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18/09/2023- P
Relevo das relações económicas internacionais
A importância do comercio internacional é naturalmente muito diferente de setor para setor. Esta
tem vindo a crescer ao longo das décadas e não incidiu apenas nos valores nominais
Quando se abre a economia, as importações e exportações elevam ao crescimento da balança
comercial. Esta é uma balança onde se pesa os produtos que exportamos e por outro lado os
produtos que importamos.
Exceções
Existem duas justificações para as restrições do comércio:
• Melhorar os termos do comércio;
• Promover o aparecimento de uma ou várias indústrias.
Soluções para o renascimento do protecionismo com a crise dos anos 30 do séc. XX:
• Colocação de desempregados em setores internos resultantes do desvio das importações;
• Restrições a importações como meio de evitar a deterioração da balança de pagamentos +
aumento das despesas para atenuar o desemprego;
• Transferência de trabalhadores da agriculta para a industrial;
• Desenvolvimento de novos Estados resultantes do desmembramento do império austro-
húngaro e da descolonização nascente.
Estas são soluções transitórias que não satisfazem o bem-estar da generalidade dos cidadãos.
19/09/2023- OT
Teoria neoclássica da proporção dos factos- Hechsher-Ohlin-Samuelson
Esta teoria defende que os países com mais fator trabalho, vão se especializar na produção de bens
com mais trabalhos intensivos, isto é, naqueles em que o fator trabalho tem mais peso no produto
final. Ex: confeções
Já os países com mais capital especializam-se em bens com mais capital intensivo, naqueles em que
o fator capital tem mais peso no produto final. Ex: automóveis.
O paradoxo de Leontief
Esta teoria veio contrariar a teoria anterior. Decorrente de estudos empíricos realizados nos EUA,
que exportava bens mais trabalho intensivos e importavam bens mais capital intensivos.
A justificação diz nos que havia uma maior capacidade produtiva dos trabalhadores americanos
relativamente aos outros países.
Já a capacidade de exportação é nos justificada mais pelo trabalho do que pela abundância de
capital.
Explicações tecnológicas
Teoria do intervalo “gap” tecnológico- Posner
Imaginemos que temos o país A e B nestes dois países temos trabalho, o capital e as matérias-
primas. Em ambos, tudo é igual: trabalho 100, capital 100.000 euros, matérias-primas têm
exatamente as mesmas.
Pela teoria clássica, estes países não fariam comércio um com o outro pois produziriam os mesmos
bens.
Para Posner estes poderiam fazer comércio se no A tivéssemos uma inovação tecnológica que faria
com que o trabalho, o capital ou as matérias-primas diminuísse em comparação com o B. Pois, por
exemplo, o trabalho passaria a ser produzido com 50 trabalhadores, conduzindo a uma produção
mais barata graças à evolução tecnológica.
B, posteriormente, iria aderir, também, à evolução tecnológica.
Para Posner, o gap entre a evolução e a cópia leva a que B compre a A os bens que este produz.
Teoria do ciclo do produto- Vernon
Considera-se que o desencadear do processo de inovação tecnológica depende da maior
capacidade em termos de capital e com salários mais baixos.
Economias de escala: Conduz ao comércio internacional independentemente de haver diferentes
dotações de fatores e de haver inovação.
Afastam o
Teorias explicativas do comércio determinantes do lado da procura: Escola clássica pressuposto
Trata-se de uma distinção consoante o tipo de movimento que é tributado. Por norma, estes
costumam deter o objetivo fiscal de cobrança de receitas, no entanto, é também possível que sejam
utilizados com o intuito protecionista de manter no país um produto.
• Importações: Taxa-se tudo o que entra no país;
• Exportações: Taxa tudo o que sai do país;
• Trânsito: É taxado rudo o que passa pelo território e não fica cá.
Pautas autónomas
Impostas unilateralmente por um país.
Restrições quantitativas
Estas podem ser:
• Proibitivas: Proíbem a entrada determinados produtos por razões de saúde publica,
segurança (armas) morais (produtos pornográficos);
• Licenciamentos: As importações sujeitam-se à outorga de uma licença, condicionada por
algumas razões acabadas de referir ou ainda por um propósito protecionista, sendo
concedida a licença se não estiver em causa a produção doméstica que se queira proteger;
• Quotas: Impõem limites às importações. Este é considerado o meio mais eficaz de restringir.
26/09/2023
Restrições aos pagamentos
• Não disponibilização ou limitação de divisas para pagar as importações, levando a que estas
deixem de ter lugar;
• Variação da taxa do câmbio: Desvalorização da moeda para diminuir as importações, torna
os produtos mais caros para os residentes. Já para aumentar as exportações, torna os
produtos mais baratos para o estrangeiro. Este deixa funcionar o mercado e atua
simultaneamente sobre importações e exportações.
Efeitos das restrições ao comércio
As restrições ao comércio têm efeitos em diversos domínios:
• Sobre o consumo: Aumento do preço e diminuição do consumo;
• Sobre os termos do comércio: Diminuição dos preços internacionais por efeito da restrição
que provoca a redução das suas importações.
