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Comércio Internacional
Professor Rodrigo Luz
Assuntos da Rodada
Comércio (OMC): textos legais, estrutura, funcionamento. 2.1. O Acordo Geral Sobre
preferências tarifárias; área de livre comércio; união aduaneira. 4.1 Acordos regionais
no Brasil. 7.1. A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). 7.2. Receita Federal do Brasil.
Exterior (SISCOMEX). 7.5. Banco Central do Brasil (BACEN). 7.6. Ministério das Relações
aduaneiros.
Recados importantes!
a. Você poderá fazer mais questões destes assuntos no teste semanal, liberado ao
final da rodada.
c. Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial da
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a. Teoria em Tópicos
4. O estudo das políticas comerciais passa pela análise dos momentos históricos.
Como vemos a seguir, a Idade Média foi caracterizada pelo feudalismo; a Idade
produção de bens ocorria dentro dos feudos, sendo estes autossuficientes. Logo,
não faz muito sentido falar em políticas comerciais, seja porque os Estados ainda
não tinham surgido, seja porque o comércio entre os feudos era inexpressivo.
6. No século XV, houve a passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Surgiram
a mínima perda de riquezas levaria, num ciclo vicioso, à perda total, como
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
coisas nos trarão a pobreza já que o comerciante quer obter por suas
de onças de prata e isto nos obriga a pagar o dobro do valor dos demais
Um país que não seja presenteado com minas de metais preciosos somente
recessão, as vantagens que as lojas nos dão são inúmeras: juro zero, bons
prata, seus produtos se tornavam mais caros, e os importados, mais baratos. Essa
diretamente proporcionais.
8. Locke afirmava que o país deveria acumular ouro e prata, pois venderia seus bens
portanto, os preços dos importados cairiam) e isto tenderia a gerar mais ouro e
prata para o país num ciclo virtuoso. Se um país obtivesse um aumento, ainda
que ínfimo, de ouro e prata, isso o levaria a ter mais e mais ouro e prata.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
9. Por outro lado, perder um grama de ouro e prata era inaceitável. Afinal, os preços
gastaria mais, levando à perda de vários outros gramas de ouro num ciclo vicioso
10. Locke dizia que o ouro poderia ser obtido por meio de minas próprias, por meio
do comércio ou pelo saque das minas de outros países. Daí surgem os elementos
colonial).
Espanha pagavam caro pelos produtos ingleses. Assim, o ouro brasileiro foi parar
na Coroa Britânica.
LIBERALISMO
forte oposição por volta de 1760, com os escritos de David Hume. Ele dizia que a
se nossos produtos ficam cada vez mais caros com a acumulação de ouro e prata,
vendíamos antes do aumento dos preços. E, para reforçar isso, dizia que o outro
país, cujos preços ficavam cada vez mais baixos, teria cada vez menos dinheiro
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
para comprar nossos produtos. Em suma, ele provava que ter mais ouro e prata
não levaria a uma acumulação cíclica, e a perda não provocaria o exaurimento das
reservas. Portanto, importar não era tão ruim assim. David Hume provava que, se
o déficit inicial.
13. O segundo teórico a fulminar o protecionismo comercial foi Adam Smith. Ele
com maior eficiência. É clássica sua frase: “o indivíduo, ao procurar o seu próprio
mínimo possível.
14. No livro “A Riqueza das Nações”, Adam Smith apresentou a Teoria das Vantagens
Absolutas. Por essa teoria, ele pregava que os países deveriam se especializar na
produção dos bens em que fossem mais eficientes, deixando de produzir aquilo
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
15. Para produzir um sapato, o Brasil gasta, por hipótese, uma hora de trabalho (ht) e
os EUA, duas horas. Para produzir uma camisa, os EUA gastam uma hora de
Brasil 1 ht 2 ht
EUA 2 ht 1 ht
16. Se cada país fosse fazer uma unidade de cada bem, sem comprar do outro,
mercadoria na qual é mais eficiente, perdem apenas duas horas de trabalho para
fazerem duas unidades e podem trocar uma camisa por um sapato. O Brasil
produz dois sapatos, e os EUA, duas camisas. Em uma troca um por um, cada país
fica com um sapato e uma camisa. Trabalharam apenas duas horas e têm
mercadorias que lhes teriam custado três horas de trabalho. Com o comércio
livre, sem barreiras, economizam tempo que pode ser aplicado em maior
tenha que produzir todos os tipos de bens necessários à população, ainda que
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
especializando apenas nos bens em cuja produção fosse mais eficiente. O livre
que você é bom e adquira o resto”. Assim fazemos no nosso dia a dia, e isso Adam
19. Tendo se iniciado o período liberal, novas teorias de livre comércio foram
do outro bem (Brasil -> sapato; EUA -> camisa). Porém, ela não se aplica se um
país for mais eficiente que o outro na produção dos dois bens. Por essa teoria, o
país mais eficiente nos dois produtos não teria vantagem em adquirir nada do
um nem no outro. Em suma, pela teoria de Adam Smith, não haveria comércio se
mesmo que um país seja mais eficiente que o outro na produção de todos os
bens, pode ser vantajoso para os dois países que cada um se especialize em uma
produção. Vejamos um exemplo numérico em que os EUA são mais eficientes que
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
o México nos dois produtos e, mesmo assim, ambos ganham se fizerem comércio
entre si.
EUA 5 ht 9 ht
México 15 ht 10 ht
21. Nos EUA, o custo de produção do sapato em relação à camisa é de 0,55 (5/9), ou
seja, para produzir o sapato, os EUA gastam cerca de 55% do tempo de produção
gasta 15 horas para fabricar um sapato e 10 horas para produzir uma camisa, ou
22. Como o custo relativo do sapato no México é mais alto do que nos EUA (1,5 vs.
0,55), então é vantajoso para o México comprar o sapato dos EUA, desde que
pague menos que 1,5 do preço da camisa. Por exemplo, se a base de troca for de
assim 5 horas de trabalho. Neste caso, os EUA também sairiam ganhando, pois
apenas 5 horas para produzir sapato e trocando-a por uma camisa, poupando 4
horas de trabalho.
