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Fichado por: Janaina Lopes Pereira Peres

BARBALHO; CALABRE; MIGUEZ; ROCHA. Cultura &


Desenvolvimento: perspectivas políticas e econômicas

CRISE E POLÍTICAS CULTURAIS


Antonio Albino Canelas Rubim

Ensinamento a ser extraído da crise: o MERCADO não é todo-poderoso e não pode regular a
sociedade.

É consensual, entre os autores lidos, a ideia de que o período de neoliberalismo, no Brasil e no


mundo, significou o esvaziamento do Estado e das políticas públicas e sua substituição pelas
forças de mercado.
A experiência neoliberal abriu espaço para a revalorização do papel e da importância do
Estado, que nos dizeres de Lúcio se difere das demais instituições por realizar direitos na forma
de serviços.
Se por um lado, o Estado volta a ganhar espaço nos debates e nos estudos acadêmicos em
ciências sociais, por outro, vivemos em um mundo onde interagem uma variedade cada vez
maior de atores-agentes, em nível interescalar, com o intuito de solucionar uma variedade
cada vez maior de problemas que ganham complexidade e exigem novos modelos, novos
instrumentos e novas formas de engajamento.
Vale ressaltar que o que se busca é um equilíbrio entre a visão tradicional de Estado todo
poderoso, acima da sociedade, e a visão mais recente de Estado mínimo, ausente e tecnocrata.
A cultura é um campo novo com fronteiras fluidas.

Neoliberalismo e políticas culturais


• As políticas culturais assumem lugar relevante nos anos 1970, impulsionadas, sobretudo,
pela atuação da UNESCO.
• Já na déc. De 1980 entram em profunda depressão, com a ascensão do neoliberalismo.
• No Brasil, o Ministério da Cultura, criado em 1985, no contexto de redemocratização, é
logo desmantelado por Collor e transformado em Secretaria, 1990. É recriado por Itamar
Franco em 1993 = período de grande instabilidade institucional. O Estado, sob o
pretexto de carência de recursos, reduz o financiamento direto à cultura e propõe o
mercado como "alternativa" --> LEI ROUANET + LEI DO AUDIOVISUAL (o investimento
em cultural se dá devido às isenções fiscais e possibilidades de se construir uma boa
imagem) - apoio a empreendimentos culturais de nítido potencial mercantil;
investimento em instituições e fundações criadas pelas próprias empresas; concentração
de recursos em determinadas regiões (Sudeste).

Estado, Mercado e inibição da política


O Estado se transforma em mero repassador de recursos. O neoliberalismo provoca uma
ruptura entre o cultural e o político: isso oblitera a percepção de tensões e da diversidade.

Crise e revisões radicais: Vestígios do discurso Neoliberal


Ressonâncias neoliberais ainda persistem na atualidade.
O Estado não deve produzir cultura de modo unilateral, à margem ou acima da sociedade, não
pode impor ou induzir escolhas estéticas ou teóricas (cultura oficial). O Estado não é neutro.
Conforma um espaço privilegiado de disputa dos atores sociais pelo poder.
Se o Estado abandona sua prerrogativa de fazer escolhas (fazer política), esse vácuo é ocupado
ainda mais por empresas, grupos hegemônicos e pelo capital.
A noção ampla de cultura necessariamente incorpora valores sociais
Um Estado - nem máximo nem mínimo - pode e deve produzir cultura em íntima conexão e
sinergia com a sociedade.

Estado, sociedade e políticas públicas de cultura


Necessidade de se pensar um novo e ativo papel para o Estado. Um Estado que não esteja
acima e nem descolado da sociedade. Que tampouco seja apenas um suporte técnico,
submetido ao mercado. Um Estado articulado com a sociedade, através de políticas públicas
resultantes de debates e de deliberação compartilhada.

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TERMINOLOGIAS E DENOMINAÇÕES DAS ATIVIDADES DA ORGANIZAÇÃO
DA CULTURA
Leonardo Costa

De um modo geral, a experiência anglo-saxônica tem como foco/limite a "gerência e a


administração das artes", deixando de lado uma noção mais ampla da atuação na área
cultural.

