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Por que o administrador precisa saber sobre economia?

A necessidade de todos os administradores terem conhecimento sobre


economia

A economia de um país, conhecida como macroeconomia, pode influenciar a


situação financeira de qualquer empresa, seja ela grande, média ou pequena.
Sendo assim, dependendo das transformações econômicas que ocorrem,
todas sofrem mais ou menos os impactos.

Uma crise econômica em um país que está a milhares de quilômetros de


distância do Brasil pode afetar a saúde econômica de uma empresa aqui. Hoje,
isto está cada vez mais frequente devido à conhecida globalização, a qual tem
encurtado as distâncias entre as pessoas e as empresas.

É a esta situação contemporânea da economia mundial que se deve a


importância imprescindível de o administrador ficar atento à situação
econômica do país, como também a do planeta.

Uma variação na taxa básica de juros, por exemplo, pode influenciar o caixa da
empresa e a possibilidade de empréstimos para investir no crescimento desta.

O índice de consumo esperado para um determinado período na região de


atuação da empresa pode mostrar uma abertura ou ampliação de mercado
para ela, por exemplo.

Tudo isso exige do administrador atualização constante sobre o ambiente


externo à empresa.

Esta visão para o ambiente externo da empresa se iniciou com a abordagem


da teoria dos sistemas que revelou esta necessidade cada vez mais importante
de o administrador olhar para as mudanças externas à organização, a qual é
vital para a saúde financeira desta.

Por isso, os gestores precisam conhecer, ao menos, um pouco sobre como


funciona a economia de uma região, do país onde estão localizadas as suas
empresas, e até a mundial. Pois este conjunto de fatores econômicos são
determinantes para a permanência da organização no mercado.

Ter noções de Economia é fundamental para o administrador de empresas.


Mesmo que a organização esteja vivendo o seu melhor momento ou,
simplesmente, uma fase confortável, sem grandes riscos identificados, não é
possível dirigi-la sem entender como funcionam as unidades econômicas
diretamente envolvidas no negócio: concorrentes, consumidores, fornecedores,
trabalhadores, investidores etc. Só assim podem ser adequadamente
acompanhados as flutuações da oferta e da demanda, as pressões dos
fornecedores por melhores preços e condições, o comportamento dos
concorrentes, os controles governamentais, entre outros fatores. 

As empresas determinam as fronteiras de sua atuação, uma vez que cada uma
delas vende seu produto a determinados públicos, em uma ou mais áreas
geográficas, utilizando várias estratégias. São muitas as áreas geográficas,
assim como amplo o portfólio de produtos e os compradores. Além disso, no
mundo globalizado, há cada vez mais informação, bens e serviços sendo
negociados por um número crescente de entidades presentes no mercado. 

Originalmente, o termo mercado era utilizado para designar um sítio, onde


compradores e vendedores se encontravam para trocar os seus bens.
Contudo, em Marketing, os vendedores são vistos como constituindo uma
indústria e os compradores como constituindo um mercado. Os vendedores
enviam os seus produtos, serviços e comunicações para o mercado, e recebem
valores monetários e informações em troca. Atualmente, nas sociedades mais
avançadas, os mercados não necessitam de lugares físicos onde compradores
e vendedores possam interagir. O ambiente virtual proporciona uma excelente
plataforma para a realização das práticas comerciais (por exemplo, compra e
venda). 

Designa-se, então, por mercado o local no qual agentes econômicos procedem


à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Os mercados
tendem a equilibrar-se pela lei da oferta e da procura (demanda). 

Existem tanto mercados genéricos como especializados, onde apenas uma


mercadoria é trocada. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores
interessados e ao facilitar que os compradores potenciais os encontrem. Uma
economia que depende primariamente das interações entre compradores e
vendedores para alocar recursos é conhecida como economia de mercado. 

Os conceitos, normalmente, utilizados pela área de Marketing classificam os


bens conforme os hábitos dos compradores como: bens de conveniência, bens
de compra comparada, bens de especialidade e bens industriais, entre outros. 

O entendimento das diferentes categorias desses bens é determinante para


uma adequada definição das estratégias que irão garantir o sucesso de sua
comercialização. Pensar na estratégia para um bem de conveniência é muito
diferente da abordagem para um bem de compra comparada, por exemplo. 

As vantagens competitivas representam a sustentação da estratégia adotada


pela empresa para vencer a concorrência e para enfrentar com sucesso os
demais fatores determinantes das estruturas da indústria e do mercado
(fornecedores, clientes, produtos substitutos e entrantes potenciais). 