23. Então, mesmo os EUA sendo melhores nos dois produtos, é vantajoso que eles se
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
dos mexicanos. Essa constatação se dá com a análise dos custos relativos, não
24. Depois dessas teorias iniciais, outras vieram no sentido de mostrar que o
modernas e as novas teorias não são analisadas nesse curso por não constarem
no edital de 2014, tendo sido cobradas apenas até o concurso de 2005. O que
devemos saber para as provas é que essas teorias colocaram uma pá de cal no
25. Pelas Teorias de Comércio Internacional, criadas a partir de David Hume e Adam
produtos ou, em outras palavras, traz um aumento de oferta dos produtos nos
não têm muitas vezes o necessário para seu consumo ou os têm a um alto custo.
Por exemplo, países com clima equatorial não produzem frutas subtropicais como
a uva ou produzem com alto custo em investimento. Por isso, precisam importar.
26. Como consequência do aumento da oferta, podemos citar também como ganho
tendo em vista que agora ele pode escolher entre os vários produtos disponíveis.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
importado vai perder mercado, já que muitas vezes o consumidor prefere até
mesmo pagar mais caro por um produto que ele considera de melhor qualidade.
direto e indireto. O aumento nas vendas externas gera maiores ganhos de escala
PROTECIONISMO
28. As teorias de comércio internacional (que não são mais pedidas desde o edital de
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
iminência de se as tornarem (artigo XII do GATT). Neste caso, o país tem o direito
de cobrar tributos ou taxas para encarecer o bem. Se isso não se mostrar eficaz,
32. Proteção à indústria nascente (artigo XVIII). O conceito de indústria nascente foi
começava a surgir, a “indústria nascente”. List pregava que, caso não houvesse a
proteção, a indústria alemã não conseguiria vingar, ou seja, nasceria, mas não
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Esta justificativa subsiste até hoje e foi incorporada ao GATT no artigo XVIII.
enquanto a indústria for “nascente”. Guarde isso: o que pode ser protegido é a
ora, basta saber que as práticas desleais de dumping e subsídio podem ser objeto
exportadores estrangeiros.
34. Promoção da segurança nacional (artigo XXI). O GATT dispõe que podem ser
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
tão importantes que devem (ou deveriam) ser produzidos por todos os países e
nacional, todo país tem o direito de proibir ou limitar operações que causem um
estenderão aos casos seguintes [Em outras palavras, poderão ser criadas]:
Contratante exportadora;
internacional;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
um período especificado...”
situações específicas. Pelo art. XX do GATT, todo governo pode impor medidas:
ii. Necessárias para proteger a saúde e a vida das pessoas, animais e vegetais;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
iv. Necessárias para a observância de leis que não sejam incompatíveis com o
arqueológico;
a) Redução do desemprego
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
embora possa reduzir o problema doméstico, tal medida pode causar “exportação
importações foi criada pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina)
da ONU na década de 1950. E usada no Brasil por Getúlio e JK. Surgiu com a
atraso econômico da América Latina. A ideia era atacar a Teoria das Vantagens
41. A explicação de Prebisch para isso se baseou nos ciclos econômicos. Nos países
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
América Latina, não há tanta resistência à queda dos salários devido ao excedente
de mão de obra. E gera, portanto, uma queda maior dos preços das mercadorias
por eles produzidas. Após vários ciclos, os preços dos produtos estrangeiros caem
estrangulamento.
42. O desenvolvimento era visto como impraticável sem um sistema de proteção que
foi bem acolhida pelos governantes da América Latina, que tudo fizeram para
anos 50, essa passou a ser a estratégia deliberada do governo e foi denominada
43. O problema maior deste modelo é o alto custo para um país subdesenvolvido agir
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
dentro da região permite a cada membro proteger sua produção industrial com
produtos.
futura. Além de ter sido determinante na criação da ALALC, Raúl Prebisch também
do edital).
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
preço mais alto e os produtores querem aproveitar tal preço. Com isso, em
47. A política considerada estratégica para um país pode não o ser para outro. Se a
Campus, 1988.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
pesquisa e desenvolvimento neste setor. Por outro lado, se o país quer se tornar
em prol de um objetivo fixado pelo governo, o qual não seria alcançável pelas
Isto porque, com o passar do tempo, eles perdem preço em relação aos bens
industrializados;
gerando, às vezes, custos superiores aos preços de venda, o que talvez só seja
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
positivas”).
49. Sob esse título, comparamos a relação entre o comércio exterior de um país e seu
ele terá que se industrializar para atender o mercado interno, adotando uma
liberal.
50. O primeiro caso trata da “industrialização voltada para dentro”, também chamada
exportações.
(voltada para dentro) e o modelo adotado pelos Tigres Asiáticos (voltada para
fora).
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
governo, muitas vezes, precisa decidir que setores serão protegidos e quais
regra.
protecionista, mas isso não significa que ele deixe tudo nas mãos do mercado.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
BARREIRAS COMERCIAIS
55. As barreiras comerciais criadas pelos países podem assumir diferentes formas,
definida em montante fixo de dinheiro por unidade (US$ 2,00 por kg; R$ 5,00 por
alíquotas.
i. Proibição
ii. Quotas
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
fitossanitárias e técnicas.
58. Dentre as barreiras não tarifárias, a proibição é, sem dúvida, a mais rigorosa. A
dois.
59. A quota pode ser tarifária ou não-tarifária. No caso da quota tarifária, uma vez
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
proibida a importação.
60. Restrições cambiais (ou controles cambiais) – Os controles cambiais são todas
dificultar ou proibir uma importação. Podem ser citadas, por exemplo, as taxas
taxa de câmbio é diferente da taxa dos demais produtos. O Brasil já adotou este
uma taxa mais baixa que a usada se ele quisesse importar um produto supérfluo.
firma quiser comprar uma mercadoria cujo valor exceda a quota, será necessário
firma comprava a “ração” semanal e, depois disso, o valor ficava congelado por
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
61. Monopólio estatal – O governo impõe que determinados produtos só podem ser
importados por um órgão público. Foi o que aconteceu por muito tempo com o
petróleo.
ameaças feitas pelo país importador ao país exportador. Aquele alega que suas
vendas.
