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20/09/2021

Módulo 1 – Gilberto Icle

Percurso geral da pesquisa, conceito de pesquisa…


Como se constrói e como se define a temática e o problema de pesquisa. Como se pensa a pesquisa.
Por fim, como se divulga isso na forma de artigos. Ainda, ética de pesquisa…

Entrega da síntese para o dia 08/10

Texto – o que é um paradigma? - para quinta-feira – Agamben


Assistir a aula da Débora Diniz – plágio!

Pesquisa tem a ver com produção de conhecimento – efeito multiplicador – relevância social.

Podemos nos afastar da ideia de pesquisa do senso comum, de que vamos “descobrir” alguma coisa,
ou de que estamos apenas fazendo perguntas na rua.

Na pesquisa é necessário haver um efeito multiplicador → inserção num campo de conhecimento.


Qual é a forma de inserção? O nosso conhecimento tenha efeito sobre outros pesquisadores.

Relevância social → há um impacto. Eu produzo um conhecimento que impacta alguém, um


problema, que ajuda a resolver alguma coisa. Há um efeito multiplicador não apenas na comunidade
artística, mas ele será relevante por seu impacto e desdobramento (multiplicação do caminho do
conhecimento).

Quando falamos de pesquisa, falamos de um território dos saberes disputados. Nada é apaziguado.
Estamos tentando provar que uma determinada narrativa tem relação com a verdade. Sempre haverá
uma luta, entre o processo de inserção num campo e o coletivo que se movimenta nesse bloco de
disputa pelos saberes.

O que entendemos por saberes? Uma espécie de campo (Foucault) → ideia de saberes relacionada
com o poder: onde há alguém que diz que sabe, há um jogo de disputa, de poder, em relação a um
outro. Nessa ideia de saber, podemos não pensar apenas com relação ao conhecimento, mas também
no sentido de um dispositivo maior, de episteme, um campo aberto que, em contínua disputa e
fricção com o poder, será sempre aberto, não é estanque. Essa espécie de episteme, que permite que
pensemos de determinada forma, tem uma certa relação com a verdade. É sempre um ponto de
vista.

O ponto de vista se torna completamente relativo se não há o sistema de validação comunitária.


Críticos, atores, política pública de financiamento… dispositivos do mundo das artes que
estabelecem esse sistema, no campo da pesquisa também há esse sistema por pares. O que é
pesquisa? É aquilo que a comunidade de pesquisa diz que é pesquisa.

Como validamos uma pesquisa? A partir, por exemplo, da sua publicação.

Duas dimensões da pesquisa.

1) pesquisa pura – responder uma necessidade intelectual. Exemplo: matemática.


2) pesquisa aplicada – conhecimento que visa resolução de problemas concretos e imediatos.
Diferenciação complexa…

Uma pesquisa pura pode subsidiar uma pesquisa aplicada. Exemplo da pesquisa da noção de tempo
na obra de Bob Wilson, que seria uma pesquisa pura porque não visa resolver um problema
concreto.

Não podemos pensar nessas pesquisas como coisas individuais. É o fato de fomentar uma
comunidade de pesquisa que possibilitará a resolução de problemas.

Tecnologia → sentido amplo, que tem a ver com a técnica.

Método: caminho usado para alcançar o conhecimento.


Metodologia: estudo dos diferentes métodos (explicação).

Por isso, no nosso campo, a metodologia é posterior → reflexão sobre os métodos que foram
utilizados.
Metodologia: método pensado, com reflexão
Fazer com que o leitor compreenda os caminhos e as justificativas para o caminho.
Só saberei da minha metodologia no final da minha pesquisa, porque ela abrange tudo: desde o
princípio da pesquisa até a sua conclusão. O método já é mais concreto.

Métodos que são clássicos na pesquisa:


Método indutivo: sentido geral de induzir uma resposta.
Método dedutivo: a = b e b ≠ c, logo a = c
Método histórico: muitos de nós vão se debruçar sobre documentos, história oral etc.
Método comparativo: fazer experimentações com dois grupos, por exemplo → BOM PARA A
MINHA PESQUISA, DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE CRIAÇÃO DE DRAMATURGIA
DO ATOR.
Método estatístico: a base dos número e como eles nos contam coisas sobre populações e grupos.
Método de estudo de caso: separar alguém ou alguéns, uma escola, um indivíduo e estudar aquele
caso, tentando encontrar naquele caso algo que se aplique de uma forma mais ampla.

O desvio é fundamental no nosso campo.

Esses métodos requerem técnicas ou instrumentos de pesquisa:

Técnicas de pesquisa (instrumentos):


Entrevistas (semi-estruturadas, estruturadas),
Enquetes ou questionários (IBGE)
Observação, chamamos na nossa área de observação participante.
Grupo focal (tentar compreender um grupo muito grande)
História oral
Documentação (muito comum para políticas públicas e história)
Experimentação → inventar um novo protocolo, por ex.

Quais seriam as dicas mais importantes para jovens pesquisadores?


Número 5

Cinco coisas que a pesquisa n é:


1) Levantamento de dados (como funciona tal coisa etc).
2) estudo (o estudo é uma parte da pesquisa, mas não é a pesquisa em si).
3) descrição (embora eu precise descrever coisas na pesquisa).
4) indagação (n é uma profusão de perguntas, embora eu precise delas)
5) experimentação (talvez as experimentações façam parte da pesquisa, mas ela n é a pesquisa em
si).

