Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ViAbilidAde
de Projeto
Angela Aparecida Godoi do Amaral Broch
Ícones
Afirmação Curiosidade
Assista
Dicas
Biografia
Esclarecimento
Conceito
Contexto Exemplo
Sumário
Apresentação ................................................................................................................... 7
Os autores ........................................................................................................................ 8
Capítulo 1
As várias etapas de um projeto ....................................................................................... 9
1.1 Ideias não são sinônimos de oportunidades .......................................................... 10
1.2 Conceitos preliminares de projeto ........................................................................... 11
1.3 Classificações de projetos ........................................................................................ 12
1.3.1 Segundo a atividade econômica ......................................................................................................................... 13
1.3.2 Segundo a origem ............................................................................................................................................... 13
1.3.3 Segundo a finalidade .......................................................................................................................................... 13
1.3.4 Em virtude da finalidade a que o projeto se destina .......................................................................................... 14
1.4 Etapas de um projeto .............................................................................................. 15
1.5 Estudo de mercado .................................................................................................. 17
1.5.1 Aspectos macroeconômicos ................................................................................................................................ 17
1.5.1.1 Tendências nacionais e internacionais ............................................................................................................. 17
1.5.1.2 Variáveis que afetam o projeto ......................................................................................................................... 17
1.5.2 Aspectos microeconômicos ................................................................................................................................. 19
1.5.2.1 Demanda .......................................................................................................................................................... 19
1.5.2.2 Estruturas de mercado consumidor e fornecedor ........................................................................................... 21
1.5.2.3 Ciclo de vida do produto .................................................................................................................................. 22
1.5.2.4 Grau de elasticidade ......................................................................................................................................... 23
1.5.2.5 Etapas do estudo de mercado .......................................................................................................................... 26
1.6 Decisão de iniciar um projeto: Go/No Go ............................................................... 27
1.6.1 Análise quantitativa e tomada de decisão .......................................................................................................... 29
1.6.1.1 A análise SWOT na tomada de decisão ........................................................................................................... 29
Referências ..................................................................................................................... 32
Capítulo 2
O que e como fazer ........................................................................................................ 33
2.1 Estrutura do projeto ................................................................................................ 34
2.1.1 Avaliação de aspectos técnicos ........................................................................................................................... 34
2.1.1.1 Determinação do volume de produção/oferta de serviço .............................................................................. 34
2.1.1.2 Determinação do processo de produção/oferta do serviço ............................................................................ 34
2.1.1.3 Identificação da necessidade de estoques e relacionamento com fornecedores ............................................. 35
2.1.1.4 Organização dos fluxos de trabalho e preparação de diagramas de Gantt e cronogramas ........................... 36
2.1.2 Estrutura jurídica e tributária .............................................................................................................................. 37
2.1.2.1 Tipos de empresas e planejamento tributário ................................................................................................. 39
2.1.2.1.1 Sistema Simples Nacional ............................................................................................................................. 41
2.1.2.2 Contratos ........................................................................................................................................................... 42
2.1.2.3 Necessidade de aquisição/depósito de propriedade industrial ou licenças ................................................... 43
2.1.2.4 Questões ambientais ........................................................................................................................................ 44
2.1.3 Estudo da localização do projeto ........................................................................................................................ 45
2.1.3.1 Oferta de insumos e mão de obra ................................................................................................................... 47
2.1.3.2 Canais de distribuição ...................................................................................................................................... 48
2.1.3.3 Incentivos públicos ........................................................................................................................................... 49
2.1.3.4 Método de escolha ........................................................................................................................................... 50
2.1.3.5 Startups e suas peculiaridades ......................................................................................................................... 50
Referências ..................................................................................................................... 55
Capítulo 3
Sustentabilidade econômico-financeira do projeto ..................................................... 57
3.1 Indicadores de desempenho financeiro ................................................................. 60
3.1.1 Índice de liquidez ................................................................................................................................................. 60
3.1.2 Tempo de recuperação do investimento (payback) ............................................................................................ 61
3.1.3 Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................................................................................... 62
3.1.4 Taxa Interna de Retorno (TIR) .............................................................................................................................. 63
3.2 Projetar receitas operacionais ................................................................................. 64
3.3 Projetar investimentos, custos e despesas ............................................................. 66
3.3.1 Investimento e cronograma de implantação ...................................................................................................... 68
3.3.2 Custos e depreciação ........................................................................................................................................... 69
3.3.2.1 Despesas operacionais ..................................................................................................................................... 69
3.3.2.2 Custos produtivos ............................................................................................................................................. 70
3.3.2.3 Depreciação ...................................................................................................................................................... 72
3.3.3 Elaboração do fluxo de caixa ............................................................................................................................... 72
3.4 Identificações da necessidade de financiamento ................................................... 73
3.5 Ponto de equilíbrio .................................................................................................. 76
3.5.1 Aplicação da análise de sensibilidade para o ponto de equilíbrio ..................................................................... 78
3.6 Análise econômico-financeira ................................................................................ 78
3.7 Startups e suas especificidades de financiamento ................................................. 79
Referências .................................................................................................................... 81
Capítulo 4
Estimativa de riscos e produção de relatórios ............................................................... 83
4.1 Diferenciando risco de incerteza ............................................................................. 83
4.1.1 Origem dos riscos ................................................................................................................................................ 85
4.1.2 Disposição para aceitar riscos .............................................................................................................................. 87
4.2 Métodos de avaliação de risco ................................................................................ 88
4.2.1 Análise de redes de atividades ............................................................................ 89
4.2.1.1 Diagrama de setas ............................................................................................................................................ 89
4.2.1.2 Diagrama de caminho crítico (PERT) ............................................................................................................... 90
4.2.2 Árvore de decisões ............................................................................................................................................... 91
4.2.3 Estimativas de valor esperado ............................................................................................................................. 94
4.2.4 Análise de sensibilidade ...................................................................................................................................... 94
4.2.5 Simulações ........................................................................................................................................................... 96
4.2.6 Construção de cenários ........................................................................................................................................ 97
4.2.7 Análise por opções reais ...................................................................................................................................... 97
4.3 Gestão de riscos ..................................................................................................... 102
4.4 Relatórios gerenciais ............................................................................................. 103
4.4.1 Sumário executivo ............................................................................................................................................. 103
4.4.2 Considerações gerais ......................................................................................................................................... 105
Referências .................................................................................................................. 106
Apresentação
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/5348938361667872>
Na década de 1980, era aceito que certo percentual de carros apresentasse algum defeito de
fabricação. Os japoneses rejeitaram esse pensamento dominante, procuraram a causa e re-
duziram o defeito a zero. Hoje, seus métodos de produção são copiados em todo o mundo
(NOBREGA; LIMA, 2010, p. 47. Adaptado.).
Sucesso
Ao longo deste material a palavra produto é utilizada como sinônimo de bens e serviços, visto que a
técnica de análise de projetos pode ser adaptada para uma variedade de atividades produtivas, inclu-
sive para as áreas tecnológicas, que têm dado origem às startups.
A filmografia sobre projetos é extensa, no entanto, recomendamos que você assista ao filme
O Voo da Fênix, dirigido por John Moore, que aborda a construção de um avião.
Análise da Viabilidade do Projeto
11
© sergbob / / Fotolia
Podemos citar, como exemplo de descompasso entre projeto e execução, uma empresa brasileira de extração
de petróleo e gás que constituiu sua base técnica com especialistas em prospecção de petróleo e gás natural,
mas nenhum especialista em desenvolvimento de produção. Em outras palavras, a empresa tinha uma
equipe preparada para localizar as matérias-primas, mas ninguém com qualificação técnica suficiente
para avaliar se era economicamente viável extraí-las.
