Você está na página 1de 11

Políticas da União Europeia- OT/P

18/09/2023- P
Relevo das relações económicas internacionais
A importância do comercio internacional é naturalmente muito diferente de setor para setor. Esta
tem vindo a crescer ao longo das décadas e não incidiu apenas nos valores nominais
Quando se abre a economia, as importações e exportações elevam ao crescimento da balança
comercial. Esta é uma balança onde se pesa os produtos que exportamos e por outro lado os
produtos que importamos.

Crescimento da balança Aumento da produção Mais vendas

Os efeitos da abertura da economia são:


• Postos de trabalho;
• Criação de riqueza;
• Crescimento económico.
A alternância entre o livre-cambismo e o protecionismo
Factos
Livre-cambismo: É o comercio livre internacional.
Protecionismo: São as restrições ao comércio livre.
O século XIX e os primeiros anos do século XX constituíram um período longo de predomínio livre-
cambista. Sendo este várias vezes afetado, em pequenos períodos, por restrições ao comércio
através da criação de limites às importações e às exportações.
A deflagração da 1º Guerra Mundial ficou marcada pelo aparecimento do protecionismo que
ultrapassou o livre-cambismo devido ao insucesso do isolacionismo. Este veio a terminar só uns
anos após a conclusão da 2º Guerra Mundial.
Ciência
A prevalência livre-cambista do século passado e do início deste século foi acompanhada pela
formação e pela consolidação de um corpo teórico que aprofundava não só as razões pelas quais
haveria comércio internacional, como também as vantagens dele resultantes.
Foi o que aconteceu com a escola clássica, que se evidenciou por se ter demarcado da perspetiva
protecionista do mercantilismo.
Teoria da
Teorias explicativas do comércio determinantes do lado da oferta: Escola clássica vantagem
absoluta -
Adam Smith
Haveria comércio internacional se houvesse diferenças absolutas nos custos de produção, isto é, se
um dos bens fosse produzido com menos horas de trabalho num dos países e o outro bem com
menos horas de trabalho noutro país.
Haveria assim um ganho geral com o comércio internacional, dependendo por seu turno a sua
repartição pelos países dos termos de troca entre os dois bens.
Teoria da vantagem comparativa- David Ricardo
Este defende que não é necessário que cada país tenha vantagens absolutas, apenas num dos bens
para que a troca intencional seja possível e vantajosa.
Mesmo que o Estado não tenha vantagem absoluta em ambos os bens, vai ter interesse no
comércio internacional, no cotejo ou no confronto com outros países.
Basta o interesse no comercio internacional para que cada país tenha vantagens corporativas.

