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RESUMO
Esse trabalho consiste em brevemente conceituar inflação, demonstrando as diversas visões sobre
o tema. Então, um breve relato sobre o histórico e o papel da inflação no desenvolvimento da
economia brasileira.
1 INTRODUÇÃO
Um dos índices mais discutidos em todo o mundo, a inflação, tem sua origem na economia
de mercado. Está ligada diretamente ao poder de compra do consumidor e no poder do Estado em
controlá-lo. Seus efeitos podem ser devastadores em uma economia fraca.
2 INFLAÇÃO
Segundo Vasconcellos (2004), a inflação pode ser definida como uma situação de aumento
contínuo e generalizado no nível geral de preços. Ou seja, os movimentos inflacionários
representam elevações em todos os bens produzidos pela economia, e não meramente o aumento de
um determinado preço, e de forma contínua, não meramente uma elevação esporádica dos preços.
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Já para Furtado (2007), a inflação não é um fenômeno monetário ou econômico. Sua raiz
está na questão distributiva entre os grupos sociais de uma economia. Ou seja, a inflação de preços
é o meio pelo quais os grupos sociais ligados às atividades produtivas dispõem para ampliar a sua
apropriação do acréscimo de renda criado no processo de crescimento econômico, levando a
economia para novos equilíbrios distributivos entre esses grupos. Se a inflação fosse um efeito
monetário e neutro em relação ao lado real da economia (bens e serviço), sem afetar a distribuição
de renda, o aumento generalizado de preços deveria ocorrer de forma simétrica em todos os setores
da economia e não é isso que acontece.
Quanto às causas da inflação, podemos classificá-la nos seguintes tipos, de acordo com
Vasconcellos (2004):
A inflação também torna imprevisível a evolução dos custos de produção das firmas,
principalmente no que se refere ao preço que manteria as margens de lucro constantes no tempo.
Quando o empresário fixa seu preço e os custos aumentam mais do que o previsto, suas margens de
lucro diminuem e o retorno do investimento pode ficar comprometido. E, ao fixar seus preços acima
da evolução dos custos, corre o risco de estabelecê-lo a um valor muito alto e, portanto, perder
participação de mercado. Esses fatores influenciam a formação de expectativas sobre o futuro,
desestimulando os investimentos no aumento da capacidade produtiva e, consequentemente, o nível
de emprego da economia.
Segundo Vasconcellos (2004), uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação diz
respeito à redução do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, que
possuem prazos legais de reajuste. Nesse caso, todos os trabalhadores assalariados têm seu poder de
compra diminuído com o passar do tempo até que ocorra novo reajuste. Esse processo é mais
intenso para os trabalhadores de baixa renda que não possuem mecanismos de proteção da renda
real por meio de aplicações financeiras.
4 INFLAÇÃO NO BRASIL
Segundo pesquisa realizada por Batié e Escudero (2007), a inflação começou a ser medida
no Brasil no ano de 1920. O modelo utilizado na época era o europeu, que já era utilizado desde
1400, e era calculada pela Fazenda Nacional. Porém, os dados não refletiam a realidade brasileira,
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pois o cálculo era feito tendo por base os gastos de uma família de classe média, o que na época era
minoria.
Com a criação da Lei do Salário Mínimo, em 1936, o calculo foi reformulado e passou a ser
calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que até hoje mede a inflação. Nesse período foi
criada uma cesta de consumo que incluía vários produtos de consumo essencial para o brasileiro.
A partir de 1945 a economia brasileira se tornou estável, com uma taxa de 3% ao ano. Com
a fase de crescimento econômico e industrialização promovida pelo então presidente Juscelino
Kubitschek nos anos 60, os índices aumentaram. As greves e o período de incerteza política
elevaram a inflação para 90% ao ano. Durante todo regime militar a inflação se manteve alta, porém
com o poder autoritário da ditadura, as taxas eram manipuladas e sofriam alterações para poder
baixar os índices, portanto os dados do período não são confiáveis.
O período pós-ditadura (1980) foi sem dúvida o mais turbulento de toda a história. Segundo
Bueno (1984, p.71):
Os famosos planos Bresser, Cruzado e Collor tentaram controlar a inflação, que depois da
redemocratização passou de 72,53% em 1986, para incríveis 1.972,91%, em 1989. A classe média
nesse período foi a mais afetada que chegou a ter suas poupanças bloqueadas por um tempo no
governo Collor.
Segundo Batié e Escudero (2007), para manter a inflação em um patamar aceitável, o Banco
Central usa desde 1999 a chamada Meta de Inflação. Trata-se de uma taxa que é estabelecida para o
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ano. O governo precisa trilhar caminhos durante o ano para alcançar essa meta e mostrar
credibilidade perante o mercado internacional, que está sujeito a fortes crises. Mostrar que a
inflação está controlada garante investimentos externos e blinda a economia durante uma crise
internacional, onde o capital é retirado dos países emergentes e aplicado em economias estáveis.
60,00
40,00
20,00
0,00
-20,00
jul/81
abr/82
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abr/88
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out/83
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Mês/Ano
As taxas de inflação são mensuradas por inúmeros índices, classificados de acordo com o
intervalo de tempo adotado, com o regime de ponderação utilizado e com o conjunto de bens e
serviços envolvidos. As duas principais instituições que realizam pesquisa sobre a evolução do nível
de preços na economia brasileira são o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a
Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Gráfico 2 – IPCA – Variação percentual mensal Gráfico 3 – INPC – Variação percentual mensal
Fonte: IPEDATA (2009) Fonte: IPEADATA (2009)
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) apura os Índices Gerais de Preços, que são compostos
pelos seguintes índices:
a) 60% - Índice de Preços no Atacado (IPA) - considera atualmente em sua base de cálculo
356 produtos industriais e agropecuários, matérias-primas agrícolas e industriais,
intermediários e produtos finais e tem abrangência nacional. O IPA é publicado segundo
dois conceitos:
a. oferta global - inclui a produção interna mais importação, refletindo os preços
do total de transações realizadas no País, seja de produtos para uso interno seja
para exportação; e
b. disponibilidade interna - só considera os produtos para uso interno.
b) 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): considera uma cesta de 425 mercadorias e
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abrange 12 principais regiões metropolitanas (Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, São
Paulo, Florianópolis, Brasília, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Recife e Belo
Horizonte).
c) 10% Índice Nacional da Construção Civil (INCC): considera 67 itens referente a mão-
de-obra, materiais e serviços do setor. Abrange as mesmas regiões metropolitanas que o
IPC.
Os governos devem procurar um ponto de equilíbrio para manter a inflação baixa mantendo
um constante crescimento econômico. Um desafio enfrentado pela maioria dos países,
especialmente o Brasil.
7 REFERÊNCIAS
FURTADO, Celso M. Formação Econômica do Brasil. 34. ed. São Paulo: Companhias das Letras,
2007.