65. O AVRE tem o nome de voluntário porque o país exportador pode aceitar as
dos AVRE é condenado pelo Acordo sobre Salvaguardas, como veremos. Pelo
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
66. Barreiras não tarifárias (BNT) – Todas as barreiras vistas anteriormente são
barreiras não tarifárias, mas se costuma utilizar este termo BNT no sentido estrito
São normas sanitárias aquelas que visam à proteção da vida e saúde humana e
tentam evitar a entrada de pragas para as lavouras. São normas técnicas as que
automóveis ou lâmpadas.
MODALIDADES DE TARIFAS
68. Imaginemos que uma televisão seja vendida no Brasil por R$ 1.000,00. Os
Considerando que não haja outros custos ou despesas, qual é o lucro da empresa
brasileira? R$ 400,00.
69. Digamos que o governo crie uma alíquota de 20% na importação de TV. Por
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
estrangeiro vai ser vendido neste preço e, para uma nação pequena, o preço do
todo. No entanto, há alguns produtos para os quais tal análise não funciona
do resto do mundo.
este, pois senão ficará tudo encalhado já que há oferta “infinita” de similares
aumentou, mas não os custos da empresa brasileira, seu lucro passa de R$ 400,00
de proteção.
71. Para o consumidor, o aumento do preço do bem foi de 20% (taxa nominal). Para o
lucro) foi de 50% (taxa efetiva de proteção ou, simplesmente, taxa efetiva).
Segundo exemplo
72. No primeiro exemplo, não consideramos aumento dos preços dos insumos
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
estrangeiro...
74. Em tal situação, a tarifa nominal da TV continua sendo de 20%, mas a tarifa efetiva
Terceiro exemplo
produto (10% contra 20%). Neste terceiro exemplo, consideremos que os insumos
passem a ser tributados com alíquota superior à da TV (40% contra 20%). Sendo
76. O lucro da empresa passa de R$ 400,00 para R$ 360,00, pois os preços dos
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
77. Qual é a conclusão? O grau de proteção dado pelas tarifas de importação não
pode ser medido apenas em termos nominais. Deve ser feita a análise das tarifas
nominal, mas a tarifa efetiva, que leva as empresas à tomada de decisões acerca
78. Para fins de prova, basta que você saiba que a tarifa efetiva representa o ganho
(VA2 – VA1)
TE = ------------------
VA1
Onde TE é a tarifa efetiva, VA1 é o valor agregado antes da imposição das tarifas
VA2
TE = ----------
VA1
do primeiro jeito vai dar 1, ou seja, 100% (de aumento do lucro). Já na segunda
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
(encontramos ambas nos livros de Economia). Só tem que tomar cuidado para se
VA1 = Preço do bem (PB) (-) Preços dos insumos (Pi), tudo sem tarifas, em livre
comércio
VA2 = Preço do bem com tarifa (Tarifa TB) (-) Preços dos insumos tarifados
(Tarifa Ti)
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Grande abraço,
Rodrigo Luz
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
b. Revisão 1 (questões)
excedente por outros bens que outros países produzem com mais eficiência. O
principal argumento contra o livre cambismo, desde o século XIX (A. Hamilton e
uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui demanda inelástica.
c) o livre cambismo é bom para os países de economia madura, mas os países com
d) o livre cambismo atende apenas aos interesses dos grandes exportadores, que
e) na verdade não existe livre cambismo na prática. Todos os países são protecionistas
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
países exportadores;
país;
mercantilismo:
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
c) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na balança fornece
preciosos do país.
b) Países que adotam políticas comerciais de orientação liberal são contrários aos
componentes protecionistas.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
estratégicas.
portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a concorrência com produtos
estrangeiros.
fornecedores estrangeiros.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
troca (uma deterioração nas relações de troca) pois os preços das matérias-primas
subir;
manufaturados;
a) quanto maior for TNi, tudo o mais constante, maior será TPEm.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
b) caso TNm > TNi e ambas positivas, quanto maior wi, tudo o mais constante, menor
será TPEm.
c) é desejável que TNi seja maior que TNm para que a tarifa de proteção efetiva seja
e) quanto maior for a diferença positiva entre TNm e TNi, menor será TPEm.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
c. Revisão 2 (questões)
indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios nas mãos de poucos agentes
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) quotas tarifárias
b) subsídios às exportações
c) medidas antidumping
e) proibições de importação
c) O livre-cambismo é uma doutrina pela qual o governo não provê a remoção dos
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
importações.
d) aceitando-se que podem ser bem sucedidos, implicam a necessidade da opção, pela
reforma agrária.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
mercados internacionais.
econômica.
exceto:
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
14 – (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela que não leva à adoção de
tarifas alfandegárias.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
d. Revisão 3 (questões)
15 – (ACE/1997) Alguns países alegam que seu comércio externo é afetado pela
a) estimular as exportações;
comércio livre;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) medidas fitossanitárias;
b) normas de segurança;
c) direitos aduaneiros;
e) quotas.
em dificuldade;
venda doméstica;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) cotas de importação.
b) requisitos de transparência.
c) regras de origem.
e) barreiras tarifárias.
restrição quantitativa, pode ser instituído pelos países, sendo tolerado pela
qualidade inferior e, neste sentido, restringindo a importação que seria danosa pela
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) Por essa razão, países como o Brasil, procuraram dedicar-se somente à produção de
um único artigo (soja, por exemplo). Dessa forma, ele poderá utilizar parte dos fatores
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
população.
combustível, café, armamento bélico etc., mesmo que tal atitude seja desinteressante
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
e. Mapa Mental
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
país no comércio de outro país por valor abaixo do normal, é condenado se causa ou
nacional.
margem de "dumping" relativa a esse produto. Para os efeitos deste Artigo, a margem
parágrafo 1.
território de uma Parte Contratante importado por outra Parte Contratante, que
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
1. Nenhuma parte contratante imporá nem manterá – além dos direitos aduaneiros,
outras medidas.
casos seguintes:
exportadora;
diretamente;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
desprezível.
com o fim de resguardar sua posição financeira exterior e o equilíbrio do seu Balanço
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
população um baixo nível de vida e que esteja nas primeiras fases de seu
desenvolvimento.
2. As partes contratantes também reconhecem que pode ser necessário para as partes
outra forma que influam nas importações e que tais medidas são justificadas na
medida em que com elas se facilita o atingimento dos objetivos do presente Acordo.
Por conseguinte, estão de acordo em que devem ser previstos, em favor destas partes
desenvolvimento econômico.