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Exceções
Existem duas justificações para as restrições do comércio:
• Melhorar os termos do comércio;
• Promover o aparecimento de uma ou várias indústrias.
Soluções para o renascimento do protecionismo com a crise dos anos 30 do séc. XX:
• Colocação de desempregados em setores internos resultantes do desvio das importações;
• Restrições a importações como meio de evitar a deterioração da balança de pagamentos +
aumento das despesas para atenuar o desemprego;
• Transferência de trabalhadores da agriculta para a industrial;
• Desenvolvimento de novos Estados resultantes do desmembramento do império austro-
húngaro e da descolonização nascente.
Estas são soluções transitórias que não satisfazem o bem-estar da generalidade dos cidadãos.
19/09/2023- OT
Teoria neoclássica da proporção dos factos- Hechsher-Ohlin-Samuelson
Esta teoria defende que os países com mais fator trabalho, vão se especializar na produção de bens
com mais trabalhos intensivos, isto é, naqueles em que o fator trabalho tem mais peso no produto
final. Ex: confeções
Já os países com mais capital especializam-se em bens com mais capital intensivo, naqueles em que
o fator capital tem mais peso no produto final. Ex: automóveis.
O paradoxo de Leontief
Esta teoria veio contrariar a teoria anterior. Decorrente de estudos empíricos realizados nos EUA,
que exportava bens mais trabalho intensivos e importavam bens mais capital intensivos.
A justificação diz nos que havia uma maior capacidade produtiva dos trabalhadores americanos
relativamente aos outros países.
Já a capacidade de exportação é nos justificada mais pelo trabalho do que pela abundância de
capital.
Explicações tecnológicas
Teoria do intervalo “gap” tecnológico- Posner
Imaginemos que temos o país A e B nestes dois países temos trabalho, o capital e as matérias-
primas. Em ambos, tudo é igual: trabalho 100, capital 100.000 euros, matérias-primas têm
exatamente as mesmas.
Pela teoria clássica, estes países não fariam comércio um com o outro pois produziriam os mesmos
bens.
Para Posner estes poderiam fazer comércio se no A tivéssemos uma inovação tecnológica que faria
com que o trabalho, o capital ou as matérias-primas diminuísse em comparação com o B. Pois, por
exemplo, o trabalho passaria a ser produzido com 50 trabalhadores, conduzindo a uma produção
mais barata graças à evolução tecnológica.
B, posteriormente, iria aderir, também, à evolução tecnológica.
Para Posner, o gap entre a evolução e a cópia leva a que B compre a A os bens que este produz.
Teoria do ciclo do produto- Vernon
Considera-se que o desencadear do processo de inovação tecnológica depende da maior
capacidade em termos de capital e com salários mais baixos.
Economias de escala: Conduz ao comércio internacional independentemente de haver diferentes
dotações de fatores e de haver inovação.
Afastam o
Teorias explicativas do comércio determinantes do lado da procura: Escola clássica pressuposto

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

da homogeneidade dos produtos.


Explicação pela sobreposição de procuras- Linder
Linder acredita que a níveis diferentes de rendimentos per capita deverão corresponder tipos de
consumo diferentes, sendo de esperar que nos países com níveis de rendimentos mais altos sejam
procurados bens de melhor qualidade e que nos países com rendimentos mais baixos sejam
procurados bens de pior qualidade.
A produção desses países assentará nos bens preferidos pelos consumidores.
No entanto, existem momentos em que haverá sobreposições, havendo pessoas de países de maior
rendimento que procurarão bens de qualidade inferior e vice-versa.
É graças a esta sobreposição que resulta o comércio internacional.
Explicação da diferenciação de produtos- Lancaster
A produção varia conforme o atributo que o consumidor mais valoriza ou prefere.
Este comportamento só permanecerá após o momento inicial se existirem dificuldades no comércio
internacional.
Caso contrário os consumidores de cada país irão buscar os bens preferidos ao país (do lado da
oferta) o consigam em melhores condições.
O comercio intra-sectorial
O fundamento das teorias clássicas na especialização dos Estados em bens diferentes. Sendo
expectável que a abertura de espaços regionais aumentasse a especialização, a realidade mostra
não a especialização, mas o crescimento do comércio em vários setores.
• Comércio horizontal: De bens semelhantes;
• Comércio vertical: Bens diferenciados, procura-se saber se os bens são de melhor ou pior
qualidade do que os importados.
Não se confirmou o receio acerca do desaparecimento de determinados setores como
consequência da abertura de fronteiras. Em vez disso, verificou-se, ao longo das últimas décadas, o
crescimento sensível do relevo do comércio intra-setorial, com a manutenção do mesmo ou
aumento simultâneo das exportações e das importações de cada setor.
Intra industry trade (IIT): Importação e exportação pelo mesmo país de produtos do mesmo setor.
Está ligado ao aumento das economias de cada país.
Restrições ao comércio
Para além das formas tradicionais, existem formas “novas” que têm vindo a ser progressivamente
utilizadas, face à impossibilidade de utilizar as primeiras como consequência de compromissos
assumidos que os países não têm querido denunciar. Assim, existem três formas de restrições:
Impostos alfandegários
Trata-se de uma forma de restrição do comércio com a maior tradição, que estabelece algumas
distinções: impostos alfandegários como forma de restrição do comércio e impostos alfandegários
como instrumento de cobrança de receitas.
Servem para restringirem o comércio, e evitar a entrada de produtos estrangeiros favorecendo
assim os produtos próprios.
Isto leva à necessidade de manter o nível baixo de direito permitindo o volume elevado de
importações e de tributação.
Em suma, esta leva à criação de impostos nos produtos importados, levando à queda do consumo, e
consequente aumento nos produtos nacionais.

