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01) (Enem 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de

pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios
espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a
neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas.
Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se
em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de


Janeiro: Zahar, 1985.

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a):

a) legado social.

b) patrimônio político.

c) produto da moralidade.

d) conquista da humanidade.

e) ilusão da contemporaneidade.

02) (Unespar 2015) Leia o fragmento abaixo, da canção “Bienal”, de Zeca Baleiro.

“Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio


Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista calcado da revalorização da natureza morta”.

A letra sugere uma série de questões que se pode levantar sobre a criação artística e sobre o
processo da elaboração de uma obra de arte. Além disso, indica de forma bem humorada a
dificuldade que encontramos hoje para emitir uma opinião, julgar ou mesmo fazer uma crítica
das obras de arte das últimas décadas. Segundo Adorno e Horkheimer, esse fenômeno poderia
ser entendido a partir do processo de industrialização da cultura, que tem como um dos pontos
fundamentais a:

a) Diferença entre alta cultura e baixa cultura;

b) A explosão de manifestações culturais de baixa qualidade;

c) O advento de novas tecnologias como o cinema e a fotografia;

d) A ausência de gênios artísticos no último século;

e) A transformação da obra de arte em mercadoria.


03) (Unioeste) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das
massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947,
é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da
cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições
para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década
de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do
conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao
mercado.

Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar.

a) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de


campanhas publicitárias para ser divulgada para o público.
b) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da
sociedade.
c) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por
criações complexas e diversidade cultural.
d) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da
sociedade.
e) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo.

04) (UNESP) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da


sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo
de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo
marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer:
das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo
está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria
cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica
com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se
constitui em entraves para a emancipação humana.

(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”.


https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.)

Segundo o texto,

a) A padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da


publicidade.
b) A hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da
autonomia do sujeito.
c) O universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material
da sociedade.
d) A transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse
fenômeno social.
e) O conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a
indústria cultural.

05) As artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e
a ideologia da indústria cultural, baseada na ideia e na prática do consumo de
“produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo
o que existe no capitalismo.
Marilena Chauí, Convite à Filosofia.

Segundo o texto, uma das características da indústria cultural é:


a) a valorização do artista e de sua obra de arte.
b) censura a obras com conteúdo crítico.
c) liberdade de criação artística.
d) democratização do acesso as obras de artes
e) exploração comercial das obras de arte.

06) “Vivemos uma alteração importante na lógica comunicativa e organizacional das


mobilizações sociais. Se na segunda metade do século passado havia certa
previsibilidade e organicidade nas mobilizações que, não tendo sua pauta atendida,
perpetuavam-se em movimentos sociais compostos por estruturas próprias (de
formação política de sua base social, de liderança e comunicação, entre outros), no
atual século, a lógica é mais provisória e dinâmica. A estrutura de organização desses
movimentos é lacunar, ou seja, não tem todas suas estruturas internas preenchidas
(cúpula, corpo administrativo ou de organização interna e militância de base). Não são
tão horizontalizados como seu marketing sugere, mas utilizam expedientes de consulta
permanente aos seus componentes, quase sempre por meio de recursos disponíveis na
internet, como WhatsApp ou instrumentos de comunicação rápida e de baixo custo,
mais afeita à lógica comunitária fechada”.

(Ricci, Rudá. Movimentos e mobilizações sociais no Brasil: de 2013 aos dias atuais.
Saúde em debate. 42 (spe3), nov. 2018)

Apoiando-se nas colocações do texto e nos seus estudos sobre organizações sociais,
assinale a alternativa correta.

a) A capacidade de mobilização de seus membros é fator essencial em todos os


movimentos sociais.
b) Os movimentos sociais tradicionais tendem à desorganização quando não são
atendidas suas pautas.
c) A dinâmica da comunicação nos novos movimentos sociais é fator secundário de sua
organização.
d) As estruturas verticalizadas dos novos movimentos sociais se organizam
democraticamente.
e) O uso de tecnologias de comunicação de baixo custo propicia formas verticalizadas
de organização.