Se, como conseqüência da evolução imprevista das circunstâncias e por efeito das
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
O artigo XX do GATT traz uma lista de situações em que os países podem adotar
(a) como impondo a uma Parte Contratante a obrigação de fornecer informações cuja
divulgação seja, a seu critério, contrária aos interesses essenciais de sua segurança;
(b) ou como impedindo uma Parte Contratante de tomar todas as medidas que achar
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
à sua fabricação;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
g. Gabarito
1 2 3 4 5
C A B D A
6 7 8 9 10
E D D B B
11 12 13 14 15
D E D E E
16 17 18 19 20
E C C D E
21
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
excedente por outros bens que outros países produzem com mais eficiência. O
principal argumento contra o livre cambismo, desde o século XIX (A. Hamilton e
uma pauta de exportações onde a maioria dos produtos possui demanda inelástica.
c) o livre cambismo é bom para os países de economia madura, mas os países com
d) o livre cambismo atende apenas aos interesses dos grandes exportadores, que
e) na verdade não existe livre cambismo na prática. Todos os países são protecionistas
Comentários
produção de distintos bens. A pregação do livre cambismo ganhou força com David Hume e
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
protecionismo.
A mais antiga das teorias protecionistas foi a de Friedrich List, citado no enunciado. Este
Por meio desta teoria, List pregava que os países menos desenvolvidos deveriam ter o
Justificava dizendo que, se não houvesse proteção, a indústria não conseguiria se implantar
devido à concorrência dos bens produzidos de forma mais eficiente nos países mais
desenvolvidos.
O gabarito é a alternativa C.
A resposta é direta, pois está sendo questionado o que List pregou. E ele não pregou outra
coisa diferente do que foi indicado na alternativa C, ainda que ouçamos e, talvez, até
concordemos com algumas das afirmações inseridas nas outras alternativas da questão,
ouvimos muitas vezes essa frase, talvez mudada só um pouquinho (“o neoliberalismo só
liberalismo só é bom para os ricos”, mas a pregação do List não se concentrou nisso; e
– “na verdade, não existe livre-cambismo na prática” (alternativa E). Isso é verdade e não
apenas pregação de um ou outro grupo, mas a pregação do List não se concentrou nisso.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Quanto à alternativa B, não podemos nem concordar com ela. Está escrito que os países
que mais se beneficiam são aqueles que exportam bens de demanda inelástica. Isto é falso.
Para analisar esta opção, você deve conhecer os conceitos de elasticidade estudados em
Ora, as teorias de Raúl Prebisch dão a resposta. Ele já havia indicado, por volta de 1950,
que os países em desenvolvimento produzem bens de demanda inelástica e que esta é uma
das causas para estes países serem permanentemente prejudicados no comércio exterior.
Gabarito: letra C.
países exportadores;
país;
60
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
Esta questão é capciosa, pois parece que está sendo questionado o nome da medida a ser
usada como defesa contra subsídios, quando, na verdade, a pergunta é sobre outra coisa.
ameaçada pelo aumento desproporcional das importações similares dos países B e C...”: os
bens produzidos nos países B e C estão sendo importados pelo país A e estão inundando o
os produtos de B e C são subsidiados. Aqui, o apressado come cru. Ele diz “Ahá! Se as firmas
do país A estão sofrendo danos por causa de um subsídio praticado no país de exportação,
o remédio será a aplicação de medidas compensatórias”, vai direto ler as opções e ... não
encontra as medidas compensatórias em nenhuma assertiva. Aí, o sujeito percebe que foi
quantidade do produto importado [...] deverão adotar como medida mais eficaz a seus
propósitos”: Este trecho pode ser assim reescrito: “qual a medida mais eficaz para que o
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
O examinador não está querendo saber qual a medida legal, prevista nos acordos
internacionais, mas qual a medida MAIS eficaz, não interessando se é legal ou ilegal. Se ele
estivesse querendo saber a medida legal, ele não escreveria “a medida MAIS eficaz”,
indicando a existência de vários tipos de medidas. Ora, a medida legal é uma só: não existe
a mais eficaz, a menos eficaz, a mais ou menos eficaz, a “um pouco” eficaz, existe sim a
inferior qualidade da mercadoria doméstica...”: o governo do país A vai tomar uma medida
Diante disso tudo, pode-se reescrever o enunciado assim: “Os países B e C subsidiam suas
produções e isto está gerando danos às indústrias do país A. Apesar de saber que os
produtos dos países B e C são melhores, o governo quer proteger as fábricas domésticas.
Qual medida governamental é a mais eficaz para que as importações sejam reduzidas?”
Como não há a proibição nas opções, a segunda mais radical seria proibir parcialmente, ou
gabarito da questão.
Alternativa B: se o governo quer uma redução imediata das importações, como vai
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Não. O governo pode dar os subsídios que quiser, barateando o produto ao máximo, mas
se a qualidade do produto brasileiro não melhora, o subsídio não terá adiantado nada. Eu,
pelo menos, prefiro pagar caro por uma coisa boa a pagar baratinho por uma porcaria.
importações, pois, antes que isto aconteça, a indústria doméstica tem que usar o subsídio
governo pode fazer com que o produto brasileiro fique mais barato que o importado. Mas,
quando o consumidor vai às compras, preço não é tudo. Nada garante que ele vai deixar de
importar.
foram:
quebram...
Gabarito: letra A.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
mercantilismo:
c) O comércio exterior deve ser estimulado, pois um saldo positivo na balança fornece
preciosos do país.
Comentários
O mercantilismo foi o sistema econômico vigente durante a Idade Moderna, que se baseava
A teoria então vigente definia que o Estado não podia perder metais preciosos de suas
reservas (via importações ou por outra forma), pois isto ocasionaria o empobrecimento do
país. E, por causa deste esfriamento da economia, haveria a redução dos preços
domésticos. Com a redução de preços, o Estado entraria num círculo vicioso, recebendo
A perda de metais preciosos geraria também o aumento dos preços dos bens produzidos
nos demais países, porque estes se enriqueceriam com os metais perdidos por nós. Isso
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
alimentaria o círculo vicioso: preços mais altos dos importados implicariam gastos cada vez
Ora, receber cada vez menos e gastar cada vez mais vai provocar mais perda de metais
preciosos das reservas. Era uma perda autoalimentada. Não podia ocorrer.
