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MERCADO FINANCEIRO

GUIA PARA INICIANTES

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PRIMEIRO PASSO
ENTENDER COMO TUDO COMEÇOU

A HISTÓRIA DO MERCADO DE CAPITAIS


Os primeiros registos históricos de algo que se assemelha à moderna ativi-
dade “bolsista” são do Século XII, em França. Naquela época, surgiu aquilo
que talvez fossem os primeiros “corretores de valores” (que, inclusivé, se
chamavam courratiers de change), que negociavam títulos de crédito das
comunidades camponesas que então existiam.

Naquilo que se conhece, e baseado em registos conhecidos, a história das


bolsas de valores começa aqui.

COMO A “BOLSA” SE TORNOU “A BOLSA”


Avançando um pouco no tempo (e indo mais para Norte), chegamos à Ho-
landa no Século XIII. E lá vamos encontrar a resposta para um dos “grandes
mistérios” da Humanidade: Por que razão a bolsa tem esse nome?
Na cidade de Antuérpia, na Bélgica, negociantes de produtos agrícolas for-
mam um protótipo daquilo que seria o moderno mercado de commodities.

Nessa época era necessário a existência de um local físico para as negocia-


ções. E o local escolhido era na frente da casa de um certo senhor Van der
Beurze. O local ficou conhecido como Beurze que se tornou a referência
de negociação até noutros países da Europa.

O termo acabou sendo latinizado para “bursa” (a mesma palavra que se


usava para “bolsa”… o recipiente, e não o mercado).

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DEPOIS DA BOLSA, VÊM OS “VALORES”
A origem das sociedades anónimas também é incerta pois, ao longo da
História, surgiram vários modelos de empresas que, conforme a “boa von-
tade” de quem estiver a narrar, podem ser interpretadas como corpora-
ções primitivas.
Mas podemos dizer que as modernas empresas abertas surgiram e flores-
ceram no Século XVII, com as grandes navegações.

Naquela época, os estados europeus eram extremamente fragmentados,


com pouca acumulação de capital, e eram necessários recursos avultados
para financiar as navegações.

Surgiram, então, as duas primeiras grandes corporações modernas. A Com-


panhia das Índias Orientais Inglesa e, logo na sequência, a versão holandesa.

A Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC – Verenigde Oostin-


dische Compagnie) criou a bolsa de Amesterdão, para negociar as suas
próprias ações e títulos.

Pronto! Aqui podemos dizer que a Bolsa de Valores nasceu “oficialmente”.

Boa parte do que existe no mercado financeiro foi inventado na Holanda. A


Holanda é um país que, tecnicamente, não deveria existir. Pois, para quem
não sabe, a Holanda está praticamente abaixo do nível do mar. Foi a enge-
nharia Holandesa que permitiu que a Holanda se tornasse o país como é
conhecido hoje.

A partir da criação da Bolsa de Amesterdão, as coisas seguiram o seu curso


normal. O que significa que outros países viram aquilo (que foi um sucesso,
indiscutivelmente) e replicaram.
Muitas “idas e vindas” aconteceram desde então, que moldaram o que são
as modernas bolsas de valores e as modernas empresas de capital aberto.

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Mas, o que vemos no mercado de capitais atual é, essencialmente, uma
evolução (e não “revolução”) daquilo que foi criado em Amesterdão no
Século XVII.

O mercado de capitais continua a evoluir mas a sua estrutura e função


básicas (de servir como uma “interface” entre investidores e tomadores de
recursos) não mudaram. O que significa que a história das bolsas de valo-
res ainda está a ser escrita… E longe do fim.

A BOLSA DE VALORES EM PORTUGAL


Em Portugal, as referências mais remotas relativas ao aparecimento das
bolsas centram-se na Idade Média.

O desenvolvimento do comércio originou um maior contacto entre os co-


merciantes e a presença frequente de negociantes estrangeiros atraía os
corretores que, pelo facto de falarem várias línguas, facilitavam as transa-
ções de mercadorias.

Em 1495 surge a primeira tentativa de regular a atividade dos corretores


de Lisboa, e na segunda metade do século XVIII surgem as primeiras emis-
sões de ações e os títulos de dívida pública moderna.

O privilégio das transações de mercadorias, realizadas em bolsa, deixou


desde então de existir. É também com este código que se regulamentam,
pela primeira vez, as operações a prazo. Finalmente, em Janeiro de 1891 e
em Outubro de 1901, respectivamente, são criadas as Bolsas de Valores do
Porto (BVP) e de Lisboa (BVL). Em 1891 surge, provavelmente, a primeira
grande crise financeira com características contemporâneas. O mercado
de capitais português é largamente atingido e os reflexos da conjuntura
recessiva atingem a maior parte dos títulos cotados na BVL, especialmente
os da dívida pública do Estado português. E no 25 de abril, o que aconte-
ceu? A recessão económica internacional causada pelo choque petrolífero
de 1973 permite antever dias difíceis para o mercado de capitais portu-

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guês. Esses dias chegam, de facto, mas por razões diferentes. A tomada
do poder político pelos militares em 25 de Abril de 1974 constitui um rude
golpe para as Bolsas de Valores de Lisboa e do Porto. Estas encerram de
imediato, sendo que a primeira só reabre em 12 de Janeiro de 1976 para a
realização de transacções com obrigações, e em 28 de Fevereiro de 1977,
para os negócios com acções. A BVP reabre em 2 de Janeiro de 1981. A
maior parte das sociedades cotadas é nacionalizada após o encerramento
das Bolsas e quando a BVL reabre definitivamente, apenas algumas pe-
quenas companhias se encontravam cotadas. No mercado primário de va-
lores mobiliários não se assistem a emissões de acções até 1981.

Apenas as obrigações de dívida pública e de empresas nacionalizadas e


públicas são emitidas no mercado, com vista à subscrição pública. Contu-
do, o financiamento junto do mercado de capitais tem pouca expressão,
quando comparado com o recurso ao crédito bancário e com as transfe-
rências orçamentais por parte do Estado.

DESEMPENHO
Conseguimos ver um pico de valorização no inicio dos anos 2000, antes
da grande correção devido à bolha das internets, representando uma va-
lorização superior a 330% em menos de 10 anos de estudo. Outro pico
registado foi em 2007, atingido valores acima dos 13 mil pontos.

Porem, no dia 22/12/2020 registou-se uns modestos 4.705,43 pontos, um


dos valores mais baixos da história da bolsa portuguesa.

