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FINANCIAMENTO CULTURAL E INDEPENDÊNCIA DO ARTISTA CÊNICO:

UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE BRASIL E FRANÇA A PARTIR DA


PERSPECTIVA DE ARTISTAS LOCAIS.
LE FINANCEMENT CULTUREL E L’INDEPENDENCE DU ARTISTE DU
SPETACLE VIVANT: UNE ANALYSE COMPARÉE ENTRE BRÉSIL ET FRANCE,
À PARTIR DE LA PERSPECTIVE DES ARTISTES LOCAUX.

VER: Notícias no Brasil sobre adiamento/cancelamento de editais públicos de fomento


à cultura (em SP e no Rio, p. ex.).

FEIJÓ, Gabriela Maria Carvalho. O modelo de financiamento para o campo cultural:


uma análise comparativa Brasil e França. Orientadora, Ursula Dias Peres. – São
Paulo, 2016.
P. 11: Mecenato  Mecenas que protegiam os artistas e a cultura. Modernamente,
Estado protege as artes, garante o seu acesso aos cidadãos e a iniciativa privada traz um
processo de mercantilização da cultura, transformando-a em produto.
P. 12: França. Início da institucionalização da cultura em 1959 com a criação do
Ministério de Assuntos Culturais, gestão de André Malraux. Primeiro País ocidental a
adotar um modelo institucional para a cultura.
P. 13: Primeiro Ministério da Cultura do Mundo  estabeleceu o princípio de
responsabilidade das autoridades públicas para o setor, assim como educação e saúde.
P. 13: França é modelo para o Brasil. Em 1988, o Brasil incorpora o direito à cultura na
CF e em 2005 assina a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das
Expressões Culturais, também defendida pela França, na UNESCO.
P. 14: França  intervencionista. Brasil  mercadológico.
P. 15 e 16: conceito de cultura (ANALISAR A ABRANGÊNCIA DA PESQUISA,
FOCAR EM AÇÕES DO TEATRO).
P. 27: “A cultura na França apresenta um caráter de bem público, onde a própria cultura
está arraigada à identidade nacional, garantindo assim uma valorização do campo
cultural, limitando a atuação dos atores nesse cenário, uma vez que alterações no
processo cultural demandam extenso debate. (...) No caso brasileiro a questão cultural
não está arraigada no ideário público, mas sim à ideia de cultura como um “bom
negócio”, especificamente nos anos 90, o que dá uma maior variedade de alternativas
aos atores no campo cultural, em especial às elites envolvidas que são mais fortes nesse
cenário, em que a cultura apresenta um caráter mercadológico”.
P. 34: França origem do atual modelo de financiamento cultural remonta à monarquia
absolutista. Apoio real à intervenção estatal no campo da cultura a partir de 3 formas: a
academia fixa normas culturais; o mecenato real adota um caráter público sob o reinado
de Luís XIV e a censura da Igreja perde força (laicização do Estado).
P. 35: apoio político à previsão constitucional francesa (Constituição de 1946) do acesso
à cultura se dá somente em 1959, no período da presidência de Charles De Gaulle cria
um ministério próprio para a cultura (Ministério de Assuntos Culturais – MAC).
Caberão ao Estado, portanto, o fomento e o financiamento das atividades culturais,
numa lógica de financiar sem intervir  bem-estar social também para a cultura.
P. 36: Primeiro paradigma para as políticas culturais na França: a democratização
cultural (garantir o acesso à cultura, em especial à cultura francesa). Priorização da
“alta-cultura” – Belas Artes.
P. 37: Duas políticas são criadas CITAÇÃO: “fazer que todos os cidadãos possam
chegar até às obras da cultura e estender aos artistas os benefícios de proteção social”.
p. 37 e 38: Maisons de la Culture: transformar um privilégio em bem comum (tornar
presente a “cultura viva” e as grandes obras universais). Secretaria de Belas-Artes
(relacionada ao Ministério da Educação Nacional): tornar conhecidas as obras do
passado.
P. 42: A partir da década de 70, Georges Pompidou rompe com a noção de um “Estado
estético” e com a lógica institucional para a cultura e cria a figura de um “Estado amigo
das artes”  presidente deve interagir com o campo cultural, sem criar um “estilo
majoritário”. Incentivo à cultura é dever do Estado.
P. 43: Pluralismo cultural  rejeição dos valores da classe dominante. Rompimento
com a política de democratização e criação de uma política e desenvolvimento cultural
global (administração liberal e pluralista).
P. 44: Governo de centro-direita de Valéry Giscard: crise econômica, diminuição do
orçamento da cultura, abre-se espaço para o mecenato privado (1979, Associação pelo
Desenvolvimento do Mecenato Industrial e Comercial – Admical). Lógica liberal.