Um Sonho de Liberdade, direção de Frank Darabont, e Argo, direção de Ben Affleck, são filmes
que trazem exemplos de planejamento.
© stockyimages / / Fotolia
© NatUlrich / / Fotolia
Primário – Agrícola: projetos voltados Secundário – Industrial: segmentos Terciário – Serviços.
ao agronegócio, de produção agrícola industriais que transformam
ou extração vegetal. matérias-primas em novos produtos.
Etapas de um projeto
Afirmação: “O caminho mais efetivo do problema ao sucesso passa por um projeto”. A. Broch
A fase de estudos preliminares tem um aspecto amplo, que assume objetivos dis-
tintos em virtude da origem do setor que o concebe. Se for originário do setor privado,
o projeto deverá observar a perspectiva de demanda para estimar a projeção de recei-
tas de forma a gerar rentabilidade. Se for originário do setor público, deve considerar o
impacto socioeconômico, visando mais benefícios com o menor custo possível.
O número de fases de um projeto pode variar em função da concepção do seu au-
tor ou grupo que o concebe, ou da complexidade de sua execução. Keeling (2002), por
exemplo, divide o projeto em 4 fases, e as subdivide em 12 eventos. De forma geral, ini-
cia-se com a busca por uma solução para um problema vivenciado pela empresa ou pela
percepção de uma oportunidade de mercado. Passa para uma fase de estudos prelimina-
res, planejamento, implantação e conclusão. Sugere-se que o gestor ou líder do projeto
conduza todas as fases, mas que cada uma seja desenvolvida por diferentes equipes, em
virtude da especificidade de cada parte e para evitar que se encontrem respostas/solu-
ções “viciadas”.
Análise da Viabilidade do Projeto
16
Ambiente macroeconômico
Problema/ideia/oportunidade
Estudos de viabilidade
Estudo Investigação
Investigação jurídica
de mercado tecnológica
Estudo de Aspectos
localização administrativos
Organização
Canais de Volume econômica/contábil
distribuição de produção Questões ambientais
Contratos e licenças
Custos
de produção
Fluxo de caixa
Custos de
Necessidade de
comercialização
financiamento
Preço de venda
Design Gráfico: Regiane Rosa
Avaliações
Avaliação
Relatório gerencial econômicas e
de riscos
financeiras
Análise da Viabilidade do Projeto
17
• Evolução tecnológica
Quanto mais o segmento do produto estiver relacionado com as inovações tecno-
lógicas, maiores tendem a ser os recursos requeridos para a implantação do projeto.
Esse aspecto muitas vezes funciona como uma barreira de acesso ao mercado, garan-
tindo certa segurança aos agentes que já se encontram estabelecidos.
• Incentivos governamentais
Algumas vezes, a administração pública, para promover o desenvolvimento re-
gional e local, pode oferecer benefícios, geralmente fiscais, a fim de atrair grupos in-
dustriais para a constituição de polos produtivos geradores de emprego e renda ou
estimular elos importantes da cadeia produtiva global. Outra modalidade de fomento
governamental são os Arranjos Produtivos Locais (APL), que disponibilizam incentivos
de pesquisa e incubação.
• Variação cambial
Câmbio é a relação entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras. À medida
que a taxa de câmbio aumenta ou diminui, observa-se uma influência direta sobre o
preço dos produtos importados, visto que eles têm seus preços fixados no mercado in-
ternacional em moeda estrangeira. Essa relação influencia tanto a decisão, que à rela-
ção com fornecedores locais e internacionais, quanto a oferta de produtos.
• Questões logísticas
As questões logísticas englobam todas as ações necessárias para garantir a pro-
dução e a entrega, abrangendo recursos, equipamentos, insumos e processos de infor-
mação. Quanto mais barato e rápido se torna vender uma mercadoria e entregá-la em
qualquer parte do mundo, menores são os incentivos para que uma empresa se instale
em diversas partes do mundo.
Análise da Viabilidade do Projeto
19
1.5.2.1 Demanda
A demanda indica a quantidade de consumidores que farão parte do público-
-alvo. Para isso, é importante investigar se o produto resultante do projeto destina-se
a atender uma parcela da demanda insatisfeita ou se o produto forçará um desloca-
mento de consumidores para um novo produto. Nas considerações dessa variável,
destacam-se informações importantes como idade, nível de renda, capacidade de en-
dividamento, hábitos, orientação afetiva, orientação religiosa, demanda por novas
tecnologias. Entretanto, os que mais influenciam a decisão de consumo são grau de
necessidade, preço percentual em relação à renda disponível, preço do bem em rela-
ção a substitutos próximos ou em relação a bens de uso complementar e nível de gas-
tos com marketing.
O conceito de renda disponível utiliza a renda bruta total e dela exclui tributos, taxas e
contribuições.
Análise da Viabilidade do Projeto
20
Lei da demanda
Série 3
Série 3
Os bens podem ser diferenciados segundo a renda do consumidor. Os “normais” são aque-
les cuja demanda aumenta à medida que aumenta a renda do consumidor. Os “inferiores” são
aqueles que, comparativamente a seus substitutos próximos, têm a demanda reduzida em vir-
tude do aumento de renda do consumidor.
Análise da Viabilidade do Projeto
21
Segundo Joe S. Bain, o principal fator na determinação dos preços e da lucratividade em uma in-
dústria está relacionado com a facilidade que as empresas estabelecidas encontram para impedir
a entrada de novas empresas, isto é, a existência ou não de barreiras (KUPFER; HASENCLEVER,
2002, p. 110).
$
Maturidade
Crescimento
Introdução Declínio
Design Gráfico: Regiane Rosa
t
Análise da Viabilidade do Projeto
23
A estratégia de retardar ou prolongar uma das fases do ciclo de vida do produto pode ser obser-
vada no método adotado pela Apple com os sequenciais lançamentos do Iphone, que em uma
frequência de intervalos cada vez menores vêm apresentando as novas gerações, I, II, III, IV, V.
Para retardar a entrada nessa fase, os ofertantes utilizam várias estratégias, entre
elas a “oferta” de inovações para os próprios produtos.
A Elasticidade Preço de Demanda pode ser igual, maior (elástica) ou menor (ine-
lástica) que 1. Se for igual a 1, indica que para cada ponto percentual de aumento ocor-
rerá uma redução idêntica de consumo, não implicando redução do faturamento.
Quando for maior que 1 (demanda elástica), indica que o consumidor é sensível a va-
riações no preço e que, para cada ponto percentual de aumento ou redução no preço,
ocorrerá um movimento maior e em sentido contrário na procura pelo referido bem,
e, consequentemente, há um reflexo direto no faturamento. A última situação (EpD
< 1), a demanda inelástica, indica uma diminuição da demanda menor que o aumento.
Nesse caso, os consumidores têm alta dependência do produto – como combustíveis
ou medicamentos de uso contínuo – e um aumento nos preços é rapidamente percebi-
do na receita total da empresa.
Vejamos um exemplo: Determinado bem custa R$ 5,00 (p0) e apresenta uma
demanda de 20 unidades (q0). Em seguida, o preço aumenta para R$ 7,50 (p1) e sua de-
manda baixa para 8 unidades (q1). Nesse caso, há uma demanda elástica, um aumento
de 50% no preço reduz a demanda em 60%.
Representando essa situação por meio das fórmulas, temos:
q0 – q1
EpD = q0
p0 – p1
p0
20 – 8
EpD = 20 = 0,6 = – 1,2
– 0,5
Design Gráfico: Regiane Rosa
5 – 7,5
5
5 × 20 = 100
Esse é um produto para o qual a estratégia de preço deve ser empregada de forma
cuidadosa, visto que seu consumo é muito sensível ao aumento. Isso pode ocorrer por di-
versas razões, como a existência de produtos substitutos ou uma pequena dependência/
necessidade de consumo.
