Você está na página 1de 43

GESTÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTO DE

EMPRESAS

1
SUMARIO

NOSSA HISTÓRIA .............................................................................................................. 2

Decisões Estratégicas de Longo Prazo ........................................................................... 6


DECISÕES OPERACIONAIS DE CURTO PRAZO ......................................................... 7
CONTABILIDADE GERENCIAL ...................................................................................... 7
CONSTRUINDO UM BALANÇO ..................................................................................... 9
BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 10
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DE EXERCÍCIO. ............................................ 11
ANÁLISE COM BASE EM ÍNDICES FINANCEIROS .................................................... 11
Índices de liquidez ......................................................................................................... 12
ÍNDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO ..................................................................... 13
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ................................................................................... 14
ÍNDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................................... 16
ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO ............................................................................ 17
ALAVANCAGEM E PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................... 17
ALAVANCAGEM OPERACIONAL ................................................................................ 18
ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK-EVEN-POINT) ................................. 18
PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO .................................................. 24
EVOLUÇÃO DO CAIXA E DO CGL .............................................................................. 25
CICLO OPERACIONAL ................................................................................................. 26
CICLO DE CAIXA .......................................................................................................... 27
VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ............................................................................. 33
REFERENCIAS ............................................................................................................. 42

1
NOSSA HISTÓRIA

A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento,
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a
divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de
comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

2
1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A Administração Financeira constitui-se como uma das importantes áreas de qualquer


organização, tanto aquelas que possuem o lucro como objetivo, quanto aquelas sem fins
lucrativos.

Alguns dados e estudos apresentados por entidades como IBGE e SEBRAE apontam um
grande índice de empresas que encerram suas atividades antes mesmo de completar 5
anos. Um dos motivos apontados para agravar esse resultado é a falta de conhecimento
ou implementação de um planejamento financeiro.

Abaixo segue parte de um texto publicado no XII Semead/2009, cujo os autores Corrêa, A.
C. C., Matias, A. B. e Vicente, E. F. R. retratam o cenário de gestão empresarial do Brasil,
no qual demonstram um certo amadorismo do micro e pequeno empreendedor.

“ Os pequenos e médios empreendimentos respondem por 40% do PIB brasileiro, sendo


que 99,8% dos estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviço são
PME’s (pequenas e médias empresas). Além disso, essas empresas respondem por 80%
das vendas comerciais, 56% da produção industrial, 71% da receita de prestação de
serviços, 84% da força de trabalho e 71% da massa de salários do país. Só por estes dados
percebe-se a importância das pequenas empresas no desenvolvimento econômico e social
do país (MATIAS e LOPES JÚNIOR, 2002).

Como se pode perceber, há pouca profissionalização e qualificação gerencial neste tipo de


empresa, o que gera como uma de suas conseqüências a alta taxa de mortalidade de micro
e pequenas empresas no Brasil.

De acordo com o Sebrae (FATORES, 2004), as taxas de mortalidade nacional são as


seguintes:

• 49,4% para as empresas com até 2 anos de existência;

3
• 56,4% para as empresas com até 3 anos de existência;
• 59,9% para as empresas com até 4 anos de existência.

Assim, uma das formas de diminuir a alta taxa de mortalidade destas empresas, que
possuem grande relevância no âmbito econômico e social nacional, seria a realização da
análise financeira por parte das mesmas, que normalmente não é feita, como cita Timmins
et al (1979).

Segundo Matias e Lopes Júnior (2002), a má administração causa grande parte dos
fracassos nas pequenas empresas. Em relação à administração, pode-se dizer que a
administração financeira é a área na qual ocorre o insucesso das pequenas empresas. Isto
pode ser afirmado porque todas as áreas da empresa, como marketing, produção e
recursos humanos estão intimamente ligadas com finanças, pois, sem capital que atenda
às necessidades da empresa, seja para financiar seu crescimento, seja para atender às
operações do dia-a-dia, não se pode desenvolver e testar novos produtos, criar ações de
marketing, comprar matéria-prima, manter a estrutura atual ou crescer.

De acordo com Patrone e duBois (1981), na maioria dos casos de pequenas empresas,
falta conhecimento da área financeira para os gestores. Além disso, eles possuem
resistência neste aprendizado. Como citado por estes mesmos autores, é comum ouvir o
seguinte comentário: “Eu não preciso saber sobre análise financeira de índices – Eu deixo
isto para meu contador”. Porém, este conhecimento poderia ser exatamente o que faria
diferença no aumento da probabilidade de sucesso das micro e pequenas empresas.

A administração financeira possui diversos instrumentos de gestão que visam planejar,


operacionalizar e controlar qualquer tipo de organização empresarial. Os instrumentos são
estratégicos quando possuem visão de médio e longo prazos, mas também podem ser
operacionais para uma visão de curto prazo.

4
Em finanças, basicamente, a administração de longo prazo é dividida em duas importantes
decisões:

Ressalta-se que está atribuído a todo gestor financeiro de uma empresa, aumentar a
riqueza dos seus proprietários, ou seja, dos investidores que resolveram incorrer em riscos.

Portanto, o administrador deverá decidir sobre a viabilidade de alguns investimentos como


expansão, abertura de novos mercados, lançamento de novos produtos, entre outros.
Diante disso, percebe-se que para crescer, será necessário investir, o que exigirá
financiamentos.

FINANCIAMENTO
INVESTIMENTO A
A LONGO PRAZO
LOGO PRAZO

DECISÃO

Todo gestor financeiro precisa ficar atento à essas duas demandas. Sobre a decisão de
investimento ele deve se atentar para o custo de capital (K), a estrutura de capital ideal, as
fontes de financiamento e os gastos de capital com expansão, substituição e renovação.

Já para a decisão sobre financiamento de longo prazo, e preciso atentar-se para o valor do
dinheiro no tempo e a importante relação risco e retorno.

