ANÁLISE ESTRATÉGICA DA EMPRESA Conceitos e Definição; Análise do Meio envolvente interno; Analise do meio envolvente externo; Modelo das Cincos forcas de Poter; A análise SWOT das empresas. ANALISE ESTRATÉGICA A analise estratégica parte da recolha de um conjunto vasto de informações respeitantes a componente do meio envolvente da organização, efectuada pela própria empresa, ou por terceiros especificamente contratados para esse fim.
Após de recolhidas as informações a nível da análise
estratégica, são dividas e cuidadosamente arrumadas por itens e posteriormente estudadas, para permitir que se trace o caminho a seguir com o menor grau de incerteza. CONCEITO
A analise estratégica parte integrante da gestão
estratégica das organizações e engloba o pensamento estratégico, a analise do meio envolvente e a analise da própria organização. O objectivo da analise estratégica é entender a posição estratégica da organização através de panorama das influencias chaves no presente e no futuro da organização, bem como equacionar as oportunidades proporcionadas pelo ambiente e entender as competencias da organização. ANALISE DO MEIO ENVOLVENTE A função estratégica visa a realização de um diagnóstico que identifique de forma completa a situação da organização perante o meio em que ela está envolvida, este diagnostico deverá ter como objectivo encontrar de forma clara as ameaças e oportunidades que se encontram no ambiente externo, e que serão conjugadas, analiticamente com as forças e fraquezas da própria organização. Em síntese pode se realizar a analise estratégica dois níveis: Contextual e Transaccional conforme ilustra a figura: 1. Meio envolvente Contextual (a análise do meio ambiente externo) MEIO ENVOLVENTE CONTEXTUAL (A ANÁLISE DO MEIO AMBIENTE EXTERNO)
O meio ambiente externo que também é chamado de meio envolvente
contextual de uma organização, é constituído pelo conjunto de forças com as quais interactua. A análise desta componente ambiental toma a seguintes características:
Procura-se identificar mudanças que possam trazer implicações
profundas para o negócio;
Determina-se um conjunto de oportunidades e ameaças para que se
realize uma adaptação contínua a novas condições; É composto por contextos ou factores distintos mas inter-relacionados cuja a empresa não tem nenhum poder de influencia-los limitando-se apenas a se adaptar neles São as seguintes variáveis que compõe a esta envolvente: política / legal
Qualquer sector de actividade é regulado por uma série de leis e
regulamentos cujo número tende sempre a aumentar. É preciso analisar muito bem todos os textos legais nacionais e no quadro das Uniões Regionais. Mas isto não chega. O mais importante é antecipar alterações na própria legislação que regula a actividade e algumas delas são relativamente previsíveis, tais como a protecção do meio-ambiente ou a protecção dos consumidores, por exemplo. Desta forma se pode ganhar alguns pontos de vantagem sobre os concorrentes. Além disso, é importante avaliar a forma como vai evoluir a legislação global em assuntos como: a fiscalidade,
a legislação laboral,
as restrições ao comércio externo.
Finalmente, a estabilidade / instabilidade política
são factores que condicionam fortemente o clima económico global. EnvolventePolítica:
relaciona-se às regras do jogo e como ele é jogado no
ambiente governamental. Questões como corrupção, profissionalização, transparência, afetividade e estabilidade merecem total atenção; EnvolventeLegal:
corresponde à legislação, cujos membros da
sociedade estão sujeitos e envolve o processo por meio do qual as leis são regidas; Envolvente Socio-Cultural
Descreve as características da sociedade, a qual a
organização interage e está inserida, cujas mudanças interferem no ambiente, como questões culturais, liberdade, igualdade, valores, atualização tecnológica, entre outras. Envolvente económica
O clima económico do país é um dos factores principais que
afecta a actividade económica e, como tal, deve ser objecto de análise profunda. Os elementos a considerar não são só os tradicionais: crescimento do PIB e valor da inflação mas também o grau de endividamento das famílias e as mudanças na estrutura do consumo. Assim, os indicadores relevantes, tanto o valor actual como sobretudo as sua evolução previsível, são: Produto Interno Bruto, Taxa de inflação, Taxa de desemprego, Balança comercial, Taxas de juros, Taxa de câmbio em relação às principais moedas (dólar, iene, libra, etc.), Taxa de poupança. Demografia São as pessoas que fazem os mercados. É portanto essencial recolher o maior número de informações possível sobre a população em geral, de forma a avaliar como se distribuem os clientes reais e potenciais dos produtos e serviços da empresa. Não basta conhecer o número mas também é útil saber a evolução prevista, tanto ao nível do saldo de nascimentos falecimentos como também ao nível da imigração. Alguns elementos a considerar: Número e evolução da população,
Distribuição geográfica,
Estrutura etária da população,
Nível de educação e de cultura,
Imigração e tamanho das populações
estrangeiras residentes. Envolvente tecnológica
Traduz progresso técnico da Sociedade. Novos
Desenvolvimentos (Produtos ou processos) bem como avanços na ciência podem afectar as actividades numa organização.
