoque.
Avaliação: quanto maior, melhor.
Índice de Regularização de Estoque – IRE: indica a evolução da re-
gularização dos cadastros em situação Estoque, comparando a quan-
tidade atual de cadastros nesta situação com a quantidade inicial.
Avaliação: quanto menor, melhor.
Índice de Impacto de Pendências – IIP: compara a quantidade de
cadastros na situação Pendente em relação aos cadastros considera-
dos regulares e desatualizados, indicando o potencial de incremento
de cadastros desatualizados, caso não tomadas as providências no
tempo determinado para regularização das pendências.
Avaliação: quanto menor, melhor.
Índice de Regularização de Pendências – IRP: indica a regulariza-
ção de cadastros em situação Pendente antes de serem considerados
desatualizados, destacando os esforços despendidos na manutenção
da qualidade cadastral.
Avaliação: quanto maior, melhor.

7.3 – Monitoramento Especial


Na opção Monitoramento Especial, podemos consultar o histórico
de acessos ao cadastro e as atualizações efetuadas. As informações
estão disponíveis a partir do ano de 1998, por cliente ou por usuá-
rio. O histórico cadastral também constitui ferramenta de segurança,
uma vez que contém os registros de quem, quando e o que foi con-
sultado, cadastrado ou atualizado.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

8 – Fornecimento de Informações

8.1 – Ao Cliente
Desde que não se destine a fins litigiosos, pode ser fornecido atesta-
do de idoneidade moral e financeira ao cliente, nos seguintes termos:
“Declaramos que (nome e CPF ou CNPJ) vem
demonstrando idoneidade moral e financeira
nos seus negócios com este Banco.”

Por determinação do Código de Defesa do Consumidor, e me-


diante requerimento formal, o cliente pode ter acesso às informa-
ções consignadas em seu cadastro, bem como às respectivas fon-
tes, sendo-lhe facultada a correção de informes comprovadamente
inexatos.

Fique Atento!
• Por medida de segurança e visando preservar o sigilo bancário
do cliente, em hipótese alguma é permitido o trânsito de
documentos ou cópias de documentos internos do Banco – e
tampouco da ficha cadastral – fora do recinto da agência.
Eventuais transcrições devem ser efetuadas em papel sem
timbre e não podem conter assinaturas de prepostos do
Banco.
• É vedado fornecer declarações formais eximindo o cliente
de anotações restritivas no Cadin, Serasa e SCPC, ou de
informações no SCR. Também não pode ser fornecida cópia
da telas do sistema, independentemente do resultado da
pesquisa. Eventuais solicitações nesse sentido devem ser
recusadas e o cliente orientado a dirigir o pleito diretamente
à instituição em que conste o registro.

8.2 – A terceiros
Observe as condições abaixo, para prestar informações a tercei-
ros sobre pessoa cadastrada no Banco:
• Atenda somente solicitações referentes a cliente cadastrado no
Banco e desde que formuladas por pessoas físicas ou jurídicas
idôneas e que não se dediquem ao comércio de informações.
• Forneça as informações verbalmente e em caráter reservado,
esclarecendo que o Banco não se responsabiliza pelo conteú-
do informado.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 165

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CURSO CADASTRO

Atenção: não informe em hipótese alguma:


• valores relativos a movimentação de conta corrente, aplicações
financeiras, operações de crédito, etc., existentes no Banco;
• resultados de análises de demonstrações financeiras e de perí-
cias contábeis;
• notas desabonadoras decorrentes do relacionamento com o Banco.
Informações solicitadas por não-cliente da dependência devem
ser encaminhadas à dependência de relacionamento, para que esta
as retransmitam ao interessado.
Ao Banco Central pode ser fornecida informação ou ficha cadas-
tral, desde que formalmente solicitada, com a aposição da expres-
são “CONFIDENCIAL – AO BACEN” em todas as páginas. O critério
se estende aos funcionários daquele Banco, quando no exercício das
funções de fiscalização, aos quais é permitido o exame de fichas ca-
dastrais na agência.
Visando favorecer a recuperação de crédito em situação irregu-
lar, inclusive de operações ajuizadas, podem ser fornecidas às enti-
dades destinadas ao serviço de proteção ao crédito informações so-
bre clientes responsáveis por operações em curso anormal, mediante
assinatura de convênio.
Por determinação do Bacen (Resolução CMN 1.682/90), no caso
de cheque de emissão do cliente e devolvido pelos motivos 11 a 14,
21, 22 e 31, você deve prestar as seguintes informações, desde que
formalmente solicitadas pelo interessado:
• nome completo e endereços residencial e comercial do
emitente;
• motivo alegado para a sustação ou revogação, no caso de che-
que devolvido pelo motivo 21.
Mesmo assim, tais informações (motivos 11 a 14, 21, 22 e 31 e
apenas estes) só podem ser prestadas:
• ao favorecido do cheque (cheque nominal) ou a mandatário le-
galmente constituído;
• ao portador, no caso de cheque de valor até R$ 100,00, desde
que não-nominativo.
O atendimento dessas condições visa evitar que o cliente possa
ser prejudicado de alguma forma, ou que o Banco venha a ser punido
por descumprimento da legislação em vigor (Lei do Sigilo Bancário,
Código de Defesa do Consumidor ou normatização do Bacen).

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO

Fique Atento!
Os dados constantes na base de Anotações Cadastrais de
Pessoas são confidenciais e devem ser utilizados apenas
para subsidiar decisões internas. É vedada sua divulgação a
terceiros.

E, mais uma vez, vamos ao LIC!


Os assuntos vistos aqui abordam o gerenciamento do cadastro
de maneira geral. Para maior aprofundamento e excelência
no desempenho de suas funções, e como feito nas unidades
anteriores, acesse o LIC 405.45 e consulte as normas sobre
o tema. Sobre prestação de informações, as normas estão no
LIC 405.1.2.300.

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CURSO CADASTRO

REVISÃO
Mais um pouco e você terá concluído o curso. Agora, como das
outras vezes, é tempo de revisão.
Pode parecer repetitivo, mas você já sabe da importância do ca-
dastro bem feito e atualizado. O termo “atualizado” vai bem no con-
texto, pois não basta cadastrar o cliente, arquivar seus documentos
e esquecer o assunto. Lembre-se de que mudanças ocorrem. O clien-
te pode casar-se, mudar de endereço, mudar de emprego, alterar os
seus sócios, mudar seu ramo de atividade, etc.
Todas as mudanças que ocorrerem e qualquer outro fato que sur-
ja e que possa alterar seu conceito sobre o cliente precisa ser ano-
tado. Por isso, o cadastro precisa ser revisado ou atualizado com
freqüência.
Mas, em suma, no que consiste a revisão e a atualização?
Por revisão entendam-se a checagem geral e periódica em todos
os dados cadastrais por meio de uma opção específica do aplicativo
Clientes, e o registro das alterações que forem necessárias.
O cadastro de tipo completo exige revisão anual; o intermediá-
rio, a cada cinco. Os demais tipos não estão sujeitos a revisões obri-
gatórias. Todavia, independentemente do tipo e do prazo, a revisão
pode ocorrer sempre que surgir alguma necessidade, como é o ca-
so, por exemplo, do estabelecimento de limite de crédito de pessoa
jurídica.
Atualização significa o registro de fato ou circunstância que im-
pliquem alteração de dados cadastrais, ou quando detectada alguma
inconsistência de dados.
Mas quem pode efetuar as alterações?
Normalmente é a agência detentora do cadastro, mas qualquer
outra pode fazê-lo, se alguma ocorrência for de seu conhecimento.
Existem registros que são alterados pelos sistemas do Banco. O pró-
prio cliente também pode alterar alguns dados via Central de Atendi-
mento, Auto-Atendimento ou Gerenciador Financeiro.

Mas fique atento.


