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PROFESSOR: MOISÉS
ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
Resposta:
[E]
Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos estão
escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito da ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados e
extremamente parecidos entre si.
2.
Texto I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e,
ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses
eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer
outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem
Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural,
imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões
terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras
da
a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.
Resposta:
[C]
Ao desprezarem a diversidade cultural indígena, os europeus que chegaram ao continente americano demonstram seu
etnocentrismo, que se manifesta tanto na linguagem que utilizam, quanto nas atitudes que tomam nesses novos territórios.
3.
Leia o texto:
Do mesmo modo que em outros ramos industriais, a indústria cultural transforma matéria-prima em mercadorias, criando novos
padrões de consumo, voltados para atender às demandas de um determinado público-alvo.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia do Brasil. São Paulo: Moderna, 2009.
p.134.
Em relação ao monopólio da informação no Brasil, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada afirmativa a seguir.
( ) Existe a concentração da veiculação dos produtos culturais nas mãos de poderosos grupos empresariais.
( ) As concessões de rádio e TV têm sido utilizadas como moeda de troca nas negociações que estabelecem alianças políticas.
( ) Os grandes grupos econômicos puderam, por meio de investimentos no controle das inovações tecnológicas em comunicações,
ampliar espacialmente sua influência, ditando novos padrões de consumo.
A sequência correta é
a) V – V – V.
b) F – F – V.
c) V – F – V.
d) F – V – F.
e) V – F – F.
Resposta:
[A]
Como mencionado corretamente nas três afirmativas, os meios de comunicação de maior alcance, como as concessões de TV e
rádio ou jornais, pertencem a grandes grupos que, por meio da tecnologia, ampliam sua área de influência, estabelecendo relações
de poder com grupos políticos e financeiros.
4. É uma forma de cultura produzida industrialmente, e tem por objetivo a lucratividade das corporações de mídia que nela
investem grande capital em máquinas e infraestrutura fabril. Utiliza tecnologia de ponta, destina-se a um grande público anônimo e
impessoal e é distribuída através do mercado e depende de patrocinadores:
a) Cultura Erudita.
b) Cultura Popular.
c) Cultura de Massa.
d) Cultura Midiática.
e) Cultura Eletrônica.
Resposta:
[C]
A cultura de massa é dependente dos interesses econômicos de seus financiadores, criando produtos culturais pouco diferenciados
e sem qualquer compromisso com a transformação social. Esse tipo de cultura é produzido por aquilo que foi nomeado pela Escola
de Frankfurt de indústria cultural.
5. A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre
o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença,
ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações
religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de
“sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram
apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana.
Segundo o texto,
a) a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social.
b) a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade.
c) a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito.
d) o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade.
e) o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural.
Resposta:
[A]
A noção de sociedade do espetáculo está diretamente relacionada com uma visão marxista da sociedade. Por essa lógica, existe, na
sociedade capitalista, um processo de coisificação, simplificando as relações sociais a meras relações econômicas. Assim, a cultura é
um dos elementos que é transformado em mercadoria, podendo ser comercializada e produzindo lucro para a burguesia.
Ela apresenta o poder que a mídia exerce sobre as pessoas, criando a ideologia e a cultura de massa, valiosas para a organização da
sociedade capitalista.
Refletindo sobre a relação entre esses dois conceitos sociológicos, é CORRETO afirmar que
a) a representação simbólica, que o homem constrói do mundo, e a produção e reprodução material da sociedade são elementos
significativos para se entender a dinâmica da cultura e da ideologia na vida social.
b) a maneira como a vida se estrutura nas sociedades complexas obedece, rigidamente, às ideias de homogeneidade e
padronização, conforme se observa nas periferias das grandes cidades.
c) a ideologia é importante para a formação cultural das sociedades, mas estas são categorias sociológicas independentes,
reforçando a ideia de que os grupos sociais são influenciados por fatores subjetivos.
d) as pessoas possuem consciência da atuação da ideologia dominante sobre seu comportamento, razão por que, nos meios de
comunicação, a cultura de massa é restrita, apenas, à elite social.
e) os mecanismos de atuação da ideologia devem propor uma despolitização da cultura, pois esse processo tornará os indivíduos
mais alienados da dominação de alguns grupos sociais.
Resposta:
[A]
Todo ser humano e toda cultura criam representações simbólicas de como viver no mundo. Na sociedade capitalista, a ideologia
cumpre esse papel de representação simbólica, mas com a característica de subverter a realidade, fazendo com que os indivíduos
não percebam a estrutura desigual e injusta de nossas relações sociais.