5
Assim como acontece em outros mercados, as fontes de financiamento no Brasil são
escassas, o que torna o custo de capital bem elevado. Diante desse cenário, a engenharia
financeira toma lugar de destaque, pois as decisões de investimento e financiamento se
transformam em marcos definidores para a continuidade dos negócios.

Abaixo são apresentadas algumas decisões estratégicas de longo prazo que um gestor
financeiro precisa observar. Grande parte destas decisões irão repercutir, em termos de
retorno, somente no longo prazo. Outra característica dessas decisões é o alto grau de
risco que elas apresentam. Por isso, muitas técnicas são utilizadas, tais como o orçamento
de capital, juntamente com a utilização de instrumentos sofisticados de estatísticas.

Decisões Estratégicas de Longo Prazo

Com a mesma importância das decisões de longo prazo, apresentam-se também as de

curto prazo, que poderão definir o sucesso de uma empresa. Algumas perguntas surgem
diante de vários eventos em uma empresa, exigindo estudos e aplicações de técnicas.

Em uma indústria, como exemplo, surgem algumas perguntas na área de produção, que
desencadeia outras no departamento de compras, como:

♦ Quanto estoque a empresa deve ter? Quais itens giram mais?

6
♦ Como pagar, à vista ou parcelado? Com recursos próprios ou de terceiros?

♦ Qual tecnologia de produção deve ser aplicada?

♦ Vender à vista ou à prazo? Qual prazo deve ser dado? Como se comporta o
concorrente? Qual a política de crédito ideal?

♦ Como receber as vendas? Como cobrar? Deve utilizar-se de produtos de cobrança


bancária? Deve utilizar-se de serviços de cartões de crédito e débito? Como se
comportar diante da inadimplência?

Portanto, as decisões de curto prazo podem ser resumidas conforme figura abaixo:

DECISÕES OPERACIONAIS DE CURTO PRAZO

CONTABILIDADE GERENCIAL
Toda essa estrutura precisa ser planejada e controlada para uma adequada gestão
financeira, proporcionando resultados positivos às organizações.

Toda empresa precisa planejar e controlar sua área financeira. Algumas empresas
resistem em reconhecer as relações que todas a áreas possuem. A contabilidade e a
controladoria exercem papel importantíssimo para uma boa gestão financeira. A
contabilidade gerencial e financeira não podem ser confundidas quanto a sua finalidade.

De uma forma geral, enquanto a contabilidade financeira se empenha em fornecer


instrumentos de análise de forma adequada para os interessados externos, a
contabilidade gerencial é responsável para subsidiar os gestores internos nas suas
tomadas de decisão financeiras.

7
Autores como ATKINSON (1995) fazem a seguinte análise sobre contabilidade
financeira e gerencial:

Contabilidade Financeira: Processo de produzir demonstrativos financeiros para


entidades e usuários externos - como acionistas, credores e governo. Este processo é
pesadamente restringido por padrões regulatórios oficiais e autoridades fiscais, e por
requisitos de auditoria de instituições independentes de contadores.

Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:

Contabilidade Gerencial: Processo de produzir informações financeiras e operacionais


para os empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas
necessidades de informações de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas
decisões operacionais e de investimentos.

1. Projeção do Fluxo de Caixa

2. Análise de Indicadores

3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio

4. Determinação de Custos Padrões

5. Planejamento Tributário

6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

São diversos os instrumentos para análise da situação financeira da empresa. Os principais


são:

1. Demonstração do resultado do exercício


2. Balanço Patrimonial
3. Demonstração do lucro retido
4. Demonstração de fluxos de caixa

8
Há também outros instrumentos de análise financeira como as notas explicativas das
demonstrações financeiras. Elas são informações relevantes e detalhadas da política,
procedimentos, cálculos e transações contábeis feitos nas demonstrações financeiras.
Alguns analistas usam os dados das demonstrações, com as notas explicativas, para
avaliar os valores dos títulos emitidos pelas empresas, influenciando o comportamento dos
investidores.

Os grupos de interessados são:

Acionistas: Nível de risco e retorno

Credores: Liquidez de curto prazo e rentabilidade, ou seja, saudável.

Administradores: Índice de desempenho.

Pode-se dizer que a gestão financeira busca insumos do passado, interessada em planejar
o futuro diante das incertezas. Já a contabilidade gerencial organiza informações de fatos
gerados para gerar relatórios importantes para o planejamento financeiro.

CONSTRUINDO UM BALANÇO

O balanço geral de uma empresa pode ser mais simples do que parece. Normalmente
existe muito preconceito quando se utiliza os instrumentos financeiros como o balanço
geral e a demonstração do resultado do exercício (DRE). De uma forma bem simples e
muito utilizada por alguns autores, pode se dizer que o balanço é uma foto tirada da
empresa em um dado momento. Já a DRE, utilizando a mesma analogia, diz-se que
poderia ser comparado ao filme da empresa, que abrange um período entre dois retratos.

9
TAREFA: Leia o artigo “Por que as contas não fecham” de Mikhail Lopes (Revista
Exame), localizado no final da apostila, pois será interessante para quem tem pouca
afinidade com o tema.

BALANÇO PATRIMONIAL

Descrição sintética da posição financeira da empresa em uma certa data. O balanço


iguala o que a empresa possui (ativos) com o que ela financia (passivos). Este recursos
financiado (capital) pode ser próprio ou de terceiros.

Ativo: representa o conjunto de investimentos (aplicações) realizados por uma empresa,


em conformidade com sua atividade operacional e com as condições do macro-ambiente
econômico, o qual se constitui na estrutura capaz de permitir à mesma o exercício de sua
atividade-fim.

Passivo: representa o conjunto de recursos (próprios e de terceiros), utilizados no


financiamento dos investimentos realizados (origem de recursos).

Como perceber a estrutura de capital de uma empresa em um balanço patrimonial?

10
O ativo demonstra o conjunto de decisões de investimento e o passivo o conjunto de
decisões de financiamento.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DE EXERCÍCIO.


