Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ECONOMIA

Nome: Igor Rodrigues Duarte

IEE129: Teoria Macroeconômica I – 2023.2

Professora: Lídia Brochier

Roteiro de estudos 1: Modelo neoclássico

1- No modelo clássico, os fatores que determinam a produção e o emprego são os que determinam
as posições das curvas de oferta e demanda por trabalho, bem como a posição da função produção
agregada. A função produção é deslocada por uma mudança tecnológica que altera a quantidade de
produto obtido a partir de quantidades fixas de insumos. Além disso, formação bruta de capital,
crescimento populacional, e preferências dos indivíduos entre trabalho e lazer, são fatores que
determinam o produto e o emprego. A demanda agregada não influencia na determinação do
produto e emprego, já que no modelo clássico, os níveis de produção e emprego são determinados
exclusivamente por fatores associados à oferta

2- Para os economistas clássicos, a moeda era um “véu” que determinava os valores nominais pelos
quais medimos variáveis como o nível de atividade econômica, mas ela não tinha efeito sobre as
quantidades reais. A quantidade de moeda não afeta os valores de equilíbrio das variáveis reais do
sistema: o produto real, o emprego o e a taxa de juros. A quantidade de moeda só irá determinar o
nível de preços.

3- Na teoria clássica, a demanda agregada é implícita, ou seja, os níveis de equilíbrio da demanda por
bens e serviços são aquelas combinações de preço e produto que garantem o equilíbrio do mercado
monetário e, implicitamente, os níveis de equilíbrio da demanda por bens e serviços. Em suma, o
nível de preços aumenta e o produto que é completamente determinado pela oferta, permanece
inalterado.

4- No modelo clássico a taxa de juros depende dos fatores investimento, dependem inversamente das
taxas de juros e a poupança é considerada como função positiva da taxa de juros. Para uma
determinada rentabilidade esperada, os dispêndios com investimentos para o lado dos tomadores de
empréstimo teremos o lado do investimento: uma firma teria um certo número de projetos sob
consideração, oferecendo retornos esperados diversos. Ela podia classificar esses projetos de acordo
com as magnitudes dos lucros esperado s. A taxa de juros representa o custo de tomar recursos para
financiar esses projetos de investimento. No lado da poupança estão os poupadores individuais: os
concessores de empréstimos. No modelo clássico, a poupança era considerada como uma função
positiva da taxa de juros. O ato de poupar é o ato de postergar o consumo corrente, uma troca de
consumo corrente por consumo futuro. À medida que a taxa de juros aumenta, os termos da troca
tornam-se mais favoráveis. Uma unidade monetária poupada hoje gerará um maior retorno, um
maior poder de compra em períodos futuros, medido em termos de bens de consumo. Assim a taxa
de juros de equilíbrio é o valor que iguala a demanda por empréstimos (investimento) à oferta de
empréstimos (poupança).

5- Os economistas clássicos davam ênfase às tendências de autoajuste na economia. Livre das ações
do governo que causam instabilidade, o setor privado permaneceria estável, e o pleno emprego seria
atingido. O primeiro desses mecanismos auto estabilizadores é a taxa de juros, que se ajusta para
evitar que mudanças nos diferentes componentes da demanda afetem a demanda agregada. O
segundo conjunto de estabilizadores no sistema clássico é a flexibilidade de preços e salários
nominais, que impede que as mudanças da demanda agregada afetem o produto. A flexibilidade de
preços e salários é vital para garantir as propriedades de pleno emprego do sistema clássico. A
estabilidade inerente do setor privado levou os economistas clássicos a concluir por políticas
econômica não intervencionistas. O segundo aspecto central do sistema clássico é a dicotomia entre
os fatores que determinam as variáveis reais e nominais. Na teoria clássica (lado da oferta) os fatores
reais determinam as variáveis reais. A produção e o emprego dependem principalmente da
população, da tecnologia e da formação de capital. A taxa de juros depende da produtividade e da
frugalidade. A moeda é um véu que determina os valores nominais nos quais se medem as
quantidades, mas os f atores monetários não desempenham uma função na determinação dessas
quantidades reais.