Cinco noções sobre pesquisa:


1) Requer planejamento prévio
2) requer uma pergunta: pergunta que me move como interesse perguntativo, move a
pesquisa.
3) requer rigor (que é diferente da objetividade): n tem a ver com cálculo matemático, mas sim
como uma reflexão rigorosa. Uma justificativa para todos os passos dados na pesquisa. Sobre os
desvios: não são ao acaso, eles têm uma justificativa.
4) requer ética: há limites éticos, a forma como escrevo sobre o que li.
5) requer invenção: n é uma simples repetição, é preciso pensar e inventar uma forma de fazer.

Cinco métodos de pesquisa:


1) pesquisa documental: documentos, historicidade
2) pesquisa experimental: fazer experimentos
3) pesquisa etnográfica: vem da antropologia, tinha a ver com se deslocar do seu próprio entorno e
ir para uma comunidade e lá viver e ser tocado e atravessado por ela, mas recentemente com a
antropologia urbana também se aplica a um certo estranhamento de grupos que podem estar
próximos ao pesquisador.
4) pesquisa em arte: ideia de uma pesquisa que produz uma obra de arte (a sua produção é a própria
pesquisa) a própria criação é o processo de pesquisa.
5) prática como pesquisa: mais recente, propostas de pesquisa que procuram localizar a pesquisa na
própria prática artística, sem que seja necessário um outro tipo de protocolo.

Cinco instrumentos de pesquisa:


1) observação: sobretudo a observação participante (o pesquisador participa do grupo). As coisa não
se passam como se passariam na ausência do pesquisador.
2) análise e leitura
3) questionários e/ou enquetes
4) entrevistas
5) experimentos

Cinco coisas que são feitas com pesquisa:


1) inventamos conceitos: inventamos quando n é possível dizer com os conceitos já existentes.
2) descobrimos coisas perdidas ou n conhecidas: um documento n publicado, por exemplo.
3) aprendemos coisas novas
4) resolvemos problemas
5) formulamos novas perguntas: a partir da pergunta original surgem novas

Cinco dificuldades recorrentes na pesquisa:


1) apenas repetir o que já foi dito
2) n temos clareza do problema: normal não ter clareza no início
3) não temos um bom plano
4) n conseguimos nos distanciar de nós mesmos: pesquisa sobre a nossa própria prática, estou
implicado, qd n conseguimos ter uma visão crítica.
5) n conseguimos ser inventivos: reinventar a todo momento o percurso da nossa pesquisa.

Cinco limites da pesquisa:


1) n se pode resolver mais de uma coisa ao mesmo tempo (necessidade de foco) → qual é o meu
recorte (uma sala de aula é um todo, uma performance, uma peça é um todo)
2) A pesquisa é sempre sobre algo contextualizado: n existe uma pesquisa deslocada de um cotexto.
3) não se pode dizer tudo: direi recortes. Ler tudo aquilo que está dentro do meu recorte. Não direi
tudo por uma questão prática e também por uma questão de aprofundamento (no recorte é possível
verticalizar).
4) n se pode resolver em definitivo nenhum problema.
5) não se pode fazer qualquer coisa a qualquer preço: novamente o âmbito da ética.

Trabalho com a palavra, que fere

Cinco dicas para jovens pesquisadores:


1) desconfie das verdade muito estabelecidas
2) seja criativo, repense a forma de fazer, revise sempre métodos: caderno de pesquisa, de
metodologia.
3) seja curioso, lembre que as disciplinas são invenções históricas
4) seja ousado, experimente
5) melhor que ser um pesquisador seria ter uma atitude de pesquisa.

O que você quer saber que você ainda não sabe?

A boa pergunta é a que coça, é a que me tira do sério.

João Moreira Salles e Eduardo Coutinho (documentaristas e entrevistas):


https://youtu.be/LCYKFscdLB0

A autoridade do texto é quem valida aquilo que foi escrito como sendo “verdade”.

HASSMAN → Ver o texto que está na bibliografia da Súlian


E também FISCHER, Rosa Maria Bueno
Ciane Fernandes → UFBA

Texto – o que é um paradigma? - para quinta-feira – Agamben


Assistir a aula da Débora Diniz – plágio! - feito

21/09/2021

Estado da arte → quando o pesquisador da uma determinada visão de um problema

A construção do tema de pesquisa.


