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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Faculdade de Direito
10N
Stefano Dias 41802551

1) Especifique quem são os agentes de governança e o papel de cada um deles dentro


da estrutura das organizações.
R: Os agentes de governança em uma organização são os principais atores responsáveis
por supervisionar, orientar e tomar decisões estratégicas para garantir a eficácia, transparência
e responsabilidade da empresa. Os principais agentes de governança incluem:

(i) Acionistas (ou proprietários): São os detentores de ações ou participações na


empresa e têm o direito de eleger o conselho de administração. Seu papel é tomar
decisões estratégicas por meio de seus representantes no conselho.

(ii) Conselho de Administração: Este órgão é responsável por definir a estratégia da


organização, monitorar a alta administração e garantir que os interesses dos
acionistas sejam atendidos.

(iii) Alta Administração (CEO e Executivos): A alta administração, liderada pelo


CEO (Chief Executive Officer), é responsável pela gestão diária da empresa e
pela implementação das estratégias definidas pelo conselho.

(iv) Auditoria Interna e Externa: A auditoria interna é encarregada de avaliar e


melhorar os controles internos da organização, enquanto a auditoria externa
fornece uma avaliação independente das demonstrações financeiras.

(v) Órgãos Reguladores e Agências Governamentais: Estas entidades estabelecem


regulamentos e fiscalizam as atividades das empresas para garantir o
cumprimento das leis e padrões éticos.

(vi) Stakeholders (Partes Interessadas): São indivíduos ou grupos que têm interesse
ou influência sobre a organização, incluindo clientes, fornecedores, funcionários
e comunidade. A gestão adequada das expectativas dos stakeholders é essencial
para a governança eficaz.
O papel de cada agente de governança varia, mas em geral, eles trabalham em conjunto para
garantir que a organização atue de forma ética, transparente, eficiente e em conformidade
com as leis e regulamentos, visando a criação de valor a longo prazo para os acionistas e
demais partes interessadas.

2) Levante/pesquise informações sobre o caso da Americanas – faça uma síntese dos


fatos, posteriormente emita um parecer analítico sobre os efeitos da presença/omissão e
ou ausência dos agentes de governança corporativa.