Análise da Viabilidade do Projeto
26
Coleta de antecedentes
Levantamento
Levantamento Qualitativo
Estatístico Quantitativo
O filme O Homem que Mudou o Jogo, dirigido por Bennett Miller, mostra que a observação do
mercado e a criatividade nas estratégias são ferramentas de ouro para quem tem poucos re-
cursos e uma meta arrojada.
Análise da Viabilidade do Projeto
27
“Riscos devem ser assumidos somente quando os beneficiários potenciais excedem os custos
de correção de uma decisão tomada erroneamente”. R. Max Wideman
Análise SWOT
S W
Strength Weakness
Forças Fraquezas
O T
Bartle (2011) sugere que na técnica de brainstorming os seus organizadores estabeleçam me-
tas e objetivos com base no acrônimo SMART: eSpecífico, Mensurável, Alcançável, Realístico,
Tempo finito.
Análise da Viabilidade do Projeto
31
Faça uma análise SWOT do filme Onze Homens e um Segredo. Em seguida, leia o artigo
“Diagnóstico Organizacional e o filme Onze Homens e um Segredo”, de Simoni Aquino, e o
compare a sua avaliação.
5 Forças de Porter
Poder de
barganha dos
fornecedores
Ameaças de
Ameaças de Rivalidade entre novos produtos
novos entrantes concorrentes substitutos
Referências
ARVATE, P. R. Economia do Setor Público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
BARTLE, P. Planejamento, Monitoramento e Implementação. Relatório de workshop.
Tradução de Deborah A. Nogueira. Última atualização em 2011. Disponível em: <cec.vcn.
bc.ca/mpfc/modules/mon-impp.htm>. Acesso em: 15/06/2013.
BESANKO D. et al. A Economia da Estratégia. 5. ed. Tradução de Cristiane de Brito. Porto
Alegre: Bookman, 2012.
CORREIA NETO, J. F. Elaboração e Avaliação de Projetos de Investimentos: consideran-
do o risco. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
GUITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2004.
HOLANDA, N. Planejamento e Projetos. 3. ed. Rio de Janeiro: APEC, 1975.
KEELING, R. Gestão de Projetos: uma abordagem global. Tradução de Cid K. Moreira.
Revisão técnica Orlando Cantini Jr. São Paulo: Saraiva, 2002.
KUPFER, D.; HASENCLEVER L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticos no
Brasil. 9.ª reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
NOBREGA, C.; LIMA, A. R. Inovatrix. Rio de Janeiro: Agir, 2010.
OLIVEIRA, D. de P. R. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias e práticas. São
Paulo: Atlas, 2004.
PADUAN, R.; FIGUEIRAS, M. L. O sonho acabou? Revista Exame, São Paulo, 1.º maio
2013. Disponível em <exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1040/noticias/o-sonho-
-acabou-para-eike-batista>. Acesso em: 31/05/ 2013.
PORTER, M. Estratégia Competitiva: técnicas para análise da indústria e da concorrência.
7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
PEGN. Exemplo para todas as gerações. Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios.
Disponível em: <revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI271994-18512,00-
EXEMPLO+PARA+TODAS+AS+GERACOES.html>. Acesso em: 31/05/2013.
SIMON, H. A. Comportamento administrativo. In: PICANÇO, E. Processo Decisório. Rio
de Janeiro: Universidade Fluminense, 2003. Disponível em: <uff.br/sta/textos/textos_
EPicanco.htm>. Acesso em: 05/06/2013.
VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia – micro e macro: teoria e exercícios. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
WOILER, S.; MATHIAS, W. F. Projeto: planejamento, elaboração e análise. 1. ed. 21.ª reim-
pressão. São Paulo: Atlas, 2007.
2 O que e como fazer
“Não há vento favorável para aquele que não sabe aonde vai.”
Sêneca
Expansão inexplicada
Os escritórios de coworking e hubs são possíveis soluções para as atuais tendências de mercado
à flexibilização das relações de trabalho. Essa nova modalidade de unidade produtiva é anali-
sada por Heckler (2012).
PARCERIAS CONTRATOS
• Empresários de artistas.
• Assessoria de imprensa.
• Empresas de venda e
distribuição de ingressos.
• Departamento de trânsito • Empresas para montagem
e transporte. e desmontagem dos palcos
• Coleta de lixo. e camarins.
• Fornecedores de alimentos. • Empresas para montagem,
• Medicina de emergência. desmontagem e
• Companhia de energia. operacionalização do som.
• Secretaria de Meio Ambiente. • Empresas para montagem e
• Bombeiros e Defesa Civil. operacionalização das luzes.
• Departamento de • Equipe de design para
Aeronáutica. idealização e montagem dos
• Polícias Militar e Civil. ambientes.
• Empresas para fornecimento Designer Gráfico: Regiane Rosa
de bebidas e alimentos.
• Empresa de segurança
privada.
Nire é o registro de legalidade da empresa na Junta Comercial. É um número único, que com-
prova que a empresa existe oficialmente.
Cada ramo de atividade empresarial tem um código fiscal (CNAE) definido em âmbito federal
e que pode ser consultado no site da Receita Federal ou do IBGE.
Outros impostos X X X
Contribuições Econômicas X X X
2.1.2.2 Contratos
A constante pressão para o desenvolvimento de novas tecnologias, associada à per-
manente busca por redução de custos, tem levado, cada dia mais, as empresas a bus-
carem alternativas para diminuir o custo de seus processos, sem, contudo, perderem
competitividade. Dessa dicotomia nasce a alternativa de terceirizar atividades que não
fazem parte da especialidade da empresa. Na esteira dessas decisões, surge a necessida-
de de regular esses relacionamentos por meio de contratos.
Contrato é um instrumento jurídico que apresenta direitos e deveres das partes
envolvidas.
Contrato de Confidencialidade ou Non-Disclosure Agreement (NDA) é um contrato
realizado entre partes, cujo interesse é o partilhamento total ou parcial de informações
ou conhecimentos comuns com propósitos comerciais específicos, tais como elaboração/
avaliação de uma proposta, desenvolvimento de produto, execução de serviço, fabrica-
ção sob encomenda e desenvolvimento de tecnologia. Geralmente os acordos comer-
ciais que preveem essa condição são realizados entre uma empresa e seu fornecedor ou
entre duas empresas que necessitam partilhar a tecnologia, know-how, resultados de
pesquisas, estratégias comerciais, dados financeiros, carteira de clientes.
Os acordos de confidencialidade em geral apresentam duas vantagens:
Caso o projeto não seja orientado à solução de uma demanda socioambiental es-
pecífica, ainda assim pode se deparar com questões ambientais, razão pela qual esse
subitem torna-se fundamental. Como ilustração dessa situação, podemos mencionar
o Complexo Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, que foi projetado para reunir
o maior porto do país, um estaleiro e um complexo industrial em uma área de 90 mil
metros quadrados. Segundo dados publicados por Paduan e Filgueiras (2013, p. 42), o
projeto da ponte de acesso ao cais precisou ser aumentado em 500 metros em decor-
rência da descoberta de uma espécie de lagarto em extinção. Além do aumento nos
custos, essa alteração gerou um atraso nas obras.
Os aspectos ambientais geram tanto externalidades negativas quanto externalida-
des positivas, como as derivadas de proteção ambiental ou do tratamento de efluentes.
