Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
ARTIGO ORIGINAL
1
VASCONCELLOS, Maria Fernanda Pereira Gomes Guerra Duarte Mendes
RESUMO
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
públicas culturais adjunto a uma boa gestão pública, a fim de contribuir para a
infraestrutura do país e a valorização da cultura no mesmo.
1. INTRODUÇÃO
É preciso lembrar, todavia, que a “Economia Cultural”, como o próprio Arantes (2006)
intitula, é um tema desafiador na formulação de políticas tanto em âmbito nacional
como mundial. Isto porque os resultados não podem ser diminuídos à objetividade,
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
pois ser tornam imediatistas. Visando políticas duradouras, é preciso uma interação
entre os poderes públicos e as iniciativas privadas, lucrativas ou não.
Nesse sentido, a cultura pode ser vista por variados ângulos pois é um conceito amplo
e que abrange diversos significados. O trabalho em questão, através de pesquisa
bibliográfica do tipo exploratória, trata de um desses aspectos: a cultura como política
pública.
2. MOTIVAÇÃO
A própria Constituição Federal institui o direito cultural como algo essencial a ser
preservado e garantido, sem distinção de tipo ou região. Dessa forma, investir,
valorizar e divulgar a cultura, principalmente nos limites nacionais, é dever do governo
brasileiro.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
3. METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão bibliográfica com o intuito de embasar este estudo e sua
argumentação. A vantagem deste método, segundo Gil (2002), reside no fato de
permitir uma gama de cobertura de fenômenos muito mais ampla que se estes fossem
pesquisados diretamente.
O intuito da utilização desse método é obter uma excelente base técnica, pois fornece
uma bagagem teórica, de conhecimento, e o treinamento científico que habilitam a
produção de trabalhos originais e pertinentes, recuperando o conhecimento científico
acumulado sobre o problema.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
4. CONTEXTO HISTÓRICO
Entretanto, foi durante a Era Vargas, década de 1930, que se fundou o Conselho
Nacional de Cultura e o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN),
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Por volta da década de 1970 surgiu a ideia de um Plano Nacional de Cultura, mas a
proposta não chegou a ser aprovada. Não obstante, durante o governo Sarney, em
1986, a cultura passou a ter sua pasta exclusiva: o Ministério da Cultura (MinC).
Durante o governo Collor, veio o susto aos que vislumbravam a aceleração do
crescimento da indústria cultural com o advento do MinC: a sua extinção. Apesar da
situação ter durado apenas dois anos, o Ministério foi refeito, mas sofreu constantes
trocas de ministros, demonstrando a instabilidade da área na época.
No fim do século XX e início do século XXI, observa-se que a cultura adquire uma
maior estabilidade e há avanços como, por exemplo, a criação de leis de incentivo
fiscal. A Lei nº 8.313 de 23 de dezembro de 1991 (Lei Rouanet) instituiu o Programa
Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC). Em paralelo, no âmbito municipal, como
exemplo, na cidade do Rio de Janeiro, criou-se a Lei 1940/92 (Lei Municipal de
Incentivo à Cultura). Ambas ensejaram uma relação de parceria e corresponsabilidade
com a iniciativa privada, permitindo que as empresas usem parte do Imposto Sobre
Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para financiar projetos culturais aprovados por
uma comissão mista, formada por representantes da sociedade civil e do governo
municipal.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
dez anos. Assim, a organização das políticas de natureza cultural sofre uma
estruturação de forma sistêmica que possibilita maior articulação ente Estado,
sociedade civil e representantes das áreas culturais.
Apesar do caminho lento e árduo das políticas públicas culturais, o mercado privado
vem acelerando o movimento no sentindo de focar na cultura, pressionando os
governantes a investir no assunto. Pode-se dizer que o mercado é expressivo e
apresenta elevadas taxas de crescimento desde 2000. Segundo dados de 2018 da
Euromonitor, empresa especializada em pesquisa de mercado, o gasto médio per
capita com entretenimento para um conjunto de 71 países representava cerca de US$
1.001 por ano.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Outra forma de divisão, de acordo com Teixeira Coelho (1997) está relacionada ao
objeto. As políticas chamadas de “patrimonialistas” procuram preservar e fomentar a
difusão das culturas tradicionais, ou seja, as culturas que remontam às origens
históricas do país e valorizam o patrimônio histórico e artístico. Por outro lado, as
políticas “criacionistas” promovem os novos valores culturais, normalmente exaltando
as formas próprias das elites ou mesmo da classe média.
A ideia de proporcionar cultura à sociedade é: “(...) lema revelador, que mal oculta a
representação segundo a qual a cultura e o povo são entidades distintas e afastadas
uma da outra, quando não opostas “. (COELHO, 1997, p.294)
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
O liberalismo, por sua vez entende que não é dever do Estado promover a cultura ou
sequer fornecer opções culturais à população, deixando o fomento a cargo do setor
privado que se autorregulará.
Por fim, as políticas públicas têm outras três dimensões do ponto de vista da forma
cultural. A simbólica, em que se valorizaria a criação de novos símbolos que
expressam as atuais práticas culturais. A cidadã, do ponto de vista constitucional, em
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Além disso, conforme Oliveira (2016), na gestão pública cultural não há uma direta
relação de causa e efeito, ou seja, deve-se ter coerência entre o que se busca e o que
se executa de fato. Portanto, os resultados são consequência de processos alheios
às políticas culturais.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
Uma conclusão embasada nos estudos de Durand (2001) é que se faz necessário
fomentar o maior número de pesquisas, de forma a compreender claramente o perfil
da oferta e traçar uma demanda sensível o suficiente para captar traços de
comportamento de consumo cultural, podendo fornecer fontes quantitativas para uma
organização sistêmica da questão.
Por fim, conclui-se que é preciso investir em políticas públicas culturais pois estas
constroem o perfil do povo e sustentam o desenvolvimento do país. Segundo Yúdice
(1999), a eficiente gestão pública cultural ajuda na solução de problemas de temas
alheios à cultura, porque empregos podem ser criados, estimulando o turismo, dentre
outras variáveis que podem integrar os segmentos da economia. Assim, o diagnóstico
do cenário brasileiro deve ser melhor pesquisado para combinar as políticas públicas
de forma adequada a fim de que a própria sociedade perceba a importância da
questão e cubra a promoção e inclusão cultural como forma de cidadania.
REFERÊNCIAS
ARANTES, A. A.; BRITO, M.; CALABRE, L.; JAGUARIBE, B.; SAVAZONI, R.. Texto
base – 1 Conferência Cultural. Brasilía; 2006. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/conferencias/Cultura/texto_base_1_
conferencia_cultura.pdf. Acesso em: 10/09/2020.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
PWC. Global entertainment and media outlook 2016 –20. 2016. Disponível em:
https://www.pwc.com.tr/tr/industry/entertainment-media/outlook-global-entertainment-
and-media-outlook-2016-2020.pdf. Acesso em: 10/09/2020.
RC: 59915
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/politicas-culturais