Impostos de importações, de exportações e de transito


Classificações de impostos:

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Trata-se de uma distinção consoante o tipo de movimento que é tributado. Por norma, estes
costumam deter o objetivo fiscal de cobrança de receitas, no entanto, é também possível que sejam
utilizados com o intuito protecionista de manter no país um produto.
• Importações: Taxa-se tudo o que entra no país;
• Exportações: Taxa tudo o que sai do país;
• Trânsito: É taxado rudo o que passa pelo território e não fica cá.

Impostos específicos e ad valorem


Trata-se de uma distinção consoante o modo de apuramento da coleta.
• Específicos: Taxam as mercadorias por unidade. Este imposto já não se aplica. Ex: Um barco
chinês passa pelo território português com uma mercadoria de 300 carros. Vai ser cobrado
imposto por cada um dos 300 carros;
• Ad valorem: As taxas aplicam-se por percentagem do valor importado, nestas estamos a
taxar o valor total da mercadoria. Ex: Um barco chinês passa pelo território português com
uma mercadoria de 300 carros, avaliados em 300.000 euros. Vai ser cobrado imposto sobre
esse valor.

Pautas (impostos) convencionais


Resultam de tratados internacionais.

Pautas autónomas
Impostas unilateralmente por um país.
Restrições quantitativas
Estas podem ser:
• Proibitivas: Proíbem a entrada determinados produtos por razões de saúde publica,
segurança (armas) morais (produtos pornográficos);
• Licenciamentos: As importações sujeitam-se à outorga de uma licença, condicionada por
algumas razões acabadas de referir ou ainda por um propósito protecionista, sendo
concedida a licença se não estiver em causa a produção doméstica que se queira proteger;
• Quotas: Impõem limites às importações. Este é considerado o meio mais eficaz de restringir.
26/09/2023
Restrições aos pagamentos
• Não disponibilização ou limitação de divisas para pagar as importações, levando a que estas
deixem de ter lugar;
• Variação da taxa do câmbio: Desvalorização da moeda para diminuir as importações, torna
os produtos mais caros para os residentes. Já para aumentar as exportações, torna os
produtos mais baratos para o estrangeiro. Este deixa funcionar o mercado e atua
simultaneamente sobre importações e exportações.
Efeitos das restrições ao comércio
As restrições ao comércio têm efeitos em diversos domínios:
• Sobre o consumo: Aumento do preço e diminuição do consumo;

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

• Sobre a produção: A produção nacional tinha de circunscrever-se ao espaço em que o custo


marginal das unidades produzidas no país é inferior ao preço praticado;
• Sobre a balança de pagamentos: Diminuição do consumo e aumento da oferta;
• De receita fiscal: Transferência de rendimentos dos consumidores para o Estado;
• De transferência de rendimentos para os produtores;
• Do bem-estar: Diminuição da renda dos consumidores (para o estado e os produtores).
Redução dessa renda pela aplicação do imposto. A renda perdida pelos consumidores é
superior aos ganhos (do estado e dos produtores).
Imaginemos que o bacalhau importado custa 1000 euros. Ao haver um aumento do preço de 10%
através do imposto, vai haver o declínio do consumo, pois quem comprava por 1000 euros pode não
querer comprar por 1100.
Diminuindo o consumo, vai haver mais oferta e consequentemente o preço vai diminuir novamente.
Com os 10% anteriormente referidos, o Estado tem duas opções: 1) vai usar para apostar na produção
de bacalhau nacional; 2) vai transferir os rendimentos para os produtores.

