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NARRATIVAS E TRANSMÍDIAS

INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA DE MASSA


Indústria Cultural: o que é, características e exemplos. Disponível em: https://cutt.ly/aS8JKbB.

Cultura de massa. Disponível em: https://cutt.ly/2S8Ka5i.

Sobre a atualidade do conceito de indústria cultural. Disponível em: https://cutt.ly/LXHjZCW

Razão Instrumental e a Indústria Cultural. Disponível em: https://cutt.ly/xLYPTb1.

Sociedade de Consumo e Consumismo. Disponível em: https://cutt.ly/fLOryrL.

De que maneira a cultura de massa estimula o consumo?

Qual o padrão estabelecido pela cultura de massa?

Quais são os principais meios de comunicação que


auxiliam na lógica da Indústria de massa?

Quais são as principais características da cultura de


massa?

Quais são as influências da Indústria Cultural?

Por que Indústria cultural é diferente de cultura de massa


PESQUISA EM GRUPO E CONCECUÇÃO DE SLIDES PARA
APRESENTAÇÃO.

1) Capitalismo versus consumo; Capitalismo


versus cultura;

2) Indústria cultural versus Cultura de massa;


Escola de Frankfurt; Capitalismo versus
consumo;
3) Massificação cultural; ,Ideologia; Diferentes
formas culturais versus a Industrial cultural;
4) Razão Instrumental segundo Adorno;
Cultura enquanto mercadoria.

Cultura de massa
O termo cultura de massa foi cunhado pelos filósofos e sociólogos
da Escola de Frankfurt (considerados pensadores da teoria crítica):
Theodor Adorno e Max Horkheimer. A ideia de cultura de massa perfaz
uma noção de que existe um tipo
de produção cultural industrial para satisfazer as necessidades de
uma indústria capitalista, que vende os seus produtos culturais como
se fossem algo que se compra em um supermercado.

Nesse sentido, a indústria cultural apropria-se da arte e faz dela um


subproduto produzido em massa para render lucros a uma indústria,
que pode ser cinematográfica, televisiva, musical ou das artes
plásticas.

Saiba também: Contracultura: movimento de questionamento e


negação da cultura vigente

Características

A cultura de massa é um objeto da indústria cultural. O conceito de


cultura de massa diz respeito a uma cultura que não é autêntica.
Segundo Walter Benjamin, filósofo e teórico literário alemão do
século XX, a cultura tornou-se um elemento de mercado. Para
Benjamin, o cinema e a fotografia representaram o ápice do
desenvolvimento tecnológico que levou à cultura de massa.
O cinema hollywoodiano é um exemplo de produto da cultura de
massa.
Benjamin entendia que a arte, quando reproduzida por alguma
técnica, tende a perder a sua autenticidade. Se pensarmos que até
o século XIX qualquer forma de arte era reproduzida na hora (a música
era tocada na hora, a pintura era feita na hora e a atuação teatral era
feita ao vivo), no início do século XX, a reprodução da obra de arte
pela tecnologia era uma novidade.

A cultura de massa tornou-se, no vocabulário da teoria crítica,


uma manifestação cultural inautêntica, pois é fruto de um
movimento de massificação da cultura, ou seja, de produção de
elementos culturais para satisfazer os anseios de um mercado
capitalista de vender tais produtos e utilizá-los para a propagação de
um ideal de vida capitalista e consumista.

Para funcionar corretamente, a indústria cultural criou uma fórmula


específica: pegar elementos da cultura erudita (a cultura de elite) e
misturá-los à cultura popular (a cultura produzida pelo povo, nas
periferias e fora da elite). Quando tal mistura reproduz-se com as
técnicas de reprodutibilidade, temos os elementos da indústria
cultural.

A cultura de massa atende à lógica mercadológica capitalista. Por


isso, ela não faz distinção da individualidade e do gosto estético de
cada pessoa e de cada cultura. A ideia é, para a indústria cultural,
tornar todos os cidadãos uma única massa, que não tem rosto e nem
individualidade e anseia o simples consumo do que a mídia lhe
impõe.