1. Distância 1. Distância
2. Tipo de transporte 2. Tipo de transporte
• Rodoviário • Rodoviário
• Aéreo • Aéreo
• Marítimo • M arítimo
• Ferroviário • Ferroviário
3. Tempo de deslocamento 3. Tempo de deslocamento
4. Necessidade de desembaraço 4. Necessidade de
aduaneiro desembaraço aduaneiro
Alguns processos produtivos são compostos por várias etapas, sendo possível, em
algumas situações, uma alternativa economicamente eficiente por meio da implemen-
tação de Arranjos Produtivos Locais (APLs). APL é a designação de uma aglomeração
de empresas em um mesmo território, tanto por serem complementares umas às outras
ou devido aos incentivos do poder público, fruto da aplicação de políticas públicas de in-
fraestrutura ou de desenvolvimento.
Temos vários exemplos dessa estratégia em todo o país. No Paraná, os principais des-
taques são a APL de bonés em Apucarana; a APL da madeira em Porto União da Vitória; a
APL das indústrias do vestuário no Oeste do estado e a de moda bebê em Terra Roxa.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), associado
aos institutos de pesquisa, tem produzido estudos de avaliação de impacto da adoção de
APL concluindo que os efeitos positivos são suficientes para a recomendação dessa estra-
tégia. A sinergia positiva costuma atrair também outros empreendimentos, como escolas,
mas especialmente indústrias, que têm forte demanda de tecnologia e mão de obra.
Segundo Fleury e Fleury (2003), as redes interorganizacionais fortalecem a compe-
titividade, a eficiência coletiva, reafirmando que APLs são polos de incentivo do cresci-
mento econômico.
Quando não é possível a implantação de uma APL, resta ao empreendedor buscar o
local mais próximo do seu projeto. Nesse caso, há que se ponderar qual localização será
mais conveniente: se mais próxima do fornecedor, do consumidor ou uma localização
intermediária.
Análise da Viabilidade do Projeto
47
O termo canal de interlocução significa a forma com que a comunicação e as informações ge-
radas pelos institutos e órgãos de pesquisa e tecnologia são proliferadas pelo mundo organiza-
cional e pela sociedade.
Contudo, não podemos negar que essa proximidade aumenta a oferta de mão de
obra qualificada. Isso pode ser facilmente evidenciado no Vale do Cilício. Além deste
polo ligado a computação e informática, temos o Research Triangle Park (na Carolina
Análise da Viabilidade do Projeto
48
Logística reversa é a parte da cadeia logística que se ocupa do trânsito físico dos produtos ou
embalagens do consumidor ao produtor. A possibilidade de devolução, o descarte de embala-
gens e produtos danificados são alguns exemplos. A Lei n. 12.305/2010 define normas gerais
para sua organização.
Outro aspecto que diferencia as startups dos demais negócios são as fontes de fi-
nanciamento, visto que passa a existir um capital de risco – venture capital – destinado
a apoiar essa modalidade de negócios:
1) Investidores-anjo: procuram empresas nascentes, realizam aportes de valores de
até R$ 500 mil em startups próximas, saindo do negócio à medida que ele se torna
bem-sucedido e vendendo a investidores maiores.
2) Capital semente: realiza volumes de investimento maiores que os dos investidores-
-anjos, variando entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões. Geralmente utilizam fundos de in-
vestimento de forma a diluir os riscos e com o objetivo de diversificar a carteira.
3) Capital de risco ou venture capital: embora destinado a investimentos passíveis
de risco, são calculados e organizados de forma a tê-los sob relativo controle. Os
fundos de venture capital brasileiros investem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões
em empresas que já apresentam faturamento de alguns milhões. Seu objetivo é
ajudá-las a crescer e fazer uma grande operação de venda, fusão ou abertura de
capital no futuro.
4) Private equity: esses fundos são responsáveis por operações de fusões e vendas
em grandes empresas, cujo faturamento anual é superior a R$ 100 milhões. Nesse
estágio, os investidores costumam trabalhar com empresas de capital aberto ou
prestes a abrirem seu capital.
O projeto (plano de negócios) de uma startup pode variar devido às especifica-
ções do segmento, mas de modo geral apresenta a seguinte estrutura:
• Capa;
• Sumário executivo;
• Descrição da empresa;
• Descrição dos produtos e serviços;
• Recursos e tecnologias envolvidos;
• Mercado consumidor e competidores;
• Marketing e vendas;
• Análise estratégica;
• Plano financeiro;
• Anexos.
Análise da Viabilidade do Projeto
53
a relação com a inovação: descobertas científicas originais, novos usos para as tecnolo-
gias existentes, criação de um novo modelo de negócios que libera dinheiro que estava
oculto, ou a simples disponibilização do produto ou serviço num novo local ou para um
conjunto de clientes anteriormente mal atendidos.
Businnes Model Canvas (BMC) é um plano de negócios visual que teve a participação de quase
500 coautores que inovaram no produto, na distribuição, no formato de trabalho colaborativo,
na aplicação do método, entre outras ações.
Análise da Viabilidade do Projeto
55
Referências
ARAUJO, P. da C. Elaboração de Projetos. Departamento de Ciências da Administração.
Florianópolis: 2007. Disponível em: <slideshare.net/leozump/apostila-elaborao-de-proje-
tos>. Acesso em: 29/06/ 2013.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/ Logística Empresarial. 5. ed.
Porto Alegre: Bookman Editora AS, 2004.
CAMPOS, R. R.; STALLIVIERI, F.; VARGAS, M. A.; MATOS, M. (Org.). Políticas Estaduais
para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Rio de
Janeiro: E-papers, 2010. Disponível em: <bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/
bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/pesquisa/Consolidacao_APLs_Sul_Sudeste.pdf>.
Acesso em: 05/06/2013.
CORREIA NETO, J. F. Elaboração e Avaliação de Projetos de Investimentos: consideran-
do o risco. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
FLEURY, A. C. C.; FLEURY, M. T. L. Estratégias Competitivas e Competências Essenciais:
perspectivas para a internacionalização da indústria no Brasil. Gestão e Produção, São
Carlos, n. 2, agosto 2003, p. 129-144.
FREEMANN, C. The “National System of Innovation” in historical perspective. Cambridge
Journal of Economics, 1995, n. 19, p. 5-24. Disponível em: <globelicsacademy.org/2011_
pdf/Freeman%20NSI%20historial%20perspective.pdf>. Acesso em: 24/04/2014.
GOMES, C. F. S. Gestão da Cadeia de Suprimento Integrada à Tecnologia da Infor-
mação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
HASHIMOTO, M. Inovação através do modelo de negócio. In: Revista Pequenas
Empresas Grandes Negócios. Versão on-line. Disponível em: <revistapegn.globo.com/
Revista/Common/0,,EMI239920-17141,00-INOVACAO+ATRAVES+DO+MODELO+DE+NE
GOCIO.html>. Acesso em: 07/9/2013.
HECKLER, H. Pesquisa de Comportamento de Consumo de Escritórios de
Coworking. Trabalho de graduação (Projeto de Conclusão de Curso) – Escola de
Administração – Departamento de Ciências Administrativas, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2012. Disponível em: <lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/67460/000868367.pdf?sequence=1>. Acesso em: 05/06/2013.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO. Arranjos Produtivos Locais. Brasília: Governo
Federal, 2013. Disponível em: <desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=
2&menu=3101#PDPs%20por%20regiao>. Acesso em: 05/6/2013.
Análise da Viabilidade do Projeto
56
“Negócios que apresentam custo de venda superior à margem disponível na transação estão
fadados a morrer.”
Bob Caspe
É a análise quantitativa que indica se estamos no rumo certo dentro do tempo pla-
nejado ou indica a necessidade de aplicar estratégias de correção de detalhes que não
haviam sido adequadamente planejados.