P. 47: década de 80, duplicação do orçamento cultural. Conceito de democracia
cultural. Pluralidade cultural.
P. 49: Mecenato público da década de 80: financiamento das ações culturais se dá por
fundos públicos. Logo, há o financiamento direto do Estado bem como o privado
(Admical)  fortalecimento e regulamentação do financiamento privado para o campo.
P. 50: medidas fiscais adotadas pelo setor cultural para financiar o campo cultural.
P. 51: Financiamento cultural é responsabilidade do governo central e das coletividades
locais, através dos financiamentos cruzados, referentes ao pagamento de impostos.
P. 54: conjunto de ações de financiamento cultural na França mostra que o Estado é o
principal financiador de cultura nesse país, apesar da inclusão mercadológica nessa
equação.
P. 58: divergências na sociedade civil quanto ao financiamento da cultura. Parte da
sociedade acreditava ser um dever do Estado, parte acreditava serem desnecessários
subsídios estatais.
P. 59: Ministro Toubon elabora três orientações: distribuição territorial (desconcentrar a
cultura de Paris); formação e sensibilização de todos à cultura; e aumento da ação
francesa no plano internacional.
P. 61: Anos 90  reestruturação da política cultural. Vitória da extrema-direita nos
territórios, embate com o Ministério da Cultura. Legitimar e proteger a política cultural.
P. 63: partidos de direita defendem extinção do Ministério da Cultura. Vozes
dissonantes na sociedade. No plano internacional: interesse em proteger a cultural
nacional.
P. 64: Virada do milênio: defesa da “diversidade cultural”. UNESCO  Adoção da
Declaração Universal da UNESCO sobre a diversidade cultural (diversidade cultural
como princípio do direito internacional).
P. 64: Chegada da extrema-direita ao segundo turno  crítica ao fosso cultural entre as
elites e o “povo”, questiona-se a política de democratização cultural.
P. 65: Dificuldades orçamentárias no plano da cultura.
P. 65: Substituição da Declaração Universal da UNESCO sobre a diversidade cultural
pela Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais,
em 2005 (aprovada na 33ª Conferência Geral da UNESCO).
P. 66: Novas variáveis para o campo cultural: em 2007 é criada uma lei que regula o
fornecimento legal de obras na internet (combate à pirataria). Debate sobre direitos
autorais ganha destaque.
P. 67: Sarkozy  crise econômica em 2008 e redução orçamentária da cultura. Leis
favorecem o mecenato na França. Mercado como alternativa para minimizar o impacto
da crise no campo cultural.
P. 68: Momento atual: mantém-se o processo de descentralização, com enfoque na
pluralidade cultural e tendo em mente o desafio tecnológico.
P. 70: Financiamento cultural na França majoritariamente de forma direta, característica
intervencionista do Estado na cultura. Crise dos anos 80 trouxe novas diretrizes
(democracia cultural), ao englobar artes consideradas menores, e ao conceder apoio às
indústrias culturais. Legislação recente traz regulamentações importantes para o
mecenato e novas diretrizes culturais.
P. 77: Contexto BRASILEIRO. Alguns autores defendem que a política de incentivo
cultural no Brasil se inicia com a vinda da família imperial para o Brasil. Assim, D.
Pedro II passa a patrocinar diversos artistas e desempenha a figura de mecenas. Trata-se
de um processo de cultura civilizatória, que visava melhorar o nível social de uma
colônia atrasada.
P. 78: Esse processo perde força a partir de 1930. Era Vargas e aumento da
centralização e da intervenção do Estado. No mesmo período há forte censura e
repressão.
P. 79: redemocratização  grande desenvolvimento na área cultural se dá no campo da
iniciativa privada.
P. 80: Regime militar: forte centralização estatal, censura às artes. Forte autoritarismo e
desenvolvimento da política cultural nacional (planejamento estratégico para a área).
Censura + investimento em infraestrutura de telecomunicações + criação de órgãos
governamentais para a cultura.
P. 81: Três momentos na ditadura. 1º: 1964 a 1968  manifestações contra o governo,
afloramento do movimento cultural. Regime controla meios de comunicação; dimensão
nacionalista para a cultura. Utilização estratégica da cultura como projeto político-
ideológico (nacionalista).
P. 82: 2º momento: 1968 a 1974. Aumento da repressão e da censura. Incentivo e
imposição da cultura midiática, que reproduz a ideologia do governo. Cultura ganha
mais destaque dentro do MEC.

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