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Prova 2 - Macro

Por que a taxa de juros não resulta da interação entre poupança e investimento na Ótica
de Keynes e dos pós-Keynesianos?
outra prova:
Keynes argumenta que a taxa de juros é determinada pela oferta e demanda de moeda, e, em
um contexto de incerteza, esta é determinada pelo grau de liquidez desejado pelos agentes.
Como existe incerteza, os agentes possuem expectativas sobre o futuro, de forma que eles
usam as informações do presente e conjecturam outras para formar sua opinião. Assim, cada
agente forma suas expectativas também olhando as dos outros, de forma que surge uma
crença compartilhada sobre o rumo da economia. Desse modo, se o mercado está otimista
sobre o futuro, as pessoas compram títulos, o preço do título sobe a taxa de juros cai e se elas
estão pessimistas ocorre o contrário, até que os altistas e baixistas se igualem. Assim, a taxa
de juros é determinada a partir do comportamento convencional dos agentes, que vão
demandar mais ou menos moeda a partir do que a maioria pensa sobre o futuro.
Ana:
Na visão ortodoxa, quando o investimento estiver menor que a poupança, os juros irão subir,
levando as pessoas a optarem por investir mais, fazendo com que a poupança e investimento
se igualem. No entanto, para os heterodoxos, esse mecanismo não funciona, já que as pessoas
não irão consumir menos só porque a taxa de juros subiu, uma vez que sua propensão mg a
consumir é estável, e a mudança no padrão de consumo depende da renda agregada e não dos
juros.
Nesse sentido, para explicar a interação entre poupança e investimento na ótica de Keynes e
dos pós-Keynesianos, vamos partir de um exemplo: Teve um investimento agregado na
economia de 100MM (gasto com máquinas), gerando assim para a industria de máquinas uma
renda de 100MM. No entanto a propensão a consumir das pessoas é de 50%, ou seja, elas
poupam 50MM e gastam 50MM (poupança ta menor que o investimento inicial), em que esse
último foi utilizado para a compra de bens de consumo, gerando assim uma renda de 50MM
para o setor de bens de consumo. Dessa forma, se agora a Pmg a poupar for de 100%, esses
50MM vão se juntar aos outros 50MM, tendo assim uma poupança de 100MM, ou seja, a
poupança se igualou ao investimento.
Portanto, o investimento gerou renda e da renda saiu a poupança, permitindo que os dois se
igualem. O investimento que gera a poupança e não a poupança que gera o investimento.
Sobre o comportamento convencional em Keynes, responda:
a- Quando a convenção dominante é coerente com a política econômica adotada, esta
última tem sua eficácia aumentada? Justifique sua resposta.
Sim, uma vez que a eficácia da política econômica depende das expectativas dos agentes em
relação a esta. Segundo Keynes, “Qualquer taxa de juros aceita com suficiente convicção
como provavelmente douradoura será douradoura.”.Assim, quando a economia não está no
pleno emprego, a taxa de juros de longo prazo dependerá não apenas da política corrente da
autoridade monetária, mas também das expectativas do mercado no que se refere a política
futura. A título de exemplo, se os agentes de fato acreditassem em uma política monetária
expansionista implementada, estes decidiriam comprar o título de médio ou longo prazo, pois
não seria eficaz comprar o título de curto prazo, visto que pelos baixos juros, os preços estão
altos. Assim, ao alocar em títulos de maior maturidade, os agentes contribuem para a baixa da
ponta longa, aumentando a eficácia da política econômica.
Em uma situação contrária, no próprio governo Dilma, a política monetária adotada era
expansionista, ou seja, as taxas de juros estavam em ciclo de queda. Com a inflação
alcançando a meta ano após ano, a expectativa dos agentes passou a estar em discordância
com a governamental, visto que eles passaram a esperar uma alta de juros. Dessa forma, os
agentes começaram a vender seus títulos de médio prazo para comprar os de curto prazo, pois
imaginavam que o preço de curto prazo iria cair, devido a alta de juros. Nesse caso, a própria
expectativa dos agentes já fez com que eles trocassem sua alocação para o curto prazo (em
busca de antecipar o movimento e comprar mais barato), de forma que a venda de seus
antigos títulos (médio-prazistas) fez com que a taxa de juros desses títulos subisse. Ou seja, a
atuação dos agentes diante de uma convenção dominante que não era coerente com a política
adotada diminuiu a eficácia desta.