O que é tema?
Quais são as disciplinas em cênicas? Teatro, dança, circo, ópera, performance, formas animadas.
Dentro delas, há temas de pesquisa. O que o caracteriza? Há grupos de pesquisa organizados em
torno desse tema, 2º – há produção de dissertações, teses, que tratam desse tema, que o delimitam.
Essa produção vai circunscrever o que é esse tema. Às vezes, há temas que estão circunscritos em
determinadas línguas ou n.
O que é o triângulo? São os temas que permeiam a pesquisa. No meu caso, teatro físico, sonoplastia
e ? talvez ronco, isolamento?
Os temas permitem que eu determine as temáticas da produção (levantamento bibliográfico).
O primeiro passo é saber quais são as minhas temáticas. No meu caso, há 2 principais.
Quais os últimos artigos/teses/publicações sobre o meu tema?
Se eu tenho a confluência dos meus temas, me aproximo do centro do meu triângulo, que é o meu
próprio tema.
Em qual ponto esses temas se tocam?
É comum que na introdução já se faça um percurso do pesquisador, para justificar o seu interesse.
Os temas são a forma que eu tenho que me inserir do meu tema.
A pesquisa é o que faz o encontro das três temáticas. É nesse ponto onde começa a criação do
pesquisador. Até então, com o levantamento de dados/bibliografia, estou conhecendo o meu tema.
Os temas de pesquisa são anteriores à pesquisa.
Levantamento da produção.
Usar indexadores (espécies de bibliotecas onde são depositados documentos) e bases de dados
abertas e confiáveis.
Google acadêmico (é um repositório, aparece tudo o que for publicado e que o google acadêmico
capturar das revistas, livros etc, é preciso ter certa atenção), SciELO (se a revista está no SciELO,
ela está validada), DOAJ, REDALYC, Banco de Teses e Dissertações da CAPES (banco de teses ou
dissertações), Anais da ABRACE.
SciELO, DOAJ e REDALYC são indexadores de revistas de acesso aberto.
Há as revistas pagas pela CAPES.
No Brasil n há a tradição de indexação, a maioria n está nos indexadores.
Os documentos mais importantes para a pesquisa são os artigos científicos, pois são os que têm a
maior validação (sistema duplo cego, sistema de modo anônimo).
Levantamento da produção: utilizar boa combinação de palavras chave.
É necessário anotar todo o levantamento de produção (data, quantidade de resultados obtidos com
determinada palavra-chave ou critério de pesquisa etc, quando estiver pesquisando na base
SciELO).
Ficha de leitura.
Melina Scialom. Ela trabalha muito com a Ciane Fernandes e tem um texto bem interessante
chamado " A prática-como-pesquisa nas artes da cena: discutindo o conceito metodologias e
aplicações
one shared tabs do Google
Ficha de leitura → recuperar a leitura, ela pretende evitar que você tenha que ler o texto de novo. Já
é o que eu tenho feito. A primeira coisa da ficha é fazer uma síntese do que o autor diz naquela
texto, útil para recuperar a memória. Depois disso, recuperar a tese/o argumento do autor (é o que
eu já tenho feito).
O levantamento bibliográfico realimenta o recorte da minha pesquisa.
Importante: artigos em periódicos nos últimos 5/10 anos. Bibliografia atualizada.
Não esquecer da produção local, do entorno. É preciso conhecer o entorno, quem pesquisa o mesmo
tema ao meu lado.
Verificar as bases em mais de uma língua, mas para isso saber como procurar.
O estado da arte do tema: mostra a instersecção dos temas e a posição dos problemas.
A construção da questão de pesquisa: curiosidade inicial → estado da arte (tudo o que se sabe)→
avanço para a área (aquilo que n se sabe)→ determina os objetivos → guia todos os elementos.
Formulação da questão de pesquisa → confluência a partir de um determinado vocabulário. Nela,
normalmente aparecem os conceitos sobre os quais eu trabalho. A questão se movimenta muito a
partir desses conceitos.
“Como” é uma forma melhor de formular uma pergunta do que “o que” ou “por que”. Aí eu tenho a
possibilidade de demonstrar uma tese.
O QUE É EPISTEMOLOGIA.
É a ciência do conhecimento, é o que apoia o conhecimento, a forma de pensar. Um quadro de
fundo que apoia o nosso conhecimento.

Cuidado ao abranger pesquisadores de epistemologias distintas.

Relação da questão com a metodologia → quais métodos utilizarei para responder à questão?

A metodologia precisa estar adequada à pergunta.


Por fim, o desenho metodológico:
instrumentos teóricos: conceitos
Prática de pesquisa
Método a ser empregado na prática-como-pesquisa
produção de dados
análise de dados
escrita
postura ética.

Triângulo: processo de criação, teatro físico (dentro disso há a dramaturgia de ator, dentro do
campo da antropologia teatral, mais perto de quem fala do ator do que quem fala do
dramaturgo), sonoplastia (atmosfera sonora, estímulos sonoros, sono, ronco, repouso e vigia ).

22/09/2021

3) Revista Brasileira de Estudos da Presença https://www.seer.ufrgs.br/presenca/issue/archive

4) Evento em homenagem aos 85 anos de Eugenio Barba: ENCONTROS SOBRE TERCEIRO


TEATRO E ANTROPOLOGIA TEATRAL
https://www.youtube.com/channel/UCxbJWXA4SwhZRSrVmcv8oNQ

SEER – Sistema eletrônico de editoração de revistas (em inglês OJS).

O que são dados de pesquisa?


Escolha em termos de método, o método construi o que chamamos de metodologia (esse capítulo é
uma reflexão de como trabalhamos, do que fizemos e como fizemos).

Como produzir dados? (não se usa mais a ideia de coleta de dados).


É preciso escolher o método e os instrumentos em conformidade com a questão de pesquisa.

Título, temas, objetivo, questão e metodologia.

