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Revisão da literatura da IC

2 Da teoria: a meia-entrada e os determinantes do consumo de cultura

Nesta sessão, serão discutidos os aspectos históricos das políticas públicas por
meio das leis da meia-entrada, caracterizando-as como políticas públicas para fomentar o
consumo de bens culturais. Assim, será estabelecida a relação entre as leis e o capital
cultural, trazendo consigo o debate referente aos determinantes do consumo de cultura,
buscando tanto na literatura empírica como nos “clássicos” da teoria. Em seguida, far-se-
á uma breve consideração acerca dos impactos de uma política de discriminação de preços
no bem-estar, tendo como referência o basilar trabalho de Varian (1985).

2.1 A lei da meia-entrada

A história da lei da meia-entrada no estado de São Paulo, que institui o pagamento


de 50% do valor pleno do ingresso a certos setores da sociedade (entre os quais são
marcantes os idosos e estudantes), deu-se no ano de 1992, por meio do decreto N. 35.606,
estabelecendo “O pagamento de meia-entrada para o ingresso de estudantes em casas de
diversão pública” (SÃO PAULO, 1992a, p.1; SÃO PAULO, 1992b, p.2). Assim sendo,
foi um dos primeiros estados da federação a implementar tal política pública, somente
após os estados da Bahia, do Acre e do Mato Grosso (WINK et al. 2016). A medida
recebeu em 2012 uma ampliação, passando a incluir entre os beneficiados os professores
da rede pública de ensino (SÃO PAULO, 2012). A caracterização de tal lei como política
pública é disposta por Wink et al (2016) da seguinte forma:

“Essa é uma política que se baseia em dois pressupostos fundamentais.


O primeiro é fornecer subsídios ao consumo de cultura de um grupo de
pessoas, com renda individual média mais baixa. O segundo é
relacionado à interação existente entre capital humano e capital
cultural” (WINK et al, 2016, p. 754).

Assim, observa-se o interesse em examinar os impactos da lei no consumo de


cultura, tanto do pedestal da teoria quanto na análise empírica. Para debater o interesse
em políticas públicas para ampliar o acesso à cultura, bem como justificar o interesse em
pesquisar os reais impactos das políticas na desigualdade do acesso à cultura, demanda-
se desenvolver o conceito fundamental de Capital Cultural, assim como das demais
variáveis que determinam o consumo de cultura.
2.2 Os determinantes do consumo de cultura

O conceito de capital cultural liga-se profundamente à discussão efetuada por


Bourdieu. De acordo com o sociólogo, existe uma questão de dominação na apreensão e
capacidade de captar a arte, cuja manutenção é promovida pelo sistema educacional como
um todo (BOURDIEU, 1973). Seu objeto de estudo é, de forma sintetizada, analisar os
mecanismos que causam a manutenção do status quo da sociedade do século XX.

Conforme exposto em Riley (2018), Bourdieu divide em quatro âmbitos a ideia


de capital - referente à recursos disponíveis (RILEY, 2018), sendo respectivamente o
Capital Econômico, Capital Simbólico, Capital Social e Capital Cultural, cuja
característica marcante é a desigualdade entre as classes presente em cada um na
quantidade e na qualidade do acesso a tais recursos. Ligado intimamente aos capitais,
emerge o conceito de Habitus, ou seja, os comportamentos adotados conforme a classe
(em qualquer um dos âmbitos citados do capital). Assim, como pontua Silva (1995), ao
mesmo tempo que apresenta um caráter de dominação, ao “predeterminar” as práticas
sociais, o Capital Cultural apresenta também uma possibilidade de mobilidade social,
tanto por meio da educação quanto de um maior consumo de bens culturais. É importante
ressaltar a não subordinação da esfera cultural pelo Capital Econômico (SILVA. 1995),
mesmo que estejam intimamente relacionados, conforme estudos empíricos que mostram
a propensão a consumir cultura é ligada à renda (WINK et al. 2016; DINIZ, MACHADO.
2010; PAGLIOTTO, MACHADO. 2012).

A ligação entre os quatro capitais de Bourdieu é exposta pelo autor, quando se


examina o capital cultural, por meio da posse dos mecanismos que permitem a
compreensão e apropriação do bem cultural, condicionada por outros fatores sociais. Em
outras palavras, a apropriação destes bens simbólicos pressupõe a posse dos instrumentos
de apropriação (BOURDIEU, 1973). Assim, tem-se que o consumo de cultura é, em
essência, socialmente determinado – por meio do acesso aos instrumentos que permitam
a apropriação da arte legitimada, como por exemplo do sistema educacional, que reproduz
a estrutura do acesso ao capital cultural nas classes1.

