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SENAC

Mattheus Bezerra Oliveira

Avaliação Individual

SÃO PAULO
2021
1. “Corretora de Investimentos X” possui as seguintes características: Empresa familiar,
preocupa-se com a estabilidade de seus colaboradores e com a ética empresarial. Apesar de
estar somente no enunciado da questão 2 a “Empresa AA” não possui governança corporativa
instituída. Diante disso é importante conceituar, incialmente, e entender o risco de mercado
que a “Corretora de Investimento X” irá assumir nessa fusão.
Risco de mercado relaciona-se a possíveis perdas causadas pelas variações de preços
dos ativos da “empresa AA”, uma vez que que quaisquer ativos cujo preço possam variar,
independente dele (como eventos econômicos, políticos e sociais), é fonte potencial de risco
de mercado, sejam ele ações, mercadorias (commodities), operações sujeitas à variação
cambial ou à variação da taxa de juros (KERR, 2011)
Como segundo passo a ser seguido, genericamente, citamos as fontes de risco
financeiro que podem afetar a fusão, à medida que não são conhecidos os produtos e ramos da
“empresa AA”. Para Carvalho, Panochia e Capp (2020), são elas: taxa de câmbio, taxa de
juros, preço das ações e o preço das commodities.
A taxa de câmbio irá afetar à medida que a “empresa AA” tiver suas atividades
envolvidas com exportação e importação, possuir ativos ou passivos financeiros atrelados ao
cambio.
A segunda fonte de risco que a “Corretora de investimento X” deve ter atenção deve
ser a taxa de juros, pois afetará tanto a rentabilidade da “empresa AA” de ativos indexados à
Selic como aumentará os custos dos empréstimos também atrelados a taxa básica de juros.
Em seguida, podemos citar o preço das ações, ou seja, uma boa avaliação dos fluxos
de caixa da “empresa AA”, tendo como base uma fusão e mudanças na economia que possam
afetar o principal produto da empresa e como podem impactar no preço da ação no mercado.
Por último, a depender do produto vendido pela “empresa AA” o preço dos
commodities (petróleo, minério de ferro, alumínio e etc) influenciará positivamente ou
negativamente, haja vista que os mesmos são usados diretamente na produção e estão
vulneráveis aos preços e demanda internacional e consequente alterações no custo da
produção.
Como último ponto, segue abaixo as fórmulas para mensuração do Value at Risk
(VaR) para a mensuração do valor de risco (VaR) acordo Carvalho, Panochia e Capp (2020):
VaR(relativo) = – Investimento × Zα% × σ período

VaR(absoluto) = – Investimento × (Zα% × σ período + Rperíodo)


O primeiro toma como valor de referência o valor esperado, ou a média. O segundo
parte do valor inicial do investimento.
2. Carvalho, Panochia e Capp (2020) descrevem as características da Governança
Corporativa como a busca em desenvolver e promover melhores práticas dentro da estrutura
da companhia, identificar e solucionar situações potencialmente conflituosas entre gestores,
acionistas majoritários, minoritários e proprietários que possam gerar situações problemáticas.
Se torna, em âmbito geral, guardiã de direitos, como sistema de relações, como estrutura de
poder e como sistema normativo.
Acrescenta-se 8 principais características ditas como princípios da governança
corporativa. Acordo Coutinho (2020, p. 1):

Transparência: gestão clara para agentes internos e externos


Eficiência: decisões com a finalidade de possibilitar o crescimento sustentável da
empresa
Estado de direito: que permite a validação das normas segundo as leis de um estado
democrático
Participação: envolvimento dos mais diversos níveis hierárquicos da empresa e
partes interessadas
Orientação por consenso: com foco na agilidade e melhoria dos processos
Responsabilidade: deve ser praticada por todos os colaboradores e membros da
empresa
Igualdade: busca por decisões imparciais e justas, sem abusos de poder
Prestação de contas: fornecimento de informações necessárias às partes interessadas.