É preciso haver coerência entre esses 5 elementos.

1) Pesquisa sobre o próprio trabalho – métodos:


- experimentação (testar protocolo, estética, técnica).
- entrevistas ou enquetes
- análise de discurso ou de textos
- trabalho de arquivo
- participação observadora (participo do processo e observo a minha própria participação durante o
processo, por isso, participação observadora).

Não significa que utilizarei apenas questões auto-referentes.

2) Como preparar a pesquisa sobre a própria prática?


N há como prever tudo, plano detalhado, cronograma e plano de trabalho, equipamentos
necessários. É necessário um tipo de plano.

3) Trabalho de campo – outro grande grupo de pesquisador


- observação participante
- participação observadora
- enquetes e entrevistas
- análise de discurso ou de textos
- trabalho de arquivo.

4) como preparar o campo?


Vínculo de confiança com os sujeitos
cronograma e plano de trabalho
confirmar com todos os sujeitos envolvidos e ter todas as autorizações necessárias

5) trabalhos sobre textos e/ou arquivos


- análise de conteúdo
- análise de discurso
- análise exploratória
- análise comparativa

Produção de dados piloto (espécie de amostra do trabalho que será realizado)


amostra do trabalho a ser realizado
pode ser descartada ou n da análise
objetiva desenhar o método
objetiva testar o método
Técnica também para reduzir as expectativa

Mesmo na experimentação podemos fazer essa produção.

Tipos de dados
Survey (totalidade)
Amostra (é necessária uma justificativa para o critério dessa escolha)
Dados exploratórios

Como registrar dados?


Escrever
Diários de bordo
Anotações diversas
Redes sociais (grupo de wpp consigo)
Textos coletivos
questionários

imagens
fotos e vídeos
transições

dossiê de dados: arquivo único quando foram utilizados diferentes métodos de registro de
dados.

Análise dos dados:


leituras sucessivas
classificação (possíveis divergências, impasses etc)
separação
identificação de ocorrências
identificação de desvios ou singularidades
comparação
análise quantitativa

Produção de esquemas de análise


quadros, tabelas, esquemas livres, figuras e imagens, mapa conceitual, mapa de informações, mapa
de problemas.

Como criar ancoragens objetivas para evitar se perder no próprio trabalho?


A partir desses métodos citados.

O método eu tenho que inventar, de acordo com a inventividade da minha pesquisa.


Se trabalho com performance, a metodologia também tem que ser performativa.

Eu me invento uma barreira pra poder ficar livre.

23/09/2021

Agamben: tradição filosófica do Benjamin, do Foucault – as filosofias da suspeita, aqueles que


sempre fazem o que Foucault chama da operação de colocar em suspenso (será que isso é o que eu
penso que é?).

De um modo geral, ele toma a ideia de paradigma e mostra que o paradigma precisa ser pensado
fora da dicotomia binária causa-consequência, e cria então a ideia de paradigma de elemento
analógico e não dialético, isso significa que o paradigma é uma espécie de entre-lugar, espaço vazio
que se completa a partir da ruptura entre essas categorias binárias (causa e conseq, exemplo e
exemplar).
A academia tem muitas narrativas que são baseadas em binarismos, o que contemporaneamente tem
sido objeto de questionamento por lutas sociais.

Parte 1: ele diz que é possível uma analogia entre Kuhn (conceito de paradigma) e Foucaut
(conceito de saber). Segundo Kuhn, paradigma é exemplo que se torna exemplar e promove a
revolução da ciência.
O conceito de saber segundo Foucault é mais ampla (n é só aquilo q a gente tem conhecimento).

É preciso ter cuidado com a analogia entre o saber científico do Foucault e o paradigma de Kuhn.

Na segunda parte, ele adentra no conceito de paradigma científica de Kuhn – paradigma é substituto
do termo de matriz disciplinas (conjunto de técnicas, conceitos e valores e cujos membros aderem)
e em segundo lugar é um elemento singular desse conjunto que o substitui (tipo a gilete que
substitui a lâmina de barbear).

Para ele, as regras derivam do paradigma e são elas que determinam a ciência.
O paradigma é um exemplo, a partir de sua repetição, adquire a capacidade de modelar o
comportamento e as práticas científicas. Sai do universal e se torna a regra. A revolução científica é
quando um paradigma é substituído por outro.

Na terceira parte, o Foucault abandona a concepção tradicional do poder, que é fundada nos
modelos jurídicos de categorias (estado, soberania, etc). Ele n trabalha com a ideia de poder
centralizado, mas sim com a ideia de micro-poderes, poderes dispersos, o poder é próprio de todas
as relações. A relação de poder é móvel → onde há saber, há poder, onde há homens livres, há poder
(n enxerga poder nos escravizados). Mesmo os governados governam a sua forma de vida, como o
poder penetra no corpo. Como o Estado se apropria dos corpos, e como o Rei tem o poder de morte,
ao contrário da República, onde isso n é possível, mas onde o Estado controla a vida das pessoas.
Não é um poder sobre a morte, mas sim um poder sobre a vida.

A proximidade desses métodos, segundo Agamben, é enigmática.