Apreciação
Juízo negativo da Teoria das divergências domésticas
Face a qualquer divergência ou distorção no mercado, só é eficiente uma solução dirigida e
circunscrita à correção da divergência ou distorção em causa.
Esta nasceu da preocupação de estudar as consequências e estudar as soluções adequadas e tem-se
recorrido à intervenção alfandegária para sanar a divergência existente.
Para sanar uma divergência provoca-se uma nova, sendo por isso, INEFICIENTE.
Modos de solucionar a divergência sem provocar nova distorção:
• Promoção global da produção: Se produzíssemos mais, vendíamos mais e havia mais
dinheiro;
• Promoção da produção do fator em causa;
• Orientação/incentivo à redução do consumo: A intervenção alfandegaria corrige a
divergência entre o consumo real e o que seria desejável;
• A cobrança de receitas: Um imposto geral sobre o consumo permite cobrar o mesmo
montante de receita com custos menores do bem-estar;
• A alteração dos termos do comércio internacional: Divergência entre o preço internacional e
os preços internos (solução política livre cambista).
A persistência (ou mesmo o aumento) das restrições ao comércio: como explicar?
Apesar do contributo acrescido que a teoria das divergências domésticas veio dar á defesa do
comércio livre, vimos que têm continuado a verificar-se restrições ao comércio internacional.
Assim, impõe-se a questão de saber se o que os economistas têm vindo a construir no plano
científico está errado ou baseado em pressupostos não realistas.
• As estratégias em mercados imperfeitos: Estratégias favoráveis aos empresários nacionais;
• A influencia dos grupos de pressão: Determinados grupos fazem ressão sobre os políticos
com vista à proteção dos seus interesses em vez dos interesses gerais;
• A consideração dos custos administrativos;
• O relevo dos argumentos das indústrias nascentes como justificação da intervenção:
Previsão de que a indústria nacional pode competir com estratégia dentro de um certo
Mill acredita que é essencial que a proteção se confine aos casos em que haja a garantia de que a
indústria por ela promovida possa dispensá-la passado algum tempo.
A proteção deve confinar-se a casos em que haja garantia de que a indústria nascente protegida
possa dispensá-la passado algum tempo, pois de outro modo, as distorções no consumo e na
produção irão se manter.
No entanto, nada exclui que, com o aumento da eficiência conseguido nas indústrias nascentes,
mesmo com a manutenção das restrições se passe a estar numa situação mais vantajosa do que a
existente no início, quando havia comércio livre.
Este teste é temporário.
Teste de Bastable
Assim sendo, não se justifica qualquer intervenção estadual, uma vez que os investidores privados
não deixarão de tomar as iniciativas sempre que sejam compensadoras. Se não as tomam é porque
verificaram, através da sua avaliação, que não são rentáveis ou pelo menos as mais favoráveis.
Quando, em vez do descrito anteriormente, não haja iniciativa privada, e o Estado tiver de intervir,
este não deve implementar medidas protecionista, deve manter a natureza livre cambista e em
alternativa deve criar condições:
• Promoção do setor;
• Eliminar as imperfeiçoes existentes no mercado: Pode levar a que, embora através de um
processo de aprendizagem transitório uma indústria viesse a mostrar-se competitiva,
ninguém tome a iniciativa do empreendimento, justificando-se por isso o protecionismo,
como modo de o promover.
Kemp é o condicionamento inicial e diz que o apoio das medidas protecionistas apenas é justificável
se:
• O investimento for socialmente desejável;
• A economia externa não for apropriável;
• O investidor não quer investir.
Exceções
Quando haja economias externas não apropriáveis, apesar de não rentáveis, são aconselháveis na
perspetiva social. Justificando-se a intervenção do Estado, mesmo não havendo iniciativa privada.
Problemas conexos
• Impossibilidade de o empresário guardar para si o know how necessário à implementação
da indústria e os trabalhadores entretanto formados. Ao partilhar aumenta o período
necessário à recuperação do investimento inicial.
• O risco na aferição da previsibilidade do sucesso.
• A possibilidade de intervenção estadal com altos custos em empresas que se revelaram
inviáveis sem que se tenha parado a tempo, gerando prejuízos estruturais.
• O necessário equilíbrio entre o investimento inicial subsidiado, a vantagem que se antevê
obter e o tempo de subsídio necessário.
O argumento das indústrias senescentes
Como vimos, não se justifica a intervenção alfandegária devido às ineficiências causadas na
economia, a menos que se verifique a possibilidade de o setor voltar a ser competitivo,
Assim, devem ser tomadas medidas de reconversão e reemprego, promovendo setores mais
favoráveis e facilitando a transferência para eles dos fatores dos setores em crise que não possam
encontrar aqui uma ocupação eficiente.
A manutenção indefinida de apoios acaba por prejudicar a maior parte dos cidadãos, tornado
indispensável que se aplique tanto o teste de Mill como o teste de Bastable, sendo preferível:
• Apoiar diretamente as pessoas afetadas pela situação existente;
• Promover setores alternativos capazes de competir no mercado internacional.