• Sobre os termos do comércio: Diminuição dos preços internacionais por efeito da restrição
que provoca a redução das suas importações.
Apreciação
Juízo negativo da Teoria das divergências domésticas
Face a qualquer divergência ou distorção no mercado, só é eficiente uma solução dirigida e
circunscrita à correção da divergência ou distorção em causa.
Esta nasceu da preocupação de estudar as consequências e estudar as soluções adequadas e tem-se
recorrido à intervenção alfandegária para sanar a divergência existente.
Para sanar uma divergência provoca-se uma nova, sendo por isso, INEFICIENTE.
Modos de solucionar a divergência sem provocar nova distorção:
• Promoção global da produção: Se produzíssemos mais, vendíamos mais e havia mais
dinheiro;
• Promoção da produção do fator em causa;
• Orientação/incentivo à redução do consumo: A intervenção alfandegaria corrige a
divergência entre o consumo real e o que seria desejável;
• A cobrança de receitas: Um imposto geral sobre o consumo permite cobrar o mesmo
montante de receita com custos menores do bem-estar;
• A alteração dos termos do comércio internacional: Divergência entre o preço internacional e
os preços internos (solução política livre cambista).
A persistência (ou mesmo o aumento) das restrições ao comércio: como explicar?
Apesar do contributo acrescido que a teoria das divergências domésticas veio dar á defesa do
comércio livre, vimos que têm continuado a verificar-se restrições ao comércio internacional.
Assim, impõe-se a questão de saber se o que os economistas têm vindo a construir no plano
científico está errado ou baseado em pressupostos não realistas.
• As estratégias em mercados imperfeitos: Estratégias favoráveis aos empresários nacionais;
• A influencia dos grupos de pressão: Determinados grupos fazem ressão sobre os políticos
com vista à proteção dos seus interesses em vez dos interesses gerais;
• A consideração dos custos administrativos;
• O relevo dos argumentos das indústrias nascentes como justificação da intervenção:
Previsão de que a indústria nacional pode competir com estratégia dentro de um certo

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

período, mas não capaz de suportar o período inicial de implantação e desenvolvimento.


Podem justificar medidas protecionistas face às indústrias idênticas estrangeiras até que
possam singrar por si, bem como apoios sociais.
Imaginemos que temos uma indústria de bens de luxo e perfumaria.
O nosso perfume chama-se saudade e para que possa ser comercializado é necessário:
• Registar;
• Tratar das formalidades jurídicas.
Para além disso, é ainda essencial:
• Um terreno, fábrica e armazém;
• Preparar toda a logística e os químicos, bem como dos respetivos fornecedores;
• Mão de obra.
Todas estas coisas exigem capital, e trata dos custos de implementação e desenvolvimento da
empresa.
Não existe forma de uma nova empresa competir contra os grandes produtores de perfumes. Então,
o que o Estado pode fazer para proteger as empresas nascentes é impor um imposto sobre estes
produtos, que leva a os consumidores passem a comprar o perfume da empresa nascente.
03/10/2023
A alternância entre o livre-cambismo e o protecionismo
Condições de validade
Todos os três testes são cumulativos.
Teste de Mill

Mill acredita que é essencial que a proteção se confine aos casos em que haja a garantia de que a
indústria por ela promovida possa dispensá-la passado algum tempo.
A proteção deve confinar-se a casos em que haja garantia de que a indústria nascente protegida
possa dispensá-la passado algum tempo, pois de outro modo, as distorções no consumo e na
produção irão se manter.
No entanto, nada exclui que, com o aumento da eficiência conseguido nas indústrias nascentes,
mesmo com a manutenção das restrições se passe a estar numa situação mais vantajosa do que a
existente no início, quando havia comércio livre.
Este teste é temporário.