Para evitar a perda total de reservas dos países, estes deveriam evitar, a todo custo, a saída
de reservas. Todos os países começaram a tentar acumular ouro e prata para não entrar
Vejamos as assertivas.
entrada de bens estrangeiros. Desta forma, defende-se a produção interna, dando a falsa
capital). Enquanto a Inglaterra, por exemplo, que não possuía colônias fornecedoras de
ouro e prata, concentrou-se em aumentar suas reservas vendendo caro para Portugal e
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Alternativa C: correta, apesar de o início ser um pouco dúbio. Na verdade, o que era
arremata corretamente, podendo-se entender que “o comércio exterior deve ser estimulado
quantidade de metais preciosos do país. Em relação à população, é bastante óbvio que país
sem população não tem tantas possibilidades como um país populoso. Perceba que está
escrito que a riqueza da economia depende do tamanho da população. Um país será tanto
mais rico quanto mais mão de obra e consumidores possuir. Porém, analisando-se sob a
ótica das pessoas, é razoável aceitar que, no caso de oferta limitada de recursos, as pessoas
serão tanto mais pobres quanto mais pessoas houver para com quem dividir os recursos
limitados.
exige “mão forte” para evitar a entrada de importados, evitando a liberdade de comércio. E
endinheirados, podiam suportar os altos custos das expedições em busca de novas terras,
novas colônias.
Gabarito: letra B.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
b) Países que adotam políticas comerciais de orientação liberal são contrários aos
componentes protecionistas.
estratégicas.
Comentários
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
liberalismo? De ambos.
importações.
Não, pois, se assim o fosse, teríamos que concluir que o liberalismo também privilegia a
importações; o liberalismo, não. Ele busca sim o aumento das exportações, porém libera as
importações, sem impor tarifas. O superávit pode ocorrer, mas não é o objetivo.
Letra B: errada. Mesmo os países ditos liberais reconhecem a importância dos acordos
regionais e dos sistemas preferenciais, pois a derrubada de barreiras entre alguns países
68
COMÉRCIO INTERNACIONAL
não aumentar exportações. A industrialização era voltada para o mercado interno, não
bens com alto valor agregado, como aviões ou computadores. A exportação preponderante
Letra E: errada. As empresas dos países do Sudeste Asiático, ou melhor, do mundo inteiro,
recebem incentivos às exportações. Todos os países (uns mais, outros menos) incentivam os
exportadores e protegem os setores menos eficientes. Tal proteção é até legitimada nos
acordos internacionais como, por exemplo, nos casos de indústrias nascentes, promoção de
Gabarito: letra D.
portanto, devem ser submetidos a tarifas para evitar a concorrência com produtos
estrangeiros.
fornecedores estrangeiros.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
Alternativa A: incorreta. Não se pode dizer que a agricultura é menos importante do que o
comércio e a indústria. Para ratificar, pode-se constatar que o Acordo sobre Agricultura e o
mais amplas para os produtos agrícolas do que para os produtos industriais. Praticamente
Alternativa B: correta. As áreas estratégicas podem e devem ser protegidas, como, por
exemplo, o setor agrícola, o setor energético e o setor bélico. É muito ruim quando um país
se torna refém de importações de bens estratégicos. Por exemplo, no caso de o país não
possuir produção própria e, portanto, importar todos os alimentos que consome, uma
estrangeiros concorrentes.
Alternativa E: correta. Os setores estratégicos devem ser estimulados a produzir para que,
em épocas de crise externa, o país tenha os bens essenciais e se mantenha “de pé”.
Gabarito: letra A.
70
COMÉRCIO INTERNACIONAL
troca (uma deterioração nas relações de troca) pois os preços das matérias-primas
subir;
manufaturados;
Comentários
1) Teoria da Deterioração dos Termos de Troca: por esta teoria, ele indicou que, com o
– em épocas de crise mundial, os bens industrializados não caem tanto de preço, porque os
sindicatos fortes dos países desenvolvidos não permitem tanta redução salarial. Portanto,
71
COMÉRCIO INTERNACIONAL
se os custos não caem muito, os preços também não. Já nos países em desenvolvimento, os
salários caem de forma mais acentuada, tendo em vista a mão de obra numerosa; e
– em épocas de fartura mundial, os preços dos bens industrializados sobem mais que os
preços dos bens primários, tendo em vista que aqueles possuem demanda elástica. Os
preços dos bens primários também vão subir, mas em montante menor por causa da
inelasticidade da demanda.
produtos primários vão ficando cada vez mais baratos em comparação com os bens
para não ver sua produção perder valor continuamente. Os importados deveriam ser
substituídos por produção interna, local. Mas isto não quer dizer que os países em
desenvolvimento devem deixar de produzir bens primários, que são produtos estratégicos
Alternativa A: correta. A CEPAL, por meio de seu Secretário-Geral Raúl Prebisch, teve papel
processo de industrialização que se iniciava. Por meio da ALALC, os países abririam seus
desenvolvimento deveriam diversificar sua produção, produzindo, além dos bens primários,
também bens industrializados. Do jeito que está escrito, muitos talvez tenham interpretado
como “os países em desenvolvimento deveriam diversificar sua produção, deixando de ser
72
COMÉRCIO INTERNACIONAL
que está escrito, mas, se fosse, a assertiva realmente estaria errada, pois a CEPAL não
pregava que o país deixasse de produzir exclusivamente feijão para que fosse produzir
seus bens que aumentam de preço com o passar do tempo, garantindo renda crescente
para o futuro.
Alternativa E: incorreta. Ora, Raúl Prebisch pregou que nos fechássemos ao comércio
Gabarito: letra E.
a) quanto maior for TNi, tudo o mais constante, maior será TPEm.
b) caso TNm > TNi e ambas positivas, quanto maior wi, tudo o mais constante, menor
será TPEm.
c) é desejável que TNi seja maior que TNm para que a tarifa de proteção efetiva seja
73
COMÉRCIO INTERNACIONAL
e) quanto maior for a diferença positiva entre TNm e TNi, menor será TPEm.
Comentários
Na questão, o bom é que a fórmula já foi dada. Veja apenas que foi usado um único
A questão pode ser integralmente resolvida sem precisar conhecer a teoria da tarifa efetiva.