Ao final, para auferir os efeitos benéficos das boas práticas de governança corporativa,
Rossetti e Andrade (2014) observa que deve ser realizado a implantação de uma estrutura de
pelo menos três subconjuntos: Propriedade, Conselho de Administração e Diretoria
Executiva, cada um destes com demandas e entregas próprias a serem feitas. Todo o sistema
deve ser estruturado dessa forma, controlado por auditorias e fiscalizado pelo o estabelecido
na Assembléia Geral, Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva.
3. O compliance é um dos instrumentos da governança corporativa que garantem
segurança, ética e idoneidade no exercício da atividade empresarial, o qual tem o objetivo de
assegurar a atuação da companhia em conformidade com todas as disposições do
ordenamento jurídico vigente e em relação à ética e às boas práticas em geral. (CARVALHO,
PANOCHIA e CAPP, 2020)
Diante disso, as ferramentas utilizadas pela estrutura compliance são desde avaliação
de riscos através de auditoria baseada em riscos, estruturação de procedimentos voltados ao
gerenciamento de crises, comprometimento da alta direção, a elaboração de um código de
ética e conduta, canal e denuncias (whistleblowing) as politicas de compliance, uma área
especifica para lidar com o assunto, um eficiente sistema de controles internos, devida
diligência em contratações, due diligence, responsabilização por atos errôneos, indicadores de
compliance até o monitoramento das principais normas da ISO. (CARVALHO, PANOCHIA
e CAPP, 2020)
Todas as medidas citadas acima contribuem de forma direta ou indiretamente com a
ética e a anticorrupção a serem realizadas em uma possível fusão, porém destaco o código de
ética e conduta, a obtenção dos certificados certificado ISO 37001, medidas anticorrupção,
ISO 19600 e o due diligence
A elaboração de um código de ética e conduta da empresa, conforme previsto no art.
42, do Decreto Anticorrupção brasileiro, é parte essencial do programa de compliance.
Consiste em uma consolidação das normas e dos padrões éticos adaptado as especificidades,
estrutura e histórico de situações problemáticas da companhia, ou seja, personalizado aos
contratempos e riscos diagnosticados. (CARVALHO, PANOCHIA e CAPP, 2020)
A ISO 37001 trata de orientações e requisitos voltados à adequada implementação e
adequação de um sistema de gestão antissuborno em uma companhia, de modo a prevenir a
prática de corrupção. (CARVALHO, PANOCHIA e CAPP, 2020)
A ISO 19600, em termos gerais, aborda aspectos do compliance como governança e
riscos, ou seja, tem seu foco no cumprimento de todas as normas estabelecidas pelo programa.
É uma norma de diretrizes, não certificável. Já a ISO 37001, também em termos gerais,
aborda apenas aspectos ligados a suborno e gestão anticorrupção. É uma norma de requisitos,
certificável. Elas se complementam à medida que a norma ISO 19600 se volta ao
cumprimento do programa de compliance, que em maioria, consta na legislação de
anticorrupção.
Por último, o due diligence é uma excelente ferramenta para contratação de terceiros,
sendo aplicável em operações de fusões de aquisição, à medida que permite uma prévia
análise, bem como os riscos que podem ser encontrados, de forma a contribuir com a fuga de
contrações problemáticas. (CARVALHO, PANOCHIA e CAPP, 2020)
REFERÊNCIAS

CARVALHO, André Castro; PANOCHIA, Patrícia; CAPP, Ricardo T. GESTÃO DE


RISCO E COMPLIANCE: 1ª Ed. São Paulo: Senac, 2020.

COUTINHO, Thiago. Governança Corporativa: saiba como ela impacta nas empresas e
investimentos. Grupo Voito,2020. Disponível em:<https://www.voitto.com.br/blog/artigo/
governanca-corporativa>Acesso em 05 mai. 2021.

KERR, Ricardo Borges. MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS. São Paulo: Pearson


Prentice, 2011.

ROSSETTI, José Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa: fundamentos,


desenvolvimento e tendências. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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