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Teorias de comércio

e investimento
internacional
O que são Negócios Internacionais?
• Globalização

• Comércio Internacional

• Investimento Internacional – IDE


(transferência ou aquisição de ativos entre os
países.
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Por que as nações fazem comércio?

• Mercantilismo: Crença de que a prosperidade


nacional resulta de uma balança comercial positiva –
maximização das exportações e a minimização das
importações.

• Princípio da vantagem absoluta: Um país deve


fabricar somente aqueles produtos em que detém
vantagem absoluta ou em que utilizará menos
recursos do que qualquer outro.
TEORIAS DE COMÉRCIO E INVESTIMENTO
INTERNACIONAL

• Vantagem comparativa
Características superiores de um país que lhe dão
benefícios únicos na competição global – derivados de
recursos naturais ou de políticas nacionais deliberadas.

• Vantagem competitiva
Vantagens ou competências possuídas por empresas –
derivadas de custos, tamanho ou inovação que são
difíceis de ser replicadas ou imitadas por competidores.
Exemplo
• Vamos considerar que cada país tem 100 unidades
de trabalho para alocar entre Tecidos e Vinhos. A
produção por unidade de trabalho é dada pela
seguinte tabela:

Países Tecidos Vinhos


Portugal 10 30
Inglaterra 200 50
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VANTAGENS COMPARATIVAS

• Notamos que a Inglaterra tem vantagem absoluta na


produção dos dois bens. Mas o que Ricardo enfatiza é
que Portugal tem uma vantagem comparativa na
produção de vinho, pois o número de unidades de
tecidos das quais temos que abrir mão para produzir
vinho é menor que no caso da Inglaterra. Logo, cada
país deveria se concentrar na produção do bem em
que possui vantagem comparativa e utilizar o
comércio internacional para trocar com os demais
países, de modo que no final todos obterão um
produto maior do que aquele que alcançariam
produzindo ambos os bens.
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Limitações das primeiras teorias
de comércio

• Não leva em conta os custos com transporte internacional.


• Tarifas e restrições para importações podem prejudicar o
comércio.
• Economias de escala podem compensar eficiências adicionais.
• Quando os governos selecionam certos segmentos industriais
para investimentos estratégicos, isso pode causar padrões de
comércio contrários às explicações teóricas.
• Hoje, países podem acessar capital de baixo custo necessário
em mercados globais.
• Alguns serviços não podem ser comercializados
internacionalmente .
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA
TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Heckscher-Ohlin
• Críticas às vantagens comparativas de David
Ricardo:
• Visão estática do processo econômico, custos de
produção constantes no tempo, não admitindo
mudança;
• Existência de uma concorrência perfeita, não
entrarão novos concorrentes e não sairão outros;
• A teoria de Ricardo se baseia no valor trabalho,
desprezando assim o custo de outros fatores, como
terra, capital, tecnologia, competência
empresarial. 10
DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA
TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Elie Heckscher e Bertil Ohlin
• Foram dois economistas suecos que surgiram nos
anos 30; O postulado era o seguinte:
• Um país tem uma vantagem comparativa na
mercadoria que utiliza de forma intensiva seu
fator abundante; ou seja:
• Os países devem se especializar na produção
daqueles bens produzidos por fatores
comparativamente abundante nas suas economias.
Ex. mão de obra têxtil, calçados, agricultura etc.
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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Elie Heckscher e Bertil Ohlin
• A nova teoria se baseia na diferença de custos
existentes entre os países, como nas vantagens
comparativas de David Ricardo, acrescentando mais
um fator, o capital, ou seja a intensificação do
comércio internacional seria mais intensa na diferença
de fatores;
• Essa teoria sofreu críticas pois, tanto a teoria de
Ricardo quanto a de Heckscher-Ohlin, são estáticas e
não dinâmicas o que poderia resultar um prejuízo aos
países subdesenvolvidos que estariam fadados a
exportarem produtos primários e importar produtos
manufaturados de alta tecnologia.
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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• O modelo de Linder
• As teorias anteriores perduraram até os anos 50. A
partir dos anos 60 e 70 Linder contrariou
totalmente os postulados de Adam Smith, David
Ricardo e Heckscher-Ohlin, que afirmavam que a
diferença de fatores intensificava o comércio
internacional.
• A observação e Linder dizia que a intensificação do
comércio internacional residia exatamente na
semelhança dos fatores.
• Que o comércio internacional é uma extensão do
comércio interno.
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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL

• Como expoente desta nova abordagem, Linder


mostrou que o comércio exterior é uma extensão
para fora do país, suas atividades econômicas
desenvolvidas internamente. A intensidade dos
fluxos de comércio entre os países é derivada dos
esforços dos empresários no sentido de estender
os padrões da procura ou demanda interna para
além das fronteiras do próprio país.