Alguns dados alterados pelo cliente
precisam ser comprovados.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO
Pimeira Unidade – CADASTRO

Volte ao texto e verifique, mais uma vez, quais são as situações


de cadastro. Elas revelam como está o cadastro do cliente em função
de sua regularidade, completeza e atualização ou situação dos produ-
tos mantidos com o Banco.
Você sabe também que cada cliente do Banco pode possuir ape-
nas um MCI. Mas ocorrem situações em que são criados dois ou mais
MCI para o mesmo cliente.
Verifique os clientes de sua agência, e se detectar mais de um ca-
dastro para o mesmo cliente, faça a unificação cadastral, observando
se há impedimento para tal. Mas tome cuidado: após unificado, não
será possível fazer a reversão. Portanto, você deverá ter certeza ab-
soluta de que se trata de um único cliente.
Finalmente, queremos chamar sua atenção para o sigilo que de-
vem revestir-se as informações contidas no cadastro. Fique alerta,
sempre que aparecer alguém desejando obter informações acerca de
um determinado cliente.
Saiba que o próprio cliente pode solicitar formalmente o acesso
às informações consignadas em seu cadastro, bem como às respec-
tivas fontes, e requerer a correção de informes comprovadamente
inexatos.
No caso de terceiros, atenda e forneça as informações verbal-
mente e em caráter reservado, sem impingir responsabilidades ao
Banco, somente quando solicitadas por pessoas físicas ou jurídicas
idôneas e que não se dediquem ao comércio de informações.
Mas não forneça de forma alguma números e valores sobre conta
corrente, aplicações financeiras e créditos tomados no Banco, bem
como o resultado de análises e perícias e qualquer fato desabonador
constante no cadastro.
Ao Banco Central pode ser fornecida cópia do cadastro. Aos seus
funcionários, quando no exercício de fiscalização, pode ser facultado
o exame de fichas cadastrais da agência.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 169

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CURSO CADASTRO

EXERCÍCIOS
1. Marque a opção correta.
a) A situação “em estoque” indica que o cadastro está atualizado,
apesar de o cliente não demandar crédito no momento.
b) A situação “normal” indica que o cadastro está atualizado e pos-
sui todas as informações necessárias de acordo com seu tipo.
c) A situação “pendente” permanecerá até que aconteça a regulari-
zação de todas as inconsistências cadastrais existentes.
d) A situação “inativo” indica que o cliente não movimentou a conta
corrente nos últimos dois meses.
e) Cliente com CPF suspenso bloqueia a conta corrente, classifican-
do o cadastro na situação “desatualizado”.

2. Marque falso (F) ou verdadeiro (V) e assinale a opção correta.


( ) Na revisão cadastral, todos os dados devem ser verificados e efe-
tuadas as atualizações necessárias.
( ) O cadastro do tipo simplificado dos procuradores de pessoa jurí-
dica com limite de crédito no Banco não estão sujeitos a revisão
cadastral.
( ) A atualização cadastral ocorre com o registro das ocorrências que
alteraram algum dado cadastral do cliente.
( ) A confirmação de dados cadastrais confere segurança e confia-
bilidade à informação e pode ser efetuada por funcionário comis-
sionado da agência que incluiu o registro.
( ) O cliente pode atualizar seus dados cadastrais pela internet, apre-
sentando os respectivos documentos que comprovem as atualiza-
ções, quando necessário.
a) V, V, V, F, V.
b) F, F, F, F, V.
c) V, F, V, F, V.
d) F, V, F, V, F.
e) V, F, V, V, F.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO
Primeira Unidade – CADASTRO

3. Analise as afirmativas e marque a opção correta.


I dois cadastros com o mesmo CPF, pertencentes a pessoas distin-
tas, sem produtos vinculados, não podem ser unificados.
II dois cadastros com CPF diferentes, pertencentes à mesma pes-
soa, com produtos vinculados, podem ser unificados.
III dois cadastros com mesmo CPF, pertencentes à mesma pessoa,
com poderes outorgados, devem ser unificados.
IV dois cadastros com CPF diferentes, pertencentes à mesma pes-
soa, sem produtos vinculados e com poderes outorgados, podem
ser unificados.
V dois cadastros com CPF iguais, pertencentes à mesma pessoa,
com produtos vinculados e com poderes outorgados, podem ser
unificados.
a) I e II estão corretas.
b) II, IV e V estão corretas.
c) I, III e V estão corretas.
d) III e IV estão erradas.
e) II, III e IV estão erradas.