Constitui a síntese financeira dos resultados operacionais durante certo período. É uma
demonstração dinâmica que se destina a apresentar o processo de formação do resultado
econômico obtido com o desenvolvimento das atividades em determinado período, isto é,
desempenho econômico da empresa, traduzido pelos níveis de lucratividade e
rentabilidade.

ANÁLISE COM BASE EM ÍNDICES FINANCEIROS

Os principais instrumentos para levantamento dos indicadores financeiros são o Balanço


Patrimonial e a DRE. Os principais interessados nestes índices são os investidores,
credores e administradores. Saber calcular é importante, mas interpretar os índices requer
muita sensibilidade e conhecimento.

Os índices podem ser de dois tipos:

• Corte transversal ou benchmarking: comparação de índices de diferentes


empresa em uma determinada data. Pode se comparar com empresas similares, setor ou
empresa a ser imitada (concorrente).

Exemplo: o setor tem um giro de estoque de 7,50 e a empresa analisada um giro de 11,50.
Portanto, o estoque girava bem mais rápido que os concorrentes, demonstrando maior
efetividade operacional. Apresentar um índice com valor superior é sempre melhor?

11
• Séries temporais: avalia o desempenho próprio da empresa ao longo do tempo,
possibilitando uma indicação de tendências. Uma variação significativa pode indicar um
problema. É útil para a comparação de índices financeiros em relação a diversas datas.
Neste caso aparece a oportunidade de verificar tendências.

 Análise combinada: É a mais precisa. Utiliza a análise de corte transversal com a


análise de séries temporais. Ajuda avaliar a tendência de comportamento de um
índice em relação à tendência observada em um setor.

Agrupamentos dos principais índices por categorias

Índices que medem risco: liquidez, atividade, endividamento

Índices que medem retorno: rentabilidade

Índice que medem risco e retorno: valor de mercado

Índices de liquidez

Visam medir a capacidade de pagamento, em outras palavras – se existe folga.

Índice de liquidez geral: É um índice que demonstra a saúde financeira da empresa,


indicando sua capacidade de honrar compromissos de longo prazo. Resultado acima de

12
1,0 indica que a empresa possui bens e direitos suficientes para liquidar seus
compromissos com sobra.

ativo circulante + ativo realizável a longo prazo/passivo circulante + passivo


exigível a longo prazo

Índice de liquidez corrente: É um dos índices mais utilizados em análise por


credores/fornecedores. Mede a capacidade da empresa em saldar seus compromissos de
curto prazo. Normalmente, quanto maior for o índice, maior é a capacidade de pagamento.
Enquanto resultados acima de 1,0 revela folga, valores abaixo desse índice revela aperto.
Alguns casos devem ser analisados separadamente, principalmente considerando
algumas especificidades de setores.

ativo circulante/passivo circulante

Índice de liquidez seca: adota-se a mesma equação da liquidez corrente, mas com a
exclusão dos estoques. O motivo é para evitar imprecisão na análise, uma vez que os
estoques possuem características pouco confiáveis, principalmente quanto a certeza do
seu valor de mercado e baixa liquidez. Resultados acima de 1,0 indica a sobra após saldar
compromissos de curto prazo.

ativo circulante – estoques/passivo circulante

ÍNDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO

Medem com que velocidade a empresa converte suas atividades em vendas ou caixa, ou
seja, visam mensurar a duração do ciclo operacional desde a aquisição de insumos ou
mercadorias até o recebimento das vendas.

13
Prazo médio de estocagem: apresenta o tempo médio que a empresa leva para repor
seus estoques. Normalmente deve ser o menor possível, mas sem afetar o nível de estoque
ideal.

estoque médio x 365/custos dos produtos vendidos ou CMV

O giro de estoque também é útil para apresentar quantas vezes a empresa gira o estoque
no ano.

custos dos produtos vendidos ou CMV/estoque medio

Prazo médio de recebimento: demonstra quanto tempo médio a empresa deverá esperar
para receber suas vendas efetuadas a prazo para seus clientes.

contas a receber/vendas médias diárias

Prazo médio de pagamento: apresenta quanto tempo médio a empresa leva para pagar
seus fornecedores.

contas a pagar/compras médias diárias

Giro do ativo total: apresenta quanto que cada R$1,00 aplicado no ativo gera de vendas
na empresa.

vendas/ativo total

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

Demonstra o nível de participação de capital de terceiros na atividade da empresa e a


estrutura de capital adotada.

Índice de endividamento geral: estabelece a participação de terceiros na empresa, em


relação ao total investido.

14
passivo exigível total/ativo total

Índice de cobertura de juros: demonstra quanto a empresa gera de receitas para honrar
compromissos com pagamento de juros. Portanto, para cada R$1,00 de receita
operacional, quanto será gasto com pagamento de juros?

LAJIR/juros

Composição do endividamento: demonstra a concentração do endividamento a curto


prazo.

Passivo Circulante/Passivo Circulante + ELP

Índice de participação de capital de terceiros: estabelece a relação entre capital de


terceiros e capital próprio, ou seja, a estrutura de capital da empresa.

Passivo Circulante + ELP/PL

Imobilização do capital próprio: apresenta quanto a empresa aplicou no ativo


permanente para cada R$1,00 investido pelos sócios.

Ativo Permanente/PL

Imobilização dos recursos não permanentes: demonstra quanto a empresa imobiliza


em relação aos recursos captados no longo prazo.

Ativo Permanente/PL + ELP

15
ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Possibilita demonstrar o retorno ou rentabilidade de todo capital investido e se há eficiência


de gestão.
Margem de lucro bruto: Estabelece quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada
R$1,00 de receita liquida. Lembre-se que a empresa ainda precisa cobrir outras despesas
e ainda gerar lucro.

receitas de vendas – CPV/receitas de vendas liquidas

Margem de lucro operacional: Estabelece uma análise de desempenho, já que leva em


consideração as despesas operacionais.