A seguir, iremos explorar os 6 índices bolsistas alguns dos mais importan-


tes do mercado:

EURO STOXX 50
O Euro Stoxx 50 é um índice de referência da bolsa da Zona Euro criado o
26 de fevereiro de 1998. Está elaborado por um STOXX Limited, uma joint
venture entre Deutsche Börse, Dow Jones e SWX Swiss Exchange. É um
índice ponderado por capitalização bolsista, o que significa que nem todas

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as empresas que o formam têm o mesmo peso. O índice tem uma ampla
abrangência quanto à diversidade de setores industriais, isto é, tem uma
carteira diversificada (muito importante para o investidor). Atualmente, o
índice conta com empresas de oito países que conformam a Zona euro.

Estes países são:


França, com uma presença de 18 empresas;
Alemanha, com 13 empresas no índice;
Espanha, com 6 empresas;
Itália e Países Baixos, com 5 empresas a cada um;
Bélgica, Luxemburgo e Irlanda, com 1 empresa a cada um.
França tem a liderança em termos qualitativos com um peso relativo de apro-
ximadamente 36% do índice. A Alemanha tem com um peso próximo de 32%.
A participação espanhola no índice supõe quase um 12% do peso total.

DAX
O DAX (abreviação para Deutscher Aktienindex) é o mais importante ín-
dice alemão de ações. Mede o desempenho 30 empresas maiores e mais
líquidas (com base na capitalização de mercado free float) da bolsa de
valores alemã e representa cerca de 80% da capitalização das empresas
listadas na Alemanha.
O índice é uma marca de produto e palavra registada e logotipo da Deuts-
che Börse AG, cujas ações estão incluídas no próprio DAX. Ele é o membro
mais importante da família de índices DAX. O DAX foi desenvolvido em
conjunto pela Associação Alemã de Bolsas de Valores, a Bolsa de Valores
de Frankfurt e o Börsen-Zeitung. Foi introduzido em 1 de julho de 1988 e
continua o índice do jornal do mercado de ações, cuja história remonta
ao ano de 1959. Em 31 de dezembro de 1987, foi normalizado para 1.000
pontos de índice. Inicialmente, o DAX não era um concorrente, mas sim um
complemento aos índices de ações alemães já estabelecidos. Desde então,
ele deixou os outros índices de notoriedade para atrás e é reconhecido
nacional e internacionalmente como o índice de referência para o mercado
acionista alemão

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NIKKEI
Nikkei é o índice bolsista mais popular do mercado japonês, compõem-
-no os 225 valores mais líquidos que cotam na Bolsa de Tóquio. O nome
provém do jornal Nihon Keizai Shinbun (Diário Japonês dos Negócios), de
cujas iniciais provem o nome do índice. Um dos detalhes que encontramos
com o índice Nikkei é que é a bolsa com mais tendência para quedas em
toda a história, sendo o máximo histórico alcançado desde o 29 de dezem-
bro de 1989. Os valores do índice Nikkei ponderam por preços e não por
capitalização, embora este cálculo difere de uma média simples, já que o
seu divisor é ajustado. A maior participação do índice Nikkei pertence a
66 empresas industriais, 50 empresas de consumo cíclico e 24 empresas
financeiras. A lista das suas componentes é revista anualmente e normal-
mente as mudanças tornam-se efetivas a princípios de outubro.

S&P 500
O índice Standard & Poor’s 500 conhecido como S&P 500 é um dos índices
bolsistas mais importantes dos Estados Unidos. O S&P 500 é considerado
o índice mais representativo da situação real do mercado. Um dos motivos
pelo que é um reflexo real do que acontece no mercado: ignora o efeito
da distribuição de dividendos. A história do S&P 500 mostra-nos que este
apresentou o seu primeiro índice em 1923, quando a empresa Standard
& Poor’s introduziu um índice que cobria 233 companhias. Foi a partir de
1957 quando o índice acrescentou as 500 companhias maiores do mundo.
Este índice bolsista é composto pelas 500 empresas maiores dos Estados
Unidos e pondera-se de acordo com a capitalização de mercado da cada
uma das empresas. O S&P 500 é elaborado pela agência de qualificação
de risco de ações e de obrigações, cujos especialistas têm fama de ser os
máximos conhecedores dos títulos do mercado financeiro e a situação de
risco das companhias.

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DOW JONES
Dentro dos diferentes índices bolsistas do Dow Jones encontram-se 4 ín-
dices principais:
• Dow Jones Industrial Average (DJIA): é o mais importante de todos e re-
flete o comportamento do preço da ação das 30 companhias industriais
mais importantes e representativas dos Estados Unidos.
• Dow Jones Utility Average (DJUA): onde se refletem os títulos de 15 maio-
res corporações de mercados como o gás ou a energia elétrica.
• Dow Jones Transportation Average (DJTA): que inclui as 20 maiores em-
presas de transporte e distribuição.
• Dow Jones Composite Average (DJCA): é o índice que mede o desempe-
nho das ações de 65 companhias dos três índices anteriores. As empresas
que compõem a Média Composta Dow Jones podem variar dependendo
de certos critérios, mas a maioria delas são de grande capitalização.

NASDAQ
NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quota-
tions, em português, “Associação Nacional de Corretores de Títulos de Co-
tações Automáticas”) é um mercado de ações automatizado norte-ameri-
cano, no qual estão listadas mais de 2800 ações de diferentes empresas,
na sua maioria de pequena e média capitalização. É o segundo maior mer-
cado de ações em capitalização de mercado do mundo, depois da Bolsa
de Nova York. A plataforma de operações é de propriedade do NASDAQ
OMX Group, que também é o proprietário da rede de mercados de ações
OMX. O NASDAQ caracteriza-se por reunir empresas de alta tecnologia
em eletrónica, informática, telecomunicações, biotecnologia, etc.

EM PORTUGAL TEMOS O PSI 20


O PSI (Portuguese Stock Index) é o principal índice da Euronext Lisboa. É
o principal índice de referência do mercado de capitais português. Supos-
tamente deve composto pelas ações das vinte maiores empresas cotadas
na bolsa de valores de Lisboa e reflete a evolução dos preços dessas ações,

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que são as de maior liquidez entre as negociadas no mercado português;
“Deve ser composto por 20” pois nos últimos tempos temos tido apenas 18.
Comparação do PSI 20 com outros indices no mundo

O PSI-20 foi lançado com duas principais funções:


• servir de indicador da evolução do mercado acionista português
• servir de suporte à negociação de contratos de futuros e opções. A ca-
pitalização bolsista das emissões que compõem o PSI-20 é ajustada pelo
free float, não podendo cada emissão ter uma ponderação superior a 20%
nas datas de revisão periódica da carteira. Devido às suas características,
o índice PSI-20 foi selecionado pelo mercado para servir de subjacente a
produtos estruturados, cuja rentabilidade depende, de uma ou de outra
forma, do comportamento do mercado bolsista português.