6- a) De acordo com a teoria neoclássica da distribuição, o salário real é igual ao produto marginal do
trabalho. Por causa dos rendimentos decrescentes do trabalho, um aumento na força de trabalho faz
com que o produto marginal do trabalho caia. Consequentemente, o salário real cai

b) O terremoto destrói parte do estoque de capital, então preço real do aluguel é igual ao produto
marginal do capital. Se um terremoto destrói parte do estoque de capital (considerando que não
mate ninguém e não diminua a força de trabalho), o produto marginal do capital aumenta e,
portanto, o preço real do aluguel aumenta

7- A relação entre o mercado de fundos emprestáveis e a demanda agregada se materializa


principalmente no componente de investimento desta última. A taxa de juros, que é um elemento
chave no mercado de fundos emprestáveis, desempenha um papel determinante. Quando a taxa de
juros é alta, os custos de empréstimos são elevados, o que pode desencorajar as empresas a
investirem em novos projetos. Por conseguinte, isso tende a reduzir o componente de investimento
na demanda agregada. Porém, quando a taxa de juros é baixa, torna-se mais acessível para as
empresas financiarem seus investimentos. Este cenário pode incentivar um aumento nos gastos com
investimentos, contribuindo para um aumento na demanda agregada. Dito isso, equilíbrio ocorre no
mercado de fundos emprestáveis quando a taxa de juros se ajusta para equilibrar a quantidade de
fundos disponíveis com a quantidade demandada. Em última análise, a dinâmica entre o mercado de
fundos emprestáveis e a demanda agregada é um componente crucial na determinação do nível de
atividade econômica em uma economia.

8- O Banco Central contrai a base monetária e a oferta de moeda da economia, gerando um excesso
de demanda por moeda; as pessoas optam por realocar seus portfólios, provocando um excesso de
oferta por títulos, fazendo com que seus preços caiam e a taxa de juros suba. A curva LM se desloca
para cima (dado produto, a taxa de juros é maior). Com uma taxa de juros maior, diminuem os
investimentos, cai a demanda agregada, o consumo decresce, o que faz com que os estoques não
planejados das firmas aumentem, a produção cai, diminuindo a renda e a Demanda Agregada. A
diminuição da renda provoca uma redução da demanda por moeda, as pessoas passam a demandar
títulos, os preços sobem e a taxa de juros cai, produzindo efeito positivo sobre o produto, não
suficiente para compensar sua queda inicial. Ao final do processo, a economia se estabiliza com uma
taxa de juros maior e um produto menor

9- Uma expansão dos gastos do governo eleva a demanda agregada e a renda da economia,
aumentando a demanda por moeda e gerando um excesso de oferta de títulos, reduzindo seu preço
e elevando a taxa de juros. No entanto, como a demanda por moeda é muito pouco sensível aos
juros, ela não se reduz com o aumento destes. Assim, a taxa de juros continuará aumentando até
fazer com que os investimentos caiam em um montante suficiente para compensar o aumento dos
gastos do governo. Ao final, há um aumento da taxa de juros, mas o produto permanece constante
com o aumento do gasto do governo na economia e sua relação com o investimento.

10- a) Falso. Pois supor que um mecanismo instantâneo de indexação salarial mantém o salário real
sempre constante não significa que o produto em equilíbrio será igual a 10, devido ao fato de que a
relação entre estoque de moeda, nível de preços e produto é determinada pela equação de troca
(MV = PY), onde M é o estoque de moeda, V é a velocidade de circulação, P é o nível de preços e Y é o
produto. Se o estoque de moeda (M) for igual a 10, isso não implica necessariamente que o produto
(Y) seja igual a 10, a menos que outros fatores, como a velocidade de circulação (V) e os preços (P), se
ajustem de acordo.

b) Verdadeiro.

(c) Falso.

11-a) Verdadeiro. Com o progresso técnico, a produtividade do trabalho aumenta, o que incentiva as
empresas a contratarem mais trabalhadores para aproveitar essa maior eficiência. No entanto, isso só
acontecerá se os trabalhadores estiverem dispostos a ofertar mais trabalho a um salário real
determinado. Se a oferta de trabalho reagir positivamente ao salário-real, então o aumento da
produtividade levará a um aumento no nível de emprego.

b) Verdadeiro. Com o progresso técnico, a produtividade do trabalho aumenta, o que significa que os
trabalhadores podem produzir mais bens e serviços em uma mesma quantidade de tempo. Isso
geralmente leva a um aumento dos salários reais, pois os trabalhadores podem ter acesso a uma
maior quantidade de bens e serviços com o mesmo salário.

c) Falso. O aumento da produtividade do trabalho geralmente leva a um aumento na oferta de bens e


serviços na economia. Se a demanda não aumentar na mesma proporção, isso pode levar a uma
redução dos preços, mas isso não é uma relação direta. Portanto, a afirmativa é falsa.

d) Falso. No caso de aumentar a oferta de moeda pode inicialmente aumentar o salário nominal, mas
se isso levar à inflação, o salário real (ajustado pela inflação) pode permanecer inalterado ou até
diminuir. Além disso, um aumento na oferta de moeda pode ter impacto no nível de emprego, como
explicado em respostas anteriores. Portanto, a afirmativa é falsa.