Resultado operacional/receita de vendas liquidas

Margem de lucro líquido: É uma medida tradicionalmente utilizada pelos proprietários,


pois avalia a sobra após um período de atividade.

Lucro disponível aos acionistas ordinários/receita de vendas liquidas

Lucro por ação (LPA): Muitos utilizada no mercado de ações, pois avalia o lucro para cada
ação emitida pela empresa.

Lucro disponível aos acionistas ordinários/número de ações ordinárias

Retorno do Ativo Total (ROA): Demonstra o retorno sobre todos os investimentos


direcionados para a empresa, tanto de capital próprio quanto de terceiros.

Lucro disponível aos acionistas ordinários/ativo total

Retorno sobre o capital próprio (ROE): Apresenta o nível de remuneração destinado aos
investidores da empresas, sócios, acionistas ou proprietários.

16
Lucro disponível aos acionistas ordinários/patrimônio dos acionistas ordinários

ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO

São índices especificamente para empresas com ações negociadas nas bolsas de valores.
Índice Preço/Lucro (P/L): mede quanto os investidores estão dispostos a pagar por cada
R$1,00 de lucro corrente. Às vezes P/L mais elevado demonstra empresas de crescimento,
mas o índice não deve ser interpretado isoladamente.

preço de mercado da ação ordinária/lucro por ação (LPA)

Índice Preço/Valor Patrimonial (P/V): compara o valor de mercado do investimento em


relação ao seu custo. Resultados inferiores a R$1,00 indicam que a empresa não tem
criado valor para os acionistas.

preço de mercado da ação ordinária/valor patrimonial da ação ordinária

ALAVANCAGEM E PONTO DE EQUILÍBRIO


Todo investidor que resolve colocar seus recursos em uma atividade, busca retornos
superiores aos dos investimentos da renda fixa ou variável. Portanto, ao assumir o risco da
atividade, toma decisões financeiras que contribua para a elevação dos resultados
operacionais e líquido. Esse desempenho pode ser medido pelos graus de alavancagem
operacional e financeira.

Alavancagem é o resultado da utilização de ativos ou fundos a um custo fixo, com objetivo


de aumentar o retorno para os proprietários. Aumentos de alavancagem provoca a
elevação dos retornos e riscos proporcionalmente. Os tipos de alavancagem podem ser:

 Operacional: Relação entre receita e o Lajir

17
 Financeira: Relação entre o Lajir e o LPA
 Total: Relação entre receita de vendas e o LPA

ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Para o maior entendimento do grau de alavancagem operacional (GAO) é importante
conhecer primeiro os efeitos dos custos fixos nas operações da empresa, medido pelo
pondo de equilíbrio

ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK-EVEN-POINT)

O Ponto de Equilíbrio (PE), também conhecido como análise custo – volume – lucro, é
utilizado com objetivo de se conhecer:

1 – Determinar o nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais

2 – Avaliar a rentabilidade associada a diversos níveis de vendas.

O ponto de equilíbrio operacional está relacionado ao nível de vendas necessário para


cobrir todos os custos operacionais. Portanto, o ponto de equilíbrio ocorre no momento
em que receitas totais e os custos totais se equivalem – ou seja, não há nem lucro nem
prejuízo.

a) Cálculo do ponto de equilíbrio operacional ou contábil

18
Inicialmente, para calcular o ponto de equilíbrio operacional (Q), é necessário conhecer o
custo dos produtos vendidos (mercadorias e serviços), decompondo-os em fixos e
variáveis.

 Os custos (despesas) fixos são independentes do volume de vendas e estão


relacionados com a função tempo.


 Os custos (despesas) variáveis dependem diretamente do volume de vendas e
não estão relacionados com o tempo.

Para calcular o ponto de equilíbrio, é necessário conhecer as seguintes variáveis:

P = Preço unitário de venda

Q = número de unidades vendidas

CF = custo operacional fixo por período

CV = custo operacional variável por período

Abaixo são apresentadas as equações que poderão ser utilizadas para o cálculo de
quantidade, preço e nível de operações necessárias.

19
Exemplo de cálculo de Q

Supondo-se que uma empresa possui custos fixos de R$2.500,00, que o preço de venda
por unidade seja de R$10,00 e o custo variável seja R$5,00/unidade. Qual é o ponto de
equilíbrio (Q)?

CF R$2.500, 00
Q= = = 500un

P−CV R$10, 00 − R$5,00

Neste caso então, o ponto de equilíbrio operacional é de 500 unidades. A representação


gráfica abaixo permite visualizar com mais compreensão o ponto de equilíbrio e os
benefícios que o cálculo proporciona.

Exemplo de variação do Q

20
Suponhamos que a mesma empresa fazer um teste, aumentando todas a variáveis:

1 – Aumentar o P para R$12,50

2 – Aumentar o CF para R$3.000,00

3 – Aumentar o CV para R$7,50/unidade

4 – Aumentar todas as variáveis simultaneamente

b) Cálculo do ponto de equilíbrio econômico e financeiro

O Pe anterior baseava-se no lucro contábil igual a zero. O Pe econômico baseia-se na


premissa de que todo investidor busca no mínimo um lucro que compense o custo de
oportunidade, já que sua decisão não foi investir no mercado financeiro. Por isso, calcula-
se o juro mínimo que pudesse compensar essa decisão. Para isso, acrescenta-se ao custo
fixo o lucro mínimo exigido como retorno. O cálculo pode ser realizado pela seguinte
equação:

CF + Lucro minimo

21
PeE =

P–CV

Também é necessário apurar o ponto de equilíbrio financeiro, pois nem todas as despesas
e custos fixos foram desembolsados imediatamente do caixa, já que é apurado pelo regime
de competência. Assim, faz-se necessário retirar do cálculo as despesas que não saíram
do caixa e somar os juros de endividamento que já deverão ser amortizados.

CF – Despesas não desembolsáveis+ Amortização


PeF =

P–CV

Agora que já se conhece o efeito dos custos fixos nas operações empresariais, é possível
o estudo da Alavancagem Operacional (GAO).