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O valor base do PSI-20 remonta a 31 de Dezembro de 1992 e foi de 3000
pontos. Aqui está a evolução do PSI 20 até ao ano de 2018.

Fecho em Variação em Variação


Ano
pontos pontos em %
1992 3.000,00
1993 4.288,09 1.288,09 42,94
1994 4.157,25 -130,84 -3,05
1995 3.896,24 -261,01 -6,28
1996 5.146,33 1.250,09 32,08
1997 8.803,50 3.657,17 71,06
1998 10.998,92 2.195,42 24,94
1999 11.960,51 961,59 8,74
2000 10.404,09 -1.556,42 -13,01
2001 7.831,49 -2.572,60 -24,73
2002 5.824,70 -2.006,79 -25,62
2003 6.747,41 922,71 15,84
2004 7.600,16 852,75 12,64
2005 8.618,67 1.018,51 13,40
2006 11.197,59 2.578,92 29,92
2007 13.019,36 1.821,77 16,27
2008 6.341,34 -6.678,02 -51,29
2009 8.463,85 2.122,51 33,47
2010 7.588,31 -875,54 -10,34
2011 5.494,27 -2.094,04 -27,60
2012 5.655,15 160,88 2,93
2013 6.558,85 903,70 15,98
2014 4.798,99 -1.759,86 -26,83
2015 5.317,67 518,68 10,81
2016 4.679,20 -638,47 -12,01
2017 5.388,33 709,13 15,15
2018 4.731,47 -656,86 -12,19

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A Euronext
A Euronext é o maior grupo de mercados bolsistas e o mais líquido a a
nível mundial. Diariamente, mais de €100 mil milhões são transacionados
nas bolsas da Euronext. As bolsas Euronext, na Europa e nos Estados Uni-
dos, transacionam ações, obrigações e papel comercial, para além de um
leque diversificado de produtos derivados, como sejam futuros, opções e
warrants. Com cerca de 8.000 emissões cotadas (excluíndo os Produtos
Estruturados Europeus), os mercados acionistas da NYSE Euronext movi-
mentam um terço do volume total negociado a nível mundial nos mercados
de ações. Euronext nos EUA Nos Estados Unidos, a Euronext integra a New
York Stock Exchange (NYSE), a histórica bolsa de Nova Iorque. Mantendo
ainda a sua sede em Wall Street, passados dois séculos desde a sua funda-
ção em 1792, a Euronext é a operadora líder mundial no mercado de ações.
A Amex, especializada na admissão à cotação e à negociação de empresas
de pequena e micro-capitalização, e a Arca, uma operadora completamen-
te automatizada, líder em ações de empresas em crescimento, continuam
a atrair um número elevado de investidores. A Arca Edge, uma bolsa para
ações over-the-counter (OTC), e a NYSE Liffe U.S., a operadora de opções
e futuros do grupo NYSE Euronext nos Estados Unidos, completamente
automatizada, reforçam o leque de produtos e serviços da Euronext nos
Estados Unidos.

Euronext na Europa
Na Europa, a Euronext é a operadora líder pan-europeia que reúne as bol-
sas de Paris, Amesterdão, Bruxelas e Lisboa, e agora Irlanda, todas elas
detentoras de um longo passado histórico. As Bolsas da Euronext levaram
a cabo um processo de modernização que antecedeu a fusão que deu
origem à criação do grupo integrado de mercados financeiros Euronext.
O grupo Euronext oferece aos investidores um mercado de negociação
de valores mobiliários completamente automatizado e unificado. O grupo
implementou ainda sistemas para melhorar a criação de mercado (market
making) e oferecer liquidez.

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Derivados Financeiros
A Euronext integra também a NYSE Liffe, o mercado de derivados de Lon-
dres, líder na Europa e segundo a nível mundial em instrumentos deriva-
dos. Com sede igualmente em Londres, a Euronext London foi criada em
2010 para negociar valores mobiliários no mercado a contado.
A Alternext é outro mercado do grupo, especialmente criado para transa-
cionar valores de pequena e média capitalização. Para além de tudo isto, a
Euronext é ela própria também uma empresa cotada nos mercados NYSE
Euronext de Paris e de Nova Iorque, com o ticker ENX.

O QUE É O MERCADO FINANCEIRO?


O mercado financeiro pode ser definido como o ambiente onde se pode
comprar e vender produtos financeiros. Ou seja, o local onde são feitas as
negociações desses produtos.
Os ativos financeiros podem ser, por exemplo, moedas, títulos, ações, deriva-
tivos, mercadorias, commodities e outros bens que tenham valor financeiro.
Existem dois papéis fundamentais no mercado financeiro: o dos investido-
res e dos tomadores. Os investidores são aqueles que têm recursos poupa-
dos e podem “emprestar” o dinheiro em troca de rentabilidade, escolhendo
algum investimento para aplicar. Já os tomadores são justamente os que
precisam desse dinheiro emprestado, pois necessitam de mais recursos do
que possuem, para financiar projetos de empresas.

PARA QUE SERVE O MERCADO FINANCEIRO?


Ele justamente tem o papel de proporcionar o encontro entre investidores
e tomadores. Assim, quem quer investir o dinheiro tem um ambiente segu-
ro, controlado e regulado por leis para o fazer.
Em economias de livre mercado, ele garante que as operações são feitas
sem grandes intervenções, como do Estado, por exemplo.
Portanto, ele tem a função de ser um ambiente seguro para negociações
de ativos com valor financeiro.

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COMO O MERCADO FINANCEIRO É DIVIDIDO

Pode ser subdividido em:

MERCADO DE CAPITAIS
O mercado de capitais engloba ações, títulos e derivativos na Bolsa de Va-
lores, corretoras ou outras instituições financeiras.
Por exemplo, se investires em ações na Bolsa ou investires numa LCA de
um banco, estarás a investir no mercado de capitais.

MERCADO DE CÂMBIO
O mercado de câmbio está relacionado com a troca de moeda. Então, se
trocares as tuas moedas locais como o Euro, Dólar ou Real por outra moe-
da estrangeira, estarás a atuar no mercado de câmbio.

MERCADO DE CRÉDITO
Nele são negociados recursos de curto, médio e longo prazo para parti-
culares e empresas que precisam de dinheiro para fundo de maneio ou de
consumo.
Ou seja, engloba os empréstimos que são disponibilizados pelas institui-
ções financeiras.

MERCADO MONETÁRIO
Por fim, o mercado monetário é o ambiente de empréstimos de curto pra-
zo, com vencimento de um ano, no máximo.