Resposta:
[A]
A alternativa A está de acordo com o conceito de Cultura Popular. Este conceito se constituiu em oposição à cultura dominante ou
erudita, tendo uma manifestação autônoma e independente dos grandes meios de comunicação.
8. “A indústria cultural, com suas vantagens e desvantagens, pode ser caracterizada pela transformação da cultura em mercadoria,
com produção em série e de baixo custo, para que todos possam ter acesso. É uma indústria como qualquer outra, que deseja o
lucro e que trabalha para conquistar o seu cliente, vendendo imagens, seduzindo o seu público a ter necessidades que antes não
tinham”
Resposta:
[B]
A resposta da questão está contida no texto do enunciado, onde se afirma que a indústria cultural transforma cultura em
mercadoria e seduz o público a ter necessidade que antes não possuía. Tal função da indústria cultural está relacionada com a
necessidade capitalista de produzir e sustentar o lucro da classe burguesa.
9. “As considerações sobre cultura nos levam a uma importante conclusão: a existência de uma imensa diversidade cultural – tanto
nos níveis regionais e nacionais como na sociedade global – implica a existência de diferenças, mas não de desigualdades. Em outras
palavras, a Antropologia nos ensina hoje que sociedades e grupos sociais cujos valores, práticas e conhecimentos não são iguais aos
nossos não são primitivos ou inferiores: são diferentes. As diferenças só passam a ser sinônimo de desigualdade quando estão
inseridas em relações de dominação e exploração.”
(SANTOS, Rafael José. Antropologia para quem não vai ser antropologo. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2005. p. 32-33)
Considerando a ideia de diversidade cultural apresentada no texto acima, avalie as seguintes afirmativas:
I. A diversidade cultural existe porque as diferentes sociedades encontram-se em estágios diferentes de evolução social.
II. O estudo e reconhecimento da diversidade cultural não permite a classificação de sociedades em primitivas e evoluídas.
III. As diferenças biológicas entre os seres humanos determinam as diferenças de hábitos e costumes culturais.
IV. As diferenças culturais são transformadas em desigualdades culturais quando duas ou mais culturas são colocadas em contato
por relações de força.
Resposta:
[E]
As afirmativas [I] e [III] estão incorretas. A diversidade cultural é o que marca a diferença de hábitos e costumes entre os seres
humanos e isso não corresponde aos estágios de evolução social.
10. De acordo com a crítica à “indústria cultural”, na sociedade capitalista avançada, a produção e a reprodução da cultura se
realizam sob a égide da padronização e da racionalidade técnica.
No contexto dessa crítica, considerando o fast food como produto cultural, é correto afirmar:
a) A padronização dos hábitos e valores alimentares obedece aos ditames da lógica material da sociedade industrializada.
b) O consumo dos produtos da indústria do fast food e a satisfação dos novos hábitos alimentares contribuem com a emancipação
humana.
c) A homogeneização dos hábitos alimentares reflete a inserção crítica dos indivíduos na cultura de massa.
d) A racionalidade técnica e a padronização dos valores alimentares permitem ampliar as condições de liberdade e de autonomia
dos cidadãos.
e) A massificação dos produtos alimentares sob os ditames do mercado corresponde à efetiva democratização da sociedade.
Resposta:
[A]
A análise crítica da Escola de Frankfurt toma a cultura como objeto de análise. Inserida num contexto capitalista de produção, a
cultura se torna cultura de massa, um produto a ser vendido e consumido pelas pessoas, segundo a lógica de acumulação
capitalista. O que se observa, portanto, é a padronização dos gostos e a constituição de uma massa amorfa, alienada e a apta a
consumir.
11. A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus antepassados, relacionando-se com a
cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta;
ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando
a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros.
b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados.
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros.
d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem.
e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.
Resposta:
[E]
A alternativa E é a única correta. Fenômenos de hibridez são comuns e praticamente inerentes a qualquer cultura, desde que haja a
possibilidade de contato com culturas diferentes. A ideia de “pureza cultural” é uma falácia, pois nenhuma cultura é estática e faz
parte de todos os grupos humanos a necessidade de trocas, o interesse pelo diferente e a apropriação de elementos de outras
culturas sob a lógica da cultura apropriadora. Mesmo no mundo atual, marcado pela hegemonia cultural do ocidente, povos
autóctones interpretam e assimilam as influências externas dentro das estruturas de suas próprias culturas. Portanto, não é verdade
que o fato de haver hibridez impeça o surgimento de criações originais artísticas (alternativa A), pois, como dito antes, as influências
são alocadas dentro da lógica da cultura influenciada. Tampouco é comum haver uma recusa tão forte de outros traços culturais a
ponto de um povo se fechar e buscar modelos culturais do passado (alternativa B). Quando isso ocorre é muito mais no sentido
político, de busca por uma autoafirmação dentro de um modelo hegemônico do que repulsa pelo intercâmbio cultural. Também não
é correto afirmar que o interesse por produtos culturais estrangeiros significa menosprezo pelo patrimônio artístico da própria
população (alternativa C), pois, como já foi afirmado, é comum o interesse pelo diferente e é esse interesse que permite que as
culturas estejam em constante mudança. Por fim, é totalmente discutível a ideia de elementos culturais autênticos (alternativa D).