TNm = 10% (ou 0,1); Wi = 40% (ou 0,4); TNi = 10% (ou 0,1)
Se aumentar TNi de 0,1 para 0,3 para verificar se a alternativa A está correta, teremos:
TPEm diminuiu, não aumentou. Letra A errada. Veja que nem precisamos saber o que são
as siglas. rs Se fizermos a substituição de números hipotéticos para cada uma das cinco
Letra A: caso se aumente a tarifa nominal do insumo, diminui o lucro obtido pela empresa
74
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Por outro lado, se a participação percentual do insumo importado no valor do bem final
tende a 100%, então o lucro é ínfimo. Numa situação dessa, a imposição de uma tarifa
sobre o bem, desde que maior do que a tarifa sobre o insumo, vai majorar o lucro. Saindo
Pode-se afirmar que, quanto maior a participação do insumo no valor final do bem, mais
elevadas serão as tarifas efetivas no caso de as tarifas nominais sobre o bem serem
Letra C: errada. A tarifa efetiva, calculada sobre o lucro da empresa, será maior quanto
menor o imposto sobre insumos (TNi) e maior o imposto sobre o produto similar importado
(TNm).
Em relação aos insumos, a proteção é dada aos produtores nacionais de insumos similares
tarifa, mas nada que seja maior do que a dos bens finais para não atrapalhar a produção
destes.
Letra E: errada. Quanto maior a diferença entre a tarifa dos bens finais e dos insumos,
Gabarito: letra D.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
indústrias, uma vez que, ao concentrar os benefícios nas mãos de poucos agentes
76
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
– a proteção tem que ser dada ao setor nascente, não a empresas nascentes. Isto porque,
falando;
– a proteção tem que ser temporária, devendo ser retirada assim que a indústria atingir
maturidade;
– Se houver mais de uma indústria nascente (mais de um setor nascente) e não houver
– Criar a proteção é fácil, mas na hora de se retirá-la, a indústria reluta, pois não quer
“largar o osso”.
77
COMÉRCIO INTERNACIONAL
– Proteger uma indústria nascente tem custos financeiros e de eficiência, pois as demais
“Não existe almoço grátis”: quando o governo beneficia um setor, toda a sociedade está
2) por lógica, quem critica esta teoria só pode ser alguém com feição liberal, não
protecionista. Como então este crítico (de feição liberal) poderia reclamar da dificuldade de
Prebisch, mas rejeitada pelos liberais)? Ora, este crítico não quer o “Modelo de Substituição
de Importações”. Então, não vai ficar tentando combinar a aplicação das teorias
Gabarito: letra D.
a) quotas tarifárias
b) subsídios às exportações
c) medidas antidumping
78
COMÉRCIO INTERNACIONAL
e) proibições de importação
Comentários
Letra A: as quotas (tarifárias e não tarifárias) são barreiras não tarifárias. A quota não se
No caso das quotas não tarifárias, há um único percentual de tarifa. Exemplo: é permitida a
importação de 1.500 toneladas de trigo por mês, com alíquota de 10% (ou mesmo 0%)
sobre o valor. É proibida a importação acima das 1.500 toneladas por mês.
No caso das quotas tarifárias, há dois ou mais limites de tarifas, mas a quota em si é uma
barreira não tarifária. Exemplo: até 1.000 carros/mês – alíquota de 15% (ou mesmo 0%);
Acima do limite, a alíquota pode ser maior ou menor do que a alíquota aplicada abaixo
dele.
Letra B: os incentivos à exportação não são considerados barreiras. Considere que o país A
subsidie as exportações para o país B. O país A não está impondo barreira nenhuma. O
país B é que poderá impor uma barreira contra os produtos subsidiados de A, caso causem
Letra C: as medidas antidumping são barreiras não tarifárias, usadas quando o dumping
Gabarito: letra B.
79
COMÉRCIO INTERNACIONAL
c) O livre-cambismo é uma doutrina pela qual o governo não provê a remoção dos
Comentários
80
COMÉRCIO INTERNACIONAL
foi uma das justificativas para que Raúl Prebisch condenasse o livre-cambismo dos países
defende o uso de tarifas não é a doutrina liberal, mas os países, mesmo os ditos liberais,
que aceitam que o liberalismo tem limites. Por exemplo, nos casos de defesa nacional, de
Gabarito: letra B.
importações.
81
COMÉRCIO INTERNACIONAL
d) aceitando-se que podem ser bem sucedidos, implicam a necessidade da opção, pela
reforma agrária.
Comentários
tecnologia, já que não há concorrência externa. Além disso, os países desenvolvidos, se não
comparação com o modelo que visa à redução de importações, tem características muito
– não ocorre nem pode ocorrer obsolescência, senão não serão vendidos os bens para o
desenvolvimento;
– o tamanho do mercado consumidor é muito maior, o que favorece ganhos de escala mais
significativos; e
82
COMÉRCIO INTERNACIONAL
importações.
mesmo que seja ruim e caro. Isto por causa da reserva de mercado que foi criada. A
precisando “forçar a barra” para criar a indústria é porque esta não se adaptou
forçado a ajudar, é porque a indústria é ineficiente. O governo vai promover, para a nova
indústria que está sendo criada, a migração dos fatores de produção que estavam antes
a reforma agrária.
Gabarito: letra D.
mercados internacionais.
83
COMÉRCIO INTERNACIONAL
econômica.
Comentários
ele tem um forte papel indutor destas, não tem uma ação “limitada”. Afinal, ele age no
exportação, concede benefícios fiscais, estimula a qualificação das pessoas, enfim age de
forma importante.
Letra C: errada. O governo intervém com recursos significativos para incentivar e estimular
Letra E: correta.
Gabarito: letra E.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
exceto:
Comentários
A letra D menciona proteção ao emprego. Isso não é justificativa aceita para a imposição de
produção das atividades ineficientes para que sejam alocados nos setores eficientes da
Gabarito: letra D.
14 – (AFRF/2000) Entre as razões abaixo, indique aquela que não leva à adoção de
tarifas alfandegárias.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
das empresas brasileiras, estas devem ser expostas à competição com os produtos
importados. Proteger, por exemplo, via adoção de tarifas alfandegárias, vai no sentido
Alternativa A: o aumento de arrecadação governamental pode ser razão que leva à adoção
de tarifas alfandegárias?
