Prova de Análise Macroeconômica II – (Valor = 30 pontos)
Aluna: Letícia Vitoria de Oliveira Matrícula: 2019054021
1. Ao partir do ponto de equilíbrio de médio prazo no modelo AO/DA, se considera
as seguintes equações:
a) Uma política de expansão monetária ocasiona um aumento na moeda
nominal(M) que por sua vez também aumenta o estoque real de moeda (M/P) e o produto, sendo assim a curva da demanda agregada vai se deslocar para a direita como mostra no gráfico abaixo. No curto prazo a linha de demanda agregada(DA) se desloca(DA’), mas a de oferta agregada(AS) não, ou seja o ponto A’ é o equilíbrio nesse prazo, onde se tem mais produto e também um preço maior, porém no médio prazo a linha AS também se desloca, pois a economia tende a voltar a ter equilíbrio em Yn sendo assim o novo ponto de equilíbrio é A’’, onde o preço aumenta ainda mais que no ponto A’, porém o produto volta a ser o natural, ou seja no curto prazo a política monetária aumenta a produção e o nível de preços e no médio prazo ela aumenta ainda mais o nível de preços porém não tem efeito na produção. No curto prazo, quando o produto e o nível de preços aumentam, existe uma diminuição na taxa de juros evidenciada pelo deslocamento da curva LM para baixo(LM’), se os juros diminuem o investimento por sua vez aumenta o que explica também o aumento da produção. Se os preços não alterassem a curva LM desceria ainda mais(LM’’), sendo o ponto B o equilíbrio. No médio prazo a curva LM’ se desloca ao seu local inicial(LM), porque os preços continuam a aumentar com a produção maior que a natural, então A se torna novamente o ponto de equilíbrio, significando que as taxas de juros aumentam, voltando ao nível inicial, o que ocasiona em menos investimento e queda da produção para Yn e o estoque real de moeda volta a ser o que era antes. *Gráficos encontrados no livro sobre Macroeconomia de Olivier Blanchard.
b) Nesse caso de política fiscal for
expansionista a tributação(T) permanece a mesma e os gastos do governo(G) aumentam fazendo com que mais renda circule na economia, sendo assim a curva de demanda agregada(DA) se desloca para a direita(DA’), como mostrado no gráfico, e o novo ponto de equilíbrio se torna A’, ou seja, o produto e o preço aumentam no curto prazo, e considerando que T não muda, os investimentos diminuem para compensar o aumento dos gastos. Ainda no curto prazo, a curva IS e a LM deslocam para cima (IS’ e LM’), o novo ponto de equilíbrio se torna A’, onde se observa que a taxa de juros aumentou juntamente com a produção. Considerando que o produto tem a tendência a voltar a Yn, no médio prazo o novo ponto de equilíbrio se torna A’’ (ponto de encontro entre AS’ e AD’), pois a curva AS se desloca para a esquerda(AS’), nisso o nível de preços aumenta ainda mais (P’’) e a produção volta ao natural. E ao observar o segundo gráfico, no médio prazo, LM’ continua deslocando para Y’ voltar a Yn, chegando ao ponto de equilíbrio em A’’ (ponto de encontro entre LM’’ e IS’), onde a taxa de juros é ainda mais alta que em A’. Resumindo no curto prazo o produto, a taxa de juros e o preço aumentam e no médio prazo o produto volta ao nível inicial, a taxa de juros e o preço aumentam ainda mais e existe uma queda no investimento que é proporcional ao aumento dos gastos do governo. *Gráfico feito à mão baseado no do livro de Macroeconomia de Olivier Blanchard.