Conforme Assaf Neto e Lima (2010) essa é uma medida que aponta como uma alteração
no volume de atividade pode influenciar o resultado operacional de uma empresa. Ou seja,
quanto o aumento de 20% nas vendas impacta no lucro operacional desta. Essa média
pode ser obtida pela seguinte equação:

Porcentagem da Variação do Lucro


GAO =

Porcentagem da Variação no Volume da Atividade

A estrutura de custos e despesas da empresa determina o GAO, sendo mais potencial a


que tiver maiores custos e despesas fixos em relação aos custos e despesas variáveis.
Mas os riscos também são maiores proporcionalmente. Veja o exemplo abaixo:

Empresa X Empresa Y

22
Receita de vendas R$200.000 100% R$200.000 100%

Custos e despesas variáveis R$60.000 30% R$140.000 70%

Margem de Contribuição R$140.000 70% R$60.000 30%

Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000

Resultado Operacional R$20.000 R$20.000

Caso as empresa X e Y aumentem em 20% o volume de vendas, qual será o GAO de


cada?

Empresa X Empresa Y

Receita de vendas R$240.000 100% R$240.000 100%

Custos e despesas variáveis R$72.000 30% R$168.000 70%

Margem de Contribuição R$168.000 70% R$72.000 30%

Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000

Resultado Operacional R$48.000 R$32.000

Variação nas vendas 20% 20%

Variação no lucro operacional 140% 60%

GAO 7 3

Percebe-se claramente que um aumento de 20% nas vendas da empresa X eleva o lucro
operacional em 7 vezes (140%). Já a empresa Y aumenta 3 vezes (60%). Isto acontece
porque os custos fixos se mantiveram e aumentaram a diluição pela elevação do volume
de vendas. Como a estrutura da empresa X é mais arriscada, numa hipótese oposta de
redução de 20% nas vendas, somente a empresa Y ainda se manterá com lucro.

Empresa X Empresa Y

23
Receita de vendas R$160.000 100% R$160.000 100%

Custos e despesas variáveis R$48.000 30% R$112.000 70%

Margem de Contribuição R$112.000 70% R$48.000 30%

Custos e despesas fixos R$120.000 R$40.000

Resultado Operacional -R$8.000 R$8.000

Variação nas vendas - 20% - 20%

Variação no lucro operacional - 140% - 60%

GAO 7 3

Portanto, a alavancagem operacional é uma decisão complexa, pois aumentando-a, eleva-


se proporcionalmente o risco, obrigando um nível de vendas adequado. O lucro aumenta
mais rápido em empresas alavancadas, mas no caso de redução no volume vendas, o
prejuízo também aumenta rapidamente.

PARA PENSAR: Como obter uma estrutura de custos similar à empresa X (mais
arriscada), que proporciona resultado operacional diferente ao da empresa Y?

PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO

Gestão do ativo circulante: conjunto de operações que visa definir e manter


investimentos em disponibilidades, títulos negociáveis, duplicatas a receber, estoques, e
outros ativos circulantes, baseados na operacionalidade da organização, no mercado, no
custo de oportunidade, no risco, etc.

Gestão do passivo circulante: conjunto de decisões relativas às fontes de financiamento


de curto prazo, normalmente destinadas à manutenção dos investimentos em capital de
giro. Essas fontes podem ser onerosas e não-onerosas

24
EVOLUÇÃO DO CAIXA E DO CGL
Administração financeira de curto prazo se confunde com a administração do capital de
giro líquido. O capital de giro líquido (CGL) é a diferença entre o ativo circulante e o passivo
circulante.

Ativos circulantes são compostos por caixas e outros ativos que se esperam ser
convertidos em caixa num prazo máximo de um ano.

Passivos circulantes são obrigações que prevê pagamento num prazo máximo de um ano.

CGL = caixa + outros ativos circulantes – passivo circulante.

CAIXA = ELP + PL – Ativos totais (exceto caixa)

Algumas atividades aumentam ou reduzem o saldo de caixa.

Atividades que aumentam: (FONTES DE CAIXA)

1.Aumento no ELP (empréstimo)

2.Aumento do PL (emissão de novas ações)

3.Aumento do passivo circulante

4.Redução do ativo circulante, exceto caixa

5.Redução de ativos permanentes.

25
Atividades que reduzem: (APLICAÇÕES DE CAIXA)

1.Redução do ELP

2.Redução do PL

3.Redução do passivo circulante

4.Aumento do ativo circulante, exceto caixa

5.Aumento do ativo permanente

CICLO OPERACIONAL
Uma administração de capital de giro eficiente envolve uma alta rotação (giro) do
circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações;

Ciclo Operacional (CO): se inicia na aquisição de matéria-prima e se finaliza no


recebimento da venda do produto final. Incorpora sequencialmente todas as fases
operacionais presentes no processo empresarial de produção-venda-recebimento.

Ciclo Financeiro (CF): é o período de tempo transcorrido desde o pagamento dos


fornecedores até o recebimento das suas vendas, no qual a empresa necessita dispor
de capital de giro para manter suas operações (+). Seu valor pode ser positivo ou
negativo.

O CO é o período entre a compra da mercadoria até o recebimento das vendas.

CO = Período de estoque + período de contas a receber

O ciclo operacional demonstra como o produto se move entre as contas do ativo


circulante.

26
CICLO DE CAIXA
A principal preocupação nas finanças de curto prazo é conciliar as atividades
operacionais com as financeiras.

EXEMPLO:

EVENTOS DECISÕES

Compra de matéria-prima Quanto estocar?

Pagamentos à vista Tomar emprestado ou usar o caixa disponível?

Fabricação do Produto Qual tecnologia deverá ser adotada?

Vendas Deverá ser concedido crédito a clientes?

Cobrança Como cobrar?

Atenção: os eventos não são sincronizados e são incertos.