Cultura de massa e consumo

A cultura de massa está estreitamente ligada ao consumo. As


propagandas que são veiculadas na televisão e na internet têm o
propósito de levar o espectador a consumir os produtos propagados.
Não obstante, às propagandas também são veiculados ideais de vida.
Do mesmo modo que as propagandas passam tais ideais, a cultura de
massa também é utilizada com tal objetivo. Filmes, novelas, músicas,
séries e estampas comerciais são exemplos desse tipo de cultura.

A indústria de bens de consumo aliou-se à indústria cultural para


propagar os seus ideais. Nesse sentido, a indústria cultural virou uma
maneira vender os produtos do mercado, além de propagar os ideais
de vida burgueses do capitalismo. Nesse sentido, a cultura de massa é
uma espécie de propaganda daquilo que é vendido como padrão de
vida, além de ser uma espécie de produto autônomo, que sustenta a
lógica do consumo capitalista.
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Cultura de massa e cultura popular

Ao contrário do que o senso comum pensa, a cultura de massa e a


cultura popular não são sinônimos. Cultura popular é uma
manifestação autêntica de um povo, sem interferências externas e
sem qualquer lógica de mercado e venda. Como exemplos de cultura
popular brasileiras, podemos elencar o samba, a música sertaneja de
raiz, a literatura de cordel, o axé e o funk carioca. Todos esses
elementos são frutos de uma cultura popular autêntica e representam
as pessoas que os originaram.

A cultura popular é autêntica por representar a vida, os hábitos e os


costumes de uma população. Ela não é reprodução e não é uma
tentativa de massificação das pessoas. A cultura popular, ao contrário
da cultura de massa, visa atender a simples criação e não a busca dos
padrões de venda de um mercado capitalista.

Leia também: Festa Junina: uma festa da cultura popular brasileira

Cultura de massa e filosofia

Os filósofos e sociólogos alemães da Escola de


Frankfurt (representantes da teoria crítica) Theodor Adorno e Max
Horkheimer foram os primeiros a falar de uma cultura de massa. Para
os teóricos, a indústria cultural foi um meio de propagar-se o
capitalismo e os seus ideais via arte e cultura.

Adorno (na frente, à esquerda) cumprimentando Horkheimer (na


frente, à direita).
A influência marxista dos teóricos da Escola de Frankfurt fê-los
enxergar as armadilhas do capitalismo liberal da primeira metade
do século XX como um todo capaz de utilizar-se de vários subterfúgios
para manter a população magnetizada pelos domínios consumistas.
Nesse sentido, várias distorções sociais foram provocadas
concomitantemente à indústria cultural, e esta fez com que tais
distorções fossem normalizadas. Um exemplo dessas distorções foi
o holocausto judeu.

Como alemães judeus, Adorno e Horkheimer analisaram o ideal de


esclarecimento iluminista à luz do que aconteceu na
Alemanha nazista. Para os filósofos, não havia qualquer traço de
emancipação numa sociedade que evoluiu muito tecnologicamente,
mas usou essa evolução apenas para a promoção do capitalismo e a
serviço de governos sanguinários, como o governo nazista.

Para criticar o ideal iluminista não concretizado e questionar a lógica


capitalista e as aberrações produzidas por essa no século XX, Adorno e
Horkheimer escreveram o livro Dialética do esclarecimento. Nesse
escrito, os filósofos tentaram compreender o que falhou para que a
lógica iluminista de emancipação e melhoramento social da
humanidade não fosse comprovada no século XX.

A resposta, segundo os teóricos da Escola de Frankfurt, estava na


utilização da razão como instrumento para algo (no caso o
capitalismo) sem reflexão e pensando apenas no lucro. Como meio de
propagar as ideologias desse sistema, a indústria cultural surgiu
para levar à população as ideias de consumo importantes para a
manutenção da ordem vigente.
Publicado por Francisco Porfírio

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