2. A taxa de inflação e a taxa de desemprego tem uma relação inversa,
representada na curva de Phillips, ou seja, se a inflação aumenta a taxa de desemprego diminui e vice-versa. Isso é possível porque se mais pessoas estão empregadas, ou o salário está maior, mais renda é gerada na economia, o que acarreta num aumento da demanda por bens e serviços, levando as empresas a aumentarem os seus preços, pois tem pouca competição no mercado devido à alta demanda, e assim gerando uma inflação. Sendo assim é possível observar que a afirmação “a relação entre inflação de serviços e taxa de desemprego ganha uma importância ainda maior, na medida em que este é o principal caminho (e, muitas vezes, o único) através do qual a política monetária poderá controlar a taxa de inflação” (IBRE, 2018) é verdadeira, por exemplo ao aumentar a taxa de juros sobre a demanda dos bens não comercializáveis, dentro do país, o custo do crédito vai ser maior o que por sua vez faz com que a poupança seja mais lucrativa, assim as pessoas tendem mais a poupar do que gastar, a demanda de bens e serviços vai cair, as empresas consequentemente têm mais competição e para tornar o seu produto e/ou serviço mais atrativo diminuem os preços e a taxa de inflação desce. Todavia o aumento ou diminuição dos juros de um país sobre a demanda global dos bens comerciáveis tem pouca influência na taxa de inflação destes, ao menos que essa influência se expanda a taxa de câmbio. Na figura acima é possível observar a relação negativa entre a taxa de inflação(vertical) e a taxa de desemprego(horizontal) no Brasil entre o ano de 2003 até 2017, cada ponto mostrando as taxas presentes nesse período e a linha tracejada é a relação inversa entre as taxas, mesmo que na parte direita os pontos não sejam tão fieis à reta. Ao analisar a linha no gráfico é perceptível que para a taxa de inflação estar em 5,5% é preciso que a taxa de desemprego seja aproximadamente 14%, isso seria o custo total, e para diminuir/aumentar 1% da taxa de inflação é necessário que o desemprego aumente/diminua cerda de 2,6%, sendo esse o custo marginal representado no gráfico acerca desse período da economia brasileira.
3. a) Lei de Okum → ut - ut-1 = -0,4*(gyt - 3%)
A equação acima representa a relação entre crescimento econômico e taxa de desemprego, nesta fórmula ut-ut-1 é Δu, ou seja, o quanto a taxa de desemprego vai variar de acordo com -0,4(mede o desvio do crescimento do produto, a cada 1% que o produto cresce acima do normal, a taxa de desemprego diminui 0.4%) multiplicado pela taxa de crescimento efetivo do produto(gyt), menos 3% que é a taxa de crescimento do produto(PIB) mínima para que Δu não aumente. Curva de Phillips → πt - πt-1 = - (ut - 5%) A equação acima representa a relação entre inflação, inflação esperada e desemprego, nesta fórmula πt - πt-1 indica a variação da inflação que por sua vez está negativamente relacionada com a taxa de desemprego(ut) menos a taxa de desemprego natural(un) que nesse caso é 5%, sendo assim se ut for menor/maior que un(5%) a inflação (πt) sera maior/menor que a anterior (πt-1). Demanda Agregada → gyt = gmt - πt A equação define que a taxa de crescimento do produto (gyt) se dá pela diferença entre a taxa de crescimento da moeda nominal (gmt) e a inflação, ou taxa de crescimento do nível de preços (πt), caso gmt<πt → gyt irá diminuir e se gmt>πt → gyt irá aumentar. b) A taxa natural de desemprego(un) pode ser considerada a tendência para qual a taxa de desemprego se dirige ao longo prazo, sendo usada como um parâmetro para o controle da inflação, pois se a taxa atual de desemprego(ut) de uma economia for menor/maior que a u n o nível de preços vai aumentar/diminuir. A variação da un pode se dar através da taxa de crescimento da produtividade(aumenta), o envelhecimento da população (diminui quando há mais idosos), aumento da população carcerária(diminui), aumento dos empregos temporários(diminui), aumento da quantidade de trabalhadores inválidos(diminui). Através da equação da curva de Phillips dada (πt - πt-1 = - (ut - 5%)) é possível perceber que na economia em pauta a taxa de desemprego natural é 5%. c) Considerando que: ut=ut-1=5% e πt=8% A taxa de crescimento pode ser dada pela Lei de Okun: ut - ut-1 = -0,4*(gyt - 3%) 0,05-0,05 = -0,4(gyt - 0,03) 0 = -0,4gyt + 0,012 0,4gyt = 0,012 gyt = 0,012/0,4 gyt =0,03 = 3% A taxa de crescimento da oferta da moeda pode se dar pela Demanda Agregada: gyt = gmt - πt 0,03 = gmt - 0,08 gmt = - 0,08 – 0,03 gmt = 0,11 = 11% Assim, podemos concluir que a taxa de crescimento do produto = 3%, e a taxa de crescimento da oferta de moeda = 11%