Qual a importância da economia para futuros administradores? Entende-


se que a importância da Economia para os futuros administradores reside no
fato de que ela estuda a maneira de utilizar ou empregar, racionalmente, os
recursos escassos que encontramos hoje em nossa sociedade. Recursos
esses que vão desde a matéria-prima a busca pela mão-de-obra especializada.
A Economia fornece aos administradores subsídios técnicos a fim de alocar
recursos, contratar pessoas ou mesmo imprimir determinado preço a uma
mercadoria produzida. No setor de investimentos nota-se a importância dessa
ciência para o alcance de lucros e de uma reserva de segurança para a
empresa. O administrador que domina os campos da economia é instrumento
fundamental para a empresa, posto que ele tem uma visão panorâmica do
cenário global e está apto a distinguir que investimentos, mercados e países
merecem a atenção da empresa e qual propiciará melhor retorno. Além dos
investimentos, o estudo da economia fornece ainda ao administrador uma
ampla visão das transformações ocorridas no cenário mundial e nacional,
possibilitando a percepção e a dedução das possíveis influências dessas
mudanças no campo da empresa que ele trabalha. A Economia “aguça o faro”
do administrador para novas tendências do mercado e anseios dos
consumidores. Nota-se que a Economia exerce papel fundamental para os
atuais e futuros administradores nas questões relacionadas à capital,
qualificação da mão de obra, busca de novos mercados, dentre outras ações
referentes à administração empresarial.
Onde podemos aplicar atuação da economia na receita básica para a boa
formação do administrador? Não é nada fácil driblar sucessivas crises
econômicas com grandes mudanças, desemprego e inflação. Tudo acontece
em um ritmo acelerado, que requer decisões rápidas e certeiras. Mais do que
captar, dirigir e fazer planejamentos em cima desses fatores, o administrador
precisa ser capaz de fazer análises e projeções do que pode acontecer a
longo, médio e curto prazo, para não ser pego de surpresa. Por sua mesa
passam os efeitos do sobe-e-desce das bolsas de valores, as estratégias de
desenvolvimento e de concorrência, a análise de viabilidade de novos projetos
empresariais ou comerciais.
E não há como fazer mágica: para tocar essa empreitada, o truque é
acumular informação. Não sobrevive nesse mercado quem não estiver
atualizado, reciclado e em sintonia com o mundo dos negócios. Pois o
conhecimento, nessa área, é uma matéria altamente sensível ao que acontece
no mundo.
Um administrador com uma boa formação sabe atuar em áreas de
orçamentos, finanças, análise de investimento e aplicações financeiras,
assessoramento econômico, educação e saúde. Planejamento e gestão
financeira ou empresarial, estudos e pesquisa de mercado, ensino, treinamento
e reciclagem profissional, elaboração de projetos de investimentos são
atividades desenvolvida cada vez mais pelos administradores qualificados e de
boa formação.

O coordenador do curso de administração da Fundação Armando Alvares


Penteado (FAAP), Bruno Ignácio Alvarez, afirma que, embora a profissão de
administrador de empresas sempre teve destaque no mercado de trabalho,
esse fato deve se acentuar, em razão das adversidades enfrentadas pelo
mercado e a economia brasileira.

“Neste cenário, a busca por profissionais qualificados, com raciocínio lógico e


analítico, competências técnicas e comportamentais adequadas, e regidos por
princípios éticos e morais, deve crescer nos próximos anos”, afirma.

No entanto, os desafios da carreira são grandes. Os principais estão


relacionados ao dinamismo do ambiente de negócios, a interconectividade
exigida pelas organizações e explicitadas pelo alto uso de tecnologias, o
crescimento exponencial do conhecimento, tornando necessária atualização
constante.

Alvarez afirma que entre as competências que o administrador deve


desenvolver para exercer a profissão estão: liderança para conduzir a equipe e
atingir um objetivo comum; proatividade, para se antecipar aos desafios futuros
e obter novos conhecimentos; flexibilidade para se adaptar às mudanças e ao
dinamismo do ambiente de negócios.

Alvarez acrescenta a percepção analítica e comportamental para entender o


ambiente e as pessoas que o cercam. Raciocínio lógico, para lidar com a
complexidade do mundo corporativo e desenvolver respostas para as
adversidades, além de saber trabalhar em equipe.

“Esse profissional precisa estar absolutamente ‘antenado’ às mudanças que


são significativas para si e para a empresa onde atua”, diz a professora de
gestão de pessoas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Miriam Rodrigues.

Ela ressalta, porém, que apesar de sermos bombardeados por grande


quantidade de informações, cabe a cada um filtrar aquilo que efetivamente
pode afetar a sua atuação profissional ou o desempenho da empresa.
Mercado. Formado em administração, o diretor financeiro da AxisMed, Bruno
Martins Rosa do Valle, diz que para se manter atualizado fez pós-graduação e
frequentemente faz cursos de extensão. “Também costumo ler muitos artigos
acadêmicos relacionados à área financeira e acompanho os resultados
financeiros de diversas empresas lendo os jornais.”