1
O autor se vale, para a sua análise, da diferenciação dos grupos conforme a ocupação, com a palavra
“classe” ocupando este sentido.
Em contraponto ao disposto acima, Throsby (1999), partindo da definição clássica
de que Capital é um bem que quando combinado com outros “inputs”2 gera um outro
bem, coloca que o Capital Cultural se manifesta como tangível ou intangível (THROSBY.
1999), ambos particulares em relação aos outros bens de capital, embora sujeitos a uma
eventual depreciação. Apesar da aparente contradição entre os dois conceitos de Capital
Cultural apresentados, o aspecto benéfico de um aumento de tal capital mostra-se presente
na perspectiva sociológica (Bourdieu) e na da tradição econômica, marcada por Throsby
(WINK et al. 2016).

Assim, nota-se a importância em analisar-se as políticas públicas que pretendem


ampliar o acesso aos bens culturais em setores específicos da sociedade - como é o caso
das leis de meia entrada -, reiterando o aspecto positivo na sociedade ocasionado por um
aumento no capital cultural individual e, em última instância, coletivo, por meio tanto da
redução da desigualdade - utilizando do arcabouço sociológico de Capital Cultural -
quanto de uma maior geração de renda e bens neste campo - como se desprende de
Throsby.

Na literatura microeconômica, o capital cultural manifesta-se como o aumento da


propensão do agente em consumir cultura. Para explicar este fenômeno, existem duas
principais teorias: rational addiction (STIGLER & BECKER, 1977; ATECA-
AMESTOY, 2007) e learning-by-consuming (LÉVY-GARBOUA &
MONTMARQUETTE, 1996). Na primeira avaliação, consideram-se as preferências
como estáveis, entretanto, conforme o agente é exposto à cultura (consome bens
culturais), aumenta-se a utilidade marginal deste consumo; assim, o consumo vai
aumentando gradativamente por meio desta criação de um “vício positivo” – diminuição
dos preços-sombra, diminuindo do custo de oportunidade para o consumo (STIGLER &
BECKER, 1977). No caso de learning-by-consuming, as experiências anteriores nem
sempre são positivas, desta forma, o agente tende a consumir mais do que já conhece. A
maior parte dos estudos se apropria da conceituação em Stigler & Becker (1977) de
rational addiction.

2
Podendo ser outros bens ou mesmo ações, como Throsby menciona o trabalho (“Labour”)
(THROSBY.1999).
Além do Capital Cultural, que assume papel basilar no campo dos determinantes
do consumo de cultura, outras variáveis mostram-se presentes como importantes para a
análise do consumo de bens e serviços culturais.

Como trata-se de uma atividade “tempo-intensiva” (MACHADO et al, 2016), a


mensuração do impacto desta variável é crucial, assim como a educação formal e/ou
artística (seja do agente quanto do household/provedor), a renda familiar e outros fatores
relacionados ao capital social do agente (DINIZ & MACHADO, 2011; MACHADO et
al, 2016; PAGLIOTO & MACHADO, 2012; UPRIGHT, 2004)3.

Como mostra Upright (2004), o consumo de bens culturais não é apenas


determinado pelas preferências individuais de cada agente, existe um profundo caráter
determinante no meio social do agente. Assim, repara-se na ligação entre capital social e
capital cultural, com a interrelação de ambos, como Bourdieu já havia explicitado em seu
trabalho fundamental.

Machado et al (2016), ao realizar um estudo voltado para a análise do tempo livre


como determinante do consumo de cultura, utilizando de recortes para unir as diferentes
bases de dados utilizadas, mostra que o consumo de cultura no Brasil em 2013 foi bastante
restrito, com pouco tempo alocado para esta atividade4. Outra descoberta do estudo
refere-se à uma menor significância da renda e do tempo livre como determinantes do
consumo de cultura, em contraste com o impacto do capital cultural e a educação (artística
ou formal). Conclui-se do artigo a importância de políticas públicas voltadas para o
estímulo de um efeito multiplicador no consumo de cultural, por meio da criação do
hábito – relacionando-se intimamente com o Capital Cultural (MACHADO et al, 2016).

Desprende-se do trabalho de Paglioto & Machado (2012) a complementariedade


do consumo passado e presente no que tange à cultura. Para mostrar este “vício positivo”
(presente na teoria de Stigler & Becker de rational addiction), utilizou-se como proxy o
gasto com educação artística e instrumentos musicais. Desta forma, um maior gasto nesta
variável acarretava um gasto em consumo de bens e serviços culturais mais elevado. Vê-
se um caráter endógeno das preferências (PAGLIOTO & MACHADO, 2012), utilizando-

3
Desta forma, pode-se caracterizar o consumo cultural como função de variáveis socioeconômicas,
geográficas, demográficas e educacionais: 𝑦𝑖 = 𝑓(𝑆𝑒𝑖 , 𝐺𝑖 , 𝑆𝑑𝑖 , 𝐸𝑖 ). Para uma exposição mais detalhada, ver
Diniz & Machado (2011).
4
Como a própria autora afirma, não foi possível analisar o consumo de atividades culturais desprovidas
de dispêndio monetário.
se do arcabouço das preferências estáveis do modelo de Stigler & Becker (1977)5. Outra
característica explicitada no estudo é um custo de oportunidade crescente para o consumo
de cultura conforme a renda aumenta, devido a característica tempo-intensiva do consumo
de bens culturais. Ou seja, tem-se um debate acerca da própria natureza dos bens culturais,
sendo bens de luxo quando se considera o preço do lazer e bens normais quando não
(PAGLIOTO & MACHADO, 2012). Mostra-se ainda um efeito negativo do preço do
lazer no consumo cultural com o aumento da renda, anulando o efeito positivo promovido
pelo próprio aumento dos rendimentos (IDEM).