CONHECE A REGRA BÁSICA DO INVESTIDOR DE SUCESSO!

É claro que ao investir, a regra número 1 do mundo dos investimentos, não


é ter dinheiro e sim, ter mentalidade de investidor e saber administrar o
maior risco do mercado financeiro: O teu Cérebro.

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O TEU CÉREBRO É O TEU MAIOR INIMIGO, PORQUE É ELE QUE TOMA
AS DECISÕES.

O ser humano evoluiu, é um animal social, mas rege-se pelo efeito manada,
acha que em grupo está mais seguro para lidar com os eventuais fracassos.
Somos bombardeados todos os dias por notícias, informações, o amigo do
amigo que tem dicas quentes e imperdíveis e até mesmo aqueles gurus da
internet, que apenas têm experiência de livros, mas que nunca experimen-
taram o ‘’skin the game’’.

O grande problema é que os investidores ficam muito tentados a escutar a


opinião dessas pessoas, pois na cabeça da maioria torna-se difícil ficar de
fora da manada. Fica extremamente difícil para o ser humano tomar uma
decisão contrária à da manada e acabar por errar sozinho.
Errar em conjunto dá maior conforto do que errar sozinho. Errar sozinho é
sentir-se entregue aos leões.

Nascemos e fomos programados para querer ter um padrão onde a maio-


ria pensa da mesma forma. É assim que o jogo segue há anos.

Benjamin Grahan, no seu livro “O investidor Inteligente” de


1949, tinha uma máxima que dizia: “O Senhor Mercado é um
ser maníaco, depressivo e apático, que acorda a cada dia
num desses estados emocionais, ignorando completamente
os resultados apresentados pelas empresas”.

Ou seja, quando o mercado está em alta, as expetativas são sempre as


melhores, mas quando os mercados estão em baixa, as expectativas são
sempre as piores.

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E quem muitas vezes dita a euforia ou o pânico?

Os meios de comunicação! Quem quer vender conteúdo mediático. E hoje


em dia esses meios de comunicação estão muito acessíveis dentro da bo-
lha da Internet!

Para saires desses altos e baixos, precisas de ter em mente e conhecer os


principais elementos necessários para iniciar a tua jornada de conhecimen-
to sobre o mercado.

RISCOS LIQUIDEZ VOLATILIDADE

E de bónus vais receber um dicionário com as principais terminologias do


mercado e os respetivos significados.

RISCOS
Os riscos são classificados em dois grandes grupos: os riscos sistémicos e
os não sistémicos.

RISCO SISTÉMICO
O risco sistémico é aquele que afeta a economia de uma forma geral. Po-
demos dar como exemplo, um colapso no sistema financeiro ou de capi-
tais, uma grande variação na taxa de juros ou mesmo nas taxas de câmbio.
Este tipo de risco é extremamente difícil de ser reduzido, pois afeta a eco-
nomia como um todo. De forma geral, podemos dizer que o risco sistémico
é provocado por uma instabilidade catastrófica no sistema financeiro que
afeta os grandes players do mercado financeiro.

Os bancos e as demais instituições financeiras estão extremamente inter-


ligados. O pedido de falência de uma instituição ou grupo financeiro pode
desencadear uma falência generalizada dos demais bancos.

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Por isso é extremamente importante saber em que País investes o teu di-
nheiro e quais são as regras. Como por exemplo, ter a cautela de ter parte
dos teus investimentos em contas segregadas e com risco baixíssimo.

RISCO NÃO SISTÉMICO


Já o risco não sistémico refere-se a uma empresa ou setor em específico.
Os riscos não sistémicos podem ser minimizados, uma vez que afetam
apenas um determinado setor.
Um investidor que possua investimentos no ramo da construção civil, seja
em ativos reais ou através de ações de alguma incorporadora, irá sofrer as
consequências de uma greve de trabalhadores desta área, por exemplo.
Os riscos não sistémicos podem ser minimizados através de uma diversifi-
cação na carteira de investimentos.

RISCO DE MERCADO

O principal Risco a ser gerido é o risco de mercado.

Afinal, o que é esse tal risco de mercado?

O risco de mercado está relacionado com as oscilações em que determi-


nado produto pode ter no decorrer do tempo. Isso significa que: quanto
maior for a variação, maior será o risco!

“O maior risco é não saber o que está a fazer’’


Warren Buffet

Na sua definição mais simples, o risco de mercado é, nada mais nada menos,
do que a potencial ameaça de perder dinheiro no investimento aplicado.
Mas claro que deve ser levado em consideração o aspecto de que o risco
está atrelado à expectativa de ganho, ou seja, a uma taxa proporcional de
retorno.

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Por isso devemos sempre estar atentos à variação de qualquer tipo de inves-
timento, uma vez que existe a possibilidade de você perder o capital aplicado.

Quais são os principais riscos de mercado?

Se pensarmos na bolsa de valores, por exemplo, imaginamos logo o quanto


ela é volátil, ou seja, as empresas listadas negociam os seus ativos de uma
forma bem variável. Na grande maioria das vezes, o mercado é conduzido
por expectativas internas ou externas.

Vê só os principais riscos de mercado:

• Alterações na taxa de juros: tanto na Europa, Brasil, quanto nos EUA, os


bancos centrais diminuíram as taxas básicas de juros para o menor nível
histórico.
• Isso influencia os investidores a migrarem do rendimento fixa para o va-
riável, como uma medida para ter uma rentabilidade maior.
• Oscilações cambiais
• Variação do preço das commodities
• Eleições em países de economia forte

COMO EU MINIMIZO O RISCO DE MERCADO?

Uma maneira de diminuir o risco de mercado é diversificando.

Desta forma, podes investir em diferentes produtos do mercado financei-


ro, e em diversas regiões no mundo, como Estados Unidos da América, ou
como no Reino Unido, para ficar muito mais seguro.

Quanto de fato, os teus investimentos estão diversificados?

“Diversificar investimentos significa ter um olhar global”, Felipe Maia

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Neste novo mundo globalizado, digital, é preciso ter um olhar mais atento
para tudo que está a acontecer. Isso reflete-se numa mudança importante
de paradigma para as aplicações financeiras.

Engana-se quem se acha diversificado, investindo num único país e numa


única moeda. É preciso ter um olhar global, procurar acesso.

LIQUIDEZ
Em termos contabilísticos, liquidez é a velocidade e a facilidade com que
podes transformar um ativo em dinheiro, sem sofrer perdas significativas
no seu valor durante esse processo de conversão.