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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL

• A decisão dos empresários de produzir


determinado bem é motivada pela percepção de
que existem necessidades não atendidas dentro de
seu próprio país, representando então
possibilidades de ganhos visíveis.
• A possibilidade de internacionalizar a venda de
seus produtos, proporcionará ainda ganhos
maiores. E quanto menor o país de origem tanto
maior a probabilidade de as exportações
aumentarem sua participação na oferta agregada.
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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL

• Há que observar ainda que os países importadores


daqueles bens, ao verificarem o crescimento das
importações, podem tomar decisões protecionistas
visando à substituição de importações. E é
justamente nessa transmissão de capacidades de
produção entre os países que surgem os ganhos
mais expressivos do comércio internacional.

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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL

• No modelo de Vernon as inovações se antecipam


aos mercados. Os ganhos decorrentes dessas
cadeias de transmissão de novos padrões de
procura e de oferta seriam, mais que as vantagens
recíprocas preconizadas pelas abordagens
clássicas, os benefícios efetivos das redes mundiais
de intercâmbio econômico-comercial.

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DOTAÇÃO DE FATORES E A MODERNA TEORIA DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL

• O modelo de Vernon baseia-se no ciclo de vida dos


produtos.
• Esta tese argumenta que produtos novos são
desenvolvidos e produzidos primeiramente em
uma economia mais industrializada, como a dos
USA, posteriormente os produtos são exportados
para outros países, sendo então finalmente
produzidos nos países de destino. Essa teoria é
atual porque reconhece que a pressão competitiva
exige criatividade para encantar os consumidores,
o que só poderá ser feito com economias de escala
e ciclo de vida dos produtos mais curtos.

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Teorias clássicas: teoria do ciclo de
produto internacional

• Teoria do ciclo de produto internacional: Cada produto e suas respectivas


tecnologias de manufatura passam por três etapas de evolução:
introdução, crescimento e maturidade: pense em carros e TVs.

• Na etapa de introdução, o país que inventou o produto desfruta de um


monopólio temporário, tanto na fabricação quanto na exportação.

• Conforme a produção se torna mais padronizada, outros países entrarão


no mercado global.

• Quando o produto atinge a maturidade, o país original se tornará um


importador do produto.
• Aplicabilidade para economia global contemporânea: hoje, o ciclo desde a
inovação até a maturidade é muito mais curto, tornando-se difícil para o
país inovador manter sua liderança em um produto específico.
Como as nações aumentam sua
vantagem competitiva

• A visão conteporânea sugere que os governos podem


proativamente implementar políticas para aumentar
a vantagem competitiva dos países, além dos
recursos naturais que o país já possui.
• Os governos podem criar vantagens economicas
nacionais das seguintes maneiras: estimulando a
inovação, escolhendo indústrias para
desenvolvimento, fornecendo capital de baixo custo,
minimizando taxas, investindo em TI e etc.
RANKING DA PRODUTIVIDADE 2002-2012
O modelo diamante de Michael Porter: fonte de
vantagem competitiva nacional

• Estratégia, estrutura e rivalidade de empresas – A


existência de fortes concorrentes em um país ajuda a gerar
e sustentar a vantagem competitiva nacional.

• Condições de fatores – mão de obra, recursos naturais,


capital, tecnologia, empreendedorismo e know-how.

1. Condições de demanda doméstica – Força e a
sofisticação da demanda de consumo.

2. Setores econômicos correlatos e de apoio –


Disponibilidade de um conglomerado de fornecedores e
empresas complementares com competências distintas.
Modelo diamante de Porter

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Conglomerado industrial

• Uma concentração de fornecedores e empresas de


suporte de uma mesma indústria, localizados na mesma
área geográfica.

• Exemplos incluem: o Vale do Silício, o conglomerado da


moda no norte da Itália, a indústria famacêutica na Suíça,
a indústria de calçados em Pusan e a indústria de TI em
Bangalore e Índia.

• Pode servir como a plataforma de exportação de um país.