"A sociedade pode existir apenas se cada um dos seus membros tiver consciência de uma
relação dialética necessária entre a sua própria existência e a existência da comunidade: é o
sentido da mediação que constitui as formas culturais de pertença e de sociabilidade dando-
lhes uma linguagem e dando-lhes as formas e os usos pelos quais os atores da sociabilidade
apropriam-se dos objetos constitutivos da cultura que funda simbolicamente as estruturas
políticas e institucionais do contrato social. [...] É no espaço público que são levadas a efeito as
formas de mediação, que se trata do lugar no qual é possível tal dialetização das formas
coletivas e as representações singulares. O espaço público é por definição, o lugar da mediação
cultural.” (LAMIZET, 1999, P. 9).

A França teve o primeiro Ministério do mundo voltado para a cultura. Mesmo assim, a área da
organização da cultura francesa é bastante heterogênea.
MEDIAÇÃO - tornar uma obra acessível a um público.

O que vemos, nas profissões ligadas à cultura é a falta de formação de um corpo profissional
propriamente dito.

"A gestão da cultura é a resposta contemporânea ao espaço cada vez mais amplo e
complexo que a cultura ocupa na sociedade atual"

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ALGUMAS NOTAS SOBRE COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS E
SERVIÇOS CULTURAIS
Paulo Miguez
O lugar de destaque da cultura é uma marca da contemporaneidade. A cultura transborda
seu campo específico e alcança outros campos da vida social, a exemplo dos campos político e
econômico. A cultura perpassa transversalmente todas as outras esferas societárias, como
figura quase onipresente: da cultura organizacional até a nova economia de Tecnologias de
Informação e Comunicação.
Economia da cultura - nos EUA, as indústrias de copyright representam 11% do PIB norte-
americano.
Defende-se que nesse novo século, o mundo não se constituirá em torno do geopolítico ou do
geoeconômico, mas do geocultural.

Segundo dados da UNESCO, a cultura movimenta US$ 1,3 trilhão - esse número, per se, já
justificaria o deslocamento da cultura do repertório das low politics para a seleta e restrita
agenda de temas que, considerados vitais para os Estados, como defesa e segurança, política
exterior e comércio internacional, conformam as chamadas high politics.
O cinema é o carro chefe dos embates e debates suscitados na cena internacional.

A Europa liderava a produção cinematográfica até a Segunda Guerra Mundial, após a qual é
substituída pelos EUA --> cotas para importação de filme são estabelecidas na França,
Inglaterra, Alemanha, Canadá. Através do PLANO MARSHALL os EUA impõem o abrandamento
das cotas.

1976 - Protocolo de Nairóbi advoga a livre circulação de ideias e princípios.


1993 - a questão do audiovisual alcança o GATT (Rodada do Uruguai) = marco recente mais
importante envolvendo a questão do comércio internacional de produtos de cultura.
• Debate sobre a "exceção cultural", exceção às cláusulas de "nação mais favorecida" e
"tratamento nacional". A Comunidade Europeia obtém êxito e os audiovisuais são
retirados da alçada dos acordos de livre-comércio. A mesma discussão já tinha sido
levada à ALCA pelo Canadá (também exitoso).
• A tese da "exceção cultural' cede lugar à "diversidade cultural"

1982 - Conferência Mundial sobre Políticas Culturais: formulação de um conceito ampliado de


cultura: base indispensável para o desenvolvimento sustentável
1988 - criação da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento
1996 - relatório Nossa Diversidade Criadora
2002 - Declaração Universal sobre Diversidade Cultural (UNESCO)
2005 - Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais
** reforço do enlace entre cultura e desenvolvimento.

A diversidade cultural é um patrimônio comum da humanidade e os bens culturais são dotados


de dupla natureza (uma dimensão simbólica e uma dimensão econômica).

Diferentemente da OMC, a Convenção da UNESCO não tem poderes para aplicar sanções em
caso de descumprimento do que se estabelece em seu texto.