CICLO DE CAIXA é o período entre a saída de caixa, devido o pagamento do


estoque, até o recebimento da venda.

Ciclo de caixa = ciclo operacional – período de contas a pagar

27
Ciclo Financeiro Positivo (+): montante de recursos necessários para financiar os
ativos circulantes entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento dos clientes.
Situação vivenciada pela maioria das empresas.

Ciclo Financeiro Negativo (-): montante de recursos disponíveis para a empresa


financiar outros ativos ou aplicar no mercado. Situação vivenciada por determinados
segmentos ou empresas (geralmente de grande porte).

CONHECENDO UM POUCO A CALCULADORA HP12C

São vários as ferramentas úteis para operacionalizar questões de matemática


financeira. Atualmente temos uma ótima ferramenta que está bem difundida que é o
MsExcel. Outra excelente ferramenta utilizada e muita mais antiga é a calculadora
financeira HP12c.

28
Primeiros Passos: Ligar e desligar a calculadora

Para ligar e desligar a calculadora, basta pressionar a tecla [ON].

[ON] - Liga a calculadora (se ela estiver desligada).

[ON] - Desliga a calculadora (se ela estiver ligada).

Auto-teste dos circuitos

Para saber se a calculadora está funcionando normalmente, existem alguns


procedimentos de teste que podem ser efetuados, como:

Teste automático: com a calculadora desligada, pressione e mantenha pressionada


a tecla [x] (ou [+]) e depois ligue a HP12C, pressionando a tecla [ON]. Solte a tecla
[ON] e depois a tecla [x] (ou [+]). Um auto- teste será realizado. Se o mecanismo da
máquina estiver funcionando corretamente, dentro de aproximadamente 25 segundos
(durante os quais no visor será exibido a palavra "running" piscando) todos os
indicadores do visor serão exibidos (a exceção do * : indicador de bateria fraca). Se
aparecer a expressão "Error 9" ou não aparecer nada, a calculadora está com
problemas;

Teste semi-automático: com a calculadora desligada, pressione e mantenha


pressionada a tecla [÷] e depois ligue a HP12C, pressionando a tecla [ON]. Solte a
tecla [ON] e depois a tecla [÷]. Para verificar todas as teclas da HP, nesta opção de
teste é necessário pressionar TODAS as teclas da máquina, da esquerda para a

29
direita, de cima para baixo. Ou seja, é necessário pressionar todas as teclas, da tecla
[N] até a tecla [÷], depois da tecla [yx] até a tecla [x], da tecla [R/S] até a tecla [-],
pressionando, na passagem, a tecla [ENTER] e, por último, da tecla [ON] até a tecla
[+], passando, também, pela tecla [ENTER]. Assim, a tecla [ENTER] deverá ser
pressionada em duas passagens distintas.

De forma similar ao teste anterior, se o mecanismo da máquina estiver funcionando


corretamente, após pressionar todas as teclas na ordem descrita, o visor indicará o
número 12 no centro. Se aparecer a expressão "Error 9" não aparecer nada, a
calculadora está com problemas.

Funções amarelas e azuis

Como forma de economizar teclas, a HP emprega o recurso de atribuir à mesma tecla,


diferentes funções. Algumas teclas da HP apresentam legendas em branco (função
principal), em amarelo ou em azul. Para empregar uma função "amarela" é necessário
pressionar a tecla [f] antes. Para empregar uma função "azul" é necessário pressionar
a tecla [g] antes.

Exemplo : a tecla [i] apresenta outras duas funções adicionais : a função [INT] em
amarelo e a função [12÷]. Para usar a função [i] basta pressionar a tecla [i]. Para usar
a unção [INT] é necessário pressionar, antes, a tecla [f] (note que o visor indicará que
tecla

[f] foi pressionada) e depois a tecla [INT]. De forma similar, para usar a função [12÷]
é necessário pressionar a tecla [g] (note que o visor indicará que tecla [g] foi
pressionada) e depois a tecla [12÷].

Observações complementares: Lembre-se que quando a tecla [f] ou [g] é


pressionada, somente as funções em amarelo ou azul serão ativadas. Caso as teclas
[f] ou [g] tenham sido pressionadas de forma indesejada, para cancelar a operação,
basta pressionar as teclas [f] [PREFIX].

Formatar exibição de casas decimais

30
Embora sempre trabalhe internamente com valores com muitas casas decimais, a
HP12C permite a exibição de um número de casas decimais pré-fixado. Para fixar um
número de casas decimais, pressione a tecla [f] e depois o número de casas decimais
desejado. Por exemplo, para trabalhar com 2 casas decimais, basta pressionar [f] 2.
Para exibir 4 casas decimais, pressione [f] 4.

Importante lembrar : embora exiba valores com um número de casas decimais


predefinido, internamente a máquina processará um número com um maior número
de casas decimais. Em cálculos sucessivos, os valores das etapas intermediárias
exibidas no visor, podem, portanto, ser diferentes do valor final exibido. Assim, evite
transcrever valores para o papel e depois para a calculadora. Tente sempre usar as
pilhas e os registradores da calculadora.

Selecionar ponto ou vírgula

A HP12C permite usar o ponto ou a vírgula como separador de casas decimais. Para
trocar a opção em vigor, desligue a máquina, pressione a tecla [.] e depois ligue a
máquina, liberando primeiro a tecla [ON] e depois a tecla [.]. Automaticamente, a
HP12C trocará o separador de casas decimais.

Notação de números muito grandes ou muito pequenos

A HP permite a realização de cálculos com números que sejam maiores que 10-100
e menores que 10100. Já que o visor só permite a exibição de números com até 10
algarismos, números muito grandes ou muito pequenos são exibidos sob a forma de
notação científica, onde a mantissa é apresentada primeiramente e, depois, o
expoente de 10 que multiplica a mantissa. Por exemplo 14 milhões multiplicado por
24 milhões será exibido na HP como sendo [3,360000 14]. Note a existência de
espaço entre 3,360000 e 14. O primeiro número [3,360000] é a mantissa e o segundo
[14] é o expoente de 10 que está multiplicando a mantissa. De outra forma :
14.000.000 x 24.000.000 =

336.000.000.000 = 3,360000 x 1014 .