b- A convenção é um instrumento de coordenação de expectativas? Justifique sua


Resposta.
Supondo que o mercado tá otimista, isso reduz a minha incerteza, por isso posso prever o
comportamento daqueles que compartilham a crença, reduzindo assim minha incerteza e
estabilizando minhas incertezas sobre o futuro. Dessa forma, podemos dizer que as
conveCções são instrumentos de coordenação das expectativas.
Demonstre que no circuito Finance-Investimento-Poupança-Funding o aumento do
investimento gera um aumento da poupança do mesmo valor do aumento do
investimento.
Partindo de uma ótica inicial de um empresário que necessita de um investimento ex post
(dinheiro necessário para compra de máquinas) para que ele, de fato, realize um investimento
ex ante (efetiva compra de máquinas). Seguindo essa lógica, esse empresário necessita de
recursos para fazer seu investimento (gastos) e com isso ele recorre ao banco, que vai
fornecer crédito para o empresário (esse dinheiro não precisa necessariamente vir da
poupança, o banco pode fornecer crédito sem de fato ter esse dinheiro). Dessa forma, esse
investimento ex ante, que é a compra efetiva da máquina, gera uma produção na indústria de
máquinas do empresário e que por consequência gera uma renda, que nesse exemplo
considero que seja o salário dos funcionários. Com seus salários, esses funcionários gastam
com bens de consumo, que via multiplicador dos gastos gera também uma renda,
movimentando assim a economia. No entanto, de uma maneira geral, para os heterodoxos, as
pessoas não consomem integralmente suas rendas, sendo que uma parte delas é poupada e a
outra é consumida. Com isso, a parte que foi poupada, é utilizada para fazer o funding, ou
seja, o empresário que tinha uma dívida de CP com o banco lança títulos no mercado e agora
ele terá uma dívida de LP com os investidores, reduzindo assim a fragilidade financeira da
economia. Dessa forma, foi por meio do funding que a poupança e o investimento se
igualaram.

Com base na teoria Pós Keynesiana, marque V para verdadeiro e F para falso, sendo
que dois itens errados anulam um item correto:
(F) Enquanto o preço de demanda do bem de capital for menor que seu preço de oferta,
o investimento estará aumentando;
Quando o preço de demanda for maior que o preço de oferta, há investimento corrente. Se o
preço de demanda ta maior que o de oferta, a Emc ta maior que a tx de juros, tendo assim
investimento.
(F) Segundo Keynes, o indivíduo decide o quanto poupar de acordo com o nível da taxa
de juros;
quem equaliza a poupança e o investimento é a renda
(V ) Há um trade-off entre os componentes da taxa própria de juros que implicam
retorno pecuniário (a + q - c) e o prêmio de liquidez do ativo, de modo que quando o
otimismo cede lugar para o pessimismo a taxa própria de juros dos ativos ilíquidos,
como os bens de capital, tende a ser menor que a dos ativos líquidos;
Os bens mais líquidos tem relação inversa com otimismo. Ou seja, a moeda é mais desejada
se o cenário é mais pessimista, de forma que seu prêmio de liquidez nesses cenários é maior.
(V) Partindo de uma situação de equilíbrio no âmbito do circuito
Investimento-Poupança-Funding, em que investimento e poupança são iguais, se houver
um aumento da propensão marginal a consumir, ceteris paribus, ao final do processo de
ajuste a poupança agregada estará igual ao investimento agregado;
Mesmo que a Pmg a consumir aumente, sempre o I = S. Pq as poupanças que vem da renda
vão se somando ao longo do processo economico, até chegar num momento que essa soma da
poupança vai ser igual ao investimento inicial.
(V) Em função do surgimento de mercados organizados em torno da liquidez,
investimentos que são fixos para a comunidade tornaram-se líquidos para o indivíduo,
permitindo o investimento acontecer mesmo em meio à incerteza fundamental sobre o
futuro.
CHAT GPT: Originalmente, os investimentos eram considerados fixos em termos de
comprometimento ou dificuldade de converter em dinheiro para a comunidade como um
todo. No entanto, devido à organização dos mercados em torno da liquidez, esses
investimentos agora podem ser facilmente convertidos em dinheiro pelo indivíduo.