inclui abordagens para a produção de mercadorias e
serviços, procedimentos e equipamentos, englobando tanto as necessidades da organização, quanto para as necessidades de seus clientes e fornecedores. 2. Meio envolvente Transaccional (a análise do meio ambiente interno) MEIO ENVOLVENTE TRANSACCIONAL (A ANÁLISE DO MEIO AMBIENTE INTERNO)
Se a envolvente macroeconómica (ambiente externo) é
relativamente comum à maioria das empresas - ainda que as diferenças sejam importantes e devam ser consideradas, a envolvente microeconómica (ambiente interno) é específica a cada organização, ainda que tenha elementos que são comuns às várias entidades que operam num mesmo mercado ou indústria. Neste ambiente a organização tem o poder de controlar as suas varáveis e ate influencia-las a qualquer mutação. Esta envolvente caracteriza-se por estar constituído por todos os agentes e factores que interagem directamente com indústria em que a empresa actua;
Dos elementos que integram o meio envolvente
transaccional salientam-se: Fornecedores O estudo do grupo de fornecedores de determinada indústria é um ponto essencial quando se avalia um mercado. O maior perigo é o de haver um só fornecedor. Na maioria das vezes, é preferível ter várias empresas que fornecem bens e serviços. A própria estabilidade dos fornecedores, ao nível financeiro e não só, são também factores a ter em conta. A importância de controlar os fornecedores é tal que várias empresas de uma certa dimensão consideram a hipótese de adquirir uma participação na própria empresa fornecedora, ou seja fazer uma integração vertical. Intermediários Muitas empresas não vendem directamente ao cliente final. Assim, é necessário conhecer os canais de distribuição dos produtos. É sabido que as grandes cadeias de distribuição têm ganho um peso considerável na economia. Também aqui, ficar dependente de uma só cadeia de distribuição pode ser perigoso mas frequentemente a empresa não dispõe de muita margem de manobra neste campo. Clientes Uma análise fina da clientela dos produtos ou serviços fornecidos pela empresa é um pré-requisito obrigatório para qualquer empresa que pretenda lançar um novo produto ou serviço no mercado. É preciso estimar a dimensão do mercado assim como algumas características específicas, tais como a sazonalidade. No entanto, mesmo para aquelas empresas que já estão a operar há algum tempo, existe a necessidade de reavaliar constantemente a sua base de clientes. Esta pode alterar-se devido a múltiplos factores como sejam: Alteração nos gostos e preferências, Mudanças de atitude,
Envelhecimento,
Mudanças na fidelidade.
Em termos globais, podem identificar-se cinco grandes
categorias de clientes. Normalmente, cada empresa serve um ou vários destes mercados que têm uma forma de funcionar - e de adquirir bens - muito diferente: Mercados de consumidores finais, Mercados industriais, Mercado de revendedores, Mercado estatal e de organizações não lucrativas, Mercados internacionais.
Seria errado, no entanto, limitar-se à análise de um só destes
mercados já que estão intimamente interligados. Por exemplo, uma empresa que só venda para revendedores não pode deixar de analisar todas as alterações do mercado dos consumidores finais.
Uma forma clássica de fazer a segmentação dos clientes é a
seguinte: Quem: perfil dos compradores
O quê: produtos e serviços comprados
Para quem: perfil dos utilizadores (não
necessariamente os compradores)
Quando: ocasião da compra
Onde: local da compra
Como: modo de comprar
Porquê: razões imediatas ou mais profundas para a
compra. Concorrentes A análise da concorrência deve ser feita com extremo cuidado e reflectir não só as características das empresas que fornecem bens e serviços no mesmo sector de actividade mas também as possibilidades de entrada de novos concorrentes.
Por outro lado, uma questão crucial é a do modo de definir o
mercado onde a empresa opera. O facto de definir o mercado numa perspectiva restrita ou abrangente pode dar resultados completamente diferentes. Assim, partindo do mais específico para o mais genérico, a empresa deverá analisar: o O mercado dos produtos idênticos e semelhantes, O mercado dos produtos substitutos, O mercado global do sector (automóvel, alimentação, saúde, banca, etc.), O mercado dos produtos ou serviços que satisfazem a mesma necessidade (prestígio, bem-estar, segurança, etc.).
Para cada concorrente, será assim preciso obter um máximo
de informações como o seu posicionamento no mercado, a sua estrutura financeira, os seus clientes mais importantes, etc., Nomeadamente: Capacidades: forças e fraquezas,
Objectivos: Metas em termos de rentabilidade,
quota de mercado, crescimento,
Estratégia: quais as medidas tomadas para
reagir ao mercado,
Pressupostos: posicionamento, expectativas.