12. Indústria cultural é um termo que designa um modo de fazer cultura baseado na lógica da produção industrial.
Fragmentos da letra da música “Indústria Cultural”, de Chaves, expressam desencanto com as consequências dessa industrialização
e critica a cultura do entretenimento.
Indústria Cultural
(Chaves)
A partir dos versos e das estrofes dessa música, analise a atuação da indústria cultural na sociedade.
Resposta:
A indústria cultural é caracterizada pelo processo de transformar todas as produções artísticas em mercadoria, massificando-as,
uniformizando-as e produzindo um desejo por consumo. Em nossa sociedade, isso é perceptível, por exemplo, em filmes que
possuem mais ou menos a mesma estrutura narrativa e em novelas que têm como objetivo manter audiência e gerar receita para o
canal de televisão. Como resultado, nós nos tornamos um rebanho, desejamos consumir mais e não refletimos acerca de nossa
condição de vida.
13. “[...] uma grande marca enaltece - acrescenta um maior sentido de propósito à experiência, seja o desafio de dar o melhor de si
nos esportes e nos exercícios físicos ou a afirmação de que a xícara de café que você bebe realmente importa [...] Segundo o velho
paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o produto sempre é
secundário ao verdadeiro produto, a marca, e a venda de uma marca adquire um componente adicional que só pode ser descrito
como espiritual”. O efeito desse processo pode ser observado na fala de um empresário da Internet comentando sua decisão de
tatuar o logo da Nike em seu umbigo: “Acordo toda manhã, pulo para o chuveiro, olho para o símbolo e ele me sacode para o dia. É
para me lembrar a cada dia como tenho de agir, isto é, ‘just do it’.”
(KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 45-76.)
Resposta:
[E]
O exemplo apresentado no texto da questão apresenta um exemplo claro do fetichismo da mercadoria. As marcas adquirem um
componente espiritual que dá à mercadoria um valor muito maior que o seu “simples” valor de uso. De fato, a mundialização do
capital intensifica esse processo, como se pode perceber no exemplo sobre a tatuagem do símbolo da Nike.
14. Os pensadores da Escola de Frankfurt, especialmente Theodor Adorno e Max Horkheimer, são críticos da mentalidade que
identifica o progresso técnico-científico com o progresso da humanidade. Para eles, a ideologia da ‘indústria cultural’ submete as
artes à servidão das regras do mercado capitalista.
Com base nos conhecimentos sobre as críticas de Adorno e Horkheimer à ‘Indústria Cultural’, assinale a afirmativa correta:
a) A ‘indústria cultural’ proporcionou a democratização das artes eruditas, tornando as obras raras e caras acessíveis à maioria das
pessoas.
b) Sob os efeitos da massificação pela indústria e consumo culturais, as artes tendem a ganhar força simbólica e expressividade.
c) A ‘indústria cultural’ fomentou os aspectos críticos, inovadores e polêmicos das artes.
d) O progresso técnico-científico pode ser entendido como um meio que a ‘indústria cultural’ usa para formar indivíduos críticos.
e) A expressão ‘indústria cultural’ indica uma cultura baseada na ideia e na prática do consumo de produtos culturais fabricados em
série.
Resposta:
[E]
O aluno é capaz de responder facilmente à questão se fizer uma leitura atenciosa do enunciado e das alternativas. Se Adorno e
Horkheimer são críticos da ‘indústria cultural’, a alternativa correta não pode afirmar uma qualidade positiva dessa indústria. A
partir disso, somente a alternativa E se mostra como correta, pois é a única que critica a ‘indústria cultural’.
15. Leia atentamente o poema, intitulado Eu, etiqueta, de autoria de Carlos Drummond de Andrade:
Resposta:
[E]
A alternativa [E] não somente é incorreta, como também contraria todas as outras. A cultura de massa é um produto do modo de
produção capitalista e contribui para a mercantilização da cultura e para a coisificação do homem.