12-a) No modelo neoclássico com salários nominais flexíveis, uma política monetária expansiva
aumenta a oferta de moeda, o que inicialmente reduz a taxa de juros. No entanto, a queda na taxa de
juros estimula o investimento, aumentando a demanda por bens e serviços. Isso leva a um aumento
na demanda agregada, o que, por sua vez, aumenta os preços e os salários nominais. Com salários
nominais mais altos, a redução da taxa de juros inicial é revertida e a taxa de juros volta ao seu nível
inicial.

b) Verdadeiro. Com salários nominais flexíveis, uma política fiscal expansiva (aumento dos gastos do
governo) aumenta a demanda agregada, levando a um aumento nos preços. Esse aumento nos
preços leva a uma redução no poder de compra da moeda, o que resulta em uma elevação da taxa de
juros.

c) Falso. Com salários nominais flexíveis, a política monetária pode afetar o nível de emprego,
conforme explicado na resposta b. Uma política monetária expansiva inicialmente reduz a taxa de
juros, estimulando o investimento e, consequentemente, aumentando o nível de emprego.

d) Verdadeiro. Com salários nominais rígidos para baixo, a política monetária pode influenciar o nível
de emprego, uma vez que os salários não se ajustam imediatamente em resposta a mudanças na
demanda agregada. Uma política monetária expansiva aumenta a oferta de moeda, reduzindo a taxa
de juros. Isso estimula o investimento e aumenta a demanda por bens e serviços, o que leva a um
aumento no nível de emprego.

13- a) Falso. O aumento da oferta de moeda pode elevar o nível de emprego, mas provoca tensões
inflacionárias. Resposta: a alternativa é falsa pois o aumento na oferta de moeda, dado que nenhuma
outra variável na economia, pode elevar o nível de preços e salários nominais e não o nível de
emprego!!
b) Verdadeiro.

c) Verdadeiro.

14-a) Falso. Devido ao fato de que no modelo clássico, existe desemprego voluntário e friccional.

b) Falso. Pois a oferta de moeda não é condição para obter o produto real (pleno emprego) da
economia. Oferta de M determina nível de P, mas não de Y. Este é determinado pelo salário real e
pela função de produção.

15- a) Verdadeiro. O desemprego que o modelo clássico descarta é o chamado desemprego


involuntário. Ele pode ser definido como a existência de pessoas dispostas a trabalhar ao nível de
salário vigente no mercado, mas que mesmo assim não conseguem.

b) Considerando-se apenas uma função de produção convencional com retornos decrescentes, em


que sejam dados o estoque de capital e o estado tecnológico, nada pode ser inferido a respeito da
elasticidade da função demanda de trabalho. Falso, a demanda de trabalho refletindo a
Produtividade marginal do trabalho é obtida com base na função de produção. Desse modo, as
mesmas varáveis que afetam a posição da função de produção determinarão a posição da curva de
demanda por trabalho.

c) Se todo o estoque de moeda é útil apenas como meio de troca, ou seja, se não há
entesouramento, então, os indivíduos não pouparão, nessa economia. Falso, para esta tradição não
faz sentido entesourar moeda, já que ela não renderia juros. Sendo assim, a abstenção do consumo
ou redução da propensão a consumir com equivalente aumento da propensão a poupar levaria a uma
queda na taxa de juros e aumento do investimento.

d) Se o governo decide estabelecer um salário real superior ao salário de equilíbrio, o desemprego


aumentará por dois motivos: (i) trabalhadores serão demitidos e (ii) parte dos trabalhadores
desempregados passarão a procurar emprego. Verdadeiro, se algo institui um salário acima do salário
de equilíbrio neoclássico, haverá desemprego involuntário, porque um dos requisitos para que o
desemprego seja estabelecido ao nível de equilíbrio com pleno emprego neoclássico foi quebrado: a
perfeita flexibilidade de preços e salários.

e) Se na economia os indivíduos não poupam, vigorará a lei de Say, que diz que toda oferta encontra
uma demanda correspondente. Falso, a Lei de Say vigorará onde não haja entesouramento pois não
prevê demanda de moeda pelo motivo portfólio, já que não supõe algum tipo de especulação
financeira.

Você também pode gostar