Explique a partir do conceito de Eficiência Marginal do Capital, quais são os critérios


(segundo Keynes) para investir ou não em um bem de capital
Segundo Keynes, a Eficiência Marginal do Capital pode ser definida como a relação entre a
renda esperada de uma unidade adicional do bem de capital e seu custo de produção, ou seja,
é uma taxa de desconto que trás o valor presente dos lucros esperados do capital igual ao seu
preço de oferta. Dessa forma, o empresário, para decidir se vai investir ou não no bem de
capital analisa a Eficiência Marginal do Capital a fim de entender se a taxa de juros do
mercado é pelo menos igual à taxa EmgK, caso contrário, não é vantajoso para ele investir
nesse bem, pois iria perder um custo de oportunidade de aplicar seu dinheiro no mercado
financeiro.
Em outras palavras, vale a pena comprar a máquina enquanto o preço de demanda desta for
maior que o lucro que esse investimento geraria em uma aplicação.

Qual a relação entre o investimento e Eficiência Marginal do Capital?


A relação é inversa, pois se o investimento aumentar, a oferta de bens de capital irá aumentar,
de forma a gerar concorrência no mercado e divisão de lucros - de forma que o lucro
esperado anual irá cair, gerando o mesmo efeito na Eficiência Marginal do Capital. Além
disso, o investimento irá aquecer a atividade econômica, elevando o preço dos bens ofertados,
visto que, devido à heterogeneidade dos fatores de produção, as máquinas mais eficientes
serão contratadas primeiro, e posteriormente as de eficiência inferior, também gerando uma
diminuição na EMg do capital.

Segundo a teoria Keynesiana, qual o papel do Estado e quais os motivos para esse
posicionamento?
elaborar depois:
cabe ao governo construir convenções otimistas, pois o governo emite moeda, controla a
moeda endógena, arrecada impostos, faz políticas públicas que afetam a todos e a opinião do
mercado
é pro Estado investir onde o mercado privado não investe, não é pro estado competir com o
mercado privado -> ideia de complementariedade

PROVA DRIVE
Se em um país ocorre uma única alteração, a saber, um aumento da propensão marginal
a poupar, enquanto as demais variáveis econômicas não se alteram, inclusive o
investimento agregado, pode-se concluir com base no circuito
Finance-Investimento-Poupança-Funding que o equilíbrio (igualdade ex post) entre
poupança e investimento será desfeito até que um novo equilíbrio seja alcançado no
futuro? Justifique usa resposta
Resposta prof
Se o investimento não se altera e a única variável a se modificar é a propensão marginal a
poupar, que se eleva, então o equilíbrio entre investimento e poupança não se desfaz. O
investimento gera uma renda de igual valor e detona o multiplicador dos gastos. A renda
agregada então cresce no âmbito do multiplicador, inicialmente pelo estímulo de demanda
proporcionado pelo investimento e, em seguida, pelo estímulo proporcionado pelo consumo
que decorre da renda que o investimento criou. Ao final do processo do multiplicador dos
gastos a renda terá crescido até o ponto onde a poupança se iguala ao investimento. Se a
propensão marginal a poupar cresce, então a propensão marginal a consumir cai, reduzindo o
tamanho do multiplicador dos gastos. Logo, a renda agregada crescerá menos a partir do
mesmo estímulo dado pelo investimento, que não se alterou. A renda agregada cresce menos
com o aumento da propensão marginal a poupar, mas, visto que esta aumentou, a poupança
agregada permanece da mesma magnitude e igual ao investimento. Em suma, o aumento da
propensão marginal a poupar reduz o multiplicador dos gastos, tornando o crescimento da
renda agregada menor, mas, a incidência de uma propensão a poupar maior sobre uma renda
agregada menor resulta em uma poupança do mesmo tamanho e igual ao investimento que a
causou.

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