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POLÍTICAS CULTURAIS: INDICADORES E INFORMAÇÕES COMO
FERRAMENTAS DE GESTÃO PÚBLICA
Lia Calabre
A criação do Ministério da Cultura em 1985 não resultou em elaboração ou consolidação de
políticas pública para a área. Esse movimento ganha um pouco de força no Ministério Gilberto
Gil, em 2003 (caráter democrático e participativo).

Após a IIGM percebe-se a política cultural como uma globalidade, uma concepção que articula
ações isoladas. É mais do que a simples soma das políticas setoriais relacionadas à arte,
educação artística, etc. --> institucionalização da cultura.

2004 - assinatura de Convênio entre MinC/IBGE para estudos no campo cultural. Diagnóstico -
-> política pública ---> avaliação.

Política pública / ação pública / gestão social

Virada 1960/1970 - milagre econômico brasileiro: aprofundamento das desigualdades sociais


(sofre muitas críticas de organismos internacionais) --> investimento na criação de
"indicadores sociais"
1990/2000 - a área da cultura volta a integrar gradativamente o rol das políticas públicas, mas
pouco se avançou nas áreas de acompanhamento e avaliação.

Desafio: criar indicadores culturais que subsidiem a elaboração de políticas públicas. Produzir
ferramentas/instrumentos de avaliação; projetos e ações. A construção de indicadores é
complexa quando se passa a trabalhar com um conceito AMPLO de cultura - conjunto de
saberes e fazeres, diálogos múltiplos, etc.: os indicadores podem ser de caráter setorial
(música, teatro, dança, museu, circo, livro, etc.) ou de caráter transversal (emprego, empresas,
gastos culturais, propriedade intelectual, comércio exterior), etc.

Muitos processos culturais ainda restringem-se à informalidade. São de difícil mensuração.

"Avaliar a existência ou não de equipamentos culturais não significa mensurar a dinâmica


cultural de uma região".

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INDICADORES SOCIAIS PARA GESTÃO LOCAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE
CULTURA
Maurício Siqueira

Boaventura de Souza Santos - Sociologia das ausências e sociologia das emergências


Na área cultural, o apego a termos como "eficiência" e "eficácia" pode levar a uma avaliação
economicista e mecânica da cultura.
** Indicadores indicam, mas não são a realidade a que se remetem.
É mais apropriado falar em um sistema de indicadores pautado em diálogo e negociação
contínua. Cada realidade local tem sua especificidade.

Ocorre que com o surgimento de indicadores de segunda geração, como o idh, foi possível
trazer para a discussão entre os agentes públicos e privados preocupados com o
desenvolvimento toda uma série de conceitos de viés economicista e mecânico. Houve, de
fato, um avanço com a opção pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(pnud) de um entendimento de desenvolvimento humano que diverge diretamente das
chamadas teorias do capital humano, ou seja, no pnud ressalta-se que as pessoas não são
meios de produção, mas sim objetivos finais do desenvolvimento. Além disso, o pnud
acertadamente entende os indivíduos como coparticipantes, como sujeitos, do
desenvolvimento e não meros beneficiários. (guimarães; jannuzzi, 2004) A esse respeito,
é importante ressaltar que conceitos tais como capital humano e capital cultural expressam as
formas fetichizadas da contabilidade de uma sociedade onde o capital é hegemônico, cabendo
antes no repertório de um banco, mas não em uma política pública comprometida com o
desenvolvimento sustentável.

Cuidado com o superdimensionamento de um determinado índice, “[...] geralmente lastreado


num processo de negligenciamento do entendimento que um indicador nada mais é do que a
medida operacional do conceito.”

cabe notar que a entrada em vigor da Convenção sobre a Proteção e a Promoção da


Diversidade das Expressões Culturais, da Unesco resulta de longo e complexo processo de
mobilização social, política e teórica.