Alguns empreendedores têm uma visão aguçada sobre o produto ou serviço, seu
feeling é bastante ajustado para o processo de geração, mas conhecem pouco sobre
marketing, formação de preços, canais de distribuição, relacionamento com funcioná-
rios, fornecedores e clientes. Um bom exemplo desse tipo de empreendedor pode ser
observado no filme Simplesmente Martha, que conta a história de uma talentosa chef
de cozinha que não suporta críticas a seu trabalho.
Por isso, o projeto torna-se muito importante, pois, à medida que aumenta o de-
talhamento, é possível perceber o nível de domínio que se possui de cada área, o que
determinará o perfil dos profissionais que deveriam participar do estudo ou de deter-
minada etapa do projeto. Dessa forma, torna-se possível gerar maior número de infor-
mações com credibilidade qualitativa e quantitativa, orientando decisões sobre:
• o que fazer;
• como fazer;
• para quem fazer.
Também deve ser observada a necessidade da separação entre empresa e em-
preendedor. Dornelas (2012) chama a atenção para a importância da gestão financeira.
Análise da Viabilidade do Projeto
58
Pode ser um restaurante para Modelo de negócio Qual o público que pretende atrair
comidas rápidas, versão de fast
food, ou para apreciadores,
que apresentam a tendência Avaliação de idade, gênero, nível
de ficar mais tempo. Essa de renda, preferências temáticas
Design Gráfico: Bernardo Beghetto
permanência mais prolongada ou questões de saúde. Por exemplo,
no local precisa ser refletida em jovens universitários têm um perfil
consumo, visto que a redução alimentar e de desembolso diferente
do número de ocupantes de jovens executivos, que diferem
implicará um custo mais de celíacos ou de vegetarianos.
elevado por pessoa. Em outras Horário de funcionamento
palavras, o ticket médio terá
que ser maior, se comparado
Um restaurante pode servir refeições
ao de uma pizzaria.
só no almoço, só no jantar ou ambos,
e, ainda, pode prestar serviços de
brunch e café colonial. Isso implicaria
no número de horas que o restaurante
ficaria funcionando, no tamanho da
equipe, no volume de estoque e no
gasto com custos fixos e variáveis.
Análise da Viabilidade do Projeto
59
Com base nesses resultados, que tanto podem ser quantitativos quanto qualitati-
vos, inicia-se a fase de interpretar as informações. Em seguida, deve-se estimar:
• Volume de refeições a serem servidas.
• Recursos envolvidos (humanos, físicos, software de gestão, site, comunicação e
marketing, canais de distribuição etc.).
• Contato com fornecedores.
• Posicionamento frente à concorrência.
• Valor médio dos concorrentes próximos para o padrão de comida a ser servido.
• Custos do seu negócio – estimando separadamente o que se destina ao investi-
mento, custos fixos e custos variáveis.
• Fatia de mercado e taxa de crescimento.
• Tipo de pessoa jurídica e o sistema tributário.
De posse dessas informações, iniciam-se as projeções, que podem ser desen-
volvidas em software financeiros específicos, simples planilhas eletrônicas ou mesmo
manualmente. Tudo depende do grau de “intimidade” que o empreendedor tem com
a tecnologia. O importante é que ele busque se aproximar, tanto quanto possível, do
mundo “real”, traduzindo em números as informações geradas no estudo de mercado
para elaborar demonstrativos financeiros suficientemente ajustados com a realidade
operacional do projeto. Entre esses demonstrativos sugere-se que se organizem as se-
guintes planilhas:
• Cronogramas físico e financeiro.
• Desembolsos (custos fixos, variáveis, despesas operacionais e comerciais).
• Receitas (diretas e indiretas).
• Fluxo de caixa.
• Taxa de retorno do investimento.
• Demonstrativo de Resultados Esperados (DRE).
• Balanço Patrimonial.
Algumas informações imprescindíveis:
• Processo de produção e insumos para projeção do custo de produção.
• Nível de tributos a que o produto ou serviço está sujeito, para composição dos
custos.
• Markup praticado no mercado para a composição do preço de venda.
Markup é a indicação, geralmente em percentual, do quanto o preço está valorado acima dos
custos de produção e distribuição.
Análise da Viabilidade do Projeto
60
(ILC = AC )
PC
(ILC = AC – Estoques )
PC
Análise da Viabilidade do Projeto
61
Índice de liquidez geral (IGL): indica quantas unidades monetárias o projeto tem
no curto e no longo prazo para cada unidade de dívida. Resultados inferiores a
0,40 são interpretados como sinais de alerta. Seu cálculo utiliza a soma do ativo
circulante com o ativo não circulante dividida pela soma do passivo circulante e
passivo não circulante:
ILG = AC + ANC
PC + PNC
ILI = Disponíveis
PC
Índice de liquidez com lucro (ILL): sugere-se sua utilização sempre que o proje-
to apresentar índice de liquidez corrente (ILC) menor que um, isto é, quando os
fluxos gerados no curto prazo não forem suficientes para saldar recursos de curto
prazo. A avaliação então passa a integrar a perspectiva de lucros futuros. Seu cál-
culo utiliza os resultados do ativo circulante somados ao lucro líquido e divididos
pelo passivo circulante:
O cálculo de VPL pode ser realizado utilizando uma função de planilha eletrônica.
Em um fluxo de até dez itens é possível utilizar a calculadora HP12C.
Análise da Viabilidade do Projeto
63
TMA representa a menor taxa que um investidor se propõe a ganhar ou o máximo que um to-
mador de recursos se propõe a pagar por um investimento. É resultado da percepção associa-
da ao risco, à liquidez e às alternativas ou custos de oportunidade. Geralmente é comparada às
alternativas de mercado.
O custo de oportunidade pode ser representado por custos implícitos, relativos a insumos que
pertencem à empresa e que não envolvem desembolso monetário. Esses custos são estimados
a partir do que poderia ser ganho no melhor uso alternativo.
Quantidade
0,0 500,0 700,0 100,0 1.250,0 ...
Feminina
Receita Total
0,0 84.500,0 118.300,0 16.900,0 211.250,0 ... 430.950,0
Feminina
Quantidade
0,0 1.500,0 1.600,0 2.590,0 3.125,0
Masculina
Receita Masculina 0,0 148.500,0 158.400,0 256.410,0 309.375,0 872.685,0 Design Gráfico: Regiane Rosa
A complexidade desse quadro será tanto maior quanto maior for a variedade de
produtos ou condições de preço (segmentação) e a estimativa. Contudo, será possível
obter maior precisão das projeções de vendas. Na tabela “Projeção de receitas de linha
de camisas” foram consideradas apenas duas classes, a feminina e a masculina. Mas
seria possível uma combinação bastante diversificada, que afetaria o resultado e gera-
ria um grau de risco mais significativo para a análise.
Análise da Viabilidade do Projeto
66
Aquisição de máquinas/
0 5.000 5.000 5.000 5.000
equipamentos
Documentação 2.000
Design Gráfico: Regiane Rosa
Investimento
inicial
Aquisição de
matéria-prima
Início do
processo
Ações
produtivo
Pagamento
de títulos
Venda à vista
Design Gráfico: Regiane Rosa
Recebimento
das vendas
a prazo
Período de tempo
Análise da Viabilidade do Projeto
68
a.
b.
Design Gráfico: Regiane Rosa
c.
d.
e.
Análise da Viabilidade do Projeto
69
O cronograma financeiro diz respeito aos desembolsos e seus prazos, e embora apre-
sentando prazos diferenciados do cronograma físico, está diretamente interligado a ele.
a. Estudo de mercado
b. Aquisição de imóvel
d. Aquisição de equipamentos
• Despesas administrativas
Aluguel
Salários administrativos
Encargos sociais
Honorários de diretores
Telefone, internet, água e luz
Material de expediente
Leasing de equipamentos de escritório
• Despesas financeiras
Juros de descontos ou antecipações de recebíveis
Taxas de cobranças
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Taxas de serviços
Taxas bancárias
Motta e Calôba (2002) alertam para a economia de escala, que muitas vezes jus-
tifica a opção pela implantação de uma grande capacidade produtiva, com vistas a re-
duzir custos fixos unitários, e ressaltam a ideia de que se pode optar por uma gestão
focada em custo mínimo ou lucro máximo.