Por fim, em Diniz & Machado (2011) observa-se que a hipótese na qual o
consumo de cultura é distribuído de forma desigual, sendo condicionado principalmente
pela renda e pela educação, é confirmada. Para tal, dividiu-se em quartis de renda e
educação para avaliar a concentração6 do dispêndio em bens e serviços culturais. Além
disso, mostrou-se que – de forma surpreendente – a presença de uma estrutura de cultura
na cidade (no caso das metrópoles brasileiras) impacta negativamente o gasto familiar em
atividades de consumo de cultura (IDEM).

Nota-se, após essa breve revisão da literatura acerca dos determinantes do


consumo cultural, o caráter dual deste consumo. Isso é, ao passo que possuí variáveis
individuais de cada agente – como se destacam a renda familiar, a educação e o próprio
capital cultura (avaliado na econometria por meio de Proxys) – é importante ressaltar que
também é determinado socialmente. Desta forma, mesmo que não tivesse os métodos
estatísticos e econométricos mais avançados, a ligação estabelecida por Bourdieu entre o
capital social e o capital cultural mostra-se uma hipótese sólida.

2.3 – Da discriminação de preços no contexto da meia-entrada


Pensando primordialmente na temática das leis de meia-entrada, faz-se necessário
debater de forma breve o conceito de discriminação de preços e o seu impacto no bem-
estar, devido a própria natureza destas leis, estabelecendo preços distintos para grupos
diferenciados. Como Varian (1985) explicita: “price discrimination is present when two
or more similar goods are sold at prices that are in different ratios to marginal costs”.

5
Para uma comparação com a visão Marshalliana referente à mudança de padrões de consumo, na qual
ocorre uma mudança nas próprias preferências, ver: Paglioto & Machado (2012), Stigler & Becker (1977)
e Marshall (1890).
6
Função Kernel (DINIZ & MACHADO, 2011).
Pode-se caracterizar a política promovida pelas leis de meia-entrada como sendo
um caso de discriminação de preços do 3º (terceiro) grau, isto é, estabelecem-se preços
diferentes para grupos com preferências distintas sem que as curvas de demanda sejam
conhecidas, embora seja possível diferenciar os grupos. Ao contrário do caso
normalmente estudado, no qual a discriminação dá-se no âmbito do setor privado, sendo
promovido por monopólios; tem-se neste cenário um caso da discriminação sendo fruto
da intervenção estatal, como subsídio para o consumo cultural para setores específicos.

O debate dos impactos da discriminação no bem-estar é recorrente na literatura


microeconômica neoclássica, tendo como pedra fundamental o texto de Varian (1985).
Nele, observa-se que somente existe um acréscimo no bem-estar com um aumento geral
da produção, ou seja, como efeito da discriminação, o grupo beneficiado com o subsídio
passa a consumir mais do bem e, com isso, aumenta-se a produção. O autor ressalta ainda
que para ter este aumento, as curvas de demanda entre os grupos devem ser bastante
distintas entre si, algo que, dado os determinantes debatidos na sessão anterior, é bastante
possível. Além disso, ressalta-se que para custos marginais crescentes e/ou constantes, o
acréscimo do bem-estar depende que os custos não superem o valor do preço não
discriminado.

O que se pode concluir desta curta revisão e discussão: considerando custos


marginais constante e preferências lineares ou quase lineares para o consumo de bens
culturais de uma forma geral, tendo que a demanda por estes bens é bastante distinta pelas
condições debatidas na seção anterior, isso é, condicionantes como educação formal,
capital cultural, renda etc. Assim, tem-se que, caso a discriminação de preços aumente o
consumo e a subsequente produção (output), adaptando um preço para cada grupo, ter-
se-ia um aumento do bem-estar. Para um caso de custos marginais crescentes, o preço
não discriminatório deve ser obrigatoriamente maior que o custo marginal para que haja
aumento no bem-estar. Em conclusão, o aumento da produção é a condição basilar para
o aumento do bem-estar. Feita esta breve discussão, nota-se que não é o objetivo último
discutir essas questões, apenas se ressalta que não necessariamente a discriminação de
preços, promovida pelo governo, irá afetar de forma negativa o bem-estar.
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