Infelizmente, a liquidez é um aspecto pouco entendido no mercado e na


economia, o que faz com que muitas pessoas tenham prejuízo nos seus
investimentos.
Poderíamos dizer que a liquidez é um dos alicerces para um funcionamen-
to mais eficiente dos mercados. Não seria exagerado dizer que não haveria
civilização moderna sem liquidez. Afinal, ela garante a velocidade e a efi-
ciência das trocas, isto é, da economia de mercado.

O dinheiro, por exemplo, é o ativo mais líquido da economia, pois ele é


aceite universalmente e é utilizado para assinar contratos, pagar impos-
tos, salários e comprar ativos.

Pensar numa sociedade sem dinheiro é o mesmo que pensar em voltar


milénios atrás, quando a troca direta era o sistema principal de troca.

Que ativos são líquidos?

Alguma vez tiveste que vender um carro ou algum imóvel? As dificuldades


são enormes e dificilmente vendes de acordo com a “avaliação”.

Isso significa que é muito difícil vender um imóvel a preço de mercado


quando se tem pressa. O problema disso chama-se liquidez.

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Imóveis, carros, máquinas industriais e coleções de obras de arte estão entre
os ativos mais “não líquidos” em toda a escala.

No curto prazo, é muito difícil vender bens sem liquidez, pelo mesmo preço
que pagaste. Para conseguir vendê-los por um bom preço, será preciso espe-
rar meses ou anos.

Por outro lado, é possível vender uma ação ou um fundo com rapidez com
uma pequena diferença entre o preço de compra e o preço de venda.

Ações, fundos, e alguns títulos de Rendimento Fixo estão entre os ativos mais
líquidos da economia.

Por isso é que em caso de dificuldade financeira, são os primeiros ativos a


serem vendidos, porque são fáceis de converter em dinheiro.

Os ativos seguem uma escala de menos líquidos para mais líquidos, até che-
gar ao dinheiro, o ativo mais líquido da economia.

É por isso que muitas pessoas do mercado se referem ao dinheiro como a


própria liquidez.

Quando alguém diz que vai ficar “líquido”, é porque essa pessoa está a vender
os seus ativos para aumentar a quantidade de dinheiro em caixa.

Um mercado mais líquido, em tese, tende a ser mais eficiente e os preços


são menos afetados quando há grandes compras e vendas, sendo mais fácil
transformar o ativo em dinheiro em caixa.

VOLATILIDADE
É a medida do movimento de um preço de ativo para cima e para baixo ao
longo do tempo. Ações mais voláteis são, por definição, mais arriscadas; no
entanto, às vezes fornecem melhores retornos no longo prazo.

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O que é a volatilidade de mercado?
Uma das características do mercado financeiro, é a oscilação do valor das op-
ções de investimento, para mais ou para menos, em relação ao preço médio
delas, o que é chamado de volatilidade.

Isso ocorre por vários motivos. Dependendo do tipo de aplicação, mais ou


menos fatores causam a flutuação.

Por isso, nem todas as opções têm os mesmos riscos e volatilidade igual.
Aliás, a volatilidade não significa apenas risco, e não faz apenas os investido-
res perderem dinheiro, pois a flutuação pode ser maior para o lado positivo do
que as oscilações que ocorrem para o negativo.

Um ativo muito volátil também pode ser bom para a estratégia de aplicação,
se respeitares sempre os prazos que determinam os seus objetivos. Quanto
mais volátil, mais longo deve ser o seu horizonte.

A análise da volatilidade ainda pode ser aliada da diversificação na mon-


tagem da carteira de investimentos. Além de prever ganhos e te prote-
ger contra perdas, podes adquirir produtos financeiros que oscilam menos
para manter no curto prazo, e outros mais voláteis e arriscados para ir
olhando para o longo prazo.

Exemplo de evolução de fatos históricos e a Volatilidade:

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Apesar da volatilidade ser um conhecimento básico no mercado, ela faz a
diferença na tua vida como investidor que é consciente e sabe utilizar todos
os fatores a seu favor. Principalmente, a constância e o hábito de investir
regularmente.

“Investir deve ser entediante, nunca emocionante. Investir deveria ser como
olhar a tinta a secar ou a relva a crescer. Se quer emoção, agarre em $800
e vá para Las Vegas” - Paul Samuelson

Uma das formas de analisar a volatilidade de um ativo, é medindo a sua os-


cilação ou o desvio padrão do seu valor ou rentabilidade.

Em resumo, existem três tipos de riscos ou volatilidade num investimento:

1. Volatilidade da cotação (no rendimento fixo, a rentabilidade pode não


variar, mas o preço da cotação pode variar, como um imóvel que não muda
o valor do arrendamento, mas é valorizado com o tempo).

2. Volatilidade da rentabilidade (no caso das ações, a variação da cotação


é a mesma da rentabilidade).

3. Volatilidade da empresa que emite o investimento (risco de falência).

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Em resumo, o que precisas de ter sempre em mente:

Para ti que desejas investir no mercado financeiro, sem teres que te tornar
um especialista em finanças, passa por:

• Entender melhor como funciona;


• Alinhar os teus objetivos;
• Definir os prazos para alcançá-los, com as opções de investimento que
mais se alinham com eles;
• Determinar qual o tipo de risco que aceitas assumir para alcançar de ma-
neira mais rápida esses objetivos;
• Encontrar os negócios que garantam mais segurança na linha do tempo.

Inspira-te com os livros que me influenciaram, pois acredito serem uma


grande mais-valia para que comeces hoje a escrever a tua história no mun-
do dos investimentos!

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BÓNUS
AS PRINCIPAIS TERMINOLOGIAS
DO MERCADO FINANCEIRO

Ação: unidade de propriedade de uma empresa ou fundo.

Alfa: alfa é uma medida da diferença entre o desempenho de um fundo e


o desempenho do mercado. É frequentemente usado como uma medida
das habilidades dos gestores de fundos.

Alocação de ativos: é possível dividir as participações do teu portfólio


por classes de ativos (por exemplo, ações, títulos, commodities etc.). Cada
classe de ativo tem um desempenho diferente, o que significa que a expo-
sição a um número maior deles, permite reduzir o risco.

Alteração de fundos: quando um investidor vende as suas participações


num fundo e compra ações de outro fundo, administrado pela mesma em-
presa, geralmente terá que pagar uma taxa de troca.

Analista (analista financeiro): um profissional cujas responsabilidades in-


cluem: reunir, analisar e interpretar dados financeiros e preparar relatórios,
modelos e recomendações de compra ou venda.

Ativo: os ativos incluem ações, títulos, commodities, imóveis, dinheiro, pro-


priedades, obras de arte e outros investimentos. Um ativo é algo que per-
mite que ganhes dinheiro simplesmente por possuí-lo.

Ativos de um fundo: os investimentos mantidos num fundo.