Na parte 4, Foucault toma distância das noções de paradigma, e prefere a noção de regime
discursivo (Arqueologia do saber), ele propõe a ideia de discurso (o sujeito é produzido pelo
discurso) que é um conjunto de regras/enunciados. Discurso da moda, acadêmico, é um conj de
regras q na proposta do Foucault, o q chamamos de discurso no senso comum é chamado de
ENUNCIAÇÕES. Um enunciado é aquilo que produz o sujeito. Uma verdade fora de nós e à qual
aderimos. Então o regime discursivo é aquilo que governa os enunciados (parte de uma análise
histórica, numa proposição da descontinuidade). Contra a história linear (nela, os fatos são
agrupados em causa e consequência, a história é algo contínuo, ideia de sucessão). Nessa ideia de
continuidade também está a narrativa de progresso (o ponto em que estamos é melhor e superior ao
que vivemos no passado). Em seu trabalho, ele demonstra que fazer história precisa de
descontinuidade (para a história contínua, preciso desconsiderar o que desmente a linearidade).
Então não estamos caminhando para um desenvolvimento que será melhor do que o passado,
caminhamos em diversas direções. A sua obra se ocupa muito das descontinuidades. Ideia de
ruptura. Sobre descontinuidade: é uma operação do pesquisador (deliberada), é o resultado da
descrição histórica e é um conceito que suspende os conceitos lineares de história de causa e conseq
para fundar a história do descontínuo.

Na parte 5, ele se ocupa do panóptico como um fenômeno histórico singular (a forma


arquitetônica). Ligado ao regime de controle dos corpos. Analisando o panóptico, Foucault fala
sobre toda a sociedade de controle, a sociedade punitiva. E isso, para o Agamben, funciona como
um paradigma → esse objeto define a parte e o constitui. É a passagem para a sociedade de
controle.

Na parte 6, ele trabalha com o texto do Aristóteles, um locus clássico da epistemologia do exemplo
(ideia de exemplo exemplar). O paradigma n funciona como parte acerca do todo e nem vice-versa,
mas como parte a parte. N é a indução nem a dedução (é uma terceira e paradoxal espécie de
movimento). O regime do seu discurso (Aristóteles) é a analogia e n a lógica.

Na parte 7, ele se concentra na linha e no círculo, a lógica ocidental é de dicotomia e a analogia se


opõe a essa lógica, n é trocar uma coisa por outra. Ela é contra A e B. Ele quer dissolver particular e
universal, forma e conteúdo (dialética, tese, antítese, síntese).

Paradigma enquanto elemento histórico, dispositivos que estão no todo, no movimento histórico.

Na parte 8, ele relaciona com Kant, que no caso do juízo estético é impossível definir uma regra. O
paradigma, nesse caso, pressupõe a impossibilidade de uma regra.

O paradigma tem a ver com uma forma de conhecimento, através da qual a ciência se movimenta,
ele nos dá uma forma de conhecimento, que não pode ser normada fora do próprio paradigma (não
consigo pensar fora do paradigma).

Na parte 9, ele fala sobre as regras monásticas, o modo de vida dos monges que geralmente se
identifica ao modo de vida do fundador do mosteiro. A regra não é uma regra geral, mas uma
comunidade de vida, o exemplo n é generalizável, a regra monástica se torna do exemplum para o
regula, que adquire o significado de um texto escrito, que deve ser lido por aqueles que querem
viver a vida monástica.

P. 28: O paradigma implica um movimento que vai da singularidade à singularidade e que, sem sair
desta, transforma cada caso individual exemplar de uma regra geral que nunca é possível formular a
priori.

Há um esforço para sair da lógica, para sair de um raciocínio linear.

Pensar o paradigma como um modelo de pensamento, como uma forma de pensamento. Esse
modelo paradigmático nos ajuda a pensar as coisas de uma determinada forma.

Ele passa a ser um paradigma quando ele passa a ser um modelo de pensamento, e nós temos que
recorrer a ele para poder pensar.

O que ou quais seriam os paradigmas no teatro? E no teatro físico? E na sonoplastia?


É paradigma quando opera para nós como modelo/forma de conhecimento, do qual não podemos
prescindir.

É uma forma de pensar que procura nos desmobilizar/deslocar dessa forma de pensamento que
naturalizamos.

Quais modelos de pensamento são naturais pra nós? E como quebramos com isso? É possível
quebrar?

Paradigma texto-centrista, ou razão-centrista.


03/10/2021
DÚVIDAS SOBRE O RESUMO DO PROJETO:
1- DADOS EMPÍRICOS: projeção em função da minha questão de pesquisa.
2 – METODOLOGIA (AINDA NÃO DEFINI A MINHA POR COMPLETO, TENHO VÁRIAS
COISAS AINDA PRA LER, N CONSEGUI LER TUDO EM 2 SEMANAS) – propor uma
metodologia e não um método.
3 – PRINCIPAIS CONCEITOS E AUTORES – É SÓ PRA LISTAR? PORQUE NÃO CABE EM 2
PÁGINAS.

04/10/2021

Terceiro Teatro 2021


Usina do Trabalho do Ator

ÉTICA NA PESQUISA.

Marco principal: os direitos humanos (garantir os direitos humanos).

Fundamentos éticos de dignidade, liberdade e a responsabilidade que o pesquisador toma pra si


quando decide realizar a sua pesquisa.

