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1E205 COMÉRCIO INTERNACIONAL - Ano Letivo 2013/2014


2º teste, 12 Novembro de 2013
Instruções:
 Duração: 1h15m.
 Não é permitida a consulta de quaisquer elementos de estudo nem a utilização de
máquina de calcular.
 Os telemóveis devem permanecer desligados e longe da vista.

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GRUPO I – 10 valores

Utilizando a matriz abaixo, classifique cada uma das afirmações como Verdadeira (V)
ou Falsa (F).
Atenção: Cada resposta errada tem uma cotação negativa equivalente a metade de uma
resposta certa.

MATRIZ DE RESPOSTAS

1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 10) 11) 12) 13) 14) 15) 16)


V V V F V V F F F V V F V F F V
V/F

1) A teoria do comércio internacional de Adam Smith sugere que quando um país tem
uma vantagem absoluta na produção de todos os bens pode não retirar qualquer
benefício do comércio internacional.
2) De acordo com David Ricardo, pode haver casos em que faz sentido para um país
comprar bens (que pode produzir de forma mais eficiente) a um outro país.
3) A teoria da vantagem comparativa sugere que o comércio internacional é um jogo
de soma positiva em que todos os países que participam obtêm ganhos económicos.
4) Um ponto central da teoria do ciclo de vida do produto de Vernon é que a procura
por novos produtos tende a basear-se exclusivamente em fatores preço.
5) Algumas novas teorias do comércio internacional sugerem que as nações podem
beneficiar do comércio internacional, mesmo quando elas não diferem em dotações
de recursos ou de tecnologia.
6) De acordo com as abordagens neo-tecnológicas do comércio, as empresas que
estabelecem uma vantagem no que diz respeito à produção de um novo produto
podem, posteriormente, dominar o comércio mundial desse produto.
7) As teorias do comércio internacional defendem que promover o livre comércio é,
em geral, o melhor para uma empresa individual, embora possa não ser sempre o
melhor para um país.
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8) O pressuposto dos custos de produção constantes no modelo clássico resulta numa


fronteira de possibilidades de produção linear e, no caso de um país "pequeno",
especialização incompleta quando se abre ao comércio internacional.
9) Dois países com custos de oportunidade crescentes e idêntica fronteira de
possibilidades de produção mas diferentes gostos/preferências podem ter benefícios
do comércio internacional exportando o bem relativamente ao qual os seus
consumidores têm maior preferência relativa.
10) Se um país apresenta em autarcia um preço relativo do bem X (PX/PY) menor que
PX/PY no mercado mundial, este país tem uma vantagem comparativa na produção
do bem X e, após abertura ao comércio internacional, a produção do bem X vai
aumentar.
11) Uma implicação do teorema de Heckscher -Ohlin é que dois países com gostos
idênticos podem obter ganhos do comércio internacional se as dotações de fatores
dos países forem diferentes e se os bens apresentarem diferentes intensidades dos
fatores.
12) No âmbito do modelo de Heckscher – Ohlin, se o país A, relativamente abundante
em capital, se abre ao comércio com o país B, relativamente abundante em trabalho,
a remuneração relativa do fator trabalho (w/r) vai aumentar no país A e diminuir no
país B.
13) O teorema de Stolper - Samuelson sugere que quando um país se abre ao comércio
internacional o rendimento real do fator de produção abundante no país vai
aumentar e o rendimento real do fator de produção escasso no país diminuirá.
14) Na teoria de Linder, um país A exporta bens para outros países que não produzem
esses bens, e as trocas serão mais intensas com os países que têm um nível de
rendimento per capita semelhante ao do país A.
15) De acordo com a teoria do desvio tecnológico, o período de mais intensa
exportação pelo país inovador ocorre durante todo o período em que se verifica
atraso na imitação (imitation lag).
16) De acordo com o teorema de Rybczynski, o crescimento da força de trabalho de um
país provoca uma expansão na produção do bem relativamente intensivo em
trabalho e uma contração na produção do bem relativamente intensivo em capital.
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GRUPO II – 10 valores
1. (5 valores) No contexto do comércio internacional há líderes de opinião de países
desenvolvidos que afirmam que a concorrência dos países menos desenvolvidos não é justa
dado que se baseia em baixos salários. Comente esta afirmação no quadro dos modelos de
Ricardo com moeda e Hecksher-Ohlin.
O argumento não é válido no âmbito do modelo de Ricardo com moeda (breve referência
ao modelo e aos pressupostos). Um país tem vantagem competitiva num bem sempre que o
preço desse bem no país é inferior ao preço praticado nos restantes. Ambos os países
podem ganhar com as trocas caso tenham vantagens competitivas, que podem ou não
decorrer de baixos salários. Referência à RTI.
No âmbito do modelo de Hecksher-Ohlin (breve referência ao modelo e aos pressupostos),
os paises desenvolvidos ganham efectivamente com a troca caso exportem produtos
relativamente intensivos em capital, já que os salários sugerem que são países
relativamente abundantes em capital: o comércio e as especializações industriais
devem reflectir a respectiva abundância factorial relativa dos países. Tal como no caso
anterior, os referidos líderes estavam errados já que, em ambos os casos, o comércio
gera ganhos resultantes da especialização da produção (que permite uma aplicação
mais eficiente dos recursos) e da expansão das possibilidades de consumo. Além disso,
neste caso, seriam ainda esperadas as consequências expostas nos corolários de
Stolper-Samuelson e Samuelson.

2. (5 valores) Tendo por base a teoria neoclássica do comércio internacional, a teoria da


procura de Linder e o modelo de Krugman, mostre que: (i) a procura pode explicar
trocas inter e intra-industriais; (ii) são distintos os ganhos nos dois tipos de troca.
Sim, a procura pode explicar as trocas inter-industriais (teoria neoclássica, abordagem
pela via da procura) e as trocas intra-industriais (teoria de Linder e modelo de
Krugman).
A teoria neoclássica pela via da procura (breve referência a pressupostos) explica
como países com dotação fatorial e tecnologia idênticas podem ter vantagem na troca,
se as preferências dos consumidores forem diferenciadas. Com a troca internacional,
cada país especializar-se-á, ceteris paribus, no bem pelo qual tem menor preferência.
Esta abordagem permite identificar os ganhos decorrentes das mudanças verificadas
na produção e no consumo, face à situação de autarcia (explicar). Consegue identificar
o padrão da especialização dos países, e, como os bens transacionados
internacionalmente são bastante distintos, trata-se de troca inter-setorial.
As abordagens de Linder e Krugman mostram que a procura pode explicar as trocas
intra-industriais (bens com alguma diferenciação, mas dentro do mesmo ramo). Linder
(explicar a teoria) atribui à procura o papel de determinante principal da troca, tal
permitindo perceber a troca cruzada de produtos dentro da mesma indústria. O modelo
de Krugman assenta a explicação das vantagens da troca internacional na existência
de economias de escala internas (EEI), num quadro de concorrência monopolística.
Segundo o modelo de Krugman (breve referência a pressupostos, e explicando) cada
país especializar-se-á em algumas variedades do bem, exportando essas variedades e
importando outras. A troca internacional gera ganhos para todos os países envolvidos.
No entanto, tal como em Linder, em Krugman não conhecemos qual será o padrão da
especialização.

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