De acordo com Santos (2005), custos semifixos são gastos e permanecem cons-
tantes dentro de certos intervalos, alterando-se em grau até atingir novo patamar de
atividade. Os semivariáveis, conforme o nome indica, variam em função do volume de
produção ou venda, mas não exatamente nas mesmas proporções (SANTOS, 2005,
p. 39). Tanto os semifixos quanto os semivariáveis apresentam variação em virtude do
acréscimo ou decréscimo da produção ou venda. Contudo, em diferente proporção,
isto é, até determinado volume de produção ou vendas, comportam-se de forma fixa,
a partir da qual passam a variar em virtude de produção ou venda, sendo considerados
semivariáveis se puderem ser identificados com o produto, e semifixos caso não consi-
gam ser relacionados com a produção.
Os custos variáveis, conforme indica a nomenclatura, estão diretamente associa-
dos aos volumes de produção ou prestação de serviços.
• Matéria-prima;
• Energia contratada pra a produção;
• Embalagens;
• Outro.
Item Valores
Design Gráfico: Regiane Rosa
Custos Custos
Custos fixos Fixo Variável
diretos indiretos
3.3.2.3 Depreciação
É um conceito contábil que varia em função do bem e de seu grau de obsolescên-
cia, e que é estabelecido por orientação legal via instrução normativa da Secretaria da
Receita Federal. Embora apareça com sinal negativo, como despesa, ela é apenas uma
reserva para a reposição dos ativos (máquinas, equipamentos, veículos, móveis, imó-
veis, hardware) em virtude do desgaste, uma vez que não ocorre o desembolso de fato.
Motta e Calômba (2002) advertem para o fato de a depreciação do ativo imobi-
lizado diretamente empregado na produção ser alocada como custo. Por sua vez, os
ativos que não são usados diretamente na produção têm suas depreciações contabili-
zadas como despesa.
Segundo Santos (2005, p. 127), é assegurado à empresa o direito de computar a cota
efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens mediante utilização de
taxas diferenciadas, desde que a empresa faça comprovação, conforme artigo 253, pará-
grafo 1.º, do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/94. O método linear é dado pela
taxa anual de depreciação, sendo fixado em função do prazo, durante o qual há a utiliza-
ção econômica do bem. É aceita pela Secretaria da Receita Federal.
Para os demais métodos – soma algébrica dos anos, horas de trabalho e unidades
produzidas, entre outros – é necessária a comprovação por meio de laudo expedido pelo
Instituto Nacional de Tecnologia (INT) ou por meio de outra entidade oficial de pesquisa
científica e tecnológica.
Bens utilizados por períodos superiores a 8 horas diárias, por sofrerem maior desgaste, são be-
neficiados com a depreciação acelerada, regulamentada pela legislação, que determina os se-
guintes coeficientes:
Turno de 8 horas = 1,0
2 turnos de 8 horas = 1,5
3 turnos de 8 horas = 2,0
Entre várias formas que podem ser assumidas pelo fluxo de caixa, há que se des-
tacar a necessidade de indicar recursos, custos, despesas, tributos, amortizações, de-
preciação, entre outros elementos contábeis. Quanto mais detalhado, menor o risco
de erro nas estimativas.
Foram calculados TIR e VPL para os dados indicados na tabela Fluxo de caixa,
com base em uma taxa de 8% a.a.
TIR 14%
VPL R$ 516.647,31
• Internacionais
• Banco Mundial.
• ONGs.
• Organização das Nações Unidas, por meio do Progama das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud), que trabalha com foco na redução da po-
breza e promoção do desenvolviemento econômico.
Segundo Woiler e Mathias (2007), os custos dos financiamentos apresentam
custos implícitos que, em virtude da magnitude do financiamento, apresentam signifi-
cativa relevância.
Alguns aspectos adicionais devem ser observados na seleção do financiamento:
• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
• Prazo de utilização e de carência.
• Forma da amortização → prestação.
• Sistema de amortização constante (SAC)
• Juros são calculados pelo saldo devedor e a amortização é constante.
• Sistema francês (Price)
• Amortização e juros são variáveis, mas as parcelas são constantes.
• Sistema americano
• Os juros são pagos em parcelas periódicas e o valor principal de uma única vez.
• Sistema de amortização variável
As parcelas de amortização do principal são contratadas pelas partes, podendo
variar, e o juro é calculado pelo saldo devedor.
60
(0,80 × 50) + (1,50 × 30)
PE un =
80
60
40 +45
PE un = = 56 unidades
80
60
PE valor =
(0,4 × 2,0 ×50) + (0,5 × 3,0 × 30)
(2,0 × 50) + (3,0 × 30)
60
PE valor = = R$ 134,00
85
190
Coeteris paribus é uma condição usada em economia para fazer uma análise de mercado da in-
fluência de um fator sobre outro, sem a alteração das demais variáveis. Um exemplo: o aumen-
to do preço causa uma redução na procura, coeteris paribus. Isto é, mantida a variação na renda
do consumidor.
“Um bom investimento para viver melhor nem sempre é aquele que tem um retorno provisiona-
do, mas sim aquele que, mesmo havendo perdas, você já ganhou por simplesmente ter tentado.”
Lapolli
Análise da Viabilidade do Projeto
79
O livro A Menina do Vale, como o Empreendedorismo Pode Mudar sua Vida, de Bel Pesce, relata a
história de uma empreendedora que aos 25 anos de idade já passou por grandes empresas no
Vale do Silício e agora comanda um programa voltado a empreendedores. O livro é disponibili-
zado gratuitamente on-line.
É uma métrica que avalia o quanto a startup tem capacidade de gerar caixa,
desconsiderando os investimentos efetivados. EBITDA é a sigla em inglês para
EBITDA
“Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização” (Earnings Before
Interest, Taxes, Depreciation and Amortization).
Indica quantos potenciais clientes se tornam ativos. Pode ser comparada com
Taxa de conversão médias de mercado para cada segmento para avaliar a aderência do produto/
serviço.
Assista: Alguns filmes que falam do mercado de investimentos e da luta de uma startup para
encontrar seu mercado:
Startup.com, direção de Jehane Noujaim e Chris Hegedus.
Sem Limites, direção de Neil Burger.
Com o Dinheiro dos Outros, direção de Norman Jewison.
Os Primeiros 20 Milhões, direreção de Mick Jackson.
Análise da Viabilidade do Projeto
81
Referências
CASPE, B. O Ensino do Empreendedorismo. Palestra ministrada no Fórum Interna-
cional de Sustentabilidade & Empreendedorismo, Curitiba: UP, 2013.
COLLINS, J. Good to Great: empresas feitas para vencer. Tradução de Maurette
Brandt. Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: Tecnologia Bancária, 2006.
CORREIA NETO, J. F. Elaboração e Avaliação de Projetos de Investimento: conside-
rando o risco. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
GUITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2004.
MOTTA, R. da R.; CALÔBA, G. M. Análise e Investimentos: tomada de decisão em
projetos industriais. São Paulo: Atlas, 2002.
NORONHA, J. C.; NORONHA J. C.; LEITE, V. F. Avaliação de Empresas Nascentes
pela Lógica de Opções Reais. São Paulo: FEA/USP. Disponível em: <academia.
edu/325259/Valuation_of_startup_and_emerging_companies_by_using_the_Real_
Options_logic_ A _avaliacao_de_empresas_nascentes_pela_logica_de_Opcoes_
Reais>. Acesso em: 16/06/2013.
