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Economia Internacional 0610

Última aula. Argumento liberal otimista. O comércio promovia a pacificação das relações
interncionais.

Stuart Mill disse que o comércio estava a tornar rapidamente obsoleta a guerra.

Stuart Mill diz que esta pacificação é uma vantagem maior que as económicas do livre-
cambismo.

Apesar disto, Alexander Hamilton, um dos fundadores dos EUA, defende que o
comércio dá origem a guerra, mencionando algumas guerras da Holanda, Veneza e Cartago.

Ainda assim, a ideia é de que o comércio leva à paz. Vejamos o caso da Europa – Na
declaração de Schumann de 1950, a cooperação entre a França e a Alemanha era para evitar
uma nova guerra.

Outra vantagem do comércio é a difusão dos ideiais democráticos. Casos como a


Coreia do Sul mostram que a sua participação no comércio mundial leva ao aumento dos
ideais democráticos no território.

Apesar disto, existem exemplos contrários – Singapura é talvez a economia mais


globalizada, mas em termos de democracia não está muito à frente.

Antes. Teoria absoluta de Adam Smith; Teoria das vantagens comparativas de David Riccardo

Nova teoria: Neoclássica de Eli Heckscher e Bertil Ohlin

1919.

Publica um artigo que põe em causa a teoria de David Riccardo.

A teoria neoclássica vai explicar a especialização e as vantagens comparativas de cada


país, a partir de um novo conceito – o da abundância relativa de um fator de produção.

Abundància fatorial (diz respeito a países) e intensidade fatorial (diz respeito a


produtos).
Intensidade fatorial – Os bens são diferentes em termos de exigência de fatores.

Por exemplo, um carro existe mais capital por trabalhador do que uma peça de roupa.
É natural que no seu fabrico, o capital (tecnologia, ferramentas, locais, etc.) seja mais
importante que o fator de produção de trabalho.

Um bem não pode ser simultaneamente intensivo em capital e em trabalho. Ou é um


ou é outro.

Abundância fatorial – Também defenida em termos proporcionais e não em quantidades


absolutas.

Por exemplo, o México e os Estados Unidos. Os EUA têm 3x mais trabalhadores que o
México, mas os EUA são ricos em capital e o México em trabalho. Como a diferença de capital
é superior à diferença dos trabalhadores, os EUA são abundantes em capital e o México em
trabalhadores.

Face à teoria clássica (que tinha dois países, dois produtos e UM fator de produção),
Nesta situação, temos dois países, dois produtos e DOIS fatores de produção, capital e
trabalho. Isto permite ter em conta os efeitos do comércio sobre a distribuição do rendimento.

Ex do nosso país: Quando entrou a OMC, entrou também um acordo de troca têxtil,
que levou à falência de várias empresas portuguesas. Apenas as empresas que apostaram na
tecnologia sobreviveram, o que levou a preços mais baixos para a população, e aqueles que
apostaram em salários baixos faliram. AS EMPRESAS QUE APOSTARAM NO CAPITAL
EXPANDIRAM-SE, AS QUE APOSTARAM NO TRABALHO FALIRAM.

Se tivessemos apenas um fator de produção, não seria possível fazer este racicínio.

ESTA FOI A NOVIDADE INTRODUZIDA PELA TEORIA NEOCLÁSSICA.

Qual a principal implicação – Por razões históricas ou geográficas, um país tem maior
abundância de um fator de produção do que outro, logo cada país vai exportar os bens cuja
produção é MAIS intensiva no fator de produção relativamente mais abundante no país, e
importar os bens cuja produção é mais intensiva no fator de produção relativamente MENOS
abundante no país.

Ou seja, as dieferrnças de custos entre os países explicam-se pela abundância relativa


de um fator de produção: Por exemplo, a abundância de terra pode criar uma vantagem
comparativa na produção de bens agrícolas.

Um país que tenha muita mão-de-obra pouco qualificada pode ter uma vantagem
comparativa na indústria têxtil, e a abundânvcia de mão-de-obra qualificada pode criar uma
vantagem comparativa na criação aero-espacial.
As vantagens do comércio internacional, quer no modelo de David Riccardo quer no
modelo de Olin têm a mesma natureza.

Trata-se dos benefícios da especialização que aparecem nas diferentas entre os países.
A razão de ser da vantagem comparativa é que é diferente. David: Níveis de produtividade do
trbalho; Olin – Quantidade relativa de um fator de produção.