Teste de Bastable

Havendo no início de um empreendimento um excesso dos custos sobre as receitas, a proteção só


se justificará se à satisfação do teste de Mill se juntar a do teste de Bastable que determina que a
“vantagem última exceda as perdas verificadas”.
Para avaliar se a proteção deve ou não ser conferida, deverá aplicar-se um processo correto de
discouted cash flow, entrando em conta com as perdas dos anos do começo e com os ganhos
obtidos mais tarde.
Teste de Kemp
Kemp diz que na geralmente, um investidor conta com um período inicial de perda, mas não deixará
de fazer o investimento se, através de um processo de discouted cash flow, julgar vir a ter um saldo
final positivo.

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Assim sendo, não se justifica qualquer intervenção estadual, uma vez que os investidores privados
não deixarão de tomar as iniciativas sempre que sejam compensadoras. Se não as tomam é porque
verificaram, através da sua avaliação, que não são rentáveis ou pelo menos as mais favoráveis.
Quando, em vez do descrito anteriormente, não haja iniciativa privada, e o Estado tiver de intervir,
este não deve implementar medidas protecionista, deve manter a natureza livre cambista e em
alternativa deve criar condições:
• Promoção do setor;
• Eliminar as imperfeiçoes existentes no mercado: Pode levar a que, embora através de um
processo de aprendizagem transitório uma indústria viesse a mostrar-se competitiva,
ninguém tome a iniciativa do empreendimento, justificando-se por isso o protecionismo,
como modo de o promover.
Kemp é o condicionamento inicial e diz que o apoio das medidas protecionistas apenas é justificável
se:
• O investimento for socialmente desejável;
• A economia externa não for apropriável;
• O investidor não quer investir.
Exceções
Quando haja economias externas não apropriáveis, apesar de não rentáveis, são aconselháveis na
perspetiva social. Justificando-se a intervenção do Estado, mesmo não havendo iniciativa privada.
Problemas conexos
• Impossibilidade de o empresário guardar para si o know how necessário à implementação
da indústria e os trabalhadores entretanto formados. Ao partilhar aumenta o período
necessário à recuperação do investimento inicial.
• O risco na aferição da previsibilidade do sucesso.
• A possibilidade de intervenção estadal com altos custos em empresas que se revelaram
inviáveis sem que se tenha parado a tempo, gerando prejuízos estruturais.
• O necessário equilíbrio entre o investimento inicial subsidiado, a vantagem que se antevê
obter e o tempo de subsídio necessário.
O argumento das indústrias senescentes
Como vimos, não se justifica a intervenção alfandegária devido às ineficiências causadas na
economia, a menos que se verifique a possibilidade de o setor voltar a ser competitivo,
Assim, devem ser tomadas medidas de reconversão e reemprego, promovendo setores mais
favoráveis e facilitando a transferência para eles dos fatores dos setores em crise que não possam
encontrar aqui uma ocupação eficiente.
A manutenção indefinida de apoios acaba por prejudicar a maior parte dos cidadãos, tornado
indispensável que se aplique tanto o teste de Mill como o teste de Bastable, sendo preferível:
• Apoiar diretamente as pessoas afetadas pela situação existente;
• Promover setores alternativos capazes de competir no mercado internacional.
A manutenção injustificada de setores sem viabilidade leva a atitudes de represália de outros
países, prejudicando setores com viabilidade que ficam limitados nas suas possibilidades de
exportação.
Um novo mapa mundo
O mundo está crescentemente globalizado, ainda assim, no caminho para a globalização, o mundo
era bastante diferente.
No séc. XIV os países mais desenvolvidos eram a China e a Índia, mantendo-se desta forma até ao
séc. XVIII. Este período acabou por ser alterado pelos desenvolvimentos, mas ainda assim, existe
muita capacidade produtiva nos países mais populosos.