Comunidade
O impacto que cada empresa tem na sociedade em geral
é um factor que ganha peso de dia para dia. É óbvio que os grupos de pressão estão mais atentos a determinados sectores de actividade do que a outros mas seria errado ignorá-los, já que existem sempre questões que podem influenciar a maneira como o público em geral vê a empresa. Recordemos algumas questões que marcam decisivamente a opinião pública: ANÁLISE DAS FORÇAS COMPETITIVAS DE PORTER A NATUREZA DAS FORÇAS COMPETITIVAS DE UMA EMPRESA
Toda empresa está inserida num ambiente composto por um
conjunto de forças competitivas que determinam o seu nível de retorno ou rentabilidade, sendo que a intensidade dessas forças varia de negócio para negócio. De acordo com Porter, as principais forças competitivas de um negócio são: Entrantes potenciais; fornecedores; compradores/ clientes; substitutos; concorrentes. Este conceito de forças competitivas expande a ideia de que a concorrência somente ocorre entre empresas que produzem o mesmo tipo de bem e serviço.
De uma certa forma, e, considerando as características
inerentes a cada ramo de negócio, compradores, fornecedores, substitutos, novos entrantes também devem ser vistos como concorrentes. É o que Porter denomina de rivalidade ampliada.
A seguir está detalhado cada uma das forças competitivas.
Entrantes Potenciais (Potenciais novas entradas)
São caracterizados por novas empresas que entram
para um ramo de negócio com o objetivo de ganhar parcelas de mercado, implicando a diminuição da rentabilidade dos participantes do segmento de negócio. Fornecedores (Poder negocial dos fornecedores)
Esta força competitiva é caracterizada pelo poder de
barganha dos fornecedores sobre as empresas de um ramo de negócio, com ameaças de elevação de preços, diminuição de qualidade etc., implicando também a diminuição da rentabilidade. Compradores (Poder Negocial dos clientes)
Analogamente aos fornecedores, os compradores em função
de seu poder de barganha podem forçar a baixa dos preços da indústria vendedora, bem como a melhoria da qualidade dos produtos ou serviços, fazendo com que o grupo de empresas vendedoras entre em concorrência acirrada. Substitutos (pressão de produtos Subistutos)
Esta força competitiva é caracterizada por empresas que
fabricam produtos substitutos aos produzidos por urna indústria. Neste caso, a lucratividade pode ser reduzida a partir do momento em que os produtos substitutos ofereçam uma alternativa de preço e qualidade mais atraente para os consumidores. Concorrentes
Esta força competitiva, por sua vez, caracteriza-se por disputas
por parcelas de mercado entre as empresas de um mesmo ramo de negócio, podendo assumir diversas formas, tais como: concorrência de preços, adição de valor a produtos e serviços, e assim sucessivamente.
Como dito anteriormente, cada uma dessas forças competitivas
tem intensidade variável em função do tipo de negócio no qual a empresa se encontra, podendo representar uma séria ameaça as empresas. ANALISE SWOT ANALISE SWOT
A análise SWOT (Strenghts: Forças, Weaknesses:
Fraquezas, Opportunities: Oportunidades e Threats: Ameaças) é uma técnica especialmente adequada para sintetizar os resultados das análises anteriores relativas ao ambiente externo e às capacidades da organização. A ideia não é uma mera listagem das percepções subjectivas da gestão, mas uma avaliação estruturada de dados, dentro do possível, objectivos. A análise SWOT envolverá os seguintes passos: Identificação sintética da estratégia actual que a empresa está de facto a seguir;
Identificar as mudanças no ambiente externo;
Identificar as capacidades chave (pontos fortes) e as
deficientes chave (pontos fracos) da organização, dentro do possível, de forma objectiva. Poderão assim identificar-se mais claramente e de uma forma sintética as questões estratégicas cruciais enfrentadas pela organização. Esta análise permitirá ainda identificar as competências nucleares que, se disponíveis à empresa em grau mais favorável ao que acontece com os seus concorrentes, lhe permitirá identificar os segmentos que lhe são mais propícios e aqueles que deve evitar.
As empresas efectuam a análise SWOT com o intuito de
relacionar os pontos fracos e fortes com as oportunidades e ameaças do meio envolvente. A Nova Análise SWOT Contudo, para um bom estratego, as ameaças constituem sempre oportunidades latentes [Freire, 1997], pelo que a empresa deverá saber aproveitar as oportunidades reflectidas nas novas tendências do meio e transformar aparentes ameaças em novas oportunidades no tempo mais apropriado, em vez de decretar uma situação de crise. Neste contexto, Adriano Freire apresenta uma Nova Análise SWOT, relacionando os pontos fortes e fracos da empresa com as oportunidades do meio envolvente e com o tempo. No entanto, para além do conhecimento dos pontos fortes, pontos fracos, recursos disponíveis, habilidades, potencialidades, capacidades e competências chave da organização, há também que conhecer, em sentido lato, a sua estrutura e cultura e aferir a qualidade do respectivo sistema de informação. A estrutura é a forma como a empresa está organizada em termos de autoridade e comunicação, adequação e flexibilidade, genericamente representada através de organograma. A cultura organizacional é o conjunto de crenças, expectativas práticas comuns e valores partilhados entre os membros de uma organização.