PESSOA FILHO, C. Como o Evernote ajuda Carlos Pessoa Filho a Gerenciar
Parcerias. Disponível em: <evernote-br.tumblr.com/post/44139507648/como-o-ever-
note-ajuda-carlos-pessoa-filho-a-gerenciar>. Acesso em: 06/06/ 2013.
SANTOS, J. J. Análise de Custos: remodelado com ênfase para sistema de custeio
marginal, relatórios e estudos de casos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SPINA, C. A. Os indicadores essenciais para medir o sucesso de startups. Revista
Exame. Disponível em: <exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/os-in-
dicadores-essenciais-para-medir-o-sucesso-de-startups>. Acesso em: 16/06/2013.
VASCONCELLOS, M. A. S.; OLIVEIRA, R. G. de; BARBIERI, F. Manual de Microeco-
nomia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
WOILER, S.; MATHIAS, W. F. Projetos: planejamento, elaboração, análise. São Paulo:
Atlas, 2007.
4 Estimativa de riscos e produção de relatórios
Inicia-se o estudo do risco com o pensamento socrático que faz menção à incer
teza, pois, embora risco e incerteza estejam intimamente ligados, abarcam singulari-
dades que podem influenciar as decisões.
No mercado financeiro é usual, em decorrência do reconhecimento do risco, a
recomendação de ajustar a expectativa de lucro ao risco estimado, ou, ainda, à diversi-
ficação, de forma a minimizar o risco.
Risco alto
Risco moderado
Baixo Alto
impacto impacto
3. Brainstorm
4. Análise
5. Tomada de decisão
6. Implementação da decisão
7. Análise das consequências – pos post
8. Revisão dos processos
Essa metodologia pode ser adaptada no caso de elaboração de projeto, visto que
algumas das ações sugeridas só ocorrem após a exposição ao risco, e servem para a
elaboração de um padrão de tomada de decisão. De toda forma, os passos de 1 a 5 são
passíveis de aplicação.
PI, dirigido por Darren Aronofsky. Esse filme apresenta Max, um jovem gênio da matemática e
da computação que é tão competente quanto antissocial. Esse adolescente encontra certa re-
gularidade no número PI (3,14...) o que seria capaz de explicar movimentos e prever tendên-
cias nos pregões.
Eliminação
ou mitigação
Fonte: VARGAS, 2003. (Adaptado).
Para Keelling (2002), os riscos de impactos mais diretos geralmente são identifi-
cados e tratados na fase de investigação do estudo de mercado por meio da elabora-
ção de um plano de gestão de risco. Valeriano (1998) sugere que, de modo geral, esse
plano determine:
Análise da Viabilidade do Projeto
88
Assista ao filme Mestre dos Mares, o lado mais distante do mundo, dirigido por Peter Weir. Em
meio a uma tempestade, o capitão de um navio precisa escolher entre cuidar dos feridos ou
derrotar o inimigo. Com sangue frio e liderança, considera pontos fracos e fortes, avalia riscos,
alternativas de fuga e o que pode fazer com os recursos disponíveis.
Diagrama de setas
B
A
1
D
C 4 5 E
H F G
Início 3 6 Fim
I J
Designer Gráfico: Regiane Rosa
7
K
L
2
12 Atividades e 2 Fantasmas
Análise da Viabilidade do Projeto
90
Simulando uma árvore de decisão para uma empresa que precisa escolher entre
três opções de produção: vender diretamente, terceirizar os canais de distribuição ou
construir uma combinação, assumir e terceirizar os canais.
Aumento do faturamento 5%
Ponto Evento
de decisão aleatório
Redução do faturamento 3%
Observações:
• Valor monetário esperado (EMV, em inglês) do resultado = resultado X proba-
bilidade do resultado.
• Valor monetário esperado de uma decisão = somas dos EMVs dos resultados
derivados daquela decisão.
• O cronograma agressivo tem um valor monetário esperado de $ 855.000 e
é "preferido" em relação ao cronograma conservador que apresenta um EMV
de $ 765.000.
• A proposição é considerada sob três períodos possíveis de atraso, 10, 8 e 5 meses.
• Em (a) avalia-se a hipótese de não contratar um consultor.
• Em (b) avalia-se a hipótese de contratar um consultor.
Com a utilização dessa técnica, é possível estabelecer uma combinação entre fa-
tos, probabilidades e oportunidades. Sua eficácia é maior à medida que as variáveis
apresentam melhor qualidade, isto é, menor influência de julgamentos pessoais, máxi-
ma precisão nos levantamentos de probabilidades, relativização da capacidade de as-
sumir riscos, entre outras.
Análise da Viabilidade do Projeto
94
Dado o grau de complexidade que essa técnica pode atingir, é possível aplicá-la
com o auxílio de um software de modelagem.
Custo fixo
Volume de equilíbrio =
Custo variável
1–
Vendas totais
Substituindo obtemos:
9.000
Volume de equilíbrio =
172.800
1– = $ 64.285,71
200.000
Análise da Viabilidade do Projeto
96
Isso indica que precisaremos de uma receita total de $ 64.285,71 para que as re-
ceitas se igualem aos custos e o lucro operacional seja igual a zero. Transformando
essa informação em quantidade, obtemos o ponto de equilíbrio em unidades, isto é:
64.285,71
PE = = 803,57 ≅ 804 unidades
80
147.857,14
PE = = 2.008,93 ≅ 2009 unidades
8073,80
Essa análise permite afirmar que caso haja redução do preço de venda, sem re-
dução nos custos, será necessário aumentar o volume de vendas para que o resultado
operacional seja igual a zero.
4.2.5 Simulações
Simulação é uma técnica bastante complexa que permite refinar a análise baseada na
árvore de decisões. Geralmente é aplicada em situações que apresentam grande número
de alternativas, permitindo uma avaliação isolada e em cadeia de determinada decisão.
A decisão oscilará em cinco alternativas. Para se estimar o impacto isolado de
cada uma, teremos que realizar dez estimativas, contudo, se necessitamos conhecer o
impacto conjunto, teríamos que realizar 25 = 32 estimativas, considerando a análise em
dois níveis. Entretanto, ela pode ocorrer em três, quatro ou mais níveis, o que tornaria
o processo bastante trabalhoso.
A simulação mais difundida é a simulação de Monte Carlo, desenvolvida a pedido
do governo americano com base em um modelo de amostragem aleatória simples. Ela
simula valores esperados, considerando resultados otimistas, pessimistas e neutros.
Babel, dirigido por Alejandro González Iñárritu. Eventos aparentemente desconectados apre-
sentam uma forte correlação, o que permite fazer uma comparação com as questões de mer-
cado a que as empresas estão expostas.
Análise da Viabilidade do Projeto
97
O livro O Processo da Estratégia, de Henry Mintzberg et al., reúne textos de diversos autores
que acreditam no conhecimento profundo e sistemático para construir ações proativas, levan-
do a situações de risco controlado.
Conforme Correia Neto (2008), opções são um contrato que concede, a seu titu-
lar, o direito de comprar ou vender um ativo (ativo-objeto) a um preço pré-fixado (pre-
ço de exercício), numa certa data (opção europeia), ou fora dela, tendo-a como limite
(opção americana). Essa opção, se exercida, será com base em um preço predefinido
no contrato, independente do preço do ativo na data em que for exercido o direito.
Após a data de vencimento, a opção extingue-se. Embora detenha o direito de “fazer
algo”, o titular de uma opção não precisa exercê-la (comprar ou vender).