Pode. Se o governo quer aumentar a arrecadação, ele pode fazê-lo com a instituição ou a
importação de bens que antes possuíam alíquota ZERO, isto não vai aumentar a
arrecadação?
Provavelmente sim, bastando, para isso, a importação de uma única unidade. É verdade
que os tributos aduaneiros não têm função arrecadatória, e sim extrafiscal, contudo eles
Alternativa C: correta. Para proteger as indústrias nascentes do país, o governo pode adotar
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
que todos os países produzam estes bens considerados estratégicos, para não ficarem
reféns das importações. Esta permissão é, inclusive, autorizada no artigo XXI do Acordo
Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), de 1994. Quando as firmas do país forem
produção interna. Portanto, a busca pela segurança nacional é um dos motivos para se
adotarem tarifas.
Gabarito: letra E.
15 – (ACE/1997) Alguns países alegam que seu comércio externo é afetado pela
a) estimular as exportações;
87
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
(VERs) são acordos (VOLUNTÁRIOS, para ser redundante) fechados entre Estados por meio
Estes acordos são fechados para evitar que o país importador, que se sente prejudicado
pelas exportações do outro, tome alguma medida mais rigorosa, alegando danos às suas
indústrias.
A resposta é a alternativa E, mas, para ser rigoroso tecnicamente, a resposta perfeita seria
equivocada de que a restrição é imposta pelo país importador, quando, na verdade, houve
Gabarito: letra E.
comércio livre;
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
O livre-cambismo tem por característica o Estado mínimo. Seus defensores pregam que os
produção econômica.
A interferência do Estado na economia seria prejudicial, pois induziria distorções nos preços
dos bens, afetando a detecção das vantagens comparativas dos diversos países. O
especializar. Assim como as pessoas compram bens e serviços uns dos outros, também os
Estados o deveriam fazer. Ora, se as pessoas não produzem todos os bens e serviços que
consomem, por que os Estados, com suas mais diversas combinações de recursos de
Há países que estão mais propensos a produzir computadores do que outros, assim como
há pessoas que estão mais inclinadas a prestar serviços médicos do que serviços de
engenharia. Há países que estão mais propensos a fornecer petróleo do que outros, assim
como há pessoas que sabem, melhor do que as outras, como vender automóveis. Há países
que têm maior competitividade na produção de bens agrícolas do que outros, assim como
As vantagens de cada país deveriam ser aproveitadas e o governo não deveria interferir
nessas questões naturais, para não induzir distorções, “forçando a barra” para proteger os
ineficientes (presume-se sempre que o setor protegido é ineficiente, senão ele não precisaria
ineficiência será repartido pelo mundo inteiro, com a diminuição da produção global de
bens.
89
COMÉRCIO INTERNACIONAL
O liberalismo nada tem a ver com conversão de moeda em ouro, mas com liberdade de
comércio, fim das barreiras, não intervenção estatal, especialização dos países naquelas
Gabarito: letra E.
a) medidas fitossanitárias;
b) normas de segurança;
c) direitos aduaneiros;
e) quotas.
Comentários
direitos aduaneiros. As barreiras não tarifárias são as demais barreiras (quotas, proibições,
Gabarito: letra C.
90
COMÉRCIO INTERNACIONAL
em dificuldade;
venda doméstica;
Comentários
A questão pede que indiquemos qual das opções não é uma prática restritiva, ou seja,
Alternativa A: É prática restritiva? Sim. Ainda que não saibamos o que é cartel de crise, a
dificuldade, isto será por meio de medidas de proteção, restringindo a entrada de bens
importados concorrentes.
Bom, mas o que é “cartel de crise”? É a criação de um cartel autorizado pelo governo, tendo
em vista uma grave crise no setor: como a coisa está crítica, são abrandadas
91
COMÉRCIO INTERNACIONAL
o país exportador para que ele diminua suas vendas para o meu território. É prática
restritiva? Sim.
A resposta foi a alternativa C, mas a questão foi mal formulada, como explico ao final.
muito baixo, com o intuito de “quebrar” os concorrentes. Para continuar a análise desta
c.1) É prática restritiva o governo celebrar um acordo de preço predatório para os produtos
exportados?
c.2) É prática restritiva o governo celebrar um acordo de preço predatório para os produtos
de venda doméstica?
exportado ficou tão baixo que mais exportações serão feitas, com a quebra dos
concorrentes, se possível. O estímulo às exportações foi desleal, é verdade, mas não foi uma
criação de barreira comercial. Se alguém for criar uma barreira, será o país importador,
restritiva.
venda doméstica, o governo está restringindo o quê? Ora, provavelmente não mais haverá
92
COMÉRCIO INTERNACIONAL
importações, porque o produto nacional ficou baratíssimo. Neste caso, houve uma prática
restritiva.
O enunciado pede que se indique qual não é prática restritiva adotada pelo governo.
Portanto, olhando as cinco respostas, dá para entender por que o gabarito foi a alternativa
“Não constitui prática restritiva adotada pelos governos: acordos de preços predatórios
Essa frase está correta? Absolutamente não, pois há algo ali dentro que é prática restritiva
sim (os acordos para os produtos de venda doméstica). E a frase está indicando que não
constituem prática restritiva os acordos predatórios NEM para os produtos exportados NEM
93
COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) roubar e matar;
b) matar e furtar;
c) amar e matar;
d) sequestrar e roubar;
e) furtar e roubar”.
“Puxa vida! Eu tenho quatro respostas, mas a questão só pode ter uma.
Ahá! Tive uma brilhante ideia: vou colocar um ‘NÃO’ no enunciado e as respostas ficam
alternativa C.”
Então, a forma final da minha questão, com a minha brilhante(?!) ideia, ficou assim:
a) roubar e matar;
b) matar e furtar;
c) amar e matar;
d) sequestrar e roubar;
e) furtar e roubar.”
Mando a questão para o coordenador e digo para ele: “Olha, o gabarito é a alternativa C.”
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Se o meu coordenador confiar cegamente em mim e não conferir o resultado final, vai ser
uma questão digna de anulação. Se ele tivesse conferido, ele teria visto que a frase “Amar e
matar NÃO constituem práticas criminosas” não pode estar correta, senão se poderia amar
e matar à vontade...