4. Relacione a coluna da esquerda com a direita e marque a alternati-


va correta, com relação a rotinas de gerenciamento de cadastro.
I Unificação ( ) Necessário na revisão do limite de crédito de PJ.
II Atualização ( ) Alteração do estado civil.
III Revisão ( ) Verificação de todo o cadastro.
( ) Une dois MCI em um só.
( ) Pode ser efetuada por qualquer agência.
a) I, III, II, II, I.
b) III, II, I, II, II.
c) II, II, I, III, II.
d) III, II, III, I, II.
e) II, III, I, I, II.

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CURSO CADASTRO

5. Sobre fornecimento de informações cadastrais, marque falso (F)


ou verdadeiro (V) e assinale a opção correta.
( ) As súmulas de limite de crédito podem ser fornecidas à Serasa,
caso solicitadas.
( ) O cliente pode solicitar cópia de sua ficha cadastral.
( ) Mediante convênio, pode-se fornecer informações de cliente
inadimplente ao SCPC.
( ) O Banco do Brasil está autorizado a acolher reclamação de cliente
a ser dirigida ao Cadin.
( ) O cliente pode solicitar retificações em sua ficha cadastral.
a) F, F, V, V, F.
b) V, V, F, F, V.
c) F, V, F, F, V.
d) V, F, V, V, F.
e) F, F, V, F, V.

6. São motivos para marcação de inconsistência cadastral, EXCETO.


a) Ausência de documentos cadastrais, número do documento de
identificação não informado e irregularidade no endereço.
b) prazo de atualização da renda mensal e dos bens vencido, e na-
tureza jurídica incompatível.
c) prazo de revisão cadastral vencido, CNPJ cancelado e falta de da-
dos pessoais.
d) CPF suspenso, CEP inexistente e tipo de cadastro diferente do re-
querido pelo relacionamento mantido pelo cliente.
e) prazo de atualização do faturamento vencido, nome do pai faltan-
te e endereço inválido.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO
Primeira Unidade – CADASTRO

7. O cadastro deve ser atualizado, EXCETO.


a) Sempre que o cliente apresentar novo comprovante de renda.
b) Toda vez que o cliente comparecer à agência, mesmo que nada
tenha sido alterado.
c) Quando houver classificação do cadastro na situação pendente.
d) Quando existir modificação de contrato social, com admissão de
novo sócio e alteração de dirigentes.
e) Na apresentação de relação de faturamento anual em que o valor
total seja inferior ao do ano anterior.

8. Ao beneficiário de um cheque devolvido por motivo de sustação


do pagamento, podem ser informados.
a) Motivo da sustação, nome completo e endereços do emitente.
b) Saldo em conta corrente e endereços do emitente.
c) Nome completo e relação de bens do emitente.
d) Motivo da sustação, relação de bens e saldo em conta corrente
do emitente.
e) Saldo em conta corrente, relação de bens e endereços do emiten-
te.

Universidade Corporativa Banco do Brasil 173

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CURSO CADASTRO

GABARITO
1 – B
Situação de cadastro indica sua atualização ou situação dos pro-
dutos mantidos no Banco. Quando na situação “pendente”, indica a
existência de algum indício de desatualização. Permanece assim até
à data limite indicada no sistema. Se não for atualizado, nessa data
migra para a situação “desatualizado”.
Caso o cliente esteja com seu CPF ou CNPJ irregular, o cadastro
assume a situação “bloqueado”. Caso esteja com todos os produtos
encerrados no Banco, a situação passa para “inativo”.
“Em estoque” é uma situação que engloba todos os cadastros
que, em 29.02.2004, encontrava-se em alguma das situações pen-
dente, desatualizado, bloqueado, inadimplente ou inativo e que per-
manecem sem regularização.