Balança comercial (país): a diferença de valor entre as importações e as


exportações de um país.

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Balanço: uma demonstração que contempla os ativos e passivos da em-
presa e informa o património líquido em circulação.

Beta: uma medida da sensibilidade de um investimento às flutuações do


mercado. Quanto maior o Beta de um fundo, maior a sua sensibilidade aos
movimentos do mercado.

Blue chip: as empresas Blue Chip têm uma longa história de bons ganhos,
bons balanços e até mesmo dividendos que aumentam regularmente. A
participação acionista nessas empresas pode não ser emocionante, mas
provavelmente fornecerá retornos razoáveis ao longo do tempo.

Bolsa de valores: um local para comprar e vender investimentos, incluindo


ações, títulos, commodities e outros ativos. Hoje, a maioria dessas ordens
é executada eletronicamente.

Capitalização de mercado: o “valor de mercado” de uma empresa é uma


medida do seu tamanho e/ou valor. O valor de mercado de uma empresa,
pode ser encontrado multiplicando o preço das suas ações pelo número
de ações existentes.

Capitalização pequena: capitalização de mercado < US$ 1 bilião.


Capitalização média: capitalização de mercado US$ 1 bilião a US$ 10 biliões
Capitalização grande: capitalização de mercado > US$ 10 bilhões.

Classificação de risco (fundos): uma medida da classificação de risco de


um fundo. Permite que os investidores avaliem o potencial de um fundo
para aumentar ou diminuir o seu valor. Geralmente, os fundos de maior
risco exibem maior volatilidade.

Commodities: commodities são uma classe de ativos composta por bens


úteis e tangíveis, como metais industriais e preciosos, petróleo e gás natu-
ral e produtos agrícolas.

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Conta do mercado monetário: uma conta remunerada que geralmente paga
uma taxa de juros mais alta do que as contas de poupança tradicionais.

Correlação: uma medida da relação de retorno linear de dois ativos e a


extensão em que os seus movimentos estão relacionados. A correlação
pode ser qualquer valor entre +1 e -1. As carteiras podem ser diversificadas
combinando investimentos com baixa correlação entre si. A correlação de
+1 significa que os ativos sempre se moveram historicamente na mesma di-
reção quando os mercados mudaram, enquanto a correlação de -1 significa
que os ativos sempre se moveram historicamente na direção oposta.

Crescimento de capital: aumento do valor de um investimento ao longo


do tempo (excluindo receita). Os fundos voltados para o crescimento do
capital visam selecionar ações que valorizem em valor, em vez de fornecer
rendimento contínuo aos investidores.

Cupom (título): o pagamento anual de juros aos detentores de bónus, re-


cebido desde a data de emissão do título até ao seu vencimento. Os cu-
pons são normalmente descritos em termos da taxa do cupom, que é a
soma dos cupons pagos por ano, divididos pelo valor nominal do título.

Derivativo: contratos financeiros cujo valor está relacionado com o valor


de um índice financeiro ou ativo subjacente. Geralmente é usado para fins
de gestão de riscos (consulte: “Hedge/cobertura”) ou para aumentar re-
tornos.

Desempenho: uma medida de elementos como crescimento de capital e


rendimento pagos em relação a um mercado, setor ou outro benchmark
mais amplo. (Consulte: “Retorno total”).

Desvio padrão: uma medida da volatilidade total de um portfólio. Indica


o grau em que os retornos de um portfólio variaram em torno da média
durante um período definido. Quanto menor essa medida, menor o risco.

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Dinheiro: todo o dinheiro: papel ou digital. Em relação aos fundos, geral-
mente refere-se à percentagem de um fundo depositado, em vez de in-
vestido noutra classe de ativos. Frequentemente, isso ocorre porque os
gestores de fundos esperam que as valorizações caiam, apresentando uma
oportunidade de comprar mais barato.

Diversificação: a estratégia de garantir que tens mais de um tipo de ativo


num portfólio, ajudando a reduzir o risco. Esse termo não se aplica apenas
a classes de ativos, mas também pode ser usado em relação a diferentes
setores, indústrias ou localizações geográficas.

Dividendo: um pagamento feito quando uma empresa decide dividir algu-


ma receita entre os acionistas. Os dividendos podem ser pagos pontual-
mente ou regularmente (mensal, trimestral, semestral ou anualmente).

Empresa pública: (como alternativa: empresa que opera na bolsa de va-


lores, empresa que cota na bolsa de valores, empresa listada na bolsa de
valores, ou sociedade anónima). Empresa pertencente a ações negociadas
em bolsa de valores ou em mercado de balcão.

Esquema de investimento coletivo (CIS - collective investment scheme):


às vezes chamado de “investimento conjunto”, um CIS é um fundo para
o qual várias pessoas contribuem. Um gestor de fundos investe a riqueza
coletiva em participações pertencentes a uma ou mais classes de ativos
(ações, títulos, propriedades etc.).

Estilo/Estilo de investimento: a teoria e estratégia que determinam como


um portfólio ou fundo de investimento é gerido. Um exemplo é o investimen-
to em valor, que procura descobrir e investir em empresas subvalorizadas.

Estratégia de investimento pessoal: existem muitas abordagens diferentes


para investir. Investidores individuais devem aprender como o investimento
funciona e decidir sobre uma estratégia pessoal adequada para eles.

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ETF: os fundos negociados em bolsa são fundos de investimento que refle-
tem um índice e são negociados como uma ação. Os investidores compram
e vendem ETFs nas mesmas bolsas de ações e, como resultado, ganham
exposição a todo o mercado.

EURO STOXX: uma série de índices de ações que incluem apenas ações de
empresas da zona do euro. Projetado pela STOXX, um provedor de índices
de propriedade do Deutsche Börse Group.

Exposição a ações: literalmente, a quantia do fundo que está exposta a (ou


seja: contém) ações. Se a exposição ao património de um fundo é de 30%,
isso significa que 30% do seu valor é investido em ações.

Fluxo de caixa: o valor líquido de caixa e seus equivalentes sendo transferi-


dos para dentro e fora de uma empresa. No nível mais básico, a capacidade
de uma empresa de criar valor para os acionistas depende da sua capaci-
dade de gerar fluxos de caixa positivos (ou, mais precisamente, otimizar o
fluxo de caixa livre de longo prazo).