Princípios: respeito, consentimento, respeito aos direitos humanos, defesa dos valores democráticos,
responsabilidade social.

Riscos na nossa área: o constrangimento, o risco do uso da palavra.

Autonomia da vontade.

Más-condutas na pesquisa, segundo o CNPq.


1 – fabricação e invenção de dados
2 – falsificação
3 – plágio
4 – autoplágio

Pesquisa requer verificação.


O que permite o avanço é o debate acadêmico.

Na pesquisa sobre a própria prática eu preciso explicitar as circunstâncias de realização da prática.

Plataforma Brasil: inserir os dados da pesquisa para passar por um comitê de ética.

PESQUISAR ETNOGRAFIA

05/10/2021

Poi-ética – termo grego, o trabalho artístico se fazendo em processo.

GT do processo de criação da ABRACE.


Ver artigos de criação, processo pessoal, etc.

Como escrever um artigo para um periódico de alto impacto.


O que é um periódico? É uma publicação seriada, de quando em quando.
Publica predominantemente artigos que comunicam resultados de pesquisa (no teatro há publicação
de ensaios, de textos dramatúrgicos etc.).

Alto impacto: têm impacto na área. O artigo que é mais citado, o que muda a forma de pensar algo,
o que tem um efeito em determinada área.

O Qualis CAPES avalia o impacto (ela avalia o sistema de pós-graduação no Brasil


quadrienalmente). Um dos instrumentos de avaliação que mede o impacto dos programas é o Qualis
(há o Qualis livros, artístico, eventos etc.). Isso é feito na plataforma sucupira. A qualificação vai de
A1 (alto impacto), A2, A3, A4, B1, B2, B3, B4 e C (não periódicos).

Hoje tenta-se sair dessa análise quantitativa.

Há outra forma para saber o impacto. O índice H do Google acadêmico → rankings das pesquisas e
dos pesquisadores.

Recomendações:
seja um leitor da revista, conheça a avaliação e o impacto do periódico, tenha uma novidade para
apresentar à comunidade, saiba escrever ou procure ajuda.

Aprenda a receber de forma crítica e pedagógica os pareceres de avaliação.

Qualidade é melhor que quantidade: melhor publicar um artigo numa boa revista do que vários em
revistas de pouca qualidade.

Periódicos predatórios: cobram taxas dos autores para publicar → evitar.

Observe atentamente as normas da revista.

Defina o tipo de texto: ensaio ou artigo.

Art comunica resultado de pesquisa. Ensaio n necessariamente. Artigo de revisão são artigos que
fazem o estado da arte de um determinado tema.

Seja objetivo: artigo é 15 páginas.


É importante citar artigos do próprio periódico.

Um artigo n é um capítulo de uma dissertação, nem um relato de experiência, nem um fichamento


der autores. Há uma dimensão teórica que articula tudo isso.

Um artigo é uma contribuição à área.

Estrutura do artigo:
título, palavras-chave, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusões, referências.

Título: claro e objetivo.

Palavras-chave (entre 3 e 5): comece pela disciplina (teatro, dança, performance, artes cênicas,
circo, contação de histórias), acrescente as temáticas e/ou autores, pergunte-se quem você quer que
recupere seu artigo.
Resumo: linguagem impessoal (discute-se, este artigo objetiva, problematiza-se, apresenta-se). Não
se usam conceitos ou afirmações, não se usam citações ou referências, deve-se sintetizar todas as
partes do artigos, especialmente as conclusões.

Introdução

Preferencialmente, tenha uma pergunta ou um conjunto delas para iniciar. Panorama da situação
atual da temática. Objetivos. Recorte da pesquisa de origem (caso o artigo tenha vindo de uma
pesquisa maior). Metodologia emprega. Questão específica do artigo e/ou argumento central. Tecer
um panorama no campo. Não é somente a introdução do tema, é a introdução dos elementos da
pesquisa. Aqui eu posso usar citações indiretas, pois estou fazendo um panorama da produção.

Desenvolvimento

Separar por seções conforme o que é preciso compreender para o argumento central. Em cada um
apresentar os conceitos e autores necessários. Todo o texto deve manter o foco no argumento
central. Pense num texto cumulativo, você deve convencer o leitor somando argumentos menores
para construir um argumento maior. Use citações diretas para dar consistência ao texto.

Evite generalizações e expressões não suportadas por dados ou autores. Um bom texto é preciso nos
conceitos, eles devem sempre ser desenvolvidos. Toda a discussão deve se concentrar num
argumento (questão) central. Evite dispersões, um artigo é um texto curto. Não use citações sem
comentá-las. Não traia os autores. Não faça textos prescritivos (“o ator deve fazer tal coisa”).

Conclusão

Retome o percurso realizado. Não acrescente novos argumentos, muito menos autores surpresa.
Mostre claramente como a questão apresentada na introdução está sendo respondida. Pergunte-se se
cumpriu o objetivo traçado e apresentado na introdução. Pode incluir citações diretas.

Referências

Liste apenas aquelas mencionadas durante o texto. Revise se estão corretas segundo as normas da
revista.

