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CONTEMPORÂNEA
Introdução
Os meios de comunicação influenciam os comportamentos sociais e isso
não acontece somente na atualidade. A partir da Revolução Industrial,
os modos de vida da população mudaram, as pessoas tinham jornadas
de trabalho excessivas, portanto, não desproviam de muito tempo ou
mesmo de uma boa remuneração. Houve, a partir desse fato histórico,
uma mudança nas formas como os indivíduos e suas famílias passavam
momentos livres, ou em como tinham acesso à cultura. Por esse motivo,
se antes as pessoas frequentavam teatros ou apresentações em praças
públicas para apreciar a arte musical, agora, por conta do cansaço e da
falta de tempo, entre outros fatores, a invenção do rádio, da televisão e de
cinemas assumiram esses momentos de cultura. Esse advento influencia
até hoje os modos como os meios de comunicação e, agora, os meios
digitais podem nos influenciar.
Neste capítulo, você estudará como surgiu o conceito de indústria
cultural e as importantes teorias do grupo de pensadores que compu-
seram a Escola de Frankfurt. Aprofundará seus conhecimentos sobre
a relação entre cultura, emancipação, civilização e barbárie; entenderá
o aspectos positivos e negativos dos meios de comunicação e de que
forma isso se aplica ao nosso contexto atual; e, por fim, poderá identifi-
car as consequências e os problemas que nossas sociedades herdaram
desse período.
2 Indústria cultural
Indústria cultural
A Escola de Frankfurt surgiu nos anos 20, tendo sua origem associada ao
Instituto de Pesquisa Social, fundado na cidade de Frankfurt, Alemanha. O
grupo reuniu filósofos, sociólogos, economistas, historiadores, musicólogos,
psicanalistas e críticos literários, objetivando um estudo crítico e totalizante da
sociedade e analisando e relacionando os aspectos culturais, econômicos, his-
tóricos, entre outros, visando à formulação de uma teoria crítica da sociedade.
O contexto histórico abrange o período entre o final da Primeira Guerra
Mundial até a Segunda Guerra Mundial, portanto, um contexto bastante tur-
bulento, no qual se saía de uma guerra mal resolvida, além da presença de uma
efervescência de movimentos nazistas/fascistas e de movimentos socialistas por
toda a Europa. Além disso, foi um período marcado por importantes transforma-
ções tecnológicas e industriais, como o surgimento da linha de montagem e da
produção em massa. Com a tomada de poder por Hitler, na Alemanha, o grupo
se transferiu para as cidades de Genebra, depois Paris e, finalmente, para Nova
Iorque. Suas atividades se estenderam até o fim da Segunda Guerra Mundial,
quando alguns de seus membros permaneceram nos Estados Unidos, ao passo
que outros retornaram à Alemanha, o que não significa, necessariamente, que
os trabalhos de seus integrantes se encerraram. O Instituto de Pesquisa Social
foi finalmente restabelecido nos anos 50, em Frankfurt.
Dois expoentes da escola de Frankfurt foram Theodor W. Adorno (1903-
1969) e Max Horkheimer (1985-1973). Ambos os pensadores criaram o con-
ceito de indústria cultural, que designa a transformação da arte em produto
consumível, como qualquer outro produto ou mercadoria que são produzidos
em larga escala e para as massas da sociedade capitalista industrializada. A
transformação de arte em produto objetiva o controle, a criação de modelos
de comportamento, os valores e as necessidades, com vistas também à mas-
sificação, à venda.
Dessa maneira, a indústria cultural torna a arte e a cultura meros produtos
consumíveis. Contudo, por que isso é negativo? A indústria cultural, por meio
dos meios de comunicação (rádio, televisão, cinema, publicidade e outros),
procura uniformizar comportamentos e gostos, criando uma espécie de “moda”
ou padrão a ser seguido, justamente para que seja consumível por todos,
tomam as pessoas como seres genéricos, sem distinção entre uns e outros.
Isso porque, para se vender cultura, para que a cultura massificada agrade
a todos e todas, é necessário que esse “todo” seja também igual, e cria-se
assim a imagem do indivíduo “médio”, consumidor “médio”, gosto “médio”,
do senso comum a ser agradado.
Indústria cultural 3
Um dos principais alvos de crítica dos teóricos da indústria cultural era a indústria
cinematográfica dos Estados Unidos. Os estúdios americanos eram grandes produtores
de filmes que não continham críticas, reflexões sociais e estéticas. Vários filmes retrata-
vam histórias com roteiros simplistas, com vocábulos reduzidos e simplificados, com
romances padronizados e, em grande parte, promoviam padrões comportamentais
que levavam à comercialização de produtos e itens que os personagens usavam.
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