07) Os movimentos sociais têm sempre um caráter político inserindo as demandas


socioeconômicas, políticas e culturais na esfera pública. Para que o movimento social
ganhe visibilidade, é cada vez mais necessário que este se articule com outros grupos
com a mesma identidade social, constituindo as chamadas Redes de Movimentos
Sociais. Sobre os movimentos sociais ambientais, assinale a alternativa incorreta.

a) Os movimentos sociais, cuja pauta de luta seriam os elementos ambientais, ainda


não foram agentes de transformação da sociedade em razão de possuírem limites
políticos e técnicos.
b) Em nível mundial, a explosão do movimento ambientalista se deu na década de
1960. No Brasil, o ambientalismo passa a ter maior expressão a partir da década de
1970, sob a influência da Conferência de Estocolmo (1972) e do início do processo de
liberalização política.
c) O discurso ambientalista não obteve grande relevo entre os temas mais debatidos da
década de 1980, tal fato ocorreu devido ao período de endurecimento do regime
militar brasileiro.
d) Com a inserção de alguns ambientalistas no campo político e profissionalização das
ONGs ambientalistas, as entidades ambientalistas passaram à formulação de
alternativas viáveis para a preservação do meio ambiente.
e) As reflexões e práticas voltadas para o Desenvolvimento Sustentável ganharam
maior visibilidade com a realização da Rio-92, quando o movimento ambientalista
brasileiro passou a situar-se num espaço multissetorial, interagindo melhor
internamente e com entidades internacionais.

08) “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de


participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está
marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa
posição de inferioridade dentro do grupo social”.
(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

De que maneira uma pessoa pode ter impedido o seu direito à cidadania política?

a) Exercendo seu direito à liberdade de expressão.


b) Através do voto ou da participação em sindicatos e movimentos sociais.
c) Não estando filiada a um partido político.
d) Não tendo garantido os direitos políticos ou os meios necessários para uma
participação efetiva.
e) Exercendo o seu direito de ir e vir.

09) ) “A teoria feminista pode ser compreendida como um sistema de ideias geral e de
amplo alcance sobre a vida social e sobre as experiências humanas compreendidas a
partir de uma perspectiva centrada nas mulheres. Certamente, pelo fato da origem das
“teorias de gênero” ter emergido no movimento feminista, a categoria “gênero” ficou
fortemente associada exclusivamente às mulheres, prestando-se a distorções
conceituais e analíticas. Consagrou-se, pois, um “campo de estudos”, com significativas
repercussões e desafios contínuos. O termo “gênero” avançou para além da teoria
feminista. ” (SOUZA, Márcio. Teoria feminista de gênero no brasil: apontamentos sobre
um debate. Revista Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 11 n. 1
jan/junh. 2016, p.105). A partir do excerto e seus conhecimentos sobre Teoria
Feminista: gênero e cultura, assinale a única alternativa INCORRETA:

a) Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas


motivações mais usuais são o ódio, comuns em sociedades machistas, marcadas pela
associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.
b) A gestão sobre o próprio corpo ainda é parte da agenda política do movimento de
mulheres e fonte de conflitos, até o momento, como, por exemplo, na proposta de
descriminalização do aborto.
c) Mulheres que trabalham no setor privado – qualquer que seja o ramo da empresa
em questão – têm direito a 120 dias de licença maternidade. Isso só muda caso a
empresa participe do Programa Empresa Cidadã. Nesse caso, podem ser adicionados
mais 2 meses de licença-maternidade.
d) A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) estabeleceu que cada partido deve preencher
um percentual mínimo de 20% de candidaturas femininas entre seus candidatos em
eleições proporcionais.
e) A Lei Maria da Penha classifica os tipos de violência contra a mulher, tais como:
Violência patrimonial: entendida como qualquer comportamento que configure
controle forçado, destruição ou subtração de bens materiais, documentos e
instrumentos de trabalho.

10) (Enem/2015) “Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos
diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano
da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da
reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime
Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país,
do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-
se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o
Estado.” (Adaptado de: GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo:
Cortez, 2003).

No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram


para
a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.
b) tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos eleitorais.
c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da luta política.
d) ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de trabalhadores com os
sindicatos.
e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado.

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