É claro que a frase está errada. Nessa questão hipotética, elaborada por inversão, não
Provavelmente, o examinador da questão real, não da hipotética, utilizou esta técnica para
práticas restritivas. Quanto à alternativa C, não se pode dizer que os acordos de preços
para os exportados E para os domésticos são prática restritiva. Um deles até é prática
Até aí, a questão ia sendo muito bem montada, considerando-se errada a alternativa C.
Mas, como o examinador queria uma questão com apenas uma opção correta, ele deve ter
95
COMÉRCIO INTERNACIONAL
pensado: “Se eu colocar um não aqui na frente da questão, o que era SIM vira NÃO e o que
era NÃO vira SIM.” E assim ele fez. Colocou o NÃO no enunciado e achou que bastava
E então equivocadamente definiu o gabarito como alternativa C. Mas a questão tinha que
ser anulada, pela mesma explicação dada à minha questão hipotética. Dentro da
Gabarito: letra C.
a) cotas de importação.
b) requisitos de transparência.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
c) regras de origem.
e) barreiras tarifárias.
Comentários
dos produtos transacionados é conhecida como barreira técnica. Tem a ver com
Gabarito: letra D.
restrição quantitativa, pode ser instituído pelos países, sendo tolerado pela
qualidade inferior e, neste sentido, restringindo a importação que seria danosa pela
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
Comentários
Pode haver o sistema de licenciamento como forma de controle cambial, ou seja, como
forma de controlar o nível das reservas cambiais para os países que estiverem com déficit
em Balanço de Pagamentos. Na resposta da letra E, que foi o gabarito, faltou só falar que é
A letra A está errada, pois “selecionar” é “deixar entrar”, no sentido inclusive usado na letra
B. E deixar que entrem mercadorias cuja produção interna seja nascente é justamente o
barreiras, não a liberação das importações. Além disso, a proteção é à indústria nascente e
não para a indústria de qualidade inferior. A proteção NUNCA vai poder ocorrer por causa
A letra B é a maior viagem. Está escrito que o país só vai permitir a entrada de produtos
governamental será aumentada. Ora, o controle aduaneiro não tem função arrecadatória,
mas extra-fiscal. Se quiser arrecadar mais, a política será via aumento de imposto de
caráter fiscal e não pelo imposto de importação. Além disso, a redução de concorrência
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
A letra C está quase perfeita. Faltou falar que a indústria é “nascente”. Se a letra C estivesse
A letra D diz que o governo vai restringir importações de produtos para evitar que um
brasileiro compre demais e depois fique esperando o produto subir de preço para então
vender no mercado interno. Isto não tem o mínimo sentido. E fala também que um país A
poderia retaliar impondo barreiras sobre as importações do país B, que discrimina o país C.
Isto também não existe. Se o país B discrimina o país C, o que o país A tem a ver com isso?
Se o país C se sente prejudicado por B, ele, país C, deve levar o caso ao sistema de solução
Gabarito: letra E.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
a) Por essa razão, países como o Brasil, procuraram dedicar-se somente à produção de
um único artigo (soja, por exemplo). Dessa forma, ele poderá utilizar parte dos fatores
população.
combustível, café, armamento bélico etc., mesmo que tal atitude seja desinteressante
Comentários
1) Teoria da Deterioração dos Termos de Troca: por esta teoria, ele indicou que, com o
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
– em épocas de crise mundial, os bens industrializados não caem tanto de preço, porque os
sindicatos fortes dos países desenvolvidos não permitem tanta redução salarial. Portanto,
se os custos não caem muito, os preços também não. Já nos países em desenvolvimento, os
salários caem de forma mais acentuada, tendo em vista a mão de obra numerosa; e
– em épocas de fartura mundial, os preços dos bens industrializados sobem mais que os
preços dos bens primários, tendo em vista que aqueles possuem demanda elástica. Os
preços dos bens primários também vão subir, mas em montante menor por causa da
inelasticidade da demanda.
produtos primários vão ficando cada vez mais baratos em comparação com os bens
para não ver sua produção perder valor continuamente. Os importados deveriam ser
substituídos por produção interna, local. Mas isto não quer dizer que os países em
desenvolvimento devem deixar de produzir bens primários, que são produtos estratégicos
Vamos às assertivas.
Alternativa A: incorreta. Pior do que ser produtor exclusivo de bens primários é ser produtor
primários são estratégicos, sua produção não pode nem deve ser sacrificada em prol da
industrialização.
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COMÉRCIO INTERNACIONAL
dada aos países em desenvolvimento foi que se industrializassem. Obviamente que isto
problemas mais do que conhecidos das grandes cidades. Pode-se então dizer que a
Não. De fato, haverá degeneração do nível de vida nas cidades, mas não na vida dessas
além daqueles que vão para as cidades assumir o emprego no setor industrial, também
emprego urbano. Quem está empregado aumenta seu nível de vida, tendo em vista que os
salários urbanos tendem a ser maiores que os salários rurais. O problema é que ele
vida na cidade.
Há ainda uma segunda observação: o sujeito que larga o emprego rural e assume um
emprego urbano melhora seu nível de vida. E, por este motivo, aumenta também o custo de
vida, tendo em vista o aumento da demanda agregada e dos custos (este por causa da
alocação ineficiente dos recursos). Ora, se um país possui terra em abundância (como os da
país não é eficiente, reduzindo a produção de bens primários, na qual o país é eficiente. O
custo da ineficiência vai gerar produtos mais caros, já que a concorrência com os
importados foi eliminada pelo Governo. O custo de vida sobe generalizadamente, apesar de
o novo trabalhador urbano não estar muito preocupado com isso, já que ele garantiu o
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Alternativa C: incorreta. Esta assertiva vai totalmente contra a pregação de Prebisch, que
comparativas (que os induzia a produzir somente bens primários, já que mais eficientes
nisso, enquanto os países desenvolvidos deveriam ficar com a produção dos bens
Alternativa E: incorreta. Pior do que ser produtor exclusivo de bens primários é ser produtor
de um único bem, ainda que ele seja estratégico. “Colocar todos os ovos numa só cesta” ou
“apostar todas as fichas no mesmo número” é uma péssima política. Em segundo lugar,
Gabarito: letra D.
Um abraço,
Rodrigo Luz
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