Exceção cultural (OMC) ---> diversidade cultural (UNESCO): articula diversidade, direitos
humanos e desenvolvimento (debate além do mercado). Os bens e serviços culturais não são
simples mercadorias, senão portadores de valor e de sentido. p. 92

Boaventura de Souza Santos estudou alternativas à globalização neoliberal e ao capitalismo


global: propõe outro modelo de racionalidade, que supere a racionalidade ocidental
dominante:
• A experiência social, no mundo, é muito mais ampla e variada do que se imagina no
mundo ocidental.
• Essa riqueza social está sendo desperdiçada;
• Para combater o desperdício de pouco serve recorrer à ciência social como a
conhecemos - ela serve ao descrédito de alternativas ao sistema atual. Faz-se necessário
um modelo diferente de racionalidade: razão cosmopolita: EXPANDIR O PRESENTE E
CONTRAIR O FUTURO. Só assim se poderá evitar o desperdício das experiências
correntes.
• Sociologia das ausências: para expandir o presente - transformar objetos
impossíveis em possíveis e com base neles transformar as ausências em
presenças --> diversidade e multiplicidades de práticas sociais.
• Sociologia das emergências: para contrair o futuro - não se trata de minimizar
as expectativas com relação ao futuro, mas de radicalizar as expectativas
em possibilidades e capacidades reais, aqui e agora.
• Trabalho de tradução: para criar uma inteligibilidade mútua entre experiências
possíveis e disponíveis sem destruir a sua identidade - ver o subalterno
tanto dentro como fora da relação de subalternidade.

Não existe um "cultômetro" para que as sociedade meçam quão cultas são. Cultura não se
mede. Medir consumo não significa medir cultura.

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A POLÍTICA CULTURAL SEGUNDO CELSO FURTADO
Alexandre Barbalho

Furtado fala na importância de superação do "desenvolvimento mimético" - reprodução de


padrões importados de cultura.
Foi Ministro da cultura nos anos 1980:
1984 - Cultura e Desenvolvimento em época de crise
A ideia de "desenvolvimento" de Furtado pressupõe profundas transformações culturais.

Desenvolvimento e Cultura
• Renovação da agenda do desenvolvimento.
• Desenvolvimento, para Furtado, não se limita ao aspecto econômico - totalidade
sistêmica composta pelos elementos que compõem a cultura de uma sociedade.
• O conceito de cultura, para Furtado, não se restringe às artes (pensamento próprio das
elites), mas se aproxima dos conceitos da Sociologia e da Antropologia
• CULTURA: a forma como cada sociedade se organiza simbolicamente - dimensão
totalizador e sistêmica.
• Esse sistema é dividido em 3 âmbitos:
• Material: aspectos econômicos (progresso técnico, acumulação de capital) -
favorece o desenvolvimento do sistema cultural e cria tensões
• Não-material: sociopolítio (ideias, valores, ações dos agentes, com destaque
para o papel impulsionador do Estado)
• Não-material, mas além do sóciopolítico (inclui os mais altos fins da existência
humana, gerador de fortes atitudes criativas)

Furtado acredita que o "subdesenvolvimento resulta, em grande parte, da importação de


valores externos a determinado sistema cultural, como, por exemplo, a lógica da sociedade do
consumo que passa a vigorar nos grandes centros em especial após a IIGM. A importação de
tais valores pelos países periféricos se dá sem que haja a sua necessária tradução ou
conversão de um sistema para o outro, restringindo-se à mera imitação. p. 111
O progresso tecnológico e a acumulação devem ser meios de desenvolvimento e não fins, os
objetivos últimos.