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Com a segunda guerra mundial passamos a ter dois blocos: Ocidental e o Leste (liberal, autoritário,
comunista). Este mundo apenas se mantém até ao final dos anos 80 com a criação da UE e a queda
do muro de Berlim.
No início do séc. XXI, com o reaparecimento da china e da Índia no cenário internacional do ponto e
vista económico, acompanhados pelo Brasil.
Isto significa que é impossível impedir a circulação pois:
• Os países vão sempre criar blocos comerciais;
• O movimento de aproximação das economias, é impossível de dar a volta.
Fugimos à ideia do padrão internacional porque temos uma visão de comercio intrassectorial visto
que todos os países compram produtos uns aos outros, mantendo os produtos ao preço mais barato
possível.
A aproximação entre economias
A aproximação entre as economias dos países, com:
• O seu desenvolvimento;
• Um acesso mais fácil a inovações e melhorias tecnológicas;
• Uma melhoria geral da qualificação das pessoas;
• Melhorias muito importantes nos sistemas de transportes e comunicações.

Levou a que nas últimas décadas do séc. XX, surgir-se um novo padrão de especialização no
comércio internacional.
Trata-se da evolução do comércio intra-setorial, e assim acontece tanto no comércio de bens finais
como no comércio de bens intermediários com as empresas a comprá-los onde são fornecidos em
condições mais favoráveis.
10/10/2023
Outsourcing
Pode ser feito com elementos de cadeia produtiva.
Está ligado ao baixo standard do ponto de vista laboral, recorre-se a outros países por os salários
serem mais baixos; não é menor a especialização, mas é menor o custo.
O custo da mão de obra é menor devido á necessidade de dar trabalho às pessoas, o Estado investe
em criar especialização mais barata.
Um mundo multipolar
Existe a formação de blocos regionais sendo a União Europeia o bloco com mais sucesso. Nenhum
outro consegue chegar ao nível de intervenção que a EU atinge.
Os blocos podem ser formais (advém de uma natureza formal, como é o caso da NAFTA) e informais
(resultantes de simples relações de mercado, mais localizados na ásia e em africa).
Isto é o segundo regionalismo (sendo o primeiro a política de blocos pós segunda guerra mundial),
são blocos de influência.
Blocos formais
São blocos resultantes de acordos celebrados e dispondo de estruturas institucionais mais ou
menos complexas.
• A NAFTA: Inclui os EUA, o México e o Canadá.
• EFTA: No início continham imensos estados, atualmente é apenas composto por quatro,
noruega, Islândia, Liechtenstein e suíça.
• MERCOSUL: Argentina, brasil, Paraguai e Uruguai. Há aqui uma problemática da diferença de
população entre eles.
Blocos informais

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Estes são os blocos resultantes de meras relações de mercado.


• Europa central: Bloco informal dentro do continente europeu. Composto pelos ex membros
do COMCON.
• Espaço asiático: Associações de comercio, é um bloco informal composto por várias
associações regionais.
• Espaço africano: Associações de comercio pouco relevantes, mas em crescimento.
Tendência recente para a formação de blocos regionais
Estamos a avançar no sentido de comercio livre mundial embora este ainda não seja atingível. A
formação e blocos no mundo, principalmente o europeu e o norte americano, ao fazerem acordos
com outros blocos, criam uma grande evolução no sentido do livre-cambismo.
Os blocos podem forçar a entrada para o comercio internacional de diversos países.
Fatores a ter em conta:
• A crença de que nos blocos se integra e se encontram as economias de escala consideradas
suficientes;
• A falta de apoio político;
• A tomada de consciência das vantagens do comercio livres;
• O interesse geral dos cidadãos face ao interesse particular de alguns setores que
inicialmente possam ser prejudicados pelo comercio livre.
17/10/2023
A logica dos blocos
• Importância do processo de privatizações
• A preferência de empresas publicas e algumas privadas pelo protecionismo;
• A insatisfação dos estados grandes nos blocos regionais. Brasil (Mercosul) e EUA (nafta);
• Acordos preferenciais com países dora dos blocos ou com os blocos onde estão os melhores
mercados;
• A criação de blocos facilita as negociações internacionais para diminuir o número de
negociadores;
• A formação de mercados únicos no seio dos blocos harmoniza e uniformiza normas
facilitando o acesso a terceiros;
• Benefícios para transporte de mercadorias por eliminação de barreiras físicas;
• Importância para a UE da criação de idênticos mecanismos nis outros blocos.
Teoria da integração
O comercio livre como forma de ultrapassar a impossibilidade de uma integração à escala mundial.
História
Apenas entre 1812 e 1914 ter-se-ão verificado 16 casos de constituições de uniões aduaneiras (não
é uma zona de comercio livre), não sendo de referir como mais significativo o da criação de
Zollverein em 1833.
Este (Zollverein) trata da abertura das fronteiras entre dezoito Estados alemães e o estabelecimento
de uma pauta comum em relação ao exterior. Este são uma zona de comércio.
O protecionismo deu-se até ao final da segunda guerra mundial após o início da integração europeia
onde se criou o TCECA, TCEE, TEURATOM.
31/10/2023
Formas de integração
Como vimos existem vários blocos de integração que se dividem em níveis mais ou menos
desenvolvidos de integração.