R: A Americanas é uma das maiores e mais antigas varejistas dos Estados Unidos. Houve
uma série de acontecimentos em torno da empresa, incluindo pedidos de execução judicial,
desde que ela anunciou ao mercado R$ 20 bilhões em “discrepâncias contábeis” no dia 11
de janeiro. Após o tribunal aceitar o pedido de recuperação judicial de Americana, alguns
economistas avaliaram o impacto desse processo nos mercados financeiros e na economia.
Isso porque é uma empresa com vendas de US$ 5,4 bilhões e mais de 40.000 funcionários
em 2022. Com milhares de lojas em todo o país, é um dos maiores mercados online e, com
50 milhões de utilizadores registados, poderá atingir 100.000 empregos se forem
considerados os empregos indiretos. A varejista divulgou a lista de seus 7.720 credores
oficiais a pedido da Justiça do Rio de Janeiro após receber pedido de cobrança. Este
número é significativamente inferior à estimativa da própria empresa de 16.000. No total,
a empresa tem dívidas de R$ 41,2 bilhões. Da dívida total de Americana, R$ 64,8 milhões
pertencem à classe trabalhadora, R$ 41 milhões aos quirografários e R$ 109,4 milhões aos
pequenos empresários. O juiz Paulo Ased Estefan, que recebeu o pedido de cobrança
judicial, disse: “Este é um dos maiores e mais importantes casos de cobrança já instaurados
no país, não só pela responsabilidade, mas também pelo efeito geral de mercado resultante
de: Tendo em conta todos os aspectos sociais relevantes, um grande número de credores,
trabalhadores diretos e indiretos dependentes do negócio atualmente protegido, crise da
situação do requerente dando origem a valores tributáveis relativos ao património com ele.
Segundo o juiz, o possível colapso do Grupo Americanas “poderia levar ao colapso da
cadeia produtiva brasileira em um setor que causaria perdas econômicas, afetando mais de
50 milhões de consumidores e colocando em risco dezenas de milhares de empregos”. Em
seu pedido à Justiça, a Americanas destacou que paga anualmente cerca de R$ 2 bilhões em
impostos e tem 150 mil acionistas. Considerando esses cenários, o economista Bruno
Imaizumi, da LCA Consultores, destaca as vagas que poderão ser fechadas. “As empresas
que passaram para a administração devem reduzir o quadro de pessoal e demitir novos
estagiários para controlar custos e pagar dívidas. Mas tudo depende se a falência pode
realmente ser evitada através dos tribunais”, disse ele. Segundo Imaizumi, a empresa precisa
cortar custos, muitos dos quais podem ser conseguidos por meio de demissões. “As
demissões vão desde assistentes e vendedores em lojas físicas até cargos mais técnicos,
como analistas, gerentes e diretores.” Entre seus fornecedores estavam fraldas, xampus,
chocolates e chicletes em forma de implantes, que custaram vários reais à empresa,
acrescentando milhões à dívida da empresa. Entre as grandes marcas, uma das devedoras
mais notáveis é a sul-coreana Samsung, que deve à Americana R$ 1,2 bilhão. O risco de
inadimplência de Americana também afeta a Apple, a empresa mais valiosa do mundo. Se
um credor exigir o pagamento antecipado de dívidas, juros, etc., o processo de demissão
pode começar dentro de um curto período de tempo. “Acho que as partes menos
importantes da empresa serão as primeiras a serem cortadas. Dito isto, as indústrias de
mídia social e marketing têm sido historicamente as primeiras a ficar sem dinheiro.
Embora o pedido de Americana seja esperado, Cardozo disse que alguns no mercado ainda
esperam a intervenção da 3G Capital, grupo de acionistas de referência da empresa
formado por Jorge Paulo Leman, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. . Segundo
Cardozo, esta situação não afeta apenas os mercados financeiros, mas também a economia
do país como um todo. “Por exemplo, a Ambev, que também faz parte do grupo, perdeu
8% desde quinta-feira passada, embora tenha recuperado a maior parte das perdas”, disse.
A Ambev inclusive está listada na lista de credores da varejista, com saldo superior a R$ 4
milhões. Outras empresas do setor também poderão se beneficiar com essa medida.
Cardozo enfatizou que muitos investidores que quiserem se expor ao varejo terão que
circular pelo setor e sair das Lojas Americanas para comprar ações de outras empresas.
"Pelo contrário, esta situação cria ansiedade para muitos investidores. Historicamente, o
setor retalhista já sobreviveu a outras falências e está, sem dúvida, a criar medo entre
aqueles que procuram investir", sublinhou o economista. A Comissão de Valores
Mobiliários dos EUA (CVM) está questionando como as empresas públicas lidam com
operações de “dumping de risco” após revelações de que esses tipos de esquemas custam
bilhões de dólares aos americanos. Foi prestada consultoria a 9 empresas atacadistas e
varejistas. “Quando necessário, cooperamos com participantes do mercado de capitais para
solicitar informações importantes para trabalhos de análise e monitoramento”, disse a
CVM em nota. “Nesse sentido, a Gerência de Relacionamento Corporativo (SEP) da CVM
tem prestado consultoria à empresa pública sobre as questões problemáticas”, disse. “Risk-
off” ou “forfait” é o nome dado à prática dos bancos concederem empréstimos a empresas
que compram de fornecedores para facilitar as negociações. Como resultado, as obrigações
de dívida da empresa recaem sobre as instituições financeiras e não sobre os seus
fornecedores. Segundo Roberto Canter, economista e professor da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), as transações entre redes varejistas não são incomuns.

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