Fluxo de caixa livre (FCF - free cash flow): O Free Cash Flow é o fluxo de
caixa proveniente das atividades operacionais da empresa uma vez que
os investimentos foram deduzidos para manter o negócio. Ou seja, é o di-
nheiro gerado pelos negócios, deduzidos os custos de produção e com os
quais são pagos acionistas, credores e investimentos em crescimento.
Portanto, leva em consideração os fluxos de caixa gerados pelos ativos,
independentemente de como eles são financiados.
O Free Cash Flow (FCF) é um parâmetro importante porque podemos
medir se os investimentos necessários para manter o negócio ou juros e
dividendos pagos são muito elevados em relação ao fluxo de caixa gerado.
Portanto, é bastante usado por analistas e investidores para determinar a
capacidade real de geração de lucro de uma empresa em oposição ao lu-
cro líquido contabilístico.

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FTSE: o índice Financial Times Stock Exchange 100 é um índice de ações
composto pelas 100 maiores empresas da Bolsa de Londres, medido por
capitalização de mercado. Também chamado de Índice FTSE 100, FTSE
100, FTSE ou, informalmente, “Footsie”.

Fundo aberto: um fundo em que o número de ações ou unidades existen-


tes pode aumentar ou diminuir à medida que os investidores compram ou
vendem o fundo. Em teoria, o número de unidades que podem ser criadas
é ilimitado, portanto, o uso do termo “aberto”.

Fundo de crescimento: estes fundos visam ganhos futuros, normalmente


investindo em ações cujos ganhos superam o mercado. Um gestor de um
fundo de crescimento, tentará alcançar o sucesso, concentrando-se em
setores de rápido crescimento e procurando empresas de alto nível dentro
deles, que proporcionem um crescimento consistente dos lucros. A valo-
rização dos preços das ações individuais nas carteiras dos fundos é o que
impulsiona o crescimento desses fundos.

Fundo de fundos: um fundo que investe apenas em outros fundos. Os fun-


dos de fundos são “limitados” (o que significa que todos os fundos sub-
jacentes mantidos no portfólio do fundo de fundos, serão administrados
pela mesma empresa) ou “sem restrições” (o que significa que os fundos
subjacentes serão de diferentes grupos de gestão de fundos).

Fundo de índice/rastreador de índice: um fundo mútuo que imita o de-


sempenho de um índice, permitindo que os investidores obtenham exposi-
ção a uma grande cesta de ações num único investimento. Estes tendem a
ser investimentos passivos e têm taxas relativamente baixas.

Fundo mútuo: este tipo de fundo compra ativos com dinheiro acumula-
do de investidores individuais. O fundo pode deter ações ou títulos in-
dividuais e é gerido ativamente por um gestor de portfólio profissional.
Como resultado, esses fundos geralmente têm taxas mais altas do que
outros investimentos.

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Fundo para vários gestores: um fundo que investe nos fundos de outros
administradores em oposição aos ativos subjacentes (ações, títulos etc.).
(Consulte: “Fundo de fundos”).

Índice de Sharpe: a quantidade de excesso de retorno que um investi-


mento oferece para cada unidade adicional de risco (expressa como des-
vio padrão) em comparação com um ativo sem risco. O índice de Sharpe
mostra se os retornos são devidos a decisões de investimento inteligentes
ou a uma abundância de riscos. Quanto maior o índice de Sharpe, melhor
o retorno ajustado ao risco, calculado da seguinte forma: S = (retorno da
carteira - retorno do ativo livre de risco) / desvio padrão da carteira.

Índice P/L (preço/lucro): quanto tu pagas pelos ganhos da empresa. Se


uma empresa relatar ganhos de US$ 5 por ação e cada ação for vendida
por US$ 75, poderás calcular o índice P/L da seguinte maneira: divide 75
por 5. A resposta é 15. Por outras palavras, pagaste US$ 15 (quando com-
praste a ação) por cada US$ 1 em ganhos (no tempo especificado, as em-
presas geralmente relatam ganhos uma vez por trimestre). Quanto maior a
proporção P/L, maiores são as expectativas de ganhos mais altos.

Investimento em crescimento: esta estratégia de investimento concentra-


-se na valorização do capital. Os investidores em crescimento procuram
empresas de alto crescimento e geralmente estão dispostos a pagar pre-
ços mais altos por elas em termos de métricas, como índices preço/lucro
ou preço/contabilístico.

Investimento em valor: uma estratégia de investimento que envolve a es-


colha de ações subvalorizadas. Os investidores em valor esperam benefi-
ciar da compra de ações que o mercado está a subestimar.

Líquido ou liquidez: a velocidade e a facilidade com que um investimento


pode ser comprado e vendido.

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Lucro por ação (EPS - earnings per share): a parte do lucro de uma empre-
sa alocada para cada ação em circulação das ações ordinárias. EPS indica o
quão lucrativa é uma empresa para o proprietário de uma única ação.

Média de custo em dólares: o efeito produzido pelo investimento num


fundo de forma regular ou frequente, é descrito como média de custo em
dólar. Se os preços dos ativos caírem, o pagamento regular compra mais
unidades, mas se eles subirem, o pagamento regular compra menos uni-
dades. Ao contrário de investir num único montante fixo, essa abordagem
mitiga o efeito de mercados voláteis nos seus investimentos.

Mercado Bear: um mercado que está a cair. Alguém que acredita que o
mercado está prestes a cair, é frequentemente chamado de “urso”. Os mer-
cados em baixa podem durar algumas semanas ou anos. A razão pela qual
é chamado de mercado bear é que quando um urso apanha a sua presa,
empurra-a com a pata para baixo.

Fundos de ativos mistos: fundos com liberdade para investir numa ampla
variedade de classes de ativos, como dinheiro, títulos e ações. Em teoria, o
desempenho do fundo não dependeria de nenhum tipo de ativo.

Fundos de rastreamento: um fundo de rastreamento reflete um índice es-


pecificado, mantendo todas as ações desse índice e copiando o seu pa-
drão de compra e venda de ações. O objetivo é imitar o desempenho de
um índice, obtendo acesso ao desempenho de todo um mercado.

Futuros: contratos financeiros padronizados entre duas contrapartes, nos


quais o comprador compra um ativo subjacente (por exemplo, instrumen-
tos financeiros ou commodities físicas) numa data e preço futuros pré-de-
terminados.

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Ganho ou perda de capital: a diferença entre o preço que pagaste por um
investimento e o preço pelo qual o vendeste. Se comprares 200 ações a
US$ 10 por ação (gastando US$ 2.000) e vender as tuas ações posterior-
mente por US$ 25 por ação (US$ 5.000), o teu ganho de capital será de
US$ 3.000. Uma perda ocorre quando vendes por menos do que pagaste.
Portanto, se venderes essas ações por US$ 5 (US$ 1.000), terás uma perda
de capital de US $ 1.000).