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

O primeiro passo chama-se Zona de Comércio Livre (ZCL) ou free trade association
(FTA). Esta passa pela abolição das imposições aduaneiras (natureza livre cambista), liberalizando o
comércio entre os vários Estados que fazem parte dessa zona de comercio livre.
A única diferença é para fora do bloco, cada Estado, terá a sua política comercial externa que só
pertence a esse Estado, e, portanto, o mesmo bem será taxado a diferentes valores nas várias
fronteiras (EX: A taxa X, B taxa Y)
Surge aqui um problema, porque se X for igual a Y menos um, quer dizer que X é menor do Y e vai
compensar ao vendedor situado no Estado C encomende o bem através do território de B, e depois
este não pagará nada uma vez que estre os três Estado há comércio livre. Isto leva a que seja pior
para o Estado C pois perde dinheiro.

Este problema resolve-se com o próximo passo, a União Aduaneira. Esta consiste
naquilo que já esta previsto na zona de comercio livre com uma alteração: a pauta
aduaneira existente é uma pauta comum para todos os membros do grupo. Assim, o produto vai ser
taxado a X para todos os Estados da União Aduaneira.

O próximo nível é o Mercado Único que afasta as barreiras alfandegarias e as invisíveis.


Nós já tínhamos afastado as barreiras aduaneiras, afastamos as barreiras alfandegárias,
deixando de haver controlo entre os estados no que entra e sai. As barreiras invisíveis
estão ligadas com a questão da harmonização de normas, nomeadamente o que toca ao transporte
e à livre venda e livre prestação de serviços, neste nível temos o TCE.

O próximo nível é o Mercado Comum, neste existem os fatores de produção, um deles


já estava liberalizado a nível de mercadorias: matérias-primas. Ficando neste nível
também liberalizado o trabalho e capital. Aqui temos o Maastricht.

O último nível é o Mercado Comum mais políticas setoriais comuns. É neste nível que
se situa a UE.

Para além disto temos políticas comuns através da transferência de soberania para estas entidades
ultra nacionais.
Portugal esta integrado num bloco, o bloco da EU, e naturalmente há que verificar os efeitos de
integração:
• Aproveitamento de vantagens de especialização;
• Aproveitamento de economias de escala: Permitem baixar o custo médio.
Limitações das justificações
Razões não económicas para a criação de espaços de integração:
• Os espaços de integração como passos no sentido do comercio livre mundial;
• Meios mais adequados para intervir;

SAI ATÉ AQUI PARA O TESTE


- Teorias: Livre cambistas, Gaps, preferências
dos consumidores;
- Tipos de restrição ao comércio;
-Indústrias senescentes e teorias.

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520
Políticas da União Europeia- OT/P

Sofia Escudeiro, 4ºC- Direito


21554520

Você também pode gostar