Segundo ele, os profissionais que estão chegando ao mercado têm muita


energia, capacidade e visão. “O problema é que eles têm pouca paciência para
esperar as mudanças acontecerem no tempo que elas ocorrem. Vejo pouca
experiência efetiva em implementações que realmente mudem o rumo da área.
Porém, por conta da tecnologia e da internet, acho que estão mais preparados
do que o pessoal da minha geração.”

Do Valle acrescenta que falta ao jovem profissional experiência de


relacionamento interpessoal. “Eles precisam ter paciência e saber lidar com
frustração e negativas, pois o caminho nem sempre é linear e previsível.”

Outra característica apontada por ele é a capacidade de adaptação às novas


tecnologias, além de estar muito atualizado às tendências. “É preciso olhar
para fora da empresa para que a solução contemple necessidades do
mercado. Saber trabalhar em equipe nunca sai de moda. Uma frase que tenho
ouvido muito é ‘elogie em público e repreenda em particular’.”

Aluno do 5º semestre de administração da FAAP, Pedro Felipe Fonseca e


Nunes já teve experiência como estagiário na área de finanças de uma
empresa e agora acaba de se tornar estagiário da GM, onde vai trabalhar com
inteligência de negócios na área de compras.

“Em razão do volume de informações, muitas vezes as empresas perdem


algum detalhe e isso significa perder vantagem competitiva. A área de
inteligência de negócio dá ao gestor as informações que ele realmente precisa.
É uma área nova e muito interessante. Para mim, o futuro das empresas passa
por ela.”
Nunes trocou a faculdade de engenharia pela de administração, porque o leque
de atuação é maior, segundo ele. “Posso trabalhar em recursos humanos,
finanças, projetos, gestão de operações etc. Considero que administração é a
ciência mais atual, porque está presente em todas as empresas. Além disso,
tirando o curso de desenvolvedor de software, administração é o curso que
mais vive o empreendedorismo, atitude muito valorizada atualmente.”

Para exercer a profissão em um cenário como o atual, no qual o mercado, a


economia e a política estão em constante mudança, o profissional deve ser
flexível e sempre atuar de forma ética, inovadora e empreendedora. Isto é o
que defende Alvarez.

“A graduação oferece disciplinas de cunho tecnológico que abordam as


principais inovações e suas aplicações no setor. Os alunos também aprendem
a utilizar softwares essenciais para a atuação de um administrador”, diz
Alvarez.

Segundo ele, questões como inteligência emocional, proatividade e postura


colaborativa são trabalhadas dentro das disciplinas. “Os estudantes são
incentivados, desde o início do curso, a realizar trabalhos em grupo em
diversas disciplinas e a completar o conteúdo do curso por meio de atividades
complementares”, diz.

A capacidade de aprender continuamente é, segundo a professora de gestão


de pessoas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Miriam Rodrigues, a principal competência que o
profissional deve ter.

“O administrador de empresas sempre foi e sempre será um profissional


eclético, considerando-se a abrangência e a diversidade de suas funções, em
consonância com a pluralidade do ambiente de negócios. Além da tecnologia,
que continuará alterando fortemente nossa maneira de trabalhar, também
temos o advento da globalização, que nos demanda o olhar ‘glocal’, que
congrega a percepção global e a sensibilidade local.”

Cursando o terceiro semestre da graduação, Ludmila Rodrigues Ribeiro já


definiu que quer trabalhar na área de marketing. “Trabalhei sete meses no
departamento marketing/negócios de uma empresa de serviços para
operadoras de telefone. Agora, vou trabalhar na área de branding (gestão de
marcas), que é outro segmento dentro do marketing, na Webmotors.”

Segundo ela, uma das vantagens da graduação em administração é que a


profissão possibilita atuar em diversas áreas. “Na grade curricular, a disciplina
de marketing permeia praticamente todo o curso. É uma área extremamente
dinâmica, nos expondo a desafios constantes”, afirma.

Ludmila diz que empresas que têm essa área bem estruturada costumam dar
aos funcionários muita autonomia. “Mesmo sendo estagiária, tenho autonomia
e isso é muito legal. Se a pessoa tem espírito de dono do negócio é muito
válido cursar essa graduação e optar pela área de marketing.”

Competências necessárias
Liderança
para conduzir sua equipe a fim de atingir um objetivo comum
Proatividade
para se antecipar aos desafios futuros e para obter novos conhecimentos com
agilidade
Flexibilidade
para se adaptar às mudanças e ao dinamismo do ambiente de negócios atual
Percepção
analítica e comportamental para entender o ambiente e as pessoas que o
cercam
Raciocínio lógico
para lidar com a complexidade do mundo corporativo, conseguindo
desenvolver respostas para as adversidades
Sociabilidade
para saber trabalhar em equipe
Busca pelo novo
para inovar e empreender; essas características devem ser fortes

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