Política industrial nacional

Desenvolvimento econômico proativo decretado pelo


governo para estimular ou apoiar setores industriais
promissores.
Iniciativas típicas:
– Incentivos fiscais.
– Incentivos para investimentos.
– Políticas fiscais e monetárias.
– Sistemas educacionais rigorosos.
– Investimento em infraestrutura nacional.
– Sistemas regulatórios e legais fortes.
(Exemplos: Japão, Dubai e Irlanda).
Transformação da economia irlandesa de 1987 a 2003

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Nova teoria do comércio

• Economias de escala constituem um importante fator


para o desempenho internacional superior em
determinados segmentos de atuação – mesmo quando
o país não tem uma vantagem comparativa clara.
Algumas indústrias saem-se melhor à medida que
aumenta seu volume de produção.
Exemplos: aviação comercial, autómoveis, indústrias
farmacêuticas tem custos fixos muito altos que exigem
alto volume de vendas para alcançar a lucratividade.
Como as empresas se internacionalizam

• A internacionalização é normalmente gradual e evolutiva (modelo de


processo de internacionalização).

• A internacionalização mais lenta resulta da incerteza e inquietação


que os gestores tem ao fazer negócios internacionais.

• Um padrão previsível da internacionalização pode incluir os estágios a


seguir:
1. Foco doméstico.
2. Estágio de pré exportação.
3. Envolvimento experimental.
4.Envolvimento ativo.
5. Envolvimento comprometido.
Dominação baseadas nas explanações IDE das
empresas nacionais

• A maioria das teorias dos negócios


internacionais sobre as empresas
enfatizam as multinacionais já que são
parte muito importante dos negócios
internacionais.

• O IDE é a estratégia mais importante usada


pelas multinacionais na expansão
internacional; então, as teorias atuais
enfatizam motivos e padrões de IDE.
Explanações baseadas no IDE: teoria da vantagem
monopolista

• Sugere que as empresas preferem o IDE, pois


fornece controle de recursos e capacidades no
mercado estrangeiro e um grau de poder de
monopólio relativo aos competidores
estrangeiros.

• Recursos-chave da vantagem monopolista


incluem conhecimento proprietário, patentes,
know-how único e propriedade exclusiva de
outros ativos.
Explanações baseadas no IDE: teoria da
internalização

• Explica o processo no qual uma empresa adquire e


revende uma ou mais atividades da cadeia de valor
dentro da empresa – mantendo controle sobre as
operações estrangeiras e evitando a desvantagem de
lidar com parceiros externos.

• Em contraste com estratégias de entrada de curto


alcance (como exportação e licenciamento), que
implicam no desenvolvimento de relações contratuais
com parceiros de negócios externos, o IDE fornece
controle e propriedade de recursos para a empresa.
Explanações baseadas no IDE: paradigma eclético de
Dunning

Três condições determinantes da internacionalização de uma


empresa via IDE:

1. Vantagens específicas de propriedade – conhecimento,


habilidades, capacidades, relacionamentos ou ativos físicos que formam a base
da vantagem competitiva de uma empresa.

2. Vantagens específicas de localização – vantagens


associadas com o país no qual a multinacional recebe investimento, incluindo
recursos naturais, mão de obra barata ou especializada e capital barato.

3. Vantagens de internalização – controle derivado da


internacionalização da fabricação, distribuição ou outras atividades da cadeia
de valor com base no exterior.
Explanações não baseadas no IDE: investimentos
colaborativos internacionais

• Enquanto a internacionalização baseada no IDE ainda é comum, no


começo dos anos 1980 as empresas começaram a enfatizar
empreendimentos colaborativos, flexíveis para se internacionalizar.

• Empreendimento colaborativo : uma forma de cooperação entre


duas ou mais empresas. Através da colaboração, a empresa obtém
acesso ao know-how, ao capital, aos canais de distribuição e ao
marketing do parceiro estrangeiro e supera obstáculos impostos
pelos governos.

• Parceiros de negócios compartilham o risco de seus esforços em


conjunto e unem recursos e capacidades para criar sinergia.
Dois tipos de empreendimentos colaborativos
internacionais

1. Joint ventures baseadas em igualdade resultam na


formação de uma nova entidade legal. Aqui, a
empresa colabora com o parceiro local para reduzir
riscos e comprometimento do capital.

2. Alianças baseadas em projetos envolvem


cooperação em P&D, fabricação, design e qualquer
outra atividade de valor, uma parceria com vista a
um escopo de atividades e cronogramas
estritamente definidos.
Bibliografia
• CAVUSGIL, Knight e Riesenberger. Negócios internacionais Estratégia, gestão e
novas realidades. São Paulo: Pearson, 2010.
• CARVALHO, M.A.; SILVA, C.R.L. Economia Internacional. São Paulo: Saraiva,
2007.
• NOGAMI,Otto, PASSOS, Carlos Roberto Martins,Princípios de Economia,São
Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2001;
• TROSTER,Roberto Luis, MORCILLO, Francisco Mochón.Introdução à Economia,
São Paulo, Makron Books, 1999.
• VICTOR, Luiz S., SIQUEIRA, N.A. Apostila de Economia, S.P.,2005

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