Sala Preta, Repertório de Teatro e Dança, Urdimento, Mói-mói, tem uma do César sobre voz,
procurar a revista do Icle. Na Argentina, Telóndefondo, na França, Sociedade História do Teatro,
tem a IFTR, the drama review. Estudos da Presença → pelo IP da UnB, a gente consegue usar o
portal de periódicos da CAPES, e ver as revistas de acesso fechado.

Ver também a plataforma MUSI (indexador). Também outro indexador, em francês, revue.org.

Ciência aberta.

Pesquisa aberta.

Movimento recente e emergente. Divulgação de todos os dados, métodos e avaliações consideradas


no processo de pesquisa e de sua divulgação. Princípio da transparência. Ênfase no digital como
possibilidade de recursos mais democráticos.

Diferentes possibilidades de abertura: pesquisa aberta, dados abertos, avaliação aberta, acesso
aberto.
Operadores da ciência aberta e impactos para as revistas
1. interoperabilidade – na cultura digital eu posso ter interação entre diferentes sujeitos e diferentes
veículos. P. ex: DOI – a identidade de um documento colocado na internet. Operação de sistemas de
identificação, citação e publicação de maneira integrada (ORCID, por exemplo).
2.Preprint. Base de publicação de artigos e/ou resultados de pesquisa antes da avaliação e antes da
publicação de em um periódico. Como na base Scielo. Maior autonomia para o autor.
3. Base de dados. Repositórios nos quais os pesquisadores depositam em diferentes graus de acesso
os dados de suas pesquisas (entrevistas, gravações dos processos de criação etc). Há diferentes
graus de publicidade dos dados.

06/10/2021

Aula da Fabiana de Amorim Marcello

Escrita acadêmica.
Universo de vídeos sobre a escrita acadêmica da Débora Diniz.
Lives no Instagram sobre temas – também da Débora Diniz.

Percursos e processos na construção de um trabalho.

A construção de um estilo de escrita acadêmica depende da relação com os textos nossos na medida
em que eles forem redigidos, revisados e analisados.

Sem que isso fragilize o texto, a pesquisa, o rigor processual → a escrita acadêmica autoral, que
incide no rigor acadêmico.

Às vezes honramos com uma herança quando rompemos com ela.

Compomos a nossa escrita acadêmica na medida em que revisamos o nosso próprio texto, na
medida da sua própria estrutura e argumentação.

Dica: a melhor revisão inicial, a primeira, é de uma leitura oral.

Dica 2: aprendam a ter paciência para revisar os próprios textos incansáveis vezes → assim se
constrói rigor acadêmico e autoria.

Escrita como trabalho: paulatino, lento e que consiste, especialmente, na tarefa de ir e voltar sobre
seus próprios textos.

Escrever exige organização, preparação – o que significa saber antecipar etapas (isso antes mesmo
de sentar para escrever).

Escrever um texto argumentativo será sempre lidar com dinâmicas de acumulação, progressão e
desenvolvimento → revisão bibliográfica, articulação com a experiência de trabalho, parte de um
lugar e chega a outro lugar, desenvolvimento: os argumentos procriam, eles são complexificados,
dobrados.

Como começar?

VER O MATERIAL QUE SERÁ COMPARTILHADO NA PÁGINA.


Síndrome da folha em branco: causada pelo excesso de ideias e não pela falta delas.
Escrever requer uma seleção prévia (fase da organização) → no máximo uns 5 textos distintos para
começar: universo administrável.

Vou escrever sempre um fragmento sobre aquele assunto e não tudo → o fragmento sempre é
autoral.

ANTES DA ESCRITA: Com base na primeira seleção prévia, realizar a construção de um esboço.
Estabelecer três ou quatro nós de discussão. Considerando o que há na minha pesquisa, aquilo que
tenho prazer e aquilo que sei mais, o que não pode ficar de fora, o que é fundamental → assim
haverá um micro-sumário. Como fazer isso? Avisando o leitor: “nesta sessão, tenho por objetivo
discutir isso isso e aquilo e neste momento elejo quatro discussões fundamentais”. Quando
avisamos para o leitor, criamos uma coesão no texto. Um texto é progressão.

Estabelecer pequenas tarefas funciona melhor.

DURANTE: a escrita só se efetiva escrevendo. Quando escrevemos começamos a compor


argumentos que alimentam os demais. Temos mais ideias quando estamos escrevendo do que
quando estamos lendo. A ideia só toma corpo na linguagem. Não há separação entre pensamento e
linguagem.

Não ter medo de ir para a escrita.

Dicas:
Assegure-se de que você tem algo a dizer.
Faça um plano geral do que você pretende escrever.
Não fantasie que você deveria estar escrevendo outra coisa.
Na falta de palavras, desenhe.

Estabeleça um cronograma: p.ex., para cada nó de discussão eu fico 1 semana.

A reescrita de seus próprios trabalhos (como de um ou dois parágrafos) em determinado estilo


específico (como em poesia) pode ser um bom exercício treinar estilo e forma de escrita.

Criar um enorme glossário de palavras e de expressões, como uma coleção, para a utilização
na escrita.

Selecionar os textos específicos para o que você quer dizer, para o que você quer estudar.

Não insista em começar do começo.

Encontrar o equilíbrio entre o ler e o parar de ler para escrever.