2 – C
Algumas situações requerem a revisão do cadastro, independen-
temente do tipo e dos prazos. É o caso, por exemplo, do estabele-
cimento ou revisão do limite de crédito, ocasião em que a empre-
sa, seus sócios, dirigentes e representantes devem ter seu cadastro
revisado.
A confirmação de dados cadastrais deve ser feita por funcionário
comissionado da agência detentora do cadastro.

3 – C
A unificação cadastral exige cuidados extremos. É preciso ter
certeza absoluta de que se trata da mesma pessoa, pois, uma vez
concretizada, não mais será possível reverter o procedimento.
É vedada a unificação de cadastro com CPF ou CNPJ diferentes,
inclusive zerados e isentos, na hipótese de o MCI a ser excluído pos-
suir operações vinculadas ou poderes outorgados.

4 – D
Neste caso, reforçamos o entendimento de que a revisão cadas-
tral, que consiste em verificar todos os dados cadastrais e efetuar
atualizações necessárias, pode ocorrer independentemente do tipo
de cadastro e prazo, quando a situação assim o exigir.

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Sétima Unidade – GERENCIAMENTO DO CADASTRO
Primeira Unidade – CADASTRO

A atualização deve ser feita sempre que surgir algum fato ou


condição que demande alteração dos dados cadastrais, por qualquer
agência que tenha conhecimento do ocorrido. É necessária a comuni-
cação e o encaminhamento dos documentos à agencia detentora do
cadastro.

5 – E
Resultados de análise de demonstrações financeiras ou de perí-
cias contábeis não podem ser fornecidos a terceiros.
Ao cliente, por força do Código de Defesa do Consumidor, pode
ser facultado o acesso às informações constantes de seu cadastro,
a serem vistas no recinto da agência, mediante requerimento e agen-
damento de dia e hora, ocasião em que ele poderá solicitar eventual
correção de dados, comprovadamente inexatos.
Reclamações de clientes contra informações da Serasa, Cadin,
SCPC ou Bacen, devem ser por ele dirigidas diretamente ao órgão ou
instituição responsável.

6 –E
Quando não constar o nome do pai nos documentos de identifica-
ção do cliente, tal campo poderá ficar EM BRANCO no cadastro. Não
é, portanto, motivo para marcação de irregularidade no cadastro.

7 – B

8 - A
Por determinação do Bacen (Resolução CMN 1.682/90), no caso
de cheques devolvidos pelos motivos 11 a 14, 21, 22 e 31, o Banco
pode prestar as informações abaixo ao beneficiário do cheque, desde
que formalmente solicitadas.
• Nome completo.
• Endereço residencial e comercial do emitente.
• Motivo alegado para a sustação (motivo 21).
Tais informações (e somente essas e nos motivos citados) devem
ser prestadas ao favorecido do cheque ou mandatário legalmente ha-
bilitado ou ao portador, no caso de cheque de até cem reais, desde
que não nominativo.

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Mensagem
de Encerramento
Durante este curso, conhecemos a importância do cadastro para
o Banco e a necessidade de que seja corretamente confeccionado e
mantido atualizado. Essa é a condição primeira para o desempenho
de suas atividades na manutenção e no estreitamento das relações
com os clientes.

Os assuntos aqui vistos buscaram fornecer visão abrangente so-


bre o cadastro e, reforçando o que foi dito ao longo do curso, não
esgotam o tema. Por isso, é fundamental que, em breve tempo, você
participe do curso oferecido na intranet.

Além da realização desses cursos, a atenta e permanente consul-


ta ao LIC 405 irá fornecer a base de conhecimento para a participa-
ção nos demais cursos que compõem o Programa Qualidade do Cré-
dito e oferecidos pelo Banco

Finalmente, combine com o coordenador de seu treinamento o lo-


cal, dia e hora para aplicação da verificação da aprendizagem.

Sucesso na empreitada!

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