Deve-se romper com o mimetismo e buscar o que Furtado chamou de "desenvolvimento


endógeno"

Cultura como herança do passado = riqueza nacional = estoque (estático)


Cultural como criatividade = renda nacional = fluxo (dinâmico)

Política cultural = intervenção planejada do poder público no sistema - produção, circulação e


fruição/consumo - simbólico por meio de instituições, agentes e ações voltadas
exclusivamente para esse fim.
O primeiro esboço de política cultural, no Brasil, remete ao primeiro Governo Vargas --->
promoção do sentimento de brasilidade, com destaque para a educação e a cultura. (VER
BARBALHO, 1998).
Para elaborar essa identidade, era preciso contar com intelectuais e artistas - considerada a
parcela iluminada da sociedade = interesses convergentes. Faltava criar os lugares e os
instrumentos que possibilitasse o encontro entre o governo e a intelectualidade =
construção institucional de espaços, físicos ou simbólicos, onde os intelectuais e artistas
podiam pensar e trabalhar em prol do caráter nacional --> Ministério da Educação (Gustavo
Capanema), Serviço Nacional de Teatro (SNT), Instituto Nacional do Livro (INL), Instituto
Nacional do Cinema Educativo, Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) ,
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) = "era das siglas" (Antônio Cândido) --> os
intelectuais vão sendo inseridos na "construção orgânica" da sociedade.

À época, era difícil diferenciar o que era cultura e o que era propaganda estadonovista.
A preocupação do movimento de 30 com o nacionalismo foi retomada pelo regime militar -->
outra perspectiva: mercado de bens simbólicos unificados e de uma nação integrada cultural e
politicamente (segurança nacional) - democratizar a cultura significava CONSUMIR BENS
CULTURAIS.

1975 - Governo Geisel - Política Nacional de Cultura (PNC), no âmbito do II PND (1974-1976):
princípios norteadores de uma política cultural
Eram fortes os vínculos entre cultura e Estado, cultura e segurança nacional, cultura e
desenvolvimento nacional, cultura e integração nacional.

Celso Furtado, Ministro da Cultura


Nov. 1983 - Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Cultura - o presidente deste fórum era
o deputado José Aparecido de Oliveira, então secretário de cultura de Minas Gerais, um dos
grandes batalhadores pela criação do MinC e que se tornou seu primeiro ministro (rápida
passagem, de apenas 3 meses - era uma parta pouco desejada). José Aparecido volta em
1988. p. 118
1985 - Criação do Ministério da Cultura (Gov. Sarney). Não é resultado da democratização, é
pleito antigo (considerado peça fundamental para defesa e integração nacionais).
A José Aparecido seguiu-se Aluísio Pimenta (6 meses) e, então, Celso Furtado (ministério novo
e já desmoralizado politicamente) - estruturou e organizou o MinC (mecanismos de
participação social,

1986 - Lei Sarney (Lei de incentivos) - modelo anglo-saxão (pareceu uma coisa positiva no
período pós-Ditadura Militar). Furtado a considerava positiva, pois incitava a sociedade a
buscar recursos em vez de esperar tudo do Estado. Furtado não vê as leis de incentivo como
política neoliberal ou enfraquecimento do Estado (como ocorreu com as Leis Rouanet ou Lei
do Audiovisual)

Quando Collor assume a presidência, o MinC era um Ministério descapitalizado tanto


politicamente quanto simbolicamente - foi imediatamente extinto, sem muitas reações
contrárias.

Para Furtado, o objetivo de uma política cultural deveria ser o de liberar as forças criativas da
sociedade.

MinC a partir de 2003:


• Alargamento do conceito de cultura e inclusão do "direito à cultura como princípio
basilar da cidadania;
• O público alvo da política cultural é deslocado do artista para a população;
• O Estado retoma seu lugar como agente principal na execução das políticas culturais
• Participação da sociedade na elaboração das políticas
• Divisão de responsabilidades entre os diferentes níveis de governo, organizações sociais
e sociedade

SNC / PNC / CNC - tentativa de institucionalização.

Para Boaventura de Sousa Santos (2005, p. 241), no capitalismo há uma “[...] hipertrofia do
princípio do mercado em detrimento do princípio do Estado e com o ‘esquecimento’ total do
princípio da comunidade”.

Marilena Chauí (1995, p. 81) ressalta a necessidade de alargar o conceito de cultura, tomando-
o no sentido de invenção coletiva de símbolos, valores, ideias e comportamentos, “[...] de
modo a afirmar que todos os indivíduos e grupos são seres e sujeitos culturais”.

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