Leontief – Vai procurar e testar empíricamente este modelo de Hechscher. Escolhe


para análise os EUA, pois eram na altura a maior potência económica.

Os resultados a que chegou foram surpreendentes – Paradoxo de Leontief.


Comparativamente aos outros países, os EUA aparecem em 1947 (ano do estudo) como um
país abundante em capital, pelo que seria de esperar (de acordo com o modelo de Hechsher)
que as suas exportações fossem compostas por bens de capital intensivos, e as suas
importações por bens de trabalho intensivos.

Para sua surpresa, as exportações revelaram-se intensivas em trabalho e as


importações intensivas em capital, daí o nome de Paradoxo de Liontief.

A explicação de Liontief é que o paradoxo é justificado observando que, por razões de


diversa natureza, os trbalhadores norte-americanos seriam muito mais produtivos que os
trabalhadores do resto do mundo. Para restabelecer a igualdade, seria necessário multiplicar o
seu número por três, ou seja, um trabalhador norte-americano valeria três trabalhadores
estrangeiros.

As razões eram a maior capacidade empresarial e os trabalhadores terem maiores


aptidões técnicas.

Os EUA seriam afinal um país abundante em trabalho, e não tanto em capital como
inicialmente se julgava.

NOTA: Leontief atendeu apenas a dois fatores. É importante ter em conta outros fatores, pois
apesar de muito relevantes, estes dois fatores sozinhos não conseguem explicar a produção
(outro fator seria a presença de recursos naturais).

Comparando as exportações dos países ricos com a dos países pobres, é possível
concluir que o chamado padrão norte-sul encaixa muito bem no modelo de Hecksher-Ohlin. As
exportações dos países ricos são compostas por bens tecnológicamente mais evoluídos.

4 tigres asiáticos: Tiwan, Hong-Kong, Singapura e Coreia do Sul. Exportavam antes bens
de trabalho intensivo, mas hoje em dia têm muita mão-de-obra qualificada. Hoje em dia são
bens intensivos em trabalho qualificado.
O modelo H. – Ohlin explica vários acontecimentos, mas não todos. O comércio inter-
ramo e o comércio intra-ramo. O intra-ramo é o comércio de produtos similares entre países
com o mesmo nível de tecnologia (ex: A França exporta para a Alemanha carros, e a Alemanha
exporta carros para a França) – Predomina entre os países ricos.

O comércio inter-ramo é entre dois países, um pobre e um rico (como foi entre
Portugal e Inglaterra com os têxteis e o vinho) – conhecido como comércio norte-sul.

Este comércio dá origem à Nova Teoria do Comércio, que tem como principal figura
Paul Krugman.

A nova teoria assenta em modelos que têm como pressuposto a chamada concorrência
imperfeita.

Surge nos anos ’80, e deve ser vista como complementar e não substituinte das
abordagens tradicionais que continuam a desempenhar o papel importante na explicação de
muitos dos atuais fluxos comerciais.

Na União Europeia, predomina o comércio intra-ramo. Esta nova teoria tem como
fator as economias de escala. Graças a estas, mesmo nas regiões dotadas de fatores de
produção idênticos, podem participar no comércio e experimentar os ganhos daí resultantes
(os consumidores passam a ter acesso a uma maior variedade de bens e serviços a preços mais
reduzidos).

Esta nova teoria do comércio pressupõe também que as empresas funcionam em


termos de concorrência monopolística. Isto é, empresas que fabricam o mesmo bem genérico,
mas cada produtor ocupa uma posição específica/niche de mercado, devido ao produto
diferenciado que oferece ao consumidor (os bens em causa não são substitutos perfeitos). Os
bens podem ser diferenciados entre si em respeito ao prestígio, qualidade e outras
características.

Implicações: Quanto mais reduzida for a cota de mercado de uma empresa (maior a
variedade de produtos), mais reduzido será o preço que uma empresa pode cobrar.

Quanto maior for o número de empresas em determinado niche de mercado, menos


venderá cada uma delas e mais elevado será o seu custo de produção – daí o nome de
concorrência monopolística.
Cada empresa considera ótimo produzir uma variedade diferente da variedade de cada
uma das outras empresas; produzindo uma variedade diferente, ela terá o monopólio da sua
produção, sendo que a produção de uma variedade já existente implicaria que ela estivesse
em concorrência com a outra empresa produtora dessa variedade. Dado que o lucro do
monopólio é superior ao lucro do duopólio, cada empresa irá optar por variar o seu produto.
Isto explica o aumento da variedade dos produtos.

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