31
Uma forma de trabalhar com valores muito grandes na HP é viabilizada pela tecla
[EEX] que representa o expoente de 10 que multiplica o número que está sendo
digitado. A função será melhor descrita a seguir.

Indicação de bateria fraca

Caso a bateria da máquina esteja fraca, aparecerá um indicador * piscando no canto


inferior esquerdo. Para evitar um desgaste antecipado da bateria, deve-se evitar
colocar a calculadora próxima a fontes de campos eletromagnéticos, como
autofalantes automotivos, aparelhos de som, televisores, etc.

Lógica RPN e Pilhas

As duas principais características das calculadoras HP12C consistem na lógica RPN


(no inglês Reverse Polonish Notation, ou Notação Polonesa Reversa) e na pilha de
registradores.

Lógica RPN

Note que a HP12C não possui uma das principais teclas de calculadoras algébricas
comuns que é a tecla de igualdade. A razão dessa inexistência consiste no fato da HP

trabalhar com uma lógica matemática diferente : a lógica RPN. Enquanto em uma
operação algébrica comum, os operandos devem ser intercalados por operadores, na
lógica RPN os operandos devem ser colocados primeiramente e, depois, devem ser
colocados os operadores.

A lógica RPN (segundo o HP Museum, site http://www.hpmuseum.org) foi criada a


partir dos trabalhos apresentados por Jan Lukasiewicz, matemático polonês, nos anos
20. Consiste, basicamente, em um sistema lógico formal que permite a especificação
de expressões matemáticas sem o uso de parênteses, através da colocação dos
operadores antes (notação pré-fixada), ou depois (notação pós-fixada), dos
operandos.

A notação pré-fixada recebeu o nome de Notação Polonesa, em homenagem a Jan


Lukasiewicz. A HP ajustou a notação pós-fixada para o teclado das calculadoras,
mediante o uso de pilhas para armazenamento dos operandos e funções específicas

32
para o manuseio das pilhas. Assim, denominou a lógica criada de Notação Polonesa
Reversa, ou, simplesmente, RPN – mantendo a homenagem a Lukasiewicz.

Por exemplo, para somar 5 e 4 em uma operação algébrica, deve-se fazer 5 + 4 = 9.


Em uma operação com lógica RPN, é necessário entrar com o 5 e o 4 e, depois, com
o operador da adição. Para poder separar os números (isto é, indicar para a
calculadora que o 4 e o 5 são dois números distintos e não 45), a HP disponibiliza a
tecla [ENTER]. Assim, para somar 4 e 5 na HP será necessário pressionar as teclas
4 [ENTER] 5 [+]. No visor aparecerá a resposta 9.

DICA: Proteja sua HP12c


Para desligar e travar a calculadora,
impossibilitando o uso por terceiros, pressione
as seguintes teclas:
Ligue a calculadora e aplique a seguinte sequência
45 Enter | ON PMT (juntos) | ON PMT (juntos) | 1/x
Para ligar novamente:
ON PMT

VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

De uma forma simplificada, podemos dizer que a Matemática Financeira, é o ramo


da Matemática Aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo. A
Matemática Financeira pois, busca quantificar as transações que ocorrem no
universo financeiro levando em conta a variável tempo, ou seja o valor monetário no
tempo (time value money). As principais variáveis envolvidas no processo de
quantificação financeira, são: a taxa de juros, o capital e o tempo.

Devemos entender como Juros, a remuneração de um capital aplicado a uma certa


taxa, durante um determinado período, ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de
dinheiro emprestado. Portanto, Juros (J) = preço do crédito.

A existência de Juros, decorre de vários fatores, entre os quais destacam-se:

33
1 - inflação: a diminuição do poder aquisitivo da moeda num determinado período de
tempo.

2 - risco: os juros produzidos de uma certa forma, compensam os possíveis riscos


do investimento.

3 – aspectos intrínsecos da natureza humana : a maioria dos seres humanos são


gananciosos por natureza.

Normalmente o valor do capital é conhecido como principal (P). A taxa de juro (i), é
a relação entre os Juros e o Principal, expressa em relação a uma unidade de tempo.

Assim por exemplo, se os juros anuais correspondentes a uma dívida de R$2000,00


(Principal = P) forem R$200,00 (Juros = J), a taxa de juros anual ( i ) será 200/2000
= 0,10 = 10% ao ano.Indica-se: i = 10% a.a.

Costuma-se especificar taxas de juros anuais, trimestrais, semestrais, mensais, etc.,


motivo pelo qual deve-se especificar sempre o período de tempo considerado.

Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial,
dizemos que temos um sistema de capitalização simples (Juros simples). Quando a

taxa de juros incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante),
dizemos que temos um sistema de capitalização composta (Juros compostos).

Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento


mais rápido (veremos em outro artigo, que enquanto os juros simples crescem
segundo uma função do 1º grau – crescimento linear, os juros compostos crescem
muito mais rapidamente – segundo uma função exponencial).

Juros Simples

O regime de juros simples, é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital
inicial. Este sistema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a

34
análise desse tema, como introdução à Matemática Financeira, é de uma certa forma,
importante.

Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n
períodos.

Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos
escrever a seguinte fórmula, facilmente demonstrável:

J = P . i . n = Pin

J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros


por período igual a i.

No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos
juros produzidos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é
denominado MONTANTE (M). Logo, teríamos:

M = P + J = P + P.i.n = P(1 + i.n)

Portanto, M = P(1+in).

Exemplo:

A quantia de $3000,00 é aplicada a juros simples de 5% ao mês, durante cinco anos.

Calcule o montante ao final dos cinco anos.

Solução:

Temos: P = 3000, i = 5% = 5/100 = 0,05 e n = 5 anos = 5.12 = 60 meses.