Assaf Neto (2008) explica que uma opção de compra (call) dá ao seu titular (o
comprador da opção) o direito de comprar o ativo-objeto a um preço predeterminado
(preço de exercício), na data de vencimento ou antes dela. A opção de venda (put) dá a
seu titular o direito de vender o ativo-objeto na data de vencimento, ou antes dela, por
um preço predeterminado (preço de exercício).
O prêmio, ou valor do contrato de opção, é influenciado por vários fatores, que
podem ser divididos em dois conjuntos:
2º. mercado, como preço do ativo-objeto, taxa de juros, volatilidade do preço do ativo-objeto. No caso
do ativo-objeto ser uma ação, os dividendos em ações influenciam no prêmio da opção de ação.
Assaf Neto (2008) afirma que uma opção é um ativo derivativo, cujo valor deriva do
preço de outro ativo (ativo-objeto). A avaliação de opções consiste numa avaliação neu-
tra ao risco, e a taxa de juros utilizada na precificação de opções é a taxa de juros livre
de risco. “A avaliação livre de risco supõe que os investidores estejam livres de risco. Isso
significa que as preferências de risco dos investidores não influenciam o valor de uma op-
ção de ação, quando expresso como uma função do preço da ação” (ASSAF NETO, 2008
p. 263). Um resultado importante da avaliação livre de risco é que a taxa de juro livre de
risco é a taxa de desconto apropriada para qualquer fluxo de caixa esperado no futuro.
Meireles (2013) sugere que o termo opções reais foi utilizado para destacar que
as oportunidades de expansão de uma empresa (novos investimentos) são análogas às
opções de compra e são negociadas no mercado financeiro. Isso deu início a essa nova
abordagem para a análise de investimentos, que faz uma analogia entre uma opção fi-
nanceira e um projeto de investimento.
Análise da Viabilidade do Projeto
99
© Sergey-Nivens / / Fotolia
Com base nessa hipótese, é possível avaliar opções reais relativas a qualquer ati-
vo real, para o qual seja possível estimar o VPL tradicional. Assim, é necessário estimar
a volatilidade do valor do projeto. No entanto, os parâmetros necessários para a ava-
liação de uma opção real (variações nos preços dos produtos, nos preços dos insumos,
na demanda) não podem ser encontrados com a mesma facilidade que as informações
obtidas a partir do mercado financeiro. Dessa maneira, estimar a volatilidade do valor
presente de um projeto consiste em uma dificuldade da aplicação de opções reais.
Análise da Viabilidade do Projeto
101
© ratch0013 / / Fotolia
Uma vez identificados os riscos a que o projeto está exposto, recomenda-se uma
ação para mitigá-los, ou seja, reduzir sua probabilidade de ocorrência ou seu impacto.
A gestão de risco é aplicável em todos os níveis e setores de um projeto. De modo
geral, conforme indicado em Valeriano (1998), deverá determinar:
• como um evento pode ocorrer e seus efeitos no desempenho, custos e prazos;
• a probabilidade de o evento ocorrer; e
• a severidade sobre custos e prazos.
De posse dessas informações, o gerente do projeto deverá, juntamente com a equipe:
• procurar diminuir a probabilidade de ocorrência;
• jogar com os efeitos sobre o desempenho, custos e prazos de forma a minimizar os
danos; e decidir aceitar o risco resultante como razoável.
Análise da Viabilidade do Projeto
103
“Conceber um bom produto é o primeiro passo, os seguintes virão após você convencer e
envolver os demais atores, deixando claro o que cada um tem a ganhar.”
A. Broch
Tem gente que apela para tipo e tamanho de fontes, papel colorido, floreados e decorações
na capa, entre outros artifícios que, honestamente, não mais influenciam o selecionador.
Tem gente, entretanto, que faz um bom resumo do plano, um atrativo sumário executivo.
Análise da Viabilidade do Projeto
104
Portanto, o sumário executivo deve funcionar como resumo, uma coletânea dos
pontos fundamentais do plano de negócios, sobretudo aqueles que o empreendedor
sabe que vão chamar a atenção do interlocutor que almeja atingir. Não existindo um
formato padrão predefinido, sugerem-se algumas premissas que podem aumentar a
visibilidade do projeto:
• procure ser objetivo, vá direto ao ponto, se o leitor sentir necessidade ele irá à
seção específica, que detalha o tema. Nessa etapa:
• apresente uma breve descrição do modelo de negócio;
• indique o retorno projetado sobre o investimento;
• destaque a oportunidade identificada;
• identifique os pontos fortes do projeto;
• destaque o caminho estratégico escolhido;
• se for o caso, chame a atenção para a competência dos sócios.
Dornelas (2012, p. 133) sugere que, antes da elaboração do sumário executivo,
sejam respondidas algumas perguntas:
• Qual o propósito do seu plano?
• O que você está apresentando?
• O que é sua empresa?
• Qual o seu produto/serviço?
• Onde sua empresa será localizada?
• Onde está seu mercado/cliente?
• Por que você precisa de recursos de terceiros?
• Como esse recurso será empregado no negócio?
• Como está a saúde financeira do seu negócio?
• Como está o crescimento da sua empresa?
• Como se dará o retorno do seu investimento?
• Quando o negócio foi criado?
• Quando você precisará dispor do recurso requisitado?
• Quando ocorrerá o pagamento do empréstimo obtido?
Análise da Viabilidade do Projeto
105
Referências
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
COPELAND, T. E.; ANTIKAROV, V. Opções Reais: um novo paradigma para reinventar
a avaliação de investimentos. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
CORREIA NETO, J. F. Elaboração e Avaliação de Projetos de Investimentos: considerando
o risco. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
HASHIMOTO, M. A Importância do Sumário Executivo nos Planos de Negócio.
Disponível em: <conhecimento.insper.edu.br/estrategia-e-gestao/2010/11/17/a-importancia-
-do-sumario-executivo-nos-planos-de-negocio/>. Acesso em: 14/06/2013.
KEELING, R. Gestão de Projetos: uma abordagem global. Tradução de Cid K. Moreira.
Revisão técnica Orlando Cantini Jr. São Paulo: Saraiva, 2002.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MEIRELES, J. L. F.; REBELATTO, D. do N.; MATIAS, A. B. A teoria de opções e sua aplica-
ção na avaliação de investimentos. In: VI SEME AD, Ensaios de Finanças. Anais... Ribeirão
Preto: FEA USP (2013). Disponível em: <cepefin.com.br>. Acesso em: 17/06/2013.
MODICA, J. E. Riscos em Projetos de docagens de navios petroleiros. 118 f. Dissertação
(Mestrado), Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. In: RABECHINI JR. R.;
CARVALHO, M. M. (Org.). Gerenciamento de Projetos na Prática: casos brasileiros. São
Paulo: Atlas, 2009.
MONTEIRO, R. C. Contribuições da Abordagem de Avaliação de Opções Reais em
Ambientes Econômicos de Grande Volatilidade – uma ênfase no cenário latino americano.
Dissertação (Mestrado). São Paulo: FEA-USP, 2003.
MOTTA, R. da R. Análise de Investimentos: tomada de decisão em projetos industriais.
São Paulo: Atlas, 2002.
NOBREGA, C.; LIMA, A. R. Inovatrix. Rio de Janeiro: Agir, 2010.
PINTO, E. Nova Abordagem na Criação de Produtos e Serviços. Palestra ministra-
da no Fórum Internacional de Sustentabilidade & Empreendedorismo. Sessão Paralela I,
Curitiba: UP, 2013.
RABECHINI JR. R.; CARVALHO, M. M. (Orgs.). Gerenciamento de Projetos na Prática:
casos brasileiros. São Paulo: Atlas, 2009.
Análise da Viabilidade do Projeto
107
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autora, salvo quando indicada a referência.