GARP (crescimento a um preço razoável): quando as ações de uma em-


presa são avaliadas com uma contribuição que está dentro do intervalo
histórico (ou não muito diferente das empresas em crescimento compa-
ráveis), mas que é justificado por um crescimento consistente dos lucros.

Gestão ativa: a gestão ativa é quando os gestores de investimento agem


(ou seja, selecionam ações), num esforço para superar o mercado. Para
fazer isso, usam análise proativa, pesquisa, previsões de mercado e opi-
nião de especialistas. Como resultado, as taxas ativas de administração
geralmente são mais altas do que as dos fundos geridos passivamente, ou
fundos rastreadores de índices, que monitorizam apenas o mercado.

Gestor de fundos ou gestão de fundos: a empresa responsável por decidir


como um fundo deve ser investido. Trabalha dentro dos regulamentos estabe-
lecidos, também podem ser descritos como o ‘provedor de fundos’.

Gestor de investimentos/gestor de fundos: a pessoa ou empresa respon-


sável por investir e gerir o dinheiro retido num fundo.

Hedge/Cobertura: a abertura de uma posição destinada a compensar per-


das potenciais de outro investimento.

Índice: uma ferramenta que rastreia o progresso de um grupo de ações,


títulos ou outros ativos que compartilham certas características.

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Mercado Bull: um mercado que está a subir. Se você acha que o mercado
vai subir, você é considerado um “touro”. Também podes ser “otimista”
numa empresa específica, o que significa que achas que o preço das ações
aumentará. A razão pela qual é chamado de mercado bull, é porque um
touro atira a sua presa para cima com os seus cornos.

Mercado de ações ou bolsa de valores: um sistema eletrónico no qual as


transações são realizadas entre compradores, vendedores, corretores e re-
vendedores. Títulos, bónus e ações são os ativos negociados.

NASDAQ: a Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Au-


tomáticas. Uma bolsa dos EUA para compra e venda de títulos com sede
na cidade de Nova York. O termo também se refere a um índice das ações
compradas e vendidas na bolsa Nasdaq.
NAV (valor patrimonial líquido) de um fundo: todo o valor resumido dos
passivos e ativos de um fundo. Pode ser expresso como um tamanho total
do fundo em termos monetários ou como preço por unidade.

NYSE (New York Stock Exchange): uma das bolsas de valores mais famosas do
mundo. A NYSE negoceia ações nos EUA e em algumas empresas internacionais.

Objetivo de investimento: o objetivo para o qual um fundo foi criado. Por


exemplo, a criação de rendimento, a provisão de crescimento de capital ou
a proteção de capital.

IPO (Inicial Public Offering): quando uma empresa privada oferece ações
ao público numa nova emissão de ações. Isso permite que a empresa ob-
tenha capital de investidores públicos.

Participações: as participações são ações de uma empresa. Se possuis


uma ação ou participação acionista numa empresa, isso significa que és o
proprietário da empresa juntamente com centenas, milhares ou centenas
de milhares de outras pessoas.

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Perfil de risco: todos os investidores têm um perfil de risco, que é usado
para descrever até que ponto eles podem enfrentar a perda de capital ou
a falha em atingir as metas de investimento.

PIB: Produto Interno Bruto (PIB) é o valor total em termos monetários de


todos os bens e serviços acabados, fabricados dentro de um país durante
um período específico. O PIB pode ser usado para estimar o tamanho e a
taxa de crescimento de uma economia e pode ser calculado de três manei-
ras (usando gastos, produção ou rendimento).

Portfólio/Carteira: uma coleção de investimentos.

Provisão: itens nos registos contabilísticos de uma empresa que represen-


tam fundos reservados para pagar perdas ou custos previstos.

Recessão: geralmente definida como um declínio no PIB (produto interno


bruto) por dois trimestres consecutivos.

Rendimento fixo: uma classe de ativos que compreende títulos e gilts, em


que o valor do rendimento pago é fixo.

Rendimento: se és um investidor de dividendos, o teu rendimento é a razão


entre o preço que pagaste pela ação e o dividendo que ele te paga. Por exem-
plo, se uma ação é negociada a US$ 100 por ação e paga um dividendo de
US$ 5 por ano, podes encontrar o rendimento dividindo os US$ 5 por US$ 100
e transformá-lo em percentagem. Neste caso, o rendimento seria de 5%.

Rendimento histórico: uma medida dos dividendos pagos no ano anterior,


divididos pelo preço atual e expressos como percentagem.

Stop loss: uma ordem antecipada para vender uma ação depois que ela
fica abaixo de um determinado limite de preço. Os sistemas de stop loss
são usados para limitar a perda que ocorre quando um investimento apre-
senta um mau desempenho.

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Superando o mercado: fazendo um retorno de investimento maior que o
retorno alcançado pelo mercado de ações como um todo.

Taxa de crescimento (empresa): a quantia pela qual certos valores (como


rotatividade ou lucros) aumentam durante um período especificado. A
taxa de crescimento terminal é feita com base no pressuposto de que o
crescimento (ou declínio) se irá manter constante em perpetuidade. As
taxas de crescimento da perpetuidade tendem a cair entre a taxa histórica
de inflação de 2% - 3% e a taxa histórica de crescimento do PIB de 4% - 5%.

Taxa de crescimento implícita real: esta medida descreve as expectativas


do mercado para crescimento de lucros no longo prazo, implícitas no pre-
ço de uma ação. Comparar o RIGR de uma empresa com o da sua indústria
ou com o mercado em geral, pode ajudar os investidores a identificar em-
presas supervalorizadas e subvalorizadas.

Taxa de retorno anualizada: a taxa de retorno anualizada é o retorno líqui-


do num determinado período (por exemplo, 3 anos) expresso como uma
percentagem anual.

Título do governo: um título emitido pelo governo.

Títulos: os títulos são usados por empresas e governos que desejam arre-
cadar dinheiro. Quando compras um título, estás a comprar a promessa de
que o teu dinheiro será devolvido com juros.

Unidade: assim como um património é uma parte de uma empresa, uma


unidade é uma parte de um fundo de investimento. Indica uma proporção
da propriedade do fundo em questão e confere ao seu portador uma par-
cela proporcional dos retornos do investimento do fundo.

Valor contabilístico: os passivos que uma empresa possui menos os seus


ativos e património líquido. O valor contabilístico é geralmente usado como
parte de uma medida de avaliação, em vez de estar diretamente relaciona-
do com o valor de mercado de uma empresa.

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Valor da empresa (EV - enterprise value): uma medida mais abrangen-
te do valor total de uma empresa do que a capitalização no mercado de
ações. O EV inclui capitalização de mercado da empresa, dívida de curto e
longo prazo e qualquer caixa no balanço da empresa.

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