Portanto, M = 3000(1 + 0,05x60) = 3000(1+3) = $12000,00.

A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da
função juros simples, senão vejamos:

Façamos P.i = k.

Teremos, J = k.n, onde k é uma constante positiva.

35
(Observe que P . i > 0)

Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem.

(Porque usei o termo semi-reta ao invés de reta?).

Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o número de períodos n, são
grandezas diretamente proporcionais. Daí, infere-se que o crescimento dos juros
simples obedece a uma função linear, cujo crescimento depende do produto P.i = k,
que é o coeficiente angular da semi-reta J = kn.

Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo
duas modalidades a saber:

Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros. Juros compostos
- após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a
render juros. Também conhecido como "juros sobre juros".

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples


e juros compostos, com um exemplo:

Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. Teremos:

Principal = 100 Juros simples Juros compostos

N. de anos Montante simples Montante composto

1 100+0,1(100)=110 100+0,1(100) = 110,00

2 110+0,1(100)=120 110+0,1(110) = 121,00

36
3 120+0,1(100)=130 121+0,1(121) = 133,10

4 130+0,1(100)=140 133,1+0,1(133,1) = 146,41

5 140+0,1(100)=150 146,41+0,1(146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto


que o crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, e portanto tem um
crescimento muito mais "rápido".

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares


costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica
o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros
simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros
compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).

Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:

Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)

Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2

Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3

Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente:

S = 1000(1 + 0,1)n

De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros
compostos i durante o período n :

S = P (1 + i)n

37
onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n = número de períodos que o
principal P (capital inicial) foi aplicado.

NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do


período ( n ), tem de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo,
que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período
3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses.

Valor futuro (VF)

Segundo (Ross, Westerfiel e Jaffe, 2002) o valor futuro representa o montante


de dinheiro que um investimento se transformará ao longo de determinado
período, dada uma taxa de juros”. A equação que expressa o VF pode assim ser
descrita:

VF  VP(1 K )n

Na HP12c este cálculo fica muito mais simples, conforme os passos abaixo:

OPERAÇÃO NA HP 12C

38
Graficamente pode ser assim representado:

Valor presente (VP)

Segundo (Ross, Westerfiel e Jaffe, 2002) o valor presente é o valor atual de fluxos
de caixa futuros, descontados a uma taxa de desconto apropriada”. A equação para
o cálculo do VP está inserida abaixo:

VF

VP  (1 K )n
Na HP12c este cálculo fica muito mais simples, conforme os passos abaixo:

39
Taxas Proporcionais

Duas taxas são proporcionais quando os seus valores formam uma proporção direta
com os tempos a elas referidos, reduzidos à mesma unidade.

Sendo i a taxa de juro relativa a um período e ik a taxa proporcional que queremos


determinar, relativa à fração 1/k do período, temos:

EXEMPLO: Calcule a taxa mensal proporcional a 30% ao ano

SOLUÇÃO

Lembrando que 1 ano = 12 meses, temos:

i12 = 30/12 = 2,5 isto é 2,5%a.m.

Taxas Equivalentes

Duas taxas são equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital, durante o


mesmo período, produzem o mesmo juro.

EXEMPLO: Calcular o juro produzido pelo capital de R$ 20.000,00

• à taxa de 4% ao mês, durante 6 meses


• à taxa de 12% ao trimestre, durante 2 trimestres

40
SOLUÇÃO

No primeiro caso, temos J = 20.000,00 x 0,04 x 6 =


4.800,00 No segundo caso, temos J = 20.000,00 x 0,12
x 2 = 4.800,00

Como os juros são iguais, podemos dizer que 4% a . m. e 12% a . t., são taxas
equivalentes

41
REFERENCIAS

ABREU, P. F. S. P. e STEPHAN, C., Análise de Investimentos, Rio de Janeiro,


Editora Campus, , 1982.

ASSAF NETO, A., Matemática Financeira e suas Aplicações, São Paulo, Editora
Atlas, 1994.

ASSAF NETO, A., Mercado Financeiro, São Paulo, Editora Atlas, 1999.

COSTA, P. H. S. e ATTIE, E. V., Análise de Projetos de Investimento, Rio de


Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1990.

BREALEY, R. A. e MYERS, S. C., Princípios de Finanças Empresariais, Portugal,


McGraw-Hill de Portugal, 1992.

CLEMENTE, A. et alli, Projetos Empresariais e Públicos, São Paulo, Atlas, 1998.

FLEISCHER, G. A., Teoria da Aplicação do Capital: Um Estudo das Decisões de


Investimento, São Paulo, Ed. Edgard Blücher, 1973.

GUERRA, M. J. e DONAIRE, D., Estatística Indutiva, São Paulo, Liv. Ciência e


Tecnologia, 1982.

HIRSCHFELD, H., Engenharia Econômica, São Paulo, Atlas, 1984.

LAPPONI, J. C., Análise de Projetos de Investimento - Modelos em EXCEL, São


Paulo, Lapponi Treinamento e Editora, 1996.

MERRILL, W. C. e FOX, K. A., Estatística Econômica: Uma Introdução, São Paulo,


Editora Atlas, 1980.

OLIVEIRA, J. A. N., Engenharia Econômica: Uma Abordagem às Decisões de


Investimento, São Paulo, Mc Graw-Hill do Brasil, 1982. ROSS, S. A,

WESTERFIELD, R. W. e JAFFE, J. F., Administração Financeira: Corporate Finance


São Paulo, Editora Atlas, 1995.

THUESEN, H.G., Engeneering Economy, New Jersey, Prentice Hall, 1977.


WANNACOTT, P. e WANNACOTT, R., Economia, São Paulo, Mc Graw-Hill do
Brasil, 1982.

WOILER, S. e MATHIAS, W. F., Projetos: Planejamento, Elaboração e Análise , São


Paulo, Editora Atlas, 1987.

42

Você também pode gostar