Dar a dimensão que aquilo tem: estou escrevendo um texto.

CONSTRUÇÃO DE PARÁGRAFOS
Parágrafos devem começar e terminar com informações relevantes (à pesquisa, à seção, ao
capítulo);
Em geral, a frase inicial anuncia a ideia principal, aquilo do qual o parágrafo vai tratar;
A frase final deve sumarizar, concluir, fechar a ideia introduzida no parágrafo;
Cada parágrafo conecta-se com o anterior e com o seguinte.

Perguntas úteis aos parágrafos:


Qual é a frase-guia? Qual é a frase central do parágrafo?
Existe alguma frase ou ideia não relacionada com a frase-guia?
De que maneira as frases estão organizadas no parágrafo? Verificar conexões, conectivos, ligações.

Cada parágrafo desenvolve uma ideia chave? Que estratégias de desenvolvimento foram utilizadas?
A primeira frase informa o leitor sobre o que será tratado no parágrafo?
De que forma os parágrafos estão relacionados?

A frase-guia deve ser: instigante, problematizadora, intrigante, permitir, exigir desdobramentos,


exigir argumentação e criar expectativa.

É possível incluir no google acadêmico alertas.

Desconfie de generalizações, pode ser pretensamente universalizante.

Argumento do tipo non-sequitur: deduzir uma dada premissa com uma conclusão que não tem nada
a ver.

Argumentos circulares: a proposição de uma ideia que é a mesma proposição inicial escrita de outra
forma.

07/10/2021

Ideia de ciência aberta, democratizar o acesso.

A pesquisa que eu já fiz pode ser reutilizada por outros pesquisadores.

CAPES Print – bolsas de doutorado sanduíche.

13/10/2021

Módulo 2

A pesquisa é uma ficção – ver o texto da Féral.

Além dos limites: Josette Féral.

Linguagem em posição de poder

Culler – a teoria nunca para, nunca vai ter fim, o lugar da teoria supervalorizada entre os anos 60 –
80, no campo acadêmico em relação às artes → sentimento de desconfiança com relação às teorias.

Teorias globalizantes e autoritárias.


As novas teorias não são essencialistas.
Abordagem marcada pela pluralidade.
18/10/2021

Método e metodologia → diferença contextual.


Técnicas, segundo a Súlian é o que o Icle entende como método.
Método: o caminho para.
A metodologia é a ciência do caminho para.

Técnicas ou instrumentos são maneiras específicas para abordar os problemas de pesquisa.

PROBLEMA DE PESQUISA

TEXTO DA FÉRAL → Genética teatral: lugar da crítica teatral, próximo da teoria. E ela vem da
crítica literária para a crítica teatral, e traz essa metodologia que era da literatura para o teatro (era
uma metodologia da crítica literária). Os críticos vão atrás do processo de criação da obra. Ideia das
tentativas.

Interessam todos os aspectos estruturais mínimos da construção do todo → relação das partes com o
todo.

Discurso de dentro das universidades de que o texto teatral morreu.

Crítica à crítica teatral que era baseada em pensar como transpor o texto teatral para a encenação.

Obra, processo de ensaio (assistido presencialmente e/ou registrado), diário de bordo (qualquer
documento que se auto-legitima), registros em forma de fotografia, vídeo e literatura.

Diário de bordo, versão mais simples: descrição de tudo o que foi feito. Outro tipo: descrevo as
minhas impressões sobre o processo (duas partes, perspectivas objetivas e subjetiva).

Traço como vestígio, como lembrança, como rastros, marca d’água, o que fica mesmo depois de
apagado.

Sílvia Davigni:

3 dimensões para acessar um objeto artístico: produção (a feitura da coisa), reprodução (qualquer
tipo de réplica, de tentativa de repetição da coisa em si), representação (quando eu modifico uma
determinada linguagem para um outro tipo de suporte, de maneira intencional).
Dimensões que concorrem o tempo todo nas nossas dimensões do fazer.

É impossível não recuperar o impacto das tecnologias nos próprios processos. O próprio registro
impacta a produção.

Mecanismos de checagem, a genética circula em um terreno extremamente subjetivo.

TEXTO DO ADILSON FLORENTINO.

Diversos tipos de abordagens qualitativas.

Observar se eu generalizo muito ou não → há um verdadeiro diálogo com a multiplicidade das


coisas? Ou não? Explicitar no texto que se fala de uma perspectiva específica. A importância de não
se generalizar nada. A pesquisa qualitativa não busca a universalização do conhecimento, ela se
legitima em situações singulares.

Rigor acadêmico → precisão e coesão nas escolhas.


É preciso dialogar com uma série de outras pesquisas, a contextualização do que já existe – estado
da arte.

Enunciar de que lugar estou falando – lugar de fala.


Tudo o que pudermos fazer para singularizar colabora para o rigor.

A pesquisa é singular mas não é isolada.

Aspecto da coleta de dados


e a análise de dados.

A hipótese pode existir ou não.

20/10/2021

A perspectiva dramática, quando traz a linearidade, ideia de capítulos, concatenação de ideias,


também tem uma visão colonial.
Ideia da narrativa única…

Pesquisar o espetáculo Bendita Dica.

01/11/2021

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