A manutenção injustificada de setores sem viabilidade leva a atitudes de represália de outros
países, prejudicando setores com viabilidade que ficam limitados nas suas possibilidades de
exportação.
Um novo mapa mundo
O mundo está crescentemente globalizado, ainda assim, no caminho para a globalização, o mundo
era bastante diferente.
No séc. XIV os países mais desenvolvidos eram a China e a Índia, mantendo-se desta forma até ao
séc. XVIII. Este período acabou por ser alterado pelos desenvolvimentos, mas ainda assim, existe
muita capacidade produtiva nos países mais populosos.
Com a segunda guerra mundial passamos a ter dois blocos: Ocidental e o Leste (liberal, autoritário,
comunista). Este mundo apenas se mantém até ao final dos anos 80 com a criação da UE e a queda
do muro de Berlim.
No início do séc. XXI, com o reaparecimento da china e da Índia no cenário internacional do ponto e
vista económico, acompanhados pelo Brasil.
Isto significa que é impossível impedir a circulação pois:
• Os países vão sempre criar blocos comerciais;
• O movimento de aproximação das economias, é impossível de dar a volta.
Fugimos à ideia do padrão internacional porque temos uma visão de comercio intrassectorial visto
que todos os países compram produtos uns aos outros, mantendo os produtos ao preço mais barato
possível.
A aproximação entre economias
A aproximação entre as economias dos países, com:
• O seu desenvolvimento;
• Um acesso mais fácil a inovações e melhorias tecnológicas;
• Uma melhoria geral da qualificação das pessoas;
• Melhorias muito importantes nos sistemas de transportes e comunicações.
Levou a que nas últimas décadas do séc. XX, surgir-se um novo padrão de especialização no
comércio internacional.
Trata-se da evolução do comércio intra-setorial, e assim acontece tanto no comércio de bens finais
como no comércio de bens intermediários com as empresas a comprá-los onde são fornecidos em
condições mais favoráveis.
10/10/2023
Outsourcing
Pode ser feito com elementos de cadeia produtiva.
Está ligado ao baixo standard do ponto de vista laboral, recorre-se a outros países por os salários
serem mais baixos; não é menor a especialização, mas é menor o custo.
O custo da mão de obra é menor devido á necessidade de dar trabalho às pessoas, o Estado investe
em criar especialização mais barata.
Um mundo multipolar
Existe a formação de blocos regionais sendo a União Europeia o bloco com mais sucesso. Nenhum
outro consegue chegar ao nível de intervenção que a EU atinge.
Os blocos podem ser formais (advém de uma natureza formal, como é o caso da NAFTA) e informais
(resultantes de simples relações de mercado, mais localizados na ásia e em africa).
Isto é o segundo regionalismo (sendo o primeiro a política de blocos pós segunda guerra mundial),
são blocos de influência.
Blocos formais
São blocos resultantes de acordos celebrados e dispondo de estruturas institucionais mais ou
menos complexas.
• A NAFTA: Inclui os EUA, o México e o Canadá.
• EFTA: No início continham imensos estados, atualmente é apenas composto por quatro,
noruega, Islândia, Liechtenstein e suíça.
• MERCOSUL: Argentina, brasil, Paraguai e Uruguai. Há aqui uma problemática da diferença de
população entre eles.
Blocos informais
O primeiro passo chama-se Zona de Comércio Livre (ZCL) ou free trade association
(FTA). Esta passa pela abolição das imposições aduaneiras (natureza livre cambista), liberalizando o
comércio entre os vários Estados que fazem parte dessa zona de comercio livre.
A única diferença é para fora do bloco, cada Estado, terá a sua política comercial externa que só
pertence a esse Estado, e, portanto, o mesmo bem será taxado a diferentes valores nas várias
fronteiras (EX: A taxa X, B taxa Y)
Surge aqui um problema, porque se X for igual a Y menos um, quer dizer que X é menor do Y e vai
compensar ao vendedor situado no Estado C encomende o bem através do território de B, e depois
este não pagará nada uma vez que estre os três Estado há comércio livre. Isto leva a que seja pior
para o Estado C pois perde dinheiro.
Este problema resolve-se com o próximo passo, a União Aduaneira. Esta consiste
naquilo que já esta previsto na zona de comercio livre com uma alteração: a pauta
aduaneira existente é uma pauta comum para todos os membros do grupo. Assim, o produto vai ser
taxado a X para todos os Estados da União Aduaneira.
O último nível é o Mercado Comum mais políticas setoriais comuns. É neste nível que
se situa a UE.
Para além disto temos políticas comuns através da transferência de soberania para estas entidades
ultra nacionais.
Portugal esta integrado num bloco, o bloco da EU, e naturalmente há que verificar os efeitos de
integração:
• Aproveitamento de vantagens de especialização;
• Aproveitamento de economias de escala: Permitem baixar o custo médio.
Limitações das justificações
Razões não económicas para a criação de espaços de integração:
• Os espaços de integração como passos no sentido do comercio livre mundial;
• Meios mais adequados para intervir;